Adjective-Adverb Interfaces in Romance

Open Access Database

Metadata

Setting of examples
LanguagePortuguese
RegionBrazil
Date20th century
Persons involved
CompilationVotre, Sebastião (1991-1998)
CompilationOliveira, Mariangela Rios (1991-1998)
CompilationFurtado da Cunha, Maria Angélica (1993-1994)
AnnotationGerhalter, Katharina (2019)
Annotation
Types of examplesAdjective-Adverbs, mente-Adverbs and Prepositional Phrases
Annotated Categories
  • obligatory: Adverb: Lemma, Morphosyntactic Structure (Adjectival / Noun / Derived –mente), Inflection (uninflected=m.sg. / fem.sg. / masc.pl. / fem.pl.), Attribution target (Verb / Verb and Subject / Verb and Object / Sentence / Adverb / Adjective / Noun or syntagma without verb-reference / other), Semantic classification (Manner / Quantity / Time / Location / Discourse / Specification / other), Coordinated (true / false), Modified (true / false), Reduplicated (true / false), Part of prepositional phrase (true / false)
  • optional: Verb: Lemma, Syntactic construction (Transitive / Intransitive / Reflexive), Coordinated (true / false), Part of the text (true / false)
  • optional: Subject: Gender (Masculine / Feminine / Undefined), Number (Singular / Plural), Overt subject (true / false)
  • optional: Preposition (if Adverb = Preposition + Adjective): Lemma, Contracted (true / false)
  • optional: Article (if Adverb = Preposition + Article + Adjective): Gender (Masculine / Feminine), Number (Singular / Plural), Contracted (true / false)
Sources
Corpus do Grupo de Estudo "Discurso & Gramática" (dir. Sebastião Votre / Mariangela Rios de Oliveira / Maria Angélica Furtado da Cunha; Universidade Federal do Rio de Janeiro, 1991-1998), https://discursoegramaticablog.wordpress.com/corpus/
Related Publication
Hummel, Martin, 2017. “Existe a concordância adverbial no português brasileiro? Considerações acerca de vamos diretos, todas contentes, bastantes grandes, muitas boas.” In: Oliveira, Mariângela Rios de & Cezario, Maria Maura: Funcionalismo linguístico. Diálogos e vertentes, Série Ensaios, 113-140.
Gerhalter, Katharina & Koch, Stefan (in preparation): "Frequency and Code-based Distribution of Adverbials (Adjective-Adverbs, -mente, Prepositional Phrases) in Modern Brazilian Portuguese. A Corpus Study of Written and Spoken Data". Studia UBB Philologia 4/2020
Corpus Description
This corpus consists of more than 6.000 examples and was annotated by reading whole-texts and by tagging each example of adjective-adverbs, mente-adverbs and prepositional phrases. The data stems from the corpus Discurso & Gramática, directed by Mariângela Rios de Oliveira and Sebastião Votre (Universidade Federal do Rio de Janeiro) and Maria Angélica Furtado da Cunha (Universidade Federal do Rio Grande do Norte). It was collected in the 1990s for sociolinguistic purposes and is composed of interviews (oral text parts) and written text parts from more than 170 interviewees living in five Brazilian cities (Rio de Janeiro, Nitéroi, Rio Grande do Norte, Natal, Juiz de Fora). Information on the interviewees cover: age, sex, level of education, city. The whole D & G source-corpus was included in the database and can be read on the subcorpus-page of Pt_APM_DeG. The different parts of the texts have been classified into "written" (parte escrita, written by interviewees, and relato de interação written by interviewers) and "oral" (parte oral: dialogues between interviewees and interviewers) in order to differentiate the usage of adverbs from the point of view of code (spoken/written). The reading of the texts in order to find adverbial uses and the annotation of the examples was carried out by Katharina Gerhalter in 2019. Some examples (concerning meio, bastante, muito and tudo) had already been analysed and tagged by Martin Hummel (in 2017). A quantitative analysis of the data is being prepared (Gerhalter & Koch). In this corpus, 4.922 examples of adjective-adverbs, 220 prepositional phrases and 1111 examples of derived adverbs ending in -mente were systematically annotated with the same underlying adjectival base. E.g. the lemma claro delivers examples of claro (adjective-adverb), às claras (prepositional phrase) and claramente (derived adverb). Two prepositional phrases of the type “preposition + noun” were tagged too, i.e. com certeza and com clareza, since they form lexical groups with their adverbial correlates (certo, certamente, ao certo, com certeza; claro, claramente, às claras, em claro, com clareza). In total, 225 different adjectival bases (lemma) are documented. In addition to the List of Lemmata, which also includes a counting of tagged examples per lemma, a list of all triplets (adjective-adverbs, prepositional phrases and derived adverbs ending in -mente) and provides the number of examples (see List of Forms).
Extent
Tagged examples of adverbs6267
Types of adjective - lemmata226
All words454479
Date2020
Suggested Citation
Votre, Sebastião / Oliveira, Mariangela Rios de / Furtado da Cunha, Maria Angélica / Gerhalter, Katharina (2020): Corpus of Brazilian Portuguese Adjective-Adverbs, mente-Adverbs and Prepositional Phrases in Corpus Discurso & Gramática. In Schneider, Gerlinde / Pollin, Christopher / Gerhalter, Katharina / Hummel, Martin (2020): Adjective-Adverb Interfaces in Romance. Open-Access Database (=AAIF-Database). https://gams.uni-graz.at/o:aaif.ptapmdeg.

Source

IDName | Sex | Age | GroupTitleTypeDateRegionSettlement
DeG1André (& Entrevistadora: Fernanda), m, 24, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG2André, m, 24, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG3Daniel (& Entrevistadora: Fernanda), m, 22, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG4Daniel, m, 22, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG5Érica (& Entrevistadora: Fernanda), f, 24, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG6Érica, f, 24, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG7Jorge Luís (& Entrevistadora: Fernanda), m, 26, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG8Jorge Luís, m, 26, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG9Mônica (& Entrevistadora: Fernanda), f, 23, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG10Mônica, f, 23, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG11Rafaela (& Entrevistadora: Fernanda), f, 24, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG12Rafaela, f, 24, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG13Regina (& Entrevistadora: Fernanda), f, 23, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG14Regina, f, 23, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG15Valéria (& Entrevistadora: Fernanda), f, 23, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG16Valéria, f, 23, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG17Carlos (& Entrevistador: Enrico), m, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG18Carlos, m, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG19Claire (& Entrevistadora: Tatiana), f, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG20Claire, f, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG21Cristina (& Entrevistadora: Tatiana), f, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG22Cristina, f, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG23Dario (& Entrevistador: Enrico), m, 20, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG24Dario, m, 20, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG25Fábio (& Entrevistadora: Tatiana), m, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG26Fábio, m, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG27Flávia (& Entrevistador: Enrico), f, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG28Flávia, f, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG29Flávia Regina (& Entrevistadora: Tatiana), f, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG30Flávia Regina, f, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG31Isabel (& Entrevistador: Enrico), f, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG32Isabel, f, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG33Jean (& Entrevistadora: Tatiana), m, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG34Jean, m, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG35Márcio (& Entrevistadora: Tatiana), m, 16, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG36Márcio, m, 16, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG37Maria de Fátima (& Entrevistador: Enrico), f, 22, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG38Maria de Fátima, f, 22, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG39Roney (& Entrevistador: Enrico), m, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG40Roney, m, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG41Suzana (& Entrevistador: Enrico), f, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG42Suzana, f, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG43Valéria Cristina (& Entrevistadora: Tatiana), f, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG44Valéria Cristina, f, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG45Wagner (& Entrevistador: Enrico), m, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG46Wagner, m, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG47Yuri (& Entrevistadora: Tatiana), m, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG48Yuri, m, 18, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG49Carla (& Entrevistadora: Dina Claudia), f, 16, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG50Carla, f, 16, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG51Cristiane (& Entrevistadora: Ana Maria), f, 16, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG52Cristiane, f, 16, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG53José Augusto (& Entrevistadora: Ana Maria), m, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG54José Augusto, m, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG55Nilson (& Entrevistadora: Ana Maria), m, 14, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG56Nilson, m, 14, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG57Olivaldo (& Entrevistadora: Ana Maria), m, 18, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG58Olivaldo, m, 18, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG59Patricia (& Entrevistadora: Dina Claudia), f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG60Patricia, f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG61Paula Fernanda (& Entrevistadora: Dina Claudia), f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG62Paula Fernanda, f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG63Quéli (& Entrevistadora: Ana Maria), f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG64Quéli, f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG65Roberto (& Entrevistadora: Ana Maria), m, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG66Roberto, m, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG67Sônia (& Entrevistadora: Dina Claudia), f, 14, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG68Sônia, f, 14, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG69Vanessa (& Entrevistadora: Ana Maria), f, 14, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG70Vanessa, f, 14, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG71Viviane (& Entrevistadora: Ana Maria), f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG72Viviane, f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG73Alaine (& Entrevistadora: Rosa), f, 9, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG74Alaine, f, 9, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG75Alexsandro (& Entrevistadora: Deise), m, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG76Alexsandro, m, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG77Ana Caroline (& Entrevistadora: Deise), f, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG78Ana Caroline, f, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG79Ana Maria (& Entrevistadora: Rosa), f, 12, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG80Ana Maria, f, 12, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG81Angela (& Entrevistadora: Rosimeri), f, 12, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG82Angela, f, 12, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG83Artur (& Entrevistadora: Rosimeri), m, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG84Artur, m, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG85Carlos Vinícius (& Entrevistadora: Rosimeri), m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG86Carlos Vinícius, m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG87Daniel (& Entrevistadora: Rosimeri), m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG88Daniel, m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG89Fábio Luís (& Entrevistadora: Deise), m, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG90Fábio Luís, m, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG91Fernando (& Entrevistadora: Rosa), m, 9, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG92Fernando, m, 9, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG93Flávia M. (& Entrevistadora: Rosimeri), f, 12, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG94Flávia M., f, 12, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG95Flávia V. (& Entrevistadora: Rosimeri), f, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG96Flávia V., f, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG97Ivan Cláudio (& Entrevistadora: Rosa), m, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG98Ivan Cláudio, m, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG99Jéssica (& Entrevistadora: Deise), f, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG100Jéssica, f, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG101Juliana (& Entrevistadora: Rosimeri), f, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1992Brazil Rio de Janeiro
DeG102Juliana, f, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1992Brazil Rio de Janeiro
DeG103Letícia (& Entrevistadora: Rosimeri), f, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG104Letícia, f, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG105Luanne (& Entrevistadora: Deise), f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG106Luanne, f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG107Luís Carlos (& Entrevistadora: Rosimeri), m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG108Luís Carlos, m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG109Marcela (& Entrevistadora: Rosa), f, 12, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG110Marcela, f, 12, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG111Maria Carolina (& Entrevistadora: Deise), f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG112Maria Carolina, f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG113Mariana (& Entrevistadora: Rosimeri), f, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG114Mariana, f, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG115Patrícia (& Entrevistadora: Rosimeri), f, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG116Patrícia, f, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG117Pedro (& Entrevistadora: Rosimeri), m, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1992Brazil Rio de Janeiro
DeG118Pedro, m, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1992Brazil Rio de Janeiro
DeG119Rachel (& Entrevistadora: Deise), f, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG120Rachel, f, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG121Rafael N. (& Entrevistadora: Rosimeri), m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG122Rafael N., m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG123Rafael N. S. (& Entrevistadora: Rosa), m, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG124Rafael N. S., m, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG125Rafael S. (& Entrevistadora: Rosimeri), m, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG126Rafael S., m, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG127Renato José (& Entrevistadora: Rosimeri), m, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1992Brazil Rio de Janeiro
DeG128Renato José, m, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1992Brazil Rio de Janeiro
DeG129Rodrigo Bruno (& Entrevistadora: Rosimeri), m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG130Rodrigo Bruno, m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG131Roselane (& Entrevistadora: Rosa), f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG132Roselane, f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG133Sidney (& Entrevistadora: Rosa), m, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG134Sidney, m, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG135Thiago (& Entrevistadora: Rosimeri), m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG136Thiago, m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG137Viviane (& Entrevistadora: Rosimeri), f, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG138Viviane, f, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG139Wellington (& Entrevistadora: Deise), m, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG140Wellington, m, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG141Adilson (& Entrevistadora: Margarete), m, 18, Informantes do C.A. Supletivo Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG142Adilson, m, 18, Informantes do C.A. Supletivo Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG143Adriana (& Entrevistadora: Margarete), f, 15, Informantes do C.A. Supletivo Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG144Adriana, f, 15, Informantes do C.A. Supletivo Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG145Antônio José (& Entrevistadora: Margarete), m, 22, Informantes do C.A. Supletivo Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG146Antônio José, m, 22, Informantes do C.A. Supletivo Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG147Francisco de Assis (& Entrevistadora: Margarete), m, 20, Informantes do C.A. Supletivo Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG148Francisco de Assis, m, 20, Informantes do C.A. Supletivo Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG149José (& Entrevistadora: Margarete), m, 36, Informantes do C.A. Supletivo Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG150José, m, 36, Informantes do C.A. Supletivo Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG151Jucineide (& Entrevistadora: Margarete), f, 19, Informantes do C.A. Supletivo Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG152Jucineide, f, 19, Informantes do C.A. Supletivo Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG153Maria Rosa (& Entrevistadora: Margarete), f, 42, Informantes do C.A. Supletivo Parte oral spoken 1994Brazil Rio de Janeiro
DeG154Maria Rosa, f, 42, Informantes do C.A. Supletivo Parte escrita written 1994Brazil Rio de Janeiro
DeG155Rosilda (& Entrevistadora: Margarete), f, 22, Informantes do C.A. Supletivo Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG156Rosilda, f, 22, Informantes do C.A. Supletivo Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG157Alex (& Entrevistadora: Thais), m, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG158Alex, m, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG159Bruna (& Entrevistadora: Rosimeri), f, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1991Brazil Rio de Janeiro
DeG160Bruna, f, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1991Brazil Rio de Janeiro
DeG161Camila (& Entrevistadora: Rosimeri), f, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1991Brazil Rio de Janeiro
DeG162Camila, f, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1991Brazil Rio de Janeiro
DeG163Eloísa (& Entrevistadora: Thais), f, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG164Eloísa, f, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG165Fábio (& Entrevistadora: Thais), m, 8, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG166Fábio, m, 8, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG167Felipe (& Entrevistadora: Thais), m, 8, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG168Felipe, m, 8, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG169João (& Entrevistadora: Rosimeri), m, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1991Brazil Rio de Janeiro
DeG170João, m, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1991Brazil Rio de Janeiro
DeG171Juliana (& Entrevistadora: Thais), f, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG172Juliana, f, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG173Marta (& Entrevistadora: Thais), f, 9, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG174Marta, f, 9, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG175Paulo Alexandre (& Entrevistadora: Rosimeri), m, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1991Brazil Rio de Janeiro
DeG176Paulo Alexandre, m, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1991Brazil Rio de Janeiro
DeG177Rafael (& Entrevistadora: Rosimeri), m, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1991Brazil Rio de Janeiro
DeG178Rafael, m, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1991Brazil Rio de Janeiro
DeG179Sabrina Letícia (& Entrevistadora: Rosimeri), f, 9, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1991Brazil Rio de Janeiro
DeG180Sabrina Letícia, f, 9, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1991Brazil Rio de Janeiro
DeG181Sirlan (& Entrevistadora: Rosimeri), m, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1992Brazil Rio de Janeiro
DeG182Sirlan, m, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1992Brazil Rio de Janeiro
DeG183Suellen (& Entrevistadora: Thais), m, 8, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG184Suellen, m, 8, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG185Thiago (& Entrevistadora: Thais), m, 9, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG186Thiago, m, 9, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG187Fernanda (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG188Enrico (Entrevistador), m, Entrevistadores Relato de interação written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG189Tatiana (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG190Dina Clauda (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG191Ana Maria (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG192Rosa (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG193Deise (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG194Rosimeri (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG195Margarete (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG196Thais (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1993Brazil Rio de Janeiro
DeG197Aydano (& Entrevistador: Valmir), m, 30, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG198Aydano, m, 30, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG199Margarete (& Entrevistador: Valmir), f, 20, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG200Margarete, f, 20, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG201Eliane (& Entrevistador: Valmir), f, 35, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG202Eliane, f, 35, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG203Lina (& Entrevistadora: Monique), f, 30, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG204Lina, f, 30, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG205Alex (& Entrevistadora: Monique), m, 29, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG206Alex, m, 29, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG207Pablo (& Entrevistador: Angelo), m, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG208Pablo, m, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG209Marcelo (& Entrevistadora: Alessandra), m, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG210Marcelo, m, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG211Priscila (& Entrevistadora: Tatiana), f, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG212Priscila, f, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG213Mariana (& Entrevistadora: Eduardo Kenedy), f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG214Mariana, f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG215Alfonso (& Entrevistador: Eduardo kenedy), m, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG216Alfonso, m, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG217Isabelle (& Entrevistador: Angelo), f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG218Isabelle, f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG219Simone (& Entrevistadora: Cíntia), f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG220Simone, f, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG221Fábio (& Entrevistador: Fabiano Henrique), m, 27, Informantes do Ensino Fundamental Supletivo Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG222Fábio, m, 27, Informantes do Ensino Fundamental Supletivo Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG223Josilene (& Entrevistador: Fabiano Henrique), f, 21, Informantes do Ensino Fundamental Supletivo Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG224Josilene, f, 21, Informantes do Ensino Fundamental Supletivo Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG225Flávio (& Entrevistador: Eduardo Kenedy), m, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG226Flávio, m, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG227Bruna (& Entrevistadora: Cíntia), f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG228Bruna, f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG229Elizângela (Entrevistadir: Eduardo Kenedy), f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG230Elizângela, f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG231Luiz Eduardo (& Entrevistadora: Simone), m, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1997Brazil Nitéroi
DeG232Luiz Eduardo, m, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1997Brazil Nitéroi
DeG233Aline (& Entrevistadora: Simone), f, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG234Aline, f, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG235Fellipe (& Entrevistadora: Simone), m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1998Brazil Nitéroi
DeG236Fellipe, m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1998Brazil Nitéroi
DeG237Monique (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1998Brazil Nitéroi
DeG238Ângelo (Entrevistador), m, Entrevistadores Relato de interação written 1998Brazil Nitéroi
DeG239Alessandra (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1998Brazil Nitéroi
DeG240Tatiana (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1998Brazil Nitéroi
DeG241Eduardo Kenedy (Entrevistador), m, Entrevistadores Relato de interação written 1998Brazil Nitéroi
DeG242Cíntia (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1998Brazil Nitéroi
DeG243Fabiano Henrique (Entrevistador), m, Entrevistadores Relato de interação written 1998Brazil Nitéroi
DeG244Simone (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1998Brazil Nitéroi
DeG245João Carlos, m, 28, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG246João Carlos, m, 28, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG247Lisandra, f, 23, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG248Lisandra, f, 23, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG249Carla Beatriz, f, 21, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG250Carla Beatriz, f, 21, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG251Giovane, m, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG252Giovane, m, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG253Isabel, f, 16, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG254Isabel, f, 16, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG255Magda, f, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG256Magda, f, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG257Vanderlei, m, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG258Vanderlei, m, 17, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG259Ary, m, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG260Ary, m, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG261Fábio, m, 14, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG262Fábio, m, 14, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG263Flávia, f, 14, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG264Flávia, f, 14, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG265Kelly Cristina, f, 17, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG266Kelly Cristina, f, 17, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG267Daniele, f, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG268Daniele, f, 11, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG269Felipe, m, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG270Felipe, m, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG271Mária Cláudia, f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG272Mária Cláudia, f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG273Thiago, m, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG274Thiago, m, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG275Fernanda, f, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG276Fernanda, f, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG277Luana, f, 8, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG278Luana, f, 8, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG279Rafael, m, 8, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG280Rafael, m, 8, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG281Sisney, m, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Rio Grande
DeG282Sisney, m, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Rio Grande
DeG283Carlos, m, 26, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG284Carlos, m, 26, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG285Diva, f, 31, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG286Diva, f, 31, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG287Glislaine, f, 21, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG288Glislaine, f, 21, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG289Ítalo (& Entrevistador: Marcos), m, 30, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG290Ítalo, m, 30, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG291Gerson, m, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG292Gerson, m, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG293Gustavo, m, 16, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG294Gustavo, m, 16, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG295Rosemeire, f, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG296Rosemeire, f, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG297Solange, f, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG298Solange, f, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG299Emerson, m, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG300Emerson, m, 15, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG301Gerlândia, f, 17, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG302Gerlândia, f, 17, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG303Lúcia, f, 16, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG304Lúcia, f, 16, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG305Vladimir, m, 14, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG306Vladimir, m, 14, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG307Julyana, f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG308Julyana, f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG309Olavo, m, 9, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG310Olavo, m, 9, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG311Sueli, f, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG312Sueli, f, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG313Wagner, m, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Natal
DeG314Wagner, m, 13, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1994Brazil Natal
DeG315Daniele, f, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG316Daniele, f, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG317Pablo, m, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Natal
DeG318Pablo, m, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1994Brazil Natal
DeG319Talita, f, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1993Brazil Natal
DeG320Talita, f, 6, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1993Brazil Natal
DeG321Wesley, m, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Natal
DeG322Wesley, m, 7, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1994Brazil Natal
DeG323Alcione (& Entrevistadora: Cristiane), f, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG324Alcione, f, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG325Enéas (& Entrevistadora: Walkyria), m, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG326Enéas, m, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG327Ronaldo (& Entrevistadora: Cristiane), m, 23, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG328Ronaldo, m, 23, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG329Silvany (& Entrevistadora: Paula), f, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG330Silvany, f, Informantes do Ensino Superior (>23 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG331Aleandro (& Entrevistadora: Cristiane), m, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG332Aleandro, m, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG333Andréa (& Entrevistadora: Cristiane), f, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG334Andréa, f, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG335Cíntia (& Entrevistadora: Cristiane), f, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG336Cíntia, f, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG337Gilson (& Entrevistadora: Cristiane), m, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG338Gilson (written part not included in corpus), m, 19, Informantes do Ensino Médio (de 18 a 20 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG339Ana Amélia (& Entrevistadora: Cristiane), f, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG340Ana Amélia, f, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG341Leonardo (& Entrevistadora: Cristiane), m, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG342Leonardo, m, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG343José Renato (& Entrevistadora: Paula), m, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG344José Renato, m, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG345Renata (& Entrevistadora: Paula), f, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG346Renata, f, Informantes do Ensino Fundamental (de 13 a 16 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG347Alexandra (& Entrevistadora: Cristiane), f, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG348Alexandra, f, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG349Eduardo (& Entrevistadora: Walkyria), m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG350Eduardo, m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG351Elisa (& Entrevistadora: Cristiane), f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG352Elisa, f, 10, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG353Gustavo (& Entrevistadora: Cristiane), m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG354Gustavo, m, Informantes do Ensino Fundamental (de 9 a 11 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG355Ana Paula (& Entrevistadora: Walkyria), f, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG356Ana Paula, f, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG357Giovane (& Entrevistadora: Cristiane), m, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG358Giovane, m, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG359Janaína (& Entrevistadora: Cristiane), f, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG360Janaína, f, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG361Leonardo (& Entrevistadora: Cristiane), m, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte oral spoken 1994Brazil Juiz de Fora
DeG362Leonardo, m, Informantes da classe de alfabetização (de 5 a 8 anos) Parte escrita written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG363Cristiane (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG364Walkyria (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1994Brazil Juiz de Fora
DeG365Paula (Entrevistadora), f, Entrevistadores Relato de interação written 1994Brazil Juiz de Fora

List of Lemmata

The lemmatization is based on the underlying adjectival form (see Annotation model for further details).

LemmaCount

Forms

Adjective-Adverbsmente-AdverbsPrepositional Phrases
sério [8] seriamente [1] a sério [5]
alto [22] altamente [1] pro alto/ por alto [2 1]
breve [1] brevemente [1] em breve [1]
certo [110] certamente [7] ao certo [1]
claro [18] claramente [1] às claras/ em claro [2 2]
igual [3] igualmente [1] por igual [1]
leve [1] levemente [1] de leve [4]
primeiro [152] primeiramente [12] de primeiro [2]
[1291] somente [26] a sós [1]
vivo [1] ao vivo [5]
fino [1] em finas [1]
completamente [19] por completo [2]
comumente [1] em comum [3]
especialmente [6] em especial [2]
extremamente [3] ao extremo [1]
geralmente [70] em geral [18]
imediatamente [7] de imediato [5]
novamente [49] de novo [132]
ultimamente [11] por último [22]
a fundo [1]
de perto [1]
em branco [2]
em público [1]
em vão [2]
atual [1] atualmente [10]
automático [1] automaticamente [3]
considerável [1] consideravelmente [1]
desesperado [4] desesperadamente [1]
detalhado [2] detalhadamente [1]
direto [33] diretamente [9]
evidente [1] evidentemente [1]
exato [2] exatamente [61]
fácil [1] facilmente [2]
feliz [3] felizmente [3]
firme [1] firmemente [1]
frio [2] friamente [1]
junto [88] juntamente [7]
livre [1] livremente [1]
lógico [10] logicamente [3]
normal [3] normalmente [26]
óbvio [1] obviamente [4]
particular [1] particularmente [4]
posterior [1] posteriormente [2]
pronto [116] prontamente [5]
rápido [34] rapidamente [13]
separado [3] separadamente [1]
sossegado [1] sossegadamente [1]
tranqüilo [1] tranqüilamente [7]
alegre [1]
animado [1]
apressado [1]
baixo [3]
barato [2]
bastante [53]
bom [192]
bonito [5]
caro [1]
cheio [2]
consciente [1]
direito [81]
disparado [1]
distinto [1]
duro [2]
errado [4]
escondido [9]
espantado [1]
feio [1]
fixo [1]
forte [5]
grosso [2]
inclusive [67]
incontrolável [1]
incrível [1]
indolor [1]
interessado [1]
legal [72]
ligeiro [1]
médio [1]
meio [129]
mesmo [557]
mole [1]
muito [1533]
ótimo [7]
pequeno [3]
perfeito [1]
picado [1]
próximo [34]
quieto [2]
reto [1]
ruim [3]
segundo [1]
solto [1]
sozinho [40]
todo [167]
tudo [6]
abertamente [1]
absolutamente [3]
acidentalmente [1]
adequadamente [1]
afirmativamente [1]
agradávelmente [1]
alucinadamente [1]
amigavelmente [1]
antecipadamente [1]
anteriormente [9]
antigamente [33]
aparentemente [5]
aproximadamente [9]
assumiadamente [1]
atentamente [1]
ativamente [1]
basicamente [15]
brilhantemente [1]
burramente [1]
cientificamente [1]
conseqüentemente [2]
constantemente [1]
corretamente [6]
criticamente [1]
cruamente [1]
definitivamente [2]
devidamente [2]
diariamente [1]
diferentemente [1]
dificilmente [6]
dignamente [2]
disfarçadamente [1]
drasticamente [1]
economicamente [2]
educadamente [1]
efetivamente [1]
equivocadamente [1]
esmeradamente [1]
especificamente [6]
espiritualmente [2]
espontaneamente [1]
esporadicamente [1]
estritamente [1]
estupidamente [1]
eticamente [1]
excepcionalmente [1]
excessivamente [1]
exclusivamente [2]
fielmente [1]
finalmente [14]
fisicamente [4]
fluentemente [1]
freüentemente [3]
futuramente [6]
gravemente [3]
honestamente [2]
impecavelmente [1]
inadvertidamente [1]
inconscientemente [1]
indiscriminadamente [1]
infelizmente [26]
informalmente [1]
ingenuamente [2]
inicialmente [2]
injustamente [1]
insatisfatoriamente [1]
insistentemente [1]
inteiramente [1]
intimamente [1]
invariavelmente [2]
justamente [34]
literariamente [1]
liturgicamente [1]
manualmente [2]
merecidamente [1]
meticulosamente [1]
naturalmente [9]
necessariamente [4]
nitidamente [2]
objetivamente [1]
otimisticamente [1]
passivamente [1]
pausadamente [2]
periodicamente [1]
pessoalmente [3]
plenamente [3]
politicamente [4]
pontualmente [1]
possivelmente [2]
praticamente [31]
precisamente [3]
preferencialmente [2]
previamente [4]
principalmente [72]
profissionalmente [2]
profundamente [5]
proporcionalmente [1]
propositalmente [1]
propriamente [9]
provavelmente [5]
provisoriamente [1]
radicalmente [4]
raramente [5]
razoavelmente [3]
realmente [156]
recentemente [10]
relativamente [13]
repentinamente [1]
respectivamente [1]
satisfatoriamente [2]
sexualmente [1]
simplesmente [17]
sinceramente [5]
subitamente [1]
sucessivamente [1]
sumariamente [1]
superficialmente [1]
surpreendentemente [1]
timidamente [1]
tipicamente [1]
torrencialmente [1]
totalmente [72]
urgentemente [1]
verdadeiramente [2]
voluntariamente [1]
voluntariosamente [1]

Full Text


  • E: é:: me diz o seu nome...
    I: André...
    E: e::... aonde você estuda?
    I: na Pontifícia Universidade Católica do Rio de Janeiro...
    E: e:: qual curso você faz?
    I: desenho industrial...
    E: em que período você está ?
    I: formando...
    E: é::?
    I: no último...
    E: e são o quê? são oito?
    I: são oito períodos...
    E: e::... André... eu queria que ago/... agora que você me contasse uma história... que tenha acontecido com você... e que você tenha achado engraçada... ou triste... ou constrangedora...
    I: bem... ah:: o fato engraçado foi a partir da data de hoje... né? seis de agosto de mil novecentos e noventa e três... é que eu cheguei em torno de::... nove horas no::... no meu antigo estágio... na Light... que é na Presidente Vargas... meia quatro dois... décimo quarto andar... e:: chegando lá... como... entrou um novo estagiário por... eu ter saído... entrou esse novo estagiário... e ele era:: ele era crente... e eu não sabia o cara era crente... e o sobrenome do cara era Arruda... e:: quando vieram sacanagem lá... porque:: na sala... uma vírgula é um pala/ é porra... porra é uma vírgula lá... então... então começou aquela sacanagem toda “é::... não sei quê... formando... não sei quê... convites... ba ba bá...” e eu sacaneando o cara... (falaram) assim... “é::... ele entrou novo estagiário” eu falei “pô... qual o (nome)?” “ah:: o nome dele é Arruda... André...” eu falei “ih... arruda é pra tirar olho grande...” aí o cara... sério... “arruda nada... eu sou cristão... não acredito em nada disso...” não sei quê... aí o pessoal sacaneou... e tem uma Áurea... que é uma baixinha... gordinha... que também é:: designer ((riso)) ela é baixinha eela é [a:muito] sacana...então (nessa) sacanagem dela... o cara/ começou a sacanear o cara... aí o cara foi ficando mais puto... quer dizer... de um fato engraçado começou um fato/ saiu pra um constrangedor... que ela foi ficando tão/ o cara ficou tão puto... que chegou uma certa hora que::... ela parou... aí o pessoal começou todo mundo a rir... nesse negócio de rir... tudo mais... o cara/isso aconteceu [a:mesmo] ((riso)) o cara estava numa cadeira... no alto... né? roda... assim a cadeira... e:: o cara/ não sei se ele estava (com) raiva... eu sei que o cara escorregou... quase caiu da cadeira... quando caiu todo mundo... “qua:: qua qua qua quá... viu?está precisando de arruda [a:mesmo] ... está precisando de despa::cho...” aí o cara foi ficando puto... e o meu supervisor é uma pessoa super séria... e eu era um cara engraçado... e esse é um cara sério... e o supervisor é o Nelson... um cara super extrovertido... que sacaneia muito... então o cara entrou ali... estava tipo assim (há) uns dois meses... o cara está perdidinho ((riso)) então o outro cara está naquela sacanagem toda... “aí:: não sei quê...” e o meu clima de serviço sempre foi assim... foi muito sacanagem... muita brincadeira... a saudade que está de eu voltar a trabalhar como desenhista... na Light... é isso... porque:: foi um ambiente super agradável... não teve nada daquela ambiçã/ aquela coisa de... de você querer puxar o tapete do outro pra conseguir galgar... um certo cargo... não tinha isso... lá... por ser estatal... não tinha essas ambições... então... todo mundo era um ambiente super agradável... de bricadeira... a história engraçada foi essa...

  • E: e:: agora eu queria que você me contasse uma história... que você não tenha vivenciado... alguém te contou... e você achou engraçada... triste... ou constrangedora...
    I: bem... o fato mais chato que não aconteceu comigo mas aconteceu com um grupo de amigos... que eu faço academia... há:: o que? há um mês atrás... então o pessoal... numa sexta-feira... todo mundo “ah:: uma cervejinha... (vamos beber) uma cervejinha... vamos fazer um churrasquinho” e tal... tal... tal...todo mundo [a:muito] alegre... [a:muito] brincalhão...e eu fui pra::/ saí da academia... comi o churrasco... bebi a cerveja... e fui pra casa... e eles saíram dali e foram para um::... um bairro... chama Jesuítas... entendeu? e lá eles começaram a beber beber beber beber... eu encontrei com eles depois... ( ) assim... numa altura de quarenta minutos a uma hora... depois... nesse Jesuítas... eu continuei lá bebendo... conversando e tal... mas eu fui com o meu carro... e eu continuei... continuei no local... e eles quiseram ir embora... e isso era em torno de:: umas seis pessoas... numa caminhonete... não foi nem Pampa... caminhonete... foi numa caminhonete branca...e o cara... já estava [a:meio] doidão...foi dirigindo e tal... esse rapaz... pulando em cima da caminhonete... sentou... naquela parte do lado:: direito... a caminhonete de frente... né? tem o lado direito... ele sentou... segurou assim e sentado... quer dizer... as costas... virada pra rua... né? então de frente pro outro lado... dentro da caminhonete... pra você entender [o que eu estou falando... né?]
    I: [ahn... ahn... estou...]
    I: e aquilo... brincadeira... tal... eu sei que:: o cara fre/ o rapaz que estava guiando a caminhonete... freou... e ele caiu... quando ele caiu... a caminhonete/ eles continuaram pensando que era brincadeira do cara... [a:só] que ( ) foram “ué... ele não veio atrás?não veio atrás? pensei que ele vinha andando” não sei quê... ta ta ta tá... frearam e voltaram... quando voltaram o cara estava desmaiado... com uma poça de sangue em volta... uma coisa horrível... o que aconteceu? essa história foi tão:: assim...que eu continuando no Jesuítas não sabia o que estava acontecendo... [a:simplesmente] esse fato/ levaram pro hospital... o hospital não teve condições... teve que (transferir ele) pro Galeão... ele ficou internado... foi pro CTI... mas já está bem... que essa semana eu já encontrei ele na academia ((riso)) mas teve que/ uma cicatriz horrível... tirou::/ fez exa::mes... tudo... mas (tal)... deu tudo normal... mas é um fato que eu não quero que aconteça... graças a Deus eu não vi... nem quero... nem longe acontecendo comigo ((riso))
    E: nossa... pensei que ele tinha morrido [quando você/]
    I: [não::... não... também não foi tão drama assim... né? isso é drama pra novela das oito ((riso de E))

  • E: André... eu queria agora que você me descrevesse... o local onde você mais gosta de ficar na sua casa...
    I: minha sala ((riso))
    E: como é que é a sua sala?
    I: bem... a minha sala eu falo porque::... como os meus dois irmãos casaram... todos os dois irmãos quiseram copiar... um pouco assim eh::... o desenho do móvel da s/ da onde fica/ a localização... da/ que nós fizemos na minha casa... em alvenaria... então tem um cantinho... que tem uma luminária... que já foi feita pra/ aquele cantinho pra inverno... pra frio... então ele é gostoso... então pra você ler um livro... você:: ouvir um walkman... passar uma revista... ou então até você ( ) assim... você está num cantinho tão gostoso... que todo mundo chega... vai e procura o cantinho... e meus dois irmãos quando casaram tentaram copiar esse cantinho ((riso)) mas não conseguiram... agora descrevendo os móveis... da::... da sala... eu/ contém um bar... na minha alvenaria... eh::... uma poltrona... em alvenaria... uma:: estante... embutida na parede... não se tem tapete por causa da minha alergia ((riso)) não tem... eh:: cortina... porque usa persiana por causa da minha alergia... porque meu irmão mais velho é/ tem sinusite... o outro tem bronquite... e eu tenho rinite alérgica... e meu pai e minha mãe não têm alergia nenhuma ((riso)) é até uma coisa estranha... e:: tem a televisão... que tem a televisão... o vídeo-cassete... entendeu?uns vasos [a:só] decoração... uma cristaleira antiga pra dar o rústico e o clássico... e mais nada... bem::... ah... um ventilador de pá... bem decorativo... bem espalhafatoso... com três luminárias assim... mas o mais gostoso da sala é o meu canto... aquele canti::nho... aquela poltrona gostosa... aquele travesseiro... aquela luminária... onde eu estudo... onde eu me divirto... é onde a sa/... eu considero a sala também porque é onde você recebe as pessoas... é onde você tem o prazer de conviver com as pessoas... por uma:: visita... ou um... ou um::... não sei... até um aniversário... né? ( ) é:: como diz... é onde que você faz tu/ questão de estar sempre aquilo bem arrumado pra...aparentar pras pessoas que a casa está ((riso)) [a:toda] arrumadinha...o quarto é onde se esconde... fecha a porta... onde guarda as coisas... mal organizada... então:: onde eu gosto é a minha sala...
    E: uhn... uhn... e as cores? como é que são as cores?
    I: as cores são... padrão... é:: verde... tons terras... o padrão é tons terras... então é... castor... um tom de... caramelo... castor... bege... tudo assim... o piso... os estofados... entende? tudo nesse tipo assim... nada de:: preto...branco [a:só] a parede... mas agora pra um tom de gelo...tudo bem cores assim suaves... não são nada... fortes... sabe? nada [a:muito] gritante... em termos assim... preto... vermelho... nada disso... todo coisas bem suaves... o móvel também marrom... queé tudo nesse estilo... marrom... verde... musgo... tudo nos tons terra [a:mesmo] ...

  • E: e:: agora eu queria que você me... me dissesse... alguma coisa que você sabe fazer... ou que você... goste de fazer... e como é que se faz isso...
    I: bem...o que eu mais gosto de fazer [a:mesmo] ...que eu... como diz... [s:eu] sei [v:fazer] [a:perfeito] é o strogonof... mas o meu strogonof não é aquele que todo mundo/ aquele padrão... que eu não gosto de receita...eu gosto de seguir é... a prova... a prova é... [a:primeiro] ... o que eu mais gosto é o do camarão... né? então... pra quem... sabe como é feito um bom strogonof... compra o camarão:: limpa o camarão... põe o camarão... boto cebola... pimentão... tomate... cozinho ele... deixo ele cozinhar um pouquinho assim... tipo assim deixo fritar um pouquinho... com cebola... tomate e pimentão... deixo ele cozinhar um pouco... assim fritar um pouquinho ele... com um pouquinho de ó::leo... um pouquinho de a::lho... entendeu? deixar... passou um tempinho... eu boto um pouquinho d’água... aí deixo cozinhando ele... ele está cozinhando... aí eu bot/... entro com... ervilha... que é o petit pois... o milho... que eu adoro... o palmito... e o cogumelo... eu ponho tudo isso... quando está colocando isso com um pouco d’água... o que que eu faço? eu pego o creme de leite... que já deixou ( ) na geladeira... tiro o soro... coloco na panela o creme de leite... cozinho... ponho em fogo brando... pra ele ficar mais gostosinho... vejo se está bom de sal... porqueeu não gosto de colocar sal antes de provar... [a:mesmo] que ele esteja sem sal nenhum... você prova... porque entra o alho... entra um pouquinho... sabe? entra ( ) pode ter um pouquinho de sal... eu gosto de provar... prova... se o sal estiver::/ aí sempre falta um pouco de sal... ponho o sal a gosto... aí pego... massa de tomate... coloco... e misturo... então ele fica... rosadinho... como se fosse uma::/ como é que o nome daquele negócio? ô meu Deus... eu estou esquecendo...
    E: molho rosé...
    I: ( )molho rosé... mas [a:só] que não é com maionese... é no caso com creme de leite... ele fica bem rosadinho... e com tudo que eu adoro... né? que eu adoro palmito... adoro cogumelo... adoro pimentão... tomate... cebola... e eu gosto de botar bastante quantidade... eu gosto de ver aquilo encorpado... de você pegar não é aquele caldo ralo não... é pegar aquilo “pô... que milho...” que eu adoro milho... então... pô... tem milho... tem ervilha... tem cogumelo... tem palmito... eu gosto de comer assim... com arroz branco...e uma salada de batata... porque [a:ultimamente] eu estou preferindo por causa do meu regime((riso)) uma salada... cozinhar... cortar... descascar batata... corta ela... num tamanho assim mais ou menos... de uns três centímetros... mais ou menos o tamanho dela... cozinha... com água e sal... escoa essa batata... pega a cebola... pica bem... pega a salsinha... que eu adoro... lava... pica bem a salsinha... pega um pouco daquele:: chamado alho com:: um pouco do sal... que virou o chamado salho... não esses comprados feitos... eu falo salho porque eu estou dando uma referência... você pega... pica um pouquinho assim na sala/ em cima da batata e mistura toda ela... uhn:: fica uma delícia... você pode até querer botar um pouquinho de vina::gre... um pouquinho de azeite... entendeu? fica uma delícia... é uma saladinha ( ) de batata com arroz branco... com esse strogonof... não há quem resista ((riso))
    E: da próxima vez que você fizer você me chama... tá?
    I: obrigado ((riso))

  • E: e... agora eu queria que você me dissesse a sua opinião... ou sobre a situação política... econômica... ou da educação no Brasil...
    I: sobre a situação política... econômica ou situ/ ou?
    E: da educação...
    I: bem... eu acho que a gente pode/ entãoeu acho que o básico [a:mesmo] ... eu acho que a educação ela vem... você pode ser até meio/eu estou sendo até [a:meio] grosseiro... radical...mas eu acho que a educação... qualquer problema... social... que possa vir...tem que resolver [a:primeiro] o econômico... se você não resolver o problema da dívida interna... o problema de dívida externa... não resolver problemas ( ) como diz... é o primeiro ponto a atingir o governo... economia... dinheiro... financeiro... se você não atingir... como você pode dar educação a um povo? como você pode dar escola se você não tem dinheiro para construir uma escola? como você pode... é::... dar alimento à criança... que é a parte da educação... nessa chamado CIEPS... que eu não gosto nem um pouco... porque eu acho que CIEP e CIAC foram projetos... é:: como diz... querem dar projetos revolucionários para educação num país que eu acho que você podia pegar um prédio velho... reformar e manter... o fator histórico... o fator... o fator... educacional... investir o tempo que ia gastar num novo projeto... investir em professores... em educação... se investisse mais nesta parte... então já é um grande bem... então eu acho que tudo é economia... tudo é dinheiro... a gente não pode atingi/ falar sobre o problema social se a gente não/ “ah::... o país tem/ os velhos estão morrendo... assim... assim...” está morrendo por quê? muitos deles ficam em fila de aposentado... por que fila de aposentado? pra ganhar o dinheiro... e quanto ganha? é pouco... é uma miséria... então se a gente for pensar em todos os casos... a gente volta no econômico...então agora [a:mesmo] eu passo por um problema que você tipo assim... você entra na universidade... tremenda esperança... você... entra:: como todo o universitário... você tem uma esperança sobre a universidade que ela te dá... você entra... você gosta... que tem muita gente que desiste no meio do caminho... mas eu não... graças a Deus... adoro...amo de paixão o que faço... [a:só] que quando você chega na sua formatura... eu acho que o maior presente que possam te dar é um emprego... mas pra te dar esse emprego... o governo tem que resolver o problema econômico do país... por exemplo... tra/ fiz estágio na Light... que é uma empresa do governo... onde a minha chefe da divisão... chefe do departamento... veio parabenizar... e dissseram-me “eu preciso de você... nós precisamos de desenhistas industriais... o famoso designer” porque a nível de terceiro grau... que é uma profissão pouco::... como posso falar? pouco::... reconhecida... no mercado brasileiro...na Europa já é uma coisa [a:muito] antiga...mas aqui no Brasil... é a coisa ... ainda [a:muito] nova... as pessoas não têm noção ainda... pensam que desenhista industrial é um arquiteto... então o que aconteceu? “eu preciso de você... só... que” aí “o governo não está admitindo ninguém... as empresas estatais estão fechadas pra tudo...” aí você fica “pô...gostam tanto de mim... gostam... adoram... [a:só] que não podem fazer nada” ( ) o que? econômico... o governo está sem o dinheiro de investir... em empresa... no caso do governo... ne/ na... nas própria empresas... do qual... ele próprio... pelos roubos que estão tendo... ele está vendendo as empresas... pra cobrir certas dívidas... no caso da Light... ele deve ( )o governo federal está devendo... [a:só] dos planos Bresser... Collor...e tudo mais... em torno de trezentos e cinqüen/ trezentos e oitenta e cinco... milhões de dólares... e a dívida da Light é quatrocentos e oitenta e cinco milhões de dólares... então...tem um projeto... [a:muito] bonito da Light... [a:só] que... por falta de investimento... falta de verba... que é o dinheiro... o que pode fazer? não pode fazer nada... então o quadro da Light... como qualquer outra empresa... está precisando mudar... o país precisa mudar...
    E: é::...então [a:só] pra terminar aqui... porque a fita acabou...
    I: pra concluir todo o meu pensamen::to ((riso)) econômico... é:: como eu posso dizer? então eu acho que...pra [v:resumir] tudo... é [a:novamente] ... tem que resolver o problema econômico... pra resolver o econômico resolve todo o problema social... já dizia o plano do:: Sarney... quer dizer... “tudo pelo social...” que no final ele não resolveu o social po::rra nenhuma... né? mas... eu quero falar do econômico... o econômico é o fundamental... é a raiz... o::/ de tudo... de todos os problema do país... esse negócio do::/ como diz? você lança um plano econômico... e no final... no dia seguinte... lança tre::ze vírgula meio por cento o combustível aumenta... aumentando o combustível... aumenta... gás de cozinha... ba ba ba ba ba ba ba ba bá... eu falo gás de cozinha por quê? porque pra lá não se tem ainda gás encanado é tudo... botijão... treze quilos... e::... e eu falo de... eh:: coisa econômica porque eu vivo num bairro... da Zona Oeste... onde eu/ como diz?eu via dois mundos... [a:totalmente] diferentes... era morar em Santa Cruz... estudar na Gávea ... então eu enfrentava pa/... é:: via pobreza... pegava ( ) ônibus cheio... saltava na PUC...outro mundo [a:totalmente] di/ diferente... onde tinha gente que:: chegava com carro com motorista... (não é contra) isso ... se (foi) uma luta... dos pais da pessoa por ter carro com motorista... tem mais é que aplaudir... se ele lutou... se ele trabalhou... se ele é empresário... e mereceu aquilo... tudo bem... agora o caso é que eu acho que:: nós deveríamos... tirar um pouco da gente... um pouco que eu falo é uma crítica... quando eu cito crítica... não é crítica:: de zombar... é crítica construtiva... alertar as pessoas... as que não tenham cultura... e as próprias a que tenham... é:: tentar resolver a/ o/ eh:: a economia desse país... tentar desenvolver um plano entre patrão... e empregado... está ganhando pouco... eu não posso pagar... então vamos acertar de uma forma... onde que o governo entre com isso... e possa acertar... não é ser... da boca pra fora... e sim de um fator que seje verdadeiro... seje real... o fa/ u::ma coisa que aconteça... e nesse país existe muito papo... não existe nada de real... você se forma... você não tem esperança nenhuma... você enfia o canudo sabe Deus lá onde... que não precisa dizer o quê... que não precisa colocar isso... né? (( riso)) embaixo do braço... e:: não/ e não tem emprego... então você luta... luta... luta... você estuda tanto... você tem tanta cultura... você absorve tanta coisa... você fala línguas estrangeiras... você faz isso... faz aquilo... e no final das contas... você fica um desempregado... fica à mercê de uma sociedade... onde uma cu/ eh... uma cúpula/ onde o poder mantém nessa cúpula... tipo assim... se eu tenho dinheiro... eu sou um empresário... eu vou ajudar o cara? ele pode até ter valor... mas o problema é dele... eu vou ajudar meu irm/ meu filho... meu irmão... um tio... um parente... não interessa... entendeu? se o cara tem valor ou não... então seu valor perante/ que é dado... de tanto você estudar... é jogado de rio abaixo... então eu acho que a gente deve fazer/ as pessoas que tem classe média... média...que tem classe média baixa... ou se possível que/ [a:lógico] ... o rico ele não está nem aí pro pobre... mas ele necessita do pobre para sobreviver... que o que seria o empresário sem o empregado? que seria o empregado sem o empresário?então ( ) [a:bom] ... que um desses precisa do outro...mas [a:só] que... sempre... como eu digo... é::... um quer dizer que não precisa do outro... quer dizer... o rico sempre diz que não precisa do pobre... ele precisa para sobreviver... se (não) fosse isso... como seria o país sem o/ sem o empregado... né? então o que eu falo... o que eu quero dizer... é até um alerta... se::/ para as pessoas... passarem isso pra frente... tentar:: ajudar a... a construir melhor esse país...porque acima de tudo... [a:mesmo] essa::... essa:: realidade que eu falo que é o país... eu tenho uma palavra que é a esperança... e a esperança pra mim é a última que morre... é um ditado antigo... mas eu acho que pra mim ele funciona... eu acho que nada como trezentos e sessenta e cinco dias que se acaba... e nasce um novo ano... um novo dia... então eu acho que é perante esse novo dia... esse novo ano que a gente tem que re/ reaver a esperança e torcer... que esse país possa ter...um governo digno... que:: atinja de primeira mão... ao lado econômico... e acho que partindo disso a gente vai [v:ter] o resto... [a:tranqüilo] ...pra gente ter dias melhores... né? de comida... carro...diversão... porque tudo isso é secundário... é:: em termos de diversão... eu acho que isso é um/ é/ é educa/ educação... economia... atrás vem educação... porque a educação de um povo... ele vai interrogar o governo “quem é você?” “o que você está fazendo?” por isso que o político sobe favela ((riso)) na época de ( ) porque ele... não tem... não tem cultura... não tem informação...então [s:ele] [v:ilude] mais [a:rápido] ...então... [v:enrola] mais [a:rápido] ...então você tendo informação... tendo/ dando educação... a ba/ resolvendo partes da economia... quer dizer... acertando as escolas... investido na parte tecnológi/... tecnológica... na parte de saúde e tudo... então isso resolve... então o primeiro passo... economia... segundo... educação... terceiro... saúde... você ten/ ganhando bem... você pode dar uma boa educação ao seu filho... e tendo... bons:: hospitais para qualquer problema de saúde...ele poder ti/ consertar seu ( ) físico... até mental ... até [a:mesmo] espiritual... que você chega num lugar... que ele te rece/ receba bem... que você está bem... está gostando daquilo que você faz...então ele está... satisfeito [a:espiritualmente] ... então você/economia... a educação e saúde ( ) [s:o governo] [v:atingir] ... [p:de] [a:imediato] ... o Brasil chega lá... mas pra::... haver isso... tem que ter uma conscientiz/ tem que se haver uma consciência... uma consciência... política... econômica... que tem que saber o que que é política... o que que é a política pra s/ pra gente entender melhor... é:: assim... perguntar... você foi eleito? você foi eleito? você foi / porque o elei/ ele foi eleito pelo povo? ele não está representado o povo? então se ele está representando o povo... então ele assuma o seu papel... de ser/ de ser represenante do povo fazer pelo povo... saneamento básico... educação... saúde... tentar resolver isso... isso é o principal... então eu acho... que nós temos que se:: mover de alguma forma... e a única forma que eu vejo... já que nós pelo menos... tipo assim... nós temos (uma certa)/ como diz? nós somos zero vírgula::... três por cento... eu acho que... da população... que nós chegamos à universidade... chegamos a se formar... então... tentar passar isso pras outras pessoas... por isso que eu... meu ponto básico... é esse... é... economia...resolver a economia que o resto a gente resolve...
    E: obrigada... André...
    I: (esse obrigado)
Parte oral
1993
  • “furo” com o Arruda.No dia 06/08/93, eu, o André dos Santos Moreira, fui rever as pessoas do estagio, do qual trabalhei na empresa Light na função de programador visual por 1 ano e 2 meses, e lá ao chegar, já havia um novo estagiário, mas na parte de administração de empresa, e eu sem saber quem era o rapaz, meu antigo supervisor começou a sacaniar o estagiário falando assim: “olha o arruda aí André” e eu “arruda que eu saiba é [a:só] pra tirar olho grande”,pois na verdade o sobrenome dele [a:mesmo] era arruda, e era crente de uma dessas igrejas evangélicas que tem por aí.(06/08/93)
  • No dia 16/7/93 eu estava malhando na academia, que logo após o términohaveria um churrasco e umas cervejas, [a:só] que essas cervejas eram várias caixas, e todo o pessoal encheu a cara, e foram parar num bairro próximo que se chama Jesuítas, e lá beberam mais.Nesse trajeto entre a academia e o bairro Jesuítas,eu fui [a:primeiro] para minha casa tomar um banhoe um amigo me seguiu, esperou para juntos irmos para Jesuítas.E lá ao chegar já haviam bebido 21 cervejas o pessoal da academia, pois eu e meu amigo iníciamos a beber, passou certas horas e uma parte do grupo quis voltar para o bairro onde mora, que é Santa Cruz, [a:só] que o carro em que eles voltaram é uma caminhonete, e um amigo meu chamado Jardel, que estava sentado na parte traseira deste carro caiu dele e bateu a cabeça no asfalto, tiveram que levar para um hospital próximo que não adiantou e teve que ser transferido para o hospital do Galeão, onde ficou e passa bem.(07/08/93).
  • A parte da minha casa em que mais gosto é a sala-de-estar, pois é nela que se tem um cantinho e uma luminária que é ideal para se ler um livro, assistir um filme etc.É neste cantinho do qual faz parte a poltrona que é toda em alvenaria, que compõe também a sala;um bar em alvenaria, uma estante embutida feita de madeira, uma cristaleira clássica para contrastar o rústico, um ventilador de pá com luminária que é a salvação no verão, uma televisão e um vídeo que nos dístrai com notícias vindas do mundo inteiro, e também, na sala-de-estar é que se recebe as visitas, que confratermiza em épocas de festas etc.(07/08/93).
  • Uma das coisas em que mais gosto de fazer é um bom strogonof, pois me distrai fazendo e é uma delícia, já que para mim é o prato predileto, e a receita é fácil basta colocar numa panela 500 gs de carne picada com bastante cebola, tomate e pimentão com pouquinho de água, alho e sal, logo após milho, palmito picado, cogumelos, ervilhas;tudo na medida do qual achar melhor, pega-se depois a lata do creme de leite que já estará na geladeira retirando-se o soro, e colocando toda a quantidade do creme na panela, misturando tudo, pois se notar que ficou grosso o caldo, coloca-se mais água e prove, caso falte sal ou qualquer outro ingrediente, basta acrescentar ao seu gosto, não esquecendo de colocar azeite e massa de tomate,e é [a:só] abaixar o fogo e deixar cozinhar por um tempo, até em que a carne e os outros ingredientes estejam moles, pois aí está um delicioso prato (08/08/93).
  • A situação econômica do qual o país passa é desesperadoura, pois você vê de tudo nele: mortes, fome, miséria, desemprego etc;e o ponto para resolver tudo isso é arrumar a economia do país, pagando as dívidas externas e acertando a política.Pois [a:só] um país arrumado [a:politicamente] sem conchavos, crimes do colarinho branco etc;fará com que o Brasil se torne uma grande nação respeitada por todo o mundo, e partindo desta política econômica, [v:atingir] [p:de] [a:imediato] à saúde, a educação e à moradia é o objetivo ideal de um país que preten ser vitorioso.(09/08/93).
Parte escrita
1993

  • E: diz pra mim o seu nome... aonde você estuda... qual o curso que você faz e em que período você está...
    I: meu nome é Daniel... eu estudo na PUC... faço desenho industrial e estou no:: nono período...
    E: você se forma esse ano?
    I: me formo no final do ano... se tudo correr bem ((riso de E))
    E: e::... Dani... conta pra mim uma história... que você tenha achado/ uma história que tenha acontecido com você... que você tenha achado ou engraçada... ou triste... ou constrangedora...
    I: tem que responder agora? ((riso)) engraçadão... pô... no dia que teve a formatura do meu primo quando ele... terminou... o segundo grau... a gente foi pra festa e::... tinha uma porção de amigo nosso na festa... aí a gente bebeu pra caramba ((riso)) aí saiu da festa/ quando acabou a gente saiu da festa... foi pra um outro bar... ainda... lá em Botafogo... aí terminamos a noite... a gente pegou o carro pra voltar pra::... pra casa... aí eu alucinado... pô... vim alucinado com o carro... aí no meio do Rebouças... aí bati num Voyage ((riso)) perdi a direção do carro e fui raspando o carro pelo paredão do túnel assim... uns cem metros... aí eu parei o carro e pô... a garota que estava comigo... desesperada... que a foligem tinha ( ) crioula... assim legal ((riso)) aí eu tentei sair com o carro não tinha jeito... o carro quebrou tudo... aí... pô... saltei do carro pra... pedir ajuda... né? aí eu comecei a andar... aí na minha frente ((riso)) tinha um... um Voyage parado... batido também... aí eu fui conversar com os caras do carro... né? pô... vem ((riso)) eu doidão... não me lembrava de nada da batida mais... aí eu cheguei pros caras e perguntei “pô... cara... tu bateu com o carro aqui também? que coincidência...” aí o cara veio pra cima de mim... querer me bater... aí ((riso)) aí era um coroa já... o cara estava saindo da mesma festa que a gente... aí... a esposa dele... pô... segurou o cara... pô ((riso)) aí/ mas... teve mais coisa ainda... que a gente sa/ aí eu voltei pro meu carro... né? aí chamei o meu primo pra gente telefonar pra:: pra casa... pra alguém chamar o reboque... né? aí a gente continuou andando... aí foi... por entre os túneis... né? e ali/ pô...a gente ligou... [a:só] que ali tem um baile funk... aí... pô... a gente arrumado... de blazer... gravata... e os crioulos do baile ((riso)) começaram a juntar a maior muvuca assim... né? na porta do baile e a gente em frente assim... né? ao negócio... aí... pô... daqui a pouco um negão lá gritou ...pô “pega os mauricinhos... pega os mau” ((riso)) aí a gente saiu correndo... cara... aí... pô... entrou na entrada errada... em vez de pegar pra dentro do túnel a gente pegou como se estivesse indo pro outro lado... aí teve que passar pelo matagal ainda ((riso)) o maior desastre... aí minha mãe chegou... com o reboque... aí eu fui pra casa ((riso))
    E: [a:só] isso? I: só...

  • E: e::/
    I: agora... espera aí... deixa eu pensar mais um pouco... o próximo...
    E: eu queria que você contasse pra mim agora... uma história que alguém tenha te contado... que você não tenha vivenciado... e:: que tenha achado... ou engraçada... ou triste... ou constrangedora...
    I: pô... um amigo meu... o Alexandre/ tem um mês... tem um mês isso... saiu... né? com a namorada dele... e mais uns amigos... aí... pô... eles foram pra uma festa... aí a festa acabou cedo... era duas horas... eles... eles saíram da festa... e ele deixou a namorada dele em casa... e foi com os amigos dele pra uma outra festa ainda... de um:: amigo dele do colégio... aí eles chegaram na festa quase três horas... tinha acabado já::... a cerveja... tinha acabado a bebida toda... né? e os caras na... na maior pilha ainda... querendo beber... não sei o quê... aí os/ o dono da festa falou pra eles irem comprar mais que ele dava até o dinheiro... aí eles pegaram os ((riso)) os cascos... né? o engradado de cerveja... e... desceram... pegou/ o Alexandre pegou o carro dele e foi... comprar cerveja... aí estava descendo pela Conde de Bonfim... né? e ia dobrar... numa rua à esquerda... que era contramão ((riso)) pra ir no/ na... na padaria que estava aberto lá pra comprar cerveja... no bar que estava aberto pra comprar cerveja... aí ele... pô... ligou a seta... reduziu... quando ele virou pra esquerda pra cruzar a Conde de Bonfim... vinha um táxi... ((interrupção de colega de trabalho)) vinha um táxi correndo pra caramba... e bateu... na porta dele... do lado dele assim... acabou o carro... pô... ele se machucou na cara... cortou a cara... entrou vidro dentro do olho dele...mas não chegou a se... a se [v:ferir] [a:gravemente] não... foi [a:só] assim [a:leve] ... né?e pô:: o mais engraçado é que ele saltou do carro... pô... putão... e o motorista do táxi tranqüilíssimo... ligando já pra::/ pegou o rádio lá que tem no táxi e ligando lá pra Central... pediu reboque e não sei o quê... não deu nem atenção pra ele... aí pararam ((riso)) parou uma porção de tá::xi... aí os caras do táxi começaram a arrumar confusão... com ele... pô... ele falou que... os caras do táxi falando pra ele assim “pô...ninguém vai pagar teu prejuízo [a:mesmo] ... sai fora” ((riso)) e::...e não pagaram [a:mesmo] não... o cara/ veio a polícia... registraram a ocorrência... o próprio policial falou que não adiantava nada que...entrar na justiça... demora anos... e [a:dificilmente] a empresa de táxi vai pagar...você [a:só] leva prejuízo... e... e o carro dele acabou... o seguro... deu perda total no carro dele ((riso)) se ferrou...
    E: mas ele também estava errado... né? entrar na contramão...
    I: não... ele estava errado... mas o táxi veio cortando pela contramão também... o cara do táxi que estava mais errado do que ele ainda... e tanto o policial falou que o cara/ele tinha toda chance de ganhar no tribunal ... [a:só] que... pô... ia demorar anose::... no final a companhia ainda ia recorrer... se bobear ne... nem pagava... daí como o carro dele está no se/ estava no seguro... ele não/ acabou não entrando pra Justiça... deixou pra lá... aí a seguradora essa semana deu perda total no carro dele ((riso))

  • E: e::... Dani agora... conta pra mim/ ((riso)) descreve pra mim... o:: lugar onde você mais gosta de ficar...
    I: o lugar que eu mais gosto de ficar? é::/ pô... o lugar que eu mais gosto de ficar é no meu apartamento lá no Recreio... descrever o quê? como assim?
    E: como é que ele é?
    I: pô ((riso)) é um apartamento legal... meu pai comprou... pra mim e pro meu irmão... é pequeno... não é grande... tem dois quartos... está sendo decorado ainda... não terminou ((riso)) a decoração.... e::... pô... o que que tu quer saber? eu não sei...
    E: ah... como é a parede ((riso de I)) como é o chão... o que que tem de:: de móveis... e tal...
    I: a parede ((riso)) as paredes todas são... brancas... pô... o chão é de tábua corrida... tem uma passagem assim maneira da cozinha pra sala... com um balcãozinho... que a gente vai fazer um bar ali... e pô... a decoração estão comprando todos os móveis lá na Tok & Stok... estou gastando a maior grana ((riso)) mas tá ficando legal... minha mãe me ajuda também... dá uns toques lá... que ela... gosta desses negócios de decoração... e é ( ) eu gosto de lá... tem um sonzinho... não tem televisão... nem computador ((riso)) não tem cama também... [a:só] tem uma cama de casal((riso)) e o colchão... colchão tem... e aí? mais o quê? ((latido de cachorro))
    E: o que mais? [você que me diz... ué...]
    I: [o que mais ( ) quer saber?] pô ((riso)) ah... sei lá... pô... o que que tu quer saber?E: ah... tá bom assim [a:mesmo] ...
    I: não... fala aí... fala que eu digo... (que eu) não sei ((riso))
    E: sei lá... o sofá:: ((risos))
    I: [a:só] tem sofá... não tem mais nadana sala também... está meio precá/ ah... não... tem mesa... está [a:meio] precário ainda... mas está melhorando... tem ventilador nos quartos já... que não tinha... no teto... botou o lustre na sala também... você não viu ainda... né?
    E: não ((risos))
    I: [a:só] isso... não tem mais nada...tem geladeira... fogão... apartamento normal ((risos)) não tem microondas...
    E: ah:: que pena ((riso))

  • E: e::... me diz o que que você mais gosta de fazer... e me explica como é que se faz isso...
    I: pô... o que eu mais gosto de fazer é jogar sueca...
    E: como é que se joga?
    I: pô... sueca... pô... é um jogo de cartas... você joga com um baralho do::... do::... do::/ caramba... quais são as cartas? do:: do sete ao/ não... sem o oito... o nove e o dez... baralho completo... sem o oito... o nove e o dez... é... ah... e o ás é a carta que vale mais... seguida do sete... o:: rei... valete... dama...e os números não valem pontuação... [a:só] valem/ não fazem ponto... não valem nada... e::... joga sempre em duas duplas... uma contra a outra... né? e:: ((riso)) um naipe e o: cara que distribui a... a carta... eles... puxam a... carta de cima do baralho ou a de baixo... é o naipe que fica sendo o trunfo... o trunfo serve pra... quando você não tiver a carta do naipe que está na mesa... você corta o::/ corta o jogo... e sueca ela é legal porque você rouba pra caramba... entendeu? [a:só] não pode deixar a dupla adversária perceber((riso)) aí... pô... quando tem o maior jogão na mesa... um ás... um sete...pô... você [a:só] tem uma carta do naipe... você... pode blefar... pode renunciar... e corta o jogo... aí... pô... [a:normalmente] a dupla adversária não percebe... no final do jogo esqueceu já... e ((riso)) (não se dá) conta que tu está roubando pra caramba... tem outras maneiras de roubar também... tem um amigo meu que... pô...puxa a carta que já saiu e [v:joga] [p:de] [a:novo] ((riso))
    E: ninguém percebe também?
    I: ninguém percebe... ele vai arrumando as cartas e deixa sempre uma carta alta... em cima do bolo que está embaixo já...aí puxa/ mas isso [a:só] quando neguinho já está [a:muito] bêbado também... porque... pô... jogo com todo mundo sem estar bebendo... não dá pra roubar muito porque... uma hora alguém percebe ((riso)) ainda mais roubando assim... renunciando não... renunciando tu pode renunciar à vontade que... uma vez ou outra assim só... que eu::/ a outra dupla percebe... e sueca é divertido por causa disso... né? uma dupla perde... aí entra outra... e... sempre fica::/ eu sempre fico na mesa... porque eu sempre ganho no jogo...
    E: sempre rouba... né? ((latido de cachorro))
    I: jogo pra caramba ((riso))
    E: rouba pra caramba...
    I: eu hoje faço dupla com meu primo... meu primo joga também todo dia na faculdade... aí a gente está imbatível... ninguém mais ganha da gente ((riso)) já temos toda a sinalização... quando ele sai com o ás do trunfo ele já sinaliza... quando ele/ ((riso)) quando eu posso j/ quando ele está com o ás... por exemplo... o cara que joga... antes dele... jogou uma carta de um naipe que não foi o ás... aí ele já sinaliza pra mim quando ele tem o ás... aí eu já sei que eu posso jogar uma carta alta... que a ( ) ((riso))...o jogo é nosso [a:mesmo] ...
    E: bom saber disso... quando eu jogar com você ((risos))
    I: mais o quê? acho que é isso sueca... né?
    E: uhn... uhn...

  • E: e::... Dani agora::... me diz a sua opinião ((risos)) ou sobre a situação política... ou econômica... ou da educação no Brasil...
    I: qualquer uma? eu escolho uma [ou tenho que falar das três?]
    E: [não... escolhe uma...]
    I: pô... eu vou falar então ((riso)) da situação... econômica do Brasil... o Brasil... pô...primeiro mundo... uma super potência... está [a:muito] rico((riso)) eu estou abrindo um escritório agora com três sócios... estou ganhando fortunas de dinheiro assim... vou ficar milionário em um ano ((riso)) não... a situação econômica no Brasil está pior do que::... do que nunca... nunca esteve tão ruim assim... a inflação está aumentando... pô... esse governo é uma porcaria... eu acho que devia ter sido eleito um outro governo... porque esse daí não/esse Itamar é:: brincadeira... é [a:muito] ruim...não está:: conseguindo nada [a:mesmo] ... o cara não tem a menor noção do que ele tinha que estar fazendolá...é uma anta [a:completa] ... e [a:totalmente] desespera/ despreparado pra ser presidente... depois... não tem o menor controle mais sobre a economia... a inflação voltou a aumentar... os... pô... empresários não:: tem nem/ não sabem nem o que fazer... porque o cara não define um plano... econômico pro país...depois... isso é [a:muito] ruim... porque se tivesse um plano já definido... até investimentos estrangeiros podiam vir pro::... pro Brasil... né? o Brasil é apontado hoje em dia no mundo inteiro como um dos piores lugares no mundo pra você investir... investir::/ fazer um investimento... né? as pessoas preferem investir até na África... pô... no/ na Ásia do que investir no Brasil... o que não era... na década de setenta o Brasil era apontado pelos Estados Unidos como o país mais promissor do mundo pra::/ pros americanos investirem no exterior... né? hoje em dia não...hoje em dia... o Brasil é apontado como um dos piores... [a:só] perde pra Iugoslávia que está em guerra civil((riso)) pra Etiópia... [a:só] perde pra coisa assim...até o::/ até Paraguai... Uruguai... assim... Bolívia... eu li uma reportagem que... pô... todos os países da América Latina tão melh/ são... apontados na frente do Brasil pra... pra... quando o americano vai fazer investimento... em outro país... e além do mais esse Itamar quer vo/ fazer voltar o Fusquinha que é um/ ((riso)) é uma carroça...é uma coisa [a:totalmente] assim fora de época...
    E: já reservou o seu? ((riso))
    I: não... e aí? mais o quê?E: [a:só] isso...
    I: mas ( ) continua falando?
    E: se você quiser ((riso))
    I: sei lá... falar mais o quê? não sei...e pô... e está duro [a:mesmo] ... porque a gente/ o que eu falei é verdade... a gente está abrindo um escritório... e pô...tudo é [a:muito] difícil no Brasil... pra você conseguir fazer qualquer coisa... tem a maior burocracia...as pessoas não estimulam você a fazer nada [a:mesmo] ... né?parece que querem que você fique em casa assim dormindo e não produza nada... porque... qualquer coisa que você vai fazer você morre numa grana... tem que pagar::... extra por fora... cada vez pior essa porcaria... não vai melhorar nunca ((riso))E: [a:bom] ... então obrigada... tá?Dani....
    I: de nada... quando precisar...
    E: disponha ((riso))
Parte oral
1993
  • No final de 1991 meu primo André se formou no 2o grau e a sua festa de formatura foi no Círculo Militar.Durante a festa eu ele e um amigo nosso, o Marcelo, bebemos todas eno final da festa nós estávamos [a:bastante] alcoolizados.Depois da festa nós fomos no meu carro para uma choperia em Botafogo para tomar a saideira [a:junto] com a Andréia que veio com a gente.Depois do bar, nós resolvemos ir para casa, no Grajaú.Eu peguei o carro e fui dirigindo [a:alucinadamente] até que no Rebouças, um Voyage surgiu na minha frente e eu não pude desviar.Depois da batida eu perdi a direção do carro e ele foi se arrastando uns cem metros pelo paredão do túnel.A Andréia que estava do meu lado e com o vidro aberto, ficou desesperada, porque além do nervosismo da batida, a fuligem e a sujeira do paredão voou toda na cara dela eela estava [a:toda] preta.Ela começou a gritar para eu tirar o carro dali e ir embora, [a:só] que o carro não andava de jeito nenhum.Depois de várias tentativas eu saí do carro para pedir socorro e comecei a andar pelo túnel, mais na frente eu encontrei um carro parado e fui conversar com seu motorista: - E aí você bateu também?E o cara veio para cima de mim reclamando: - Pô meu camarada você que bateu no meu carro!Vendo que eu ia me dar mal eu comecei a andar de volta para o outro lado do túnel e fui com meu primo ligar para casa em um orelhão que tem entre os túneis.Assim que eu terminei de falar no telefoneeu reparei num pessoal [a:meio] estranho que estava saindo de um baile Funk do outro lado da rua.Nós todos estávamos bem vestidos, de blazer, gravata, sapato e calça sociais elogo eu percebi que a gente ia se [v:dar] mal [p:de] [a:novo] .Foi [a:só] eu pensar isso que um negão gritou: - Vamos pegar os mauricinhos!A gente saiu correndo, pegamos a passagem errada e tivemos que descer por um matagal até conseguir voltar para o túnel.Ao [v:chegar] [p:de] [a:novo] ao carro, o reboque já tinha chegadoe [a:rapidamente] o carro [v:foi rebocado] .Logo depois meus pais chegaram e levou a gente para casa.A Andréa quando chegou em casa, às oito horas da manhã, encontrou o pai dela já acordado, e ele não acreditou no que estava vendo: - Minha filha você está preta!- É eu bati de carro.- O que você bateu com o meu carro!- Não pai foi o Daniel que bateu com o carro dele.- Ah bom!Vai tomar banho e durmir.
  • Meu amigo Alexandre tinha saído para uma festa [a:junto] com dois amigos e a namorada.A festa terminou às duas,ele deixou a namorada em casa e [a:junto] com os dois camaradas foi outra festa do pessoal que estudava com ele no 2o grau.Quando ele chegou na festa a cerveja já tinha acabado e o Alexandre teve que comprar mais cerveja.Ele pegou o carro e começou a descer a Conde de Bonfim na Tijuca ao chegar na rua que ele ia comprar a cerveja ele reduziu a velocidade ligou a seta e dobrou cruzando a pista da esquerda.Assim que o carro começou a cruzar a pista um táxi veio pela contra-mão correndo muito e bateu na porta do Alexandre.O vidro da porta estorou e voou na cara dele, [s:ele] não se [v:machucou] [a:seriamente] mas a sua cara ficou [a:toda] cheia de sangue.Logo após a batida começou a juntar um monte de motoristas de táxi querendo intimidar o Alexandre, até que chegou um carro da polícia.Os policiais falaram que o motorista de táxi estava errado mas que não valia a pena discutir porque [a:dificilmente] as companhias de táxi pagam alguma coisa.Como o carro do Alexandre estava no seguro ele resolveu [a:mesmo] não discutir e deixou o motorista do táxi rebocar o carro embora.Semana passada a oficina da seguradora enviou o laudo para o Alexandre, seu carro vai pro ferro velho, a seguradora deu perda total.
  • O lugar que mais gosto é o meu apartamento no Recreio, ele não é grande, tem uma suíte, um quarto, mais uma sala, cozinha e banheiro de empregada, não tem quarto de empregada.O apartamento é [a:bastante] novo, tem pouco mais de um ano, suas paredes são todas pintadas de branco e o piso da sala e dos quartos é de tábua corrida.Toda a decoração sou eu quem está fazendo, e eu acho que está ficando legal apesar da grana que meu pai está gastando, os móveis são todos da Tok Stok, as luminárias são todas com lâmpadas dicroicas, etc.Lá não tem ainda televisão, mas já tem um som legalzinho.Eu não tenho usado muito o apartamento agora, eu o uso mais para fazer pequenas reuniões com meus amigos da PUC.A última coisa que a gente colocou lá foram ventiladores de teto nos dois quartos.
  • A sueca é um jogo de cartas para ser jogado por duas duplas.O baralho não é completo, são retirados o oito, o nove e o dez.A carta que mais vale pontos é o az seguida pelo sete, rei, valete e dama.O dois, o três, o quatro, o cinco e o seis não valem pontos.Os jogadores de uma das duplas embaralham e cortam o monte de cartas e um dos jogadores da outra dupla distribui as cartas.Este jogador virará a primeira ou a última carta do monte e o naipe desta carta será o trunfo.O trunfo serve para cortar o jogo que está na mesa,mas [a:só] pode ser usado quando o jogador não tiver nenhuma carta do naipeque está sendo jogado.Os jogadores podem roubar e cortar com um trunfo um jogo [a:mesmo] que ele tenha o naipe, mas se a outra dupla perceber o jogo acaba, isto se chama renúncia.Existem outras maneiras de se roubar na sueca,quando [s:as duplas] [v:jogam] sempre [a:juntas] , e os parceiros podem combinar diversos sinais para avisar quando o jogo está bom ou não, quando o az de trunfo está com ele, quando o parceiro pode jogar qualquer carta que o jogo já está ganho, etc.
  • Neste momento o Brasil atravessa a maior de todas as crises econômicas pelas quais já passou.Apesar da economia estar demonstrando uma pequena melhoria nos últimos meses,a inflação assim como o desemprego continuam [a:muito] altosmostrando que o país não se recuperou da devastação do governo Collor.O país perdeu dez anos em relação ao seu desenvolvimento, existem alguns setores da economia que na última década reduziu suas atividades.Isto num país cuja população não para de crescer tem efeitos catastróficos.Hoje em em dia eu vejo queuma pessoa entrando no mercado de trabalho tem [a:muito] menos chances de conseguir um resultado satisfatório do que meus pais tiveram a trinta anos atrás na década de sessenta.Não é nada agradável saber que a gente vai ter que trabalhar muito para ganhar um mínimo para poder [v:viver] [a:razoavelmente] .
Parte escrita
1993

  • I: [a:bom] ... meu nome é Érica...
    E: você estuda aonde e faz [que curso?]
    I: [eu...] eu estudo na PUC:: desenho industrial...
    E: qual período que você está?
    I: eu estou no sétimo período...
    E: eh:: Érica... eu queria que você me contasse uma história que tenha acontecido com você que você tenha achado engraça::da... tris::te... ou constrangedora...
    I: eh:: tem u... uma coisa que...não sei se foi [a:exatamente] engraçada... mas foi uma coisa que me surpreendeu... e:: uma coisa que me levou a rir... no dia seguinte... ou no mesmo dia... né? que eu tinha um seminário pra apresentar na faculdade... tinha uma matéria chamada::... análise de texto acadêmico... e::... eu ia falar sobre::... mitos... alguma coisa ligada a mito... e eu não tinha/ estava sem tempo de preparar esse seminário... e:: tinha/eu tinha uma:: parceira de grupo também... [a:muito] falante... mas também estava sem tempo pra preparar... o seminário... e eu sei que a gente tinha umas duas ou três semanas pra:: preparar e... nada... na véspera eu falo com ela no telefone e pergunto “Ana Paula... você preparou alguma coisa?” ela falou “não... mas pode deixar que eu estou lendo agora o texto...” ((riso)) eu falei “não... então eu também vou ler agora o texto e vamos ver... se a gente consegue adiar... pro dia seguinte...” aí... mal eu terminei de ler/ terminei de ler o texto no dia seguinte de manhã... ela também... aí a gente chegou lá... não houve jeito de adiar... o seminário... aí a gente começou a apresentar... e:: Ana Paula ela tem assim/ ela fala... muito... eela tem um... poder de persuasão assim [a:muito] grande... então a gente começou a falar:: e começou a ter participação da... da sala... né? do pessoal... dos alu/ dos outros alunos... e da professora também... e eu sei queno final a professora virou pra gente e deu parabéns porque o trabalho foi [a:muito] bem feito((riso)) que a gente devia... escrever sobre o assunto que a gente estava falando... que foi assim o:: melhor seminário... e a gente tirou dez ((risos)) foi uma coisa que::/ depois a gente riu muito porque a gente não tinha preparado nada... né?
    E:fez em cima da hora e... [v:deu] [a:certo] ...
    I: em cima da hora...

  • E: e::... agora eu queria que você contasse pra mim... uma história que alguém tenha te contado... você não estivesse presente... alguém te contou depois... que você achou engraçada... ou triste... ou constrangedora...
    I: eu vou contar uma história triste... eh::... o:: meu marido tem um amigo... que::... ele era:: esportista... acho que ele era nadador... profissional... e ele/ apareceu um::... um... negócio nas costas dele que ele não sabia o que que era... aí ele foi ao médico... aí o médico olhou e falou que era uma doença lá... alguma coisa que ele ia ter que o/ eh... fazer uma cirurgia... e era uma cirurgia simples... mas que não tinha ainda na época uma tecnologia... que pudesse::/ que ele pudesse fazer essa cirurgia no Brasil... então ele ia ter que ir à França...e o médico dele foi à França... [a:justamente] por causa dele... que era um caso raro... e:: o/ quem ia operar ia ser o próprio médico dele... mas orientado por uma equipe francesa... então o médico dele foi primeiro... e::eles estudaram o caso lá desse rapaz... eh::... [a:só] que o médico teve que voltar antes... e depois ia(m) retornar à França com o rapaz pra cirurgia... aí esse rapaz foi ao consultório do médico... assim que:: o médico chegou no Brasil... e o médico falou que não... que ia tentar fazer a cirurgia aqui... e já não deixou ele sair... ir pra casa... mas ele falo/ e o rapaz falou “não... mas... não era pra gente fazer a cirurgia lá:: com a equipe?” ele falou “não... não... eu já aprendi tudo com eles... eu vou fazer a cirurgia” aí o rapaz... na ingenuidade dele... deixou... aí:: eu sei que o rapaz foi pra lá dirigindo... né? fez a cirurgia... e:: ficou paralítico... eh:: o médico/ a família nem processou o médico... mas era um caso de processo porque a/ quem/ a equipe/ tinha que ser feito em equipe... e a equipe era/ estava na França... e:: o rapaz ficou paralítico... quer dizer o lado... o lado bom é que hoje ele é campeão... de:: natação... né? de:: paraplégicos... já foi à olimpíada e tudo... tem um monte de medalha... quer dizer... isso não/ ele não parou de nadar por causa disso... levou adiante... mas hoje está numa cadeira de roda... né?
    E: quem te contou essa história?
    I: foi::... foi o meu marido ou foi um amigo do::/ um outro amigo dele...

  • E: e::.. agora eu queria que você descrevesse pra mim... como... como é que é... o::... o lugar onde você mais gosta de ficar na sua casa...
    I:é aqui [a:mesmo] onde eu estou((riso))
    E: na sala?
    I: na sala... nessa cadeira...
    E: então me descreve como é que é a sua sala...
    I: minha sala não tem muitos móveis... a gente... tem um te/tem um/ uma televisão... tem um aparelho de som... tem vídeo... ah... não... tem a rede também... (fico) entre a rede e essa cadeira aqui... eh::... a cadeira é o melhor lugar pra estudar... a rede é o melhor lugar pra ver televisão... não tem nada em volta... tem uma mesinha pequena... uma luminária de pé... uma televisão que fica no carrinho porque a gente pode levar... pra qualquer canto da casa... agora a melhor coisa é ficar sentada nessa cadeira escutando música com... com a luz da luminária na metade ((riso)) à meia luz... ou então na rede... escutando música...

  • E: e::... agora eu queria que você::... me dissesse como é que se faz alguma coisa que você sabe fazer... alguma comida... que você sabe fa/ cozinhar... ou algum jogo que você sabe jogar...
    I: é::... descrever um processo?
    E: uhn... uhn...
    I: ah... cozinhar... eu gosto de cozinhar mas vou falar outra coisa mais... assim... que eu dou aula de arte... pra criança... né? posso ensinar a fazer uma florzinha?
    E: pode... se não for difícil...
    I: não... é mais fácil do que... falar de/ comidaé mais difícil de... de explicar por etapa... [a:bom] ... eh::... eu sei fazer uma florzinha de papel crepom... por exemplo... que a gente fez no dia das mães... você:: escolhe umas duas cores de papel... duas cores contrastantes... e corta um::/ uma tira de uns::... trinta centímetros por::... cinco ou seis... de cada cor... eh::...um palitinho de churrasco cortado ao meio ou então um palitinho [a:mesmo] de:: pirulito... durex... ah...e papel crepom verde também pra fazer as/a folhinha... [a:bom] ... você vai franzir essa tira colorida...pra fazer a pétala...você pode cortar... em formatos diferentes... né? a tira... ou deixar inteirinha [a:mesmo] ... [a:só] franzir... em volta do palito...aí você segura... pega outra cor... e vai franzindo por fora... em volta do... do que você já franziu antes... eh::... aí você prende com o durex... no palito... aí passa... papel crepom verde... a tirinha de papel crepom verde... em volta do palitinho... com cola... prende embaixo... corta uma folhinha verde... prende no palitinho... a folhi/ a florzinha está pronta... se quiser fazer um miolinho... você faz uma bolinha... de papel crepom de qualquer cor... cola no meio... aí pode botar purpuri::na... qualquer coisa dessa... aí está pronta a florzinha...

  • E: e::... agora eu queria que você me dissesse... qual é a sua opinião... ou sobre a situação política... ou da economia... ou da educação no Brasil...
    I: eh::... deixa eu falar da educação... a educação está indo de:: mal a pior ((riso)) eu acho que está todo mundo vendo... né? eh::... os estudantes estão sem dinheiro pra pagar a faculdade... a faculdade está sem dinheiro pra manter a instituição... os professores estão recebendo mal... estão ganhando mal... eh::... tem muitos centros acadêmicos que estão fechando... ou estão... so/ eh::... sofrendo uma ameaça... né? como é o:: Centro Tecnológico da PUC que::... sempre foi o maior do... do Rio de Janeiro... um dos maiores do Brasil...está [a:completamente] sem verba e ameaçado de fechar até o final do ano... quer dizer... se uma:: universidade do porte da PUC... está passando por isso... imagina as federais... em que estado não... estão.... né?não [a:só] ::... a nível do... do... do sistema [a:mesmo] acadêmico.... como:: os prédios... a manutenção dos pré::dios... imagina como (não) estejam... se a PUC já não tem sabonete nos banheiros ((riso)) nem papel higiênico... imagina as federais... e::... é uma coisa que estou percebendo...que não está [a:só] a nível de... de::/ nível universitário...nos próprios colégios [a:mesmo] ... eh::... a remuneração dos professores é [a:muito] baixa... e:: os pais estão cada vez com menos condições de pagar o curso pros filhos... muitas crianças estão... passando pro sistema público... que não tem condições... eh::... de::... ter tantos alunos... já não tem condições de manter os alunos... que não podem pagar... escola particular... quanto mais esses que estão saindo das escolas particulares... né?eu acho que a tendência agora é [a:só] piorar... não sei a... a que ponto nós vamos chegar... mas é uma coisa que me preocupa muito... que daqui a alguns anosvai ser [a:praticamente] impossível você entrar numa faculdade... a não ser que seja federal... [a:mesmo] assim... que tipo de ensino a federal vai poder... eh::... oferecer daqui a alguns anos... também?e é isso... eu acho que é no momento... é::... é o que mais me preocupa... acho que política ((riso)) nunca esteve em ordem... né? acho que... política no Brasil sempre foi... eh::... cheia de altos e baixos... mais baixos... do que altos... e é uma situação que se mantém há tanto tempo que não tem nenhuma... novidade não ((riso))
    E: então tá... obrigada Érica...
    I: de nada...
Parte oral
1993
  • Aconteceu uma coisa comigo uma vez, que eu não sei bem se é engraçado, mas foi pelo menos inesperado: Eu tinha que apresentar um seminário, não me lembro bem de que, com uma amiga, numa aula de análise de texto acadêmico.Acontece que nem eu, nem ela, tínhamos tempo para preparar o tal seminário,e [a:só] fomos ler o texto do assunto na noite anterior.No dia seguinte eu estava nervosa e ela nem tanto.Tentamos adiar a apresentação mas não teve jeito, tivemos que apresentar.A minha amiga fala bastante e [a:muito] bem, e nós tínhamos certo conhecimento do assunto, então aconteceu que o seminário foi super polêmico e [s:todos os outros alunos] [v:participaram] [a:interessados] .No final a professora elogiou muito o nosso trabalho, dizendo que deveríamos escrever sobre o assunto, e nós acabamos tirando um dez!
  • Não sei se eu me lembro bem dessa história.Meu marido tem um amigo que era campeão de natação, tinha várias medalhas, era um atleta.Um dia surgiu um caroço, ou qualquer coisa parecida, nas suas costas, ele foi ao médico.O caso era simples porque o caroço ainda estava pequeno, mas não existia ainda tecnologia para este tipo de cirurgia no Brasil.O médico estava sendo treinado por uma equipe francesa para realizar este tipo de cirurgia.Ele foi a França com o médico e o caso foi analisado pelos médicos de lá.Decidiram que toda a equipe iria participar da operação, que eu não lembro se ia ser lá ou aqui.Eles voltaram ao Brasil, e uma outra vez o rapaz foi ao hospital falar com o médico e este resolveu fazer a cirurgia sozinho, porque ele já tinha aprendido tudo com os franceses.Então ele fez a operação no rapaz e errou, ele ficou paralítico.A família, apesar de ter ficado chocada, não processou o médico.Hoje o rapaz ainda é um atleta e já participou das olimpíadas para deficientes físicos.
  • O lugar que mais gosto de ficar é a sala, sentada nesta cadeira preta, escutando música, ou então na rede.A sala não tem muitos móveis, [a:só] uma rede, uma mesinha de metal preta,uma cadeira de couro e madeira, quatro de metal preto que [a:geralmente] ficam fechadase esta cadeira que eu gosto.Tem também um aparelho de som, uma televisão e um carrinho de televisão.Tem vídeo e uma estante de madeira baixa, com dois porta retratos e um vasinho de louça.Tem também uma bicicleta ergométrica e um monte de caixas.O chão é de taco e não tem tapete.
  • Pra fazer uma flor, precisamos de duas cores de papel crepom, para as pétalas, papel crepom verde, para as folhas, um palito de pirulito ou de churrasco cortado ao meio, durex, cola e tesoura. [a:Primeiro] a gente corta as pétalas, feitas de tiras de mais ou menos 5cm.Fica mais bonito se as pontinhas do pedaço de crepom for picotada ou cortada em forma de pétalas.Passa-se cola no palito e então enrola-se uma tirinha fina de papel verde para fazer o caule.Aí, então, é [a:só] sanfonar, franzir as tiras coloridas numa extremidade do palitopara fazer as pétalas que vão ser presas ao palito com durex.Depois é [a:só] colar um pedaço de papel verde no formato de folha no palito, e se quiser, pode amassar um pedacinho de papel colorido e colar entre as pétalas para fazer o miolo.
  • O problema da educação está piorando cada vez mais.Daqui a pouco ninguém mais vai poder cursar faculdade, porque as mensalidades estão altas demais.As universidades públicas não tem verba e estão caindo aos pedaços, além dos professores quase não darem aulas, e as particulares, cobram um absurdo de mensalidades e, nem por isso, oferecem melhores condições ao alunos e professores.Os professores reclamam o salário baixo de um lado e os alunos reclamam as altas mensalidades do outro.As crianças que estudavam em escolas particulares estão passando para as públicas, que já não tinham condições de atender às crianças carentes.Se as coisas continuarem assim ninguém mais vai estudar nesse país.
Parte escrita
1993

  • E: me diz o seu nome... [eh:: aonde/]
    I: [Jorge Luiz /]
    E: seu nome...
    I: Jorge Luiz...
    E: aonde você estuda?
    I: Universidade Gama Filho...
    E: qual o curso que você faz e em qual período você está...
    I: ciências econômicas... sétimo...
    E: é:: Jorge... eu queria então agora que você me contasse uma história que tenha acontecido com você... e que você tenha achado... engraçada ou triste ou constrangedora....
    I: pô... foi engraçado... entendeu? o problema todo aconteceu o seguinte... num determinado dia... eu saí... com a minha namorada... fomos... saímos... dançamos... nos divertimos à noite... aí quando nós fomos... passar para a segunda etapa... do plano... eu reconheci um carro ((riso)) mais adiante entendeu? aí quando... olhei assim... fui encostando o carro atrás... do outro carro... aí que eu percebi... que o carro era conhecido... aí quando eu fui olhar... era a minha irmã ((riso de E)) dentro do carro... aí eu fiquei naquela situação assim constrangedora... não porque::/ não tinha nada a ver... já era noiva...já estava para casar... entendeu? [a:só] que... nessa etapa... ele ainda não era meu cunhado... ele tinha reparado... o meu carro... entendeu? aí eu estava na dúvida se ele estava com a minha irmã... ou se era outra... garota qualquer... aí eu... caí na asneira... de falar assim “pô... esse cara é o maior...” pensei mil coisas... né? aí na hora que eu desci do carro... para olhar... aí eu fui ver era a minha irmã... aí ela me olhou com aquela cara de assustada ((risos)) aí “boa noite...”fiquei [a:muito] sem graça...entrei no carro... fiquei parado... ( ) esperando...
    E: mas vocês se encontraram ainda na estrada? [no caminho? den/]
    I: [não::...] na entrada do motel... pô... na fila indiana... aquela filinha para entrar... aí então o que aconteceu? aí... eu desci do carro... né? para ver... se ele estava traindo a minha irmã... né? que é aquilo... né? todas as mulheres são safadinhas... né? me::nos as irmãs da gente... então isso aí serve para mostrar pra gente que isso não tem nada a ver... aí eu... podia imaginar que fosse qualquer mulher... menos a minha irmã ((riso de E))pode não ser assim [a:muito] engraçado... mas na hora...
    E: não... imagina... que isso?espera aí... deixa eu [a:só] virar...((a fita cassete))

  • E: Jorge... me conta uma história que alguém tenha te contado... que você não estivesse presente... que você tenha achado ou engraçada... triste... ou então constrangedora...
    I: eu vou contar uma história triste... eu tinha um/ quando eu estudava no segundo grau... quando eu fiz meu segundo grau... ali na Escola Estadual Antonio Prado Júnior... na Praça da Bandeira... eu tinha dois amigos... um era o Jucinei... e o outro era o Paulo... passado muito tempo... nós acabamos o segundo grau... cada um entrou pra uma faculdade...aí nunca mais nós nos vimos... [a:só] que o Paulo era um cara [a:meio] doidão... entendeu?era envolvido com... negócio de tó::xico... esses negócios... eu e o Jucinei tentávamos muito... ver se tirava ele de::ssa... porque eu achava que::... ele era/ não tinha nada a ver com aquilo... entendeu? que ele tinha nascido pra outras coisas... aí depois/ o Jucinei mora... perto da minha rua... mora/ eu moro na Pereira Soares... ele mora na Gonzaga Bastos... aí nós sempre continuamos em contato... aí passado um tempo... muito tempo depois... eu encontrei com o Jucinei... foi até na::/ tinha/ quando tinha a... Robin Hood... a antiga Robin Hood... no Alto... aí nós começamos a conversar:: e ficamos lembrando das coisas que tinham acontecido... né? aí foi quando ele me falou que... que esse amigo nosso... o Paulo... tinham matado ele... entendeu? porque ele tinha envol/ ficado envolvido com negócio de tráfico de dro::gas... entendeu?aí não deu pra ele sair fo::ra... ficou [a:muito] enrola::do... [a:inclusive] ele/ o pai dele era até policial... entendeu? aí foi isso...eu achei que foi [a:muito] triste pra mim... entendeu? porque eu não achava que ele/ não tinha nada a ver com esses negócios... entendeu? apesar de...apesar dele ser assim [a:meio] malucão::...eu achava que era aquilo era mais do meio onde é que ele... estava vivendo... entendeu? porque ele estava convivendo com pessoas assim que não... que não prestavam... entendeu? porque ele... morava perto de morro assim::... aí foi isso... ele foi se envolvendo... se envolvendo... foi se envolvendo... aí quando ele quis sair... já era tarde de demais... aí o Nei... veio me falar isso... essa notícia aí... que era meio/ pode não ser... ser tão triste... entendeu? pra quem ouve assim... mas...pra mim foi [a:muito] doloroso porque... afinal de contas... foram três anos juntos... né?você conhecendo a pessoa bem... no fundo [a:mesmo] ... e... vendo que vo/ tudo/ todos os seus esforços foram inúteis... pra ver se o cara... saía daquilo... que aquilo... entendeu? a gente orientava ele... nós orientávamos... conversávamos muito...mas ele/ parece que foi [p:em] [a:vão] ... né?aí então/ isso aí ficou mais de... lembrança pra mim também... uma lembrança triste... entendeu? que eu procuro sempre passar pras pessoas... entendeu? que eu vejo assim... que não estão numa bo::a... que estão saindo da realida::de... buscando outras coisas que não tem nada a ver... então n/ isso aí ficou mais como uma experiência... que eu procuro sempre... entendeu? passar agora... pros outros... porque eu acho que... a droga é uma droga... né? então... a pessoa tem que viver de bem com a vida... entendeu? curtir bastante... aproveitar bastante...porque a gente [a:só] tem uma vida... depois que [v:acaba] [a:pronto] ... aí foi isso aí...
    E: tá... obrigada...
    I: nada...

  • E: Jorge... eu queria que você me... me descrevesse... e me dissesse como é que é o lu/ o:: local onde você mais gosta de ficar... na sua casa...
    I: pô... minha casa... é uma casa... mais ou menos grande... são... quatro quartos... mas sem dúvida nenhuma o local que eu mais gosto de ficar é no meu quarto... né?:: meu quarto é o paraíso... entendeu? se você entrar você vai até tomar um susto... não é aquele quarto... exuberante... [a:todo] arrumado...quarto de homem... sabe como é que é... né? roupa pra um lado... roupa pro outro... mas lá... lá eu estou no meu canto... entendeu? estou no meu sossego... ninguém me perturba... eu fecho a porta... botei uma placa “stop... não entre” cheio de... adesivos na parede... lá que eu busco minhas reflexões... entendeu?quando eu estou assim [a:meio] preocupado...às vezes eu estou assim de saco cheio [a:mesmo] ... estressado aí eu não quero sair... não quero conversar com ninguém::... aí sen::to... fico lendo uns li::vros... assisto um filme... alguma coisa... meu quarto assim é::... o lugar onde é que eu mais gosto de ficar... é um quarto comum... vou descrever pra você... você pediu para eu descrever... né? é um quarto de pi::so ((riso)) antes era uma cama beliche... aí meu irmão mais velho casou... eu tirei a cama beliche... ficou com a cama de baixo... deixa eu ver... meu lençol é azulzinho... minha mãe... vire e mexe está trocando... né?minha mãe é [a:muito] vaidosa... é uma pessoa [a:muito] vaidosa... [a:muito] ... cuidadosa...e o meu quarto tem um sério problema... quando eu saio ele está uma zona... e quando eu chego ele se torna uma zona... porque minha mãe tem aquele trabalho todo de arrumar o quarto e quando eu chego volta aquela bagunça toda... deixa eu ver o que que tem mais no meu quarto... tem uma televisão... tem um vídeo... tem uma estante... tem uma escrivaninha... tem uma porção de tênis com chulé ((risos)) que eu ainda não tive a oportunidade de comprar o tênis Baruel... [a:só] isso...

  • E: e::... então agora eu queria que você... me dissesse... alguma coisa que você::... sabe fazer e:: me explicasse como é que se faz isso...
    I: você queria que eu te explicasse alguma coisa que eu sei fazer? olha... eu sou um cara que eu... gosto muito de estudar... sou um cara estudioso... entendeu? masa coisa que eu mais gosto de fazer [a:mesmo] eu acho que não vai dar pra você aprender não... vou até::/ posso até tentar te explicar...
    E: ah... mas o que que é?
    I: a coisa que eu mais gosto de fazer... é jogar bola...
    E: mas... assim uma... uma comida que você saiba fazer...
    I: pô.... comida eu sei fazer... pô... acho até que você sabe fazer... macarrão...
    E: então... então me diz... como é que você faz macarrão?
    I: macarrão... a gente bota três/ faz aquela medidinha de água... bota aquele as/ depende de como é que você faz... né?
    E: eu não faço...
    I: você não faz macarrão? você não sabe cozinhar? que é isso? pelo amor de Deus... então deixa eu te falar... meu macarrão é legal... aí... aquele que a gente compra pronto ((riso)) como é que é o nome? Miojo Lamen... então...é [a:só] você botar na agüinha pra ferver... medir aqueles copinho... tem a instrução... tá? no... no pacotinho... aí você bota os três copinhos de água... bota pra ferver...bota aquele pozinho... lá... e [a:pronto] ... está feito o macarrão... não tem mistério...
    E: só?I: [a:só] assim que se faz...

  • E: e::... agora eu queria que você me dissesse a sua opinião... ou sobre a situação política... ou a situação econômica... ou da educação aqui no Brasil ...
    I: qualquer uma das três?
    E: qualquer uma ...
    I: qualquer uma das três? eu acho que uma depende da outra... entendeu? porque... o::... o Brasil... no meu ponto de vista... entendeu?o país [a:só] cresce através da educação... entendeu?eu penso assim... então quer dizer... você dando uma prioridade pra... pra educação... a tendência é melhorar mais... entendeu? e as pessoas... como eu posso explicar assim? as pessoas irem... tomando conhecimento mais das coisas... né? porque eu acho que a pior coisa que tem é a pessoa alienada... né? a pessoa que não tem noção de na::da... entendeu? pô... você tira aí por exemplo essa última eleição... nego... estava votando/ pô... as pessoa nem foram votar... muitas nem sabiam o que que era monarquia... o que que era parlamentarismo... o que que é presidencialismo... mas eu... também vejo... assim::...a política como um problema [a:muito] grande no Brasil... sabe?porque... você passa a não ap/ não confiar mais... pô... nos políticos... não é porque eles prometem mundos e fundos não... sabe? porque eles/ não é nem por eles...poderem [v:dar] nada pra você assim [a:diretamente] ...é porque eles... são pessoas... assim... que não transmitem confiança nenhuma... ou seja... estão sempre envolvidas em roubo... falcatruas... botam alguém aqui pela janela... botam alguém por ali... bota pra lá... e você vê que... vai mudando... entendeu? isso é um ciclo... quer dizer... sai um... um cara mal preparado... aí entra o outro mal preparado... e o outro mal preparado... porque... eu acho que o Brasil... de repente... seja um dos países assim que::...a pessoa entra pra política [a:só] por visão de/ “ô... vou entrar para a política... tá? está na hora de eu me estabelecer...” e... entra com esse/ com essa int/ intuição... sabe? não é pra vo/ não é pra um lance de melhorar o Brasil... pô... procurar... melhorar as coisas... ver a dificuldade do povo... ver onde é que está o erro... onde é que está aquilo... e a parte econômica... pô... como eu posso explicar? enquanto o Brasil se encontrar nessa situação de dependência... entendeu? de outros países... essa situação não muda... entendeu? pode até mudar como falam que mudou na Argentina... que mudou no Chile... com a Argentina agora com esse novo plano... entendeu?mas eu acho [a:muito] difícil... [a:muito] difícilporque aqui no Brasil... as pessoas/ os empresários... tá? os empresários assim... pô::... de mais importância... entendeu? até lance de contribuição... pra pagar o governo e fazer... são os próprios deputados... são os próprios políticos... então... isso é que eu estava te falando... só/ é tudo uma... uma coisa ligada a outra... entende? então para você resolver uma coisa... é difícil... entendeu? ea... imagem do político/ do país também está [a:muito] desgastada... entendeu? com esse lance do Collor... com essa máfia toda... da esposa... dessa... baderna toda que eles fizeram... pô...mas eu acho que o Brasil é::... é um país [a:muito] grande... entendeu? pode melhorar...entendeu? eu acho que::... a solução para todo o país... entendeu? é:: exportar mais e importar menos... entendeu? aí você sim... dá uma... contrabalanceada assim na balança e... tentar... tocar o barco pra frente...mas eu acho [a:muito] difícil do Brasil sair (assim)... dessa situação... [a:primeiro] que nós somos ministrados assim... da pior forma possível... não que às vezes as pessoas podem pensar assim “porra... um rapaz novo já está assim desiludido...” não é não... é porque::...a situação agora... é essa... entendeu? pode até ser que melhore [a:mesmo] ...não que nunca vá melhorar... mas...eu acho difícil... e [a:mesmo] porque... pô... ministro aqui é uma coisa que você muda de semana em semana... quer dizer... o cara... não bota nem o plano em::/ nem elaborou o plano já está saindo... e agora o cara vem agora com essa mania/ com esse... com esse negócio agora de cortar os três zeros da moeda... entendeu? [a:primeiro] que o povo... brasileiro... não tem noção nenhuma de quanto vale o dinheiro... entendeu?você vê aí... pô... um litro de leite... dezessete mil... um ônibus... dez mil... de repente a gente nem tem/ nem você... nem eu tenhamos/ assim estejamos tão ligados assim a isso... porque nós não somos pai de família... pô...mas é [a:praticamente] impossível uma pessoa viver... pô... com salário mínimo... ganhar um... aí... um e setecentos... isso não existe... entendeu? então quer dizer... a pessoa perde... a noção do dinheiro... por isso que a gente fala... né? que... pô “compra dólar... compra dólar...” porque eu acho/ no meu modo de ver... a única maneira/ não é nem especulação... não...a única maneira de você ter noção do dinheiro que você tem é você comprando dólar [a:mesmo] ... entendeu?porque nem você aplicando o teu dinheiro... você tem aquela correção... certa... entendeu? porque às vezes você vai lá na poupança... você bota o teu dinheiro... aí nego dá trinta por cento... ( ) trinta por cento... já dá o prazo fixado... trinta por cento vai dar a poupança esse mês... [a:só] que... pô... aqueles trinta por cento... pô não é a realidade... entendeu? de repente uma coisa que você está querendo comprar hoje... uma caneta aqui... que custa trinta cruzeiros... pô... vai botar a inflação trinta por cento... custa trinta e três cruzeiros... não vai estar custando trinta e três cruzeiros... então quer dizer... esse negócio de você botar o dinheiro... pra render... nunca é a mesma coisa...porque... a inflação nunca é a que [a:realmente] eles dão... está sempre acima disso... está acima/ está sempre um patamar à frente... entendeu? então você não tem como controlar as coisas... por isso que eu te falo... então a situação é difícil... então quer dizer... eles falavam em cem dólares... então quer dizer... eles planejam cem dólares... tá? hoje aqui... é abril... nós estamos em abril... vai ter agora... vamos receber o salário mínimo em maio... tudo bem... então quer dizer... em março eles falam “ó... o salário mínimo vai ser cem dólares...” em março? tudo bem... está valendo cem dólares... entendeu? agora quando chegar... em maio... pô... já tem uma defasagem... isso aí já está valendo sessenta dólares... isso permanece... vai permanecendo assim... quer dizer...as pessoas não têm controle de nada... as pessoas aumentam tudo [a:mesmo] ... entendeu?tudo bem que a gente até vive num mundo capitalista... né?e as pessoas visam... o lucro [a:mesmo] ...e:: não quer saber... se bem que... po::xa... no meu modo de vista... no meu modo de::... pensar assim... na minha maneira de ver as coisas... eu acho que isso tinha que te/ tinha que ser um/ tinha que ter um controle mais profundo... entendeu? as pessoas... pô... contribuir... com o que elas devem... tudo quanto é taxa... tudo quanto é imposto... as pesso/ eu acho que as pessoas deviam contribuir... né? mas como::... como a gente pode querer? por exemplo... um comerciário... o cara tem uma loja ... dono de uma Mesbla... por exemplo... a Mesbla está lá... ela paga tudo quanto é imposto... paga imposto sobre... qualquer produto... tenho uma televisão... a Mesbla está vendendo uma televisão... ela paga o ICM... essa televisão está por cem mil... entendeu? aí vem a economia informal... quer dizer... economia informal é tudo aquilo que/ camelô... essas/ nego vendendo picolé... isso tudo é/ sabe? o cara pára em frente à loja... a mesma televisão que ele vende por cem... o cara está vendendo por sessenta... setenta... não tem... pô... então quer dizer... o consumidor não tem nenhum tipo de proteção... e aí é o que eu te falo... como é que o cara vai sobreviver? ele vai vender... três televisões... vai pagar o imposto... e o cara vendendo a televisão ali na frente... o camelô::... vai... vai deitar na sopa... vai rolar... pô... não paga nada... não paga nem imposto... não faz nada... por isso que agora muitos deles até estão bo/ tirando a própria mercadoria da loja... e estão botando no camelô vendendo na própria frente da loja... como se fosse camelô... porque vale mais a pena... entendeu? pro go/ porque o governo... não dá garantia pra ninguém...não é [a:só] aqui não::... não é capital... não é grande metrópole não... é no campo também... teve uma época/ porque eu não vou ficar lembrando a histó::ria “plante que o João garante...” aquilo também... acabou com muitas pessoas... depois veio esse Collor agora... o último... detonou... essa empresa aqui que é onde é que eu... faço o estágio... era... Portobrás... vou te dar um exemplo... era Portobrás... tá? o Collor extingüiu... entendeu? extingüiu... aí passou a se chamar Portos... quer dizer... foram vários funcionários embora... pessoas boas... entendeu? foram mandadas embora... e agora o que que acontece? aqui é...é uma empresa até::... [a:muito] política...então o que quer dizer? é uma cúpula... a pessoa que vem de fora... para entrar... entendeu? não tem como chegar... a não ser que conheça alguém... pô... que o cara vá lá “pô::...” que seja peixada... porque aqui... se você for fazer uma entrevista aqui na empresa... pô... se três não forem conhecidos de alguém... o pai trabalhou... a mãe trabalha no sindicato ou trabalha no portuário... entendeu? você... pode falar... “pô... que é isso? não é assim como ele falou...” mas é... então é o que eu te falo... o Brasil também... é um sistema muito de quem indica... às vezes você sabe... você é uma universitária... você sabe... às vezes a gente se mata... né? estuda... não é? quantas vezes você concorreu ou ainda vai concorrer com pessoas assim::... que sabem menos que você... entendeu? apesar de eu achar que todo bom profissional tem um... tem um lugar no mercado... entendeu?se ele for [a:realmente] um bom profissional... pô... vai ter o lugar dele... mas é... é difícil... é...mas se ele for [a:realmente] bom... ele vai conseguir... [a:só] :: acho que [s:a pessoa] não deve [v:pensar] [a:pequeno] ... entendeu?porque o problema do Brasil é esse... [s:a pessoa] [v:pensar] [a:pequeno] ... então eu acho que é isso... a pessoa deve estar sempre pensando pra frente... entendeu? deve estar sempre procurando melhorar... porque eu te/ posso te garantir uma coisa... a situação está preta... está caótica... entendeu? não sei se::... daqui a uns tempos... os seus filhos... entendeu? de repente vão ter condições... de estudar numa mesma faculdade que você... ou eu... de repente vou ter a mesma condição de pagar uma faculdade pro meu filho... entendeu? então a tendência é essa... entendeu? quer dizer... uma minoria... de pesso/ uma minoria de pessoas... toma conta do Bras/ do país... entendeu? porque eles... eles têm acesso às coisas... entendeu? não desvalorizando a pessoa que trabalha... entendeu? deixando isso bem claro... porque tem pessoas que... fazem por onde pra poder dar uma vida... boa pro filho... entendeu? se o teu pai pode te pagar alguma coisa... se o teu pai pode te dar um apartamento... se o teu pai pode te pagar um curso...se o teu pai pode te pagar uma faculdade... tudo bem... [a:ótimo] ... pô... mas se/ o meu ponto de vista é esse... entendeu? eu acho que:: isso... devia ser garantido pelo governo... entendeu? entendeu? porque o gover/ no meu modo de ver... o governo é que tinha que... batalhar a educação... ir embora... entendeu? por exemplo... eu faço Gama Filho... entendeu? masse eu tivesse que estar pagando... eu não/ [a:fatalmente] eu não [v:estaria] ... porque eu sou/ eu tenho crédito educativo... entendeu? por isso que eu estou falando assim... até que a Caixa Econômica me ajuda... está pagan::do... mas agora... pô... três meses que não pagava... foi pagar agora... quer dizer... vai reduzindo... antes era integral... isso ela não está dando nada de graça não... tá? porque depois que a gente se forma... a gente paga tudo corrigido...
    E: um ano...
    I: é/ não... dois anos depois de:: de/ você se forma... você começa a pagar as coisas tudo corrigidas... entendeu? então quer dizer... eles não dão::... assistência nenhuma... deixam ( ) entregue às mos::cas... e assim vai... vai da educação... vai a alimentação... você vê aí... você lê em jornal... toneladas de comida estragam... pô... cheio de pessoas passando fome... entendeu? é a própria ((pigarro)) sistema assim... como é que eu posso falar? sistema de segurança... é tudo falho... as pessoas... não... não são de confiança... então... quer dizer... eu acho que p/ sabe?a mensagem que os políticos passam... é [a:propriamente] essa... entendeu?porque... [a:infelizmente] ... ou [a:felizmente] ... eu não posso lhe dizer... pra nossa sorte... o futuro do país... pô... quem faz... entendeu? somos nós... porque nós é que... botamos as pessoas...em quem nós confiamos lá... entendeu? [a:só] que::... não sei o que acontece... sabe? eles... prometem mundos e fundos... quando chega lá... minha filha... acho que a porca torce o rabo... os cara mudam de mentalidade... entendeu? tem coisas assim absurdas... outro dia eu estava lendo o jornal... na Assembléia... os deputados votaram uma verba de::... duzentos e sessenta milhões de cruzeiros pra tratamento dentário... então quer dizer... são quinhentos e lá vai fumaça... quer dizer...é um negócio assim... [a:meio] ::... difícil de entenderporque eles mesmos aprovam as leis... eles mesmos votam o salário deles... quer dizer... se a Câmara entra em recesso vai lá hora extra e tal... entendeu? está ganhando bem... aí você pode... por um acaso vir me perguntar “mas por que que você não entra pra política?...”porque::... [a:sinceramente] ... eu sou... desses caras assim que eu penso o seguinte... pra cada pessoa tem um espaço na sociedade... entendeu? então a pessoa tem que objetivar... aquilo que ela quer... entendeu? pô... eu tenho um ir... tenho um ir... tenho um irmão que é advogado... tenho um irmão que é militar... tenho um outro irmão que é economista... tenho uma irmã que é secretária bilíngüe... fez letras também... então estão todos bem... por isso que eu posso falar isso... entendeu? se você... pô... for boa na sua área... se você batalhar as suas coisas... entendeu? correr atrás... pô... você vai longe... independente/ independe do... do Brasil... entendeu? independe se o Brasil vai crescer... ou vai diminuir... [a:logicamente] que se o Brasil não cresce... você fica limitada... tá? como é que eu posso falar? sua concorrência no mercado/o mercado de trabalho começa a ficar... [a:muito] pequeno pra você... [a:muito] pequeno não... [a:muito] grande... né?porque você... começa a concorrer... concorrer com uma porção de pessoas... aí o que é que acontece? você vê... que igual a você... tem milhares... pô... milhares de pessoas... então... como eu posso explicar assim?quer dizer... no meu modo de ver... [v:falando] [p:de] [a:novo] ... não fica assustada não... porque eu tenho mania muito de falar “no meu modo de ver... no meu modo de pensar...” sabe? minha mãe costuma até falarque eu sou... meio assim... [a:meio] político...que eu dava pra político...que eu sou [a:meio] revoltado...entendeu? ( ) eu te explicar... eu acho que a pessoa não pode é::... se abitolar... entendeu? por exemplo... você se forma... aí você arruma um empreguinho aqui... aí você começa a ganhar bem... aí você pára e fala assim “não... estou bem pra caramba...” aí... fica naquilo a vida inteira... entendeu? porque... por exemplo aqui... onde é que a gente trabalha... pô... eu estou ganhando::/ quanto é nosso salário... Nilo? fala aí a miséria... três mil... né? três mil... três mil... isso dá pra... isso dá pra fazer alguma coisa? não dá pô... entendeu? enquanto tem pessoas aqui... já funcionários... que ganham quatro... um mil a mais que a gente e trabalham aqui há dez... onze anos... então... quer dizer... bitolação mental... entendeu? não por/ não porque sejam burros... ou ignorantes... é porque já caíram no sistema... sabe? aí vai levando... vai levando... vai levando... aí quando você for ver... acordar...você está que nem o Brasil aí... [a:completamente] ... no buraco...
    E: tá... obrigada...
    I: de na::da... pô...
Parte oral
1993
  • Um dia resolvi sair com a minha namorada.Fomos dançar edepois resolvemos ir a um motel, [a:só] que chegando ao motel eu não poderia imaginar que eu iria me encontrar em uma situação constrangedora, não para mim mais sim para duas pessoas.Assim que parei o carro na fila de entrada dei conta de que conhecia o carro que estava à minha frente, e era sem dúvida o carro do rapaz que namorava a minha irmã, hoje meu cunhado.Reconhecido o carro o que fazer;bem eu fiquei furioso e resolvi ir ver com quem que ele estava traindo minha irmã.Abri a porta do carro em que me encontrava e me puz à caminhar até o carro dele, [a:só] não podia imaginar que ao chegar até ao carro dele iria encontrar minha irmãao lado deleagora imagine [a:só] a situação como não ficou.Ficou um clima horrível e acabou estragando a noite de todos.
  • Quando eu fiz o meu 2o grau eu conheci dois rapazes.Um se chamava Jucinei e o outro Paulo.Passado algum tempo depois de termos terminado o 2o grau, encontrei-me com Jucinei na antiga Robin Hood, uma discoteca que se encontrava no Alto da Boa Vista.Começamos a conversar e com as conversas vieram as lembranças, e com elas vieram também à notícia da morte do passivo Paulo.Então fiquei chocado, pois eu lutei muito para que ele abandonasse as drogas.Quando o Jucinei me falou da morte do Paulo por assassinato fiquei desconsolado pois vi que meus esforços tinham sido inúteis.Então guardei para mim essa lembrança triste, e procuro transmitir a todas as pessoas que buscam as drogas essa história triste, de uma pessoa que não havia nascido para morrer assim.E procuro lembrar sempre que a “DROGA É UMA DROGA”, e que a vida apesar de todos os problemas é ótima, quando se toma o caminho certo das coisas é claro.
  • Falar do meu quarto!logo do meu quarto!Bem o meu quarto é uma verdadeira bagunça.É roupa pra lá e roupa pra cá.Você sabe como é quarto de menino.Minha mãe fica desesperada!vou descrever o meu quarto para você: no meu quarto tem uma cama uma escrivania, um ar- condicionado, um aquário, um armário e alguns livros e é uma verdadeira zona.
  • Bem eu faço macarrão da maneira mais simples.Eu faço miojo Lamem.Encho dois copos de água e boto na panela pra ferver depois coloco o macarrão espero dois minutos e está pronto!
  • [a:Infelizmente] não dá pra falar de uma situação sem tocar em outra ou seja;uma situação depende da outra.Mas no meu modo de ver o câncer do Brasil são esses políticos que iludem e roubam.E são não maior parte homens de grandes bens e fortunas que manipulam assim a situação econômica do país.Eu acho que o único meio de mudar a situação do país é incentivando a educação.Como isso não acontece, as coisas não mudam. [a:Só] se vê recessão e mais recessão.É por isso que eles adoram a recessão, pois para os pobres é ruim e para eles é otimo pois o país é capitalista [a:claro] que eu não tenho nada contra o capitalismo, e sei de seu funcionamento.A última foi agora;os deputados aprovaram uma verba de Cr$ 250.000.000,00 para tratamento dentário, como se o salário deles já não fosse suficiente!Eles deviam saber e contar nos dedos quem trata dos dentes no país.Chega dessas imagens de corrupção até [a:mesmo] com os nossos maiores governantes.O Brasil precisa crescer se não for agora quando será?Vamos nos permitir, vamos valorizar a educação e pensar quea economia de um país pra ficar bem na balança [a:primeiramente] tem de exportar mais e importar menos.Como um país não pode consumir mais do que exporta.Se dá esse problema.Lógico que existe outros problemas econômicos entre eles estão: Especulação, Empresário, Sonegações de impostos etc...Acorda Brasil!!!
Parte escrita
1993

  • E: [a:bom] ... me diz o seu nome... aonde você estuda...qual período você está... e de/ qual curso...
    I: eh:: meu nome é Mônica... eu faço comunicação visual na PUC... estou/ era pra estar no::/ ter saído já... mas estou no oitavo período e:: ( )
    E: me conta uma história que tenha acontecido com você... que você tenha achado engraçada... ou triste... ou então constrangedora...
    I: tá... é uma... uma história engraçada... foi/ eu estava fazendo um trabalho free-lancer assim... pra um cara... aí eu liguei pra casa dele pra/ que ele tinha que me pagar por esse trabalho... então estou eu lá... liguei... aí eu “oi... Carlos... aqui é Mônica... tudo bem?” aí ele virou pra mim e falou assim “não... tudo mal...” aí o que é que eu pensei? eu falei “caramba... ele não gostou do trabalho... saiu uma droga” e tal... aí eu “mas tudo mal por quê?” aí ele falou assim “não... porque oh... [a:primeiro] de tudo... já vou te avisando... que eu/ não deu p/ tempo de ir no banco((riso)) então eu não peguei o che::que...” e tal “não peguei cheque...não posso te passar cheque... agora [a:só] segunda-feira...” eu falei “não... tudo bem::... não... não... você pode me pagar quando você quiser...” tal... “não precisa pagar agora... eu... eu [a:só] queria saber o seguinte... é que:: eu estava esperando você passar aqui... deixei até a fita...” uma fita que eu tinha que/ que eu tinha que ter entregue pra ele “a fita com a minha mãe...” e tal... aí ele “sua mãe?” aí eu falei “é:: minha mãe...” ele “com quem eu estou falando?” aí eu falei assim “ué... com a Mônica... que faz trabalho pra você...” tal... “que está fazendo a marca da tua/ do... do negócio de vídeo...” aí ele falou “Mônica... ai desculpa... desculpa... eu achei que era a minha ex-mulher... assim... eu já ia te dar a maior bronca... que ela vive correndo atrás de mim atrás de dinheiro...” e tal ((risos)) “e eu... pra pagar umas coisas aí... cara... ainda bem que você me disse da... da sua mãe... porque a mãe dela nem mora aqui... mora no Norte... nem ia/ como é que eu ia passar pra pegar uma fita de vídeo ainda... né?”aí a situação é [a:muito] comédia porque eu fiquei imaginando...eu falei “ [a:bom] ... daqui a pouco...assim eu estou entrando na intimidade do cara... né? ((risos)) ainda bem que ele não falou mais coisa...” e o gozado foi que encaixou... né?eu: estava esperando [a:realmente] um dinheiro... mas eu fiquei super constrangida... eu falei “gente... não... não precisa de me pagar...” quase que eu falei “não... tudo bem... eu faço de graça...”
    E: de graça::... eu te pago [pra fazer...]
    I: [pois é...] é... porque... do jeito que eu contei até que não foi tão/mas ele... na hora foi... foi [a:meio] ... grosso [a:mesmo] ... né?ele “não... o dinheiro não está aqui... olha... pra falar a verdade... nem o cheque está aqui” ((riso)) aí foi essa... essa eu achei super gozada... assim... quando:: passou...

  • E: e::... agora... eu queria que você me contasse alguma... alguma coisa que alguém tenha te contado... que você não tenha vivenciado... que você tenha achado engraçada... ou triste... ou constrangedora...
    I: olha... a gente::/ eu... eu não estava não... mas uma amiga minha me contou... que foi uma viagem que a gente fez... e:: a gente viajou com... com/ eram/ tinham doze pessoas na casa... e um deles era filho de um deputado... tá?e/ [a:só] que ela... ela... ela::... tipo... estava nam/ começou a namo/ namorounão... ficou com o cara lá no carnaval ((riso)) que::... ela achou que... ele que era filho do deputado... entendeu? então toda vez que ela falava no telefone com ele... ela falava “mas... pô... mas... eh::... [s:a tua casa] [v:vive] [a:cheia] ...mas também... né? teu pai::...” aí ele “mas::” aí ele... pensava... né? “meu pai... mas e daí... meu pai?” sabe? não tem nada a ver... então ficou aquela conversa sempre assim tipo... ela falando o tempo inteiro achando que o pai dele era deputado... até que um dia ela chegou pra ele e falou “ah:: mas vem cá... pô... teu pai que deve... deve ser cheio das influências...” não sei quê... eh::... como é que é? “qual::”/ pra votar no cara... né?” ah::... vo/ “qual o número dele?” não sei quê... “quero votar...” tal... aí ele falou “votar? meu pai? cara... meu pai trabalha na bolsa... que ( ) votar em quê?” entendeu? isso depois assim ((riso)) tipo.... ficou no carnaval... que era fevereiro... aí::... sei lá... abril...ela foi descobrir que/ [v:falando] do pai dele [a:direto] ... foi descobrir que não era... aí que eu acho que... foi (aquilo) que eu lembrei assim... de...

  • E: e::... agora eu queria que você me descrevesse o local onde você:: mais gosta de ficar...
    I: ai... o lugar que eu/ em casa... em casa...eu adoro assim... [a:especialmente] quando... está tranqüilo... à tar/ à tardinha... que é raro eu estar em casa essa hora... essa hora que a gente está aqui... seis horas... chega em casa assim... ah:: descansar... tomar um ba::nho... cuidar do meu quarto...ficar a/ ver televisão... ter uma hora de descanso [a:mesmo] ... tipo/ que... é... é bom... mas você quer que descreva o quê? que fale mais [do... do lugar mesmo?]
    E: [descreva como é que é o::] espaço geográfico...
    I: ah... meu quarto... ó... ele nem... nem é::/ ele não é... grande... ele é pequeno... tem::/ mas ele é... é gostoso... que eu gosto de coisa entulhada... entendeu? ((riso)) eu acho... tipo assim... eu até disfarço... que ele é pequeno... né?o pessoal acha que é porque ele está [a:muito] cheio... então tem... tem uma cama... tem uma estante grande que eu coloco todo o material de desenho... livro... ela é toda de madeira assim que eu fiz com o meu pai... a gente... tirou um domingo assim “vamos fazer uma estante...” ((risos)) aí... resolvemos fazer a estante...aí ela é [a:toda] ajeitadinha assim...porque tem lugar pra... pra lapiseira... tem lu/ sabe?todo / tudo certinho assim [a:mesmo] ... meio... [a:meio] designer...aí... tem a prancheta que eu comprei há pouco tempo também... que ela até está sem forrar....que ela está ainda no::/ tem que colocar um plástico... alguma coisa em cima pra pro/ pra não estragar... o que mais? tem uma mesinha do lado da minha cama... que fica telefone... porta- retra/ milhões de porta-retratos... tem o re/ o último recado... telefone...tudo assim [a:meio] jogado... mas/ é bagunça mas eu entendo... né? em frente à cama tem a televisão... que fica também na frente da janela... assim::... e o que mais? que ela fica no alto... assim... até é um saco... que o meu controle... às vezes/ quebrou... e aí... à noite assim... eu durmo e aí eu ”a::i não... tenho que apagar a televisão...” aí levanto... vou lá... a... aí... desligo... é um saco... isso é um saco... até um dia eu estava falando ou con... ou conserta ou então abaixa essa televisão... né? aí o que mais? tem o armário também... de quatro... quatro portas... ele::/a parede é [a:toda] branca... o armário é clarinho... assim... é begezinho claro... o chão também... que é aquele::/ ai... agora esqueci o nome daquele chão... é um/ é liso assim... é um piso liso... [faz/]
    E: [tábua corrida?]
    I: não... eh::... não é eucatex que fala... como é que é o nome daquilo? é de/ imitando tábua corrida... tá? é tipo... é tipo/ eu não sei o nome daquilo... eh::.. fala co::res... assim? tipo... a colcha é toda de... de... meio retalho... mas mais pro vinho... ela tem/ puxa mais pro vinho... a mesinha também tem uma::/ tipo um... um pano assim... e:: também é mais pro vinho...tem umas coisas verdes... assim... [a:meio] descombinando((riso)) mas acaba que no contexto combina com a madeira... né? que é clarinho... cor de madeira... o armário e o chão... aí combina...aí:: é [a:só] assim...tem umas pastas num canto atrás da porta... tem um espelho atrás da porta... tem umas pastas destas de material de desenho... assim... grandes... aí aquilo ali é... uma bagunça... meu cantinho da bagunça... assim... onde eu vou jogando tudo... e só::... assim...tem um tapete na sa/ no meio do quarto... [a:todo] colorido também...mais pro vinho...tudo mais pro vinho... assim... mais/ [a:meio] rosa também...é... [a:só] ((riso))

  • E: e::... então... agora eu queria que você me dissesse o que que você mais gosta de fazer... e me explicasse como é que se faz isso...
    I: olha... eu vou falar::... u::ma coisa... do meu trabalho... tá? quando eu começo/ entro no meu trabalho... então eu chego... aí che/ eu olho minha prancheta... já começo arrumando tudo... assim...aí dou uma limpada sempre... porque é:: até pelo trabalho [a:mesmo] ... pra não sujar::... nem nada... então... eu arrumo a prancheta... vejo a régua como é que está... vejo o que tem em volta... aí... sei lá... vou:: pro/ tipo que tem uma agenda sempre que tem... os trabalhos que a gente tem que fazer todos os dias... então... vou lá... vejo... “ah:: de repente hoje... sei lá... tenho que fazer um layout...”e:: [a:primeiro] um estudo... antes de fazer o... o layout... o trabalho... né?pra apresentar... então “o que é que eu vou fazer? ah::... tenho/ preciso de cor...” aí eu vou... pego os lápis de cor que eu quero... tudo que... tem colorido... lápis de cor... canetinha... hidrocor... marcador... papel colorido... o que for... aí coloco tudo do meu lado ali... no lugar... assim... que tem/ a prancheta tem... o lugar que a régua corre... e do lado tem sempre um espaço... né? pelo menos na/ do trabalho... que ela é grande... eu deixo tudo ali... aí vou... prendo... alguma coisa que::... sempre... o pessoal fala “pega o papel branco” e tal... “prende ele na prancheta...” aí:: vou executar o trabalho... pinto e tal... depois eu/ tem um painel... na frente das pranchetas... no trabalho... que você p/ vai pregando... pra você poder olhar o que você está fazendo... olhar de longe... ter uma distância... que não é a da prancheta... aí você olha... coloca ali... vai fazendo... prende as coisas... depois você chega pra/ mais pra longe... empurra a cadeira e olha... aí::... sabe? dá uma (definidade) “esse aqui? não... esse aqui eu não gostei muito... aquele ali é melhor::... aquela cor é mais legal... eu vou misturar” e tal... aí depois o que você escolhe/ às vezes você não faz isso num dia... tá? mas... às vezes dá... então... você escolhe um que você goste mais... então você vai pegar aquele e vai aprofundar... então você vai ver como você vai apresentar aquilo melhor... aí às vezes é com recorte de papel... às vezes você vai pro computador... e::... imprime... se tem uma impressora à laser colorida você faz... se não você resolve que vai ser na ca/vai fazer um handering... com a canetinha [a:mesmo] ...( ) o marcador... aí você faz... aí depois você monta de uma/ uma outra prancha... seria um papel mais durinho... pra você quando apresentar pra pessoa... ela não pegar aquilo molengo na mão... você monta... aí põe um:: papel de proteção... que a gente chama depapel manteiga... e [v:guarda] lá... [a:direitinha]quando você for mostrar pro teu cliente... [v:está][a:direitinha] ...aí eu faço isso... aí... tipo no final do dia... depois que eu fiz... esse procedimento todo... guardo num lugar que tem que são umas estantes...com uns intervalos bem pequeninhos... [a:só] pra papel [a:mesmo] ...que a gente tem lá o trabalho... que eles colocam uma etiqueta... o trabalho::... sei lá... eh:: esse que é Naturalíssimo... aí eu trabalho no restaurante Naturalíssimo...então você coloca ele na pastinha... dentro... aí [a:pronto] ... aí quando você for entregar pro cliente está ali... se não você vai embora... e guarda tudo... fecha e apaga a luz... fecha... e sai... vai embora... do... do escritório... é isso... né? ((riso)) acho que é um procedimento...
    E: é::...

  • E: e::... agora eu queria que você me dissesse a sua opinião... ou sobre a situação política... ou econômica... ou da educação no Brasil...
    I: olha... a situação política... eh::... eu... tipo assim... eu não sou a pessoa mais informada assim nem me/ procuro... sabe? muito... eu acho que eu até devia procurar me informar mais... mas é que... sabe quando você sente que está::/ não tem jeito... eu... eu/ está...está [a:tudo] destruído... sabe?está tudo [a:meio] no chão... você tenta catar... as pessoas tentam... juntar assim... tipo “agora o Collor... caiu...” não sei quê... todo mundo se juntou... mas sabe quando você não... não sabe o que vai acontecer depois? você faz aquilo... mas você não tem uma... uma projeção pro futuro... a gente não tem projeção nenhuma... política... e agora com esse negócio do... do parlamentarismo... do presidencialismo... monarquia... e aí... as pessoas já/ você não tem confiança... as pessoas já divulgam isso... já de uma maneira que/ pra te confundir... entendeu? então você se sente o tempo inteiro enganado... sabe? você fala com um... você vê um político falando numa hora de um jeito... aí daqui a pouco ele... junta com outro de outro partido... tudo bem que possa até mudar de opinião... mas muda... e não ajuda... sabe? as coisas não andam...você está sempre/ tudo [a:meio] parado... meio/ e esse negócio agora... essa votação que vai ter agora... eu... pra mim eu acho que é uma grande enganação e num momento s/ inoportuno... sabe? tipo... espera aí... vamos consertar de um jeito... agora vamos mudar... vai... confunde... eu... tá? que::... acho que tenho um nível... de informação maior assim... você já... se confunde... você vê aqueles programas... você não sabe quem está dizendo o quê... imagina uma pessoa que não tem informação nenhuma... sabe? sei lá... a empregada da minha casa... pô... parlamentarismo... presidencialismo... eu/ ela nem sabe o que que é... entendeu? acho que ela não sabe nem que que o Itamar é... é presidente... ou... sei lá... é rei? não sei... acho que ela nem sabe... e o jeito que eles fazem a cédula... eu acho que tudo...tudo é pra complicar... entendeu? tudo é pra enganar [a:mesmo] ... então eu/ negócio de política pra mim... assim... ( ) super desacreditada... eu acho que/ e não tem como... tipo... eles ficam “ah:: tomar como exemplo... um país que é presidencialista” e o outro fala “o país parlamentarista...” sabe? cada um tem uma experiência... a gente tem
    E: uma realidade…
    I: é::... e a gente tem/nossa realidade é que não [v:deu] [a:certo] ...não [v:está dando] [a:certo] assimmas... será que é a hora de mudar pra ver se dá... outro ( ) experimentar... fazer essa experiência agora? não sei... se fosse um negócio sério... pô... eu acho que até se/ poderia ser mas... já está parecendo que não é sério... sabe? desde agora... desde antes de acontecer a coisa... mudar pra parlamentarismo ou:: ( ) de república pra monarquia... já está parecendo uma coisa tão::... sabe? aleatória... esse negócio “ah... vamos fazer... pra ver o que que dá...” sabe? tipo “vamos fazer um carnaval pro pessoal esquecer... o que está acontecendo? vamos fazer isso aí pra não... não acorbertar o que/ outras coisas que eles estão pensando...” é isso... eu não gosto... não estou achando legal o jeito que está não de polí/ a política...
    E: tá... obrigada...
    I: acabou? ah::...
Parte oral
1993
  • Um fato interessante que aconteceu comigo foi uma vez que ocorreu uma confusão com um cliente meu, para o qual eu realizava uma marca(identidade visual) para sua produtora de vídeo.Eu liguei para ele um dia para saber se ele havia recebido uma fita de vídeo que me [v:emprestara] [a:anteriormente] e também para saber sobre meu pagamento.Do outro lado do telefone, ele me atendeu de uma maneira rude e indiferente, coisa que nunca havia acontecido.Não entendi.A conversa foi mais ou menos assim: “- Carlos, sou eu Mônica.” “- Olha, já vou falando que não deu tempo de passar, pois ontem tive que sair e quando vi já eram 16:30 da tarde.Mas não precisa reclamar que na segunda o dinheiro fica depositado.” “- Eh, não...mas não liga pra isso - falei sem graça.“-Eu [a:só] estou ligando pra dizer que deixei a fita com a minha mãeegostaria de saber se você [v:recebeu] [a:direitinho] .” “- Fita?Com a sua mãe?Peraí.Quem está falando?Sua mãe não está no Norte?” “- Acho que você deve estar me confundindo!” “- Que Mônica está falando?” “- A que está realizando a marca da sua video produtora.” “- Ah!!!Desculpe, achei que era minha ex-mulher pedindo dinheiro.” [a:Bom] , a partir daí nos entendemos.Imagina se o assunto dele com ela fosse mais sério!Eu corria risco de vida!!!
  • Uma amiga minha que viajou comigo durante o carnaval, teve um caso com um de meus amigos.Não sei [a:muito] bem porque ela confundiu os pais dele com os de outro amigo meuque estava na casa e cismou que o pai de seu “caso” era deputado.Depois do carnaval, eles continuaram se falando e ele várias vezes mencionava festas em sua casa e fatos que o pai fazia.Ela por sua vez, achando que o pai dele era deputado, ficava sempre com aquele pensamento: Pôxa, deputado é fogo!Sempre dá festas, sempre usando dinheiro dos outros.Um belo dia ela soube que o pai dele trabalhava na bolsa de valores e dava festas com o próprio dinheiro porque gostava!Imagina [a:só] a dor na consciência! [a:Só] faltou ela perguntar o nome para fazer campanha contra o deputado!
  • Meu quarto é um lugar que gosto de ficar.Todo ele foi montado aos poucos e por isso sinto-o como uma conquista.Ele tem armário embutido com quatro portas e fica logo em frente a porta.Aliás, ele fica de lado para a porta.De cor beige claro, imitando madeira, ele combina com o chão que é de formipiso, imitando madeira porém um pouco mais escuro.A parede em frente à portatem uma janela não [a:muito] grande.Talvez 1,50m x 1,50m.No espaço que sobra tem um poster de amigos meus.Ah, na janela tem um montão de adesivos que coleciono.Minha cama e minha prancheta ficam bem em frente do armário e à direita de quem entra no quarto.Minha colcha é de retalho puxando para o vinho e a mesinha de cabeceira também tem um pano vinho “combinando”. [s:A prancheta] [v:vive] [a:cheia] e é fogo quando quero [a:realmente] trabalhar.Na parede em cima de minha cama fica minha televisão com o vídeo, presos à parede com aquele suporte tradicional.Na mesma parede está minha estante que adoro de paixão.Foi feita por mim e meu pai e guarda desde álbuns fotográficos a livros técnicos além de materiais de desenho.Ela foi feita [a:toda] de madeira.No chão tem um tapete [a:todo] desenhado (estampado)no qual adoro deitar para relaxar a coluna.Acho que é “só”!
  • [a:Geralmente] quando vou ao trabalho tenho o mesmo procedimento em relação à arrumação.Chego às nove horas da manhã.Abro a janela pois [a:geralmente] sou a primeira a chegar, ligo o rádio e vou até minha prancheta.Limpo-a com álcool ou benzina, passo uma vassourinha de mesa, vejo na agenda de afazeres o que há para fazer e pego todo o material para por a minha volta.Depois de conferir se tudo está bem, começo meu trabalho.
  • Situação Política.A situação política no Brasil já não era boa mas depois de nosso último presidente, Collor, ficou bem pior.O Brasil não acredita em si mesmo.Seus políticos espelham uma situação de decadência em relação ao respeito e honestidade além de tantos outros princípios que são difícies de serem encontrados nesta classe que hoje representa os “direitos” do povo.Agora estamos na hora do plebiscito que mais parece um pano de fundo, aliás, uma cortina de teatro que fica cobrindo os bastidores, onde rolam as baixarias.Como votar em Monarquia, República ou Parlamentarismo, e Presidencialismo quando a maioria da população não sabe nem o que cada um significa eàs vezes nem sabe quem é o próprio prefeito ou governador de sua cidade ou estado [a:respectivamente] , como aconteceu com a faxineira lá de casa.O resultado desta brincadeira [a:só] pode ser um tiro no escuro.Que ganhe o mais sortudo pois é [a:só] disto que cada um vai ganhar! [a:Só] espero que não piore pois parece que o fundo do poço ainda está longe.Haja visto Índia, África do Sul, Guatemala, etc...
Parte escrita
1993

  • E: é::... me diz o seu nome... em que período que você está... aonde que você estuda e qual o seu curso...
    I: eu... meu nome é Rafaela... eu estudo na PUC... no Rio... faço desenho industrial com habilidade em projeto de produto... e... está faltando alguma coisa?
    E: o período...
    I: ah...eu estou no... oitavo período mas vou fazer em nove... [a:normalmente] são oito mas vou fazer em nove...
    E: uhn... uhn... eh::.. e... eu queria que você... me contasse alguma história que tenha acontecido com você... que você tenha achado... ou engraçada... ou aleg/ ( ) triste... [constrangedora...]
    I: [ou alegre?] aconteceu uma coisa super boa comigo faz umas semanas... que eu estava num barzinho sentada... no Leblon... com vários amigos... aí:: eu... olhei pra frente assim::... e reconheci uma pessoa que é um profissional super conhecido de design do Rio...e eu conhecia ele por causa de outros eventos que eu [a:inclusive] [v:trabalhei] ...aí eu fui falar com ele... ele foi mais caloroso que o normal e tal... aí:: ele falou “poxa... Rafaela... eu estava te procurando” e tal “ia te ligar hoje mas não consegui::... foi uma su/ coincidência super legal te encontrar... e eu queria te:: falar um negócio” e tal... aí eu falei “ah::... que legal” e tal “então fala...” aí ele “quer conversar depois ou agora?” “não... conversar agora... conversar agora...” aí ele falou que... eles estavam precisando de uma pessoa no Centro de Promoção Design Rio... que é um órgão que ele e outros profissionais de design criaram no Rio pra promover o design... então::... ele estava precisando de uma pessoa... eles pensaram em mim... pô... eu fiquei super orgulhosa de eles terem pensado em mim... eles pensaram em mim por causa de outros trabalhos e tal... e::... acabou que::... eu liguei pro escritório dele... marquei a entrevista... aí a entrevista foi ótima e tal... eles eram a pessoa que eu queria/ a pessoa que eu queria/ que eles queriam era eu... mas:: acontece que o meu horário era incompatível com o deles... foi super bom pra mim porque... poxa... me ofereceram um trabalho... foi uma coisa que:... por incrível que pareça... eu nem procurei assim... né? mas foi ótimo... foi super bom...
    E: mas acabou que não deu... pra você?
    I: não... não deu pra eu estagiar... mas faz parte isso porque::... eu estou fazendo milhares de coisas aqui na PUC também...aí eu fiquei sem estagiar [a:mesmo] ... esse semestre... apesar de eu já ter estagiado dois anos já...

  • E: e::... agora eu queria então que você contasse pra mim... alguma coisa que você não tenha vivenciado... alguém te contou ((conversa de terceiros)) eh::... que alguém te contou... e que você tenha achado ou engraçada... ou triste... ou constrangedora...
    I: oh... my ((riso)) uma história que tenham me contado? ai... dá pra desligar? ((o gravador)) meu irmão estava me contando outro dia que::... ele conheceu um... um cara lá em Friburgo... que roubaram o carro dele... há pouco tempo aqui em Fri/ aqui no Rio... na Glória... daí ele ficou louco porque tinham roubado o carro dele... o carro dele não era tão novo assim mas... pô... fazia a maior falta e tal... era um Gol... aí ele... deu queixa na polícia... e ao mesmo tempo que deu queixa... começou a falar com o amigo dele... que era o amigo do amigo do amigo de alguém que era ligado ao tráfico de carros... aí acabou que chegou na/ alguém chegou e deu um toque nele... pra ele todo dia passar naquele lugar onde tinham roubado o carro dele... passar todo dia em frente à delegacia... perguntar como é que estava o carro e tal... ba ba bá... como é que andava o processo... e aí ele passa/ passeava todo dia naqueles lugares benditos... passava na delegacia “e aí... como é que está a história?” “pô::... a gente não está sabendo de nada...” não sei o quê... e o bendito do carro sumiu... entendeu? ninguém mais sabia fal/ ouvia falar do carro... aí um dia... por um acaso... assim... depois de... sei lá... de uns dois meses... ele passou em frente à delegacia... e viu o carro dele... aí entrou na delegacia e perguntou “ah... e aí? quer dizer que vocês acharam meu carro?” “não... a gente não achou o seu carro não” “ué... mas como?” e tal “mas... pô... vocês falaram que iam achar...” e tal... ele se fez de desentendido... né? “vocês... pô... não é possível... cara... vocês falaram que iam achar o meu carro...” e tal “não... mas a gente não achou nada::...” e tal... não sei o quê... aí ele “pô... então beleza... então quer dizer que eu posso pegar o meu carro que está aí em frente e levar embora?” “pode... pode... pode pegar o carro...” as pessoas/ tipo assim... ele não pôs palavra na boc/ palavras na boca das pessoas e as pessoas também deixaram tudo assim no ar... entendeu? foram levando... quer dizer... se ele achasse... bem... se ele não deixasse amém... né?ele ia ficar sem o carro dele... coitado... [a:só] que ele teve uma sorte enorme... o carro estava lá intacto... e tinha muita coisa dentro do carro... tinha muita/ ele era/ época de Natal... e ele estava assim... com todos os brindes... ele é o dono de uma boite... todos os brindes da boite estavam dentro... camise::ta... essas coisas todas... né? estava tudo dentro do carro... então tinha milhões:: assim... além do carro...e estava tudo dentro... neguinho não tinha tirado... nada... [a:incrível] ... né?
    E: mas eu não... não entendi... e aí? ele pegou o carro [e foi andando?]
    I: [aí ele pegou o carro] e levou embora... foi uma história louquíssima assim...foi uma história [a:totalmente] sem pé e nem cabeça [a:mesmo] ...
    E: e como que o carro foi parar lá?
    I: ah::... e teve um lance... ele estava com a chave... por um acaso... naquele dia ele estava com a chave do carro... no bolso... porque ele andava assim... sempre olhando... e tal... então ele andava com a chave... naquele dia ele estava com a chave do carro na mão... então ele pegou... e levou o carro embora... e o mais incrível é que quando roubaram o carro também... roubaram com tudo... com os documentos dele... com os documentos do carro... estava tudo no carro... a única coisa que estava com ele era a chave... quando ele abriu o carro estava tudo lá... neguinho deve ter usado o carro pra alguma coisa... precisava do carro... e depois não precisou mais... e:: viram que ele de repente estava na caça e tal... super louco... né?
    E: uhn... uhn... estranha essa história ((riso))
    I: pois é... sem pé nem cabeça...

  • E: e::... agora... eu queria que você... me descrevesse o local onde você mais gosta de ficar...
    I: o local que eu mais gosto de ficar::... é um local... que não dá pra eu ter acesso... assim... toda hora... é lá em Friburgo... na cidade dos meus pais... e::... tem o pico do Caledônia... que é um pico que tem... dois mil... dois mil e oitenta e três metros de altitude...e lá é [a:muito] lindo...porque tem a maior paz... assim... de lá de cima você vê... toda... assim... a Serra de Teresópolis... Petrópolis e Friburgo... então você vê todas as/ você vê as... as estra::das... vê os cami::nhos e tal... então é impressionante... que de lá de cima a gente vê... assim... a gente vê como a gente é pequenininho... entendeu? vê como... tudo é fluido... é lá que eu gosto de ficar... é no alto das montanhas...
    E: e como é que é lá?
    I: como é que é lá? lá é o pico de uma montanha... onde tem até uma torre de televisão... e::... tem uma/ um...um lugar pra pouso de helicóptero também... e de lá::/ é:: uma base... tem... tem a tal base... e tal... mas é natureza... entendeu? são pedras... árvores e... muita natureza::... rasteira...não tem nada assim... de mais... entendeu? [a:só] que é mui::to bonito... você tem que fa/ tem que subir seiscen/ além de ter que fazer uma caminhada enor::me... tem que subir a maior rampa... depois tem que subir seiscentos degraus... aí chega-se lá em cima... ah:: tá bom...

  • E: Rafaela... eu queria que você contasse para mim... o que que você mais gosta de fazer... e:: me explicasse como é que se faz isso...
    I: eu adoro plantar... plantar... plantar:: verdes... né? e eu... há pouco tempo... eu aproveitei/ quer dizer... eu morava em casa e agora eu estou morando em apartamento... e eu aproveitei que tem uma jardineira na minha casa... e plantei::... temperos... ceboli::nha... eh::... manjericão::... essas/ esses temperinhos pra fazer molho... pra botar em carne... daí:: eu... tive que arranjar... terra adubada...eu tive que tirar porque a terra estava... [a:toda] cheia de barro... tirei a terra com barro... coloquei a terra adubada... e aí plantei... as coisinhas todas que já estavam::/ já era/ já não eram mais sementes... elas já eram... esqueci a palavra...
    E: muda?
    I:já eram mudas... [a:muito] bem...é por aí ((riso)) aí eu plantei as mudas... elas estão crescendo... eu tenho que molhar todo di::a... tenho que ver como é que está a terra... tenho que afofar... essas coisas todas... e é super legal... eu adoro plantar... eu descobri isso há pouco tempo...

  • E: e::... agora eu queria que você... dissesse pra mim a sua opinião... ou sobre a situação política... ou econômica... ou da educação... no Brasil...
    I: ( ) [a:bom] ... ah... eu vou dar sobre a política porque eu estou fervilhando sobre isso...porque a gente está num... a gente está num momento super decisivo... né? dia vinte e um/ hoje é dia... dois/ dia primeiro de abril... dia da mentira... mas... não conta... dia vinte e um de abril é/ vai ter o plebiscito... né? pra eleger... ou a monarquia... ou a república... e hoje houve até um plebiscito na PUC... eu achei super interessante mas ao mesmo tempo... é dureza porque... não faz sentido essa eleição... não faz sentido porque a gente não... não tem nem... condições... não tem embasamento nenhum pra eleger nada... entendeu? tudo está uma bagunça... está tudo/os conceitos estão [a:totalmente] invertidos... e eu acho assim... uma piada... a monarquia ser... alguma coisa hoje em dia... entendeu? então::... eu fui até lá::... votei... e tal... vou votar no dia vinte e um... vou resolver ainda se eu vou anular meu voto ou não... mas... a única premissa que eu acho que as pessoas assim... de bom senso têm... é que a monarquia não faz sentido... porque o resto... as pessoas não têm noção... ninguém/está todo mundo [a:totalmente] perdido...ninguém sabe por que que está acontecendo isso...foi uma coisa [a:totalmente] louca [a:mesmo] ...e::... o que mais que eu podia falar sobre isso? sobre essa... essa política?ah... [a:inclusive] houve uma coisa super interessante...que::... eu conheço uma pessoa que faz pa... parte da associação de negros... que são politizados e tal... e eles... estão reivindicando... eu acho que eles estão mais do que certos... que já vai ter eleição pra monarquia... a gente tem que ter um rei Zumbi... porque ele é tão rei... quanto o rei de Portugal... porque os nossos reis que são candidatos...são candidatos... porra... [s:um] não [v:fala] português [a:direito] ...o outro... foi um playboy a vida inteira... entendeu? então eles não/ nem sabem o que que é Brasil... e::... e é bom/ eu acho que... o caminho é as pessoas... se rebelarem um pouco...pararem [a:só] de reclamar... e tomarem mais atitudes... aqui... [a:politicamente] ...tipo... a/ as pessoas... têm dificuldade de aceitar até a UNE... que é a coisa mais certa... que tem que acontecer... é uma instituição que tem um poder enorme... já virou uma instituição... quer dizer... já deix/ era uma intituição fortíssima... deixou de ser por causa... da ditadura... voltou a ser... e:...ontem eu estava conversando com umas pessoas e aí falaram “ah!... mas aquele Lindenberg Farias viaja de graça pelo Braj/ Brasil inteiro...” gente... é óbvio... a começar que ele não tem condições de estudar... fazendo o que ele está fazendo... o trabalho que ele está fazendo... depois... se alguém não pagar pra ele as passagens... quem é que vai pagar?se for o Governo... [a:ótimo] ... o Governo a gente paga imposto pra isso... pra ter nossos direitos reivindicados...então as pessoas estão [a:totalmente] assim... perdidas... entendeu?a gente tem que reforçar a UNE... tem que reforçar os CAs... tem que reforçar os DCEs... a universidade... tem que aproveitar o espaço que ela tem... pra tentar melhorar isso... né? parece ideologia demais assim... mas é a realidade...
    E: tá... obrigada... Rafaela...
    I: ah... de nada...
Parte oral
1993
  • Essa história que me aconteceu não teve um final [a:exatamente] feliz.No entanto, foi [a:muito] alegre para mim e me trouxe um grande bem estar.Num desses fins de semana em que fiquei no Rio, fui ao Sindicato do Leblon, num sábado, com o pessoal da faculdade.Já era bem tarde, talvez uma hora da manhã, quando chegou um conhecido meu.Ele é um designer conhecido e eu o conhecia através de eventos que o seu escritório havia organizado e nos quais eu havia colaborado.Ele não é [a:exatamente] meu amigo, e eu fiquei surpresa quando ele disse que precisava conversar comigo.Foi aí então que ele me fez uma oferta de estágio, me dizendo que o seu escritório estava precisando de uma pessoa e que eles haviam pensado em mim.Eu fui lá, fiz a entrevista, mas meu horário foi incompatível por causa da faculdade.Eu não fiquei triste porque era um momento da minha vida em que [a:realmente] eu não poderia estagiar.Depois também fiquei feliz por terem lembrado de mim pelo próprio mérito do meu trabalho.
  • Essa história a seguir é um pouco louca e faz parte desse dia a dia da vida das pessoas no Rio de Janeiro um pouco interessante.Meu irmão me contou essa história e fiquei impressionadíssima: Um amigo dele teve seu carro roubado, na época do Natal, e não se conformou.Além do carro ser o único que ele tinha estava com muita mercadoria dentro (pois ele era comerciante).Ele tinha um amigo que tinha um amigo, que tinha outro amigo que conhecia alguém da mafia de roubo de carros no Rio.Então, ele contactou esse amigo, e acabou chegando a ele a informação de que ele deveria rondar sempre o lugar onde o carro havia sido roubado.Além disso, ele deu queixa a polícia, o que, como era de se esperar não deu em nada.Um belo dia, não sei se por causa dos contatos, ele passou em frente a delegacia e viu lá seu carro estacionado, e o que é mais interessante: intacto.Por um acaso ele estava com as chaves do carro.Ele entrou na delegacia e perguntou se alguém havia descoberto o paradeiro do carro e ninguém se manifestou.Foi aí então que ele perguntou se poderia ir embora com o carro que estava estacionado em frente a delegacia, o delegado disse que sim e que não haveria problema.Essa história é louquíssima e [a:totalmente] sem nexo: por isso fiquei impressionada.
  • O Pico da Caledônia é um lugar onde me sinto bem e gostaria de estar sempre.No entanto ele fica distante e não de fácil acesso.Ele fica na minha cidade origem, Nova Friburgo, a 2083m de altitude.Para chegar lá tem que se passar por uma estrada,depois subir um morro íngreme que leva mais ou menos uma hora e [p:por] [a:último] mais 600 degraus.Em compensação, a chegada lá é indescritível: lindíssimo, paisagem perfeita, maior astral são palavras pequenas para aquele lugar tão sublime.Lá de cima se vê parte da serra do Mar e vê-se também como o mundo é fluído e como nós somos pequenos.
  • Tenho como um dos meus hobbis cultivar plantas. [a:Geralmente] planto temperos.Quando eu cultivo plantas , o processo é o seguinte: . [a:Primeiro] eu afofo a terra onde vou colocar as mudas.Logo em seguida coloco terra adubada e adubos, e misturo a terra cansada com a nova..Depois cavo buraquinhos com o dedo (a profundidade é o tamanho do dedo) e coloco as mudas nos buracos..Completo o que sobrou com a terra e logo em seguida rego as plantinhas..Rego todos os dias de manhazinha, pois ao meio-dia o sol queima as folhas, e à noite elas soltam gás-carbônico..Como resultado, posso comer temperos fresquinhos todos os dias.
  • Uma das coisas que está mais em voga no atual momento do Brasil é a política, e acho que eu não poderia falar de outra coisa senão isso.É incrível a alienacão de toda a nação e é um absurdo pensar que estamos às vésperas de um plebiscito que não vai servir para nada.O que tem que mudar nesse país não é o sistema de governo, mas sim, a cabeça das pessoas, através da educação séria e não através de um falso moralismo e de um paternalismo falido.Esse plebiscito para a escolha da forma de governo é [a:totalmente] sem sentido.E o pior de tudo é que têm pessoas que irão votar na monarquia [a:assumidamente] .Conheço uma pessoa que faz parte de um movimento anti-racista dos negros que disse que se é para haver monarquia temos que ter na concorrência um rei Zumbi.Concordo [a:plenamente] : os negros tem tanto direito quanto os portugueses de exigir seu espaço, já que o sistema está indo por esse caminho.Fica aqui registrada a minha revolta e eu espero algum dia ter voz e espaço para mostrar às pessoas o que e que isso tenha algum valor.Não por mim, mas por toda essa miséria que está a nossa volta e que nós fingimos o tempo todo que não vemos.Espero que tudo mude e que nós sejamos um povo realizado [a:politicamente] .A política do mundo inteira está falida.Mas isso não é motivo para nos acomodarmos.Temos mais é que crescer e não ficar usando recursos do gênero desse plebiscito.
Parte escrita
1993

  • E: me diz o seu nome...
    I: Regina...
    E: aonde você estuda?
    I: PUC... RJ...
    E: e::... qual período que você está?
    I: uhn... passei agora pro décimo primeiro ((riso))
    E: e::... de que curso?
    I: artes... desenho industrial...
    E: Regina... eu queria que você::... me contasse uma história que tenha acontecido com você... e que você tenha achado... ou engraçada... ou triste... ou constrangedora...
    I: comigo? bem... constrangedora... engraçada... tá... constrangedora ((riso)) na praia... saí com... com um pessoal... be/ ba/ foi/ foram há muitos anos... eu era... até pequena... aqui no Leblon... e::... foi... foi numa época que as ondas... eram en/ estavam enor::mes... né? então o pessoal passou da arrebentação... foi lá pro fundo... e::/ ah... eu... eu fiquei lá ((estalo de dedos)) o máximo que eu pude depois eu comecei a me cansar... né? eu estava ficando cansada e tal “ah... gente... eu vou voltar...” o pessoal “ah::... não... tá...” e ficaram por lá... eu voltei... no que eu voltei... cara ((riso)) eu peguei um caixote... veio uma onda enor::me... cara... e me pegou... e tipo eu... eu morava no Leblon ainda... a praia cheia... a praia lota::da... aí eu fui... a... a onda me levou... lá na areia... e ficavam aquelas pessoas ainda...como a praia estava [a:muito] cheia... [a:muito] entupida...aquelas pessoas em pé assim na beira d’água... sabe? olhando o mar... eu fui parar no pé de dois caras ((riso)) ainda bem que eu era pequena... cara ((riso)) mas eu fui... eu fui rolando lá... no caixote... fui parar no pé dos caras...aí depois... [s:eu] [v:entrei] [p:de] [a:novo] ... pra tirar a areia... né? que eu estava ensopa::da de areia... aí eu voltei pra água... pra tirar... veio outra onda... e a mesma coisa... [s:eu] fui [v:parar] no me/ no pé dos dois caras [p:de] [a:novo] ... cara... aí eu levantei... olhei assim pro lado... ah... não...[v:fui] [a:direto] ( ) fui direto lá pro lugar onde eu estava sentada... cara... aí... foi horrível... foi terrível ((riso))
    E: foi... foi com areia e tudo ((risos)) desistiu?
    I: desisti... eu fui pra beirinha assim... tentei mas... não dava... porque... quando a onda vinha e::... dava... né? tipo... a espumara::da toda... e eu lá no final/ masnão ficava muita/ muito lugar raso assim... pra você se molhar... ou você ia pra arrebentação [a:mesmo] ... né?pra água [a:mesmo] ... onde estava... quebrando... ou então... não ia... né? então... bem... essa... foi a constrangedora ((risos))

  • E: e::... agora eu queria que você me contasse uma história que alguém tenha te contado... que você não estivesse presente... e que você tenha achado engraçada... triste... ou constrangedora...
    I: bem... essa vai ser no mesmo... no mesmo esquema ((riso)) de praia... que eu fui encontrar com um pessoal na praia...
    E: não... não... você não podia estar...
    I: não... não... eu fui/ eu... eu/ ah... eu cheguei depois... depois que aconteceu... eu cheguei... eu cheguei eu já... eu já tinha... eu já tinha marcado com eles... aí ((pigarro)) aí me contaram... tipo... estava/ quem é que estava lá? foi... Carla... Ainá... Patrícia... e:: um outro pessoal lá... e foi/aconteceu [a:exatamente] a mesma coisa... [a:só] que elas foram lá pro fundo... e depois não conseguiam voltar... e estavam quatro... estavam as quatro lá... e depois não conseguiam voltar... e nadava... nadava... nadava... e não conseguiam... voltar... aí daqui a pouco/ e isso depois me contaram... cara...foi [a:muito] engraçado... aí... a::/ quem? a/ parece que a Patrícia ((cumprimento entre a informante e terceiro))
    E: parece que a Patrícia...
    I: a Patrícia... ela... ela começou a se afobar... e falando “gente... eu vou me afogar... gente... eu não consigo... o que é que eu vou fazer? Ainá... me ajuda aqui...” aí a Ainá “não... não posso ajudar... porque eu também estou me afogando...” não sei quê... ( ) assustadas ((riso)) “não... não posso ajudar que eu também estou me afogando...” não sei quê... aí::... acabou que um... um surfista lá ajudou a Patrícia a sair da água... e vieram dois ((riso)) dois negões salva-vidas pra ajudar a Ainá... a Ainá... passou um tempo fora estava branqui::nha... bem branqui::nha... com aquele biquine europeu assim... veio os dois caras fortões... tirando ela da água... foi... foi o Bocão... o Bocão e o Gigio... que me... que me contaram isso... sendo que o Gigio ficou na areia olhando a cena assim... aí chegou o Bocão “ah... são e/ são elas lá no fundo?” e tal... o Gigio “ah::... são...” “ah... ah... elas estão se afogando?” “ah... estão...” ((risos)) e ele está... olhando lá... a parada acontecendo... não fazia nada ((riso))

  • E: e::... agora eu queria que você me dissesse... como é que é o... o lugar onde você mais gosta de ficar na sua casa...
    I: na minha casa... uhn::... bem... eu paro pouco em casa ((risos)) eu paro pouco em casa... tem o meu quarto... que... eu passo bastante tempo... o que mais? ah... a área externa ((descrição da área externa)) e::... deixa eu ver dentro de casa... dentro de casa tem... meu quarto e a cozinha... eu acho que a cozinha é o lugar predileto ((risos)) de todo mundo... né? ainda mais que...somos [a:só] três pessoas... né?eu... minha mãe e minha irmã... então... quando todo mundo tem a oportunidade de... estar junto em casa... né? [a:geralmente] é na cozinha que a gente está conversando... fazendo alguma coisa pra comer... né? enfim... é::... é mais ou menos na cozinha... eu acho...
    E: e como é que é a cozinha?
    I: a cozinha... a cozinha é grande... tem:: um chão de mármore... eh... granito cin... cinza... e os móveis são brancos...o azulejo é::... é:: é [a:meio] branco também de listrinha... tem no meio... são duas listras prateadas... eh::... os armários são modulados... assim... tem muito armário... é branco e cinza também... é tudo ((riso)) tipo... todo mundo diz que é aquela cozinha perfeita... né? ((risos)) bem... eu me amarro... a casa foi construída há pouco tempo... o quê? três/ vai fazer quatro anos agora no fim do ano... meu pai fez... de acordo com o gosto assim... né? da minha mãe... e tal... gosta de espaço... a gente morava num apartamento pequeno... então a cozinha é enorme... né? você chega assim... tem... tipo de frente pra janela... a porta é a minha esquerda... aí toda essa parte da parede esquerda tem armário... ah... é um armário... depois vem o freezer... a geladeira... mais um armário... que tem um espaço pro microondas... a bancada com um pedaço da pia... armário em cima e embaixo... fogão... e... o resto da bancada com armário em cima e embaixo... de frente... né? acaba aquela bancada do lado... vem...uma bancada ac/ a/ [a:junto] na::/ da parede... da janela... né?então... tem duas pias... o escorredor no meio... armário na parte debaixo toda... e no canto direito... armário em cima e a máquina de lavar louça embaixo... tá? acabei o lado de lá... o lado de cá agora ((risos))
    E: nossa...
    I: agora o lado direito... eh::... tem armário também à beça... em cima e embaixo ((riso)) e uma mesa com quatro cadeiras... num canto... depois uma outra bancada de uma pia... com::água potável... né? que aí tem o filtro embaixo e é uma torneira em que você pega da torneira [a:mesmo] pra beber... né?que é a água... legal... e:: embaixo outro armário ((riso))
    E: nossa...
    I: e em cima dessa pia tem... uma/ ah...é um tipo de uma prateleira [a:só] que não é uma prateleira... é uma parada bem alta... onde a gente pendura as panelas... tem várias panelas que... minha mãe comprou e que a gente pendura... é prático à beça... super prático... aí em cima do fogão tem o exaustor... e o que mais? é isso... eu acho que ...
    E: foi a descrição mais...

  • E: eh::... Regina... agora eu queria que você... você me dissesse alguma coisa que você... sabe fazer e me dissesse como é que se faz isso...
    I: saiba fazer... uhn::... adoro fazer waffle... adoro comer waffle ((riso)) como é que faz? bem... vou te dar receita completa... né?vai sair um caderno de receitas ((riso)) ahn::... dois ovos... bem... não... [a:primeiro] ... dois copos de leite... tipo copo de requeijão... liqüidificador... duas gemas... as claras são em último... em neve... né? duas colheres de sopa de açúcar... uma pitada de sal... uma colher de sopa de fermento... duas xícaras de farinha de trigo... e::... cem gramas de manteiga derretida... aí::/ ah::... e açúcar vanille... duas colherinhas de::... de chá... de açúcar vanille... o que mais? é isso... ah... o açúcar vanille é opcional... ou você coloca o açúcar vanille ou você coloca... queijo parmeson ralado... pro waffle ficar mais salgado... e tal... aí você bate as duas claras em neve...no fim... e coloca... [p:por] [a:último] ... na massa... tudo no liqüidificador...depois é [a:só] botar na chapa e:: fazer TCHIII((risos))fica [a:muito] bom...
    E: mistura tudo?
    I: é... [no liqüidificador...]
    E: [no liqüidificador...]
    I: no liqüidificador... é...aí depois é [a:só] botar na chapa...
    E: pode botar::... uma cobertura e tal em cima...
    I: ah... e depois que ficar pronto você coloca... com manteiga... com Karo... com mel... eu uso Karo à beça... não sou tão fã de mel assim... eu:: como mais com Karo... aí dá pra fazer...a receita de panqueca é mais ou menos parecida... [a:só] não leva fermentoe você vai na frigideira ali... aí você pode rechear também de mil maneiras...

  • E: e... agora... [a:finalmente] ((riso)) eu queria que você... me dissesse a sua opinião... ou sobre a situação política... ou econômica... ou da educação no Brasil...
    I: bem... todas as três são vergonhosas... né? aquela coisa assim... deplorável... cada vez estão colocando mais impostos... impostos absurdos... pra se pagar... né? tipo... esse imposto do cheque... e::... vária/ várias coisas... né? ah... é... é... é complicado... é complicado porque eu acho uma pouca vergonha... né? quando eu era pequena... minha mãe não gostava muito de assistir jornal porque::... achava tudo uma:: barbaridade... né? então no in/ eu... de pequena assim...eu não era [a:muito] ... enfronhada em política...não entendia nada... assim...eu comecei a ter uma/ mais uma::/ um conhecimento [a:mesmo] da situação... do que que acontece... de política... quando eu entrei na faculdade... né? a gente começa a se politizar mais... né? e::... e não sei... eu/ a gente nunca vê muita saída... né? a gen/ o brasileiro...é engraçado que o brasileiro é [a:muito] otimista... acha que::... pior não pode ficar... e acaba sempre ficando... né? foi... foi o Sarney::... né? tipo... todo mundo votou no Tancredo... o Tancredo vai e morre ((riso)) aí fica o Sarney pra bagunçar toda a economia... aí depois... é o Collor... né? que não precisa nem falar... que o assunto está mais que discutido... a pouca vergonha que acontece... agora... pouca vergonha tem em todo lugar... né?não é [a:só] no Brasil... em todos esses países aí os políticos... são sempre corruptos... né? eu acho que::... são raros os que não são... e os que não são têm que provar que não são... pra gente poder acreditar... né? porque essa situação política... eu não sei... eu... eu... eu fico sempre revoltada... né? eu acho que... não... não tem muito o que dizer... o que falar... que poderia ser assim... que poderia ser assado... porque a gente também nunca está... ahn::... por dentro... de tudo o que acontece... né? de tudo... de tudo que... que::/ ah... como é que eu digo? como é que eu posso te dizer? de toda a base... né? que... que fez com que as coisas chegassem no ponto em que estão... né? tipo... o ministro... da:: Fazenda... agora... foi no Jô Soares... há umas semanas atrás... e:: eu achei ótimo ((riso)) é... engraçado... eu achei maneiro ((pigarro)) a maneira como ele colocou... a coisa...porque [a:geralmente] a gente não tem acesso a certas/ a... informações... de como a coisa acontece lá dentro... né? ele falou... de... de como ele tem agora que administrar... a Fazenda... que não tem dinheiro... e que... eh:: todo mundo quer dinheiro pra isso... quer dinheiro pra aquilo... e que ele tem que.... segurar... se não não dá... e nisso vai lançar imposto pra ver se entra mais dinheiro... agora... a gente é que sofre... né? porque eles estão lá... tentando... segurar... uma... uma situação econômica... e... não vê/ não vêem a... a população... né?eles até pensam na população... [a:só] que... ao meu ver... não é uma coisa que chega pra gente [a:muito] correta... né?tipo... a classe média... cada vez está mais dizimada... né? não existe... uma vez eu vi no jornal...na época do Collor [a:mesmo] ... uma... uma charge... que estava a Zélia... o Collor... e os ministros atrás de uma trincheira... com umas armas assim... e::... e... e eu acho que era a Zélia que estava falando “acho que acabamos de vez com a classe média... dessa vez...” né? ((risos)) tipo...aquela coisa assim de dizimar [a:mesmo] ... que... as coisas vão acontecendo... a situação vai ficando cada vez pior... né? tipo... meu pai... estava numa crise enorme aí... tipo... com o plano.... que seguraram tudo... ele era da construção civil...e acabaram com a construção civil [a:praticamente] ... né?e::... acabou o financiamento... acabou tudo... tipo... dinheiro... né? estava difícil... e ele passou uma... uma crise danada aí... muita gente falindo... muita gente fechando... e ele tendo que segurar... e/ eu não estou/ eu não...eu não trabalho ainda [a:mesmo] ... eu estou estagiando... não estou sendo remunerada por enquanto... né? tipo... eu tenho uma renda que vem do meu pai... e a gente sente um pouco a situação como é mas... não tem... não tem muito como interferir... não tem muito como fazer nada a respeito... né? porque está ... está um pouco fora do alcance... a não ser ((riso)) a não ser quando... saem tipo... os movimentos que... que nem teve aqui dos cara-pintadas... né? pra botar... o Collor pra fora e tal... são movimentos assim que... requer muita gente... pra fazer uma coisa assim em conjunto pra poder ser ouvido pra pessoas cogitarem na possibilidade de fazer alguma coisa a respeito... né? é mais ou menos por aí... fora isso... são poucos os que se revoltam aqui e ali... e no final não faz nada e tem que esperar o próximo presidente entrar... pra... ver o que acontece... né? é... mais ou menos isso... eu não sou a pessoa mais inteirada de política... né? ((riso))a gente tem [a:muito] pouca noção... mas... é isso...
    E: tá... obrigada... Regina...
Parte oral
1993
  • Foi uma experiência [a:completamente] constrangedora, num daqueles dias de muito sol, calor e praia, num dos anos em que as praias de Ipanema e Leblon ficavam repletas, apinhadas de gente, sem nem lugar por onde passar.Eu era pequena ( [NULL SUBJECT] não [v:lembro] [p:ao] [article:] [a:certo] a idade, 11 ou 13 anos, não sei).Eu fui pra água com umas amigas, [a:só] que pra se ficar na água tínhamos que passar a faixa de arrebentaçãoe fomos lá pro fundo.Depois de um tempo eu comecei a me cansar eresolvi voltar pra areia [a:só] que uma série de ondas começou a estourar, e na minha cabeça.Fui parar na areia, no pé de dois caras que estavam na beira d’água.Eu estava cheia de areia e um tanto constrangida, pedi desculpas aos dois sujeitos evoltei pra água pra tirar a areia, [a:só] que do jeito em que o mar estava, acabei levando outra onda forte na cabeçae fui parar no pé dos mesmos caras.Revoltada [s:eu] desisti de [v:tirar] a areia [p:de] [a:novo] e voltei pro meu lugar na areia.
  • Fui à praia no local de sempre, encontrar o pessoal.Ao chegar lá o Gigio me contou o que tinha acabado de acontecer.Diná, Patrícia, Ferdi e Carla entraram no mar e depois de ficarem um tempo, parecia que não conseguiam voltar (nadavam e não saiam do lugar).A Patrícia conseguiu socorro com um surfista que passava, subiu na prancha e não conseguiu nem remar.Ferdi e Carla tomaram alguns caixotes até conseguirem sair, e Diná saiu com ajuda de dois salva-vidas enormes,ela [a:muito] branca, tipo europeu e eles, dois negões enormes, mas que se deram conta de tudo na hora e foram ajudar.A situação que o Gigio me descreveu foi hilária, e pra completar, o Bocão chega pro Gigio e pergunta preocupado onde estão as “mulheres”, “são aquelas ali se afogando?”e [a:estupidamente] o Gigio responde sentado [a:tranquilamente] “é, são sim!”
  • Minha cozinha é bem espaçosa, armários por todos os lados, em cima e em baixo.Entrando nela pela sala eu tenho ao meu lado esquerdo um freezer e uma geladeira, o micro ondas e parte da bancada da pia, que comporta o fogão no meio.De frente temos o resto da bancada com duas pias, o escorredor de louça no meio, um janelão e a máquina de lavar louça à direita.Com exceção da máquina todo o resto dos eletrodomésticos ficam suspensos/ acoplados ao mobiliário para se poder lavar a cozinha.Sob os armários de cima que acompanham a bancada há uma iluminação para a bancada.Do meu lado direito temos a porta para a área ao fundo, perto da máquina lava-louça, uma nova bancada independente da outra, com pia de água potável e um armário sob ela.Acima dela um conjunto de panelas penduradas.Depois temos um outro conjunto de armários (em cima e em baixo) com um vão onde se encontra a secretária eletrônica, um aparelho velho de rádio televisão, um bandeija (com açucareiro, saleiro, manteigueira, etc...) e a torradeira.Na direção de onde se encontra esta bandeija,sai uma mesa, tipo embotida, com quatro cadeiras, e [p:por] [a:último] um armário com vidropor onde se vê os copos finos de minha mãe.Atrás de mim uma parede lisa com apenas um relógio.
  • Waffles é uma das coisas que eu mais gosto de fazer, apesar de engordativo.A receita eu já sei de cor, de tanto fazer.Coloca-se dois copos de leite (tipo requeijão) no liquidificador,duas gemas (as claras [p:por] [a:último] em neve), duas colheres de sopa de açúcar, uma pitada de sal, duas colheres de chá de açúcar vanile, um tablete de 100 gramas de claybon derretido, duas xícaras de farinha de trigo.Bate-se tudo no liquidificador colocando as claras em neve [p:por] [a:último] .Com a chapa aquecida é [a:só] colocar a massa e pronto!Waffle na mesa.
  • A situação em que o país se encontra é vergonhosa.Corrupção por todos lados, criação de impostos absurdos...enfim, é uma baderna geral.Temos que reconhecer que o mundo todo está sofrendo uma grande crise, mas o Brasil é sempre a mesma piada, o que nos salva por muitas vezes é o espírito esperançoso do povo, sempre com aquele “jeitinho brasileiro” pra contornar as situações.O Collor saiu, mas a corrupção sempre existiu e duvido que pare por aqui, os métodos é que serão aprimorados e melhor encobertos para o escândalo não se repetir.O que falta no povo para a situação poder mudar [a:realmente] é a tão abandonada educação. [a:Só] com educação e conscientização poderemos mudar alguma coisa.Mas falar é fácil.Vários fatores sociais impedem que isso aconteça.Dentre a população miserável, marginalizada e com fome, não encontraremos quem queira deixar de trabalhar para comer, para estudar ou filosofar sobre a situação econômico-social do país.Alguma coisa tem que ser feita, e sem dúvida tem que começar por nós, [a:mesmo] sabendo que o resultado não virá tão cedo.Daqui a 20, 50 anos, quem sabe...
Parte escrita
1993

  • E: e... você estuda:: que curso?
    I: direito... na Cândido Mendes...
    E: qual... qual período... que você está?
    I: último ano... quinto ano...
    E: eh... Valéria... eu queria que você me contasse uma história que tivesse acontecido com você... e que você tenha achado ou engraçada... ou triste... ou constragedora...
    I: é... foi uma situação difícil... né? eu não sei... eu não sei onde que engloba isso... mas... eu fui a Petrópolis com uma amiga... que nunca tinha subido a serra... estava dirigindo há pouco tempo... ela “vamos? eu tenho que ir a Petrópolis... você vai comigo?” eu “tá bom... vamos...” aí fomos as duas e tal... chegamos lá... resolvemos o que tinha que resolver...na volta/ [a:bom] ... foi [a:tudo] tranqüilo...almoçamos lá... quando a gente está voltando...começa a chover assim... [a:torrencialmente] ...e fura o pneu... fura o pneu do carro dela... e a gente nunca tinha trocado pneu... nenhuma das duas...e aquela serra [a:totalmente] deserta... né? aí a gente encostou o carro assim do lado... o carro já foi puxando... que estava chovendo... estava derrapando... pô... o maior medo... né? meu coração assim disparado... aí a gente desesperada... tirando macaco... tirando pneu e... desatarrachando tudo... e fazendo a maior força... e não conseguia encaixar o macaco... o carro descendo porque estava na serra... o maior desespero... né? e o coração da gente a mil... e::...o carro [a:todo] aberto... caindo a maior chuva... a gente nem viu... aí o que que aconteceu? a gente... demorou ali um tempo... pra trocar o pneu... quando a gente trocou... foi tudo bem... demorou um pouquinho... né?aí a gente entrou no carro... estava [a:tudo] molhado... os papéis ((riso)) [a:tudo] molhado... o carro...a gente ent/ encharcada... aí... passou... a gente riu pra caramba depois... né? um susto danado... paramos (num) posto... pra ver se estava tudo... bem atarrachado e tal... aí o::... o mecânico falou que... não sabia qual o homem que tinha apertado aquilo ((riso))
    E: que estava de parabéns...
    I: é... que estava de parabéns... foi a Thelma... né? tem uma força danada... aí foi isso... aí a gente voltou... mas foi uma senhora experiência...
    E: foi a Thelma? aquela?
    I: foi... é...

  • E: eh::... e::... agora eu queria que você me contasse uma história... que tenha acontecido com alguém... algum amigo seu... seu pai... seu irmão... que você não estivesse presente... alguém te contou... e que você achou a história engraçada... [ou triste ou/]
    I: [ahn... ahn]... ah::... essa eu... eu me lembro sim... achei tão engraçada... foi um ami/ um noi/ não... um amigo de um amigo meu... que foi jantar na casa da noiva... aquele jantar assim... primeira vez e tal... oficializar o noiva::do... aí ele::... estava jantando e tal... ele... ele já não gosta muito de bife... de carne... aí estava lá... não conseguia partir o bife de jeito nenhum e tal... aí ele chamou a atenção do pessoal... pra uma outra coisa... entendeu? apontou assim pro outro lado da mesa... e ele viu que tinha uma janela atrás ((riso de E)) ele pegou o bife e tacou ((riso)) mas ele não reparou muito...a janela estava fechada... ((riso)) [a:sério] ... o bife saiu... bateu na janela... e começou a escorrer... grudou... escorreu... quando eu (ouvi) ele contando aquilo... cara... eu dei/ muito...foi [a:muito] engraçado ele contando...ele contando o que aconteceu com ele... cara... foi [a:muito] engraçado...
    E: e ninguém viu... que o bife/
    I: não... aí depois... todo mundo olhou... ele viu que o bife/ o bife ali... a família toda sem graça ((risos)) aí (é) o fim da história...
    E: e ele casou com a menina ou naquele dia acabou?
    I: não... não casou... não chegou a casar com essa não... foi casar com uma outra ((riso))

  • E: e::... agora eu queria que você me descrevesse... o local onde você mais gosta de ficar... na sua casa...
    I: descrever... eu estava pensando nisso... não/ sabe que eu não tenho... o meu quarto não é aquele... lugar que eu gosto de ficar... deveria ser... né? todo mundo é... fala que o quarto é o melhor lugar... que se acha... teu... né? e tal... mas... não sei... eu não...eu não sinto [a:muito] assim::...
    E: ah... eu acho que não precisa ser... assim não... pode descrever então o seu quarto ( ) ou a sala... o que você quiser... ( )
    I: eh... ah... eu gosto de ficar na sala...
    E: então como é que é a sua sala?
    I: como é que a minha sala? ((riso)) (ué)... tem dois... dois ambientes... né? uma tem a... mesa de jantar::... a outra tem a televisão... o sofá... a mesa... isso? mais? eh::... tem dois sofás grandes de três lugares... duas poltronas... uma mesinha de canto... uma mesa de centro... um aparelho de som já no outro lado... com a... com a mesa de jantar... uma varandinha... onde tem as minhas plantas que eu gosto... o que mais? tem um... um carrinho de chá que virou bar... duas caixas de som... só...

  • E: e::... agora eu queria que você::... me dissesse como é que você faz alguma coisa que você sabe fazer... ou alguma comi::da ou um jogo...
    I: ah:: o frango que eu fiz aí ficou... maravilhoso... o mousse também... daqui a pouco você come ((riso))
    E: como é... como é que faz... ou... ou o frango ou o mousse... como é que/ me diz como é que faz?
    I: ah::... o mousse é super fácil... coloca tudo no liqüidificador... eh::... são seis ovos... aí... bate bem... depois coloca::... um copo de açúcar... de requeijão... aí deixa batendo bem... depois um copo de... de chocolate em pó... de preferência Nestlé... que ele é mais forte... aí... deixa bater bem... depois um tablete de manteiga aí... des/ bate bem...depois é [a:só] colocar na forma e na geladeira... ou então no:: congelador... que eu prefiro...

  • E: e::... agora eu queria que você me dissesse a sua opinião... ou sobre a situação... política... ou econômica... ou da educação... no Brasil...
    I: das três?
    E: não... de uma... uma das três...
    I:eh... [a:só] se/ política...eu estou achando que agora está tendo uma abertura maior... né? a gente está... está vendo o que está acontecendo com o país... está/ tudo o que está acontecendo a gente está vendo...não é o que era [a:antigamente] ... onde... a gente não... sabia de nada...ficava [a:tudo] escondido... achava que/ não tinha informação... né?a verdade é isso... a imprensa tem/ eu estou achando que (está num) papel fundamental... na divulgação das coisas... né? que... pô... fulano roubou... a gente está sabendo... eh:: não sei quem foi preso...a gente está sabendo... [v:está] [s:tudo] [p:às] [article:] [a:claras] ...eu acho que o pessoal também está... com medo disso... aí eu acho que estão andando mais na linha...não é que [a:antigamente] não roubava... lógico que roubava... mas hoje em dia a gente está vendo que... quem rouba [a:mesmo] ...e::...quando rouba a gente sabe... e [a:antigamente] não acontecia isso... não podia se falar::... não podia/ tudo... tudo proibi::do... não podia ter uma opinião de na::da... ficava todo mundo mais alienado... hoje em dia eu acho que está melhorando... um dia a gente chega lá... eu tenho esperança ((riso))
    E: você... é a primeira otimista [que eu entrevisto] ((riso))
    I: [eu tenho... ] eu tenho esperança... sei lá... pode ser uma ilusão mas::... uma utopia mas::... que se eu não acreditar... fica um pouco sem sentido... né? vamos tentar lutar para melhorar isso aí...
    E: então tá... obrigada Valéria...I: [a:só] isso?
Parte oral
1993
  • Certa vez fui à Petrópolis com uma amiga que precisava resolver alguns problemas.Fomos de carro e ela que dirigia há pouco tempo, nunca tinha dirigido na Serra de Petrópolis.A ida foi tranquila, enfrentamos um pequeno engarrafamento na Av.Brasil, mas chegamos bem.Resolvemos o que tínhamos de resolver, nos achando as próprias “mulheres de negócios”, almoçamos e voltamos;a volta nos reservou algumas surpresas;já na descida da Serra o pneu dianteiro furou, a direção começou a puxar para a esquerda ea Thelma tentando levar o carro para o acostamento, [a:finalmente] conseguimos parar, descemos do carro e com um certo desespero que as duas fingiam não ter, começamos a “operação” troca de pneus.A Serra estava [a:totalmente] deserta, e os pingos de chuva que começavam a cair, logo se transformaram em um verdadeiro temporal.Aflitas e enxarcadas não conseguíamos colocar o “macaco” no lugar certo, depois de alguns tombos conseguimos suspender o carro.Retiramos o pneu furado, mas na hora de colocar o step, foi outro desespero o pneu não encaixava de jeito nenhum.A Thelma sentou no chão entregando os pontos, dizendo que o pneu não era aquele, mas com jeitinho ele encaixou e a Thelma usou toda a sua força (que não é pouca) para apertar os parafusos.Depois de todo o sufoco entramos no carro que estava inundado;nos esquecemos de fechar os vidros;e continuamos a viagem até parar em algum posto para ver se estava tudo certo.Chegando ao Rio olhamos uma para a cara da outra e rimos aliviadas.
  • Um conhecido meu foi jantar na casa da noiva, era o primeiro jantar com a família toda reunida, foi servido bife, sendo que o Ricardo não gostava muito de carne e ainda por cima o bife estava duro, que mal dava para partir.Atrás do Ricardo havia uma janela, aproveitando a oportunidade em que todos olhavam em sentido oposto, não pensou duas vezes, fincou o garfo no bife e o arremessou para trás,ele [a:só] não contava com a janela fechada.Foi uma vergonha, quando todos viraram para frente e viram a janela suja de gordura e o bife no chão,o Ricardo [a:só] quis abrir um buraco no chão e se enfiar.Não sei se foi por isso , mas o Ricardo não se casou com a Roberta.
  • O lugar da minha casa em que gosto de ficar é a sala.Há dois ambientes, num fica a mesa de jantar, o aparelho de som e um carrinho de chá, que serve de bar.No outro lado tem a televisão, dois sofás e duas poltronas, uma mesa de centro e uma de canto, um abajur e, para finalizar uma varanda com as minhas plantas.
  • O que sei fazer e é [a:muito] fácil é mousse de chocolate.A receita é [a:muito] simples: Colocar no liqüidificador: 6 ovos inteiros, bater bem.1 copo(requeijão) de chocolate Nestlé (porque é o mais forte) 1 copo(requeijão) de açúcar 1 tablete de manteiga sem salBater bem, depois é [a:só] colocar em uma forma de tamanho médioou em forminhas e colocar na geladeira.Obs.: O pessoal aqui em casa prefere que vá ao congelador em vez de ir à geladeira.
  • A respeito da situação política do País, acho que as pessoas estão se conscientizando de que cada um, é, de algum modo, responsável pela “vida” do País.Os meios de comunicação perceberam a arma que tem nas mãos e com a dita democracia ficou mais fácil deles desempenharem a função de informantes, que informam o que as pessoas estão interessadas em ser informadas e não aquela “incheção de linguiça” que não nego ainda existi, mas que a cada dia que passa vem sendo mais criticada,acho que as pessoas estão mais acordadas, [a:principalmente] os jovens, que foram às ruas e tiveram a sensação de tirar um Presidente do governo.Hoje, a sujeira [v:está] mais [p:as] [article:] [a:claras] , todos ficam sabendo.Antes quando tudo era mais censurado, as coisas aconteciam mas ninguém ficava sabendo.Tenho esperança de que um dia as coisas entrem nos eixos, que esta tão falada moralização, [a:definitivamente] imperee tenho certeza de que se todos fizessem sua parte seria bem mais fácil, faço a minha, mas sei que posso fazer mais.Acho que é por aí.
Parte escrita
1993

  • E: Carlos... conta pra mim uma história que tenha acontecido com você... que seja interessante...
    I: eu ia tocar no GREIP no IAPI... e:: fui pra lá cedo pra arrumar o... equipamento... mas/ eu ia tocar com:: um/ com as caixas de som de uma equipe... e eu:: fui pra lá cedo armei as coisas... e desde o começo a equipe de som ficou pro/ me provocando... querendo que eu tocasse Brasileirinho na guitarra e essas coisas assim... querendo mos/ que eu mostrasse que eu sabia tocar guitarra... aí:: eu passei o som... testei a aparelhagem toda... e um pouco antes de começar o show a gente passou o som mais uma vez... o som estava perfeito... aí:: um pouco antes de... de eu me apresentar... a Transamérica fez uma destribuição de brindes lá... aí::... eles rebentaram os fios... da/ do equipamento... e o som não ficou bom depois que nós fomos/ que eu fui tocar... porque::.. so/ os... cabos estavam todos rebentados... estava dando curto... e aí eu/o som ficou total/ [a:totalmente] distorcido... e se:: a Transamérica não tivesse distribuído os brindes antes... subido no palco... pisado nos fios... as pessoas iam gostar do show que eu fiz... porque... foi legal...
    E: ahn... ahn...

  • E: Carlos... agora conta pra mim uma história que tenha acontecido com alguém... que seja interessante...
    I: meu pai estava andando... ele morava no outro lado da Penha... e:: ele estava passando por... por baixo da pa... da passagem subterrânea do trem... aí dois caras... um escuro alto... forte e um branco também alto... forte... esbarraram nele... e ele anda com aquelas capangas... aí:: a capanga caiu no chão... abriu... os documentos... dinheiro ficou tudo espalhado no chão... e eu/ ele abaixou pra... catar os documentos... quando ele abaixou... os caras falaram que era um assalto... aí pegaram o dinheiro... a conta de luz... tudo que tinha... juntaram... colocaram na capanga e levaram a capanga embora... e aí meu pai foi pra casa... falou que tinha sido assaltado... aí eles resolveram ir na polícia... né? pra dar queixa... e depois teve todo trabalho de... pedir segunda via de documento... de conta de luz... de conta de água... e ficou sem o dinheiro... era o dia de pagamento...

  • E: Carlos... agora conta/ eh... descreve pra mim o lugar... onde você mais gosta de ficar...
    I: o lugar onde eu mais gosto de ficar é num estúdio que eu tenho aqui em casa/ que eu tenho em casa... que:: lá tem uma bateria... assim... na frente da janela... uma caixa de som no canto... e tem umas estantes com os livros... porque antes... ali não era um... um es... um estúdio... era uma biblioteca... e o som fica abafado pelos livros também... porque tem muitos livros... tem duas estantes uma em cada canto da parede... e aí embaixo da janela fica a bateria... em frente a caixa de som... e aí a gen/ e:: eu armo os pedestais com microfone... pedal e a guitarra e ensaio lá... lá é o lugar que... eu mais gosto de ficar...
    E: valeu...

  • E: Carlos... agora conta pra mim... o que você sabe fazer e como que se faz isso...
    I: eu..eu sei fazer pizza... preparo desde a massa... né? [a:bom] ... [a:primeiro] você pega um copo...de mais ou menos... duzentas e cinqüenta gramas de leite... e despeja numa panela... e bota pra fi/ pra esquentar... né? aquecer... aí você deixa aquecer até uma certa temperatura mais ou menos... e aí despeja o fermento biológico... né? aquele fermento quadrado... aí você dissolve o fermento... e depois acrescenta mais ou menos duzentos e cinqüenta gramas... trezentas gramas de farinha de trigo... e aí você mistura até ficar consistente... depois você desliga o fogo... e despeja essa massa... essa mistura... numa... numa... bandeja... né? e aí essa bandeja tem que estar com óleo antes... untada... e você vai jogar... vai começar a misturar e acrescentar mais um pouco mais de farinha de trigo... até a massa ficar... bem consistente... aí você mistura... tira a massa de cima da... da... da tigela que você pôs... né? na forma... passa mais óleo na forma pra ela toda... pra pizza não grudare depois estica com a mão [a:mesmo] ... em cima da pizza... aí coloca molho e queijo... como prefirir...

  • E: valeu... agora:: descre/ eh... o que você acha da crise educacional?
    I: eu acho que:: os professores são mal renumerados... e:: eles... perdem um pouco do interesse... pelo/ da forma de ensinar inclusi/ e também pela falta de material didático... mas eu acho que isso... as pessoas não podem levar tanto em consideração a questão do salário... eles tinham que levar em consideração que... poxa... eles escolheram aquela profissão... eles têm que/ tá certo... o salário está ruim... mas eles têm que trabalhar... pra melhoria daquela profissão... porque eles estão formando profissionais do futuro... entãoé importante que eles trabalhem... [a:mesmo] com condições precárias... que eles procurem... passar a matéria e trazer uma/ um ensino de boa qualidade pras pessoas... pra no futuro melhorar a situação...
    E: valeu...
Parte oral
1993
  • Eu fui tocar no GREIP no IAPI cedo para acertar o som.Desde o princípio os técnicos da equipe de som queriam que eu provasse que eu sabia tocar.A passagem de som foi perfeita, mas a Transamérica subiu ao palco para distribuir brindes e camisetas e todos os cabos que estavam no palco foram rebentados pelas pessoas que dançavam no palco.Quando subimos no palco para tocar,o som estava [a:completamente] distorcido, por isso não agradou as pessoas.Eu esperava que a equipe colaborasse mas talvez pelo medo que o som das guitarras estourasse os alto-falantes.
  • Meu pai vinha andando para casa e tinha que atravessar uma passagem subterrânea, quando estava atravessando dois homens sendo um branco e alto bem vestido e um mulato alto, que esbarraram e derrubaram a capanga no chão e expalharam o dinheiro e documentos do meu pai.Quando ele se abaixou para apanhar os homens disseram que era um assalto e levaram tudo.Depois o meu pai teve de pedir segunda via de todos os documentos.
  • O lugar onde eu mais gosto de ficar é o estúdio em que eu ensaio com a minha banda.Tem duas estantes com livros que ajudam a abafar o som, uma de cada lado, em baixo da janela fica a bateria e em frente ao lado da porta duas caixas de som que amplificam o som da voz e das guitarras.
  • Pizza.Pego um copo de 250ml com leite e sal, leva-se ao fogo e depois acrescenta-se um tablete de fermento biólogico e depois 250g de farinha de trigo, mistura-se até obter a consistência certa.Coloca-se a mistura em uma forma com óleo depois acrescenta-se mais farinha de trigo, até que a massa fique sem grudar.Retira-se a massa da forma, coloca-se óleo por toda a forma e estica- se a massa.
  • Devido à baixa renumeração os professores perdem um pouco do estímulo para dar aula mas é preciso que do material didático, os professores tem que perceber que eles constroem o futuro e é preciso que esse serviço seja bem feito.O problema do material didático é [a:muito] importante, porque a forma como a matéria é passada interfere na aprendizagem se você se utiliza de material que chama a atenção do aluno.É preciso que os professores e os alunos tenham interesse em ensina e aprender para que a aprendizagem fique completa.
Parte escrita
1993

  • E: eu estou aqui com a Claire... do... Colégio Estadual Gomes Freire de Andrade... Claire... eh... conta pra mim... uma história que tenha acontecido contigo... e que você tenha... achado engraçado... ou triste... ou constrangedor...
    I: eu vou contar uma história que eu achei triste... foi uma/ um caso que aconteceu... há uns três anos atrás... foi a minha primeira experiência com relação a namorado... eu conheci uma pessoa... o Alexandre... eh...ele mora na minha rua [a:mesmo] ... aí/ [a:só] que nós nunca tivemos contato... de re... de repente ele começou a freqüentar... mais assim... a minha casa e as minhas amizades... ele... na época... ele tinha de/ eh... quase dez anos mais velho do que eu... eu tinha quatorze anos... aí nós come/ eh... nós passamos a conversar num... num dia qualquer... numa sexta-feira à noite... aí ele começou... a me reparar... e eu reparar ele... aí nós ficamos conversando... ele falou que... me admirou muito... ele falou que eu não parecia que eu tinha quatorze anos... que eu tinha mentalidade/ a mentalidade mais... eh... menta... mentalidade mais... avançada... e que... eu... eu... eu me destacava... eh... das minhas ami/ das minhas colegas... aí nós começamos a sair... a passear... ele me... me contava sobre as experiências dele... sabe? me colocava nas alturas... dizia que eu era... a garota dele... a garota da vida dele... e nisso tudo...eu [a:só] me iludindo porque eu não conhecia nada da vida... não conhecia a opinião dos rapazes... nem nada... então aquilo pra mim era uma experiência nova... a primeira na época...então aquilo tudo foi [a:muito] bonito pra mim... era fantástico... tinha um brilho... eu não tinha o quê? malícia da vida ainda... eu não tenho muito agora mas naquela época... aí aconteceu o quê? eu comecei a me envolver com ele... meu pai/ meus pais... meus pais descobriram... não gostavam dele... e tudo foi passando... tudo bem... foi correndo... ele dizia que me/ gostava muito de mim... que queria continuar... sabe? falava que não tinha importância o que meus pais achavam... que o nosso:: sentimento era maior do que tudo... foi quando:: um dia... assim à tarde... eu descobri que ele estava dando em cima de uma amiga minha... mas aí as pessoas me contavam que ele estava... eh... a fim de sair com ela... mas eu não acreditei nem nada... pra mim ele era... sabe? um deus... sabe? uma pessoa que eu só... idealizava...eu não pensava nos defeitos dele... [a:só] nas qualidades... foi quando... ele/ as pessoas tentaram abrir o meu olho... e eu nem liguei pra ninguém... (as opiniões dos outros) achava que ele era o certo e acabou... aí com o tempo... essa minha amiga também começou a gostar dele... e eu não sabia... aí ficou naquela rivalidade entre meu sentimento e o dela... ela também era uma pessoa legal... minha melhor amiga... ela era uma pessoa... carinhosa... amiga... entendeu? não tinha porquê ele... gostar assim de mim... e não ver as qualidades dela... mas aí... como é que está? o sentimento dele não era verdadeiro... entendeu? ele não gostava de mim... ele gostava mais... eh... de... sair com garota bonitinha... porque na época eu era uma garota bonita... entendeu? eu tinha/ estava assim (em contato) todo mundo queria sair... e tal... então isso/ e o interesse dele era esse... entendeu? de sair... de tirar onda comigo... pela minha beleza...e não pela o que a pessoa/ pela pessoa [a:mesmo] que era dentro de mim... o meu sentimento ele não ligava... foi quando num dia ele... falou assim “ah... vamos dar um tempo...” eu “tudo bem...” uma semana depois... ele começou a dar em cima dessa minha amiga... ela chegou pra mim... falou pra/ falou o que estava acontecendo... nisso nós demos um tempo... não chegamos nem a terminar... eu falei assim “não... tudo bem... você faz o que der na sua cabeça...” foi quando depois de um tempo... ele pegou e saiu com ela... ficou com ela... namorando ela... aquilo pra mim foi um choque... foi uma desilusão... e... até isso influenciou tanto... que até hoje eu não consigo gostar de ninguém... sabe? o meu sentimento sempre ficou... eh... com um pé atrás... quando eu gostar de uma pessoa... a pessoa tenta se aproximar de mim eu me fecho... por causa disso... ((pigarro)) foi uma das minhas desilusões... amorosas... ((tosse)) e isso não foi nada... porque... depois disso... quando ele começou a sair com ela... as barbaridades que ele falava de mim... sabe? coisas que tinha acontecido nossas... ele começou a falar pra todo mundo... revelar... coisas que não tinha acontecido também... ele... ficou falando pra todo mundo... revelando... hoje em dia eu acho que ele é o meu maior inimigo... eu não falo com ele... entendeu?e eu acho que... isso foi uma coisa [a:muito] importante na minha vida... que eu não consigo esquecer nunca...
    E: tá ótimo...

  • E: ô::... Claire... eh... conta pra mim agora... eh... alguma coisa que alguém tenha contado pra você... e que você tenha achado engraçado... ou triste... né? ou constrangedor... algo que você queira falar...
    I: bem... hoje eu vou tirar o dia para falar de coisas constra/ constrangedoras... né? o que aconteceu... foi com uma amiga minha... ela... namorava um rapaz... há/ namorou um rapaz há três anos... eh... um menino... (eu não sei) não posso revelar... aí... ela/ é aquilo... maior paixão... entendeu? mas... tinha uma coisa que... sempre... implicava com eles dois... não sei o que era... eu acredito muito em destino... sabe? eu acho que... as pessoas... eh... quando têm o destino traçado... é aquilo... aí ela namorou ele/ ela namorou esse rapaz há três anos... ela desmanchou com ele... ficou com outro menino... e esse menino... era um cara legal também... mas a paixão da vida dela... era o... menino/ primeiro namorado dela... o que aconteceu? ela... se envolveu de/ bastante com esse segundo namorado... esse namorado dela... dava valor a ela... gostava dela... e ela teve/ acabou tendo um filho... filho não... engravidou... aí com o tempo ela pensou... ficou pensando que/ no que seria na vida dela... como é que seria a vida dela a partir... dessa gravidez... quando e/ ela tivesse bebê... os pais dela... os pais dela são o quê? são uns cara/ eles dizem ser liberais... os pais dela... mas eu acho que não... quando a/ se ela colocasse o problema em questão... falasse que estava grávida... eu acho que ia mudar muito a situação... aí foi quando ela decidiu tirar... ela chegou pra mim/ e pior não é nada... pra ela chegava pra mim... ela passava uma imagem pra mim... assim... de uma menina... uma menina pura... sabe? que não pensava nessas coisas... então quando ela chegou pra mim e falou assim “Claire... eu estou grávida...” foi um impacto... sabe? foi um susto pra mim... eu não esperava isso dela... essa assim... essa...essa re/ a minha reação foi... [a:totalmente] ... como vou dizer? foi... surpresa...fiquei surpresa... pasma... não sabia o que falar... e ao mesmo tempo eu não sabia o que dizer... se ela tirava a criança... que uma/ uma pessoa que não tem nada a ver... vai... vai vir ao mundo... né? e não tem culpa... do que... os pais fizeram... é uma conseqüência... né? mas ela/ a criança não... não tem culpa... então eu falei assim “olha... Nice tem que/ você tem que pensar bastante... no que vai acon/ no que vai acontecer no seu futuro... no que vai ser da sua vida depois que você tiver a criança...” porque ia mudar muito...os hábitos dela iam [v:mudar] [a:totalmente] ... as/ totalmente... e... a vida dela... poxa... ela não ia mais poder sair... não ia poder fazer mais nada... foi quando ela pensou... ela achou a melhor solução tirar... e tal ... já co/ como ela... era minha amiga... é minha amiga hoje em dia ainda... eu dei apoio a ela... eu falei assim “olha... você faz o que você achar melhor...” ela tirou... aí... esse va/ esse menino que ela namorava... eh...eles decidiram/ [a:mesmo] depois que ela tirou a criança... eles decidiram se casar... aí depois de um tempo eles ficaram noivos... quando chegou na/ perto do casamento... estava tudo preparado... tudo pronto já... a casa dela todo... eh... pronta... formada... o vestido comprado... ela desistiu do casamento... não quis mais casar... aí ficou sozinha... e quem acabou/ e acabou voltando pro Leonardo... esse/ o primeiro namorado dela... aí... o que aconteceu? ele/ ela contou tudo o que tinha acontecido... e... aí ele falou pra ela que não tinha problema do que tinha acontecido... sobre gravidez... isso não ia influenciar em nada... então é por isso que eu acredito nessa coisa de destino... entendeu? porque ela tinha no final que casar com esse primeiro namorado e acabou... casando... porque eles ficaram noivos e tal... e acabaram casando... esse segundo namorado dela não ligou... tal... falou... essa história durou o quê? durou uns seis ano... uns seis anos... seis ou sete anos... hoje em dia ela está bem... ela está com... o primeiro namorado dela... o que foi o primeiro... casaram... estão super bem hoje em dia... estão morando... numa casa afastada... ela tem filho... filhos... hoje em dia ela pode dizer que ela... que ela fez uma escolha certa... entendeu? em te/ em ter abortado o primeiro... porque ela não ia dar uma vida legal pra criança...então eu acho que [s:ela] [v:fez] [a:legal] ... foi uma coisa... interessante...
    E: tá bom Claire...

  • E: eh... agora... conta pra mim/ fala pra mim sobre o local... onde você mais gosta de ficar... descreve esse local pra mim... por favor...
    I: um lugar que eu gosto muito de ficar é no meu quarto... eu me sinto super à vontade nele... eh... ele é pequeno... ele é claro... ele é pintado de branco... tem cortinas fechadas... que eu adoro cortina no quarto escurinho... aí tem um abajur do lado... eu adoro abajur também... eh... então... eu pro... procuro fechar ele todinho... entendeu? aí eu ligo o ar condicionado... eu ligo televisão... eu ligo... às vezes... o... som...eu adoro ficar nele... porque é um lugar super restrito... super reservado... bem meu [a:mesmo] ... e ele é pequenininho... ele tem carpete no chão... é super aconchegante... adoro ficar deitada... ele tem almofadas grandes assim no canto... às vezes eu cismo de mudar a cortina pra rosa... mudar tudo pra rosa... mas ele é super gostoso... eu adoro ficar no meu quarto... às vezes eu troco até ficar na rua... sair com as colegas...só pra ficar dentro dele... adoro ele [a:mesmo] ...
    E: tá bom...

  • E: eh... agora conta pra mim... o que você sabe fazer... explica pra mim...
    I: uma coisa que eu sei fazer super bem é fazer unha... sabe? a ver/ elas já nasceram feitas... mas... ((riso de E)) eu adoro é... pintar... sabe? às vezes eu fico no... meu quarto... que eu gosto de ficar também... e... procuro fazer a unha... a primeira coisa que... eu fa/ que eu pego... é tirar/ pegar na acetona e tirar o esmalte que está dentro dela... dentro de/ está na unha... esmalte velho fica sempre um... pedacinho... aí eu vou... pego o sabão... coloco... na água... no potezinho... a água está no pote... aí eu mexo... faz aquelas borbulhinhas assim... eu vou e coloco os dedos... aí fica um tempo... deixa de molho... aí quando a minha cutícula já está bem mole... eu vou... pego o alicate... que está amolado... tiro a cutícula... bem tirada... sabe?eu [a:só] não sei tirar muito da mão esquerda... mas eu quebro o galho... aí vou/ depois disso... eu enxugo a minha mão... bem enxugadinha... e lixo... pega uma lixa de unha... aquela assim comprida... sabe? lixo... lixo todos os dedos... não... quer dizer... a unha... passo::... esmalte... eh... incolor [a:primeiro] uma base... depois deixo secar... aí quando seca... eu vou... pego um outro esmalte... passo... um mais escuro... eu gosto muito é de vermelho...aí depois disso eu deixo [v:secar] [p:de] [a:novo] ... quando já está seco... eu vou pego um... uma espátula... uma espátula não... um pau-de-laranjeira... tiro o que ficou na beiradinha... pra ficar a unha bem... bonitinha... perfeitinha... aí quando eu deixo... deixo secar... deixo um tempo... deixo assim uns... dez minutos... aí quando seca... eu coloco um óleo secante... pra não entrar nenhuma poeira na minha unha... é assim... simples...
    E: não tira nenhum bife nem nada não... né?
    I: não...
    E: tá bom...

  • E: e::... Claire... agora pra terminar... eu quero que você... dê a sua opinião pra mim... ou sobre... amizade... namoro... vocação... vestibular...
    I: eh... eu vou falar sobre a minha família... sobre os meus pais... o que eu acho deles... como eles me tratam... bem... eu tenho uma família... pequena... ela é composta pelo meu pai... pela minha mãe... pelo meu irmão... eu tenho um irmão pequeno de... dez anos... eh... o meu irmão não influencia em nada... a minha mãe é uma pessoa super legal... sabe? ela... é uma pessoa que conversa comigo... é minha amiga... ela... me amostra sempre a realidade da vida... ela nunca... ela nunca... esconde nada de mim... né? tenta ver o melhor pra mim... me amostra a vida como ela é... entendeu? o meu pai não... o meu pai já é uma pessoa... ah... ele... já...é uma pessoa [a:muito] fechada... e... triste...porque a juventude dele... a criação dele... foi uma coisa... foi uma coisa/ como é que eu vou dizer? eh... ele foi criado/ os pais dele por um clima de... autoritarismo... entendeu? meu avô era autoritário... ele não via a justiça... sabe? entendeu? ele foi criado no Norte... no interior... então aque/as pessoas do interior [a:geralmente] têm uma mente mais fechada... entendeu? são uma pessoa tipo... entre aspas... ignorantes... né? entendeu? então é isso que o meu pai ( ) uma visão assim da vida... então é isso que ele passa pra mim... eu não acho certo... ele acha que... ele acha que a pessoa tem que estudar... trabalhar... entendeu? ele não vê nada... ele não conversa comigo... ele não amostra os pontos de vista dele... a minha família... nesse ponto... eu acho que é... errada... entendeu? porque eu acho que o meu pai... ele tinha que conversar mais comigo... ele tinha que me amostrar mais os fatos... é isso que eu acho errado... às vezes eu fico revoltada com isso... ele sabe criticar... criticar... me criticar... me recriminar... dizer que eu estou errada... entendeu?é isso que eu acho da minha família... que eu não acho que é um exemplo... [a:só] isso...
    E: tá bom... Claire... obrigada pela sua entrevista... tá?
    I: de nada...
Parte oral
1993
  • Esse fato ocorreu há três anos atrás, eu tinha apenas quatorze anos e era ainda inexperiente em relação à vida aqui fora.Conheci um rapaz dez anos mais velho, em consequência de sua idade ele obtia mais experiências do que eu.Ainda não tinha malícia e aos poucos eu fui me envolvendo numa relação e acreditando numa pessoa pela qual eu não tinha o menor conhecimento, ou seja, não sabia quais eram as suas intenções.O tempo foi passando e eu ficava cada vez mais apaixonada, ainda não sabia que no interior de muitos humanos havia o sentimento de falsidade, infidelidade, interesse...Sem saber, eu me iludia.Até que um dia ele resolveu se revelar dando em cima da minha melhor amiga, ela também estava envolvida na conversa dele e caiu na mesma cilada.Ela não teve culpa pois também estava [a:subitamente] apaixonadae eu tive que entender.Foi ruim, mas a nossa amizade superou e continuou, graças a Deus.Ele sumiu e eu nunca mais tive notícias dele.Esta experiência foi proveitosa pois [a:atualmente] eu reflito bastante antes de tomar qualquer decisão.
  • Aconteceu com uma amiga, que aos doze anos conheceu um menino, no início ela pensava ser um namoro de criança e deixou o tempo correr.Eles se separaram depois de três anos de namoro, e então ela conheceu um outro rapaz, este namoro foi diferente, pois ambos tinham mais idade e obtiam outros desejos e pensamentos.Por consequência do destino ela engravidou, ficou em dúvida ao resolver o paradeiro da criança.Resolveu não tê-la, depois de um tempo ela e o namorado ainda pretendiam se casar (apesar do aborto). [a:Só] que dentro dela alguma coisa havia mudado, o sentimento dela não era mais o mesmo.Com quase tudo pronto, ela desistiu do casamento.Ficou um tempo sozinha, até que num dia qualquer, numa hora qualquer, ela deparou-se com o seu primeiro namorado.Alguma coisa ascendeu, disse ela.O sentimento tinha retornado e foi aí que eles resolveram se unir.Hoje em dia,eles estão [a:muito] bem casadose com dois filhos lindos. [a:Só] pode ser coisa do Destino.O que tem que ser, será.
  • Sou uma pessoa super individualista, então não gosto de dividir o que é meu, por isso escolhi o meu quarto.Ele é branquinho, tem cortinas escuras, tem televisão, ar condicionado, som, tem almofadas, carpetes, é pequeno mas é super aconchegante.Se eu estiver com vontade de arrumar eu arrumo, caso contrário eu deixo-o como está.Tem uma cama, um guarda-roupa e um abajour.O que eu mais gosto é do espelho, adoro ficar me olhando, experimentando roupas...As vezes cismo de colocar cortinas rosas, colcha rosa, tudo rosa.Eu me sinto super bem nele.
  • O que eu sei fazer bem.É pintar as unhas. [a:Primeiramente] eu coloco-as de molho numa bacia com água e detergente.Deixo uns minutos, depois eu tiro a cutícula, limpo, tiro o restinho de esmalte, passo base, deixo secar,depois eu passo esmalte e deixo [v:secar] [a:novamente] . [p:Por] [a:último] , eu coloco óleo secante para a sujeira não fazer estragos.
  • Minha família é pequena e composta por quatro pessoas;eu, meu pai, minha mãe e meu irmão.O meu irmão tem dez anos,é um saco e [a:só] serve para me chatear.A minha mãe é super legal, é amiga, carinhosa, às vezes exigente...Ela é bem liberal e procura sempre me abrir os olhos em relação ao mundo.O meu pai que é radical, e muitas vezes antiquado.Tem idéias absurdas, acha que tudo está errado, o mundo está perdido.Apesar disso os meus pais [a:só] visualizam o meu beme querem o melhor para mim, por isso que às vezes eles impõem tantas regras.Eu os amo e é isso que importa.
Parte escrita
1993

  • E: eu estou aqui com a Cristina... do Colégio Estadual Gomes Freire de Andrade... Cristina... conta pra mim... uma história que tenha acontecido contigo... e que você tenha achado triste... ou engraçado... alguma história que você... queira contar...
    I: [a:bom] ... eu vou contar... um dia que fomos eu/ fomos eu e um grupo de amigosà uma festa dark... então o combinado era todo mundo ir de preto... vermelho... ou roxo... então como eu era... a chefe da turminha...eu combinei de ir [a:toda] de couro... [a:totalmente] darkcom os olhos/ com a maquiagem bem sinistra... e nós íamos de ônibus... e a minha mãe foi até acompanhando a gente porquenós íamos voltar [a:muito] tarde... então nós pegamos/ a festa se não me engano era em... Madureira... e nós ficamos/ tínhamos que pegar o ônibus era umas oito da noite... então todo mundo estava na porta na hora exata da gente ir... [a:só] que caiu um temporal terrível... então nós fomos naquela... naquela... naquela zoeira já... eh... cantan::do na... na chuva... que todo mundo saiu molhado... então quando chegamos no ônibus... estava todo mundo molhado e todo mundo gritando muito... e com aquelas roupas super sinistras... quando entramos... todo mundo levou um susto... pensou que fosse algum assalto ou alguma coisa parecida... então quando eu entrei... co/ estava todo mundo... mais... mais calmo... eu tinha que agitar o negócio... então todo mundo ficou olhando pra mim... aí todo mundo começou a es/ a:: esconder o relógio... esconder o brinco... anel... dinheiro... e... na hora que eu sentei do lado de um senhor... ele começou a olhar pra ver se eu estava segurando alguma arma... eu não agüentei... eu comecei a rir... aí eu comecei a conversar com o pessoal... sobre... outras coisas... sobre escola...pro pessoal entender que ali era [a:só] uma turminha...que estava todo mundo indo [a:só] a uma festa... foi interessante pra caramba... pra voltar a mesma coisa...já estava todo mundo [a:meio] bêbado... e... todo mundo escondendo... quando chegava perto de mim... pensavam que eu ia assaltar... que era algum sinal... que era alguma coisa... foi terrível...
    E: tá bom... Cris...

  • E: agora... conta pra mim uma história... que alguém tenha contado pra você... e que:: tenha sido engraçado... triste... constrangedor...
    I: eu vou contar... sobre um assalto... de uma amiga que a/ da minha mãe que ela... sofreu... ela estava com a irmã dela... ela já é uma senhora... ela estava com a irmã dela e ela freqüenta muito a Universal... se eu não me engano ela estava indo pra igreja... quando ela chegou no ônibus... ela... sentou a/ no lado de trás... e... estava esperando... dar um certo um certo lu/ local... pra ela... pra ela atra/ atravessar a roleta... quando ela estava ali... chegou um... um senhor também e sentou do lado dela... e um outro rapaz... esse rapaz estava com uma arma... e começou a olhar... por ela... porque ela tem jeito de que tem dinheiro... começou a olhar as jóias... essas coisas... aí... ela estava separando o dinheiro... quando ela estava tentando se levantar ele amostrou a arma e falou “você senta aí eu quero/ eu vou te assaltar... vo... você vai passar o relógio... as jóias...” ela olhou pra ele...ela [a:só] fez assim “está amarrado em nome de Jesus...”aí ela puxou a irmã dela... a irmã dela morrendo de medo no meio do/ “ai... meu Deus... eu vou morrer agora...” aí ti/ ela passou... atravessou a roleta... ela nem pagou o ônibus... ela desceu... aí ela falou “desce que eu vou ser assaltada e está amarrado em nome de Jesus...” ( ) o cara falou “pode deixar que essa é maluca... deixa ela passar...”
    E: tá bom... Cris...

  • E: agora... descreve pra mim um local... onde você mais gosta de ficar...
    I: eu gosto de ficar no meu quarto... ele é... ele é pequeno... ele tem carpete... tem um beliche... e o beliche é da cor escura... e nós/ o meu irmão também... é o quarto do meu irmão... então nós botamos no/ na parede... tem/ é cheia de quadros... de... de hevy metal... falando sobre hevy metal... grupos de rock... e as cortinas são bem escuras... e ele... quando/ é bom porque a gente fica ali... e... é a nossa cara... tem o som... que fica/ tem lugar pra gente... botar a guitarra... tem lugar pra gente botar o violão..
    E: tá bom...

  • E: eh:: agora eu quero que você diga pra mim...algo que você saiba fazer [a:muito] bem...eu quero que você me explique...o que você sabe fazer [a:muito] bem...
    I: a única coisa que eu sei fazer bem é gelatina... eu deixo/ eu boto um pouquinho de água pra ferver... e:: aí eu de/ quando a água ferve eu pego... o saquinho de gelatina... despejo no/ despejo num vasilhame... boto um pouquinho de água fervendo... boto um pouco de água gelada... aí eu... misturo tudo quando estiver/ está bem misturadinho... eu boto no congelador... deixo um tempo... depois eu tiro boto na geladeira... e quando está gelada... todo mundo come...
    E: tá bom...

  • E: e... pra terminar... Cris... eu quero que você me dê a sua opinião sobre família... sobre namoro... alguma coisa...
    I: eu vou falar sobre a minha família... que é bem diferente... é::... é uma coisa... como é que eu posso explicar? é:: diferente...porque eu não sinto mais família [a:exatamente] ...não [a:só] na minha... mas como muito/ muitas pessoas eu já não sinto mais família... eh... parentesco não tem mais nada a ver... o meu avô... por exemplo... um mora comigo... o outro nem sabe que eu existo... a minha mãe... ela cuida de mim... mas também às vezes já até com excesso de obrigação... [a:só] ... o meu pai... [a:muito] [a:raramente] eu falo com ele...porque [s:ele] se [v:casou] [a:novamente] ... e... eu não sei muito dos meus irmãos... eu não sei muito do meu pai... então eu acho que... esse/ coisa sobre família... é... é difícil a gente ter mais esse amor que a gente tinha de antes... não tem mais essa junção com as pessoas... nã...não é/ é [a:só] como um termo de obrigação... e isso é difícil... é ruim... uma coisa... chata...
    E: tá bom... Cris... obrigada... tá... pela sua entrevista...
    I: de nada...
Parte oral
1993
  • Aconteceu comigo...Um dia eu e meus amigos fomos convidados à irmos a uma festa Dark de um amigo nosso que estava aniversariando.O traje da festa era acarater, isto éteria que ser [a:totalmente] preta e quanto mais funebre melhor.Então eu me vesti com uma roupa bonita mas estranha, fiz um penteado esquisito etc...resumindo fiquei bem sinistra, e [a:igualmente] todos os meus amigos.Quando estavamos indo para a festacomeçou a chover muito, tipo temporal [a:mesmo] , ecomo eramos um número de 15 pessoas resolvemos [v:ir] [a:juntos] , todos de ônibus.A chuva ajudou a piorar muito o meu aspecto, e fomos todos para o ponto do ônibus.Quando o onibus foi chegando, nós também íamos chegando no ponto e foi aquela correria para não perdermos o onibus.Eu gritava muito chamando os amigos e tentando segurar o motorista parado até o último amigo subir.Quando subimos todos a algazarra era total.Todos de preto, eufóricos e tentando pagar a passagem, pulando a roleta um horror.Eu passei e sentei ao lado de [s:um homem] que [a:imediatamente] começou a [v:arregalar] os olhos para mime [v:esconder] a carteira e o relógio tão [a:rápido] que achei-me surpresacom o pavor que assola o nosso estado.Então sentí que todos os outros passageiros estavam apavoradose [a:só] se acalmaram quando perceberam que era uma turma de bons adolescentes de bem com a vida.
  • Isto aconteceu com uma amiga minha.Certo dia uma amiga minha pegou sua irmã e foi fazer umas compras na Tijuca.Pegaram o onibus e sentaram-se no banco de tras. [s:O onibus] [v:corria] [a:normalmente] e a certa altura sentou um homem ao seu lado.A minha amiga viu 2 lugares na frente e abriu a bolsa para pegar o dinheiro da passagem, até que o homem em voz baixa chamou a sua atenção, mostrou-lhe uma pequena arma e disse para ela passar para ele, o dinheiro, relógio e pulseira. [s:Ela] não sabe como fez, mas olhou para ele e bem [a:alto] [v:berrou] :Esta amarrado, em nome de Jesus!Pegou a mão da irmã, passaram a roleta, não pagaram e pediram ao motorista que parasse, saltaram e deixaram todos sem entender nada, até o ladrão.Isto em questão de segundos.
  • O lugar que gosto de ficar.É o meu quarto.Ele é pequeno, foi pintado [a:recentemente] , tem o meu armário, minha cama e nas paredes ha varios posteres de bandas de Heve Metal, a cortina é escura e tampa toda a janela.Eu fico lendo no quarto, toco meu baixo e etc...É bem minha cara, [a:mesmo] .
  • O que eu sei fazer bem. [a:Primeiro] coloco 1 copo de água para ferver, misturo nesta água a gelatina, coloco agora 1 copo de água gelada e açucar.Logo após levo a geladeira.
  • Minha opinião sobre familia.A minha visão, sobre familia hoje em dia não é a das melhores, [a:primeiro] porque tomo como exemplo a minha própria familia.Meu avô paterno nem sabe que eu existo;meu pai, pouco o vejo, pois trabalho demais, e varios tantos exemplos de outras familias que tenho tirado.O amor e semsibilidade da familia morreu [a:junto] com a esperança.
Parte escrita
1993

  • E: eh:: Dario... conta pra mim uma história que tenha ocorrido com você... que tenha sido... interessante... triste ou alegre...
    I: bem... foi bem alegre... né? porque::... eu estava... no clube... dos:: Sargentos... aí estava eu... e ma/ meus colegas e mais... colegas da:: minha noiva... aí... eles... né? ficaram... pondo pi::lha... não sei o quê “ah... fica/ com ele... porque ele é bonitinho...” não sei o quê:: “ela é rica... tem dinheiro...” pô... eh:: “você... casando... com ela... vai dar o golpe... do baú...” que não sei o quê “porque o pai dela tem dinheiro...” aí... né? ficou... né? aquele troço... né? não sei o quê... vai e não vai... até que... a gente se... esbarrou... no clube... né? aí... ficamos... né? assim conversando... batendo papo... aí os meus/os colegas... né? falando... que “aí Dario...” que não sei o quê “ganhou pra hoje...” aí... começamos a conversar... perguntei pra ela se ela estava a fim de um... um relacionamento sério... de um namoro sério... ela disse... que sim... eu... né? também... aí começamos a namorar... né? lá dentro... lá dentro do... clube... nos beijamos... né? até que... estamos juntos até hoje... três anos... três anos e meio... que... ano que vem... dia dez de::... setembro... vamos casar... né?
    E: valeu...

  • E: agora:: conta pra mim uma história... que tu/ que tenha ocorrido com alguém que você conheça... que tenha sido interex/ interessante... triste ou alegre...
    I: bem...foi:: [a:bastante] triste por/ com dois amigos meus... que:: faleceram em acidente de moto... foi assim... eles... sabe? tinham:: ido... sair... acho que... foi até pro Alto da Boa Vista... né? aí estavam... eles dois... e mais a:: na... namorada... né? de um... aí quando chegou... ali na:: decida/ porque é... Barra... Tijuca... né? quando estava quase chegando a... Tijuca... vinha... um ônibus na:: direção deles... e tinha um caminhão... parado aqui... então.. um pra... desviar do:: do ônibus foi em cima... em cima do caminhão... aí foi embaixo... aí ficou preso a mota/ a moto... ficou presa... embaixo da... coisa... aí:: matou na hora... né? e a moto entrou embaixo do:: caminhão... e o outro... o... ônibus entrou em cima ( ) voou longe...aí a moto caiu... ficou rodando ele foi... parar lá do outro lado da/ cabeça [a:toda] ... arrebentada...que não sei o quê... até que... foram... né? lá em casa e:: me deram a:: notícia que o Marcelo e o Robson faleceram... né? aí eu fui até no enterro deles... no Caju... a mãe estava desesperada... super triste... chorando...
    E: ahn... ahn... valeu...

  • E: agora... descreve pra mim o lugar onde você mais gosta de ficar...
    I: discoteca... Trigonometria... bem... lá::era... [a:antigamente] ... era um cinema... então eles... fizeram uma:: discoteca... a:: Trigonometria... ela... por fora tem:: bastante neon que fica... piscando... acendendo... aí do lado de fora tem a... a bilheteria... tu compra o ingresso... aí quando... tu entra... tem duas entradas... que... que vai pra::...barzinho... em cima... que é [a:só] pra... casais ficarem... né? namorando... beber alguma coisa... né? embaixo... é a dis... é a discoteca... né? tem... um barzinho... do lado... tem várias pessoas bem civilizadas... tá? gente de alto nível... eh... tem um telão... onde é que passa os (vídeos) né? onde é que era a tela... de cinema... tem eh::... a pista... de dança... tem vários jogos... jogos de luz... caixas de som espalhadas em tudo quanto é lado... tá?
    E: ahn... ahn... valeu...I: e... [a:só] isso só...
    E: ahn.. ahn...

  • E: agora:: você sabe fazer alguma coisa? o quê? e conta pra mim como se faz isso que você sabe fazer...
    I: bem... eu faço muito... o que eu gosto muito de... fazer porque...o pessoal fala que eu faço [a:muito] bemé salpicão de batata frita... bem... os ingredientes... tu pega... uma/ eh... a quantidade... de... de batatas... que ( ) e corta... né? corta... de preferência palito... aí bota pra fritar... depois delas prontas... tu bota... numa vasilha... aí ali tu bota presunto picado... queijo picado... ervilha... milho... salsa e cebolinha... eh:: salsicha picada... eh:: ovo... cozido... picado... que mais? pode pôr... ketchup também... eh::...que mais? azeitona picada... cenoura ralada... e [p:por] [a:último] bota a maionese... aí mexe aquilo tudo... né? aí bota numa travessa... né? fica uma delícia...

  • E: a outra eh::... eh o que você acha da escola... dos professores... da política atual?
    I: escola... está péssima...escola está péssima... paredes [a:muito] ... pixadas...os banheiros tudo arrebentado... que não sei o quê... e...os próprios alunos [a:mesmo] ... sabe? tanto do dia tanto da manhã... que fazem isso... sabe? como... tu pode ver aqui... porque os quadros horríveis eh::...mesas horríveis [a:toda] ra... rabiscada... rasgada... né?tudo... agora... quanto aos... professores... al...alguns são... [a:muito] ... exigentes... outros um pouco melhores... sabe? e... eu achava que cada um... um deles tinha que dar um... um trabalho ou eh::... um teste pra... ajudar na prova... tá? pra ajudar na prova... ajudar no teste... né? e quanto à... à política... não tenho/ não tem como explicar eh... a vida está... tudo caro... né? pra mim... pro Brasil sair... dessa crise... acho que... sabe?só:: [a:só] milagre... agora...esse presidente Itamar Franco... sabe? está fazendo alguma coisa... né? agora... política... acho que... sabe?todos eles... [a:sinceramente] ... são uma cambada de ladrões... que adoram... sabe? pegar dinheiro... dos outros sabe eh:: fazer... sacanagem... fazer troço assim...
    E: ahn... ahn...
    I: sabe? e... eu acho isso...
    E: ahn... ahn...
    I: entende?
    E: valeu... obrigado...
Parte oral
1993
  • Eu tinha ido para o Clube dos Sargentos da Marinha com meus colegas e colegas da minha noiva, mas eu a ainda não a conhecia.Então meus colegas começaram a colocar pilha para que eu namorasse com ela dizendo para ela que eu era bonitinho e dizendo para mim que ela era cheia da grana, mandando eu dar o golpe do baú nela.Depois de algum tempo nós dois começamos a conversar, então eu perguntei para ela se queria namorar comigo, mas que era com compromisso.Ela topou e até hoje estamos juntos, já com casamento marcado.
  • Dois colegas meus foram de moto para o Alto da Boa Vista [a:junto] com as namoradas deles.Na hora da volta vinha um ônibus na direção deles e tinha um caminhão parado, então eles desviaram do ônibus e caíram de baixo do caminhão.Eles morreram na hora.Isso foi na Barra da Tijuca.
  • O lugar onde eu mais gosto de ficar é numa danceteria chamada Trigonometria. [a:Antigamente] lá era um cinema.Lá tem um barzinho que fica em frente a entrada, um telão que fica na parede em frente a pista de dança onde passa uns clips e muita discontração.Também tem um globo de luz que fica em frente no centro da pista de dança com várias cores.
  • Eu sei fazer salpicão de batata frita.Os ingredientes são batatas cortadas em forma de palito, bota pra fritar.Depois bota numa vazilha e coloca presunto e queijo picado.Pode por ketchup, azeitona, cenoura e [p:por] [a:último] a maionese.Então mistura tudo e pronto.
  • Os políticos não fazem nada [a:só] querem ganhar dinheiro na custa dos outrossem se preocupar com a situação do povo, pois so pensão em si proprio.Eu acho que isso não vai melhorar nunca se continuar no jeito que está.
Parte escrita
1993

  • E: eu estou aqui com o Fábio... do Centro Tecnológico Estadual Ferreira Viana... Fábio... eh... me conta uma história... que tenha acontecido com você... e que você assim... tenha achado... uhn... eh... ou engraçado... constr/constrangedor... triste...
    I: eh... uma certa vez eu... estava saindo do... do banheiro...enrolado na toalha... estava até [a:meio] molhado ainda... né? aí... tranquei a porta do quarto da... da minha mãe... e... e com a sun/ e com a cueca na mão... né? eu... tirei a toalha... tirei a toalha... né? e joguei a toalha em cima da cama... e queria me sentar na cama pra poder... colocar a cueca... né? mas acontece que quando eu me sentei... eu não tinha percebido que ((riso)) que em cima da cama tinha um ferro... um ferro ((riso)) quente à beça... tinha/ que tinha sido usado... né? há poucos instantes...e quando eu sentei ouvi [a:só] aquele barulhinho assim oh... TCHI::... olha... [s:eu] [v:dei] um pulão [p:pro] [article:] ((riso)) [a:alto] ... e queimei a parte todinha de trás... fiquei com uma... uma bolha lá... durante uma semana mais ou menos... é... esse é um fato que eu achei... que eu achei engraçado... que eu possa me lembrar agora é um fato que eu achei engraçado...
    E: tá ótimo... Fábio... imagino a dor... né? ((riso))

  • E: agora... eh... me conta uma história... que alguém tenha contado pra você... eh... e que você tenha achado engraçado ou triste... ou alguma coisa que você lembre que alguém tenha falado pra você... uma história...
    I: ah... essa história...até ouvi há pouco tempo aqui no colégio [a:mesmo] ... né?que um colega meu vindo... vindo pra cá... ele... ele pegou um ônibus cheio... né? aí... no momento que ele ia soltar do ônibus... tinha uma se/ uma senhora não... uma... uma mulher que devia... que devia ter uns trinta e poucos anos assim... ele disse... né? mas era uma... era uma se/ era uma pessoa... eh... era uma pessoa do sexo feminino negra... né? e:: forte... não era... não era bonita não... sabe? por isso também que ele ((riso)) que ele não podia nem fazer o que ela falou... aí aconteceu o seguinte... ele... ele soltando do ônibus...o ônibus [a:muito] cheio...e todo... e todo mundo amassando assim... empurrando um ao outro... ele sem querer encostou... na ((riso)) na mulher... e a mulher virou-se pra ele e falou assim “ô rapazinho... pára de tirar sarro comigo...” não sei quê “você não tem o que fazer não... é?” e aí ele me disse “pô... Fábio... eu... eu não... eu não sabia... eu não sabia nem o que fazer... porque eu não estava fazendo nada disso... pô... quando a gente quer fazer a gente faz com uma garotinha bonitinha... agora com... com um canhão daquele... pô... pára com isso ...” ((riso))
    E: tá otimo... Fábio...

  • E: agora ... eh... me fala sobre o local onde você mais gosta de ficar ou de passear... eu quero que você me descreva esse lugar...
    I: ah... são vários os lugares... né?eu gosto de muitos lugares... mas... [a:ultimamente] eu tenho gostado muito de ir pra uma... pra uma casa... uma boite... né? lá na Ilha... chamada Magique... eh::... o lugar... tem...tem show de música [p:ao] [article:] [a:vivo] ... né?e começa [a:geralmente] ... lá pras dez e meia... onze horas... da noite... eh::... tem dois andares... né? eh::... tem uma escada que... que dá acesso pras pessoas que querem/ que queiram ficar na parte de cima... ou na parte de baixo... tem banheiro... tanto em cima... quanto embaixo... né? tem um... tem um palco... aonde fica o grupo... que... que canta... né? que por sinal a música...a música deles são... são [a:muito] boas... eh::o ambiente é [a:todo] escuro... quer dizer...não é [a:todo] escuro porque se não...mas tem assim... um/ umas...umas luzes [a:muito] fraquinhas e tal...mas... no seu... no seu completo... [a:praticamente] ... é todo... é [a:todo] escuro... e:: ar condicionado... muita gatinha... e... e pra quem gosta de... de namorar... é um bom lugar...
    E: [tá...]
    I: [( )] pra quem se divertir também... né?
    E: tá bom... Fábio...

  • E: agora... eu quero que você me diga... eh... o que que você sabe fazer... como é que... como é que se faz isso... que você gosta de fazer?
    I: olha... eu sei... eu sei fazer um ((riso)) uma comida aqui... que... quando eu faço até que... minha barri/ meu estômago não reclama não... eu faço... Miojo... é um... é uma espécie de um... de um macarrão... tá? ele vem numa embalagem já que... que dá pra uma pessoa... só... né? quer dizer...se a pessoa comer [a:muito] pouco...dá... dá... dá até pra duas... né? eh... a gente pega esse macarrão... coloca ele na água fervendo... e deixa... fervendo durante... durante uns cinco minutos... depois disso... eh...joga água/ [a:só] a água... eh... fora...e mistura o tempero que também vem dentro de um saquinho... [a:junto] com esse Miojo... mistura o tempero... eh... mexe... né? e coloca uma salsicha/ um... um ovo... ou um... hambúrguer... o que você gostar... quer dizer...e eu faço isso [a:muito] bem... quer dizer... eu gosto muito... né?
    E:tá... [a:só] você que come... né?((riso))

  • E: agora... Fabinho... pra terminar... eh... eu quero que você me dê a sua opinião... sobre... ah... ou amizade... ou namoro... ou família... um... um desses... relacionamentos... eu gostaria que você me desse a sua opinião sobre isso...
    I: oh... eu vou falar sobre o namoro... tá? eu... eu tenho uma namorada que se chama Daniela... já namoro ela já... há um ano e oito meses vai fazer agora... e... por incrível que pareça eu... eu gosto muito dela... e não... sabe? e... e não tenho queixa nenhuma não... muitos colegas meus... sabe? assim... da minha idade... e tal... falam “ah... mas o que é isso? se prender a uma garota só...” e tal... eu não acho que isso é/ eu não acho que isso seja uma prisão não... eu acho até que::... que é o começo de tudo... eu acho que eh::... eu acho... eu acho que a pessoa se conhece mais... e acaba/ acho que acaba se entregando àquilo... e... acaba gostando... acho que isso/ papo de que... tem que ter várias... e tal ... eu acho que isso... eu acho que isso depende de cada um... tá? eu gosto muito do/ de namorar... eu acho... eu acho que ter... eu acho que ter uma pessoa... pra... pra você conversar... pra você se abrir... sei lá... pra você... pra você se sentir bem... eu acho que isso é válido... eu acho que... eu acho que todos os jovens... eu acho que... deveriam... tentar... fazer isso... e parar com essa frescura de que... “ah... tem... tem que aproveitar muito a vida...” por que... por que não aproveitar do lado... dessa pessoa que você... que você gosta e que você... está namorando? por que não?
    E: [a:ótimo] ... e sendo fiel... né?
    I: é claro... sendo fiel...
    E: tá bom... Fábio... [a:muito] obrigada...
    I: de nada...
Parte oral
1993
  • Descrever uma estória que acontecida comigo!- Certa vez ao sair do banho, enrolado na toalha, fui até o quarto para que pudesse apanhar uma cueca e colocar uma roupa.Ao apanhar a cueca, retirei a toalha e sentei-me na cama afim de vestí-la, mas acontece que em cima da cama havia um ferro de passar roupa usado a poucos instantes e logo quente ainda, sentei-me sobre ele e foi um dor enorme.Fiquei um tempo com uma bolha d’agua nas nádegas que incomodava-me por demais.
  • Descrever uma estória que alguém tenha contado para mim.-Um amigo meu, contou-me aqui [a:mesmo] no colégio, queao descer do ônibus, [a:muito] cheio por sinal, foi empurrando por outras pessoas ao fim do qual encostou em uma mulher negra, que aparentava uns trinta e cinco anos, foi aí que essa mulher fez um escândalo enorme dentro do ônibus, por achar que esse meu amigo ( Alexandre) estava esfregando-se em sua nadegas, ou seja, como se diz na giria “tirando um sarro nela” o meu amigo achou interessante, por se tratar de uma mulher feia e que não despertava-lhe atenção, foi aí que ele falou: - “Pô, Fábio, se ainda fosse uma menininha bonitinha !agora com um canhão daquele!
  • Descrever e falar sobre um lugar que eu goste de ficar ou passear -São vários os lugares, mas [a:ultimamente] , tenho gostado de ir para uma boite na Ilha chamada Magic.Essa boate tem como atração um show de música música [p:ao] [article:] [a:vivo] que começa por volta das 22:30 ou 23:00hs.A boate possui dois andares, possui uma escada que dá acesso as duas partes, há banheiros tanto em cima quanto em baixo, há um palco na parte de baixo onde o grupo musical se apresenta, por sinal sua músicas,são [a:muito] boas.O ambiente se apresenta comluzes apenas nas laterais e [a:muito] fracas,logo ficando quase que escuro [p:por] [a:completo] , ar- condicionado e muitas gatinhas para quem gosta de namorar ou se divertir, a Magique é um bom lugar.
  • Falar sobre o que sei fazer, descrevendo a maneira com que faço tal coisa.-Eu faço uma comida, que acho [a:muito] boa, pelo menos o meu estômago não reclama!É uma espécie de macarrão que vem em uma embalagem plástica [a:geralmente] para uma pessoa, podendo até ser para duas ou três, desde que satisfaça o apetite de cada uma.Dentro da embalagem vem em um saquinho um pó que ao misturá-lo.Ao macarrão (Miojo) o tempera.Para fazer o Miojo, é necessário que o coloque em uma panela com água e ferva por uns cinco minutos.Ao final desse tempo, retiro a panela do fogo, jogo a água fora e misturo o pó, que já falei, e mexo até que fique corado.Depois coloco uma salsicha, ou um hamburguer para acompanhar.Eu faço isso [a:muito] bem !
  • Dar a minha opinião a respeito da amizade, namoro, família, ou qualquer outro tipo de relacionamento.- Eu vou falar sobre o namoro.Tenho uma namorada que se chama Daniela ao qual namoro há um ano e oito meses.Não tenho do que queixar-me, gosto muito dela e muitos colegas meus falam que estou errado por que me prendo a uma garota só, acontece que não acho que isso seja uma prisão, [a:muito] pelo contrário, acho que é o começo de tudo, a pessoa passa a se conhecer mais, entrega-se ao amor e acaba gostando.Isso depende de cada um, eu gosto muito de namorar, de ter uma pessoa confidente e amiga ao meu lado,muitos dizem que [a:primeiro] deve-se aproveitar a vida, mas aí questiono o porque de não se aproveitar a vida à dois, por quê não?É uma coisa que é [a:muito] importante: a fidelidade.
Parte escrita
1993

  • E: Flavia... conta pra mim uma história que tenha acontecido com você que tenha sido interessante...
    I: [a:bom] ... que tenha sido interesssante? foi assim...eu estava::/ era minha última prova né? era prova de química... e eu estava nervosa... né?porque [a:geralmente] prova de recuperação é [a:muito] difícil... né?e precisava tirar cinco nessa prova... mas não sabia se ia tirar... estava estudando... aí tudo bem... fui pro colégio fazer esssa prova pensando “poxa... já pensou se ela me desse a mesma prova do quarto bimestre? ah... eu ficar emocionada... ia passar na mesma hora...” eu ali e pensando naquilo “ah... mas isso não vai acontecer... isso é impossível de acontecer...” aí quando cheguei lá... sentei lá... lá na frente... ela foi passando a prova pra todo mundo... né? foi passando... passando... todo mundo reclamando da prova... que a prova estava difícil... que a prova estava difícil... que estava... que estava/ todo mundo xingando a professora “professora... a senhora quer reprovar a gente...” e tal... aí quando chegou no finalzinho... cadê? ela tinha se esquecido de mim... da... da minha/ aí não tinha mais prova pra me dar... ela “ih:: falta você::” “ué... professora... falta eu” aí ela pegou... falou assim “espera aí que vou te dar outra prova diferente” quando eu fui ver... era a mesma prova do quarto bimestre... aí... eu... sabe? poxa... fiquei super contente... né? fiquei super feliz porque eu fiz aquela mesma prova... e:: graças a Deus eu passei de ano por causa dessa prova...
    E: [ahn... ahn...]
    I: [que] talvez se eu fizesse a outra não passaria...

  • E: agora... conta pra mim uma história que tenha... acontecido com alguém que você conheça... que seja interessante...
    I: [a:bom] ... foi o seguinte...foi com uma amiga minha que/ uma história... né? foi com uma amiga minha... ela estava saindo pra ir trabalhar... de manhã cedo...e [a:geralmente] de manhã cedo os ônibus... né? são [a:muito] cheiose são/ [s:eles] [v:saem] [a:muito] [a:apressados] ... né? e ela tinha aquele horário sempre de pegar o ônibus... então naquele dia ela se atrasou um pouco... acordou tarde... aí ela estava no outro lado da calçada quando ela viu o ônibus passar... mas o ônibus já estava indo... e ela começou a gritar e todo o ponto de ônibus assim lotado... né? ela começou a gritar pro motorista... mas ela estava um pouco longe... aí o motorista resolveu parar pra ela... né? e ela... com medo de correr foi correndo com vergonha... né? não estava correndo tanto... ela estava com sapato alto... que ela ia trabalhar... e todo mundo lá no ônibus xingando o motorista “seu motorista... vamos embora... vamos embora... vamos embora...” não queria esperar... e eu sei que... quando ela correu... correu... correu... quando ela chegou lá... lá perto do ônibus... o motorista pegou e foi embora... deixou ela sozinha... e ela com a maior vergonha e todo mundo rindo da cara dela lá no meio da rua e ela sem graça ((riso)) aí foi isso... sabe? ela teve que/ ela depois teve que pegar o ônibus lá::/ teve que andar pra caramba pra pegar outro ônibus porque dali todo mundo já ia encarnar nela... e foi isso...

  • E: Flavia... descreve pra mim o lugar onde você mais gosta de ficar...
    I: olha... o lugar onde eu mais gosto de ficar é no meu quarto... né? no meu quarto... eu:: vou descrever pra você... ele/ tem um cama que fica logo no meio do quarto... onde em cima dela/ onde eu durmo... né? em cima dela tem um ursinho... tem um cachorrinho... uns bichinnhos de pelúcia... do lado da minha cama tem uma caixa de som... né? e:: fica logo em frente à janela... tem uma cortina... né? uma cortina verde... e em frente a minha cama tem uma estante... onde eu guardo meus livros... né? que eu gosto muito de ler... tem um som em cima da estante... o meu som três em um... que eu gosto muito de escutar música... tem os meus discos... né? tem muitos livros aí que eu gosto muito de ler... tem um espelho... tem muitos batons... perfumes... coisas femininas... e:: em frente à estante tem meu guarda-roupa... né?meu guarda-roupa que tem [a:só] minhas roupas... logo do lado tem o meu enxoval... tem o fogão... as panelas... os copos... as facas... né? faqueiro... tem um::/ logo... eh:: atrás tem os quadros... né? nas/ na parede... eu gosto muito de ficar no meu quarto... é um lugar tranqüi::lo...

  • E: tá bom... agora:: agora conta pra mim o que você sabe fazer...
    I: o que eu sei fazer? olha... eu sei fazer muita coisa... mas... uma das coisas que eu sei... gosto de fazer é lasanha... né? e:: como é que se faz? eh... compra a massa... a massa já::/tem que [a:primeiro] colocar no fogo... né? numa água... tem que ferver... ou até ferver a água pra ela ficar mole... né? ou como massa de macarrão... aí... depois que ela já está pronta... aí coloca numa forma untada com manteiga... coloca a massa... depois coloca queijo... presunto... coloca o... o... ketchup... queijo ralado... o tempero da lasanha... aí depois vai colocando as camadas... a gosto... né? e:: depois de tudo... acho que são três camadas no máximo... aí leva o tempero... o ketchup... o queijo ralado... né? e depois põe no forno durante assim uns quinze minutos... depois aí tá pronto é:: uma coisa simples de fazer... eu gosto de fazer...

  • E: a::gora:: o que você acha da crise educacional?
    I: crise educacional... assim do Esta::do... é isso?
    E: é...
    I: qualquer coisa? olha só... eu:: eu acho assim:: eu acho que::... eles não estão dando prioridade... né? pros os alunos... pros estudantes... eu acho um absurdo esse negócio de você assim que terminar segun/ o... o... ginásio também... fazer/ ter que fazer pro::va... sabe? pra você ter um segundo grau... você vê por aí que quase não tem vagas... eles não estão dando prioridade... o ensino está horrível... pela greve que estão/ e... e... pela greve que eles fazem... né?e:: até [a:mesmo] pra você entrar numa faculdade hoje em dia tá? você tem que disputar com muita gentesão... são pouquíssimas faculdades pra muita gente que quer fazer... e às vezes você... é obrigado a pagar uma/ trabalharpra pagar uma faculdade que é [a:muito] difícil... né?e:: está sendo isso... eles tão dando mui/ pouquíssimas prioridades pras escolas caren/ quer dizer...deveria ter [a:muito] mais escola... [a:muito] mais professores...que dessem... né? essa... prioridade mais à escola... né?que é [a:só] gre::ve... são pouquíssimas/ eh:: hoje em dia pouquíssima gente se forma por causa dissonão tem::/ sabe? às vezes a pessoa é até esforçada pra estudar... mas não tem aque::la prioridade pra estudar... né? ah... eu acho isso... a crise...
    E: uhn... uhn... obrigado...
Parte oral
1993
  • Foi no dia em que fiz a minha última prova de recuperação de química.Eu precisava tirar 5 (cinco) nesta prova e estava um pouco nervosa,pois prova de recuperação, [a:geralmente] , é um pouco difícil.Chegando na escola, a professora começou a dar a prova para todos, e eu comecei a ficar assustada, pois todos estavam reclamando, e falando que a prova estava difícil.E de repente, [s:eu] [v:fiquei] [p:por] [a:último] , e a professora não tinha mais prova para me dar.Ela foi até a mesa e me deu outra prova, e quando eu vi, para surpresa minha, era a mesma prova do quarto bimestre.Eu fiz tudo.pois eu tinha estudado pela prova [a:só] de lembrar, e passei de ano.
  • Uma amiga minha estava atrasada para ir trabalhar, e ainda estava do outro lado da calçada quando viu o ônibus que ela sempre pegava.O ônibus já estava quase andando, mas o motorista a tinha visto e resolveu parar o ônibus para esperá-la, [a:só] que ela demorou muitoe os passageiros começaram a gritar pro motorista dar a partida.Eu sei que quando ela ía entrar no ônibus, o motorista andou e ela ficou com a cara no chão,pois o ponto estava [a:muito] cheio.
  • O lugar onde eu mais gosto de ficar é no meu quarto.A minha cama fica é no meio, onde em cima dela fica os meus bichinhos de pelúcia.Logo em frente, a minha estante, onde ficam os meus livros, cadernos, o meu som, os meus discos, meus perfumes, batons.Na outra parede, em frente à estante, está o meu guarda-roupa, em cima dele, o circulador , logo ao lado, o meu enxoval.
  • A massa da lasanha, [a:primeiro] tem que colocar no fogo até ferver a massa e ela ficar mole.Segundo untar o tabuleiro com manteiga e colocar a massa, depois o queijo, presunto, catchup, queijo ralado, e a carne moída, se quiser.Depois é [a:só] repetir a dose mais duas vazes, colocar no forno, e está pronto.
  • Eu acho que não estão dando prioridade à escola nenhuma para os alunos.É um absurdo o aluno disputar vagas nos colégios de segundo grau e faculdades!São pouquíssimos colégios para muitas pessoas, que acabam ficando sem estudar. [a:Só] os mais favorecidos estudam em universidades pagas, e às vezes, tem que trabalhar para pagar um colégio ou uma faculdade porque não passaram nas provas.Acho que todo ensino deveria ser gratuito,poi estudar é um direito de todos, mas hoje em dia, [a:infelizmente] , se tornou direito dos mais favorecidos, pois as vagas são pouquíssimas para o número de pessoas que querem estudar
Parte escrita
1993

  • E: eu estou aqui com a Flávia Regina... do Colégio Estadual Professor Daltro Santos... Flávia... conta pra mim... uma história que tenha acontecido contigo... eque você tenha achado ou [a:muito] triste... ou [a:muito] interessante...ou engraçado... algo que você acha que vale a pena contar...
    I: vou começar a contar do fim de semana passada... eu... estava/ tinha acabado de chegar da discoteca com minhas colegas... estava ali embaixo... daí es/ minha colega estava... pensando em sair com uma pessoa que ela tinha saído no fim de semana passado... quando ela dá conta... ele estava com outra pessoa na frente dela... aí... ela ficou super... constrangida... né? super... sem graça e falou... que não ia sair com ele... a gente... foi procurou saber ( ) ia sair... ela falou assim “não... não vou sair com ele... não vou sair com ele...” tudo bem... aí a garota subiu... que ele estava saindo... subiu e ficou lá embaixo... aí pediu pros colegas dele vim falar com ela... aí ficou dois colegas dele... falando um tempão... e passando um papo nela... né? e falando... aí... sabe? fo/ o papo foi que... foi tipo assim/ os/ o próprio colega dele passando um papo nela... que ela... depois ficou pensando “poxa...eu não estou namorando com ele... [a:só] saí uma vez com ele... por que que eu vou/ não vou sair com ele?” aí ela foi e resolveu sair... aí antes disso... eu tinha saído com um menino... aí... quando dou conta ele estava dando um maior show lá na frente... fazendo um montão de coisa... fiquei super/ morrendo de raiva... né? aí eu fui e falei pra minha colega... aí ela falou assim “você vai [v:sair] com ele? [p:de] [a:novo] ... se ele chegar aqui perto de você?” eu falei assim “não... não vou sair com ele...” e antes disso eu tinha recriminado a minha colega que ela estava saindo com um menino que ela falou que não ia sair... está eu recriminando ela... aí eu falei assim “não... não vou sair com ele não... dando o maior show lá... dando o maior show... não vou sair com ele não...” aí ele foi chegou perto de mim... descumpri com a minha palavra... fui... e saí com ele... aí tá... depois eu comecei a pensar... né? a minha colega chegou e falou assim “poxa... Flávia... não tinha nada a ver... eu ( ) com ele...” aí antes disso eu estava recriminando... depois eu comecei a pensar... e falei assim “não... pô... eu fiz a mesma coisa... não cumpri com a minha palavra...” e por causa disso me/ outra colega já ia parar de falar com a outra... já ia começar com... aquela coisa... tinha feito uma ignorância pra ela... ela falou assim “não... não quero papo com você mais...” aí eu fui/ essa experiência que eu passei... que eu descobri que eu não devia recriminar a pessoa assim... eu tendo passado... aquela... própria experiência... que no próprio momento eu passei a experiência... naquele momento eu:: descobri que a gente não deve recriminar... aí nesse próprio momento eu fui expliquei pras pesso/ pras minhas amigas... né? que a gente não deve fazer isso... e elas próprias... cada uma tinha um caso na vida que tinha feito a mesma coisa... começaram a pensar... e se tocaram... “poxa... não é isso...” (aí uma...) uma pediu desculpa pra outra... uma outra me pediu também pra mim pra não recriminar... a gente também falou com ela... naquele... momento... juntou todos os problemas de muito tempo atrás... naquele momento se resolveu... todos aqueles problemas ali... ficou tudo resolvido... entre a gente eu/ foi uma experiência... né? pra gente... a gente ficou::... ca... cada uma aprendeu uma coisa... dali... a gente pode... passar pras outras pessoas... e pequena coisa...
    E: tá ótimo... Flávia...

  • E: eh:: agora... por favor... conta uma história... que... alguém tenha lhe contado... né? e que você tenha achado engraçado ou triste...
    I: eh... minha colega... foi pro::... Tijuca Off Shopping... foi/ aí pegaram o meia vinte e dois... aí então... entraram... aí nisso ela está prestando atenção... entrou um rapaz correndo... atrás dela... sentou do lado dela dentro do ônibus... ela não sabia se aquele ônibus ainda ia pro Tijuca Off Shopping... ela foi... perguntou assim “vem cá... colega... esse ônibus passa no Tijuca Off Shopping?” ele falou assim “passa...” aí deu um tempo ela passou pra frente... estava sentada lá... aí daqui a pouco::... o rapaz foi... passou pra frente... aí está ele olhando muito pra cara dela... né? por trás... rapaz assim... com uma pinta estranha... olhando muito pra trás... está ele olhando... e ela está distraída na dela... né? daqui a pouco ele... chega pra ela e fala assim “você está com medo de mim...” ela “não estou com medo de você...” “você está com medo de mim...” aí começou aquela discussão... ela “não estou com medo de você... por que que eu estou com medo de você?” aí daqui a pouco ele “olha... [a:só] porque você está com medo de mim... você vai passar o relógio agora...” e ele fez como se ele tivesse uma arma... ela não sabia se... se ele estava com uma ar/ primeira vez que ela tinha sido assaltada... o relógio que ela ainda nem tinha acabado de pagar... tinha comprado há pouco tempo... aí ele falou assim “você vai passar o relógio...” aí ela falou assim.../ aí ela ficou quieta... ficou sem ação... foi e passou o relógio... ele falou assim “você não vai gritar... não vai fazer escândalo nenhum porque eu sei onde tu vai saltar...se você gritar você vai ver [a:só] o que vai acontecer com você...” e:: ainda falou assim “olha o que/” começou com um assunto que não tinha nada a ver... perguntou... que baile ela freqüentava... falou que freqüentava o Bonsucesso... querendo amendrontar... né? falando negócio de baile funk... fa/ com ele... ela falou que não... frequentava baile funk... aí falando com ela... aí ela chegou na minha casa apavorada... depois... ela ficou super assustada... chegou até tremendo... poxa... como uma pessoa que ela tinha falado numa boa lá atrás chegou e assaltou ela na mesma hora? não teve nem... a::...
    E: tá bom... Flávia...

  • E: eh::... agora por favor... fala sobre o local onde você mais gosta de ficar... quero que você me descreva este local... né? se ele é grande... se ele é pequeno... quero que você... [conte] pra mim...
    I: [eh::] eu gosto de ficar muito na/ quando eu vou pra casa da minha avó... na varanda dela... [a:principalmente] no verão... ali::... sei lá... é um lugar gostoso... tem plantas... dá um::/ uma (expressão) de paz... é... bem arejada... sabe? eu fi/ gosto sempre de ficar mais sozinha... aí tu... tu fica pensando... porque sei lá::... tem um clima... é claro... é uma varanda clara... o sol bate/ não bate na varanda onde você está... mas bate assim nas plantas... [a:principalmente] de manhã cedo eu fico assim( )aquele ar... assim ar (bem puro) como a gente mora aqui em apartamento... sabe? [a:dificilmente] tem isso... ah... é um lugar pequeno que não tem muito o que dizer dela... só... só...só por causa dessas coisas... [a:só] por isso [a:mesmo] ... eu... gosto de ficar ali... uma coisa clara... plantas... é gostoso... um lugar gostoso de ficar...
    E: tá bom...

  • E: e::... Flávia... eh... eu quero que você conte pra mim... alguma coisa que você saiba fazer bem...
    I: bolo de cenoura...
    E: tá... me explica então como é que faz...
    I: ((riso)) eh... pega... deixa eu ver...três cenouras... médias... descasca e [v:corta] ... [a:picadinha] ... [a:pequenininha] ...bota no liqüidificador... pega um copo de óleo... três ovos... bate tudo... depois bota num... recipiente... numa vasilha... ali tu bota... açúcar... três copos de açúcar... depois quatro copos de farinha... de trigo... não precisa mais... leite... mexe... não é uma coisa difícil não... é fácil... aí vai... bota num tabuleiro... de/ antes se faz a calda... calda de chocolate... que... leva ... seis... colheres de... Nescau... manteiga e... manteiga... leite... só... e açúcar... um pouco de açúcar... depois do bolo pronto... você bota... a calda... só... mais nada...E: tá... todo mundo come... né? depois? I: [p:com] [a:certeza] ((riso)) [todo mundo come...]
    E: [tá bom...] então tá bom...
    I: com certeza ((riso))

  • E: Flávia... e [p:por] [a:último] ... eh... eu quero que você me dê... sua opinião sobre... ou namoro... amizade... religião... né?igreja... alguma coisa que você acha que... que você deva contar...
    I: eh... religião... uma coisa que eu ... estou/ no momento... está afetando muito a minha cabeça...
    E: então vai lá... vai...
    I: eh... re/ religião... eu... no momento eu estou procurando uma... uma religião certa pra mim... religião não... eu acredito em Deus... sei que existe um Deus vivo... mas assim/ mas uma igreja... né? daí/ minha religião é... Deus mesmo… eu... tenho... tenho participado de várias coisas... vejo várias pessoas falar sobre esssa/ as religiões... tem hora que você critica... tem hora que você... concorda... com coisas que as pessoas falam... por exemplo... eu... tenho freqüentado algumas igrejas... que... têm/ não... na/ têm coisas... que não me agrada ali... têm coisas que me agrada... por exemplo... eu como sou jovem... né? eu gostaria assim de... sei lá... até agora no momento não encontrei uma... uma religião que/ às vezes você quer uma coisa que você possa fazer... coisas... do mundo e que possa lá... mas acredito que ( ) voltado a Deus... sempre... mas tem que se/... mas é difícil disso acontecer porque... já/ o carnaval já não é... de Deus... já... já... já está dizendo aí que não é ( ) de Deus... aí fica difícil pra você escolher... você já um debate... com você... você fica se ba/ debatendo com você própria... o que que você vai fazer... com isso... eh::... minha mãe... por exemplo... ela... ela também/ ela está há vários anos procurando uma religião certa... [a:só] que ela ainda não encontrou... sabe? ((tosse)) ela acredita... já teve várias... coisas assim... de::/ teve... várias bênçãos... com Deus... só/ ela ainda não teve uma certa...mas [a:só] em... acreditar em Deus... ter a fé dela... ela já teve várias coisas... várias bênçãos... [a:só] com isso... ainda não... não encontrou uma certa... por isso que eu falo...que não é uma coisa [a:muito] fácil... de você encontrar... é uma coisa mais... complicada...
    I: tá bom... Flávia... [a:muito] obrigada...tá... pela tua [entrevista...]
    E: [de nada...]
Parte oral
1993
  • Este acontecimento não faz muito tempo não, eu estava com amigas no momento recriminando uma delas, pelo seu ato de falar que ia fazer uma coisa e fazer outra diferente e não cumprir com sua palavra, mas eu não sabia que naquele próprio momento eu ia passar por uma coisa diferente pra mim, eu falei uma coisa e fiz outra, não consegui me controlar e nem ela, neste momento eu descobri que nunca se pode recriminar uma pessoa sem saber o que ela está passando e sem ter passado também aprendi a respeitar as decisões das pessoas,isto foi [a:muito] legal.
  • Este fato aconteceu com uma amiga minha.Bem, ela estava indo para a Tijuca.Ela foi pegar o ônibus 622.Ao entrar no ônibus percebeu que um rapaz também entrou atrás dela e sentou perto dela, ela e sua colega perguntaram se aquele ônibus passava na Tijuca para esse rapaz responder, e ela passou para a frente.Não demorou muito e ele passou também.Ficou o tempo todo olhando para ela de repente ele pergunta para ela se ela está com medo dele ela respnde que não e ele continua insistindo na pergunta e ela respondendo que não.Ele, sem mais nem menos, fala para ela dar o relógio para ele e ficar quieta que ele sabia onde ela ia saltar e ficou indagando sobre o baile que ela frequentava.Ela respondeu que não frequentava baile.Ele desceu na maior cara-de-pau.Ela coitada, nem tinha acabado de pagar o seu relógio.Este fato foi [a:muito] triste.Para ela, Deus tem mais para dar do que pessoas para tirar.
  • Eu escolhi um lugar que é tão simples mas eu gosto tanto.É na casa da minha avó, em sua varanda.Ela não tem nada de extraordinário,ela [a:simplesmente] é aconchegante e super arejada.Bem clarinha, tem bastante plantas, não na varanda só, e sim no quintal.Ela me transmite uma paz tão boa que é isso que me cativa.
  • Uma coisa que eu faço [a:muito] bem é Bolo de Cenouravou explicar: Eu pego 3 cenouras médias, descasco elas e corto-as em pedaços pequenas.Bato no liquidificador com 3 ovos, um copo de óleo só.Depois, eu pego uma vasilha e despejo os ingredientes lá acrescento 3 copos de açúcar 4 copos de farinha 1 colher de fermento em pó Bato e levo ao forno já quente.depois faço a calda de chocolate.6 colheres de nescau 2 colheres de açúcar 1 copo de leite 1 colher de sopa de manteiga.e depois todos comem Bem satisfeitos.
  • Eu no momento estou passando por uma fase que eu nomiei de “crise religiosa”, pois eu estou aprocura de uma religião voltada para Deus e com alguns objetivos meus sobre religião mas eu tenho muito que aprender e compreender para eu definir o que é certo do que é errado.Eu acho que Religião é aquilo em que a gente bota fé e tem fé que tudo que você quer vai acontecer.Resumindo, sua própria religião e sua própria fé.É eu tenho fé que deus existe e ele está sempre dentro de mim.Está e minha Religião.
Parte escrita
1993

  • E: Isabel... conta pra mim... uma história que tenha acontecido com você... que tenha sido interessante...
    I: [a:bom] ... uma vez eu estava fazendo uma prova...aí::a professora dividiu todo mundo na sala e tal... separou as mesas... tudo [a:direitinho] ...e [s:eu] [v:estava fazendo] [a:legal] ... eu sabia tudo... tinha estudado... aí e/ eu sentava encostada na parede... tinha mania de ficar de lado... aí eu estava sentada de lado... distraída... de repente a professora passou e começou a recolher as provas... a minha e da menina que estava atrás... eu achei que tivesse acabado o tempo... não sei... aí ela virou pra mim e falou assim “pode sair... vocês estavam colocando...” eu levei um susto que... eu não estava colocando... a menina de trás... acho que estava olhando pra minha prova porque eu estava de lado... estava dando pra ela ver... mas eu não estava com a intenção de colar... eu saí... né? fiquei aborrecida e tal... aí eu cheguei em casa chorando... triste... nunca tinha acontecido isso comigo... a minha mãe falou “ah... vai lá... fala com a professora que você não... não estava colando... não teve culpa...” aí no dia seguinte eu voltei lá...falei com a professora e... resolvi tudo... [NULL SUBJECT] [v:expliquei] [a:direitinho] ...aí ela deixou fazer a segunda chamada... aí eu fiz a segunda chamada e até que eu tirei uma boa nota na prova... ela viu que tinha nada a ver... que eu não estava colando... aí ela pediu desculpa e... ficamos amigas...

  • E: ahn... ahn... agora... conta pra mim uma história... que tenha ocorrido com alguém que você conheça... que seja interessante...
    I: interessante? uma vez... minha irmã foi pra Paquetá com os amigos... aí eles alugaram bicicleta lá e resolveram... conhecer a ilha... aí ficaram andando na beira da praia... [a:só] que aí acabou a praia... eles resolveram entrar numa outra rua... pra ver se saía do outro lado... né? aí eles acabaram se perden::do... aí minha irmã caiu da bicicle::ta... aí começou a brigar com um colega meu também que estava lá::... eles fizeram uma confusão::... aí depois de muito andar lá pela ilha eles conseguiram... ver tudo da ilha porque estavam perdidos procurando... aí eles voltaram... aí eles ficaram contando... né? que foi super chato e tal...
    E: tua irmã? isso aconteceu com a tua irmã?
    I: isso aconteceu com a minha irmã...

  • E: ahn... ahn... agora... descreve pra mim o lugar onde você mais gosta de ficar...
    I: eu gosto de ficar no quarto da minha mãe... que lá tem a televisão... eu fico deitada na cama vendo televisão... a televisão fica assim num canto em cima... aí tem o som também que fica embaixo da televisão... dá pra ouvir lá... lá é silêncio que é/ aí tem também telefone qualquer coisa que eu precise... falar com um amigo... qualquer coisa tem o telefone... tem a penteadeira dela que eu adoro as coisas dela... tudo/ perfume... maquiagem... essas coisas... o armário... o armário também é grande... aí às vezes eu coloco as minhas coisas no armário dela... fica no canto...
    E: só?
    I: é::

  • E: ahn... ahn... agora... eu sei que você sabe fazer alguma coisa... me conta o que você sabe fazer... né? como que se faz...
    I: ah... eu gosto de fazer... sobremesa... gosto de fazer mousse de gelatina... você... faz a gelatina normal... aí coloca na geladeira... aí depois que tiver mais ou menos dura... você tira... bate no liquidificador... aí coloca uma lata de creme de leite... uma lata de leite condensado... aí bate... bate... aí quando tiver bem misturado você coloca nas forminhas e põe pra gelar...aí depois é [a:só] ficar pronto...
    E: é... tá bom...

  • E: agora:: o que você acha da crise educacional?
    I: crise educacional? difícil no país inteiro... né? mas também:: eu acho que precisa ter uma conscientização de todo mundo... da população... dos professores também... que tem muito professor que não quer nada... tipo finge que ensina pra alunos que fingem que aprendem... também é o problema dos salários dos professores... que eles ganham mal::... a escola...a estrutura física da escola também está [a:muito] abandona::dae tudo e também eh::... é o que o governo quer... né? que ninguém aprenda nada pra não... não poder reclamar... essas histórias... é comodismo pra eles... terem uma educação ruim no país... aí eu acho que a gente tem que tomar conscientização disso pra poder... lutar pelo nossos direitos e lutar contra o governo que está do jeito que está... roubando tudo... acabando com o país... né? inflação.... salários... de todo mundo de um modo geral... acho que é isso...
    E: tá bom...
Parte oral
1993
  • Foi um incidente.Uma vez eu estava numa prova, sentada [a:normalmente] resolvendo as questões, ou achava que estava tudo normal, eu sabia tudo.Eu sabia tudo, mas minha colega que estava atrás de mim não.Eu sentada de lado, encostada na parede,não percebi a menina olhando [a:desesperadamente] para minha prova. [a:Só] percebi quando a professora passou recolhendo as duas provas. [a:Primeiro] pensei que o tempo tinha acabadoe ela estava com pressa.Depois é que entendi, a professora tirou nossas provas porque achou que estavamos colando.Saí de sala [a:muito] triste.Depois de me acalmar voltei para falar com a professora.Ela resolveu me dar uma segunda chamada.Eu tirei uma boa nota e ficou provado que a culpa não era minha.Desde então, a professora e eu, ficamos amigas.
  • Num desses verões minha irmã e um grupo de amigos resolveram ir à Paquetá, passar um dia lá.mas acabaram se perdendo.Minha irmã conta que eles alugaram umas bicicletas e foram conhecer a ilha. [a:Só] que acabando a praia eles entraram numa rua achando que voltariam a praia, se enganaram.Minha irmã caiu da bicicleta e começou a chorar, nervosa ela gritou com o Sandro, um amigo dela, dissendo que ele era o culpado por ter entrado em uma rua que não conhecia.Depois de muitas voltas eles acharam o caminho de volta, ainda a tempo de pegar a barca das 4:00 H.No dia seguinte eles me contaram essa história, e todos rimos muito.
  • Um dos meus lugares favoritos é o quarto dos meus pais.Lá eu posso ficar sossegada, posso ler e estudar em silêncio.Tem a televisão que dá pra ver deitada, o som, o telefone.Tem o armário que eu às vezes uso para guardar minhas coisas.Os perfumes da minha mãe que eu adoro.Enfim o quarto da minha mãe que eu adoro.Enfim o quarto da minha mãe é o meu lugar preferido.
  • Gosto muito de fazer um mousse especial.É [a:só] [v:preparar] a gelatina [a:normalmente] e deixar gelar um pouco.Depois bato ela no liquidificador e acrescento uma lata de leite condensado e uma lata de creme de leite.Quando tudo estiver bem batido,é [a:só] colocar nas forminhas e levar a geladeiraaté ficar duro.Aí pronto, é [a:só] comer.
  • A crise educacional do Brasil é grave em todos os níveis.Enquanto não houver uma conscientização por parte da população e [a:mesmo] dos professores, as escolas continuarão sendo construções sem função.É dever de todos [a:principalmente] de nós futuros professoresnão esperarmos um futuro melhor e sim fazer este futuro melhor.Desenvolvendo um trabalho de humanização e conscientização dos deveres e direitos de nossos alunos.Para que estes sejam os primeiros da “sociedade” em construção.
Parte escrita
1993

  • E: eu estou aqui com Jean... da escola Estadual Gomes Freire... Jean... conta pra mim uma história que tenha acontecido com você...e que tenha sido ou [a:muito] engraçada... ou triste... algo que tenha acontecido contigo e que você queira comentar... comigo...
    I: história engraçada? ((pigarro)) bem... eu estava fazendo o cerimonial do aniversário da minha prima... participava eu... minha irmã... mais duas primas minhas... aí... fomos organizando durante o dia... escrevi o ce/ escrevi o cerimonial todo... todas as partes do cerimonial... escolhi as pessoas que seriam... assim... apresentadas na festa... iam ganhar as rosas que a minha prima ia dar e tudo o mais... quando chegou na hora do cerimonial... aí o rapaz do som armou o som... tudo...escolhemos a música... tudo [a:direitinho] ...na hora do cerimonial mesmo de falar... quem ia falar? eu... aí... comecei a falar... ninguém entendia nada do que eu falava... fiquei nervoso na hora... não sei... minha voz... ficou assim... acho que ficou grossa demais... maior chiadeira no microfone ((riso)) todo mundo olhando assim... ninguém entendia nada... gente pertinho de mim assim... todo mundo pertinho da caixa de som... ninguém entendia nada do que eu falava... aí... fui falando... falando... até a hora que eu não agüentei mais falar... aí passei pra outra pessoa... aí... quando eu passei pra minha prima... ela também foi falando... foi a única pessoa que entendeu... porque o restante do pessoal também ((riso)) nin/
    E: ninguém entendeu?
    I: ninguém entendia nada do que ela falava... com a/ acho também que o som estava com problema...ficou maior bagunça... até [a:mesmo] na fita... também... de aniversário assim... nin/ não dá nem pra entender... filmou tudo... né?aí você ouve... [a:só] aquela chiadeira...mas não sabe do que a pessoa estava falando...
    E: tá bom... Jean...

  • E: agora conta pra mim... uma história que alguém tenha contado pra você... que você tenha achado engraçado... né? ou triste... que tenha acontecido com alguma pessoa... que ela tivesse contado pra você... que você se lembre...
    I: [a:bom] ... uma história que alguém contou pra mim... né?sei::... tem uma amiga minha... precisa falar o nome? é uma amiga minha chamada Luana...ela/ é [a:só] ela... o irmão dela... a mãe... e tinha o pai dela... né? o pai dela/ eles moravam em Nova Iguaçu... e tal... assim... não se davam bem com a família deles que mora...até aqui na Penha [a:mesmo] ... o pai dela morreu... estava/ ficou doente... aí o pai dela morreu...ela era [a:muito] agarrada com o pai dela também... né? e... assim... ela sofreu muito... né? ficou assim... mais de... mais de um mês assim... em depressão... naquela coisa toda... assim... é/ de certa parte normal... né? na pessoa... também... quando gosta assim... do pai e da mãe...aí ela ficou [a:muito] triste...né? e... depois ela foi obrigada a sair de lá de Nova Iguaçu... de onde ela morava... teve que vir pra Penha...morar aqui... [a:junto] com os parentes dela... hoje ela mora... na casa da tia dela... aí ela já... já está doida pra sair de lá... não agüenta mais com aquilo... assim... não vou dizer que a tia dela é chata... né? e tudo mais... assim... você sentir que você tinha sua/ sentir que você tinha a sua casa... e... depois ter que morar... na casa dos outros... aí é maior barra... né?
    E: é... tá bom...

  • E: agora conta pra mim... Jean... eh... sobre o local que você mais gosta de ficar... fala... descreve o local pra mim... como que ele é... né? onde você gosta de ficar...
    I: ah... onde eu gosto de ficar? na sala da minha casa... por quê? tem um som... que agora eu adoro... ((riso)) agora não... eu sempre gostei... tem o som... tem a televisão também que eu adoro assistir... tem... um aquário... que eu mesmo cuido... lavo... ponho... ponho comida pros peixes... adoro mexer com aquário... e... tem o sofá lá... que eu fico deitado... chego de madrugada assim... ligo a televisão fico vendo... esqueço a televisão ligada também... às vezes...
    E: é grande?
    I: é... bem espaçosa... sim... a sala... o espaço... tem os quadros... com retrato do... dos meus primos... meu afilhado também... o retrato da minha prima... Ana Luisa... e... tem mais o que na sala? tem uma mesa bonita... com detalhes em/... é mesa feita de mármore... com detalhes assim... pedras cortadas de mármores... formaram uma flor... sabe? bonita pra caramba...
    E: tá bom...

  • E: agora conta pra mim... Jean... eh... o que que você sabe fazer... né? e como é que se faz isso... eu quero que você descreva... o que você sabe fazer... pra mim...
    I: ih... oh... eu sei fazer macarrão...
    E: como é que faz ... então?
    I: ah... macarrão... do jeito que eu faço? é fácil... você põe o macarrão pra... cozinhar... na água... você espera/ bota a água no fogo... deixa a água ferver... aí tu vai... bota um pouquinho de óleo... aí depois tu põe o macarrão lá... aí deixa ficar dez minutos... cozinhando... você tira o macarrão... põe no escorredor... abre a torneira... tira um pouquinho daquela... daquela gosma mesmo do macarrão que fica... enquanto isso você põe uma panela no fogo... com um pouco de ó/ de óleo não... com um pouco de manteiga... e... alho... alho socado... aí deixa o alho ficar bem dourado... depois... joga o macarrão... depois que tu jogou o macarrão... aí tu vai mexendo... mexendo... mexendo... [a:só] assim que tu faz...depois tu põe num tabuleiro... aí põe::/ cobre o macarrão com... com... fatias de muzzarela... e leva ao forno... aí deixa a muzzarela derreter todinha... depois que já tiver pronto o macarrão... você pre/ põe numa vasilhinha pequena... maionese... ketchup... e... mis/ maionese... ketchup e mostarda... mistura tudo aquilo... e quando você for comer o macarrão... você põe um pouquinho daquele molho de maionese... ketchup... e mostarda... em cima do macarrão... fica uma delícia...
    E: mas... você coloca sal também? no macarrão?
    I: no macarrão também sal... esqueci desse detalhe...
    E: tá bom... deve ficar gostoso... né?
    I: deve não... fica ((risos))
    E: então tá...

  • E: e... agora pra terminar... Jean... eu quero que você comente pra mim... né? o que você acha sobre a amizade...
    I: ((tosse)) bem... amizade eh... assim... a gente precisa de amizade... né? porque a gente não pode... viver nesse mundo sem amigos... né? então...é [a:muito] importante... pra gente... assim... ter uma amizade sincera... né? fiel... assim... sincera que eu digo assim... você chegar...poder falar o pessoal... eh... “não gostei disso que você fez...” [a:abertamente] ... entendeu?e a pessoa também poder chegar assim... fazer críticas... e você... aceitar aquelas críticas e... até analisar... né?
    E: é...
    I: num certo ponto que... pode ser... bom pra você... receber essas críticas... porque aí você pode ir modificando... né? tentando se adaptar ao meio onde você vive... e... porque também assim... vamos supor... poxa... eu quero sair... às vezes não tenho com quem sair... aí eu lembro o quê? tenho amigos... aí procuro eles...e [a:só] saio com eles... só saio com eles...e não saio pra outro lugar... não/ assim... sem meus amigos... gosto muito de fazer amizade... tenho facilidade também... onde chego assim...sou [a:bastante] comunicativo...então [s:eu] chego... [v:faço] amizade [a:rapidinho] ... e não esqueço dos meus amigos não... estou sempre ligando pra eles... sempre procurando eles...
    E: é... isso é importante... né?
    I: e... procuro ser assim... fiel também às minhas amizades... né? procuro ser legal com todo mundo... ajudar... na hora que a gente mais precisa é que a gente conhece os nossos verdadeiros amigos... né?
    E: é...
    I: assim... quando a gente tá na pior... (numa fase) que a gente conhece... conhece os verdadeiros amigos...
    E: tá... [a:muito] obrigada...tá... Jean... pela sua entrevista....
    I: de nada...
Parte oral
1993
  • Uma história alegre que aconteceu comigo.Era o aniversário de minha e eu estava encarregado de escrever o cerimonial, fiquei o dia inteiro escrevendo e escolhendo as pessoas que seriam agraciadas e as que iriam falar.O engraçado da historia é que, quando começou o cerimonial eu fiquei nervoso minha voz acho que engrossou demais, e acho que o som também sem sintonia perfeita ninguém entendia o que eu falava era uma barulhada só.Então resolvi passar p/ outras pessoas falarem que seriam minha irmã e duas primas, [s:uma] porém consegui [v:falar] [a:direito] pois o restante ficaram igual a mim uma barulhada e pior eram os convidados que [a:mesmo] perto das caixas de som não entendiam nada do que falávamos
  • História triste que alguém me contou.Uma amiga minha chamada Luana, que vivia c/ os meus pais e seu irmão lá em Nova Iguaçu.Seu pai adoeçeu e logo veio a falecer, eles viviam afastados do restante da família por causa dos atritos, mas logo tiveram que ir morar na casa de uma tia que não dizendo que é má sempre solta umas piadas.Além de tudo está a perda do pai nós aprendemos a conviver com issomas [a:realmente] bem lá no fundo acho que ninguém aceita, a Luana ficou algum tempo em depressão mas ja superou esta fase.
  • Uma coisa que sei fazer.Bem sei fazer um macarrão legal, [a:primeiro] põe a água pra ferver, quando estiver fervendo coloca-se um pouco de óleo e o macarrão deixe dez minutos, coloque-o no escorredor e lave com água fria;enquanto isso ponha uma panela no fogo com alho socado e 2 ou três colher de manteiga e um punhado de sal deixe o alho ficar dourado jogue o macarrão mexa bem depois coloque em um tabuleiro e cubra-o com mussarela, pincele a mussarela com azeite e jogue orégano e leve ao forno até a mussarela ficar bem derretida, enquanto isso pegue uma xícara e coloque 2 colheres de sopa de maionese, um pouco de catchup e mostarda misture bem.Quando for servir o macarrão coloque um pouco deste molho por cima fica delicioso.
  • Descrever um lugar que gosto.A sala de minha casa, porque tem um som maravilhoso [a:particularmente] adoro música, um aquário que eu mesmo cuido, com muita presteza a sala é bem espaçosa tem dois sofás um três lugares e outro de dois uma mesa de centro e uma para refeição, que por sua é linda é feita de marmore da própria em formato de ramo de floré [a:muito] linda
  • Falar sobre amizade.É uma das coisas mas importante da nossa vida e é importante a ela ter fidelidade, sinceridade, e aceitar através dos amigos as criticas que lhe são feitas pois com base nestas nós podemos nos moldar e melhorar p/ nós mesmos e p/ a sociedade.
Parte escrita
1993

  • E: eu estou aqui com Márcio... do Centro Tecnológico Estadual Ferreira Viana... Márcio... me conta uma história... que tenha acontecido com você... e que você assim tenha achado engraçado... ou triste... ou constrangedor... alguma coisa que tenha acontecido contigo...
    I: olha... uma coisa que aconteceu... engraçado comigo... foi quando eu estava em Poços de Caldas passeando... né? aí eu estava num hotel... aí tinha subido pra... pra tomar banho porque a gente ia embora naquele dia... aí... bati na... na porta do hotel pra... pra fazer... meu irmão... o pessoal abrir a porta... né? aí pra/ fui correndo me esconder deles... nisso que eu fui correndo... o vidro da... da varanda que tinha no corredor estava limpinho...a mulher tinha acabado de limpar... [v:passei] [a:direto] pelo vidro... quebrou tudo((riso)) foi um desespero... chamaram a... a moça e tudo da excursão... aí veio... fez curativo... tive que... tomar um ponto e tudo... o cara lá da... da supervisão do hotel... veio também... perguntar o que que tinha acontecido... foi o maior... o maior auê...
    E: tá bom...

  • E: e... Márcio... você... eh... lembra de alguma história que alguém tenha contado pra você... eque você tenha achado [a:muito] engraçado ou triste?
    I: lembro... meu pai num... num dia/ meu pai é motorista de táxi estava... passando pelo Aterro... aí um... moço fez um sinal pra ele... aí falou que estava dentro do ônibus... e os assaltantes levaram o salário dele... tinha acabado de receber... levaram o dinheiro dele todo... né? aí... mandaram ele soltar ali porque ali no Aterro não tem nenhum sinal... nenhum ponto de ônibus... aí::... ele... ele fez sinal pro meu pai... meu pai parou... aí fo/ contou a história ao meu pai... pediu pro meu pai parar na frente do ônibus... né? e pra ajudar ele... meu pai conseguiu ultrapassar o ônibus... parou na frente do ônibus e pediu pra ele soltar... pra ele... chamar algum polícia... alguma coisa... né? aí... o cara “não... não... o senhor vai comigo...” que não sei o quê... aí o meu pai “não e... e... os policiais/ os ladrões estão tudo armado aí dentro do ônibus... eu vou me arriscar? nada...” que não sei o quê... aí ele “não... não o senhor tem que ir comigo...” começou a receber santo “você vai comigo...” ((riso)) aí começou a falar lá pra caramba... meu pai deu-lhe um tapa nele... ele fo... ele foi pra fora do... do carro... caiu do chão...
    E: e... e... seu pai... eh... bateu nele?
    I: bateu... deu um tapa nele... abriu a porta e... ele caiu lá no chão... ficou lá...
    E: e aí depois? seu pai foi embora?
    I: foi embora... arrancou com o carro... e aí ele ficou lá no chão...
    E: tá bom... Márcio...

  • E: agora... eh... eu quero que você me fale... sobre... eh... o local... eh... que você mais gosta de ficar... ou de passear... qual o lugar assim que você mais gosta?
    I: é no quarto da minha mãe... que lá tem:: ar condicionado... é uma beleza... né? ficar no fresquinho... tem vídeo-cassete... televisão... que dá pra ficar vendo filmes... né? que eu gosto muito de ficar... sozinho num... lugar... ficar quieto...e até [a:mesmo] pra estudar... como... como o lugar... quase não... não fica muita gente... eu fecho a porta... fico sozinho... estudando... eu gosto muito de lá...
    E: é peque::no? é gran::de?
    I: não... é grande... dá::/ tem bastante espaço...
    E: tá bom...

  • E: agora... Márcio... eh... o que que você sabe fazer bem? eu quero que você me explique o que que você sabe fazer bem...
    I: [a:primeiro] de tudo... eu gosto muito de estudar...e de fazer... instalação... eu trabalho na Light... né? faço instalação lá... a... a que eu gosta/ até hoje a que eu aprendi... sei fazer melhor... é a instalação de... de três pontos de luz com um interruptor de duas seções... faz várias emendas... né? porque... cada vez aperfeiçoa mais o... o desempenho do... do técnico em eletricidade...e é [a:muito] bom...é... [a:bastante] desenvolvido o trabalho...e precisa de bastante coisa... né?tudo que você aprendeu... [a:praticamente] ... e é legal... depois quando você faz a instalação toda... aí é aprovar... você... liga... vê aquela parada funcionando... né? e vê quea luz acende [a:mesmo] ... aperta um botão... acende uma luz... aperta outra... acende as outras duas... né? eu gosto... eu gosto bastante de fazer...
    E: mas como é que se faz isso? como é que você en... encaixa os fi::os?
    I:olha... o/ [a:primeiramente] você tem que... marcar... fazer... a localização todado... do ponto de luz... do... do interruptor... né? e::... você pega um fi... um fio próprio pra isso... que é o fio termoplástico rígido de... de um... um vírgula cinco milímetros quadrados... e liga... né? no... no interruptor tem uma ponte que li/que você vai ligar o fase... né? no caso teria que ter uma ponte pra ligar... de... de um lado o interruptor e pra... pra outro... e liga dois neutros...fica dois neutros que [v:vai] [a:direto] pro ponto de luz...saindo com volta... ligando com ( ) e vem até... o... receptáculo... que você emenda... e faz a::/ coloca a lâmpada...e dá pra... acender... [v:sai] tudo [a:normal] ...
    E: ah... aí tá bom... tá ótimo... Márcio...

  • E: agora... pra terminar... eh... eu quero que você me dê a sua opinião... né? o que que você acha sobre... sobre... a família... sobre a amizade... eu quero que você me dê uma opinião sobre... algum desses relacionamentos...
    I: olha... a amizade pra mim é boa quando... favorece aos dois... né? não adianta só... uma pessoa fazer por você e... e a outra não... né? eu acho que tem que haver uma compreensão... a família a mesma coisa... né? fora de negócio de fofoca... esses negócios todo que a maioria das famílias têm... né? eu acho que... esse negócio não leva a nada...eu acho que a família tem que ser [a:bastante] unida...lance de freqüentar... almoço dia de domingo tudo pra... pra cada vez unir mais a família... né? em termos assim de relacionamento com... com alguma garota... deve ter muita cautela... você nunca pode se entregar demais... porque... acaba se estrepando... né? ou a mulher gosta sempre que... que a/ que tenha alguma::/ algum ar assim... de... de... de traição... alguma coisa assim... a maioria gosta... né? ((riso de E))não pode se sentir... [a:muito] ... muito dona... do... do cara... elas gostam isso... dá pra... dá pra notar... e...é [a:só] você não se entregar demaisque...que [v:sai] tudo [a:certo] ... até como numa amizade ou um namoro...
    I: tá ótimo... Márcio... [a:muito] obrigada...
Parte oral
1993
  • Descrever uma estória acontecida comigo.-Uma coisa que aconteceu comigo que me marcou muito foi quando estive em Poços de Caldas, e o grupo da excursão todo ficou no hotel, aí no último dia, antes de irmmos embora eu fui lá no nosso quarto, onde estava meu irmão e meus colegas, e bati na porta e sai correndo pra me esconder deles, [a:só] que não vi a porta de vidro da varandae [NULL SUBJECT] [v:passei] [a:direto] quebrando o vidro todo, aí todo mundo ficou desesperado, correram chamaram a moça que organizou a excursão ela fez curativo, tive que tomar uns pontos no braço, mas terminou tudo bem.
  • Descrever uma história que alguém tenha contado para mim.-Meu pai num dia pegou um passageiro no aterro e o moço contou a ele que tinha sido assaltado no ônibus e que os assaltantes levaram o salário dele todo, pois ele tinha acabado de receber e obrigaram a ele a saltar do ônibus, ele então pediu meu pai que ultrapassa-se o ônibus, quando o meu pai conseguiu ultrapassar o ônibus ele queria que meu pai solta-se do carro e o ajuda- se a pegar os ladrões, meu pai disse que não ia e ele começou a receber santo dentro do carro, com isso meu pai deu-lhe um tapa e ele caiu para fora do carro, então meu pai pegou e foi embora com o carro.
  • Descrever e falar sobre um lugar que eu goste de ficar ou passear.- É o quarto da minha mãe tem tudo que eu gosto e eu fico na maioria das vezes do jeito que eu adoro que é ficar sozinho, ainda mais quando eu preciso estudar não tem lugar melhor.
  • Falar sobre o que sei fazer, descrevendo a maneira com que faço tal coisa.Eu gosto de fazer instalação, uma das que eu mais gosto é a de três pontos de luz com interruptor de duas seções, é a que engloba muita coisa que aprendo e quando eu termino e ligo o interruptor e a lâmpada acende é que eu vejo que o que eu aprendi foi legal e que valeu a pena e eu gosto muito.
  • Dar a minha opinião a respeito da amizade, namoro, Família, ou qualquer outro tipo de relacionamento.A família para mim tem que ser [a:bastante] unida,a amizade [a:só] é legal quando ninguém está sendo prejudicadoe no namoro a pessoa nunca pode se entregar demais é como se fosse um jogo, nunca mostra o que tem por baixo da manga, se não acaba perdendo.
Parte escrita
1993

  • E: Fátima... conta pra mim uma história que tenha acorrido com você... que tenha sido interessante... triste ou alegre...
    I: [a:bom] ... foi interessante o que aconteceu comigo num tempo atrás... mas também foi triste...numa parte foi triste... interessante porque... eu:: eu tenho dois filhos... a minha mais velha está com seis anos... e eu não pretendia ter mais filhos... entendeu?era [a:só] ela e ia ficar [a:só] nela... mas como os anticoncepcionais que eu tomava estavam me fazendo mal... eu:: tive que interromper... a doutora pediu que eu interrompesse o anticoncepcional... aí nessa que eu interrompi... eu engravidei... da minha segunda filha... conclusão... eu engravidei:: aí continuei estudando... eu estava estudando... continuei estudando... e tal... [a:mesmo] grávida... eu fui até o final da gravidez... eh:: estudando... aí quando a minha filha mais nova nasceu... eu procurei uma pessoa pra tomar conta dela... e não encontrei... [a:primeiro] porque ela/ eu amamentava... não tinha como deixar... com ninguém porque ela mamava e tudo... no peito... como é que eu ia fazer? deixar ela com a pessoa... aí dava a hora dela mamar... eu não estava perto... como ia ser? e também não encontrei ninguém que pudesse... me ajudar... né? nesse ponto... aí o que que eu fiz? tive que interromper... os meus estudos... isso ano passado... eu ia terminar os estudos ano passado... eu tive que interromper... fiquei super triste... porque:: era turma/ uma turma que/ super querida... todo mundo se dava bem:: e tudo... eram super amigos... e:: já vinha desde o primeiro ano todo mundo juntinho e tal...íamos [v:terminar] todos [a:juntos] ... eu tive que interromper... com isso arrasou... eu fiquei super arrasada... mas consegui levantar porque o pessoal que terminou ano passado me deu maior força pra eu voltar esse ano e terminar... porque era o último ano:: eles me deram uma força incrível... e:: eu estou aqui... já terminando... graças a Deus... com as forças dos meus amigos... e com a minha boa vontade também...

  • E: tá... agora... Fátima... conta pra mim uma história que tenha acorrido com alguém que você conheça... que tenha sido interessante... triste ou alegre...
    I: ah:: uma coisa triste que aconteceu... foi::... não/ foi com meu marido... e com meu compadre... eles estavam saindo da minha casa... meu marido estava saindo da minha casa... da nossa casa... pra levar meu compadre... em casa... aí no caminho eles viram um assalto... os dois são policias... aí no caminho eles viram um assalto... viram dois rapazes assaltando uma senhora... roubando o carro de uma senhora... aí:: eles interferiram no assalto... houve troca de tiros... isso... a minha comadre... mais tarde também me contou... houve trocas de tiros... eles perseguiram os assaltantes... os assaltantes saíram do carro... trocaram tiros com eles... meu compadre foi atingido... nessa troca de tiros meu compadre foi atingido... então eu achei uma coisa super triste porque::... o meu compadre é como se fosse meu irmão...ele é [a:muito] ligado na nossa famí::lia... e tudo::... depois eles contando... eu fiquei... super triste... preocupada também... né? porque... o que poderia ter acontecido... né? ele poderia ter morri::do... o meu mari::do também... eu acho que ele ((tosse)) não deveriam nem ter interfirido... [a:primeiro] porque eles não estavam... de serviço... estavam... em:: hora de lazer... então não deveriam ter interfirido mas... sabe como é que é...policial... ( ) [a:mesmo] não estando em serviço... se ver alguma coisa errada... vai... interfere... interrompe... eu achei super errado mas... (tudo bem)... graças a Deus não aconteceu nada...

  • E: Fátima... descreve pra mim o lugar onde você mais gosta de ficar...
    I: o lugar que eu mais gosto de ficar? é no meu quarto... que é a parte... da minha casa... mais tranqüila... mais sossega::da... e:: onde tenho minhas coisas íntimas... a minha ca::ma... que eu ado::ro... o poster da minha filha... que eu fico admirando quando eu estou deitada na minha cama... eu fico admirando o poster dela... que fica ao lado direito da minha ca::ma... meu reló::gio... que fica ao lado esquerdo... em cima da mesinha de cabecei::ra... a minha cômoda que eu guardo meus perfu:: mes... que fica do lado esquerdo também... guardo os meus perfumes... guardo as minhas escovas de cabe::lo... o meu guarda-roupa que fica em frente a minha ca::ma... os tape::tes que ficam um de um lado outro do outro... a minha corti::na... de ren::da... eu acho bonita... linda... eh::... o cesto de roupa também... que eu guardo as roupas... não passadas... tem vez que eu lavo... depois eu deixo pra passar... eu guardo dentro desse cesto... e:: o cesto fica do lado do meu guarda- roupa... [a:só] isso...

  • E: tá bom... obrigado... ago::ra eh... você sabe fazer alguma coisa? o quê? você vai contar pra mim como é que que se faz isso... né? o que você sabe fazer...
    I: ah:: eu sei fazer uma torta gelada... é uma delícia... aprendi com a minha sogra... ela que me ensinou essa torta... ( ) e quando eu faço [a:geralmente] eu faço nos finais de semana... está todo mundo em casa... e tudo... né?aí eu faço [a:geralmente] nos finais de semanaque todo mundo em casa... e eles gostam... a minha família gosta... aí eu faço... como eu faço... eu pego:: leite condensado... bato no liqüidificador com duas gemas... depois levo ao fogo... um bocadinho de:: Cremogema... aí mexo... vou mexendo até virar um mingau... depois que forma aquele mingau... deixo esfriar um pouquinho... e na massa pra forrar a forma... eu faço uma massa de empada... aquela/ é feito uma massa de/ é feito uma massa de empada... aí forro a forma com massa de empada... jogo aquele creme por cima... depois jogo coco ralado ou então boto umas maçãs... boto em volta... boto na geladeira... e espera gelar...é [a:muito] gostosa...

  • E: agora:: o que você acha da escola... dos professores... da política atual e da crise educacional?
    I: na escola/ na minha escola... tá:: caidinha... né? tá precisando de uma reforma... mas o estado... não colabora em nada... os professores se queixam e tudo...tem professores [a:muito] bons aqui...mas que estão saindo do colégio por falta de material... por falta de apoio do próprio estado que não ajuda... não colabora... entendeu? e quem sofre com isso tudo somos nós... os alunos... crise educacional... o país está:: ruim... e vai daqui pra pior... eu acho que não vai melhorar enquanto tiver essa política de... corrupção... safadeza... que eu acho isso uma safadeza... entendeu?porque os políticos [a:só] pensam neles...e mais ninguém...e os que precisam [a:realmente] que se lixem...se tiver estudo pra eles... [a:ótimo] ... se não tiver melhor ainda...então eu acho que essa crise educacional vai daqui pra pior...não vai ter apoio [a:mesmo] dos políticos... de ninguém... se a gente não lutar... nós.... alunos... né? nós... pais... se nós não lutarmos pra melhorar... ( )
    E: ahn... ahn... tá bom... obrigado...
Parte oral
1993
  • Tenho duas filhas a mais velha está com seis anos.Não pretendia ter mais filhos, quando voltei a estudar, mas como os anticoncepcionais estavam me fazendo mal tive que interromper, nessa interrupcão é que eu engravidei da minha segunda filha,mas [a:mesmo] assim continuei a estudar, terminando assim o meu segundo ano.Quando a minha caçula nasceu fiquei em casa um mês voltando a escola em maio de 92,mas [a:infelizmente] não pude continuar, pois estava amamentando e não tinha encontrado ninguém para tomar conta das minhas filhas.Fiquei super triste, pois adorava a minha turma de sala,eram pessoas que tinham começado [a:junto] comigo desde o primeiro ano, fora isto estava anciosa para terminar os estudos, pois este ano estaria trabalhando, era o que eu tinha em mente.Por isso que eu acho que foi triste.Mas com tudo isso os amigos me deram maior força para eu voltar este ano e terminar o segundo grau.E [v:estou] aqui [a:novamente] já prestes a terminar Graças a Deus.
  • Vou contar o que houve com meu marido e compadre que são policiais.Num domingo a noite meu marido foi levar meu compadre de carro em casa, durante o caminho viram dois rapazes assaltando uma senhora e levando o carro dela.Eles então foram e interfiriram no assalto houve perseguição e troca de tiros entre meu marido, meu compadre, e os bandidos.Meu marido contou que quando chegou emuma praça [a:bastante] movimentadaos bandidos largaram o carro e fugiram a pé, pois o combustível do carro deles tinha acabado, foi então que continuou a perseguição a pé e na troca de tiros meu compadre foi atingido.Nessa hora houve um corre corre tremendo de pessoas que estavam com seus filhos nos brinquedos da praça.Nessa altura alguém chamou a patrulha que [v:chegou] [a:rapidamente] e conseguiu pegar os dois bandidos.Meu marido me contando eu acho uma coisa triste pois já se ele e meu compadre morrem no tiroteio?
  • O lugar que mais gosto de ficar é o meu quarto, porque é sossegado, tem a minha cama que gosto de deitar, tem o poster das minhas filhas que ficam a direita da minha cama, o meu relógio despertador que fica a esquerda da minha cama em cima da mesinha de cabeceira.Oduplex que fica em frente a minha cama, os tapetes que ficam de um e de outro da cama, a minha cortina branca de renda.Por isso é o lugar que mais gosto de ficar.
  • O que eu sei fazer é uma torta gelada é a minha especialidade.Quem me ensinou foi a minha sogra.A massa é de empadão, depois da massa pronta, faz-se um mingau de leite moça e cremogema, derrama este mingua na massa cozida,enfeite a torta com a fruta que quizer, [a:geralmenta] , faço de côco ou maçãs.
  • Adoro minha escola mais [a:infelizmente] anda super caída,precisando de uma reforma geral [a:inclusive] na reposição de material escolar, pois também o governo não se preocupa em ajeitar a escola, não investindo nenhum pouco no ensino de forma geral.Mas eu gosto muito dela.Porque também tem meus amigos na sala que me ajudaram muito.Eu acho que o ensino não vai melhorar assim de uma hora para outra, mas vai daqui pra pior.E se nós alunos não fizermos alguma coisa contra isso vai ficar tudo acabado [a:mesmo] .
Parte escrita
1993

  • E: Roney... conta pra mim uma história que tenha acontecido com você... que tenha sido interessante...
    I: é... aconteceu foi... onde é que eu trabalhava... eu trabalhava no centro da cidade... né? então eu pegava trem... e eu peguei esse trem::... era o Deodoro... e na altura assim eu acho que foi de Riachuelo... por ali ele tem que parar num... num desvio... né? na qual vem um outro trem e corta na frente dele nesse desvio... então nesse dia eu não sei nem o que foi que aconteceu que... ele parou no desvio mas parou com/ deixou um bico pra frente... né? e... e... eu nisso estava no primeiro vagão... né? isso eu estava no primeiro vagão... e o vagão cheio... de gente... e aí eu/ ficou esse bico... quando o outro trem cortou na frente dele... bateu no... no bico do trem que eu estava no primeiro vagão... e começou a balançar o vagão para um lado e para o outro... e eu estava segurando/ eu estava ali em pé segurando naquela chupeta... aí eu... sem entender... eu estou vendo aquele tumulto vindo na minha direção... e quando eu dei por conta... pô... [a:só] estava eu e uns... dois no/ naquele vagão...a gente ficou preocupado...ficava olhando para um lado e para o outro [a:todo] assustadospra ver/ não sabia o que fazer... se corria para um lado e para o outro... que o vagão era pequeno... aí o trem saiu... saiu... saiu... quando chegou na outra estação... todo mundo soltou e... nós olhamos assim na frente do trem... tinha um buraco... né? o bico dele tinha ficado na frente... mas graças a Deus não aconteceu nada... né? mas foi uma história assim interessante comigo que... eu me lembro até hoje...
    E: ahn... ahn...
    I: essa foi a história...

  • E: agora... conta pra mim uma história que tenha aco... acontecido com alguém que você conheça... que seja interessante...
    I: eh... foi com um colega meu... que aconteceu... ele teve me contando... que... era um cara que ele gostava pouco de cortar cabelo... né? ele ia poucas vezes no barbeiro... né? então teve um dia que ele foi no barbeiro... ele estava sentado... aí pagou o cara logo antes de cortar... aí o cara começou a cortar... [a:inclusive] até um senhor de idade... né? estava cortando... cortando o cabelo dele... e ele está lá... sentado... né? daqui a pouco... o barbeiro foi e se levantou... e entrou numa salinha... né? e ele pensou que o barbeiro já tinha acabado de cortar o cabelo dele... né? na verdade o barbeiro tinha ido lá dentro ido amolar ((riso de E)) a tesoura... né? aí ele foi embora... ele disse que foi embora... chegou em casa... na rua todo mundo rindo dele... quando ele foi ver...o cabelo dele [a:só] estava cortado pela metade... ele me contava essa história/ foi engraçada porque eu ria muito... né? que aconteceu com um colega meu... essa foi a história...
    E: ahn... ahn...

  • E: agora... descreve pra mim o lugar onde você mais gosta de ficar...
    I: eh... o lugar onde eu mais gosto de ficar é no meu quarto... né? na verdade não é meu quarto... é meu e do meu irmão... né? tem uma beliche assim... logo na entrada na porta... do lado... perto da janela tem uma beliche... né? eu durmo em cima... ele dorme embaixo... e nós temos um armário... sabe? assim... mais pra trás da beliche encostada na parede... onde nós guardamos nossa roupa... fica até um pouco bagunçado... que é armário de homem a gente pega joga ali dentro... e o quarto não tem muito espaço não... porque também em frente a essa beliche... do lado desse armário... tem uma outra estantezinha... né? onde a gente bota livro... a gente toca ali... eh... deixa o nosso instrumento... violão... um radiozinho onde a gente... às vezes costuma ficar escutando... temos apenas um circulador... e às vezes até diminui... porque quando está calor... chega a diminuir o quarto mais ainda... por ser ele pequeno... ainda fica mais espaço do circulador... que a gente bota uma cadeirazinha... bota ele em cima de uma cadeira pra dividir por dois... né? quando um dorme em cima e o outro dorme embaixo... tem um... um quadrozinho assim em frente... né? que às vezes eu crio... eu gosto de criar assim algum quadro com papel... e ele gosta de espalhar... às vezes assim em cima da minha beliche... [a:inclusive] ele até botou um quadro do Van Damme... até tirei ele da beliche e botei ele mais pra frente... e tem pouco espaço...esse quarto não é [a:muito] grande não... mas dá pra dividir pra duas pessoas...
    E: ahn... ahn...

  • E: agora:: eu sei que você sabe fazer alguma coisa... né? conta pra mim como você faz isso...
    I: o que eu sei fazer é programar... sou programador...gosto de mexer [a:principalmente] em linguagem D-Base... você vai... você liga o computador... você pega um disquete... se o computador não tiver um winchester nele... se a linguagem não tiver permanente nele... você tem que carregar pelo um disquete... então está gravado no disquete... você pega o disquete... você coloca no drive... você carrega esse disquete... né? através de um comando... no caso se for o D-Base... você coloca D- Base... aperta enter... a linguagem entra... se você quiser gravar... num disquete os dados... dessa linguagem... você pode no caso formatar esse disquete... ou então se o disquete já for formatado não é necessário essa formatação... e na montagem do programa é simples... tá... quem já mexe há muito tempo... você entra... você pega os comandos... na linguagem existem vários tipos de comandos... pra vários tipos de funções... é como se fosse o alfabeto... você pega uma letra com uma outra letra... você ajunta... vai dar um significado... no computador é a mesma coisa... como por exemplo... eu pego o comando Arroba mais o comando... Say... abro aspa... escrevo algumas coisas dentro da aspa e aperto o enter... se eu carregar esse programa... no caso ele vai imprimir tudo o que tiver dentro das aspas... no caso desse comando Say tem essa função de imprimir tudo que tem dentro das aspas... então são vários tipos de... funções e vários tipos de comando... eu posso montar um comando de contabilidade... um programa de contabilidade... eu posso montar um programa de cálculos juro de arquivo... vai da preferência da pessoa... e é isso que eu gosto de fazer... programação... isso que eu [gosto] de mexer...
    I: [ahn... ahn...]

  • E: agora:: o que você acha da crise educacional?
    I: eh... a crise educacional no Brasil... [a:realmente] está... [a:muito] atrasada... né? [a:principalmente] num país subdesenvolvido... [a:realmente] não há apoio... né?você estuda num colégio... não há uma preparação... como vou falar?uma pessoa até [a:mesmo] em nível de faculdade... de você sair num colégio/ se você tiver estudando num colégio do estado... num colégio do governo... se não for um colégio particular... muitas vezes você está despreparado... às vezes até pela/ pelos níveis de... de professores que tem... às vezes alguns professores trabalham até desinteressado... devido a salários super baixo... e que isso influi muito na... na crise educacional do... do país... né? não há:: um interesse do governo em investir na educação dos países... em pegar/ e montar mais colégio... pegar crianças pobres edar [a:realmente] ... aquela assistência educacional pra pessoa... e o... o pobre em si... eh... no... no... no Brasil... ele tem que lutar... e ele... ele tem que passar por várias barreiras... pra chegar a uma/ um nível bom... né? educacional... né?e essa crise... [a:realmente] ... eu tenho por mim que vem pelos governo... que vem passando... pelos líderes que estão lá no Congresso... sa... sabe? através dessas pessoas que têm autoridade... delas que teriam que vir a::/ o problema... né? a resolução do problema... né? através deles que deveriam vir isso aí... não... das pessoas... né? em... em busca de colégio... de melhoria e... e achava que deveria ter... uma... uma melhoria no salário dos professores... como eu falei antes... eu acho que isso tudo influi... né? na crise desse país...
    E: valeu obrigado...
Parte oral
1993
  • Eu estava indo para o trabalho, na qual ia de trem para o centro da cidade quando na altura da estação do Riachuelo o trem parou em um desvio quando outro trem cortou e bateu de raspão e o vagão na qual eu estava houve uma correria e quando dei por mim, [a:só] estava eu e mais umas duas pessoase fiquei sem entender o ocorrido.Na próxima estação soltamos e vimos um buraco enorme do lado do trem.
  • Aconteceu com um colega meu, na qual ele era uma pessoa que cortava muita poucas vezes o cabelo e estava ele cortando o cabelo no barbeiro e estava a alguns minutos na cadeira quando o barbeiro entrou numa salinha para afiar a tesoura e ele se levantou e foi embora com o cabelo cortado pela metade pensando que o barbeiro já o tinha terminado de corta.
  • Eu gosto muito de ficar no meu quarto,que não é [a:só] meu, mas divido com meu irmãona qual também dividimos uma beliche em que eu durmo em cima e ele em baixo, no quarto também tem um armário a onde guardamos nossas roupas e em frente a beliche têm uma pequena estante que colocamos muitas revistas e nossos instrumentos de músicas e na parede do lado da beliche possui vários quadros que costumo criar no computador.
  • O que eu sei e gosto de fazer é programas de computador, na qual conheço várias linguagens, para entrar no programa basta colocar o disquete que contém o programa no computador e carrega-lo com o nome do mesmo.No caso do D-BASE basta colocar o seu nome e pressionar ENTER.Um programa de computador é semelhante ao alfabeto na qual pegamos várias letras e formamos uma palavra, assim também e um programa na qual usamos vários comandos como por exemplo: @ 10, 10 SAY “TESTE”, que imprimi na tela tudo que está entre as aspas.Assim vou montando vários programas, de contablidade e outros.
  • Eu acho que o ensino brasileiro está [a:muito] atrasado, [a:principalmente] por vivermos em um país subdesenvolvidosem nenhum apoio da autoridades brasileira em relação de bons salários para os professores e construção de boas escolas que faz com que acontecer todas essas crizes no ensino.Essa crise influi muito na classe das pessoas pobres na qual enfrentam muitas barreiras para chegarem a um nível bom, [a:principalmente] as escolas estaduaisque nem se quer faz um preparo bom a nível de faculdade para seus alunos.Eu apenas culpo as autoridades e governos que não apoiam a esse trabalhadores.
Parte escrita
1993

  • E: eh:: Suzana... conta pra mim uma história que tenha acontecido com você... que seja interessante...
    I: bem... vai/ eh:: a gente ano passado fez uma comissão pra grêmio lá na escola... sabe? e:: essa comissão pro grêmio acarretou sérios problemas a nível/ [a:junto] com os professores... e:: até [a:mesmo] com o diretor da escola... né?e:: eu tive um problema ano passado com uma professora... de OSPB que era coordenadora... e esse ano ela foi a minha professora... né? então desde o início do ano que começou... um pouco de implicância já... devido ao que ocorreu ano passado... né? então teve uma vez que eu estava na sala... estava a turma toda na maior bagunça e... ela achou que eu estava ocasionando aquela bagunça toda... então:: eu tive que/ ela me tirou do meu lugar e me colocou pra sentar na frente... do lado da mesa dela... [a:só] que... passou uns cinco minutos...e a menina que sentava naquele lugar chegou... então eu tive que sair do lugar e fiquei em pé...porque a sala estava [a:toda] / estava cheia... né?e não tinha lugar pra eu sentar... então fiquei assistindo à aula em pé... aí passou um tempo... a professora está explicando... aí eu virei... pra trás e pedi uma caneta pra uma menina que a minha caneta tinha falhado... aí ela veio de grosseria... gritando que eu estava atrapalhando a aula dela desde o iní::cio... que desde o início do ano que eu queria prejudicar... aí ela pegou e falou que da próxima vez ela ia me tirar de sala de aula... e nisso começou me agredir:: e tal... aí...eu [a:simplesmente] peguei minha mochila e fui embora da sala...

  • E: tá bom... agora conta pra mim uma história que tenha acontecido com alguém... que você conheça... que seja interessante...
    I: bem... eh... pe/ é uma garota também que... era da comissão pró grêmio... né? que agora é do grêmio... e por esse mesmo motivo que eu já falei que a gente... tinha... assimmuita dificuldade com a direção e até [a:mesmo] com os professores... né? então o... o... Heitor Lima eleé uma escola assim... ele é... é [a:muito] rígida... né?você tem que entrar... [a:totalmente] uniformizado... se faltar alguma peça do seu uniforme... você não pode entrar... né? e essa garota foi sem o emblema da escola no bolso e sem a estrelinha... que é um brochinho que a gente usa pra indicar de qual ano que... que... é... né? então ela foi sem isso e o diretor barrou... não deixou ela subir... pra ir assistir à aula... e ela ia fazer prova... então o diretor foi até a coordenação... pra pegar um papel e dar advertência... quando ele foi na... coordena... na... coordenação pegar esse papel... a garota subiu:: e entrou dentro de sala de aula... ele ficou procurando ela pela escola sem saber o que tinha acontecido... aí depois o pessoal falou que ela tinha subido... né? aí ele foi atrás da menina... entrou na sala de aula... puxou a garota pelo braço na maior violência... e aí ela terminou arranhan::do ele... deu a maior confusão na esco::la... chegaram até... a levantar hipótese de... suspender... né? mas aí terminou que já era na última semana de aula e... deixou tudo assimpor isso [a:mesmo] ... ela [a:só] tomou uma advertência... a mãe dela assinou e... acabou...

  • E: agora:: descreve pra mim... o lugar onde você mais gosta de ficar...
    I: eh... eu gosto de ficar no meu quarto... né? lá tem... a cama que fica encostada na parede... do lado da cama tem uma mesinha desse tipo de mesinha de cabeceira... né? mais pro outro canto... tem um armário... e... no fi/ o armário tem uma penteadeira que tem um banquinho também... né? e mais pro fundo tem uma prateleira/ uma não... são três prateleiras... que eu coloco os bichinhos de pelúcia... e também tem um almofadão que fica no meio do quar::to... e... tem um tapete também... que é de croché... e:: tem também uma prateleira que fica já... na parede... onde eu coloco alguns livros... né::? e... só...

  • E: tá bom... eh:: eu sei que você sabe fazer alguma coisa... conta pra mim como que se faz isso...
    I: eh:: sei fazer um molho branco... né? você põe dentro do liqüidificador... duas/ dois copos com leite... e:: um copo com farinha de trigo... e a mesma proporção do leite põe a metade de farinha de trigo... né? pica os queijos... [a:geralmente] você tem quatro... quatro tipos de queijo... né? queijo parmesão... aquele tipo muzzarela... o queijo minas e... o queijo ralado assim... quatro tipos de queijos variados... você mistura tudo... bate no liqüidificador... depois se você quiser acrescentar algum tempero você pode... acrescentar... depois que você bateu tudo... você põe numa panela e vai mexendo no fogo até ficar comaquela consistência assim... não [a:muito] dura... mas também molinho assim... aí já está pronto o molho...

  • E: só? agora... o que você acha da crise educacional?
    I: eh:: eu acho que a crise educacional... é... é uma é uma jogada mais política... entendeu? porque não vem a ser interesse pra nenhum político e nem pra... pra classe dominante... que... haja um povo com consciência crítica... né? a partir do momento que o povo ti... tiver uma consciência crítica... ele vai passar a julgar os atos... dos políticos e tudo e não vai ser mais aquele povo... dominado... então por isso eles deixam as escolas do jeito que estão... né? eles deixam as escolas caindo aos pedaços... como... tem escolas por aqui que um/ eh:: a escola República de Angola já caiu o::/ um pedaço da parede na cabeça de um meni::no... né? deixam as escolas nes... nessa situação... e ainda renumeram mal os professores... mas também é claro quetem [s:aqueles professores] que... eh:: que dão a desculpa que não [v:dão] a aula [a:direito] porque são mal renumerados... né? isso é história... porque eu... por exemplo... agora eu sou professora... né? estou terminando o terceiro ano do normal... e... eu sei que o meu salário vai ser ruim... mas não é por isso que eu vou... dar uma desculpa e não vou... dar uma aula decente... né? e... tudo isso gera essa crise educacional (é [a:justamente] uma coisa proposital... né?)
    E: tá bom... obrigado...
Parte oral
1993
  • Ano passado eu e alguns colegas montamos um grêmio na escola e por isso,vários professores e até [a:mesmo] o diretor criaram uma certa implicância com os diretores do grêmio.Um dos professores lecionou na minha turma esse ano.Houve uma aula em que a turma toda estava conversando e a professora mandou eu sentar ao lado da sua mesa.Um tempo depois a garota que sentava ali chegou, e eu tive que levantar, a sala estava cheia e não havia mais lugar, então fiquei de pé assistindo a aula, minha caneta falhou e fui pedir uma emprestada, a professora alegou que eu estava atrapalhando a aula e que da próxima vez iria me expulsar da sala, peguei meu material e saí.
  • O Heitor Lira é uma escola rígida,os alunos [a:só] entram se estiverem com o uniforme completo.Uma das diretoras do Grêmio, estava sem o bolso com o emblema na blusa, e sem a estrelinha, que é uma espécie de broche que os alunos usam para indicar em qual séris estudam.Então, ela foi impedida de entrar na escola pelo diretor, que ia lhe dar uma advertência;quando ele foi para a coordenação, a aluna subiu as escadas e foi para sala de aula, depois o diretor foi até ela e a agarrou com força, ela o arranhou.Houve uma ameaça de expulsão,mas ela [a:só] levou uma advertência.
  • Eu gosto de ficar no meu quarto, lá tem uma cama que é encostada na parede, ao lado uma mesinha de cabeceira, do outro lado tem um armário onde há uma pentiadeira e também um banquinho, no fundo existem 3 prateleiras com bichinhos de pelúcia, e também uma em cima da cama com alguns livros, há ainda um almofadão e um tapete.
  • Eu sei fazer molho branco, bate no liquidificador 2 copos de leite, 1 copo de farinha, e 4 tipos de queijo, picado.Depois coloca a mistura numa panela e leva ao fogo até a mistura ir engrossando, quando ficar um pouco grossa está pronta.
  • A crise educacional é uma jogada política, não é interesse para a classe dominante ter uma população com consciência, por isso o governo deixa a educação do nosso país se afundar, deixa as escolas caírem, mal conservadas, sem material didático e ainda renumera de forma injusta os profissionais da educação.Mas também existe o mal profissional, que joga culpa do fracasso no salário.Enfim, a crise educacional é proposital.
Parte escrita
1993

  • E: eu estou aqui com a Valéria... do Colégio Estadual Prefeito Ângelo Mendes de Moraes... Cristina... eh... fala pra mim... eh::... alguma história que aconteceu contigo...que você tenha achado [a:muito] triste... ou [a:muito] engraçado... ou interessante...
    I: eh... eu tenho uma história... que foi... engraçada e ao mesmo tempo foi triste... foi no meu aniversário eu acho que de sete anos... que eu levei uma surra no meio da festa... e o pessoal tudo ficou rindo... mas pra mim foi triste... pra eles foi... engraçado...
    E: e por que que você levou essa surra?
    I: ah... foi porque/ [s:eu] nem me [v:lembro] [a:direito] ...acho que eu fiz alguma coisa errada lá na hora e... minha mãe ficou com raiva...
    E: tá bom...

  • E: agora conta pra mim... algo que alguém tenha falado pra você... alguma história que alguém tenha contado pra você... que você tenha achado engraçada ou triste...
    I: ah... foi minha colega me contou de um assalto num trem... né? que tentaram levar o relógio dela... aí... ela não deixou... aí o cara que estava do lado dela... deu um soco... né? no assaltante... ele tentou sair do trem... e ficou preso na... na:: porta...
    E: tá bom...

  • E: eh:: agora... Valéria... diz pra mim o... local onde você... gosta de ficar... descreve esse local pra mim...
    I: gosto de ficar no meu quarto... ele... ele é assim... tem cortina rosa... tem a minha cama... que é branca... meu guarda-roupa também que é branco... tem meus ursos... e o som e a televisão...
    E: ele é grande... ele é pequeno?
    I: eh...não é [a:muito] grande não... é pequeninho...
    E: tá bom...

  • E: agora fala pra mim... eh::...alguma coisa que você saiba fazer [a:muito] bem...
    I: sei fazer batata frita... né? a gente... descasca a batata... corta... depois lava... aí põe o óleo na frigideira... deixa ficar lá... um tempo... e depois põe a batata frita lá dentro... e espera... até ela ficar boa...
    E: coloca sal não?
    I:não... [a:só] depois de pronta...
    E: ah... tá bom...

  • E: e pra terminar... eh... eu quero que você me dê a sua opinião... ou sobre namoro... amizade... família...
    I:a amizade... é uma coisa [a:muito] difícil hoje em dia...né? [a:muito] difícil ter um amigo [a:mesmo] porque... sei lá... as pessoas hoje em dia não... não pensam nos amigos... pensam mais em si mesmo... então é difícil ter uma amizade... sincera... fiel... assim hoje...
    E: você tem uma amiga?
    I:não... tenho [a:só] colegas...
    E: tá bom...Valéria... obrigada pela sua entrevista...
Parte oral
1993
  • história triste e engraçada que aconteceu comigo.Foi no dia do meu aniversário eu levei uma surra no meio da festa.Foi [a:muito] engraçado para as pessoas que viram, mas foi triste para mim.
  • história que me contaram (assalto) Minha colega estava no trem.Veio um homem e tentou levar o seu relógio e ela não queria deixar.Tinha um homem do lado da minha colega que deu um soco no assaltante e ele saiu correndo e ficou preso na porta do trem.
  • Lugar que eu gosto de ficar: Eu gosto de ficar no meu quarto.O meu quarto é assim: É pequeno com cortina rosa, cama e guarda-roupa brancos.Tem uma televisão, um som, meus ursos de pelúcia e também as minhas coisas (roupas, sapatos...)
  • Uma coisa que eu sei fazer: Batata-frita Descasca e corta a batata depois lava.Coloca a frigideira no fogo com o óleo espera um pouco e põe a batata.Quando a batata estiver boa, tira e põe sal.
  • Amizade É uma coisa difícil hoje, pois as pessoas nunca têm amigos sinceros.As pessoas pensam muito em si mesmas.Eu não tenho amigas, [a:só] colegas.
Parte escrita
1993

  • E: Wagner... conta pra mim uma história que tenha acontecido com você... que seja interessante...
    I: [a:bom] ... foi num:: sábado à noite...estava saindo da casa da minha namorada... aí entrei num/ numa rua... que é o caminho pra cá... encontrei uma garota... que estava... correndo com do... dois tênis na mão e dizia/ nas mãos... aí...fomos [v:subindo] a rua [a:juntos] que estava de noite... [a:muito] tarde...aí chegou na/no final da rua [a:praticamente] ela virou pra mime perguntou que horas eram... aí eu informei as horas a ela... acabei perguntando a ela se não tinha nada pra fazer... perguntei “pô... onde é que tem um lugar legal... pra se divertir aqui?” ela virou pra mim disse que:: não sabia... por ali não sabia onde tinha não... mas que ela estava indo pra Cidade Alta encontrar os colegas dela... e que nã/ [NULL SUBJECT] estava com medo de [v:ir] [a:sozinha] ...aí me ofereci pra ir com ela... que não tinha nada pra fazer... naquela hora e tal... aí fomos... né? no caminho... a gente começamos a conversar uma porção de lance... [a:mesmo] sem conhecer... a gente... foi contando um pro outro as coisas que tinha acontecido... entre a gente... ela estava brigada com o namorado dela... estava brigada com o namorado dela/ a gente... foi conversando... conversando... ( ) ela queria terminar com o namora::do... a gente passou... num bar... que... o meu professor de violão está to/ tocando lá e:: conversando com ele acabamos chegando a Cidade Alta... não tinha ninguém na rua... eh:: o maior perigo de ser assaltado... entendeu? de roubar... a gente... começamos a subir a Cidade Alta... né?e lá é... [a:totalmente] escuro... tá entendendo? e::...tem uma subida [a:muito] estranha láque parece... cheio de favela... tá entendendo? as casas tudo mal acabada... não tem nada... nada... concreto legal... tá entendendo? muito... favela legal... tá entendendo? e eu não sabia onde eu estava... a garota também não tinha certeza.. maior perigo... aí começamos a subir... subimos... coisa de meia hora... subindo a Cidade Alta... chegamos lá em cima... tinha um baile de funk lá da... Cash Box... e:: uma outra equipe lá estava maior barulheira... pessoal pulando e:: eu acho que era o único... branco daquela história toda ((riso))e:: rolou isso [a:mesmo] ... eu estava cheio de fome...[a garota] ficou lá [a:só] por causa do namorado... e foi isso [a:mesmo] ...
    E: [valeu...] tá bom...

  • E: agora... conta pra mim... uma história que tenha acontecido com alguém... que você conheça... que seja... que seja... interessante...
    I: olha... foi coisa de... uns dois ou três anos atrás... que morreu aqui na Lobo Junior... uma... colega de uma amiga minha/ da minha irmã... colega da minha irmã... a menina morreu atropelada... entendeu? ela estava vindo parece que de Madureira e:: quando ela soltou do ônibus ela... nã/ foi atravessar na frente do ônibus e não viu o... caminhão que estava vindo do lado... e::... ela atravessou...o caminhão pegou ela... [a:só] que o motorista estava distraído na hora... e ela não/ bateu e ficou na frente do caminhão... tá entendendo? ela... foi por baixo do caminhão e ficou presa... agarrou... tá entendendo? os cabelos delas e::/ dela... e... começou a/ o caminhão foi andando uns duzentos metros... e ela está ali embaixo naquele desespero todo e sem poder... tá entendendo? fazer nada... porque... o motorista não estava vendo... [a:só] quando o pessoal começou a gritar [a:mesmo] ... que:: ele só/ foi escutar e parouo caminhão... quando ele parou o caminhão... estava a rua toda cheia de sangue... e ela estava toda... sabe? já estava... sem a/ o rosto... sem a face todinha... está entendendo? e:: aqui... os... peito/ os peitos dela... arrancou tudo... tá entendendo?aparecia/ e ( ) [a:praticamente] irreconhecível... a garota...e::foi... isso aí [a:mesmo] ... né?

  • E: ahn... ahn... agora:: descreve pra mim um lugar onde você mais gosta de ficar...
    I: [a:bom] ... o lugar que eu mais gosto de ficar... é no Ola/ no baile do Olaria...porque lá eles usam/ é um baile que eles usam o clube todo... tá entendendo? pra... pra dar o baile... e:: você tem várias opções de diversão lá... tá entendendo? você não pode/ você não fica num único lugar... você tem lá/ em cima você pode/ em cima tem um (quarto) que você usa/ lá tem o:: toca ( )negócio de funk [a:mesmo] ...embaixo tem o/ eles usam pro regae... pro rock... tá entendendo? em frente ao regae e rock tem um::/ a... parte das piscinas lá tem... piscina pro pessoal... perto... da piscina tem um:: um cineminha... tá entendendo? pra quem quiser assistir um cinema... aí:: perto... em frente ao cinema... tem um... um ambiente de pagode... tá entendendo? pessoal que gosta de pagode... agora está na moda... aí... em volta do pagode tem ali... um campo de futebol society... tem um/ o ginásio do Olaria... tem ali:: arquibancada... do campo de futebol oficial... tem o campo de futebol social... você tem também:: em cima você tem um terraço... eh:: ao lado desse terraço você tem a plataforma onde você fica... ali pra tomar um/ uma cerveja... namorar um pouco... você tem:: um lugar pra brincar com as crianças ali... um parquinho... e:: acho que lá é um bom lugar pra gente se divertir...

  • E: você sabe fazer alguma coisa... me conta pra mim como que se faz isso...
    I: [a:bom] ... o que eu sei fazer?ahn... acho que montar uma equipe de som é um negócio legal... porque::... tem uma certa ciência ligar os equipamentos e::... tem... lance que tem que ter três amplificadores... mais ou menos e... e esses amplificadores são ligados às caixas... tá entendendo? o amplificador manda a potência pras caixas...o som... [a:propriamente] dito... você tem que ter... um ou dois equalizadores pra o som ficar... bem nítido... tem que ter o crossover pra separar o som... tá entendendo? quando você... liga... aí em cima você tem que ter dois toca-discos... tá entendendo? uma equipe de som... tem que ter o mixer... que o mixer você aumenta e abaixa o volume... de tudo... tá entendendo? você tem o controle na tua mão... de tudo... tem que ter... os discos que você usa pra tocar... tá entendendo? um fone/
    E: como é que monta isso?
    I: como é que monta? olha... você liga os toca-discos... no mixer... que é onde você controla... o volume dos dois... do mixer você liga pra... pro crosso... crossover... que separa o som de tudo... tá entendendo? aí do crossover você tira... pra/ pros amplificadores... tá entendendo? um de cada vez... pra amplificar tudo... você tira pro equalizador... pra equalizar tudo... tá entendendo? e... do equalizador vai pro amplificador... pros outros amplificadores... do amplificador vai pras caixas... entendeu? aí vo/ depois do amplificador você tem o som pra mandar pras caixas que... sai o som alto que você escuta nos bailes... e em festas tudo [( )] E:[tá bom...]
    I: todo lugar que você vai...

  • E: agora:: me fala o que você acha da:: crise educacional...
    I: eu acho que:: o problema da crise educacional/ tudo começa pelo estado... tá entendendo? pelo governo... aliás... porque a partir do momento que não se paga bem os professores... públicos... os que... trabalham nos colégios públicos... você::/ os bons.. os bons professores... não ficam... não recebendo bem... eles vão pro colégio particular onde pagam melhor... e:: sendo assim... você não tem um... um bom ensino público... tá entendendo? e os pais das crianças... tem que... tem que ter uma boa educação... passam pro colégio... particular... e cada vez que se procura o colégio particular vai aumentando a mensalidade... e aumentando a mensalidade... os pais começam a reclamar e começa... o lance de greve... os professores que não querem/ que não estão recebendo bem...tá entendendo? e::... e por isso que a educação está assim...
Parte oral
1993
  • Sábado à noite vinha eu da casa de minha namorada e encontrei uma menina na rua que corria com os sapatos nas mãos.Subíamos a rua lado a lado, pois já era tarde e não havia ninguém na rua.Coisa de cinco minutos de caminhada ela me perguntou que horas eram, eu respondi e aproveitei a deixa para perguntar-lhe onde havia um lugar para diversão aquela hora.Por sua vez ela me disse que tinha vontade de ir à cidade alta para encontrar alguns amigos seus, pois havia um baile Funk de rua e o caminho era perigoso para uma menina sozinha.Fui com ela até a cidade alta à pé econversamos sobre várias coisas [a:inclusive] sobre que ela iria lá para encontrar seu namoradoe desmanchar com ele.Depois de duas horas escutando Funk no meio daquelas que [a:só] sabiam pular e dar o seu grito de guerra, fomos embora, eu a levei em casa e fui durmir.
  • Foi com uma amiga de minha irmã que vinha de Madureira, saltou do ônibus e atravessou na frente do caminhão.O motorista do caminhão não viu nada e [a:só] parou quando ouviu os gritos das pessoas que ali estavam.O caminhão percorreu 200 metros [a:aproxidamente] arrastando a menina que morreu presa no eixo do veículo.
  • Gosto do baile do Olaria por causa das várias opções que se dispõe lá.Lá tem o ambiente de Dance Music, abaixo fica o Reggae Rock enfrente tem o parque das piscinas que tem em volta o cinema, o ginásio, e os campos de futebol.
  • Uma coisa que eu sei fazer é montar uma equipe de som, [a:primeiro] temos que ter 3 amplificadores, equalizador, crossower, mixer, e toca-discos.Os toca-discos onde se colocam os discos de vinil são ligados no mixer onde se tem o controle de volume de tudo.Do mixer ligamos o crossower e o equalizador que servem para controlar, limpar e equalizar o som, deles mandamos o sinal para os amplificadores que amplificam as caixas, onde se escuta o som que dançamos em festas e bailes.
  • A crise educacional começa pelo governo que paga mal aos professores.Esses por sua vez optam pela escola particular onde se paga melhor ficando sem bons professores, os alunos de escola pública vão paraa particular onde se [v:cobra] muito [a:alto] .Todos esses distúrbios geram conflitos e greves deixando as crianças sem aula e os professores sem escolas para lessionar.
Parte escrita
1993

  • E: eu estou aqui com Yuri... da Escola Técnica Federal de Química... Yuri... conta pra mim... uma história... que tenha acontecido contigo... e...que... tenha sido [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: bem... essa história é triste e engraçada ao mesmo tempo ((riso)) é demais... a minha tia... ela tem/ eu tenho uma tia que tem um sítio e... e... ela... uma vez comprou uma jumenta ( ) pra botar nesse sítio pro filho dela... né? pra ficar brincando com ela... pra cima e pra baixo... [a:só] que o que aconteceu foi o seguinte... ela quando... quando foi comprada... ela era domada... era mansa... mas aí com o tempo o que que aconteceu? a gente passava muito tempo sem ir lá e ela ficava solta pelo pasto... né? não tinha ninguém pra ficar domando... a... a... burrinha... aí... teve um dia que a gente foi pra lá... foi fazer um churrasco... e... o pessoal já tinha tentado montar nela... ela não tinha deixado... montar... né? aí acabou levando o nome de Melindrosa... agora “ah... vamos montar na Melindrosa... vamos montar na Melindrosa...” todo mundo já chumbado... cheio de cerveja na cara... depois do almoço... “vamos lá... vamos montar na Melindrosa...” aí vinha um por um... e toda vez ela... ela levava esse... esse cara que sentava em cima dela... PUM... tinha uma roseira... ela levava o cara lá pra roseira... tá? e ficava lá... enquanto o cara não descesse de... dela... ela ficava mexendo na roseira... e o cara se espetando no... nos espinhos da rosa... né? até sair... quando saía... ela vinha... ficava... no meio do pasto... a gente montava na... na Melindrosa... aí teve uma hora que eu falei “ah... não... agora quem vai montar sou eu...” sempre montei na Melindrosa... e tinha um cara... que ele trabalhava/ trabalha... né? o Eduardo trabalha ainda na aula/ na loja da minha tia... cara... pô... do tamanho de uma porta... ele deu uma porrada na... na bunda dela... PLAFF... ela saiu danada... né? aí/ e ela... não... não tinha como domar... a gente não tinha como domar... ela não era... mais mansa... como... quando foi comprada... né? eu estou vendo ( ) na direção da árvore... eu estou puxando... e ela está indo pra direção da árvore... e eu estou puxando... e ela nada de sair da direção... eu falei “essa porra vai bater na árvore... essa bicha vai bater na árvore...” ((risos)) que nada... quando chegou mais ou menos um metro... meio metro... eu falei “ela vai bater...” eu me jogei pro lado... no que eu me jogei pro lado... ela foi pro outro... eu PUFF...bati na árvore... fiquei lá [a:mesmo] ... eu perdi até a respiração na hora... fiquei... TUM... estatelado... e ela lá no meio das rosas... pra ninguém pegar... aquela desgraçada... miserável... ninguém ((riso)) mais montou naquela porcaria daquela jumenta [( )]
    E: [e você...] e você se machucou?
    I: não... eu machuquei por conta da queda... né? que caí de cima... de... um jumento... caí de cima de um cavalo... foi uma queda/ é uma queda grande... mas não foi nada sério não...
    E: meu Deus...
    I: mas... do jeito que ela estava... ninguém nunca mais/ “não...deixa ela aí do jeito que ela está [a:mesmo] ...” ((riso)) ninguém mexe mais com ela de jeito nenhum...
    E: [a:bom] ... ainda bem que você não se machucou... né?

  • E: agora... Yuri.... eh... conta pra mim uma história que alguém tenha contado pra você...e que você tenha achado [a:muito] triste... interessante... engraçado...
    I: tem... uma vez um... um... um amigo meu... a gente saiu... a gente saiu com... com um grupo... foi num barzinho... aí ele estava lá dançando... bebendo... nesse barzinho... né? em Vila Valqueire... e... quando foi cedo... que ele conta que chegou um garotinho... né? e esse garotinho ficava rodando... pelas mesas... vendendo rosas... né? e sempre chegava perto de um camarada e ficava lá... pentelhando... perguntando se ele queria comprar rosas... e esse cara/ umas três vezes fazendo isso... quando chegou lá... pela quarta vez o cara fez assim “faz o seguinte... você... eu te dou o dinheiro... você não me perturba mais... tá bom?” ele “ah... tá bom...” aí quando ele ia saindo... esse cara/ eh:: um outro cara que estava na mesa... né? falou “não... a gente vai jogar...” “vamos fazer o seguinte...” o garotinho falou... eh “a gente vai jogar velha... se você me ganhar na velha... eu te dou uma rosa... se eu te ganhar você... você me compra uma rosa...” “não... não... se você me ganhar... você vai me dar três rosas... tá? se eu te/ se vo/ se... quer dizer... se eu te ganhar... você vai me dar três rosas...” ele falando... né? pro garotinho... o garotinho... se ganhasse... né? ele ia comprar as rosas dele “tá... tá bom... tá bom...” aí ficaram jogando o joguinho da velha... né? em cima da mesa do bar... né? e estão jogando o joguinho da velha... nada de ninguém ganhar... né? aí partiram pra outro jogo... encheram o saco... partiram pra outro jogo... o Pedro... pegou... né? esse amigo meu... pegou um palito... botou na... na/ no dedo... e... disse pro garoto que ele tinha que mexer o palito sem mexer os dedos...aí o garoto ficou assim [a:meio] cabreiro... né? não sabia o que fazer... pegou... tentava... tentava... e nada “ah... você não mexe isso... com... com a memória não...” ele falando com a memória... né? “você não mexe com a memória não... você... dá algum jeito... tem algum macete aí...” ele “é... tem algum macete... qual é o macete?” aí ele pegou... ensinou pro garotinho... né? qual era o macete pra... pra... mexer o palito... que a gente coloca o palito aqui nessa unha... aí ele/ na unha do/ desses dois dedos... e... e vai vibrando... aí... pula... aí o garotinho “ah... assim não vale... assim não vale... ah... vamos fazer outro jogo...” aí o garotinho pegou uma... uma pá de lixo... com... com... com uns palitos quebrados do lado de dentro... e disse pra ele “se você conseguir... e se eu conseguir... tirar esse lixo de dentro da pá... mexendo três palitos... você vai comprar três rosas minhas...” aí ele “não...mas assim é [a:muito] fácil... você sabe como é que mexe...” ele dizendo pra ele... né? [s:ele] ... PU... PU... PU... [v:mexendo] [a:rapidinho] ... colocou... ele “eu não... não vou comprar não... você mexeu... pô... não vale... não vale...” aí ficou conversando... conversando... daqui a pouco conven/ se convenceu... né? “vamos fazer o seguinte... eu compro... as três rosas com você... quanto é que está?” “vinte mil...” aí ele... chegou pro garotinho “eu compro por quarenta...” “ah não... ah não... assim eu não quero não...” aí... boné vai... boné vem... ele está... está oferecendo... está oferecendo... nada... aí ele falou assim “então eu vou comprar por trinta... compro por trinta...” “não...trinta já [a:muito] barato... também... eu vendo por trinta e nove novecentos e noventa...” eu falei “isso é quase quarenta... você não queria vender a quarenta...” aí o Pedro “trinta e cinco...” ele falou assim “vou quebrar o teu galho... ((riso de E)) vou quebrar o teu galho...” o garotinho era malandro à beça... ele... sabia negociar... aí a gente ficou conversando com ele “vem cá colega... quantos anos você tem?” ele “dez anos...” pessoal ficou conversando... falando... né? com ele... “qual o teu nome... amigo?” pergun/ perguntando... né? Pedro perguntando pra ele “qual teu nome?” “é Luiz Carlos...” “você estuda Luiz Carlos?” “estudo... estudo...” “então... estuda bastante que você vai ficar rico um dia... estuda que é pra poder... trabalhar e ficar rico...” ele “não... não vou ficar rico não... ficar rico não...” eh... “quem vai ficar rico aí são vocês... vocês que são ricos aí...” “que rico nada... rapaz... ninguém tem dinheiro aqui... ninguém está montado na grana... não...” “ah... e o carrão parado lá no/ lá fora...” ((riso)) aí... “ah não... a gente está andando de Mercedes... quer ver? tem até um ônibus passando ali fora... tem um ônibus passando lá fora... [Mercedes...] E:[ônibus] ((riso))
    I: aí o garotinho se acabando de rir... nesse meio de... de conversa... né? aí... ele pegou... agradeceu... né? ficou lá com um tempo com o pessoal ainda... foi rodar... né? daqui a pouco... eles estavam dançando... e... quando pensa que ( ) é o garotinho no meio da roda... né? [v:dançando] [a:junto] com eles... né?aí ele... pensando assim “a gente comprou... a... as rosas dele e acabou comprando o garoto também... né?” ((riso de E)) comprou a simpatia dele... aí ele ficou lá no meio do salão... e vira e mexe estava perto do... do grupinho... né? naquela mesa... aí... depois o pessoal fica pensando assim... quer dizer... pra gente que estava/ pra aquela gente que estava lá na... na... na rodinha... né? na mesa... isso era até uma história engraçada... né? foi divertida porque... estava conversando... brincando com o garoto... e tal... ((buzina)) mas ao mesmo tempo foi uma história triste... porque uma criança de dez anos de idade era pra estar em casa dormindo... onze horas... onze e pouco da noite... vendendo... rosa na rua... num bar de mesa em mesa... já era tarde demais aquilo... quer dizer... é uma coisa/ ao mesmo tempo é triste... ficar... [a criança] passar por isso... E:[verdade...] é verdade...

  • E: agora... Yuri... me fala sobre o local onde você mais gosta de ficar...
    I: assim... os detalhes do local... né?
    E: sim... eu quero que você me descreva... o local... me fala... tudinho... eu não conheço esse lugar e eu quero que você me descreva... esse local...
    I: eu gosto de tantos lugares... que fica difícil até de... de se fa/ de tirar um deles... né? tem um monte de lugares que eu gosto... de... de ficar... eh... vamos ver se não consegui me despertar... um... um local que eu gosto de/ quer dizer... generaliza/ generalizando... né? os locais que eu gosto de ficar [a:geralmente] são aconche/ são aconchegantes... tá? tem... muita... muita gente... ele... é um local que/ pouca luz... um local pra dançar... você tem uma pista de dança... [( )]
    E: [então..] e você não... não tem assim... um local específico... que você possa descrever... pra mim?
    I: ah... eu gosto muito/ tem... tem esse barzinho... né? o... Segóvia... a gente agora/ [a:inclusive] agora a gente vai/ tem um programa lá no sábado...a gente... a gente... [v:] [a:direto] ... né?o pessoal gostou... achou legal... e...é [a:bastante] interessante [a:mesmo] ... lá... é conforme eu te falei... tem/ é um barzinho fechado... tem... algumas mesas... e::... tem um espaço... né? reservado praum grupo... que... [v:toca] ... é... música [p:ao] [article:] [a:vivo] ... tem uma pista de dança...o lugar é [a:relativamente] grande... não... é tão grande assim... eh... quanto... vamos dizer... quanto... quanto... uma discoteca... mas... ele... ele acomoda bem um restaurante... uma pista de dança... tem um... bar... né? pra/ desses de balcão... pra... quem gosta de tomar uma cerveja... um whisky... alguma coisa... e mais ao fundo tem mais mesas... né? ele não é tão grande assim... e... ele tem um jeito... ele/ pelo nome dele/ é um nome diferente... Segóvia... né? mas quando você chega... chega lá... nota que... eh... ele tem um estilo... espanhol... tem uns quadros da Espanha dentro do... do bar... e uns dos quadros tem o nome Segóvia... parece que/ deve ser um lugar na Espanha... tá? o estilo interno dele... né?ele é [a:todo] ... cheio de madeira... tá? todo::/ eh... o telhado... o telhado... tem estilo europeu...lugar [a:bastante] aconchegante... interessante...
    E: tá bom...

  • E: Yuri... conta pra mim...alguma coisa que você saiba fazer [a:muito] bem...
    I: [a:bom] ... eu sei::... pintar... pra gente...pin/ fa/ eh... realizar uma pintura... né? início de tudo você tem sempre que ( ) você tem sempre que está com todo o material à mão...você está com seus pincéis... [a:todos] limpos... de preferência...as tintas...a tua aquarela... a tela... já pronta... armada... [a:direitinho] ...e::... o instrumento que você vai usar pra... pra riscar...você pode usar carvão... [a:preferencialmente] a gente usa o carvão... e::... começa a riscar a tela... sempre de cima pra baixo que é pra poder... delinear todas a/ todas as sombras... que você vai precisar... evitar... ter que apagar a tela... porque vai sujar... e sempre que você começa de cima pra baixo... todo o cui/ você tiver... de sombra... ou de... cobertura... você vai sempre prever quando você está... riscando de cima pra baixo... e ao final disso tudo... algumas pessoas usam verniz... que é pra proteger... a... tinta... do... do... carvão... que sempre ele... desmancha um pouquinho... né? o grafite sai... e... outras não... dá pra você pintar... não é tão ruim...a partir do momento então você começa a... pintar... [a:realmente] ... você vai usar aquelas misturas... que precisam... de acordo com o gosto da pessoa... e::... de acordo também com a pintura... sempre também pintando de cima pra baixo... que é pra se... cair alguma coisa na tua tela... embaixo... você não mancha... você não perde o teu desenho... e você basta passar óleo de linhaça... ou então até dar uma raspadinha que a tinta sai... e depois você vê qual é a outra... cor diferente que já vai entrar naquele lugar... e cobre... então... você não tem muito problema quando você pinta de cima pra baixo... você evita esses problemas... ao final disso tudo... você está com a pintura completa... não deixa ela secar ao sol... porque você vai estragar a pintura... e... está pronto... basta botar tua moldura... e... enfeitar a casa...
    E: tá bom... obrigada... Yuri...

  • E: Yuri... pra terminar... eh... me dá a sua opinião... sobre::/ ou sobre amizade... ou namoro... ou família... alguma/ algum desses relacionamentos...
    I: é um assunto que tem/você tem que uma opinião sobre um assunto que [a:geralmente] gera... polêmica... né?
    E: sim... é...
    I: ((buzina)) deixa eu ver... lembrei... lembrei... se lembra quando a gente estava lá embaixo conversando... com o Sérgio? tinha/ a... a Paula estava lá também?
    E: sim...
    I: Marcelo... que ele estava falando sobre negócio de homem... mulher... [e tal]?
    E: [ah... sim... sim...]
    I: sabe? uma vez... ele chegou... é o seguinte... a gente estava falando/ (estava sempre com outros assuntos... né?) aí estava falando lá... sobre a importância do homem e da mulher “não... a mulher é mais importante que o homem...” que não sei o quê... que pe re ré... que pe re ré “que ela/” eh... como é que estava falando? “é o elo... dizem que é o elo... né? da vida... que sem ela ninguém vive...” eu falei “então... meu chapa... você nasceu aonde? você acha/ quem você acha que... que te gerou?” aí ele “não... mas se não fosse a mulher eu... eu não estava aqui...” eu falei assim “se não fosse o teu pai tu também não estava aqui...” aí ficava discutindo... ficava discutindo... discutindo... discutindo... eh... e falando que a mulher era mais importante... etc... aí foi quando... você estava... você estava lá embaixo... né? “não... o Yuri é machista demais...” não... eu não sou machista... eu acho que os dois são/ um é tão igual quanto o outro... entendeu? um não é mais importante do que o outro...tem muitas coisas que a mulher sabe fazer [a:muito] bem...e... e outras que ela não sabe fazer... assim como o homem... tem muitas coisas que não sabe fazer... e isso troca... entendeu? tem... tem homens que sabem fazer coisas que as mulheres fazem... tem as mulheres que sabem fazer coisas que homens fazem... entendeu? e... e... esse papel... em sociedade... esse papel... vida... namoro... etc... quer dizer...não depende [a:só] de uma pessoa... né?conforme diz o ditado ((buzina)) “quando um não quer... dois não brigam...” então... você não... não pode chegar e... e dizer “não... fulano é mais importante... ciclano é mais importante... do que... do que/” entendeu? aí ele fala assim “se não fosse a mulher você não tinha nascido...” eh... “foi a mulher que te carregou nove meses na barriga...” não sei o quê... pa ra rá... porra... se não fosse meu pai eu também não tinha nascido... entendeu?
    E: é...
    I: aí ele dizendo que eu era machista por isso... mas... tem que levar em consideração que você não... não consegue ( ) aí... entrou falando... né? de... de criação... eh... eh... “que Deus tinha criado a mulher... que é pra... procriar...” eu falei “pô... se ele não tivesse criado o homem também não tinha ((riso)) não tinha adiantado nada...” entendeu?e [a:inclusive] tinha uma garota na roda falando aqui assim... eh... “você não vê aí... já pensou se o mundo fosse” eh... “se... ficasse [a:só] as mulheres no mundo?ia ficar” não sei o quê... pa ra rá... eh... dando a entender que ia ser melhor... dando a entender que... que ia ser mais fácil... etc... entendeu? aí eu falei pra ela que um dia a humanidade ia chegar ao fim... porque ninguém/ ia morrendo uma por uma... e não ia acontecer nada...
    E: é...
    I: entendeu? eh... por isso ele... ele ficou dizendo que eu era machista...a gente se dá [a:muito] bem... não... não aconteceu briga nenhuma por isso... entendeu? mas ele... ele sempre batendo na tecla dele e eu batendo na minha... nenhum dos dois chegam a um acordo... aí foi quando ele comentou isso lá embaixo... estava eu... você... a Ana Paula...
    E: tá legal...
Parte oral
1993
  • Há algum tempo, havia na minha família o costume de fazer churrasco em um sítio de uma das minhas tias.Certo dia, em uma dessas comemorações nós inventamos de montar numa jumenta que ela havia comprado para meu primo e por ficar muito tempo solta ficou indócil e levou o nome de melindrosa.Pois é, havia um monte de gente querendo montar na melindrosa. [a:Só] que ele sempre levava o sujeito para uma roseiraonde ficava até a pessoa sair, se espetando nos espinhos da roseira foi então que quis montar também.Um amigo nosso deu um belo tapa no rabo da jumenta e [s:ela] [v:saiu] [a:disparada] e [a:incontrolável] em direção de uma árvoree eu cada vez mais achando que ela ia bater já que não conseguia guiá-la.Quando chegamos à [a:aproximadamente] um metro da árvoreeu pulei e ela foi para o outro lado;foi uma batida e tanto e eu fiquei estatelado no chão.Depois daquele dia ninguém queria nada com a melindrosa.
  • Certa vez um grupo de amigos saia para uma noitada em um bar em Valqueire e lá havia um garoto que vendia rosas de mesa em mesa.Na mesa em que estava este grupo, o garoto chegava sempre no mesmo rapaz para perguntar se ele queria comprar rosas e o rapaz sempre dizendo que não até que ele chegou para o garoto e disse “olha vou te dar uma grana e você não me perturba mais”.O garoto aceitou o dinheiro e um outro amigo meu da mesa me disse que queria brincar.O garoto então disse que se fosse vencido no jogo da velha ele daria uma rosa.Pedro então disse que uma não bastava, teriam que ser três já que haviam três mulheres na mesa.Depois de pechinchar muito o garoto aceitou e após jogarem houve impate.Partiram então para outro jogo onde o garoto fez uma armação com palitos de dentes e propôs ele mesmo desfazer.Ora se ele conhece é lógico que é capaz de desfazer a armação.Pedro não aceitou e propôs ao garoto um outro jogo de palitos onde ele tinha que movimentar um palito nas mãos, sem mexer nele.É lógico que havia armação mas o garoto ainda desconfiado aceitou;tudo sempre (com) ar alegre e descontraido sem sujeira com o pobrezinho.Ele não conseguiu mexer o palito e Pedro o ensinou. [a:Finalmente] foram negociar as rosas cada uma custava Cr$ 20.000,00.Pedro ofereceu Cr$ 40.000,00 nas três.O garoto não aceitou.Continuaram a negociar e Pedro ofereceu então trinta mil.Luiz Carlos, cujo nome aprendemos no meio da brincadeira, disse que faria por Cr$ 39.990,00;ora Cr$ 40.000,00 oferecidos por Pedro.Após negociarem muitoPedro comprou por Cr$ 40.000,00 [a:mesmo] as três rosase [a:junto] veio a amizade do garoto. [a:Surpreendentemente] enquanto dançavamos [s:Luiz Carlos] veio para nosso grupo e ficou [v:dançando] conosco [a:todo] [a:alegre] e à vontade.Embora a noite tenha tido isso de engraçado, é triste saber que um garoto de dez anos estava às onze da noite vendendo rosas de mesa em mesa em um bar enquanto deveria estar dormindo, e pior, sem esperança nenhuma de alcançar sucesso na vida.
  • Há um bar que gosto de visitar e é [a:bastante] aconchegante.O bar tem estilo espanhol, um salão na entrada com algumas mesas e logo depois um pequeno espaço para dança e mais algumas mesas.Há ainda no mesmo salão um pequeno bar para quem gosta de tomar um drinque.O lugar não é tão grande, mas não é apertado também.Nome do bar é Segóvia e me parece que tem origem espanhola porque há dentro dele quadros da Espanha e um dos quadros tem o nome Segóvia, mostrando um lugar.Por isso acho que o nome foi inspirado neste lugar, que deve ficar na Espanha.Ele é [a:todo] detalhado em madeirae possui uma fachada em estilo europeu.
  • Pintar não é difícil.Para começarmos a pintar é necessário que todo o material esteja à mão, pincéis limpos, tintas, aquarela, tela e lápis ou carvão.Sempre iniciamos o risco de cima [p:para] [a:baixo] para delinear todas as sombrase não termos que apagar o traçado quando desejamos dar perspectiva ao desenho.No final podemos passar verniz para evitar que o grafite se desmanche na tinta, mas isto não é primordial.Para iniciar a pintura em si, prepare uma mistura sempre de uma vez ainda que vá sobrar para evitar diferenças de tom caso determinada cor acabe.Ao final da pintura, seque-a na sombra e mande colocar moldura para colocar na parede.
  • Há algum tempo estava conversando em um grupo com um amigo sobre a importância da mulhernão [a:só] na sociedade mas como ser humanoe sua imagem, o símbolo que ela gera como mãe em potencial e etc.Fui até taxado de machista, mas não acredito que seja assim.Ocorre que ele afirmou que a mulher é mais importante que o homem e que sem ela ele não seria nada e a sociedade também dando um ar de extrema independência da mulher.Não penso desta forma pois na minha opinião ambos os sexos têm a mesma responsabilidade e importância como seres humanos e pais, sem nenhum dos lados ser melhor que outro.
Parte escrita
1993

  • E: eh... Carla... me contealguma coisa que tenha sido ou [a:muito] engraçada ou triste...que tenha acontecido com você...
    I: eu... na outra escola... eu queria terminar o primeiro grau lá... mas... chegou esse ano... o DEC queria uma oitava série com vinte e cinco alunos... [a:só] tinham vinte e dois... eles não deixaram eu terminar... a/ até a oitava série (lá esse ano) aí/ saíram/ cada um foi pra uma escola... aí::... isso me deixou um pouquinho triste... o pessoal lá... já era acostumada desde peque/ pequenininha na escola... aí a oitava série eu não pude fazer lá...

  • E: Carla... agora eu quero que você me conte alguma história recontada... uma história que tenha acontecido com outra pessoa e que a pessoa te contou...
    I: aqui nessa escola... esse/ semana passada... eu (não havia) vin/vindo à escola... aí no outro dia quando eu cheguei aqui a garota me contou... que... a Jussara havia sido suspensa por... ter... respondido à diretora... aí... foi suspensa por um mês... [a:só] volta em agosto... ah... ele te disse que... a diretora havia entrado em sala... para dar uma bronca geral na turma... e que aí... ela... toda hora olhava pra diretora e começava a rir... aí a diretora perguntou a ela se... ela estava de verde... aí disse que a Jussara disse “não... você não está de verde... está apenas de roxo... fica horrível de roxo...” aí ela botou ela para fora de sala e deu suspensão... botou outra garota também... a Michele... mas para Michele ela não deu suspensão... chamou a mãe na escola pra conversar...

  • E: Carla... agora eu quero que você descreva para mim o lugar que você mais gosta de ficar...
    I: eu/ na minha casa eu não gosto muito de ficar não... eu prefiro ficar na casa da Aline... que... lá... eh...o pessoal lá é gente/ eles são [a:meio] / [a:muito] brincalhona...aí fica com o pessoal lá... aí/ a casa é bem grande... é espaçosa... dá para fazer muita bagunça... é::... pintada de verde mas já está preta de tanto a gente meter a mão na parede... tem o quê? três quartos... e:: tem varanda... mas já dá... bastante para fazer bagunça... cozinha grande... fazer... fazer arroz que gruda na parede... ((riso de E)) aí na casa da... da Aline o lugar que eu mais gosto de ficar lá... é no quarto dela... que aí a gente fica escrevendo... conversando... aí... a gente fica em cima da cama... que é... uma cama de casal... dormem no quarto ela e o irmão... que... tem onze anos... aí o guarda-roupa é:: duplex... bem alto... a parede é verde... mas também já está ficando preta... tem um... tapete que escorrega muito... que... passa cera no chão... tem a cômoda... tem... tem a cômoda... tem uma cabeceira do lado da cama... tem o telefone... tem televisão... tem rádio... tem... rádio-relógio... por aí em diante...

  • E: Carla... agora eu quero que você me explique como é que você faz alguma coisa... alguma coisa assim que você saiba fazer... aí você vai explicar para mim agora como é que você faz...
    I: uma coisa que eu sei fazer... ( ) batida de Leite Moça... que... na minha casa... final de ano assim... eu gosto muito de fazer essas coisas... aí eu pego o Leite Moça... coloco no... liqüidificador... Leite Moça... com... limão... gelo... e::... qualquer tipo de aguardente... ou então o leite... um pouquinho de leite... aí bate...e depois é [a:só] colocar açúcar... e uma... uma cereja... e beber gelada...

  • E: agora... Carla... agora eu quero que você me dê uma opinião sobre a televisão...
    I: eu acho que a televisão hoje em dia... ela está... transmitindo... mais assim...mais coisas assim que não têm tanto interesse... como... [a:antigamente] ... que... antes... eu assistia muito à televisão... mas tinham assim... temas mais... culturais... agora não... agora eh... passam muitas novelas... muitos filmes... as coisas assim tipo... Globo Rural... eh::... não se/ eh::programas científicos... passam... [a:muito] cedo... [a:muitas] poucas pessoas... levantam às cinco horas da manhã pra assistir... um programa científico... ou às oito da manhã... dia de domingo... pra assistir um/ um programa rural... acho que isso devia... ser mais::... bem estudado...
Parte oral
1993
  • O ano passado quando estudava em outra escola, o DEC.acabou com a 8a série por que eles queriam uma turma com 25 alunose [a:só] tinha 22por isso eu tive que sair de lá e vim estudar aqui nessa escola.Isso me deixou [a:muito] tristepor queeu estudava nessa escola desde criança e [a:infelizmente] não pude concluir o 1o grau lá.
  • A minha colega Amanda me contou que a semana passada a Juçara levou uma suspensão.Nesse dia a turma estava fazendo muita bagunça e a professora de português chamou a diretora para dar uma bronca na turma.Quando a diretora chegou a Juçara ficou rindo dela e disse que ela estava horrível de roxo.A diretora colocou a Juçara para fora de sala e lhe deu uma suspensão.Botou para fora outra menina a Michelemas para esta [a:só] pediu que a mãe viesse a escola.
  • O lugar onde eu mais gosto de ficar é na casa da minha colega Aline.Lá é [a:muito] engraçado a família dela é [a:muito] legal e a casa é [a:muito] espaçosa, boa para fazer bagunça.O quarto da Aline tem uma cabiceira do lado da cama de casal tem um guarda-roupa duplex, é verde mais as paredes estão sujas, tem um tapete no meio, tem a televisão, rádio-relógio, e um rádio.
  • Nos finais de ano eu adoro fazer batida de leite moça, coloca no liquidificador, bato limão, gema de ovo e água dentro ou leite, deixo bater bem, boto açúcar e cereja e ponho na geladeira.
  • Eu não gosto do papel que a televisão anda desempenhando.Ela dá mais valor a assuntos de pouco interesse como filmes e novelas e não valoriza programas científicos educativo.
Parte escrita
1993

  • E: Cristiane... conta pra mim uma história que tenha sido alegre... ou triste... ou engraçada... alguma coisa que tenha acontecido com você...
    I: eh... vou começar a história... contando quando minha mãe foi embora... de lá de casa... a gen... a gente estava vindo tudo pra cá pra escola... aí... chegamos aqui na escola... aí minha/ aí quando cheguei/ eh... ((risos)) (deixa eu botar) deixa eu botar a mão... aqui... aí chegamos aqui na escola... aí... fomos saber que minha mãe tinha... tinha ido embora... porque... eles/ meu pai e minha mãe tinha brigado... aí... quando chegamos em casa não tinha mais documento nem nada... eh... já faz já uns três anos que minha mãe foi embora... aí ainda... há... três anos e meio... ela veio aqui mas não deu assim... grande notícias assim não... só... [a:só] foi embora e não explicou por quê...
    E: uhn...

  • E: agora... conta pra mim uma história que tenha acontecido com alguém... que alguém tenha te contado...
    I: eh... eu/ a minha colega me contou... que... a mãe dela estava... estava indo pro... pro açougue... aí... ela foi no açougue... quando voltou do açougue já tinha dois caras esperando ela ali na esquina... mas não foi aqui não... esperando ela na esquina... aí quando ela voltou... o cara... ro/ ainda roubou a carne... ainda roubou ela... e que/ e... deu um tiro no... no peito dela...
    E: nossa...
    I: foi até:: minha colega que me contou... que foi lá em São Jorge... aí ele foi roubou ela e deu um tiro no peito dela... assim... [a:só] que ela não conseguiu mo/ ela não morreu...porque ela era [a:muito] gorda... [s:a bala] se alojou... não [v:foi] [a:direto] ...
    E: nossa...
    I: até hoje ninguém sabe quem foi... que foi... dois caras... um estava na moto e o outro esperando ela... aí passou e atirou nela...
    E: [a:só] por causa da carne?
    I: é... roubou carne... bolsa... tudo... aí essa mu/ aí a... a minha colega contou que essa moça... nem estava com muito dinheiro... porque era a mãe dela lá... e nem estava com muito dinheiro... aí todo mun/ era só... era só... quinhentos mil só... eles pensaram que ela tinha muito dinheiro e fizeram isso... quase que ela morreu...

  • E: conta pra mim um lugar que você goste de ficar... diz pra mim como é esse lugar...
    I: oh... eu gosto de ir pro Rio da Prata... que lá é um lugar calmo... é cheio de árvores... é/ tem um pouco de mata fechada... tem cachoeira... pra gente tomar banho... tem umas frutas lá... mas tem bastante sítio também... e eles/ eu não/ é bom lá à beça... porque... lá... lá é tudo assim calmo... parece que tira a gente do mundo...
    E: ahn... e como é lá?
    I: lá oh... tem montão de árvores... tem uns... uns... uns capinzinhos assim... baixinhos... tem pedras... da cachoeira...deixa eu ver... tem riozinhos assim... é [a:só] ...

  • E: diz pra mim alguma coisa que você saiba fazer...
    I: eu sei é pintar casa... aprendi com meu pai... a gente vai... vai... [a:primeiro] a gente pega lixa... aquelas lixa grossa... e lixa a parede... pega aquela... eh... aquela massa... depois que lixou tudinho que está/ que tiver tudo certinho... aquela massa branca... é argamassa... sei lá... é massa de emassar... aquela massa branca põe... põe aquela massa... aí deixa secar de um dia pro outro... se não tiver bom deixa mais... dois dias... aí vai/ dependendo da cor... e lá em casa a gente pintou com branco... gelo... passamos gelo em cima e a parede fica conservada por um montão de tempo...E: uhn... [a:legal] ...

  • E: agora... eu quero que você me dê a opinião... sobre... alguma/ algum tema que você queira... alguma coisa que você ache polêmica...
    I: eh... o tema polêmico que eu acho no... eh... no Brasil... eu acho que é educação... que está sendo desprezada pelo governo... que ele/ eu acho queeles fazem isso... [a:só] pra... não ter gente inteligente... gente que sabe das coisas... pra po... pra poder tomar um cargo e tentar ajudar o povo... porque não vai ter... porque do jeito que está a educação... agora... que eh... as escolas estão caindo... eh... ainda tem um pouco da merenda... mas isso não é importante... que comida a gente tem em casa... mas o mais importante é que a gente tivesse assim... professores que... que tivessem assim... um salário bom... um salário digno... pra começar a dar aula à gente... pessoal de apoio também pra ensinar... porque tem crianças que chegam aqui na escola já/ que... já vêm...num nível [a:muito] baixo... como na quinta série... a gente vê... a gente vê criança que não sabe nem escrever... eu acho que o governo devia fazer alguma coisa...porque eles só... eles [a:só] querem saber de imposto... imposto na/ imposto disso... imposto daquilo... a educação... ninguém faz nada pela educação...
Parte oral
1993
  • A separação dos meus pais Meus pais haviam brigado quase a noite inteira, chegando de manhã meu pai foi para Minas Gerais com meu primo;eu fiquei em casa com meus três irmãos e minha mãe.Quando deu a hora de nós irmos para a escola, minha mãe nos arrumou e nós fomos e deixamos minha mãe em casa. [a:Só] que quando voltamos minha mãe não estava mais em casa, procuramos em todos os lugares perto de nossa casa não havia nada nem roupas, documentos e sapatos foi quando percebemos que minha mãe havia partido Isto aconteceu mais ou menos três anos átras, quando meu pai voltou ficou também magoado por ter nos deixado sozinho em casa durante a semanas.Algum tempo átras ela nos deu notícias suas mas não explicou nada para nós.
  • Minha colega me contou que a sua tia estava indo para o açougue, quando dois homens estavam parados na esquina esperando que ela saisse, quando ela voltou do açougue dois homens que estavam numa moto atiraram nela enquanto os outros dois roubavam a bolsa e o embrulho de carne.A sorte dela foi de ser gorda e a bala ter se alojado na carne e não ter perfurado o coração porque se não ela teria morrido;agora ela já está passando bem. [a:Só] que na bolsa não havia tanto dinheiro apenas quinhentos mil cruzeiros.
  • O lugar que eu mais gosto de ir é o Rio da Prata devido a calma que lugar passa para gente.Agora vou descrever como é este lugar: o Rio da Prata possui várias árvores, as ruas do que temos que passar quando subiamos os morros não são calçadas, são todas de barros e envolta é cercado de árvores e capins, mais adiante vamos verumas pedras grandes que vem [v:escorrendo] águas [p:em] [a:finas] , rios bem largos com pedrinhas de várias cores e águas cristalinas, alguns sítios, bem grandes, bastante frutas, cachoeiras igual véu, e mata fechada em volta, bastante passarinhos,cavernas, tem uma que [s:eu] [v:gosto] [p:em] [a:especial] , esta possui uma pedra bem grande branca no meioe uma cachoeira caindo na frente igual uma porta cristalina.
  • Eu aprendi com meu pai a pintar uma casa;agora vou dizer como se faz. [a:Primeiro] nós lichamos a parede com licha de parede até tirar toda massa;depois colocamos a massa de parede para emaçar depois de dois dia estará pronta para pintar com tinta plastica.
  • Educação: A educação em termos de Brasil é um dos piores problemas que estamos atravessando agora.E acho que o governo não investe na educação do povo porque eles tem medo de alguém chegar ao poder e fazer alguma coisa, também porque um povo educado não aceita esses absurdos;nós vemos professores lecionando [a:totalmente] leigos;escolas caindo aos pedaços;e o governo não esta nem aí, [a:só] pensam em cobrar novos empostoscomo o IP.M.F e a constante mudanças de ministrar como é o caso do governo do Itamar.Na minha opinião para melhorar a educação o governo deveria pagar melhores sálarios reajustados pela inflação para professores e pessoal de apoio, envestindo mais em escolas, e mais verbas isto é algumas coisas que poderiam fazer para que o povo brasileiro tivesse um grau de estudo bem mais aprimorado porque não teríamos mais greves e os professores poderiam se dedicar a uma única escola e planejar melhor as aulas e aprimorar seus conhecimento não teria mais buracos na educação como sempre aconteci em todos os graus de estudos.
Parte escrita
1993

  • E: Zé... conta pra mim uma história que tenha acontecido com você... que tenha sido alegre... triste... engraçada...
    I: [a:bom] ... no sábado passado... aliás... sábado retrasado...eu fui... botar um... um... um som numa festa no shopping... e lá... tudo... encontrei com meus amigos e tal... nós estamos botando lá... a festa e tal... estamos lá na música... aí eu... virei pra um colega e falei “vem cá... será que você poderia deixar eu botar algumas músicas na festa também... pra que eu possa fazer propaganda do som...” aí ele virou pra mim e falou assim “ué... tá bom... se você sabe mexer... você... (pô)... bota... a festa...” mas... nisso... eu pensei que eles fossem ficar ali... quando eu virei pra trás... que eu fui procurar eles... para... me entrosar no assunto... eles tinham sumido... conclusão... a música já estava acabando... e [s:eu] tive que... que... sei lá... tive que... [v:ver] [a:sozinho] como é que fazia as coisas... conclusão... moral da história... o som estava alto... eu botei uma música que não tinha nada a ver... e todo mundo parou de desfilar... e ficou olhando pra minha cara...
    E: era desfile de moda?
    I: era... eu acho que teve uma garota daqui da escola que foi lá desfilar... a Clarice...
    E: aonde que foi [esse desfile?]
    I: [lá no shopping] de Campo Grande...
    E: ah... aí era música... eh... fundo... pras gatas desfilarem...
    I: é... isso... o cara anunciava as garotas... né? aí eu botava a música... pra elas desfilarem...
    E: e estava uma música tipo lenta [e você botou?]
    I: [não... estava forte...] sim...ele tinha me explicado... [a:certo] ? como é que era...mas [a:só] que na hora me deu um branco... aí eu fui virar assim... como se fosse falar com ela... assim do lado... aí eu fui virar assim pra falar com ele... cadê? os garotos tinham sumido... me deixaram lá sozinho...
    E: mas você botou alguma música [né?]
    I: [botei...] botei uma música lá...
    E: [a:só] que não era a que eles queriam...
    I: não... era uma música agitada... tudo bem...mas [a:só] que eu não esperei o cara falar... entendeu? tinham que falar... anunciar... por exemplo “está entrando Adriana...” eh “com roupa de banho... pra vocês agora...” aí quando ele acabasse de falar... é que eu soltava a música... eu soltei a música antes dele falar...
    E: [ah... agora eu entendi...]
    I: [aí embolou tudo...] a voz dele com a música...
    E: ah... entendi...
    I: aí deu o maior sufoco...

  • E: Zé Augusto... conta pra mim uma história que tenha acontecido com alguém... que alguém tenha te contado...
    I: aconteceu com uma colega minha uma vez... quando ela estava saindo do Sara... veio dois caras atrás dela... o cara vindo/ ela estava indo pra rodoviária... veio dois caras atrás dela... no início assim ela não achou nada não... né? não desconfiou dos caras nada não... mas depois... quando foi chegando assim mais perto... o cara... eh... assaltaram elas... e levaram/ queriam levar tudo delas... né? mais uma da/ tinham três colegas minhas... nessa história... mas uma dessas... três colegas... ela não quis entregar nada pro assaltante... não quis entregar... eram dois caras... ela não quis entregar... então... ela... eh... deu uns tapas no cara... [s:o cara] começou a [v:atirar] [p:pro] [article:] [a:alto] ...foi o maior rebu... ela... ela segurou no relógio... não queria que o cara pegasse o relógio dela... não sei o quê... aí nisso as duas colega dela saíram correndo... aí ficou ela sozinha lá... com os dois caras... acabou que os caras levaram o relógio dela... e deixaram ela... assim jogada no chão lá... né? jogada no chão... as colegas dela viram assim de longe mas... saíram correndo depois também... e depois não queriam mais saber não... queriam ( ) foi saiu correndo... não ajudaram ela nem nada... ela ficou lá sozinha...sem nada... [a:só] com a roupa do corpo [a:mesmo] ... sem bolsa... sem caderno... sem livro... e sem relógio também...e [a:toda] marcada também... que eles bateram muito nela...bateram muito nela... [a:só] isso só...

  • E: agora você vai me/ descrever pra mim o lugar que você mais gosta de ficar...
    I: [a:bom] ... [a:atualmente] ... nos finais de semana... eu vou pra casa da minha avó...que lá... é [a:muito] tranqüilo...lá é um... é um lugar bom de se ficar... tem muita... muita/ tem a praia lá... muita gente baca::na... e de vez em quando assim o/ a gente vai passear/ é um pulo do shopping... a gente vai pro shopping... também ali de Campo Grande... e... quer dizer... e lá é bom... sabe?mas... [a:mesmo] assim... ainda tem um pouco de tumulto... assim... mas tu ficando ali perto...daquela área ali [a:mesmo] não... [não é coisa/]
    E: [eu digo] dentro da casa da sua avó... qual é o lugar que você mais gosta de ficar?
    I: na piscina...
    E: na piscina? descreve pra mim como é que é esse lugar...
    I: [a:bom] ... a piscina... a piscina... deve ter uns dez metros...assim mais ou menos... uns dez... a... a sete... uma coisa assim... em volta tem as cadeiras e tal... os meus tios ficam conversando... fica o rádio ligado... né? a gente fica... ali na... na área... eu vou chamo os meus colegas... de lá... pra tomar banho de piscina também... meus conhecidos... às vezes... di/ final de semana... assim... lá... tem um churrasco... aí vai a vizinhança toda pra casa da minha avó... [assim...]
    E: [além da piscina] qual é o outro lugar que você mais gosta de ficar?
    I: dentro... dentro da casa da minha avó?
    E: é...
    I: ah... no salão de jogos... lá...
    E: e como é que é esse salão de jogos?
    I: ah... lá tem sinu::ca... tem totó... tem uma quadra lá de... basquete... mas pequenininha... não é grande não... deve ter uns cinco metros só... e uma... uma quadrinha de basquete do meu priminho... pequenininho... só...
    E: que mais que tem nessa sala? [a:só] sinuca... totó...o que mais?
    I: eh... a quadra de basquete...
    E: como é que é a... a... a sala? [é:: branca?] azul?
    I: [é]é branca... ela é [a:toda] ... toda branca assim... e no canto assim tem uns aparelhos de musculação do meu primo... maior... também... porque ele... pratica... musculação...só... lá tem isso [a:só] [a:mesmo] pra lazer [a:mesmo] ... dentro daquela sala...(dentro da casa) [a:só] lá em cima da casa...

  • E: eu quero que você me fale alguma coisa que você saiba fazer...
    I: coisa que eu sei fazer... também... o:: pratico com muito/ com meu tio... ele é pintor... eu estou começando a praticar agora desenho com ele... já... fiz alguns quadros... já... pendurei nos meus quartos alguns quadros... meu tio também... ele faz quadros... [e isso...]
    E: [e como é que é?] que... você faz?
    I: [a:bom] ... vejo... ele fazendo... né?aí depois ele vai me dizendo... como é que eu... tenho que fazer... contornar... como é que [s:eu] tenho que [v:mudar] a tinta de um pincel sem poder... borrar... [a:direitinho] ... é isso...ele tipo... ele tipo ele me dá uma aula de pintura...
    E: sim...eu quero que você me [v:diga] [a:exatamente] como é que você faz...você [a:primeiro] desenha a lápis?
    I: é... a gente faz um... decalquezinho a lápis... mas bem fraquinho... pra depois na hora de passar a tinta... não ficar o decalque do lápis por cima... (que bota) uma base de lápis bem fraquinha... aí depois vai contornando... bem devagarinho... [com calma...]
    E: [e...] tu pinta em que material ?
    I:com guache [a:mesmo] ...
    E: mas (você) pinta na/ em tela? em que que é?
    I: não... é quadro assim... de pa... pa... parede... de parede... tá entendendo?
    E: mas aquele material é o quê? tecido?
    I: acho que é...

  • E: eu queria que você me desse a opinião... sobre... sobre a escola... sobre a política... que que você acha?
    I: eh... pra política... eu acho que... a monarquia seria uma boa para o Brasil... porque durante a campanha... tantos/ eles deramtantos exemplos do/ de países que [v:deram] [a:certo] ... países que estavam arrasados... e deram/ e levantaram... agora estão... bem... estão... com uma... alta economia... estão... conseguindo... né? superar essa crise... eu acho que deveriam dar uma chance pro Brasil... também... e eu acho que... se eu... tivesse na... na idade de votar já... eu votaria na monarquia parlamentarista... eu sou [a favor...]
    E: [ah então] você não votou então?
    I: não... não...E: [a:só] isso? I: [a:só] isso...
Parte oral
1993
  • O som no Shoping - Bem, Em uma noite de sábado alugaram o meu equipamento de som para por em um desfile de modas no shoping de campo grande, aconteceu um imprevisto Algumas horas antes do desfile, quando eu fui tirar o som de casa para levá-lo ao shoping percebi que aquele não era o equipamento em que eu estava acostumado a mexer, então me causou o maior problema na hora do desfile, mas tudo bem.Fui levar ao shoping center o equipamento, quando voltei para casa convidei alguns amigos para me ajudar com tudo já que era eles que fizeram o favor de trocar tudo para me surpreender.Chega a hora do desfile, todos animados dançando, curtindo, eu mesmo cheguei atrasado, quase no final e aí já que eu peguei o desfile no final eu disse que queria ir colocando as músicas até o final, não era muito tempo, deveria estar faltando mais ou menos 30 min para acabar, mas foram os piores de minha vida, porquê logo assim que eu comecei a mexer eu lembrei que não era aquele equipamento em que eu estava acostumado, enta tirei o fone e virei para trás para pedir alguns conselhos, nisso que eu virei eu não vi os garotos que estavam ali perto, conclusão a música já estava acabando e eu não sabia o que fazer.Não sei porquê não veio a muvuca do desfile em cima de mim.
  • As estudantes assaltadas: Minhas amigas me contaram que uma vez elas foram assaltadas quando voltavam do colegio que estudavam foi perto da Rodoviária de campo Grande, foi quando tais caras às seguiram desde a saída do colégio mas elas não ligaram pensando que era apenas paquera,mas essa paquera se tornou [a:muito] sérioquando eles atacaram pegando tudo de valor mas uma das três garota reagiu e não entregou nada nessa confusão duas conseguiram fugir ea outra foi linchada ali [a:mesmo] as duas fugiram ea outra ficou no chão machucada e [a:só] com a roupa do corpo.
  • A sala de jogos: A sala de jogos é um lugar espetacular, lá eu passo horas do fim de semana praticando jogos como: totó, futebol de salão, volei, sinuca, e outros.O jogo de totó é oficial e bom de jogar,A quadra de basquete é [a:bastante] reduzidapor causa do meu primo de sete anos de idade, o futebol de salão lá é bom com muita gente,mas quando não tem os garotos certos eu gosto [a:mesmo] é de ficar cobrando falta;no vôlei eu quase não jogo por causa da bola oficial que o cachorro fez o favor de rasgar.A sinuca eu não jogo por causa que eu não curto muito, mas tem a musculação que eu faço quase todo final de semana.E quando eu quero esfriar a cabeçaeu faço natação lá [a:mesmo] na piscina.
  • Pintar um quadro:Pintar um quadro não é [a:só] o que eu sei fazer maso que eu faço com mais felicidade.Isto também não é um bicho de sete cabeças porquê antes que passa a tintavocê tem que [a:primeiro] passar a ponta de um lápis por cima do textil que reveste o quadro. [s:Eu] ainda não [v:aprendi] [a:direito] o caso é que eu vejo meu tio fazer e depois eu imito.
  • O Plebiscito: Eu seria a favor da monarquia porquê durante a campanha a propaganda mostrou os países que foram arrasados pela guerra e conseguiram dar a volta por cima e eu acho de deveríamos dar esta chance ao Brasil.O Brasil é um país [a:muito] rico mas não sabe disso!Grande parte de sua produção é jogada fora devido o grande desperdício, e então se o Brasil tivesse um líder que soubesse dirigir o país a crise não seria o seu problema.
Parte escrita
1993

  • E: Nilson... conta pra mim uma história que tenha acontecido com você... que tenha sido interessan::te... tris::te... alguma coisa que tenha acontecido com você...
    I: eh... não foi... nem muito intere/não foi nem [a:muito] triste... e nem [a:muito] alegre...era um dia de domingo... dia ensolarado... eu estava no portão da minha casa... quando... passou o carro do Almir Rangel... né? falando que::... no campo do Mundial... eh... haveria distribuição de ingressos para ir ao parque... parque do Almir Rangel... aí... estava maracado para as três horas... aí eu me arrumei... tal... tomei banho e fui... [a:só] que quando eu cheguei era por ordem... né? os menores na frente... os maiores atrás... eu era o antepenúltimo... aí ele deu pra mais de:: cinqüenta crianças... né? aí quando chegou na minha vez... acabou o ingresso... aí eu fiquei sem o ingresso... aí::... ele disse que não era pra mim ficar triste não... que tinha várias pessoas atrás... né? aí ele disse pra mim não ficar triste... porque... ama/ eh...no dia seguinte... ia [v:ser distribuído] [p:de] [a:novo] mas não no campo do Mundial... na rua Camaipi... lá na/ no Rio da Prata...
    E: sei... aí nesse outro dia você pegou... então?
    I: aí eu peguei...
    E: ah... tá...

  • E: conta agora uma história que tenha acontecido com outra pessoa... que alguém tenha te contado...
    I: eu vou contar a história da minha irmã... que aconteceu com a minha irmã... estava eu e minha mãe em casa... aí... minha irmã chegou em casa com o meu pai... choran::do... inconformada... não sabia o que fazer... chorava... chorava... chorava... minha mãe e eu perguntava o que tinha acontecido e ela não respondia... [a:só] sabia chorar...aí eu resolvi dar um copo d’água com açúcar pra ela... pra ver se acalmava... aí ela tomou... aí dentro de dez minutos ela resolveu falar o que tinha acontecido... ela disse que tinha comprado uma máquina... de costura... né? foi ela... meu pai... e... meu cunhado... comprar uma máquina de costura... lá na... Ultralar... aí eles foram... compraram a máquina... [a:só] que... [NULL SUBJECT] não [v:vieram] ... [a:direto] para casa... ainda foram na lojaonde meu cunhado trabalha... Casa Mattos de Campo Grande... aí deixaram a máquina atrás do balcão onde meu cunhado trabalha... na seção de pintura... aí foram lá em cima no segundo piso... na seção de livros... né? para... ver o preço de um livro pra mim... né? quando eles desceram... a máquina não estava mais... atrás do balcão onde eles haviam colocado... aí minha irmã desmaiou dentro da loja... aí deram um copo de água com açúcar pra ela... ela tomou... aí veio chorando... chorando... pelo meio da rua... aí chegou em casa... e... ela foi contou essa história... toda pra mim e pra minha mãe...
    E: mas quem estava na loja? ninguém viu... quem pegou?
    I: não... ninguém viu... eh... aí... desceu meu pai... meu cunhado... minha irmã... perguntaram pra várias pessoas... vários funcionários trabalham na loja... ninguém sabia informar... quem tinha roubado a máquina...meu pai a princípio até suspeitou [a:mesmo] de gente que trabalha na própria Casa Mattos... próprio colega do meu cunhado... ele suspeitou...
    E: quer ver... no caso... subiu... o teu cunhado... [tua irmã e teu pai...]
    I: [é... e a má/ ] é... e a máquina ficou sozinha... atrás do balcão onde meu cunhado trabalha... e ninguém ficou nessa seção... tomando conta da máquina... eles não pediram pra ninguém tomar conta...
    E: ah... e... eh... a máquina era pequenininha?
    I: era Singer... máquina de costura...
    E: mas era grande ou pequena?
    I: era aquela média... aquela que costura em zigue-zague... era aquela média assim... branca...não... sei se é [a:muito] grande não...
    E: ah... porque tem umas... de mão... sabe?
    I: ah... ah... não... não era de mão não... era aquela... eh... com o pé... que a gente aperta com o pé... mas não é... aquela que é... elétrica... eletricidade... você... liga na tomada... isso...
    E: ah... tá...

  • E: então agora me conta um lugar que você goste de ficar... lugar que você gosta de ficar me diz como ele é...
    I: ah... eu gosto de ficar... no Bosque do Rio da Prata... eh... lá tem várias coisas... tem balanço... tem escorrego... eh... tem muito verde... tem banco... é uma praça... sabe? é uma praça e ao mesmo tempo é bosque... tem várias pedras altas... às vezes quando eu estou triste assim eu gosto de ir pra lá ficar pensando... assim quando eu faço alguma coisa errada eu gosto de ir pra lá ficar pensando... no que eu fiz de errado assim... aí às vezes também/ todo final de semana eu vou pra lá com os meus colegas... fico brincando lá... é pertinho da minha casa...
    E: e a sua casa? qual... qual o lugar que você gosta de ficar mais dentro da sua casa?
    I: o lugar onde eu gosto de ficar mais? eh::... ah... no meu quarto... ah... no meu quarto... eu vou... fecho a porta... ligo o som no último volume... [fico lá cantan::do...]
    E: [e como é que é o seu quarto?]
    I: ah... meu quarto tem a minha cama... tem o duplex... né? tem... uma televisão pequena... né? eh... quatorze polegadas... eh... tem o som... dois em um... aí às vezes quando minha mãe não está em casa... eu vou pro quarto... quando eu estou triste também eu ligo...boto música no último volume lá de rock... fico [v:cantando][a:sozinho] ... às vezes também quando eu quero estudar vou pro meu quarto... me tranco... fico estudando...
    E: e que mais que tem no seu quarto?
    I: no meu quarto? tem carpete... tem... as roupas que fica dentro do guarda-vestido... eh... eh... várias coisas enfeitando a estante lá... eh... pato de louça... várias coisas...
    E: me conta... pode contar tudo...
    I: eh::... ah... tem um sofá lá que minha mãe tirou... da sala... colocou no quarto... tem::/ fica minha bola lá... meu jogo de... frescobol...
    E: seu quarto é grande?
    I: é... não... não é mui::to grande... né? é menor do que a sala... mas dá pra mim... estudar fazer tudo o que eu quero...
    E: ahn... tá...

  • E: e agora uma coisa que você saiba fazer?
    I: que eu sei fazer? eh... que eu sei fazer ou o que eu gosto de fazer?
    E: bem... eu que/ eu prefiro uma coisa que você saiba fazer... uma receita... pode ser um... um jogo...
    I: uhn... o que eu sei fazer bem é... cartão papel vegetal...
    E: como é que é?
    I: é assim... minha irmã e meu cunhado que me ensinou/ que me ensinaram... eh... é assim... a gente faz... nós trabalhamos com vários cartões assim... pra casamento... festa de quinze anos... batizado... lembrancinha... quando o neném nasce...a gente dá... assim... [a:inclusive] eu dei pra uma colega minha do ano passado... que ela fez quinze anos... eu dei um convite lindo... eu mesmo que fiz... é no papel vegetal mesmo... aquele papel... duro... [é papel vegetal...]
    E: [sei...]
    I: sabe o que que é? aí a gente trabalha com várias coisas... eh... que faz o cartão é várias coisas... caneta nanquim... eh... lápis pastel... queé tipo lápis de cera... [a:só] que o nome é lápis pastel... eh... furador... pra você furar... tesourinha... pequenininha... pra depois você cortar... [eh... dá maior trabalheira...]
    E: [e como é que?]
    I: é cansativo... mas... fica bonito depois de pronto...
    E:é como é que é que você faz [a:mesmo] ?
    I: eh... faço assim... tem uma borracha... uma borracha preta... pra colocar... pra colocar o papel sobre... a borracha... pra/ se colocar o papel (em cima de uma) mesa... furar não dá... aí coloca a borracha... aí coloca o... o papel vegetal sobre a borracha... aí ve/ aí bota a matriz em cima...é uma matriz que já vem [a:toda] furadinha...aí você coloca e prende com quatro grampinhos pra quando você tiver furando não sair a matriz do lugar... você não se perder... aí você pega o furador... fura... tem várias formas... eh... no furinho... tem... forma de flor... eh... do dia das mães... aí nesse que eu fiz pra minha colega... foi uma menina... deitada na grama... em vestido... bo/ lindo... rosa... aí o formato veio tudo numa menina... eh... assim... deitada na grama... aí eu fui... furei tudinho com o furador... aí depois eu tirei os grampinhos que seguram a matriz... tirei a matriz... aí peguei o papel vegetal... fui cortando... tudinho com a tesourinha... aí ficou o formato direitinho de uma menina... aí eu furo de três vezes... porque se eu errar um... aí tem o outro... se eu errar o outro tem o outro... aí se eu errar... aí não tem... aí eu furo três vezes... aí... você vai com um lápis pastel... mas por trás do cartão... aí passa... assim... aí depois você passa o dedo... em cima... aí você vira... aí sai lá... aí depois você pinta... com canetinha bem:: fraquinha... por trás também... sempre por trás... se pintar pela frente estraga... a única coisa que você bota pela frente... é o glíter...que você [a:primeiro] bota o esmalte incolor... por cima... e joga glíter... tipo purpurina... sabe? aí você joga por cima... aí fica... grudadinho... às vezes você pode colocar o glíter nas flores... né? pra dar um brilho diferente... você bota o... esmalte incolor nas pétalas das flores e joga o glíter por cima... mas é bem simples... aí por trás você coloca uma folha de/ eh... fina... tipo de papel de pipa... sabe? por trás... se você quiser escrever... se você quiser escrever alguma coisa nessa folha pra sua colega...é [a:só] escrever...
    E: sei... que história é essa de três furos? você falou que se errar o primeiro... [tem o segundo...]
    I: [é::] três papéis... você pega os três... pega três folhas de papel vegetal... aí coloca... junta três... aí bota em cima dessa borracha... que eu te falei... e coloca a matriz... e fura... quando você acabar de furar... você tira a matriz... e você destaca... você tira uma folha da outra... aí vão ficar três folhas... aí você pinta a primeira... aí caso você er/ erre... por exemplo você pintou uma... aí... onde não é pra pintar de vermelho... você pintou... você errou... aí você joga fora... aí já tem outra pronta... entendeu?
    E:mas isso você [a:só] fez um cartãozinho[pra ela...]
    I: [isso...] um cartãozinho... isso... aí o que sobrou... [s:eu] [v:faço] [a:novamente] pra deixar como ma/ como modelopra quem quiser ver eu amostro... entendeu? deixar como mostruário... né?

  • E: agora eu quero que você... me dê uma opinião sua... sobre algum assunto...
    I: ah... vou dar opinião da escola que eu estou estudando agora... [a:bom] ... foi assim... eu estudei...desde os seis anos de idade... do CA... até a sexta série... em colégio particular... que é o colégio Campo Grande... é colégio pago... né?então... ficou [a:muito] caro...aí minha mãe teve que me tirar... aí me colocou num colégio perto da... da minha casa... eh... ma/ Escola Municipal Mafalda Teixeira Alvarenga... aí eu fiz a sétima... e agora eu estou fazendo a oitava... ano passado... eu... senti... né? no meio do ano assim eu senti falta do outro colégio... Campo Grande... aí... minha mãe falou que talvez... quando eu passasse/ se eu passasse pro segundo grau... ela ia me voltar pra lá... mas agora... que eu passei pra oitava série... já... está no mês/ já vai passar pro mês de maio... eu não estou sentindo muita falta não... porque... eu acho a... Mafalda um colégio bom... né? apesar de muita bagunça na hora da merenda... né? é bom... os colegas são bons... eh... eu acho até melhor do que o outro colégio... né? Campo Grande... porque... esse colégio em relação ao outro... o outro era melhor no... no ensino... assim... né? porque aqui... se um professor faltar... que é escola municipal... né? o aluno vai embora... agora lá não... lá... a diretora faz de tudo... até se for o caso... até ela mesma dá aula... mas não deixa o aluno voltar pra casa... essa é a única diferença... né? agora em relação aos... aos alunos assim... eu prefiro daqui da Mafalda porque...muitos moram aqui no bairro [a:mesmo] ... né?que essa escola se localiza num bairro... né? bairro Arnaldo Eugênio... muitos... colegas meus também... que... daqui da rua... mu/ estudam aqui comigo... muitos são da minha sala... também... eh... eu não achei tão ruim assim não... vim pra cá... eh... se Deus qui... se Deus quiser ano que vem... né? já estou com o pé fora daqui... a minha mãe está querendo me voltar... lá pro Campo Grande... aí vamos ver... mas eu gostei... esses dois anos que eu estudei no Mafalda eu gostei da Mafalda... colégio bom... acho que quem vim pra cá... não... vai se arrepender... [a:só] em relação ao ensino... porque agora os alunos... assim... não tem muita bagun::ça não... assim... quando o professor está explicando... assim pelo menos na minha turma não... né? quando o professor pede pra ficar quieto... todos alunos ficam...mas agora... [a:só] tem um pouquinho de bagunça na hora da merenda... né?porque um não respeita o lugar do outro... quer entra na frente... aí... maior desorganização aqui... quase que a inspetora a dona Maria... sabe? se descabela aqui... pedindo pros alunos “vai pro lugar... entra na forma...” mas é bom a Mafalda... eu gosto... estou gostando...
    E: então tá... obrigada...
Parte oral
1993
  • Era um belo dia ensolarado, quando eu estava no muro de minha casa.Derrepente, passou o caminhão do Almir Rangel anunciando que no campo do Mundial, ( é um campo que se localiza defronte à minha escola ) haveria distribuição de ingressos para ir ao parque VI centenário, é o parque do Almir Rangel.A distribuição foi marcada para as 3:00 hs.Quando faltavam poucos minutos para as 3:00hs eu tomei meu banho, me arrumei, me perfumei e fui a tal distribuição.Chegando lá, a distribuição era por tamanho, eu como sou “grandão”, [a:lógico] fui quase um dos últimos na fila.Por incrível que pareça.Sabem o que aconteceu?Quando chegou [a:justamente] em mim o ingresso acabou, mas o Almir Rangel disse para mim não se preocupar,pois [v:haveria] distribuição [a:novamente] em outro lugar.Fim
  • Eu, minha mãe e minha sobrinha, estávamos em casa assistindo a novela das 7:00 hs, quando chegou minha irmã, meu pai e meu cunhado. [s:Minha irmã] chegou [v:chorando] [a:desesperada] , não mais o que fazer.Ela estava inconformada, enfim um “trapo”.Então eu resolvi preparar para ela, um copo d’água com açucar, ela bebeu e em seguida, resolveu contar o que havia acontecido.Os três ( meu pai, minha irmã e cunhado) foram na Ultralar comprar uma máquina de costura Singer.Foram e compraram a máquina.Assim que saíram da Ultralar, foram para Cassa Mattos, de campo grande, onde meu cunhado trabalha.Eles foram até lá para comprar um livro pra mim.Na ora de subir para o 2o piso, onde fica a seção de livro, foram todos os três.A máquina de costura ficou atrás da seção de pintura, onde meu cunhado trabalha.Assim que desceram do 2o piso, a máquina não estava mais lá no local onde deixaram.Eles não pediram para ninguém tomar conta porque estava bem escondida atrás do balcão.Continuando a história, assim que desceram, a máquina tinha sumido minha irmã ficou desesperada e não sabia mais o que fazer chorava demais no interior da loja e chegou a desmaiar por 10 min.Ela veio chorando o tempo todo de campo grande até em casa.Assim que eu dei o copo d’água para ela, ela resolveu contar tudo.Mas agora ela já está conformada e até perdeu as esperanças.Fim
  • Na minha casa a parte onde eu mais gosto de ficar é no meu quarto.Pois nele [s:eu] posso [v:fazer] tudo [a:sossegadamente] sem que ninguém me atrapalhe.O meu quarto é [a:muito] bome tem uma bela aparência nas janelas tem cortinas verdes, no chão um carpete, tem uma estante com livros, bibelôs etc.Em cima da mesinha de cabeceira tem 1 toca fita, tem uma televisão à cores de 14 polegadas, uma bola de volêibol no canto do quarto, as paredes são pintadas de branco, enfim eu gosto muito do meu quarto, porque eu posso me trancar nele e fazer tudo que quero e gosto de fazer em paz.Como:Ouvir música fank, fitas, [v:conversar] [a:sozinho] , pensar em alguémou em alguma coisa errada que eu tinha feito o que mais gosto, rezar assim que acordo, antes das refeições e assim que vou dormir. [a:Pronto] , descrevi todo meu quarto.
  • O que sei fazer quase bem, é cartão de papel vegetal.Aprendi com meu cunhado.Nós trabalhas com papel vegetal.fazemos convite de 15 anos, casamento, batizado, 1 ano, enfim tudo quanto é tipo de festa.lembrancinhas para quem irá fazer 1 ano, fazer 1a comunhão, assim que o bebê nascer a pessoa que visitar o bebê poderá sair de lá com uma lembrancinha que nós também trabalhamos.Para se fazer um cartão de papel vegetalé [a:muito] fácil.Basta você pegar uma borracha preta de preferência comprida, preta.Depois coloque o papel vegetal sobre a borrachae em cima deste papel põe-se uma matriz [a:toda] furada em forma do desenho que você desejar.se for uma festa de 1 ano, e o tema da festa for do baby Disney basta você fazer a matriz em forma do desenho do baby Disney,esta parte é [a:muito] fácilnão acham?Depois de colocar a matriz sobre o papel vegetal, venha com o furador, é um objeto metálico com ponta pontiaguda.Fure todos os buracos sem deixar nenhum.Assim que furar, retire a matriz sobre o papel, e corte todos os buracos do papel com tesourinha também pontiaguda.Depois de cortado, escolha um desenho de seu gosto e repasse-o para o papel vegetal.Após repassado com caneta nanquim preta, pinte-o por trás com canetinha e lápis pastel é um lápis tipo lápis de cera, maso nome é pastel e [v:custa] mas [a:caro] que o de cera.Depois de pintado se preferir, para dar mais vida ao cartão decore-o com glíter (porpurina) passe o esmalte incolor sobre o local desejado, pela frente e jogue o glíter por cima, em seguida o glíter secará e grudará no cartão. [a:Pronto] assim que se faz um cartão em papel vegetal.Viram como é fácil?Fim
  • Agora, darei minha opinião sobre a escola onde estudo.Ela é [a:muito] boa em relação aos ensinos, pois assim que eu saí de uma escola particular e fui para esta os livros eram os mesmos.Agora, em relação ao comportamento de 0 a 10 eu daria 5,5 pois há algumas desorganizações na ora do recreio, pois ninguém obedece a frente do outro na fila.Uns entram na frente dos outros empurrando, beliscando etc.Aí a inspetora Ana Maria Pinto quase que se descabela pedindo para todos se organizarem na fila, pararem de empurra-empurra etc.Agora em relação à escola toda ela ainda esta em reforma, pois os homens começaram a obra e não terminaram o vestiário se não fosse os alunos da 8a limpar estaria sujo até hoje, a escola ainda está sem o letreiro des do ano passado, mas em relação ao ensino é otimo.E eu espero que [a:breve] breve [s:a escola] [v:estará] [a:toda] perfeita.
Parte escrita
1993

  • E: conta pra mim uma história que tenha acontecido com você... alguma coisa que tenha sido interessante... alegre ou triste.
    I: quando eu fui/ quando eu estava na::... na sexta série aqui na escola... um... colega meu... né? ele... deu uma espetada no... no outro... né? ele tinha um::/esses negócios... qual o nome [a:mesmo] ?
    E: farpa
    I: é... farpinha... aí espetou... aí ele jo... jo... jogou na minha mesa... né? aí veio o professor... o co/ o garoto estava na minha frente... aí falou/ aí... aí... o outro... que estava na minha frente... que tomou a espetada... olhou pra trás... viu na minha mesa... falou pra professora que tinha sido eu... mas tinha sido o colega do lado... aí... o::/ foi até um professor de... de geografia... ele dava aula pra mim... aí chamou a dire/ eh... a diretora... dona Célia... aí a dona Célia veio aqui... pagou um esporro pra mim... eu falei que foi o garoto do lado... aí o garoto não confessou... aí ele/ ela queria me botar de suspensão...mas eu falei pra ela que não tinha sido eu mesmo... [a:sinceramente] ... aí ela foi... e me perdoou dessa vez...
    E: acreditou em você?
    I: acreditou... é... foi a única vez que ela acreditou ((riso))E: [a:só] isso? I: só...

  • E: conta pra mim uma história que tenha acontecido com alguém... que alguém te contou...
    I: nesse sábado agora que passou... eh... meu colega estava lá... no rodeio... né? ele e um::/ eu... não... eu não estava não... ele... ele chegou... ele me contando... né? falou que:: chegou uns... uns garoto daqui do... Arnaldo Eugênio... aí... esses negócios de confusão de baile... aí ele queria bater no outro colega... aí ele disse que... começaram a discutir lá... aí ele foi chamou as tropa... tropa não... uma galera pra pegar ele... aí ele... ele sabia artes marciais... né? aí foi... ( ) eh... foi uns cinco...ele:: brigou com os cinco... [a:só] que os cinco era um pouco menores do que ele... aí chegou a polícia civil... levou ele em cana...
    E: foi?
    I: foi...E: [a:só] isso? I: só...

  • E: agora diz pra mim o lugar que você gosta de ficar... diz como é que ele é...
    I: gosto de ficar na casa da minha ti/ minha avó... lá na Barra de Guaratiba... que a casa lá é bonita... também eu posso ficar na praia... que tem árvores em volta... pra/ que refresca um pouco... tem umas pedra grande lá que dá pra mim mergulhar... dá pra mim brincar com os colega dentro... dentro d’água... a areia lá é boa...
    E: o que mais que tem... na... na praia?
    I: lá...
    E: e qual a praia?
    I: Barra de Guaratiba... lá também tem um:: restaurante... Tubarão... que lá dá umas comida gosto::sa pra caramba... aí por isso que eu gosto de lá...

  • E: agora diz pra mim alguma coisa que você saiba fazer... como é que você faz...
    I: eu? eh... ano passado eu entrei num::... entrei num curso de:: silk-scream... aí aprendi a::... a estampar camisa... né? aí quando eu estou em casa... eu faço isso... eh...eu [a:primeiro] eu faço... a moldura... aí com... com a tinta... acho que é... plástica... anti-aderente... eu pinto as... as molduras... no desenho que eu quero fazer... depois eu estico a moldura... aí quando... eu vou passar pra camisa... eu... eu boto a camisa num lugar seco... estico ela... boto a moldura em cima... e passo a tinta assim... com a cor que eu quero... aí deixa umas meia hora assim... meia hora assim pra secar... depois de ter tirado a moldura... né? deixa umas horas pra secar... aí sai o desenho estampado...E: uhn... [a:legal] ... aí está pronta a camiseta?
    I: é...

  • E: agora eu quero que você dê sua opinião sobre alguma coisa... pode ser sobre a escola... sobre política... sobre o que você quiser...
    I: eu queria fazer uma crítica porque... aqui na escola eles exigem muitas coisas... ah...às vezes [s:algumas pessoas] não podem [v:ter] ... assim... tão [a:rápido] ... como assim... ter uma blusa de escola... (ter) uma carterinha... às vezes... eh... tem pessoas que não têm dinheiro pra comprar/ pra tirar uma foto... eles ficam exigindo... exigindo... exigindo... eh... acaba até as pessoas saindo da escola... como é o caso da mãe de um colega meu que saiu por isso... ele não estava com dinheiro pra comprar... a blusa de escola... aí ficaram insistindo tanto... ele não quis falar com a mãe... né? isso... porque sabia que a mãe estava passando dificuldade... eh... a mãe dela/ dele era solteira... né? viúva... o pai tinha morrido... aí ele foi saiu da escola... oh... ele tinha falado pra mãe que foi expulso... acho que eles não deveriam assim... pegar muito no pé dos alunos sem saber da vida deles...E: [a:só] isso?
Parte oral
1993
  • Espetada Na 6a série, na aula de geografia.Meu colega que estava sentado do meu lado, pegou uma taxinha e enfiou na tampa de tráz da caneta.Ele pegou a caneta e deu uma espetada no praço do garoto que estava sentado na minha frente, e jogou a caneta no meu colo.Então o garoto vendo isto, a caneta com a taxinha no meu colo achou que fosse eu que tinha o espetado então ele chamou o professor e o professor chamou a supervisora que me deu um escolacho sem eu ter feito nada.
  • Meu colega Cláudio foi ao rodeio neste sábado passado e teve uma surpresa.Uns garotos do baile queriam arrumar confusão com ele por causa de briga de baile.Mais eles não sabiam que meu colega lutava arte marcial e entram em atrito com ele, era mais ou menos uns cinco meu colega arrebentou os garotos.depoisa polícia civil chegou ao local e [a:só] levou presso ele que mais tarde foi liberado.
  • Eu gosto de ir na casa da minha vô na Barra de Guaratiba.pois, lá eu posso tomar Banho de praia até a hora que eu quizer, lá tem uma pedra enorme onde nós mergulhamos tem uma casa bonita e grande ela faz uma comida incrível na Barra tem uma praça bonita tem um restaurante chamado tubarão que serve frutos do mar entre outras coisas como durmir ouvindo o quebrar das ondas etc...
  • Para estampar uma roupa e [a:muito] fácil [a:primeiro] presizamos de uma tela, e nessa tela eu desenho o que eu quizerem seguida eu estico o pano e boto em cima a tela pego a tinta que eu desejar e boto em cima da tela e passo um rolo por cima para a tinta penetrar bem no pano então deixo uns 5 min.para secar e retiro a tela.
  • Eu acho que a diretoria não deveria fazer tanta pressão para que os alunos comprem camisa e caderneta escolares pois tem pessoas que não tem essa quantia para gastar na escola pois o pai pode estar desempregado Eu conheço um garoto que saiu dessa escola pois sua mãe estava desempregada e ele não falou nada com a mãe ele saiu da escola e foi trabalha.
Parte escrita
1993

  • E: Patrícia... eu quero que você me conte alguma história que tenha/ que você tenha visto ouque tenha acontecido com você que tenha sido ou [a:muito] engraçada ou triste... tá?
    I: tá... eh... eu estava vindo da casa da madrinha da minha irmã... aí ao passar em frente de um beco lá... tudo escuro lá... aí eu vi uma senhora com duas bolsas... né? ( ) de compra... aí vieram uns caras... e quiseram assaltar... a mulher... porra é maior sacanagem... né? a velhinha... né? pobre... e eles ir lá... tomar... a bolsa dela...isso é [a:muito] sacanagem... né? achei triste... né? aí... eu não me meti... né? porque eles estavam armados... fui pela outra rua e depois não sei que mais aconteceu...

  • E: Patrícia... eu quero que você me conte alguma história que::/ recontada... uma história que alguém lhe contou...
    I: foi... semana passada... né? eu não tinha vindo na escola... e quando eu cheguei no outro dia me disseram que a minha melhor amiga... a Jussara... levou uma suspensão por ter... respondido à diretora... aí... né? fiquei triste... também minha melhor amiga... né? aí::... ela foi suspensa... [a:só] vai voltar em agosto... na aula de português... né? aí a professora... estava dando aula para quinhentos e... quinhentos e três... e pra gente... que é oitocentos e um... aí na aula lá... a::... a gente estava fazendo muita bagunça... e a professora chamou a diretora... aí a diretora chegou lá... e foi... falar lá... dar... uma prensa na gente... né? aí a:: minha colega foi... não estava parando de falar... aí a professora falou/ a diretora (disse) “cala a boca...” aí ela foi e (falou...) ( ) a pessoa que me contou... disse que não ouviu... né? o que ela disse... e aí a diretora foi mandou ela ir para o gabinte... depois ela subiu... pegou a mochila e foi embora...

  • E: [a:bom] ... agora eu quero que você descreva o lugar que você mais gosta de ficar...
    I: o lugar que eu mais gosto de ficar é no quarto... lá tem a minha cama... a cama da minha irmã... o guarda-roupa em frente à cama... a televisão fica do lado... a bicicleta também fica lá dentro... as paredes são brancas... o quarto é bem alto... o teto é bem alto... o quarto não é tão grande... é médio... eh... o chão... o chão eh... tem tapete...é [a:todo] atapetado lá...que mais? ah... [a:só] isso [a:mesmo] ...

  • E: [a:bom] ... agora eu quero que você me faça/ eh::... me fale... como é que você faz alguma coisa... qual é o procedimento que você faz pra fazer alguma coisa...
    I: ( ) quando eu faço o arroz... eu pego da lata... ponho na bacia... lavo bastante... umas dez vezes... até sair aquela água branca... depois pego... escorro... pego alho/ ponho uma panela... né? de água... para ferver... pego o alho... em outra pan... panela soco... ponho::... com óleo... aí deixo fritar... jogo o arroz dentro... me/ refogo bastante... ponho sal... e depois eu ponho água dentro... daí é o arroz simples... né? porque... quando eu faço outro arroz... aí eu ponho mais/ extrato de tomate... ketchup... ponho pimentão... batata... e outras coisas...

  • E: agora eu quero que você me dê uma opinião sobre alguma coisa...
    I: ah... eh:: sobre os meus pais... eles são... super::/ ah... eles não deixam eu sair... sabe? eu acho que::... é um bando de careta... não sei quê “que você não pode namorar::... porque você é [a:muito] no::va...” que não sei quê... eh::... ah... eles quase não deixam eu sair... né? não é::...eu fico trancada [a:direto] ... eu saio... né?mas saio assim com tanta... freqüência... eh... ah... sei lá... eu acho isso uma babaquice... né? pô... ficar prendendo... é isso...
    E: tá bom...
Parte oral
1993
  • Na minha vinda da casa da comadre da minha mãe, ao passar em frente a um beco escuro eu vi um assalto que acontecia entre uma velha senhora e alguns caras que tentavam levar suas bolsas de compra.Eu achei [a:muito] desagradável, mas não me envolvi,pois não ajudaria em nada [a:mesmo] , então resolvi modificar meu caminho, sem ter conhecimento do que aconteceu depois naquele beco sinistro.
  • Na semana passada eu faltei à aula um dia, e quando fui à escola, fiquei sabendo que a minha melhor amiga tinha sido suspensa por ter respondido à diretora...fiquei chocada ao saber da notícia e um pouco triste em saber queela [a:só] retornará em agosto.A história que se conta por aí é que o fato se deu na aula de português, quando a professora tentava dar aula para duas turmas ao mesmo tempo, para a quinhentos e três e para a nossa, a oitocentos.A nossa turma estava fazendo muita bagunça e quando a diretora foi nos repreender, a minha colega não parava de falar, então a diretora mandou que ela se calasse e aí aconteceu a discusão da qual se originou a tão falada suspensão, a garota foi até ao gabinete da diretora [a:só] retornando à sala de aula para pegar seu material e sair logo após.
  • Meu lugar preferido para se ficar é o meu quarto, pois lá tem a minha cama, o guarda roupa, televisão, muitas coisas legais...é um lugar bem arejado, aconchegante e agradável de se ficar.As paredes são brancas,o chão é [a:todo] atapetado, e eu ainda posso guardar a minha bicicleta dentro dele.
  • Eu adoro conzinhar, e uma coisa que eu adoro fazer é arroz, eu lavo bem em uma bacia, escorro, refogo no alho bem fritinho no óleo, ponho sal e água e deixo cozinhar, e em alguns minutos tenho pronto um arroz bem simples.Porém, quando eu quero um arroz especial eu acrescento extrato de tomate, pimentão e alguns ingredientes interessantes...
  • Minha opinião sobre meus pais é que eles são [a:muito] caretasme prendem e isso não tem nada a ver,dizem que sou [a:muito] nova para namorare não me deixam sair com muita freqüência.Acho que eles deveriam repensar as suas atitudes.
Parte escrita
1993

  • E: informante... Paula Fernanda...
    I: no começo desse ano... eu... eu conheci uma garota assim queeu pensava que ela era [a:muito] minha amiga... ela me convidou para ir na casa dela... né? me apresentou um amigo dela... aí eu assim... me apaixonei por ele... né? ((riso)) aí... ela ficava falando que ele dizia um montão de coisa... que... não gostava de mim...que me achava [a:muito] infantil... aí teve um dia que eu fui pra casa dela... ele estava lá... aí ele foi/ a gente começou a conversar... e nessa conversa eu descobri que tudo que ela falava era menti::ra... que ele não me chamava de infantil coisa nenhuma... que ele até gostava de mim... se amarrava na minha... e:: ((riso)) aí eu... come/ eu passei a... conhecer como ela era... depois disso [s:ela] ficou tão sem graça... que assim nem [v:fala] comigo [a:direito] mais... eh::... fala assim... vira a ca::ra... [a:muito] difícil dela falar agora... aí agora esse amigo meu... que é dela também... ele telefona pra mim... agora... conversa... é agora eu estou sabendo tudo que ela falava era mentira... quenada que ela falava era verdade [a:mesmo] ... não tinha nem um pouquinho de verdade em tudo que ela falava...

  • E: Paula... agora eu quero que você conte para mim uma história que alguém tenha lhe contado... uma história recontada...
    I: eh::... minha amiga me contou uma vez... que ela tinha... uma vizinha que ela era super apaixonada por um garoto... e esse garoto tinha namorada... ele não queria nada com ela... aí depois passaram dois meses... esse garoto brigou com a namora::da... aí ele... ficou sendo amigo dessa... menina... ficou com ela... namorou e tudo... ela estava super feliz... super apaixonada... aí depois... ele foi... brigou com ela... depois de um mês de namoro... ele brigou com ela...e ela ficou sabendo que ele [a:só] ficou com ela... namorou com ela... pra... causar ciúmes na... na ex-namorada dele... aí ela ficou assim super magoada com ele... ele/mas [a:só] que ele nem deu bola... pra ela... ( ) ele ficou sabendo que ela estava magoada... queela estava [a:muito] triste... mas não deu bola... voltou a con/ a namorar voltou a namorar com essa ex-namorada dele...hoje eles são até noivos... já... mas [a:só] que/ a minha colega ficou assim/ quando ela... soube da história... ela ficou assim... de boca aberta... por que/ não sabia... porque ela não conhecia o garato... não sabia que ele era tão falso... aí ela foi... me contou assim... eu também fiquei assim... super... assustada...
    E: mas como é que ela contou? como/ qual foi a reação dela quando ela te contou essa história?
    I: ela contou assim::... apavorada... assustada... ela estava estranha... parecia que tinha sido com ela... sabe? super estranho o que ela contou o jeito...
    E: o namorado era dela? ou ela que contou pra você a história de outra pessoa?
    I: ela contou a história de outra pessoa... mas ela contou assim num estado... que parecia que tinha acontecido com ela... não com uma outra pessoa...
    E: tá bom...

  • E: Paula... agora eu quero que você descreva o lugar onde você mais gosta de ficar...
    I: eu gosto de ficar no meu quarto... que... assim... é super confortá::vel... eh... tem telefone... eu telefono para as minhas colegas de lá... fico no quarto vendo televisão... eu acho super confortável... é o lugar da casa que eu mais gosto de ficar...
    E: agora... como é que ele é? eu quero que você me explique como ele é... se ele é grande... se é pequeno... se é largo... como é que ele é?
    I: ele é médio... assim... tem o guarda-roupa... a cama... a penteadeira... as... cortinas... duas janelas...ele é assim [a:médio] ... não é grande... nem é pequeno...os móveis são brancos... a cortina cor-de-rosa... a parede é:: branca... branca assim... gelo... entendeu? eh:: o chão é de taco... tem um tapete peludinho... do lado da cama... a televisão fica bem de frente pra cama... o telefone é do lado da cama também... a cama fica encostada na parede... e é assim é super confortável... o colchão da cama é bem macio... é bem quentinho...

  • E: Paula... eu agora eu quero que você conte para mim alguma coisa que você saiba fazer... qualquer coisa...
    I: eu sei fazer arroz... eu faço assim... pego... lavo o arroz... deixo de molho... lavo bem... depois... boto óleo na panela... sal... alho... soco tudo... depois boto o arroz... deixo ele/ boto água... deixo ele cozinhar... em... fogo baixo... deixo ver mais o que eu sei fazer... ah::... eu sei fazer purê de batata... eu pego... boto a água... descasco a batata... boto para tudo pra cozinhar... depois que estiver pronto... eu boto na vasilha... amasso a batata... leite e a manteiga...

  • E: agora... você... tem que dar uma opinião sobre alguma coisa...
    I: assim eu acho...meus amigos não são assim [a:totalmente] sinceros... entendeu? eles são sinceros assim na minha frente... por trás de mim... que eu sei...por trás de mim... eles falam [a:muito] mal... e eu não sou assim com eles...eu sou [a:muito] sincera... com eles... eu acho assim que eles também tinham que ser sincero comigo... do mesmo jeito que eu estou agindo com eles... eles tinham que agir comigo... não ser falsos como são... sobre a escola... eu acho assim... a escola é até boa... mas deviam de pintar... consertar as carteiras... dar assim um aumento para os professores... que eles aí trabalhariam com mais gosto do que já trabalham aqui... queos professores são bons... também... são [a:muitos] bons... eh::...eles explicam [a:muito] bem::... com a maior boa vontade...
Parte oral
1993
  • Eu conheço uma garota que no início desse ano,era [a:muito] minha amiga.Um dia essa garota me convidou para ir a casa dela e quando lá cheguei ela me apresentou a um amigo dela e eu me apaixonei por ele e contei para ela.Ela me disse que ele não gostava de mim,e achava [a:muito] infantil..Certo dia eu fui a casa desta menina e encontrei esse garoto, começamos a conversar e eu descobri que tudo que ela me contava, que ele não gostava de mim, era mentira, e ele até gostava de mim também.Depois desse dia essa garota ficou morrendo de vergonha e parou até de falar comigo.
  • Uma amiga minha me contou que ela tinha uma vizinha que gostava muito de um rapaz mas esse rapaz nem dava bola para ela.Depois esse rapaz se aproximou e ficou amigo da menina, começaram a namorar e ela ficou super feliz.Depois de um mes de namoro ele terminou o namoro assim sem mais nem menos e a garota ficou super triste,ficou [a:muito] magoada.Então ela descobriu que ele [a:só] namorou com ela para causar ciúmes numa ex-namorada dele.Ele terminou o namoro com esta vizinha da minha amiga e voltou para a outra.
  • Eu gosto muito de ficar no meu quarto.Meu quarto não é [a:muito] grande mas é [a:muito] confortável.Lá tem a cama, o guarda-roupa, a penteadeira, a televisão que fica em frente a cama, do lado da cama fica o telefone, tem um tapete peludo.O chão é de taco, os móveis são brancos e as cortinas cor-de- rosa.
  • Uma coisa que eu sei fazer é arroz. [a:Primeiro] eu lavo o arroz, ponho de molho, ponho o óleo, o alho e o sal na panela soco tudo, deixo o alho dourar, depois jogo o arroz, boto água e deixo cozinhar.Eu também sei fazer purê de batata, pego as batatas descasco, boto para conzinhar depois coloco numa vasilha, amasso as batatas coloco o leite e a manteiga e misturo.
  • Eu penso que meus amigos deveríam ser mais sinceros comigo.Eles são falsos, na minha frente eles me tratam bem, são legais mas quando eu não estou presente eles falam mal de mim me criticam e eu não acho isso certo.Gostaria também que pintassem a escola, consertassem as carteiras e que o salário dos professores fosse aumentado para que eles trabalhassem com mais vontade.Os professores daqui são [a:muito] bons, [a:muito] dedicados, merecem um salário melhor.
Parte escrita
1993

  • E: Queli... conta pra mim uma história que tenha acontecido com você... que tenha sido interessan::te... triste... alegre...
    I: eh... eu costumava passear à tarde... ah... não à noite... com uma colega minha...nós éramos [a:muito] amigas... agora ela mudou... aí nós fomos passear... lá para as onze horas... porque... chegou meu primo com a namorada... nós tivemos que esperar eles irem embora pra poder passear... aí nós vínhamos subindo a rua... estava deserta... era bem tarde... vinham dois caras atrás da gente... aí a minha colega falou assim “Queli? vamos [v:andar] [a:rápido] ?vamos sair correndo...” aí eu falei assim “não... espera... vamos devagar...” aí “vamos com calma...”aí disfarçamos... continuamos... eles vieram mais rápido... alcançaram a gente... pegaram... falaram assim “menina... posso falar com vocês?” eu falei assim “nós estamos com pressa...” aí ele pegou e falou assim eh... “não... mas é rapidinho... sabe o que que é? é que a gente queria conhecer vocês...” aí eu peguei... falei assim “não colega... nós estamos com pressa... eu tenho que ir na casa de uma colega minha...” aí ele falou “mas é rapidinho... sabe o que que é? é porque esse meu colega aqui...” era o garoto que estava com ele... “esse meu colega aqui... ele:: diz que vê você passando todos os dias aqui na rua... e::... estava a fim de te conhecer...”eu falei assim “mas quem disse que eu passo todos os dias aqui na rua?” mas eu passava [a:mesmo] ... sabe?aí ele pegou... falou assim “não... (não sabia) quando você passa...” eu falei “quem disse que eu passo nessa rua?” aí ele pegou... falou assim “ué... você nunca passou?” eu falei “primeira vez que eu estou passando aqui nessa rua...” ((risos)) mas era mentira... aí... ela/ ele pegou falou assim “não... mas sabe o que é que é? é rapidinho... vamos ali tomar uma Coca-cola num bar...” mas o bar estava cheio de homem... eu falei assim “esse cara deve ser louco... chamando a gente pra tomar uma Coca-cola aqui... nessa hora... da... da noite... aqui nesse bar...” aí nós pegamos... falamos assim “não... não posso não colega...” aí ele falou assim “por que não pode?” eu falei “não posso não...” aí ele falou assim... “você toma uma Coca-cola com o meu colega e eu tomo com a sua colega...” eu falei “não... mas eu não posso não...” aí ele pegou... falou assim “por que não pode?” eu falei assim “não... sabe o que que é colega? é que eu tenho namorado... e ela também...” aí ele pegou e falou assim::“mentira... vocês estão mentindo pra gente...”mas eu estava mentindo [a:mesmo] ... aí pre/ ( ) pra ele acreditar... eu peguei... eu falei assim “olha... eu te dou o nome e o endereço dele...” mas era um ex-namorado meu... não era o que eu estava namorando... aí eu falei “o nome dele é esse... mora na rua tal...” aí... ele pegoue falou assim “ah... mas colega [a:rapidinho] ...”eu falei “não... não posso não... dá licença que a gente tem que ir...” aí continuei apertando o passo... fomos passear lá pra marinha... e depois pra voltar?o medo de voltar lá e [s:eles] [v:estarem][p:de] [a:novo] ?aí nós tivemos que dar uma volta danada... ele perguntou pra gente... antes disso... onde a gente morava... que ele levava a gente em casa... aí... eu peguei... falei assim “não... a gente mora lá na Vila Adelaide...” porque... “mas a gente não pode/ você não pode levar a gente porque nós/ eu/...minha mãe não deixa eu namorar... [s:eu] [v:namorava] [a:escondido] ... se você for lá perto da minha rua... ela vai me ver contigo... aí vai depois brigar comigo...” aí ele falou assim “não... mas eu te levo até a metade do caminho...” eu falei “não... mas ali no Arnaldo Eugênio já... já... tem muito conhecidos... se você vier até o Arnaldo Eugênio ali no campo Mundial... eu já conheço muita gente...” ele falou assim “tá legal...” aí nós fomos embora... aí tivemos que dar uma volta danada...passar lá pela rua da feira... lá na Estrada do Pé... pra [v:sair] aqui embaixo [p:de] [a:novo] ... e chegar em casa...
    E: cara insistente... né?
    I: insistente pra caramba...
    E: depois... você nunca mais viu o cara?
    I: aí outro dia eu estava com o meu namorado... na padaria ali... da rua do Brizolão... eu vi ele parado assim conversando com os colegas...
    E: e ele te reconheceu?
    I: reconheceu... ele ficou... olhando assim pra minha cara... eu disfarcei assim... olhei para um lado... olhei pro outro... aí falei até com meu namorado... pra ver se ele se mancava... sabe? mas aí ele pegou... e continuo olhando... quis nem saber...

  • E: conta uma história que tenha acontecido com alguém... que alguém te contou...
    I: tá... outro dia... minha mãe costumava ir numa rua de cima ali... porque nós temos muitos conhecidos... eu já morei ali... sabe? foi ela e meu irmão... aí ela me contou... que chegando lá... eles ficaram conversando com... com... o pessoal de lá... daqui a pouco começou a correr gente lá pra esquina... correr gente assim... correr bastante gente... ela foi... chegando lá... tinha um colega nosso... um garotinho... acho que ele até estuda aqui no colégio... ele... ele pegou um pano... forrou no chão... na encruzilhada... deitou... forrou outro por cima... botou quatro velas assim em volta dele... cobriu o rosto e ficou ali deitado... ele:: e mais um colega... o colega estava sabendo... fingindo de morto... aí chegaram quatro meninas... e foram olhar... quando elas olharam... ele... ele... estava parado... estava quieto... ele levantou... na hora que ele levantou as meninas disfarçaram assim... olharam pro lado... saíram correndo... depois foi... foi... mais gente... foi chegando mais gente... ele continuou deitado... aí... chegou um:: cara... mais velho... e chegou e falou assim “ah... se fosse na minha rua... eu já tinha mandado passar fogo nesse menino...” aí ele ficou com medo... o cara foi embora... aí ele continuou deitado... mas ele estava com medo... quando o cara foi chegando... aí o colega dele falou assim “ih... sujou... sujou... o cara está voltando...” ele pegou... saiu correndo... aí o cara foi embora... [s:ele] [v:deitou] ali [p:de] [a:novo] ... aí chamaram a irmã dele mais velha... porque ele não tem mãe... a irmã dele... a irmã dele começou a bater nele “mas você não sabe o que fazer menino... você me deixa nervosa... [a:só] vive aprontando...” saiu batendo nele no meio da rua na frente de todo mundo... aí as velas ficaram tudo caída assim no chão... aí levou ele pra casa... e bateu... bateu... bastante nele... depois disso... aí o pessoal foi saindo... foi saindo... e minha mãe veio embora... ((riso de E))

  • E: diz como é o lugar que você mais gosta de ficar...
    I: que eu gosto de ficar? ali perto do... jardim... ali da escola ali atrás... porque... tem muito/ tem árvores ali... né? às vezes eu estou a fim de ficar sozinha... eu fico ali... não tem ninguém... fico olhando assim... as árvores...tudo [a:muito] quieto... muito silêncio... sabe? aí eu gosto de ficar ali...
    E: tá... e agora na tua casa? [qual o lugar que] você gosta mais de ficar na tua casa?
    I: [na minha casa] ah... é no quarto...
    E: como é que é o teu quarto?
    I: ele é/... tem que dizer o que tem nele?
    E: é...
    I: tem um amário... duplex... a minha cama... a do meu irmão... tem... tem uma janela assim... cortina... tem a caixa de brinquedo do meu irmão... no meu quarto... eh... acho que só... o ventilador também...
    E: que cor que é o teu quarto?
    I: branco...
    E: tem alguma coisa assim... especial nele que você goste?
    I: nada de especial... quando eu gosto de ficar sozinha... fico no quarto...

  • E: conta pra mim alguma coisa que você saiba fazer...
    I: eu sei... pintar gesso...porque... [a:geralmente] o gesso tem que pintar com tinta a óleo... mas eu comprava... o... desenho pronto... porque lá em casa não tinha lugar onde fazer... então eu comprava... pintava com tinta guache porque eu não tinha muita prática... pra... pra pintar... e eu podia borrar e não ter como::/ estragar o coisa... né? aí eu pintava com tinta guache... depois pra... não ficar soltando... eu passava verniz... passava verniz com algodão... algodão... passava verniz... e jogava glíter em cima... porque o próprio... verniz... agarra o glíter...
    E: sei... mas na hora que você passava com cotonete não saía tinta no cotonete não?
    I:não... não... o verniz eu passava... o/ a tinta eu passava com o pincel [a:mesmo] ... tem vários pincéis... pincéis... daqueles mais grossos... daqueles mais finos... que tem detalhes que não dá pra pintar com aqueles grandes... né? aí eu passava... e o verniz eu passava com algodão... porque meu tio... ele trabalha em::... em lojas de móveis... trabalhava... não trabalha mais... e ele... arrumou pra mim... verniz... aí eu passava com algodão... jogava o glíter em cima e botava pra secar...
    E: eu digo assim... a/ o verniz... é forte... [né?] ele não... não tirava o guache não?
    I: [é] não... [a:primeiro] tinha que esperar secar... o guache... pintava... aí esperava secar... jogava/ passava o verniz... e jogava o glíter... que o glíter agarrava no verniz... [a:só] era... ruim pras tintas brancas...porque [a:geralmente] o verniz dava uma cor amarelada... [sabe?] mas das outras ficava tudo legal... mas eu parei...
    E: [é] você... pintava que tipo de... bicho?
    I: tudo...eu não pintava [a:só] bicho não... eu pintava cesta de flores... leques... botava nos leques... eu botava plumas assim em volta... sabe? lacinho... essas coisas que levava florzinha... eu pintava... pintava... coisas de cozinha... frutas... talheres... sabe? muita coisa... porta-jóia...
    E: e você fazia por encomenda?
    I: não... eu fazia... e mostrava... e vendia... mas quem mostrava era minha mãe...eu ficava [a:só] pintando...minha mãe... sabe? ia... na casa de conhecidos e vendia... aí eu parei... perdi a paciência...

  • E: o que você acha aqui da escola? qual sua opinião... sobre... os professores...
    I: eu gosto muito da Mafalda... eu já estudo aqui desde do... desde do CA... porque eu entrei aqui... eu faço aniversário em outubro... então... as matrículas eram em junho... julho...e eu não tinha idade ainda pra entrar... porque [a:antigamente] era com sete anos... então eu ainda tinha seis anos... eu ia fazer em outubro... então eu entrei atrasada...e eu [a:só] po... podia entrar... só podia entrar na/ no CA... [NULL SUBJECT] não podia [v:entrar] [a:direto] na primeira série... aí eu entrei pro CA... estudei quinze dias... no CA porqueeu já era [a:muito] adiantada...elas me passaram pra primeira série... aí de lá... eu estudei oito anos aqui... conheço... a maioria dos professores daqui...acho essa escola [a:muito] boa... [a:principalmente] agora que fez... a qua::dra... fez reforma... né?apesar de... não poder usar ainda...é [a:muito] boa... a diretora... também é [a:muito] boa...tem horas que... não dá muito pra... agüentar com ela...quando ela está de [a:muito] mau humor...mas ela é [a:muito] legal...
    E: você então...pegou outra diretora ou [a:só] ela?
    I: [a:só] ela...teve até... reeleição pra diretora... a... professora Lenita se candidatou... mas não venceu não...
    E: a de música?
    I: é... de música... ela... se candidatou... mas todo mundo estava ainda com a dona Lourdes... querendo [votar nela...]
    E: [só elas duas] se candidataram?
    I: [a:só] elas... [a:só] tinha duas candidatas...
    E: mas e aí? o que que você acha dos... professores?
    I:os professores... eu acho [a:muito] legal...professor/ pelo menos na minha opinião a:: professora que eu mais gosto... é a dona Solange... de matemática... ela é super divertida... estudo aqui há muito tempo e... pelo menos que... eu saiba... ela é a melhor professora...não [a:só] na minha opinião... tem alunos também que acham... eu gosto de todos os professores daqui... mas... ela... acho que é a melhor...
    E: mais simpática?
    I: é... mais simpática... ela é mais diverti::da... ela/... eu acho que ela...tem uma maneira de explicar [a:muito] ... muito prática... e não é:: aquela aula chata... é uma aula divertida... sabe? ela dá assim... ela incentiva a gente a estudar... sabe? eu gosto muito dela... da... da dona Darci também... eu gosto da dona Darci... dona Cláudia... todo mundo...
    E: e o que você não gosta aqui da escola?
    I: ah... o que eu não gosto? não gosto... do.../ dos... dos horários... assim de estudo... tempos de aula... assim de educação fí::sica... eu não... gosto muito de educação física... eu não gosto muito de esportes... eu gosto mais de ginástica... assim fazer... sabe?e... [a:geralmente] quando tem... educação física... eu fico senta::da... escrevendo alguma coisa... conversando... e o tempo de educação física... eu acho que... não deveria ser assim... eh... no mesmo horário das aulas... porque às vezes a gente faz educação física cedo... aí depois vai assistir aula...eu acho que é [a:muito] desorganizado...deveria ser assim no final::... não gosto assim dos horários... da escola...
Parte oral
1993
  • Outro dia, eu e uma colega minha fomos passear à noite.Era costume , mas aquele dia nós fomos passear mais tarde porque recebi uma visita e [a:só] pudi sair depois de onze horas.Estávamos passeando quando notamos dois homens nos seguindo.Daí minha colega disse: Queli vamos correr.E eu falei: —não, vamos desfarçar e [v:andar] [a:rápido] .Assim fizemos.Mas os caras apertaram o passo nos alcançaram e falaram: — Podemos falar com vocês?E eu: Sabe o que é colega, é que nós estamos com pressa.E ele: Não mas é rapidinho.É que o meu colega queria te conhecer melhor, e eu à sua colega.Eu: Não colega, estamos com pressa, com muita pressa.E ele: Mas é rápido.Sabe o que é?É que o meu colega disse que vê você passando por aqui todos os dias e é “anfim” de você.Eu:Mas quem disse eu passo aqui todos os dias? ( Eu passava [a:mesmo] )Ele sem graça respondeu: Quando você passa.E.Mas quem disse que eu passo aqui?...Olha colega, é a primeira vez que eu passo nesta rua, portanto, deixe-nos ir.Ele [a:insistentemente] : Mas é rapidinho.Eu: Não dá colega.Ele: mas porquê?Eu: Sabe o que é, eu vou falar a verdade, é que nós temos namorado.Ele: É mentira, vocês estão inventando isso.Para provar eu falei o nome co endereço de um ex-namorado meu, e o nome e endereço de uma paquera da minha colega.Daí ele falou: É rapidinho. [s:Eu] [a:novamente] [v:respondi] não.E ele perguntou: Pra onde vocês estão indo?Eu: Pra casa de uma colega.Ele: Então nos vamos com vocês e depois levamo-as em casa. [s:Eu] [a:rapidamente] [v:respondi] :não,as nossas mães não deixam namorar, [NULL SUBJECT] [v:namoramos] [a:escondido] .Daí, ele quiz nos levar para um bar cheio de homem para tomar refrigerantes e enquanto eles entravam no bar nós saímos correndo.Passeamos bastante.Mas é pra voltar?Tivemos que dar uma volta enorme para não passar naquela rua, com medo de [v:encontrá-los] [a:novamente] .
  • Minha mãe e meu irmão foram visitar uns amigos nossos e quando chegaram, me contaram que um moleque forrou um pano branco na encruzilhada, deitou-se no pano, com uma vela em cada ponta do pano e se cobriu com outro.Umas meninas que estavam passeando pararam para olhar, pensando que ele estava morto, aí, quando elas se aproximaram ele se movimentou. [a:Rapidamente] [s:elas] [v:desfarçaram] e saíram assustadas.Depois de um curto tempo, o local estava cheio, as pessoas olhavam, quando homem disse: Se fosse na minha área, eu tinha mandado uma “bala”!Depois saiu.Quando o cara voltou um garoto falou: “sujou”!Anderson (o menino que estava deitado).Ele saiu correndo.Depois disso tudo a irmã mais velha dele, foi lá e saiu batendo nele no meio da rua e o levou pra casa.
  • No meu quarto tem a minha cama, a do meu irmão, tem um guarda-roupa duplex, uma cortina, uns enfeites pendurados na parede, um quadro meu, um tapete e a caixa de brinquedos do meu irmão.
  • Quando eu compro gesso, eu compro o gesso já pronto, porque lá em casa não tem espaço para fazer;como eu não tenho prática e posso barrar, eu pinto com guache, passo verniz com algodão e jogo glíter com o verniz ainda molhado para agarrar.Depois, eu dou o toque final com plumas, fitas, etc...
  • Eu acho uma escola boa.Já estudo aqui há 8 anos.Gosto das professoras, mas a que eu mais gosto é a dona Solange,pois ela explica [a:muito] beme torna a aula divertida.A diretora é [a:muito] boa mais é ignorante.As salas são boas, a quadra, o vestiário que agora abriu.Enfim, apesar de tudo é boa.
Parte escrita
1993

  • E: conta pra mim uma história que tenha acontecido com você... pode ser uma história alegre... triste... engraçada...
    I: foi no dia que:: minha mãe... ( ) eh... no... Natal do ano passado... a minha mãe... antes do Na/ não... foi no meu aniversário do ano passado... minha mãe me deu um tênis de presente... sabe? [a:só] que aí o tênis não ca/ eh... não coube no meu pé... aí eu tive que trocar... ela trabalhava... aí ela saiu/ foi trabalhar de manhã... eu fui trocar o/ a gente marcou no Barra Shopping à tarde... aí quando eu fui pro po/ quando eu estava indo/ me arrumei fui pro Barra Shopping... aí peguei um:: ôni/ uma linha de ônibus... setecentos e um...que é [a:muito] assaltada...sabe? [a:só] que eu nem/ eu estava desligado... sabe? aí eu fui... né? aí sentei no ônibus... aí sentou um camarada do meu lado... escurinho ma/ alto e magro... aí sentou... aí começou a... olhar de cima embaixo pra mim... aí quando eu tentei levantar pra... sair do ônibus... aí... aí... ele não deixou não... ele... aí ele ficou... porque eu estava sentado do lado de trás... aí ele... aí ele... fe/ prendeu a perna assim... e falou “não solta não... [a:primeiro] tu vai me dizer que que tem dentro dessa caixa aí...” eu falei “aqui não tem nada não... aqui tem jornal velho...” eu inventei pra ele... sabe? aí ele falou assim “mentira... eu sei que essa caixa aí é da Redley...” não sei quê... aí ele viu a sacola... sabe? da Redley... aí ele falou assim “agora tu vai deixar essa sacola aqui... ali naquele banco ali... porque senão eu vou ser obrigado a te dar um teco...” falou assim pra mim... né? aí eu falei “ah... não vou deixar não...” aí eu olhei assim pro... pro trocador... ele falou “nem pense nisso... [NULL SUBJECT] estou [v:falando] [a:sério] hein...” aí colocou na/ [a:só] que ele não tinha arma não... tinha um canivete... sabe? colocou assim do meu lado... que ele estava com uma jaqueta preta... aí colocou do meu lado... aí eu fiquei quieto... né? fiquei ner/ comecei a ficar nervoso... a gaguejar... sabe? aí ele fa/ aí ele falou assim pra mim “agora tu vai ter que deixar esse tênis aí...” eu falei “pô... eu ganhei esse tênis agora... no meu aniversário e vou trocar... tu já vai levar cara... nem usei...” aí ele falou “é isso [a:mesmo] ... tem... tem que ser esperto...tu [v:deu] [a:mole] ... agora tu vai ter que deixar esse tênis aí... que eu não vou perder a viagem não...” aí eu fui... deixei o tênis... aí ele falou “ago/...” aí ele falou assim... aí ele falou pra mim... pra mim... soltar no... no próximo ponto... que ele ia soltar depois ia ver se... se eu... ia chamar alguém pra... perseguir ele... entendeu? aí eu tive/ aí eu soltei... aí eu soltei... aí... num ponto depois ele saltou... aí ele veio atrás de mim... aí eu... aí eu/ aí ele veio atrás de mim... aí eu comecei a correr... aí a correr... cheguei até... até... o supermercado Sendas... lá perto da::/ Rio Centro... sabe? conhece Rio Centro?
    E: sei...
    I: então... aí comecei correr pra lá... entrei no supermercado... aí fui telefonar pro meu pai... aí telefonei pro meu pai... contei pra ele a história toda... aí quando/ aí fiquei esperando lá dentro ele chegar... quando... aí... eu/ eu e meu pai demos uma volta... né? pra ver se o cara estava por ali... aí não estava mais... aí a gente foi pra casa... aí... acabou que o cara ficou com meu tênis...
    I: brincadeira... [né?]
    E: [é...] aí ela teve que comprar outro...

  • I: conta pra mim agora uma história... que alguém tenha te contado... pode ser uma história alegre também... interessante... triste... que alguém tenha te contado...
    E: ontem... ontem eu/ meu colega... o Olivaldo da minha sala me chamou pra ir... no... no rodeio... aí eu/ ontem eu falei pra ele que não podia ir não... porque eu já tinha ido sábado... aí ontem eu não estava a fim de ir não... aí ele foi... né? aí chegou hoje de manhã aqui... ele falou que teve briga lá... que ele foi com os co/ camarada dele lá de... da área/ lá da Moriçaba... né? aí que/ aí ele chegou lá... lá pras onze horas... ( ) uns camarada chegaram do lado dele assim... começaram a implicar com eles... pisaram no tênis deles... sabe? aí...o::... irmão dele era [a:meio] nervoso assim...aí pegou... deu um chute na... na perna de um cara lá... aí o outro cara pegou a cadeira... tacou em cima dele... sabe? aí o... o irmão dele caiu no chão... aí ele se meteu... pegou o casaco dele... a... apertou assim o pescoço do cara... voou assim... amarrou o cara... o cara caiu... [a:só] sei que a mu/ aí ele falou que a multidão que estava ali no rodeio... sabe? pra ver... eh... juntou assim em cima dele... aí todo mundo começou a brigar... cara... maior/ ficou/ acho que demorou meia hora... todo mundo brigando ali no rodeio ali... sabe? todo mundo brigando... aí ele falou que... ele falou que tacaram a cadeira nas costas dele... teve aí/ teve que sair correndo... aí os moleques começaram a... a... eh... querer sair atrás deles... aí pegaram... pegaram... eh... cavalo... saíram... passando por cima de todo mundo lá... aí todo mundo sa... sa... saíram assim o cavalo passando... na frente assim... na frente de todo mundo que estava ali... sabe? aí... pegaram a cadeira... tacaram... aí ele falou que saiu correndo lá pro... lá pro morro lá... ali perto do rodeio que tem... sabe? que era perto de um morro... aí falou que os... que os pegaram um cavalo... um Fusca que tinha lá... começaram a correr atrás dele... aí eles tiveram que se esconder... porque... esse... esses meni/ esses moleques... que ficaram perseguindo ele... era/ é lá do... do... Rio da Prata... esses moleques mata... sabe? tudo mafioso... sabe? aí falaram... falaram... que iam matar ele... não sei o quê... ( ) até ficaram de aparecer hoje aqui no colégio... os cara lá que ele brigou... aí falou que na hora da saída/ até ele falou pra ele...na hora da saída que [s:ele] vai [v:sair] [a:escondido] que... os moleque vão... vão chegar aí pra falar com ele... porque foi eles que provocaram... mas foi/ não foi ele que provocou não... foi os moleques lá que provocaram... [a:só] isso...

  • I: lugar que eu gosto de ficar é no meu quarto... eh... quando eu chego da escola... eu vou/ tomo um banho... almoço... aí vou pra lá... quando... quando não tem prova eu vou estudar... quando tem prova eu vou estudar... quando não tem eu fico dormindo... ou então escutando música... fico na minha cama... que meu quarto tem um armário... uma cama... tem televisão... som... tem ou... outra cama do/ eh... no outro lado... que é uma pra mim... ( ) uma cama pra mim... uma pro meu irmão... aí tem um armário pra nós dois... ele lá/ tem tapete... tem uma/ um frigo... frigobar... pequeno... tem eh... tem ventilador de teto... aí eh... a parte que eu gosto mais de ficar é lá... vendo televisão à noite... assim... filme...
    E: bacana...

  • I: minha mãe me ensinou... um dia desses ela::... quando eu era pequeno... ela me ensinou a fazer bolo... eu sempre... eu tive... sempre tive curio... curiosidade... sabe? quando ela ia fazer eu ia lá pra cozinha ficar vendo... porque minha... minha mãe eh...ela é só... sabe? [a:só] tem eu... meu irmão... e ela... sabe?aí... aí sempre quando ela ia fazer... o meu irmão é menor... sempre quando eh... quando ela ia fazer eu ia... eu ia lá pra cozinha ver ela fazendo quando eu era pequeno... aí ela pegava três ovos... ela deixava tudo em cima da pia... três ovos... a farinha de milho... a farinha de::/ a branca... a farinha branca...
    E: trigo...
    I: a farinha de trigo... pegava eh... manteiga... pa/ botava manteiga na forma... pegava eh... manteiga... mais o quê? fermento... Royal... aí... às vezes ela fazia com recheio... às vezes não... mas o que eu sei fazer é sem recheio...[a:primeiro] coloca os três ovos... coloca a farinha de trigo... a de milho... a manteiga e começa a mexer... aí depois que mexer bem... tem que colocar leite pra poder ficar mole... aí ficar... aí ficar... mexendo mais... aí mexer mais... aí depois coloca o Royal... o bolo pode ser feito com leite ou com... suco de laranja... aí depois coloca o Royal... aí mexe bem...aí pega... um papelzinho assim... com a mão [a:mesmo] ... pega a manteigapassa assim... ao redor da forma... aí coloca a massa do bolo ali dentro e coloca no forno...
    E: eh... você falou que a sua mãe faz... você também faz?
    I: eh... às vezes eu faço sim... às vezes ela deixa eu fazer... né? às vezes ela deixa eu entrar na cozinha (pra fazer comida) porque às vezes/ ela não gosta não porque eu faço muita bagunça na cozinha... aí ela não deixa eu fazer não... mas às vezes eu peço pra ela... ela... ela deixa eu fazer...
    E: tá...

  • I: eu acho que... eh... a matéria do plebiscito foi... assim... o povo... população brasileira... foi...foi [a:muito] em cima da hora... que eles colocaram a data dia vinte e um de abril... eh... em dezembro... eles começaram a falar... e já em janeiro já estava certo que... que haveria um plebiscito... sabe? [a:só] que aí o povo não ficou [a:muito] informado não... sobre as forma/ sobre o sistema e a forma de governo... o povo ficou indeciso... eu acho que não teve tempo suficiente pro povo escolher... po... porque a::/ o sistema do governo que é agora... o/ a... a República... não... é... o Presidencialismo... eu acho que... pra/ na minha opinião... o Presidencialismo já teve muitas chances de melhorar... eh... eh... mais de cem anos... cem anos já... né? e... até hoje não melhorou... sempre... sempre... os presidentes fi/ nas suas campanhas ficam falando que vão fazer isso... vão fazer aquilo... aí sempre... chega sempre lá na hora...não acontece nada... não muda nada... cem... cem... cem anos [a:direto] isso... nunca... eh... nunca melhorou a situação... do Brasil... sempre foi... afundando mais ainda... o dinheiro/ a moeda desvalorizando mais ainda... os preços aumentando... o dólar não... eh... a economia americana sempre... sempre o dólar va/ a inflação é... zero vírgula um... zero vírgula três... nunca passa zero vírgula cinco... [a:só] quando passa é um acidente assim... sabe?cinco por cento lá é um acidente assim... aí eu/ mas eu acho que... o Bra... o Brasil teria... teria que... dar uma chance... pro sistema mudar... pra ver como é que seria... pelo menos um ano assim... pra ver como é que seria... se... por exemplo... parlamento... ou... ou monarquia... ou op... eu optaria pelo... parlamento... sabe? mas monarquia também podia ser... pra ver se mudaria... pudesse mudar alguma coisa... sabe? porque Presidencialismo... pô... tanto tempo que... tem isso nunca muda... é vão/ aí sempre... chega na campanha... fa/ fala que vai fazer isso... fala que vai fazer aquilo... não fazem nada... chega lá... o povo... o povo votou no Collor... eh... eleição do ano passado... vo/ eh... presidente... essa última eleição... pra presidente votou no Collor... prometeu um monte de coisas que ia fazer acabou sendo es/ eh... punido... pelo impeachment porque... teve fraude... eleito/ teve fraude... eh... na campanha dele... roubaram o dinheiro do/ e falaram que... tudo que/ essas viagens de caça assim... que ele teve viajando de caça... viajando de navio... sei lá... falaram tudo que era com o dinheiro dele... [a:só] que era tudo... dinheiro do... do povo mesmo... aí... pô... acho que o povo não teve eh... não teve eh... informações... sobre os outros sistemas de governo... porque se/ eu acho que ele/ deveria dar uma chance pro outro sistema...E: é... I: [a:só] isso só...
Parte oral
1993
  • O assalto Em junho do ano passado, ganhei um tênis de presente da minha mãe.O tênis que ela me deu não era o meu no nem tinha a cor que eu queria, resultado, mandei troca.Marquei com minha mãe cinco horas da tarde na loja pra trocar.Quando deu três horas eu me arrumei e fui, acontece que quando eu estava dentro de um ônibus,chegou um camarada do meu lado com a aparencia [a:meia] estranha, então resolvi levantar do banco,mas ele me empurou e mandou eu ficar ali [a:mesmo] , falou que se eu levanta-se ele me daria um teco (tiro),não acreditando que ele estivesse com uma arma, [v:levantei] [p:de] [a:novo] , e ele me empurroucom o canivete.Comecei a ficar nervoso e perguntei o que ele quiria, e ele respondeu que queria a sacola que estava que estava o tênis, tentei chamar o trocador,mas seria [a:muito] arriscado.Acabei dando a sacola à ele, depois ele mandou eu soltar do ônibus, e ele soltou um ponto depois.Fui pra dentro de um super-mercado, esperei um pouco e depois telefonei pro escritório do meu pai, logo depois ele chegou e fomos embora.
  • Meu colega Orivaldo, me chamou para ir num rodeio Domingo, mas não deu pra mim ir.Chegando na escola segunda-feira ele me contou que houve uma briga.Falou que tinha um grupo de pessoas que tavam fazendo de tudo pra brgar.Teve uma hora que o irmão dele se irritou e partiu pra cima, foi correria pra todo lado, tacaram cadeira, mesa e tudo que tinha na frente.Orivaldo e seus amigos tiveram que fugir, mas os outros caras foram atrás dele, eles tiveram que se esconder num terreno baldio.
  • A parte da minha casa que eu mais gosto de ficar, é o meu quarto, é o lugar onde eu me sinto (+) a vontade.No meu quarto tem a minha cama e a do meu irmão, tem um armário, som, televisam, carpete, ventilador de teto e um frigo-bar.Quando chego do colégio, quando tem prova no dia seguinte, eu vou estudar, mas no dia que não tem eu vou dormi ou ver um filme se for bom.As vezes fico lendo um dos värios livros que tenho pra passar o tempo.
  • Bolo Uma das coisas que sei fazer, é bolo.Aprendi quando era pequeno, gostava muito de olhar ela ( minha mãe) fazer. [a:Primeiro] coloca os ovos [a:junto] com a farinha, o fermento, o leite e a farinha de milho.Mistura bem até ficar pastoso depois disso, coloca na foma e põe no forno.
  • Plebiscito Na minha opinião,o povo não estava [a:muito] preparado para votar no dia 21 de abril, porque não tinha conhecimento suficiente sobre o sistema e forma de governo, [a:principalmente] a população do norte e do nordeste que é onde se centralizam a maioria dos analfabetos do Brasil. [a:Mesmo] com a televisão e Radio, que são os meios de comunicação de massa não adiantou muito.Com isso o povo resolveu votar no sistema atual, não dando chance aos outros sistemas.Eu acho que o sistema presidencialista já teve muito tempo pra tentar melhoras a situação do país e não conseguiu, cada dia mais o país vai afundando, a moeda desvalorizando, os preços subindo etc.Acho que nos deveriamos dar uma chance a outro sistema ou a outro governo, pelo menos um ano pra ver se ia melhorar ou se ia piorar.
Parte escrita
1993

  • E: oh Sônia... eu quero que você... eh... me conte alguma coisa que aconteceu com você ou que você tenha visto alguma coisa que tenha lhe marcado... tá?algu/ um história [a:muito] triste...ou alegre...
    I: ah... teve uma vez que eu estava dentro do ônibus... né? do meia três nove... dentro do ônibus meia três nove... aí estava eu... minha mãe... tudo no banco traseiro... do ônibus... aí tinha uns assaltantes... que estavam sentados do nosso lado... e tinha uma senhora... também sentada do nosso lado... aí eu estava falando com a minha mãe... e essa senhora estava entre eu e a minha mãe... ela perguntou se eu queria... sentar do lado da minha mãe... aí eu falei “não... tudo bem...” aí acabou que ela/ a mulher sentou do lado dos bandidos... aí... a gente está passando ali por Madureira... né? aí de repente passou por cima de um calombo da rua... né? aí o ônibus deu um pulo... nisso que deu/ que o ônibus deu um pulo... a minha mãe... deu um pulo também e deu um grito... dentro do ônibus... saiu... sem querer... aí os band/ nisso o ônibus parou... né? os bandidos desceram... correndo... aí eles pensaram que era alarme... de alguma coisa... pra descer... eu sei que todos eles saíram descendo correndo... aí até um deles saíram com uma arma na mão...

  • E: Sônia... agora eu quero que você me conte... alguma história que alguém tenha lhe contado...
    I: teve uma vez...é sobre bandido [p:de] [a:novo] ((riso)) teve uma vez que... que::... os bandidos... né? invadiram o morro...os políciais esta/ invadiram o morro [a:junto] com os bandidos... né? atrás dos bandidos... aí teve uma vez que tinha uma senhora com um neném... na mão... né? ninando... aí nisso... que a polícia passou/ ah... que estavam dando tiro... pra não assustar a criança... jogaram assim debaixo do::/ da cama... a criança... né? aí deram rajada assim debaixo da cama... e mataram o bebê...

  • E: Sônia... agora eu quero que você... me descreva... o lugar que você mais gosta de ficar...
    I: parte da casa que eu mais gosto de ficar... é meu quarto... é de ca/ cor... de cor branca... a janela é grande... eu moro de frente para rua... no meu quarto tem espelho... tem cômoda... tem cabeceira... minha mesa é/ minha cama é de beliche... fica no meio... eh::... tem tapete... o tapete é de cor verde... tem a minha bicicleta... que também fica no meu quarto... tem meus pôsteres... fica na parede... (tem mais o que/) eh::...as coisas que eu penduro lá... né? minhas coisas lá... [a:só] isso...

  • E: [a:bom] ... agora eu quero que você me dê... uma opinião...
    I: uma coisa que eu acho errado... é a gente ter dado um dinheirão naquela/ naquele objeto... numa coisa que você gosta... aí vir... uma pessoa... chegar... meter a mão... sem pedir... sem nada... e sair levando assim... e a gente fica sem aquele negócio... que a gente mais gosta... né?
Parte oral
1993
  • Um dia eu e minha mãe estavámos indo para o meier no ônibus 639.Nós estavamos sentadas atrás.Eu e minha mãe estávamos conversando e entre nos tinha uma velhinha perguntou se eu queria sentar do lado da minha mãe, e eu falei que queria, terminou que ela sentou do lado de uns bandidos que também estavam sentados atrás.Quando estava passando por Madureira, o ônibus passou por cima de um bagulho, então o ônibus deu um pulo.Minha mãe pulou [a:junto] com o ônibus e deu um grito.Os bandidos se assustaram pensando que era um aviso para os pasageiros saírem do ônibus.Eles sairam correndo com os revólveres para cima.
  • Uma conhecida minha que me disse que uma vez houve uma briga de bandidos e políciais no morro.Quando começou o tiroteio uma moça estava com o nenem no colo.Ela ficou com medo de assustar a criança e botou ela em baixo da cama.Deram rajadas de metralhadora e os tiros atingiram o nenem ele morreu.
  • Meu quarto e branco, tem uma janela grande, um cama beliche, tem um tapete verde no meio do quaro, na parede ficam os meus pôsteres e a minha bicicleta fica no meu quarto, tem uma comoda e uma penteadeira com um espelho.
  • O que eu acho errado e a gente dar um dinheirão num objeto e vem alguém e rouba esse objeto a gente fica revoltada com isso porque aquele que rouba fica numa boa e a gente que se esforçou para conseguir alguma coisa acaba ficando sem nada.
Parte escrita
1993

  • E: oi... Vanessa... conta pra mim uma história que tenha acontecido com você... que tenha sido interessan::te... ale::gre... tris::te...
    I: [a:bom] ... foi uma vez... que eu não/ num dia que eu não tinha aula...eu acordei...mas [a:mesmo] assim eu acordei cedo... eu acordei de manhã cedo... aí eu fui ao banheiro... pra escovar os dentes... chegando lá... eu morro de medo de aranha... e tinha saído debaixo do cesto de roupa suja que fica no banheiro... saiu uma aranhona assim... daque... daquelas assim... marrons... foi... grande... eu fiquei aparovada... eu dei um berro... aí/ e a aranha continuava lá... aí eu dei outro berro... e meu pai falou “corre... filhinha...” que ele já sabia que era uma aranha... já tinha idéia do que se/ fosse... o problema é que eu não saí correndo logo porque a aranha estava no meio do caminho... estava a aranha no meio... e eu num canto e a porta do outro lado... aí eu tinha que pular a aranha... eu estava com medo de pular a aranha... porque... eu podia de repente pisar em cima da aranha... esmagar a aranha... sei lá...agora [a:mesmo] assim eu pulei... eu tomei coragem... e pulei a aranha... e eu fui/ eu me mandei... aí depois meus pais apareceram e mataram a aranha... e me minha mãe até me contou que... que antes de... de manhã cedo... ela tinha acordado antes de mim... e tinha... tinha visto uma teia atravessando a porta... quer dizer... devia ser a teia daquela aranha...
    E: mas foi quando isso?
    I: ih... meu Deus... agora é ruim de lembrar... acho que eu estava na quarta série quando isso aconteceu...
    E: ahn...
    I: agora eu estou na oitava... então já faz [bastante tempo...]
    E: [e agora?] já melhorou o medo da aranha?I- não... [a:só] piorou ((risos))E: [a:só] isso? I: só...

  • E: agora me conta uma história que tenha acontecido com... alguém... que alguém te contou...
    I: eu vou contar a história da minha mãe... a minha mãe... quando... ela era adolescente... a minha avó não... deixava que ela fosse pro/ para os bailes se divertir... né? e a minha mãe detestava isso... porque ela adorava ir pro baile dançar... e então que/ a tática que ela criou... ela... ela fazia assim... ela combinou com a minha tia... eh... de... a minha tia dizer pra... pra... minha avó... que ela estava no quarto dormindo... a minha avó ia lá no quarto...e pensava que minha mãe estava lá [a:mesmo] ... mas na verdade... [s:ela] olhava assim... olhava de relance... nem [v:via] [a:direito] ...aí ela via que/ [a:só] que na verdade minha mãe tinha agrupado... os travesseiros assim debaixo da colcha... e ela pulou a janela... tinha... tinha... deixado uma sacola com a fan... com a fantasia... eh... perto do/ de uma árvore que tinha lá no quintal da casa onde... elas moravam... ela vestiu a fantasia... se mandou pro baile... que o... clube... onde estava acontecendo o baile ficava na/ perto... da casa dela... então ela foi... depois ela voltou e minha avó nunca ficou/ só... ficou sabendo anos mais tarde... né? que minha mãe já era adulta... contou a ela... mas na ocasião... minha avó nem desconfiou... porque ela... ela combinou com a minha tia... fez tudo tão bem que...
    E: e sua tia também foi?
    I: não ela ficou...a minha tia era [a:muito] medrosa pra ir((riso de E))
    E: sua mãe tinha quantos anos?
    I:não lembro... não lembro [a:mesmo] ... ela... eu sei que ela já... ela já devia ter uns quinze ou dezesseis... era bem nova... [já...]
    E: [era baile] de carnaval... né?
    I: é...E: [a:só] isso? I: só...

  • E: descreva pra mim... onde é o lugar que você mais gosta de ficar?
    I: o lugar que eu mais gosto de ficar... é a sala da minha casa... eh... quer que eu diga o que eu tenha/ o que que tem lá?
    E: é...
    I: como é que é o lugar todo?
    E: é...
    I: [a:bom] ... a sala... ela tem uma cortina...é porque é assim...ela tem uma porta... na sala... [a:só] que ninguém usa aquela porta... todo mundo entra pela porta da cozinha... então pra cobrir a porta tem uma cortina bem grande... cobre a porta também cobre a janela... que fica perto da porta... eh... tem uma estante... nessa estante tem... nessa estante tem um monte de revistas minhas... eu por isso que eu... gosto de ficar lá... porque lá tem um monte de revista... eu adoro ler... então eu fico lá o tempo todo revirando minhas revistas... relendo... eh...lendo outras revistas que eu... comprei [a:recentemente] ...tem o... sofá... quer dizer... é daquele... mo... modulado... eh... aí minha mãe separou em duas partes... tem uma parte perto da janela e outra parte mais perto da... saída... da sala... tem o carpete... e... aí tem o relógio... mais pro canto assim... um canto que fica assim perto da porta do banheiro... tem um... um relógio... de pêndulo...
    E: [a:só] isso?
    I: só... tem também a televisão...

  • E: Vanessa... conta pra mim alguma coisa que você saiba fazer...
    I: [a:bom] ... o que eu sei fazer... é pintura em tecido... quer que eu conte como é que é?
    E: quero...
    I: eu por... por exemplo... uma blusa.... eu pego uma blusa... separo as tintas... o pincel... aí... por dentro da blusa... eu ponho um pedaço de/ eu ponho... uma folha assim de papel... que é pra tinta não vazar pro outro lado... não manchar o outro lado... aí é simples... eu pego/ aí é simples... eu faço/ eu pego uma caneta... e um lápis... bem fino... aí eu risco... o desenho que eu vou fazer... na blusa...e depois é [a:só] preencher os espaços com a tinta... é bem fácil...
    E: e você faz contorno... tudinho?
    I: faço...
    E: aí o contorno é com... outra tinta... né? preta?
    I: é... nem sempre faço contorno não... mas às vezes eu faço... teve/ uma vez... por exemplo... eu fiz contorno mas foi com... ver/ tinta vermelha...
    E:ahn... [a:só] isso?
    I: só...

  • E: Vanessa... eu queria que você desse opinião... sobre alguma coisa...
    I: [a:bom] ... eu quero dar opinião sobre o::... o voto brasileiro...o voto dos brasileiros... porque eu acho que os brasileiros não sabem votar... porque... eu fico pensando... nessa/ nesse último plebiscito... eu era a favor da Monarquia Parlamentarista...no entanto perdeu... eu sabia que ia perder [a:mesmo] ... e todo mundo ficava dizendo... ah... eu vou perder o di/ vou perder... o direito ao voto... não vou poder votar no presidente... eu fico pensando... os brasileiros já tiveram tantas oportunidades de... escolher... go/ vereadores... governadores... deputados... prefeitos... senadores... etc... eda última eleição [a:inclusive] ... de escolher... um presidente(ele tanto erram) sempre... o pior que os brasileiros não aprendem com seus erros... eles... eles... sempre votam nas pessoas erradas... eles ficam dizendo “ah... eu vo/” tudo bem... eh... naquela campanha... presidencialista... eles ficavam dizendo “nós erramos nessas últimas eleições mas adquirimos experiência para a próxima...” os brasileiros tiveram inúmeras oportunidades de ad... de adquirir experiência... e não adquiriram... erraram sempre... continuaram errando... o tempo todo o voto... se/ e depois ficam re/ se acham no direito de reclamar “ah... mas esse político não está fazendo nada... está fa/ [a:só] está fazendo besteira no governo...” não tem direito... elegeu a pessoa errada agora tem que agüentar... na minha opinião é isso...
    E: tá... [a:só] isso? I: só...
Parte oral
1993
  • “Num dia em que não tive aula, eu acordei cedo e fui/ ao banheiro, para escovar os dentes.Entretanto, já no banheiro,/ saiu debaixo do cesto de roupas, uma grande aranha, marrom, horrorosa!...Eu dei um berro (pois morro de medo de aranhas), e ela continuou lá.Dei outro berro, e então ouvi o meu pai dizer: “corre, filhinha!”;ele [a:naturalmente] percebeu que se tratava de uma aranha, [a:mesmo] não estando lá.O que me impedia de sair de lá era o fato de que eu estava em um lado e a porta se encontrava no lado oposto...e a aranha estava no meio do caminho...Eu poderia pular a aranha, mas tinha medo de dar um pulo curto ou errado e pisar em cima da aranha (eu estava usando chinelos,mas [a:mesmo] assim teria dado nojo, se eu tivesse esmagado a tal da aranha!...). [a:Finalmente] , tomei coragem e pulei a aranha;logo a seguir, saí correndo de lá...Meus pais foram então ao banheiro para matar a aranha (minha mãe não tem medo de aranhas;o meu pai tem medo, mas [a:mesmo] assim foi lá);e foi o que eles fizeram.Alguns minutos depois, minha mãe comentou que, quando tinha ido ao banheiro (ela acordou ainda mais cedo do que eu) naquela manhã, ela viu uma teia atravessando a porta, e acrescentou que aquela teia deveria ter sido feita por aquela aranha.Se eu soubesse disso, não teria ido lá, tão cedo...”
  • “Esta história me foi contada por minha mãe.Ela me disse que, quando era adolescente, gostava muito de ir a bailes;mas minha avó não permitia;então, ela resolveu adotar uma tática, contando com o apoio de minha tia.Minha avó trabalhava fora, e, quando chegava em casa, já encontrava os filhos na cama.Então, minha mãe e minha tia combinaram o seguinte: quando minha avó chegasse em casa, minha tia diria a ela que minha mãe já estava dormindo;minha mãe colocaria travesseiros em sua cama e os cobriria com uma colcha, para dar a impressão de que era ela quem estava dormindo;então ela pularia a janela do quarto;perto de uma árvore do quintal da casa onde elas moravam, ela já teria deixado escondida uma sacola com as roupas que usaria;então ela trocaria de roupa e iria ao baile, para se divertir, sem que minha avó soubesse (o clube no qual aconteceria o baile ficava perto da casa onde elas moravam naquela época). [v:Deu] tudo [a:certo] :minha avó foi dar uma olhadinha no quarto para confirmar o que minha tia havia dito, e viu aquilo que seria a minha mãe já adormecida (mas que na verdade eram travesseiros encobertos por uma colcha);e enquanto isso minha mãe se divertia no baile.Minha tia não foiporque era [a:muito] medrosa;mas minha mãe, que foi uma adolescente [a:bastante] ousada, não hesitou em fazer o que desejava (e que minha avó não queria).”
  • “O lugar de minha casa em que eu mais gosto de estar é a sala.Nela, há uma porta de entrada que não é usada e, portanto, fica próxima.Há um sofá do tipo modular;são quatro módulos, dispostos dois a dois (dois próximos à janela e dois próximos à saída para a cozinha).Há uma estante e, dentre várias outras coisas nela fica a maior parte de minha coleção de revistas, e é por isso que a sala de minha casa é o lugar onde mais gosto de estar;lá estão minhas revistas, em sua maioria, e eu adoro ler.Na estante fica também a televisão.No chão, há um carpete bege.E, para finalizar, num canto próximo à porta do banheiro, há um relógio de parede, com pêndulo.
  • O que eu sei fazer é pintura em tecido.Separo o material (tintas, pincéis e etc) e pego a peça a ser pintada.Quando é uma blusa, por exemplo, ponho dentro dela um papel, para evitar que a tinta manche a parte de trás, quando eu pintar a frente.Então, risco na peça, com um lápis ou caneta apropriada, o desenho desejado, e a seguir, eu o pinto.Completo o trabalho fazendo o contorno, quando este é necessário.Muitas pessoas fazem-no com tinta preta, mas eu o faço com uma canetinha vermelha, a Acrilpar,e fica [a:muito] bom.
  • A opinião que vou dar é sobre o voto dos brasileiros.Na minha opinião os brasileiros não sabem votar!Após tantos anos elegendo prefeitos, vereadores, senadores, deputados e governadores, era de se esperar que os brasileiros tivessem adquirido experiência, e por conseguinte, aprendido a distinguir os bons candidatos dos maus candidatos.No entanto, o povo sempre acaba elegendo os candidatos errados.Houve até a oportunidade, [a:recentemente] , de se eleger o Presidente da República,e vejam [a:só] no que deu!Durante a campanha do Plebiscito/93, durante um dos programas da “República com Presidencialismo”, comentou-se o engano cometido pelos brasileiro em relação ao Presidente eleito, e acrescentou-se que, ao menos, “ganhamos experiência para a próxima eleição”.E eu pergunto: que experiência?O povo brasileiro não adquire experiência nunca, e continua [v:votando] [a:errado] , sempre.E ainda se acha no direito de reclamar...Direito que não tem e nem terá, enquanto não aprender a [v:votar] [a:corretamente] .
Parte escrita
1993

  • E: Viviane... conta pra mim uma história que tenha acontecido com você... que tenha sido alegre... ou triste...
    I: olha... a... minha história foi... pra mim tinha/ eh... acabou o mundo naquele dia... eu estava no colégio... era da quinta série... na/ nesse colégio mesmo... escola Mafalda... aí eu estava no colégio... era... aula de ciências...eu acho/ é... isso [a:mesmo] ... aí depois veio uma inspetora... pediu pra mim descer...aí eu fui... desci me... [a:meia] assim assustada... que eu nunca tinha acontecido isso comigo... pra ninguém me pedir/ descer assim... aí cheguei lá... tinha uma vizinha minha e uma colega minha também... aí todo mundo espantado... olhando pra mim... aquilo... meu coração começou a disparar... aí eu perguntei o que que tinha acontecido... ela foi... eh... a minha vizinha... o nome dela é Cátia... chegou falou assim “Viviane... eu vou te contar logo pra você não chegar em casa e ter aquele susto...” aí eu falei assim “Cátia... o que que houve? o que que aconteceu?” ela “a sua avó morreu...” eu falei assim “minha avó? não... Cátia... não é verdade... eu estive com a minha avó hoje... eu falei com ela... quando eu saí de casa ela fechou a porta pra mim...” ela “é... ela teve um enfarto... e morreu...” ah... mas aqui/ aí eu fui andando...não acreditando [a:mesmo] ... que tinha acontecido aquilo... porque quando eu saí de casa... ela foi... colocou a mesa... deu café pra mim e pras minhas irmãs... nós saímos... ela fechou a porta... e ter uma notícia dessa seria assim demais... né? aí eu cheguei em casa... tá... aí eu passei assim pela janela... estava todo mundo lá chorando e a casa cheia... aí quando eu cheguei assim no quarto... estava minha avó na cama... ah... eu não agüentei... aquilo pra mim::... eu tinha um::/ uma coisa com a minha avó terrível... aquilo pra mim foi... um...foi um choque... eu não agüentei [a:mesmo] ... ti/ ficamos o quê? ficamos quase um mês indo em psicólogo... pra::/ que nós não estávamos/ sabe o que que é não conseguir ficar em casa? não ficava em casa de forma alguma sozinha... nem eu... nem minha família... não ficava de/ ainda mais minha mãe que::... quando chegou no quarto assim encontrou minha avó morta... ih... aí que... não conseguíamos de forma alguma/ não comia nada... ficamos um... uns dois meses... quase... sem comer nada... os vizinhos que faziam as coisas pra gente... [a:mesmo] assim estragava... eu não/ a pessoa falava comigo eu não dava nem muita importância... eu não estava ali/ eh... minha cabeça não estava ali... eu não estava acreditando no que:: tinha acontecido... mas agora... dia catorze faz... três anos que... ela faleceu... aí vai ter... que... ter... essa remoção... de corpo... esses negócio todo... de/ minha ela diz que não vai querer deixar eu ir... né? mas se eu não for não vou... não vou conseguir... não vou acre/ ter/...aquele negócio que ela faleceu [a:mesmo] ... porque até hoje eu não... me conformo... com a morte...
    E: é difícil... né?
    I: é difícil à beça...

  • E: agora me conta uma história que tenha acontecido com alguém... alguma coisa que alguém tenha te contado...
    I: oh... tem... de uma colega minha... ela foi... estava me contando que... há poucos meses atrás... aí ela estava recebendo umas cartas... que ela não sabia do que que era... aí escre/ eh:: dizendo que... estava apaixonado... onde que ela estava ela estava... ele estava junto... observando... aquilo ela estava ficando maluca... mas esta... estava quase morrendo...não queria nem sair de casa... [a:mesmo] assim mandavam a carta... anônima... até que... esses dias ela descobriu quem é... e é um rapaz assim... que... não é da vi/ uma vida certa... leva vida tudo... errado...é [a:meio] assim... é viciado... (mas) mexe com esses negócios de roubo...é [a:todo] errado na vida... aí... ela foi começou a ter medo dele... porque ele falando que perseguia ela... estava perseguindo ela... e... ela... descobriu que ele é::... viciado... que rouba... ih... falaram pra ela que ele matava... mas não é verdade... entendeu? aí começou... a::... a::... a ter aquele medo... ficou... medo de sair... se ficasse ali fora... ela ficava olhando pros lado... pra ver se... tinha alguém... observando... maior loucura... mas até que... esses dias ela nunca mais falou nada não... não sei se ele parou... acho que parou sim... as cartas que ele mandava tinha que ver... cada declaração de amor linda... nem... nem parecia que era aquele menino... entendeu? que mandava... aí até que... parou... não... nunca mais... nu... nunca mais fez nada não...
    E: e ele ficou com medo... né?
    I: ( ) teve quase um ataque... ainda mais quando descobriu... como era o rapaz... a vida que ele levava... mas agora ela... parou... porque... ele não sei se esqueceu... ou se ele se conformou... alguma coisa assim... mas parou de escrever... e parou de perseguir... não quis mais nada não...

  • E: diz pra mim qual o lugar que você mais gosta de ficar...
    I: no quarto... é... o lugar que eu mais gosto de ficar ( ) no quarto... eh... da casa da minha tia... que... pô... o quarto lá é... mu/ é ótimo... tem tudo que a pessoa sonha... entendeu? ah... eu adoro... ainda mais a casa é grande... o qua... o quarto sei lá... quando eu vou pra lá eu me tranco... ninguém me perturba... e lá em casa eu não gosto muito não... que é apartamento... aí se eu tiver no quarto... toda hora tem um passando... e na casa da minha tia não...é [a:só] eu que fico lá e ninguém perturba...
    E: é como é que é o quarto?
    I: é assim... um quarto... bem... bem grande... tem::... tem tudo que eu quero... tem assim... som... eu adoro ouvir música... tem som... tem televisão... aí ela...quando ela me vê assim [a:muito] lá... trancada... ela... chega... eh... bate na porta “Viviane... você quer alguma coisa?” vem e traz... ih... maior loucura... ainda mais ela não tem filho...aí ela/ pô... o que... que eu gosta lá [a:mesmo] é isso... é o som...assim [s:eu] posso [v:ouvir] minhas músicas [a:sozinha] ... [a:quieta] ...porque... aí não tem ninguém pra perturbar...
    E: mas que mais que tem o quarto? como é que é a decoração?
    I: olha... a decoração dele é sim... simples... tem... a ca/ é uma cama... de::... casal... televisão... ela fez... uma refor/ fez uma suíte no quarto dela... é normal o quarto... não é aquele... também chamativo... aquela lindeza... tem/ ah... também que eu adoro... é que tem um espelho assim... enorme... ah... eu me amarro ficar ( ) olhando no espelho... aí eu fico sentada assim... fico observan::do... naquele espelho enorme... adoro...
    E:tá... [a:só] isso que tem [no quarto?]
    I: [ahn... ahn...] é... ( ) é... o que eu/ o que mais chama atenção é isso... porque o resto... eu não... esquento não...
    E: tá...

  • E: Viviane... o que é que você sabe fazer... em casa?
    I: em casa... o que... o que eu gosto de fazer é comida...mas eu não faço [a:muito] bem não...o que [s:eu] me [v:amarro] [a:legal] em fazer é biscoito... que é o mais fácil... ele::... ele leva... ( ) leva::/ só aí também... a:: receita dele é prática... [a:só] leva manteiga...eh... maisena... açúcar...é... [a:só] isso...é... também é mais prático...não [v:sai] [a:errado] ...vo/ [v:coloca] lá no forno [a:rapidinho] ... e... quando... pô... quando sai é uma delícia... quando eu faço todo mundo gosta de comer... só isso... porque o resto ninguém... ninguém se amarra não... quando eu.../
    E:mas você não disse como é a receita [a:mesmo] ...
    I: é o quê? eh... farinha... eh... farinha de/ não... é maisena... assim duas xícaras de maisena... leva::... um pote de... manteiga... dependendo da quantidade que você fizer... se você fizer assim meio quilo de farinha de/ de maisena... você coloca um pote de manteiga... aqueles pequeno... ou então se for de um quilo leva mais um pouco de manteiga que... esse biscoito é amanteigado... leva manteiga à beça... se a pessoa colocar também mui::ta manteiga... não pode porque ele::... fica igual um bolo... aí... se espalha todo pelo tabuleiro... e açúcar... o... açúcar é a gosto... coloca uma quantidade assim umas... uma xícara de açúcar... aí dá... fica legal... não... não...
    E: e como é que mistura isso?
    I: a pessoa aí coloca... a... fa/ a maisena... a manteiga... aí vai mexendo assim com a mão... e depois coloca o açúcar... e aí vai enrolando assim tipo bo/ eh... umas bolinha... e coloca num tabuleiro e depois amassa com o garfo... [a:só] isso...e coloca no forno... fica o quê? uns quinze minutos no forno... [a:só] isso...

  • E: eu queria que você desse sua opinião sobre a escola... que que você acha... como é que você vê a escola...
    I: olha... eu... eu estudo aqui desde a quinta série... já tem quatro/ é... eu estudo aqui desde a quinta série... esse colégio quando eu entrei... todo mundo ficava “Viviane... você vai pra aquele colégio? aquele colégio não é legal...” eh... eh... todo mundo defamava... entendeu? aí quando eu vim pra cá... eu ficava naquele medo... né? eu era... da quinta série... eu era novinha... aí aqueles meninos altão... quando eu su/ ia pra escada assim...ficava até com medo de [v:subir] [a:sozinha] ... mas depois com o tempo eu fui vendo que não era nada daquilo... entendeu? o pessoal/ tem gente que fala até demais... adora difamar as coisas... sem saber... mas eh... eu me/ adoro esse colégio...adoro a diretora... [a:antigamente] eu nã... não me dava [a:muito] bem com ela não... desde um:: dia que eu vim pra cá de bermuda curta... ela foi mandou eu embora... pô... aquilo pra mim... foi um::... foi um horror... ah... mas agora não... se dou/me dou [a:muito] bem com ela... com a... dona Cláudia...adoro [a:mesmo] ... o que eu gostaria que o colégio tivesse... que ele não tem... era que trocasse o uniforme... entendeu? queesse uniforme que é... está [a:muito] antigo...eh... e dona Lourdes com esse negócio “ah... que não... porque... bermuda curta...” não tem nada a ver... se... as saias das meninas são mais curta do que as bermudas... ela acha que não... e a saia é pior do que bermuda... que a saia se a pessoa for/ e vier... sem um short por debaixo e voar assim... os garotos vêem tudo... né?e a bermuda [a:mesmo] curta não aparece nada... [a:só] aparece a metade das pernas... e ela não gosta não... me dá um ódio... disso... ((riso de E)) [a:só] isso [a:mesmo] ...
    E: só isso? e dos professores... o que você acha dos professores?
    I: os professores daqui são ótimos...eles fazem de tudo pra ajudar as pessoas... [v:gosto] deles [a:legal] ...nunca... ninguém... nenhum professor... chegou... nunca... quis... mal... para um... nunca...
    E: você nunca [teve problema com nenhum professor...]
    I:[não... nunca... não...] nunca tive [a:mesmo] não... e nem pretendo porque eles são tão legais co... comigo que... comigo e com os meus/ com os meninos da nossa turma..com os alunos... não tem nenhum problema [a:mesmo] ... há turmas aqui... que têm alunos... que... que têm problemas com professores... que gosta de... desrespeitar... entendeu? então na minha turma não... não há isso não... há até uma grande união... entre os alunos e os professores...
    E: qual o professor que você mais gosta?
    I: que eu mais gosto? é dona Solange... de matemática... adoro aquela professora... é ela e também::...a dona Maria Aparecida... gosto dela... gosto dela [a:mesmo] ... também tinha uma professora aqui que eu/ aquela professora pra mim era ótima... dona Iara... ninguém gostava dela... entendeu? achavam ela uma professora insuportável... mas eu gostava dela... se dava bem... mas aqui é legal e a turma inteira... eu acho... que gosta também é dona Solange... de matemática...
    E: eh... então tá... [a:só] isso?
    I: uhn... uhn...
    E: tá... obrigada...
Parte oral
1993
  • “Morte da minha avó” Certo dia, em uma segunda-feira dia 14 de maio de 1990.Estudava neste mesmo colégio.Acordei, se arrumei, a mesa do café já estava posta.Minha avó já havia levantado cedo para fazer o café.Falei com ela.Depois segui para a escola, estava contente pois não sabia o que viria a acontecer.Na aula de ciência me chamaram para descer.Não sabia o que era fui descendo as escadas pensando no que poderia ser.Até que então me derão a notícia de que minha avó havia falecido.Neste dia o mundo para mim havia terminado.
  • “A carta Anônima” Uma amiga, estava comentando comigo, que ela estava recebendo umas cartas estranhas com declarações de amor, dizendo que observava ela onde estivesse.Então ela passou a ter medo, quase nem saia de casa até que um dia ela descobriu quem mandava as cartas,era um rapaz com a vida [a:meia] errada, nisto fez com que ela ficasse mais ainda nervosa.Contudo diz ela que ele a esqueceu, pois nunca mais mandou cartas e parou de persegui-lá.
  • “Quarto da casa da tia” Adoro o quarto da casa ninha tia.Pois lá em casa é [a:muito] pequeno, moro em apartamento.Na minha tia os quartos são enormes e ela não tem filhos;aproveito.Tem tudo que gosto [a:só] pra mimouvir minhas musicais doidonas.
  • “Receita de biscoito” 250g de maizena 1 pote peq.de manteiga 3 colheres de açucar Modo preparar Junte tudo em uma vasilha e vai misturando Faça bolinha unte o tabuleiro, deixe no forno uns 15 min.
  • “A escola em que estudo” Gosto demais, quando fui matriculada aqui, todos diziam que essa escola era pessíma.Com o tempo fui vendo que não era nada disto.Conheci muitas pessoas ótimas, contudo estou até hoje.Adoro as minhas professores, diretores.Todos se esforçam o máximo para ajudar nós alunos.
Parte escrita
1993

  • E: qual o teu nome?
    I: Alaine...
    E: Alaine... você mora aonde?
    I: eu moro na Barreira... mas eu vou se mudar pro Caju...
    E: vai se mudar pro Caju?
    I: é...
    E:mas você mora ainda aqui... né? em São Cristóvão... [a:legal] ...qual tua idade?
    I: nove anos...
    E: nove anos... é? Alaine?
    I: é...
    E: Alaine... tem alguma coisa que tenha... acontecido com você que tenha sido bom... ruim... que você... queira me contar?
    I: que uma vez... eu fui... na casa da minha avó... aí num outro dia... aí eu voltei... e passou alguns dias... ela morreu... a minha avó...
    E: é?
    I: aí minha avó... minha avó Severina foi pra lá... pro Norte... ficou lá... passou alguns tempos lá... foi no... no enterro dela... e... eu fiquei em casa... chorando... eu conheci ela com quatro anos... faz uns seis anos que... eu não vejo mais ela... que eu não vou pra lá... e... também... uma coisa... boa... que eu senti... foi quando minha mãe vendeu a casa... minha mãe... ficou tão feliz que... eu também chorei...
    E: ah::... que bom...

  • E: olha só... eh... tem alguma história... que alguém tenha::... te contado que você queira... me contar?
    I: não...
    E: alguma história... assim... de quando você era pequenini::nha... que tua mãe te contava...
    I: não... tem uma história que... eu estava no balanço ( )
    E: não... que alguém tenha te contado...
    I: minha mãe...
    E: te contou?
    I: é...
    E: ahn... I : que eu/ quando eu era pequenininha... ela estava/ estava eu e minha prima (Pepê) e ela estava... a gente estava brincando no balanço... né? minha prima mandou... ela/ minha mãe empurrar ela... aí... minha mãe falou assim “tá...” aí minha mãe depois foi me empurrar... a minha prima falou assim “me [v:empurra] mais [a:forte] ...” aí minha mãe me empurrou... eu caí no chão...fiquei com a cara... [a:toda] arranhada...aí meu pai/ aí minha mãe chegou em casa... não queria que meu pai... visse como é que eu estava... aí... ela falou... que meu pai/ telefonou pro meu pai... meu pai quando chegou... ficou nervoso em casa...
    E: ahn... ahn... aí teu pai ficou nervoso?
    I: é...
    E: tá legal...

  • E: eh... qual o lugar que você mais gosta de ficar?
    I: oh... é no meu quarto... ou então lá na casa da minha avó...
    E: como é que é o teu quarto?
    I: o meu quarto... ele é... ele::... é bagunçado por causa dos meus irmãos... mas... tem a cama... perto da janela... cama de três... né? lugar... eh... tem o guarda-roupa... né? no canto... com meus brinquedos em cima... com as minhas roupas... roupa da minha irmã... e... ((tosse)) também tem a/ tem... o armário que tem na cama... que tem a roupa do meu irmão... também... a minha... roupa... e tem uma mesinha que eu boto as minhas coisas... que eu estudo... que eu escrevo as coisas...
    E: uhn... uhn... teu quarto é legal... né? ((riso))

  • E: e... tem alguma coisa que você saiba fazer? que você queira me ensinar? ((riso))
    I: mais ou menos... [a:só] sei fazer batata frita e ovo...
    E: é? como é que você faz? qual que você gostaria de me... me ensinar? ovo ou batata frita?
    I: ah... eu gostaria mais... do ovo... porque a batata frita às vezes queima...
    E: é? então me ensina... como é que a gente faz... o ovo?
    I: a gente... quebra o ovo no meio... bota um pouquinho de óleo... e fica jogando óleo em cima... aí vira... e depois... fica pronto... você tira... agora ovo com casca você... bota a água pra ferver... bota o ovo dentro... aí... quando tiver assim borbulhando... aí você tira o ovo... tira a casca e come... bota sal e come...E: rapidinho... né? [a:legal] ...

  • E: olha só... eh... o que que você acha da tua escola?
    I: ah... eu acho ela boa... forte...
    E: escola forte?
    I: é...
    E: você acha [que ela ( )]
    I: [porque aonde] que eu estudava... não era assim tão forte... mas dava inglês... dá educação física... matemática... re... religião... estudos sociais... português e ciências...
    E: uhn... uhn... e... e você acha a escola... bem cuidada? se ela é mal/ ela é mal cuidada... a manutenção dela não é legal?
    I: é...
    E: é limpinha?
    I: [pouco da...] da... não... lim::pinha... não... é limpa... um pouquinho limpa... por causa que tem gente que joga coisa... nela... eu acho que... ela bem cuidada... por causa que a... Marilene... ela... pega... dinheiro pra... pra gente... pra botar... telha... em todo no colé/ todo colégio... por causa que... pinga água... chove... ventilador... e ela botou... também bebedouro... pra gente...
    E: é?
    I: com água gelada...
    E: mas você acha que a escola é legal?
    I: é... legal...
    E: tá bom... então tá... obrigada...
Parte oral
1993
  • A morte da avó Quando eu vui ao norte com a minha mãe, com meu pai e com o meu irmão para a casa da minha avó Basta eu brincava com a minhas primas e quanto eu vui empora da casa da minha avó demoro um tempinho e ela morreu e minha vó severina chorou muito.
  • O meu acidente no parque Quando aconteseu esse acidente eu acho que eu dinha um ano eu tava no parque com a minha mãe e com a minha prima Fabiana eu e ela tavamos no balanço minha mãe nos balançava e minha mãe balançou a minha prima aí minha mãe foi me balançae minha prima mandou a minha mãe [v:empura] ela mais [a:forte] minha mãe foi e me empurou pemsando que eu era minha prima e eu caí com a cara no chão e me arranhei toda e meu pai brigou com a minha mãe.
  • Minha escola Ela e pequena boa forte legal.E feida de tigolo e pintada feita de areia e pedra.Parese uma cabana de índio.
  • O meu quarto O meu quarto e pequeno a minha cama é uma triliche eu tenho muitos briquetos no meu quartos.E o meu quarto da em obra.
  • Como se prepara o ovo O ovo cosido se poda água com o ovo com casca e tepois se dira a casca.O ovo frito se poda óleo e se quebra a casca do ovo e comesa a pate com o garvo e fica cortado.
Parte escrita
1993

  • E: Alexsandro... queria que você me contasse uma história que tivesse acontecido com você... alguma coisa... pode ser... triste... pode ser... uma coisa constrangedora... ou uma coisa... alegre... engraçada...
    I: o que aconteceu comigo foi... quando eu... eu fui viajar... e fiquei lá muitos dias... fiquei sentindo falta daqui... que eu queria... estudar::... queria fazer tudo...mas [a:só] que... lá estava chovendo muito... eu não podia nem sair... aí eu queria fazer dever... mas eu estava de férias... por isso que eu queria... vim pra escola...mas [a:só] que eu estava lá em Vassouras...
    E: uhn... como é que foi a viagem? me conta aí... quando você saiu daqui...
    I: quando eu saí daqui? como? lá da rodoviária?
    E: é...
    I: quando eu saí lá da rodoviária eu peguei um ônibus... não sei o nome do ônibus não... mas... foi legal a viagem... eu passei por muitos luga::res... boni::tos... tinha muitas ár::vores... o ver::de...
    E: e tem alguma coisa que tenha acontecido lá? que tenha ficado marcado na sua cabeça... durante a viagem?
    I: foi quando eu... levei um tombo... por cima da janela... ((riso de E))
    E: então me conta aí... o que que você estava fazendo lá [pra levar esse tombo?]
    I: [eu estava na janela] falando com meu primo... de repente a janela estava molhada com a chuva... eu... BUM... bati com a cabeça... no outro lugar... caí... da janela... caí pra lá... pro outro (quadro...)
    E: caramba... ((riso)) tá bom...

  • E: então... me conta aí agora... alguma coisa que alguém tenha te contado... tem alguma coisa? engraça::da... ou triste?
    I: não sei se é verdade... o que o meu primo me contou que... ele foi na praia... que viu um monte de gente branca... assim parecia... alemão... eh... viu um monte de coi::sa... eh... mas eu não gostei da história não... eh... [s:eu] não sei... [v:contar] [a:direito] não...
    E: ah... mas me conta aí o que ele te contou... que que [aconteceu lá::?]
    I: [( )] ele falou que foi num barco... que tinha um monte de gente importante... que ele/ acho que isso aí é mentira... que ele... comeu mui::to... que... que o pai dele... que o pai dele... eh... foi embo::ra... deixou eles lá sozi::nho... foi um monte de coisa... que aconteceu [com ele...]
    E: [e depois?]
    I: depois ele voltou... pra cá... aí ele... contou essa história pra mim...
    E: uhn... uhn...

  • E: Alexsandro... eu queria que você me dissesse... qual é o lugar dentro da sua casa... que você mais gosta de ficar...
    I: quarto...
    E: [v:fala] um pouquinho mais [a:alto] ...
    I: no quarto...
    E: ahn... e... como é... o quarto? eu quero que você me diga... como é... se é grande... pequeno...
    I: ele é::... ele é::... grande... tem muitas coisas que eu gosto... tem uma cor bonita... é azul... tem jane::la... a janela é de vidro... tem muitas coisas... muitas coisas assim que eu gosto de brincar... quando estou à toa... tem escrivaninha... pra (gente) fazer dever de casa... só...
    E: só?
    I: só...
    E: e ele é... é redondo? é quadrado? me conta aí...
    I: ele é quadrado... a porta também é quadrada... a janela... só...
    E: tá ok...

  • E: agora eu quero que você me conte aí alguma coisa que você saiba fazer... como é que faz? como é que você faz? alguma coisa...
    I: sei fazer? sei fazer::... cubinhos...
    E: cubinhos?
    I: de lama...
    E: de lama? ((riso))
    I: não... bonequinhos de lama...
    E: ah... [então me conta aí...]
    I: [que a professora pediu...]
    E: então me conta aí... como é que você faz...
    I: eu pego a lama... deixo ela... lá... boto água... fa/ começo a fazer assim... faço a cabeça... pego o palitinho... furo assim... faço assim... boto [uma massinha assim...]
    E: [o olho... a boca...]
    I: (boto cabelo) boto outra bolotinha embai::xo... aí boto os braços... as pernas... e faço a gravata...
    E: ah::... que bonitinho ((riso)) tá bom...

  • E: agora eu quero que você me diga... eh:: o que que você acha aqui da escola...
    I: eu acho... eu acho ela boa...acho ela [a:muito] importan::te...
    E: por que que ela é importante?
    I: por causa do estu::do...
    E: e o estudo é importante?
    I:é... [a:muito] importante...
    E: e o que que você acha aqui das professo::ras? da... da/ das merendeiras?
    I: das merendeiras?elas são [a:muito] educa::das...as professoras também::... são [a:muitos] boas::... eh... e também...são [a:muito] importante para... o nosso estudo... pra nossa saú::de... as merendeiras também... fazem uma comida gostosa...
    E: ah... é?
    I: é...
    E: e a higiene? aqui da escola?
    I: a higiene? aqui a escola fica sempre bem limpi::nha... nunca vejo nada su::jo... eu vejo sempre elas varrendo o pá::tio... limpando o banhei::ro... ninguém/ todo mundo aqui/ ninguém joga... troço no li::xo... eh... ninguém joga... troço no chão... todo mundo joga troço no lixo...
    E: tá bom... então Alexsandro... obrigada...
Parte oral
1993
  • Quando você viajou e levou um tombo da janela Quando eu viajei euvi uns lugares [a:muito] bonitose foi 2 horas de viajem e eu fiquei com muitas felicidades quando eu cheguei lá.E ai quando eu fui subí na janela pra falar com o meu primo eu levei um estabaco no chão do meu quarto e meu primo caiu na gargalhada.
  • O primo contou que foi à praia Quando ele contou que foi a praia ele falou que viu um monte de peixes e ele foi nadando até chegar num barco que tinha um monte de marinheiros que deu comida, presentes e muitas outras coisas que veio na idéia, e ai quando ele chegou lá em casa ele me contou isso tudo e eu achei que era mentira.
  • Como é o seu quarto No meu quarto tem: janela, porta, cama, travisseiro, pente armário, escrevania, brinquedos, sapatos, camisas, calças, casaco, sunga de praia, bermudas, livros, rádio, televisão e video.O meu quarto é feito de cimento e a janela é de vidro a porta é de madeira eo meu quarto também é [a:muito] bom de tardeporque não bate sol e da pra mim descanscar.
  • Como fazer boneco de lama Você pega lama, molha com água depois você mexe a lama com um pedaço de madeira e depois você pega faz o bonequinho e deixa ele secar uns 30 minutos e ai vai sair um lindo bonequinho de lama do jeito que você quiser.
  • A minha opinião da escola é quea escola é [a:muito] útil para mim.E as professoras sempre ensinaram bem as crianças e as merendeiras sempre fizeram uma comida gostosa e/ saudavel e aqui sempre teve uma higiene alimentar ótima.
Parte escrita
1993

  • E: Caroline... eu queria que você me contasse... eh... alguma história... que tenha acontecido com você... pode ter sido engraçada... pode ter sido... eh... uma coisa que você ficou sem graça... constrangedora... ou pode ter sido alguma coisa triste... também...
    I: ah... o que eu vou contar é...uma coisa... assim… [a:meia] triste...engraçada... eh... eh... teve um dia... que eu estava com meus colegas tudo lá na rua... eh... perto de onde eu moro... aí... aí chegou um cara... perguntando... eh... se a gente conhecia uma tal de::... eh... Raquel... aí... aí a gente falou que não... aí depois ele perguntou eh... se... conhecia uma tal de Rute... aí a gente “não...” aí ele ficou lá puxando papo... que era... que era um peão que estava... ajudando a construir o Carrefour... aí... aí ele falou assim “ah... então tá bom... então tchau...” aí ele chegou ali perto do... eh... do... eh... do/ da esquina... sabe? num poste... aí ficou chamando assim... a gente... “garota...” aí depois a gente foi... aí depois a gente foi... eh... pra... pra uma vila que tem ali do lado... assim... bem do lado de onde a gente estava sentado... aí a gente come/ aí a gente correu pra aquela vila... aí depois/ fomos pegar pedaço de pau... pedra... esses negócios todo ((riso)) aí depois... né? a gente... a gente foi pro... pro lugar que a gente estava... [p:de] [a:novo] ... aí [s:o cara] [v:estava] lá... aí que... começou o desespero... aí os garotos mais fortes da rua... a gente chamou... né? pra pegar o cara... aí eles foram... pegaram o cara... revistaram... o cara estava de canivete...
    E: no::ssa...
    I: ia pegar a gente... aí... aí os garotos mandaram ele nunca mais subir lá... porque senão eles iam pegar ele... na porrada... né? aí... nunca mais ele subiu... aí... era... era assim... num dia de São Cosme e Damião... a gente pegava do/ aí a gente desceu pra pegar doce... ele... começou a seguir a gente... aí depois a gente deu no pé... subimos lá pra rua... ele não foi... é porque... os garotos já... falaram que ia pegar ele...
    E: ele ficou com medo...
    I: é... aí nunca mais seguiu a gente... aí os garotos teve que levar a gente em casa... porque a gente não morava naquela rua ali...
    E: uhn... uhn...
    I: ((tosse)) eu estava na casa da minha prima...

  • E:olha [a:só] ...agora eu quero que você me conta... eh... alguma coisa... que alguém tenha te contado... uma história que alguém tenha te contado...
    I: ah:: eh... foi... eh... uma amiga da minha mãe que contou... uma história assim que me deixou... sabe?mas [a:só] que eu não acreditei mui::to...na hora de dormir... eu/ oh/ ah... hora... do desepero... aí... foi assim... ela falou que ela morava na roça... que um dia... que um di/ aí ela estava... ela falou que ela contava pras filhas dela... que um dia ela morava na roça... aí... aí é ti/ ela pendurava roupa assim... aí tinha um buraco na casa dela... que dava pra ver... eh... lá as roupas tudo pendurada de noite... aí ela falou assim... eh... toda noite aquele cara ia... ia lá roubar... as roupas... ela falava que era um lobisomem ((risos)) eu morria de rir... aí ela “é verdade...” aí eu falei “tá bom...” aí ela falou assim... eh... “aí ele ia roubar aquelas roupas...” aí depois... eh... aí depois de manhã/ não... de noite mesmo... ela olhava ali... aí as roupas não estavam mais... aí de noi/ de manhã... as roupas estavam tudo ali... aí eu falei “que mentira...” aí na hora de eu dormir... eu ficava era com medo...
    E: no fundo... no fundo né?
    I: é...

  • E: Caroline... me conta aí... qual é a/ o lu/ a casa... que você mais gosta de ir... na casa de quem que você mais gosta de ir?
    I: uhn... eh... dos patrões da minha avó...
    E: dos patrões da sua avó?
    I: é...
    E: então me conta como é lá... como é a casa...
    I: eh... a sala é enor::me... eh... e... eh... eh... também tem um corredor... compri::do à beça... aí chega no final do corredor é o quarto da... eh... da filha deles... aí... aí eh... lá tem uma porção de coisa... sabe? é... é... é tudo que uma menina gosta... maquiagem... ih::... fiz a festa lá... eh... também tem o quarto da/ eh... do patrão e da patroa dela... a cozinha é enorme... eh... aí... eh... tem... sabe?aqueles banheiros bonitinho lá... [a:todo] cheio de... banheira assim... ih...adorei... aí tem... eh/ e também tem o quarto de empregada... lá... eh... lá é legal de ficar... dá pra/ dá até pra dormir que é tudo escurinho assim... é bem/ é legal... já brinquei de pata-cega lá com a minha prima aí...
    E: brincou de quê?
    I: pata-cega... aquele negócio que tampa o olho aí fica lá na escuridão... aí/ é? e uma varan::da lá... que dá de frente ao mar... porque...ela mora em frente à praia... é legal... lá no Leblon... é [a:só] ...
    E: tá bom...

  • E: agora me conta... tem alguma coisa que você saiba fazer?
    I: ah... porta-papel-higiênico... flor de papel crepom... eh::...
    E: então me conta aí como é que se faz... eh... flor de... papel crepom... que que [preci::sa... e como é que faz?]
    I: [eh::... precisa...] papel crepom verde... e... e rosa... vermelho... se quiser/ é como quiser::... como quiser a cor da flor... aí... aí pega uma vareta... aí pe/ aí faz aquela tirinha de papel crepom verde... aí vai enro/ eh... cola a ponta... aí vai enrolando... assim na vareta... aí depois... pega a flor... e vai franzindo assim... vai fazendo em volta... entendeu?
    E: da folhinha?
    I: é/ não da/ é... no ca/ na ponta... na ponta da vareta... aí tu pega bota... bota o negócio da flor... dá uma volta... pra ficar o meio da flor... aí depois vai franzindo... rodando... aí co/ aí passa depois... eh... a fita durex... aí bo... aí bota mais um pedaço de papel crepom verde em cima... e rolo de papel- higiênico... eh... pega uma garrafa... eh... tira aquela parte... tira aquela parte de baixo... e joga o resto fora... eh...e [a:só] deixa a parte da... eh... da boca da garrafa... aí vai... bota ali dentro... bota o papel-higiênico ali dentro... aí na boca da garrafa... a gente... vai tirando o papel-higiênico... assim... isso a gente fez no dia das mães...
    E: interessante...
    I: aí pintamos... ficou lindo... minha mãe adorou...
    E: que bom...

  • E: agora... eu queria que você me contasse... Carolina... que você me dissesse a sua opinião... sobre... a escola... aqui... sobre as professo::ras... né? o que que você acha?
    I: ah:: eh... eu acho interessante o modo da diretora agir... ela... ela... qualquer coisa de... de errado assim na escola... ela já dá em cima... eh... eu gos/ eu... eu adorei essa diretora... aí... aí a professora que eu mais gostei foi a professora Valéria e a professora Sônia... adorei... a que... eu... não fui muito com a cara foi a/ e... da Maria Estela também eu estou adorando... ela...ela não é [a:muito] ruim... ela não é... duro na queda...a professora que eu... não gostei muito foi a Elizabeth... não gostei...
    E: mas e a/ e...sobre a escola... assim [p:em] [a:geral] ...a meren::da... [essas coisas...]
    I: [ah...]é legal... [a:muito] bom... a escola é... [a:muito] organizada...o pátio sempre limpinho... as serventes sempre ali... pra quem jogar... papel no chão “vai... gente... juntar... porque... pô...” a/... né::? eh... eh um/ alguns dias atrás a diretora foi lá em cima... na nossa sala... falar sobre... eh... eh... a caixa escolar... que ninguém estava pagando... no/ ela mostrou assim... a nossa estava tudo em branco... [a:só] tinha algumas pagas lá... aí... eh... e eu gosto também eh... eh... da merenda da esco::la... é tudo limpinho... olho pra cozinha assim... é::... limpinha... aí a... a diretora falou pra gente pagar eh... a caixa escolar... pra ter sempre a merenda... e as vassouras pra limpar... o pátio... pra limpar... é pra limpar cozinha... e comprar os livros... porque a diretora disse que ela teve que comprar eu acho que uns cinco livros aí... porque ninguém estava pagando caixa escolar... e aqueles que pagaram a caixa escolar... da/ eh... da outra... da outra sala... ainda ficaram sem livro... aí...
    E: tá excelente... Carolina... obrigada então...
Parte oral
1993
  • A perseguição do homem com canivete.Um dia Eu e umas dez colegas estavamos sentadas na frente de uma vila, depois chegou um homem estranho precurando uma tal Raquel, ai nós falamos conhecia nenhum Raquel e depois perguntou por outra moça que nós também não conhecia Ele falou que era pião de obra do carrefuor.Depois foi pra esquina e ficou chamando a gente saiu correndo pra vila pegamos pedaço de pauepedra [v:fomos] pra lá [p:] [a:dinovo] o cara estava lá nós saimos correndo chamamos os garotos maiores, e eles foram e revistaram o cara e o cara tinha um canivete.Os garotos mandaram ele não subir mais nem mexer com a gente.Era no tempo de São Komes é São Damião no tempo de pegar doce e segui a gente a até o começo da rua depois não subiu.Fim
  • Amiga da mãe que viu um lobisomem.A amiga da minha mãe disse que ela morrava no interior, Ela disse que na casa tinha um burraco que dava para ver as roupas na corda toda noite ela botava a roupa na corda de madrugada ela olha pelo burraco, as roupas não estava lá e de manhã estava.mistério!!!Fim
  • Como é a casa dos patrões da avó.Tem uma sala [a:muito] grande, um corredor comprido no fim do corredor tem o quarto da Filha deles tem o quarto do lado do dela que é o quarto do irmão dela depois vem um banheiro que é o banheiro deles dois.E tem quarto dos pais que tem um banheiro no quarto deles.tem um quarto da empregada que é escuro [a:muito] Bom!!!
  • Como fazer flor de papel crepom.material: uma vareta papael crepom verde e outra de qualquer cor.Modo de fazer: 1) Pega o papel crepom verde e corta uma tira, e corta o papel da cor que você escolheu.e corta com eu mostro.2) depois abre a tira e o outro papel.O papel que que você depois enrola o papel escolhe vai enralando verde e enrole na vareta fransindo na vareta.toda e cole na ponta.Fim
  • muito boa,as unicas professoras foi Valéria e a Maristela [a:só] mais nem uma.A merenda é boa, e a diretora é legal É maravilhosa esta escola.Fim
Parte escrita
1993

  • E: entrevista com::... qual o teu nome?
    I: Ana Maria...
    E: Ana Maria... qual o nome da sua/ da escola onde você estuda?
    I: Escola Municipal Floriano Peixoto...
    E: onde você mora?
    I: eu moro na rua Itabuna...
    E: na rua Itabuna? a rua Itabuna fica onde?
    I: fica...
    E: fica aqui em São Cristóvão?
    I:fica aqui em São Cristóvão [a:mesmo] ... pertinho... quase perto da escola... um pouquinho... fica a rua Itabuna...
    E: [a:legal] ... Ana Maria... tem alguma uma história... alguma... experiência tua... boa... ou ruim... que tenha te marcado?
    I: tem...
    E: conta pra mim?
    I: a separação dos meus pais... começou... porque...a colega da minha mãe... era [a:muito] amiga dela... ia na casa dela... comia... bebia lá... só... que alguns tempos ela passou andando com meu pai... meu pai toda vez que chegava bêbado... ele batia muito na minha mãe... que ela inventava um bocado de fofoca... ela e as cole/amigas dela... aí/ até chegar um certo/ e um dia ele já veio até/ chegou a queimar a minha (mão) eu era pequenininha... e não podia fazer nada... um certo dia... eles se separaram... aí eu fiquei na casa dos outros...

  • E: Ana Maria... eh:: me conta uma história que alguém tenha te contado... e/ alguma coisa que alguém tenha te contado... e que você:: tenha gostado... você quer contar pra mim agora?
    I: não... eu tenho uma história que alguém me contou... [a:só] que eu não gostei muito...
    E: é?mas me conta assim [a:mesmo] ... vamos ver se eu gosto...
    I: quando eu era/ foi assim... quando eu nasci... meu pai estava/ tinha duas mulheres...aí minha mãe ganhou [a:primeiro] ...que eu fui [a:muito] apressada((riso de E)) aí... meu pai... queria me trocar no hospital... porque eu era menina... que ele queria um menino... aí de/ mas depois que ele soube... que a outra mulher ganhou... um menino... aí ele quis ficar comigo...ele [a:só] não trocou porque a minha mãe não deixou... mas se a minha mãe tivesse deixado ele ia... ele ia ser capaz... de ter me trocado... no hospital... aí isso...eu fiquei... [a:muito] magoadaporque ele é meu pai... né? que se... se a minha mãe tivesse deixado... ele ia me trocava... por outra pessoa que não ia ser filho dele...
    E: é? tua mãe te contou essa história ? é chato... né?
    I: me contou... aí oh... aí também/ aí teve outra... aí como ele se casou com essa mulher... ele/ casou não... se ajuntou... aí foi... teve um filho dele...aí depois ele ficou apegado [a:muito] com o menino... aí teve um filho essa mulher... menino/ [a:só] meninio que ele gosta... [a:mesmo] ... aí teve um filho com esse mulher... aí essa mulher pegou... ganhou... uma/ um menino... pegou e morreu...aí depois [s:ela] [v:ficou] grávida [p:de] [a:novo] ... aí ganhou uma menina... e ficou... ele... ele não gosta muito de menina... aí eu isso/ isso eu achei bom... pra ele pagar... porque a primeira mulher que ele teve... com a minha mãe... ( ) queria me trocar no hospital... aí... nisso eu achei bom... sabe? pra pagar a língua dele... ((riso de E))
    E: tá legal...

  • E: eh... Ana Maria... tem algum lugar... que você gosta muito de ficar?
    I: na casa dos meus tios... [( )]
    E: [é?] e como é que é lá?
    I: ah... lá::... a minha tia... é uma pessoa super ótima... me dá bastante carinho...
    E: sim... mas como é que é a casa? dos teus tios... tem algum lugar lá... na... na casa dele... que você gosta assim mais... de ficar?
    I: não... todos os lugares eu gosto... gosto mais de ficar na sala... gosto muito de televisão... pra assistir troço cômico... artista cantando [( )]
    E: [é?] e como é que é essa sala?
    I:sala... enorme... grande... ( ) cabe estante... na sala [a:mesmo] ...
    E: é? que mais que tem aí?
    I:só/ e tem uma passagem assim [a:só] ...que dá pro quarto...
    E: ah... e qual outro lugar que você gosta mais de ficar? sem ser::...
    I: a casa dos meus tios?
    E: é...
    I: assim de passeio? assim que eu gosto [de ir?]
    E: [não...] um lugarzinho teu... um quarto... teu...
    I: ( ) além disso... a casa da minha mãe...
    E: é? como é que é a casa da tua mãe?
    I: é um quarto... [a:só] é um quarto... enorme...e a cozinha...mas [a:só] que o quarto é enorme... sabe? aí minha mãe bota as duas cama... ou assim o fogão encostadinho... mais geladeira... uma... cadeira assim...uma mesinha... é [a:só] ... além disso eu fico... na casa dela...
    E: é?

  • E: eh... Ana Maria... tem alguma coisa que você... eh... goste... e saiba fazer? algum prato... alguma/ tipo de comida...
    I: que eu goste? que eu saiba fazer?
    E: ou qualquer outra coisa que você saiba fazer...
    I: deixa eu ver...
    E: sabe fazer arroz?
    I: sei...
    E: ah... então me ensina... como é que faz o arroz... porque... eu não sei fazer o arroz...
    I: ah:: men... mentira ((riso))
    E: verdade... me explica como é que faz...
    I: o arroz pode fazer com alho... e:: cebola... [a:só] que eu costumo fazer... [a:geralmente] mais com alho... eu amasso o alho... boto óleo... aí deixo... ficar... corado... quando cora... eu lavo bem lavado o arroz... aí boto dentro... aí mexo... boto sal... aí deixo pegar um pouquinho... sabe? de sal... depois boto água... aí ali... fica no fogo... aí depois eu vou ficar ( ) quando ele estiver quase secando... aí vou ver se está du::ro... se está mole... se não tiver... aí eu boto mais um pouquinho d’água... se tiver com pouco sal... eu boto...
    E:ah... obrigada... já aprendi a fazer arroz.. tá vendo? ((riso)) [a:legal] ...

  • E: eh... o que que você... acha da/ dessa tua escola... você acha que é legal?
    I: eu acho... eu estudo aqui já faz bastante tempo... não sei se comecei... acho que foi do CA...
    E: é? o que que você acha... da escola? você acha a... a escola boa? por quê?
    I: acho... ( ) é boa... a gente que faz o ambiente bom... né? a gente se dá com as pessoas... tratar ela bem... ter educação... aí... tudo fica melhor...
    E: uhn... você acha que a escola é bem cuida::da? ( )
    I: é... até que... [a:ultimamente] ela está sendo... está tendo refor::ma...botou muro... aí aquilo ali não era muro... né? era diferente... trocou telha::do... as salas foram pintandas... [a:só] que os alunos daqui são [a:muito] mal educados... picham tudo... dá chute... de pé...
    E: é isso? você não acha isso legal? I : eu não acho...
    E: legal... Ana Maria...
    I: se eu pudesse eu conservava do jeito que está... eu não gosto muito de bagunça...
    E: não gosta não?
    I: não...
    E: você gosta de tudo limpinho... arrumadinho?
    I: uhn... uhn...E: [a:legal] ... obrigada... Ana Maria...
    I: de nada...
Parte oral
1993
  • Separação do meus pais.Quando os meus pais se separaram, eu fiquei muito chocada, porque eu pensei que eles iam si separa por causa de outra coisa, mais não por causa de outra mulher que meu pai tinha.Aí que eu fiquei mais triste, em saber que essa mulher era a melhor amiga da minha mãe.Em saber disso eu parei de falhar com ela, por queo que ela fez foi [a:muito] errado da parte dela e dele.Ela acabou disfazendo uma família e disfazendo a família dela mesma.
  • Troca de criança.Um dia eu sobe que meu pai queria me trocar no hospital.Porque quando minha mãe ficou grávida a outra mulher que meu pai tinha ficou também, aí ele ficou em dúvida por que ele queria um homemmais [s:minha mãe] [v:ganhou] eu [a:prime] e foi mulherentão por isso que ele queria me troca.Mas quando ele sube que a outra tinha ganhado um homem, aí ele não quiz me trocar mais.
  • Casa da minha mãe.Eu quando vou para casa da minha mãe, eu gosto de ficar no quarto, por que a televisão fica ela.E eu me amarro muito em televisão.No quarto dela tem uma cama, televisão uma messa pequena, tapete e o fogãopor que lá não é [a:muito] grande, por isso que fica tudo no quarto.Por que o quarto é o quadrado maior que tem.
  • Arroz.A gente pega o arroz lava.Depois panha uma panela e bota dois dentes de alho e amassa bota um pouquinho de óleo e deixa ficar douradinho e bota o arroz na panela mexe e ponhe um pouquinho de sal mexe.Depois bota água e deixa cozinha.
  • A escola.A escola que eu estudo mudou muito.Porque [a:antigamente] o muro era diferente.Hoje em dia ele é feito de tijolo [a:antigamente] era deferente [a:mesmo] do de hoje.Mais eu sempre gostei de estudar nela por que ja vai fazer 4 anos que eu estudo aqui.Quando eu for transferida para outra escola vou sentir muita falta dela.Porque ela mudou muito [a:mesmo] mais foi para melhor.Quando ela estava sendo reformada eu fiquei [a:muito] filiz em saberque muita sala ia ficar direita, [a:toda] pintadinha.Mas depois de algum diameus amigo começou a pisa na parede então ficou [a:toda] suja [p:de] [a:novo] aí fiquei triste.Por que não podia fazer nada.Em fim adoro estudar aqui, que pena que esse é o ultimo ano.
Parte escrita
1993

  • E: Angela... conte uma história... que tenha acontecido com você...e que tenha sido... [a:muito] engraçada ou [a:muito] triste...
    I: agora eu vou contar... uma história... engraçada... que é o seguinte... eu fui viajar pra São Pedro da Al/ da Serra... e... minhas amigas me convidaram para... eu... andar de cavalo... tudo bem... eu fui... era a primeira vez que eu estava andando de cavalo... né? e o cavalo sem querer... ele... ele se/ ele foi/ correu... e eu não queria que ele corresse... porque eu era a primeira vez ... estava assustada... ele correu... e eu comecei a chorar no cavalo... e quase que eu caía... mas... tudo bem... fui chorando... assim... e sem querer...eu fiquei [a:meia] torta... no cavalo... cavalo quase caindo... o cavalo... entortou também... um pouquinho... minhas amigas começaram a rir... mas eu fiquei assustada... assim... um pouquinho... mas depois eu... parei de chorar... e... continuei... a minha... a minha caminhada com o cavalo... e logo depois... veio/ um... aqueles... aqueles caras que ficam atrás do cavalo... como é que se chama? veio um cara... que ele bateu no meu cavalo atrás... o meu cavalo começou a correr... e eu falei “não... pára o cavalo... pára o cavalo... que eu não quero que ele corra... porque eu estou com medo...” minhas amigas começaram a dar gargalhadas... né? por causa que... elas já/ sabiam como andar de cavalo... elas estavam correndo... eu era a última... estava lá atrás... não sabia... estava com medo de correr com o cavalo...mas... continuei a correr... e [s:eu] [v:corri] ... [a:normalmente] ... tudo bem... aí não aconteceu mais nada...mas quando eu cheguei lá... eu... fiquei [a:meia] assustada... eu/ depois eu fiquei com dores... assim na/ no corpo... fiquei... mas depois passou logo...

  • E: Angela... conte uma história... que alguém tenha lhe contado...e que você tenha achado [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: mi... minha mãe me contou... quando... eu era criança... bem pequena assim... né? ela me contou... que... ela... via... via... um/ uma alma... era um cara que ficava perseguindo ela toda vez... toda hora que ela saía assim... do quarto dela... ela ficava assustada... e ela falava pra mãe dela... que ela via... uma pessoa... que... ficava... fazendo gracinhas pra ela... assim... e queela ficava com medo... [a:só] que a mãe dela não acreditava... ela falou que era besteira... que isso não... existia... nunca existiu alma... essas ( ) assim... então um dia/ um certo dia... ela estava caminhando... né? com a mãe dela... e a irmã dela... e o pai... e a irmã dela também viu... na mesma hora que ela viu a irmã dela também viu... a irmã dela falou assim “você viu o que eu vi?” e ela disse “sim... eu já... es/ já estava vendo esse cara... já... um tempão... essa pessoa... um tempão... e minha mãe nunca acreditou...” e ela disse “você podia ter dito a mim... que eu... acho que eu acreditaria... mas não sei...” aí... ela... ela depois... ficou as duas assim... com medos assim... elas falavam com a mãe “mãe... eu estou vendo isso... toda hora... ele... me fica perseguindo assim...” e tudo bem... a mãe dela/ até que mãe dela acreditou... aí a mãe dela disse “oh... então gente... eu acho que...tem que levar... num centro... pra... ver... fazer qualquer coisa... porque se... está... atrapalhando [a:mesmo] ... tem que fazer alguma coisa...” aí elas foram num centro lá... e... fizeram um negócio lá que eu acho que era o tio dela... era uma pessoa... não sei quem é que estava... que morreu... que estava perseguindo ela... assim... né? aí... ela... fez... uma... reza lá... e... sumiu... mas ela ainda ficou assustada... pensando que ia aparecer esse/aí não apareceu mais... aí ficou por isso [a:mesmo] ...

  • E: Angela... fale sobre o local onde mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: o lugar onde eu gosto de... de passear... brincar... assim... é na Quinta da Boa Vista...lá é [a:muito] legal... eu às vezes eu vou com... com minhas colegas... gosto de lá por causa que lá é calmo... lá a gente pode andar de bicicleta... lá também tem... assim... alguns animais... às vezes... que fica lá... que a gente vê... né? e... às vezes eu levo a minha bicicleta... e minhas amigas para brincarem... ( ) os meus bichos... o meu cachorro Totó... que eu levo... fico brincando lá com ele... né? e eu gosto de lá assim por causa que... tem muitas coisas assim... eh... lá... eh... balanço... essas coisas assim... gangorra... que a gente pode brincar... e também lá é... é calmo...

  • E: Angela... o que você sabe fazer?
    I: gelatina...
    E: e como se faz gelatina?
    I: eu... pego uma vasilha... e deixo ali me esperando... né? aí depois eu pego um::/ uma panela... e boto um... um copo de água pra ferver... aí quando ferve... eu pego::... a gelatina Royal... o pó da gelarina Royal... e boto... e misturo... aí depois eu pego mais... depois eu apago o fogo... quando eu... misturar... depois eu pego logo... um... um copo também de água gelada ... meio copo... de água gelada... e entorno ali e misturo... começo a misturar... até... dissolver bem... aí quando dissolve... fica... bem assim... aquela cor... aí eu boto na vasilha... e boto na geladeira...

  • E: Angela... o que você acha da sua escola?
    I:eu acho minha escola [a:muito] legal...é divertida...os colegas que eu arranjo são [a:muito] legais... e as professoras... também... eu sempre... fui assim... boa aluna... também... por isso que as professoras não sã/ são boas... porque... deve ser por isso... porque também... sou... uma boa aluna... e o ensino também é bom... é forte o ensino... e também... quando eu tenho dificuldades... eu pergunto assim... a mi/ meu padrinho... a minha mãe... assim... que elas... tiram minhas dificuldades... minhas dúvidas... mas tudo bem... a minha escola... eh... eu acho essa escola excelente... e eu nunca pensei em sair... mas eu acho que agora eu tenho que pensar... por causa que... minha mãe quer me tirar... por causa que... está ficando cara... né? mas tudo bem...se a vida é isso [a:mesmo] ... mas a... a escola não termina aí...porque ainda tem a cantina que é [a:muito] legal... tem bastante coisas ali que a gente pode escolher ainda... né? pra comprar... assim... é um pouquinho cara... mas tudo bem... eu... tenho grana... o suficiente... e... e também ela é... grande... minha escola... ela tem bastante andares... salas de aulas... né? bem grande... e as inspetoras também... não posso esquecer...são [a:muito] legais...eu adoro elas... eu... brinco com elas assim... a... a... as crianças assim... as minhas amizades que eu arranjo... é... super legal... eu adoro...e a minha mãe também fica [a:muito] feliz... de eu ser assim... amigável com... a minha escola... de eu adorar a minha escola... e eu sempre faço as minhas tarefas que a professora manda... que eu gosto... e eu... quando tenho dificuldade... também não tenho medo... que eu sei que não vai acontecer nada comigo... eu adoro a minha escola...
Parte oral
1993
  • Viajei para São Pedro da Serra.E ao chegar lá, minhas amigas me convidaram para andar à cavalo.E eu fui.Então, logo no caminho, o cavalo entortou um pouco e eu quase caí.Comecei a chorar.E minhas amigas começaram também a rirem de mim.Mas, como meu cavalo estava indo [a:muito] de vagar, veio um cara e bateu no trazeiro dele, e ele começou a correr,e eu [a:muito] dezesperada gritei: Pare!Pare!Eu não quero que ele corra.Mais logo cheguei no ponto final.
  • Um dia, minha mãe me disseuma história nem mito triste e nem [a:muito] alegre.Que foi assim!Quando ela era pequena, tinha mais ou menos 11,12 anos, ela começou a ver vultos brancos e logo depois começou a ver a alma de um homem que ela nunca tinha visto.Então aquilo estava sempre a perseguindo.Ela, decidiu então falar para a sua mãe.Mas ela nem ligou.Começou a falar que aquilo não existia.Mas, [a:mesmo] assim ela continuou a ver a alma e os vultos.Quando ela ia dormir ele aparecia.E sempre com a mesma roupa, com uma cartola preta, com um terno e com um guarda-chuva sempre fechado.Mas não adianta ela falar, por que a mãe sempre dizia a mesmas coisas.__ Isso não existe.__ E se você continua a falar nisso eu vou te da uma surra.Mais ela continuou a ver.Até que um dia ela saiu com a mãe e as irmães dela.E uma das irmães viu a misteriosa alma e com a mesma roupa.Então olhou para ela e disse você viu o que eu vi.__ E ela disse.Vi, sim!Então, como a irmã ficou assustada, falou logo para a mãe, e minha mãe disse: __ Não adianta, eu falo com ela e ela diz que isso nunca existiu.Mas [a:mesmo] assim ela falou e a mãe como já estava cansada de ouvir aquilo, foi logo num centro para rezar, pra vêr se aquilo desaparecia.Então dez daí nunca mais.FIM
  • O lugar onde eu mais gosto de ir é para a Quinta da Boa.Por que lá é [a:muito] legal e divertido.Eu quando vou lá, eu costumo levar uma amiga chamada Elaine;Por que ela é [a:muito] legal, ela leva o cachorro dela, a bicicleta e eu também.Ela vai de carro porque a mãe dela que nos leva.Lá é [a:muito] calmo, tem muitas árvores, o ar é puro.E lá também tem lugar para a gente brincar.Como a gongorra, o balanço , escorrega e etc ...Então nós fazemos assim, ela anda um pouco na minha bicicleta e eu na dela.Mas, lá também tem carrocinhas com cavalos.E nós andamos.Também tem um tipo de barco, que a gente entra e começa a diregir com se fosse um carro mesmo.Mais [a:só] que é na água.Mas lá é [a:muito] bom [a:mesmo] .E depois a gente brinca com a cachorra dela.Mas antes de nós irmos embora a gente faz um pequeno pequenique.Mas eu adoro!FIM
  • Eu sei fazer muitas coisas,mas o que eu gosto [a:mesmo] , é de fazer gelatina.Porque é a coisa mais fácil, [a:bom] , isso é o que eu acho!Mas, não é [a:só] isso que vocês querem saber, né!?Vocês querem saber, como é que faz!?Pois eu falo: Pegue um prato e vidro, e deixe separado.Agora, pegue uma panela com água (1 copo), e ferve e assim de fervido jogue o conteúdo, e vai mexendo até disolver.Depois de disolvido, jogue mas 1 copo de água geladae depois é [a:só] botar na geladeira.Mas antes disso, você deixe um pouco fora da geladeira para esfriar um pouco.Porque não é [a:muito] bom deixar coisas [a:muito] quente na geladeira.Porque ela trabalha mais.Já está pronta a gelatina!
  • Minha escola é [a:muito] grande, bonita e [a:muito] divertida.E tambémtem os funcionários que também são [a:muito] legais, que é a professora que eu adoro mais elas e elas também me adoram.E até porque sou uma boa aluna.Mas ainda tem as inspetoras que eu tanto adoro.E tem ainda as minhas amizades que eu adoro.Minha escola não tem [a:só] isso, ela também tem a coordenação, onde fica a Madelena, Conceição, Deize e etc...Tem também a cantina que eu adoro.Mas as coisas de lá estão [a:muito] caras, e o colégio também, pois é por isso que no ano que vem eu vou sair daqui.Mas aqui é tão grande que até aula de dança tem, como Jazz que é o que eu faço todas as quartas-feiras e sextas-feiras.Eu amo minha escola!
Parte escrita
1993

  • E: Artur... conte uma história que tenha acontecido com você...e que tenha sido [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: um dia eu estava andando de bicicleta lá em casa... aí um garoto foi... me fechou com a bicicleta... aí eu fui... dei de cara no muro... aí eu fui para casa... aí tive que ir no médico... porque eu tinha que tomar ponto... aí o médico me deu meus pontos... aí fui pra casa...fiquei [a:todo] machucado...aí a minha avó... minha mãe... começaram tudo a reclamar... porque... elas não queriam que eu andasse de bicicleta... aí... eu implorei pra mim andar... e quando eu andei... acon... aconteceu logo um acidente... assim... depois de muito tem::po... aí eu continuei andando de bicicleta... porque eu gosto muito de andar de bicicleta... eu acho que é a... coisa melhor que tem pra gente... quando a gente não tem nada pra fazer...

  • E: Artur... conte uma história... que alguém tenha lhe contado...e que tenha sido... [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: o meu colega... Rodrigo... me contou que o irmão dele... tinha tomado um tiro na perna... aí... ele tinha que/ ele foi para o hospital... aí teve que tirar a bala... aí no outro dia... ele voltou pra casa... mas não tinha tirado a bala... aí ele/ aí eu/ na sexta... ele teve que voltar pro hospital... que ele foi transferido... para tirar a bala... aí ele ficou com a perna... em pé... assim... se ele não ficar... andando com a perna em pé/ ele vai ficar com a perna em pé... não vai poder... apoiar mais a perna no chão...aí eu fiquei [a:muito] triste...que ele é meu/ [a:muito] meu amigo...aí fiquei triste... aí eu fui pra casa... comecei a chorar... aí dormi...

  • E: Artur... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: eu gosto mais de passear... em Anchieta... porque lá tem par::que... campo de futebol... quadra... de tênis... tem mesa de pingue-pongue... tem quadra de vôlei... ah... eu gosto muito de jogar vôlei... jogar pingue-pongue... gosto de brincar... gosto de jogar futebol... aí quando eu vou pra casa de lá do meu colega... eu fico brincando com ele... e com os colegas dele... aí a gente brinca... aí no outro dia eu acordo de manhã... vou jogar mais bola... aí no outro dia eu acordo... vou jogar mais bola... aí no outro dia também às vezes brinco de pingue-pongue... vôlei... brinco no parque... brinco de pique... e às vezes eu jogo flíper também... que lá... perto tem...

  • E: Artur... o que que você sabe fazer?
    I: eu sei fazer patê...
    E: e como se faz o patê?
    I: ah... eu pego... a maionese... a sardinha... aí pico a sardinha... aí misturo... a maionese com a sardinha... aí como eu gosto muito de cebola... eu... pico a cebola... boto dentro... aí depois eu passo no pão... tomo com leite... ou um refrigerante... ou um suco...

  • E: Artur... o que você acha sobre sua escola?
    I: eu acho...eu acho... o Liceu [a:muito] bom...porque ele ensina [a:muito] bem::... eu... gosto dele porque tem quadra... de futebol... vôlei... handball... basquete... também eu gosto muito da minha professora... mas tem hora também que ela é ruim... que ela bota a gente de castigo... não deixa a gente nem comprar merenda... gosto também da escola... porque ela tem um ensino bom... faz passeios para lugares bons... tem parque para... maternal... eh... jardim... CA... na hora do recreio...eu [a:só] não gosto muito da hora recreio... porque a gente é depois do ginásio... aí demora muito... pra gente ter que esperar até dez e dez... pra a gente descer para o recreio...
Parte oral
1993
  • Eu um dia estava andando de bicicleta eu bati de cara no muro e eu ralei a cara aí eu teria que tomar ponto a minha mãe disse pra não anda de bicicleta e aí logo na da que minha mãe mandar eu não andar de bicicleta eu gosto muito de anda de bicicleta equando eu nelhorei [s:eu] comecei a [v:andar] [p:de] [a:novo] de bicicleta.
  • Meu colega Rodrigo me contou que o irmão tinha tomado um tiro na perna, ele foi para o hospital.E ai no outro dia ele voutou para casa mas na sexta-feira ele ia voutar para outro hospital para tirar a bala.E se ele ficase andando de perna em pé ele iria ficar para sempre de perna em pé.Eu fiquei triste e eu cheguei em casa e comecei a chorar.Agora ele ja tirou a bala e já [v:está andando] [a:dereito] .Voutou anda de bicicleta, comigo, jogar sinuca, soltar pipa, brincar de pique e jogar bola, video game e jogar flipe e agora dorme mas.
  • Eu gosto de paciar em Anchieta porque lá tem campo de futebol, quadra de volei de tênis tem parque.Um dia eu jogo futebol no outro dia jogo tênis o outro dia joga volei eu fico na casa do meu colega assim nos últimos dias eu jogo flipe eu gosto de Anchieta porque lá mora um dos meus melhores amigos.Lá eu brinco no parque.Eu fui numa festa no primeiro dia que eu fui lá.
  • Eu sei fazer paté.Eu pego a sardinha, a maionese.amassar a sardinha e ai mistura com a maionese e depois boto um pouco de cebola e depois boto no pão e lancho com leite ou suco ou refrigerantes.
  • A minha escola é boa, eu gosto de meus amigos, das professoras e do pessoal da cordenação.Eu não gosto muito da professora por que ela bota agente de castigomas é [a:muito] bom estudo no Liceumas a coisa que eu gosto [a:mesmo] da quadra, dos professores.As vezes ela é boa e as vezes ela é chata.O Liceu tem três blocos a,i e c Bloco A é o meu até 8 bloco B De maternal até C.A.e o Bloco C é para o segundo grau.Tem audio visual e teatro.
Parte escrita
1993

  • E:Carlos... conte uma história que tenha acontecido com você... e que tenha sido [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: a história que eu vou contar... é triste... eu tenho uma cachorra chamada Iúma... todos os dias eu brincava com ela... até um certo dia... que ela estava enjoada... aí eu fui brincar com ela... ela me... me deu uma mordida... minha mãe ficou preocupada e me levou pro médico... para o médico... o médico disse que não era nada grave... não tomei nenhum remédio... aí sempre quando eu chegava em casa... aí/ eh... e levava meus colegas... eu falava pra minha mãe assim “mãe... prende a cachorra pra [s:ela] não me [v:morder] [p:de] [a:novo] ...

  • E: Carlos Vinícius... conte uma história... que alguém tenha lhe contadoe que tenha sido [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: quem me contou essa história foi minha mãe... é triste... ela... tinha acabado de receber o salário e botado no bolso... quando ela foi esperar o ônibus... chegaram cinco malandros e a... assaltaram... ela saiu correndo para a delegacia... denunciar... passou uma... duas horas... e não adiantou nada... ela voltou para casa... triste... e me contou a história...

  • E: Carlos Vinícius... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: o lo... o local onde que eu gosto mais de passear... é na Fazenda Alegria... lá tem piscina... tem... eh... ponte do Indiana Jones... cordinha do Indiana Jones... tem muita coisa lá...eu me sinto [a:muito] bem láporque lá é... é um ar/ tem ar puro... é tudo fresco... e... eu brin... eu brinco lá em cima sempre na ponte do Indiana Jones... na corda... tomo banho de piscina... lá tem vários escorregas... bonitos... tudo colorido... tem... um... um... um elefante que solta água pela tromba lá... chuveirinho... tem cogume::lo... lá... que solta água... também... tem... tem muitas coisas lá que eu adoro...

  • E: Carlos Vinícius... o que você sabe fa/ sabe ou gosta de fazer?
    I: eu gosto de fazer um misto-quente...
    E: e como você faz esse misto-quente?
    I: eu pego... pão de forma... passo... a manteiga... boto o queijo e o presunto... pego outro pedaço de pão... e boto... aí... eu boto... no microondas... espero vinte segundos... aí... fica feito...

  • E: Carlos Vinícius... o que você acha sobre sua escola ?
    I:eu acho ela [a:muito] legal... e bonita... a/ tem... várias salas... banheiros...tem inspetoras... [a:muitos] boas...os professores também são [a:muitos] legais...eu acho ela o máximo... a diretora também é [a:muito] boa ( ) eh...são/elas são... [a:muitas] boaselas sempre da/ manda as pesquisas... pra gente... a gente faz... elas dão nota...elas são [a:muitos] legais...elas fazem tudo pra... pra gente melhorar a no::ta... são muito/ enfim...elas são [a:muito] boas...
Parte oral
1993
  • A história e triste.Eu tenho uma cachorra chamada iúna.Todos os dias eu brincava com ela até que um dia ela se injuou e me mordeu eu gritei : mãe mãe a iúna me mordeu.Ela me levou para o médico disse que não era nada grave.Dai todos os dias (que eu ia brincar em casa) eu falava para minha mãe assim :mãe prende a iúna para não [v:morder] [p:de] [a:novo] .
  • A história é triste.Quem me contou foi minha mãe.ela tinha acabado de receber o salário e botou no bolso quando ela foi pegar o ônibus cinco malandros roubaram ela.Ela saiu correndo para a delegacia contar a história.passou 1 hora, 2 horas e não adiantou nada.Dai ela foi para casa e me contou.
  • O lugar onde eu gosto de passear é na fazenda alegria.Porque la tem várias piscinas ponte do Indiana Jones tambem tem a corda do Indiana Jones.Nas piscinas tem vários escorregas.de todas as cores.tem cogumelo que souta água, pirulito que souta água e um elefante que sai água pela tromba.Eu gosto de ficar porque tem ar puro e é fresco.
  • Eu gosto de fazer é um misto quente.Eu boto manteiga no pão e depois o queijo e o presunto.Passo mais manteiga no outro pedaço de pão pego faço misto.depois boto ele no forno e espero vinte segundos.Dai eu tiro e como com refrigerante.
  • Eu acho minha escola legal tem vários banheiros inspetoras boas professores bons eles fazem de tudo para melhorar a nota mandam fazer pesquiza e um monte de trabalho para melhorar a nota.lá tem cantina várias salas e as crianças ficam no bloco B isso as crianças de maternal à CA.
Parte escrita
1993

  • E: Daniel... conte uma história... que tenha acontecido com você...que tenha sido [a:muito] engraçada ou [a:muito] triste...
    I: é que uma vez/ eu faço... eh... aniversário dia dezoito... de junho... e daí... eh... no dia da minha festa... a minha mãe foi ligar o som... né? [a:só] que o som estava com um problema de... de... fio... que estava um... estava... solto... aí daí... a minha mãe teve que adiar... pra levar... o som pra consertar... né? que sem som seria ( ) ir ser engraçado... né? sem graça... aí então... a minha mãe foi lá... colocou... consertou... e demorou mais ou menos uns... dois... ou três meses assim... pra consertar...porque estava com problema [a:muito] grande... então... aí... eu fiquei triste... assim... aí... não gostei muito disso...aí minha mãe teve que [v:fazer] o meu aniversário assim... [p:em] [a:branco] ... sem som... não gostei muito não...

  • E: Daniel... conte uma história que alguém tenha lhe contado...que tenha sido [a:muito] engraçada ou [a:muito] triste...
    I: na primeira série... quando o meu colega foi embora... né? eu adorava ele...era [a:muito] meu amigo... o meu colega me contou... que ele estava os dois indo... aí ele foi atravessar a rua... aí veio um carro disparado... e atropelou ele... levou ele pro hospital... mãe preocupada... que não sabia de nada... o outro colega/ meu outro... colega... foi na casa da mãe dele... aí falou qual o hospital que ele iria...chegou lá no hospital... [a:infelizmente] ele já estava falecido...

  • E: Daniel... fale do local... onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: olha... eu já fui muitas vezes... num lugar chamado Ilha Grande... lá... tem muitas praias... eh... eh... na casa do tio... do meu colega chamado Luís Augusto... né? aí eu já fui pra lá muitas vezes com ele... a gente vai lá... brinca... a gente fica quase o dia inteiro na praia que tem lá... eu gosto de ficar lá porque lá... é/ acho que é mais fresco... mais suave... sem esse negócio... de... barulho... à noite... eh... fumaça... de carro... sempre há fumaça... né? aí lá eu acho o lugar mais fresco... confortável... a gente vai lá... dorme de noite... ih::... que coisa...porque... [a:muito] ... silencioso...de dia às vezes eu/ uma vez eu andei de caiaque... fui de barco... meus tios foram pescar... lá... aí eu... eu adoro ir para esse lugar também... eu acho sensacional...

  • E: Daniel... o que que você sabe fazer? sabe ou gosta de fazer?
    I: eu sei fazer um brinquedinho... que eu aprendi com a minha mãe... ela me ensinou... a gente pega::... um pedaço de made/ uns cinco pedaços de madeira... né? aí a gente pega a... faquinha... faquinha bem amolada... aí a gente começa... pega o pe/ prego... martelo... e cola... aí... né? vai fazendo...faz pri... [a:primeiro] ... uma ma... uma madeira... bem grande... que vai ser a carroceria do carrinho... depois a gente pega a faquinha... corta uma madeira de qua/ quadriculada pequena... aí vai com a faquinha... vai fazendo a rodinha do carrinho... e pede pra mamãe pregar com prego... pra não se machucar... aí depois faz as quatro rodinhas... aí depois se você quiser fazer a carroceria... aí você faz... do jeito... com a/ com os outros pedaços de madeira que sobrarem... aí depois você pega e cola... depois você faz o que quiser com o brinquedo...

  • E: Daniel... o que que você acha sobre sua escola?
    I:eu acho... ela boa... boa... [a:muito] boa...porque::...o ensinamento dela é [a:muito] bom... e eu gosto dela também... porque ela é gran::de...o recreio também é legal... a gente pode ficar brincando... a gente brinca... a gente faz o que quiser no recreio... chega na sala de aula...a minha professora Maria Luísa também é [a:muito] boa comigo... ela adora... eh... quando eu leio... às vezes... ela muito manda eu ler... aí eu gosto muito também porque... eu nunca fui à diretoria... nunca/não gosto de fazer bagunça... bagunça [a:mesmo] eu faço na minha casa... né? aí a minha mãe fica irritada... aí... né? eu gosto lá também... porque... na minha sala... tem muitos coleguinhas... e eu gostaria de ficar até:: a universidade aqui nesse colégio... porque eu adoro esse colégio... esse colégio é minha vida...
Parte oral
1993
  • Quando eu fiz aniversário no dia 18 de junho e a minha mãe foi ligar o som e ele não pegou então a minha mãe teve que adiar o aniversário para o dia seguinte ai ela levou o som no concerto e o técnico disse que iria demorar muito para concertar porque era um problema nos fios e o meu som é importado teria que mandar alguém ir no tal país comprasse os vios voltasse e para o concerto demoraria mais uns 2 meses e entãoa minha mãe teve que [v:passar] o meu aniversário quase [a:totalmente] [p:em] [a:branco] sem uma músicapara alegrar ai eu não gostei muito deste aniversário.
  • Uma vez um colega meu da 1a série me contou que quando um colega meu um grande amigo meu e ele e o meu outro colega estavam indo atravessar a rua e um carro que avançou o sinal e pegou um cheio no meu melhor colega e ai levaram ele ao hospital e depois o meu outro que estava acompanhado também o meu colega atropelado ele foi contar para sua mãe e para a mãe do garoto acidentadoe ai [s:eles] [v:foram] [a:rápido] ao hospital [a:Só] que quando eles chegaram lá [a:infelizmente] o garoto tinha falecido.
  • Eu já fui muitas vezes em um lugar chamado Ilha Grande eu vou com o meu colega chamado Luíz Augusto na casa dos meus tios e eu gosto de ir lá porqueé [a:muito] mais frescotem pouca fumaça nem um barulho de noite nós ficamos quase o dia inteirinho nas praias que tem lá nós também andamos muito de caiaque e eu acho esse lugar sensacional e também gostaria de ir mais vezes neste lugar fresco, calmo, silencioso e sensacional.
  • Eu sei fazer um brinquedo que pegamos 5 pedaços de madeira, cola, prego e martelo e fazemos com um dos 5 pedaços de madeira, faz a parte da frente depois a carroceria e pega um dos pedaços faz um pedaço de madeira quadriculada com a faquinha foi fazendo uma das rodas e depois de fazer as 4 rodas peço para minha mãe pregar a carroceria e as 4 roda para não se machucar e com o restante pode fazer cavalinhos ou outra coisa qualquer para botar na parte de carregar coisas e pode fazer o que quizer com o brinquedo pode também pinta-lo e fica mais bonito ainda.
  • Eu acho ela [a:muito] boaporque ela é grande e no recreio agente brinca de que agente quiser ea minha professora Maria Luisa é [a:muito] boa comigoela gosta quando leio textos dos livros e também eu nuca fui à diretoria porque aquieu não gosto de fazer bagunça bagunça eu gosto [a:mesmo] é em casae eu gostaria de ficar nesta escola até a universidade porque essa escola é a minha vida e eu não quero sair dessa escola nunca eu adoro essa escola e vou continuar adorando até eu crescer e me formar nessa escola pra ser médico picicriata e tambémesta escola fica [a:muito] pertoda minha residencia que eu moro hoje e ai eu quero continuar nesse colégio até a universidade.
Parte escrita
1993

  • E: Fábio... me conta aí... uma história... que tenha acontecido com você... que tenha sido engraçada... ou constrangedora... ou... alguma coisa triste... qualquer coisa...
    I: qualquer coisa?
    E: qualquer história...
    I: noutro dia ali... né? eu estava ali na rua... com a bicicleta da minha irmã... né? aí eu estava descendo o morro... que era o morro assim da... da São Félix... tem um morro ali... aí eu estava descendo... aí a bicicleta dela estava quebrada... eu não sabia... porque se pedalar pra trás... a bicicleta faz aquele barulho... CHUIM... a dela... a dela não... a dela quando pedalava pra trás... parava a bicicleta aí escorregava... né? aí eu fui pedalar pra trás... escorreguei... tomei o maior tombão... aí todo mundo ficou olhando... ((riso de E))
    E: que situação... hein?
    I: aí o João Paulo... todo mundo ficou olhando... lá da rua...

  • E: uhn... me conta aí então agora... alguma história... que alguém tenha te contado...
    I: ah... o/ quem me contou... foi o... Fábio Miguel... lá na minha sala de aula... ele::... noutro dia estava contando a história ali... que... tinha um dinheiro pra botar lá na/ no banco do pai dele... o pai dele deu dinheiro pra ele botar no banco... aí foi... levar... né? aí estava lá no banco... aí tem um... elástico no dinheiro... né? aí sem querer ele puxou assim um pouquinho... aí bem pegou assim nas costas da garota... o elástico... aí a garota ficou olhando pra ver quem era... mas não achou...
    E: quase que ele se sai mal... né?
    I: é...

  • E: Fábio... queria que você me dissesse... qual é... a casa... que você mais gosta de visitar...
    I: a casa do Mauro...
    E: causa/ casa do Mauro?
    I: é...
    E: então me diz aí... como é... a casa do Mauro...
    I: ah... ela grande... tem um quintal que a gente pode ficar brincando o tempo todo... tem uma sala grandona que... a gente fica brincando de super trunfo... ah...o quarto da mãe dele... [a:só] que nós não podemos brincar lá... porque... às vezes desarruma aí a mãe dele briga... é... a casa dele também tem um trailer... que às vezes a gente sobe em cima do trailer lá pra ficar... soltando pipa... um monte de coisa...
    E: e... que mais? tem mais alguma coisa que você me lembre?/ que você se lembre como é?
    I: lá tem uma oficina que... eh... lá tem as peças de carro... a gente fica fazendo carrinho de pilha...
    E: tá legal...

  • E: então me diz aí agora... eh... o que que você sabe fazer?
    I: pipa...
    E:ah... [a:legal] ... então me conta aí... tudo que precisa... e como é que se faz uma pipa... [que eu quero saber...]
    I: [precisa de bambu] eh... papel fino... cola... uma faca... eh... e linha... aí... tu pega o bambu... aí raspa ele todinho com a faca... aí bota/ faz ... quatro varetas... quatro não... três vareta de/ fininha... corta do bambu... aí depois que ela está bem fininha... aí tem que... enrolar ela com a linha... aí pega... a cola... e passa nela assim... depois que já está todinha enrolada com a linha já... aí bota o papel fino... aí corta ele... nas dobra dele todinho... e cola... só... aí faz a pipa...
    E: não é tão difícil... né?
    I: é... é facil...
    E: então... então... tá...

  • E: agora eu queria que você me dissesse... o que você acha aqui da escola...
    I: daqui da escola? eu acho ela é boa...
    E: por quê?
    I: ah... tem uns professores legais... as diretoras... é todo mundo legal...
    E: e da conservação da escola? a limpeza? a merenda?
    I: ah... são boa... da escola... não tenho nada de se queixar...
    E: não tem nada pra se queixar?
    I: não...
    E: tudo é bom... você gosta de tudo?
    I: gosto...
    E: tem nenhum detalhezinho que precisa mudar?
    I: pra mudar? nada... [a:só] botar o ventilador nas sala de aula... que agora eles estão fazendo o negócio das latinhas...
    E: tá legal... Fábio...
    I: porque fica uma parte com ventilador... aí a metade da turma fica com ventilador... outra não fica... outra fica com calor... ((riso de E))
    E:então tá... [a:só] isso que precisa mudar?
    I: só...
    E: então tá... [a:só] isso então...obrigada...
    I: tá...
Parte oral
1993
  • - Um dia meu pai mandou eu ir comprar cigarro na São félix.Eu fui, mas na hora devoutar foi aquilo. [s:Eu] [v:desci] [a:muito] [a:rápido] aquela ruae no final BUM [NULL SUBJECT] [v:caí] [a:feio] , todo mundo ficou olhando para min, Eu saí dali varado e todos riram.
  • - No outro dia o meu colega Fábio, me contou sobre ele.Ele me falou que na sexta feira ele foi levar o dinheiro de seu pai para depositar.Na fila o elástico do dinheiro arrebentou e pegou na costa da garota e ela ficou procurando quem fez isso mas não achou.
  • A casa do Mauro é grande tem um quintal enorme uma sala que nós podemos ficar brincando o tempo todo um treiler que nós ficamos soltando pipa e uma oficina que nós ficamos fazendo carrinho de bilha.
  • A pipa se [v:faz] [a:muito] [a:rápido] com papel, vareta, cola, tesoura, faca, bambu e linhacom a faca afina o bambu, com a linha enrola ele, com a tesoura corta o papel e depois pega a cola e cola o papel em cima do bambu.
  • Na escola [a:só] precisa mudar uma coisa, Porque está ruim, a limpesa no banheiro.O banheiro sempre está sujo cheio de urina no chão e ninguem toma providencia eé [a:só] isso que eu tenho pra diser porque do resto esta tudo bem.
Parte escrita
1993

  • E: qual o teu nome?
    I: Fernando...
    E: Fernando... qual tua idade?
    I: nove...
    E: nove anos? você mora aonde?
    I: rua General São Cristino...
    E: (onde é?)
    I: Cristino...
    E: ahn... eh... Fernando eu estava querendo que você me contasse... uma história que tenha acontecido com você... que pode/ essa história pode ser boa... pode ser... triste...
    I: uma história... alegre... olha só... foi... foi... quando eu viajei... viajei... passei uma semana... um fim de semana... e... gostei... um dia/ sempre ia pra praia... assim quando não chovia... aí um dia desses eu tirei/ foi o último dia que a gente já estava indo... indo pra viagem... vindo pra casa... e... a gente fomos em... Macaé... era um lugar legal... a gente... estava eu minha prima... todo mundo... aí olha só... aí... a gente fomos lá pra Macaé... e compramos uma passagem de ônibus... aí a gente fomos onze horas... pegar um ônibus... [a:só] que o ônibus... enguiçou... enguiçou... ou furou o pneu... alguma coisa assim... e... foi... aí a gente chegamos lá... foi três horas da tarde... eu fiquei enjoado... ( ) aí... a gente passamos por monte de lugar que tinha praia... passamos por Nite... Niterói... aí quando a gente fomos chegar lá... três horas da tarde... aí... a gente com aquelas malas todas... mas não compramos muita coisa porque lá... é um lugar que... até a gente acha qualquer coisa ( ) Rio... a gente acha no Rio... aí pra não dizer que... não comprei nada... comprei... um::/ até me esqueci... acho que eu não comprei nada pra mim... aí a gente fomos na praia... acho que foi o último dia... aí por sorte... eu estava catando aqueles mariscos... aí/ e achei um... uhn... achei um... aí... quando achei esse um... não era bem marisco... sabe o que era? um caramujo... [a:só] que... [a:só] estava a casca... casca... aí... o que que eu fiz? pensei que tinha alguma coisa dentro... catuquei... catuquei... aquilo dali serviu de enfeite pra mim... e as conchas que eu também catei... eu faço coleção... [a:só] isso...E: uhn... [a:legal] ...

  • E: Fernando... tem alguma coisa... eh... que alguém tenha te contado? alguma história que alguém tenha te contado?
    I: ah... foi quando a minha mãe se separou... que ela/ estávamos viajando pra Nova Friburgo... e ela resolveu... foi embora pra lá... embora pra cá... quer dizer... aí... ela me contou... mas... o meu pai estava/ ficou falando bobeira... ( ) minha mãe conheceu o meu pai foi... na/ ela conheceu assim... de um lugar pra outro... ela gostava muito dele... mas... ele começou a fica de plantão... não dava um telefonema... nunca vi ele dar... né? ele quando ia lá em casa [a:só] ficava... uma ou duas horinhas... porque ele... ficava o resto do dia quase na casa do meu irmão... minha mãe foi ficando sentida... aí... ela... se separou...
    E: ela te contou isso... é?
    I: contou...
    E: chato... né?
    I: uhn... pra mim... não faz tanta questão... porque... agora... já... já tinha um colega de infância... e agora está morando com ele ( ) pra dizer que/ verdade... eu nunca fui considerado... assim... com o pai... metade das coisas que eu não sei fazer... como... assim... não/ é sempre bom... ter um/ uma pessoa... um homem... assim... sei lá... pra me ensinar... futebol... não sei nada disso... a única coisa que eu sei nadar... porque as minhas tias me... poram num curso de natação... aqui no Vasco... fora disso... eu/ minha mãe ia me pôr no basquete... depois não/ resolveu pra lá... e... acharam o meu/ acharam/ eu... nem cheguei a conhecer o professor... aí... ela falou a minha idade... disse/ falaram que... não podia eu entrar...porque era [a:só] de... de onze... pra frente... e eu... também... [a:só] tinha gente... magra...eu [a:só] como gordo... não podia( ) e era uma questão de exercício... minha mãe já estava pensando... e resolveu tirar... aí... ela me pôs na natação... da natação ela/ eu... daí fui...
    E: (é... foi melhor)

  • E: eh... qual o lugar que você mais gosta de ficar? na tua casa...
    I: na minha casa... eu gosto do meu quarto... porque... tem um certo brinquedo... que eu tenho... antigo... um monte de coisa... uhn... [também tem outras coisas...]
    E: [como é que é o teu quarto?] como é que é o teu quarto? eh... o que que tem nele?
    I: ah... tem brinquedo... ( ) tem... deixa eu ver... tem três camas... três camas... uma bicama... uma cama... uma cama pequena... cama-sofá... um armário... uma cadeira de estudo... uma ( ) borboleta... um... deixa eu ver... um ar-condicionado... ventilador de teto... um... poster... enorme... uma máquina de costurar... uma estante... (em diante)... esse armário de cinco portas... um quarto... também/ uma televisão... essa televisão... (minha mãe jogou fora) mandou eu comprar outra pra mim jogar vídeo-game ((ruído na gravação)) [a:só] que com vídeo-game é pior... a televisão estoura em menos de dois tempos... que é velha... não e tão velha... [porque...] (
    E: [você tem vídeo-game?]
    I: tenho...
    E: é?
    I: tenho... )

  • E: eh... como é que a gente faz pra jogar vídeo-game?
    I: uhn... ah... é uma questão de... eh... saber... os::/ tipo... como dizem nas... gírias de hoje... macete...
    E: é? quais são [os macetes?] como é que a gente faz pra jogar?
    I: [tem que/] não sei tem muitos jogos aí... tem com macete...
    E: não... [pra mexer nos ( ) ahn...]
    I: [vou dar um exemplo...] um:: jogo::... eh... herói... um herói... um boxista... um lutador romano... mas... ele se transforma num monte de coisa... olha... bicho... animal... um tigre... um monte de coisa... então... é uma coisa ligeira... passa uma bala... você... tem que dar um... um/ apertar os dois botões na mesma hora... se apertar um... apertar o outro... vai dar chute e soco ao mesmo tempo... tem que apertar os dois que ele pula e pega a bola... aí ele se transforma... em qualquer bicho... tigre... leão... qualquer coisa... mas isso daí... você tem que ter um macete... pra pegar ele... e se você... souber... essa bola daí se transforma ((pigarro)) num monstro... aí... são diversos monstros... é assim... você ( ) ele aparece um mostro grande... por exemplo... aparece um monstro que arranca a cabeça... e joga... se você tem que correr pra qualquer lado... ou então você está no/ magia... ( ) tem poder... as bolinhas de fogo... aí daí pouco... passa um/ você passou de fase... aí passa uns bichos soltando umas bolhas... também aquelas bolhas dali se encostar em você... você... perde as três vidas... se você tiver com vida... né?esse jogo [a:só] tem/ cada fase... você perde uma vida... aí tá... aí... você continua até o final com essa vida ( ) se você perder... essas três vidas logo na primeira fase... por exemplo... cada fase... por exemplo... eu não sei explicar... cada fase é uma/ três vidas... aí você perde... [a:só] fica com uma...aí passa pra outra frase... você/ pra outra fase... aí você vai... as outras duas... questão... aí depois... aparece um crocodilo soltando fogo... depois aparece o chefe final... aí morre ((riso)) pra dizer a verdade... [o chefe final...]
    E: [e perdeu o jogo?]
    I: ( ) ele se transforma em qualquer coisa... como é que a gente vai fazer? se transforma em quatro coisas... ele::/ como é que se diz? multiplica... em quatro... e tem que derrotar esses quatros inimigos... se ele se transformar na caveirinha é mais fácil... agora os outros são tudo difícil ( ) que dá cada chute de voar... esse jogo também... tem uma questão de arrancar a cabeça... um jogo que... é bom e chato ao mesmo tempo... é chato porque a gente perde... né? ( )
    E: tá bom...

  • E: Fernando... o que você pensa da escola?
    I: qual escola ?
    E: você pode falar... tanto da... outra quanto dessa...
    I: (uhn... que escola...) era diferente... porque eu... não... tinha... dois professores... agora/ a/ e lá... era aquela história...recreio [a:só] dez minutos((riso)) a gente fica/ a cantina de lá... era um roubo... quanto é que... hoje em dia está um refrigerante?
    E: agora acho... [ainda é/]
    I: [em garrafa?]
    E: pequeno?
    I: é...
    E: custa treze...
    I: sabe quanto é que estava lá no meu colégio? vinte mil... estava um horror... um sanduíche... uma coisa mal feita... que Deus me livre... trinta mil... e não tinha nada... depo/ antes de trinta... era incrível... tudo... era um roubo... [a:só] o refreigerante... né?que era vinte... era um roubo... aí... que que o pessoal fizeram... né? escolheram um representante... e poram uma placa... enorme “não compre... abaixo... já... os preços da cantina... não compre...” ( ) foi horrível... e aqui... agora... e aqui agora... está um/ melhor... né? porque... eu estou/ não estou precisando gastar dinheiro... estou me adaptando... sei que não é a mesma coisa... né? os mesmos tipos de colégios...na turma [a:só] tem dezesseis alunos...eram uns alunos [a:muito] chatos... cheios de ti... ti... ti... não gostei/ pra falar a verdade... eu estou lá dentro de sala... mas não conseguia me acostumar... porque entrou uns grandes lá agora... que estavam acostumando os pequenos a fazer besteira... dá soco... nas costas... umas brincadeiras de grande... mas... se os pequenos aprende... os... os restos da turma que é... aqui/ inquetado... quieto... né? quieto...minha turma [a:só] ( ) como é que se diz... dois chifres... foi:: uma coisa horrível... agora aqui... já senti que a turma... é:: uma classe assim (de gente boa) mas... em compensação preferi aqui...
    E: aqui você gosta?
    I: gostei... tudo que fiz foi pra/ me... ficar... me adaptando... me adaptei em... em um dia... já... fiquei igual uma gente que... fica gelada quando entra numa sala... eu falava... assim “oi... ( )”E: [a:legal] ... Fernando... obrigada...
Parte oral
1993
  • Minha viagem.Era um fim de semana, fui para Rio das Ostras, cheguei lá meio-dia ainda não tinham servido o almoço, lá era perto da praia, peguei conchas e marisco, e pus num casco de coco, e quando fui embora joguei tudo mar.
  • A separação.Ninha mãe me contou que ela tinha se separado porque meu pai não estava mais com interesse de minha mãe e ele ja tinha outra esposa que ja era separada como meu pai.
  • Meu quarto.Ele tem muitos brinquedos, tem um ar condicionado, um ventilador de teto, um armário, ele é enorme [a:muito] legale vivo muitas emoções nele monstros herois e outras coisas.
  • Como se jogar vidiogame.Você pega o controle aperta os botões para movimentar o boneco [a:só] não pode apertar com força se não estraganão ficar pondo fitas exageradas 2, 3 e 4 fitas que estraga e não ser viciado para ir para frente direita e para atras esquerda l (primeiro) botão chute 2 (segundo)soco os dois [a:juntos] cabeçada.
  • A escola.Eu achei legal [a:toda] limpalinda amigos chatos e legais professoras tambem sabe que eu ja enjoei da minha outra escola e dos feriados daqui
Parte escrita
1993

  • E: Flávia... conte uma história que tenha acontecido com você...e que tenha sido [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: eu estava numa festa... com a minha prima... ela estava fazendo dois anos...eu estava/ e estava bebendo... um... copo de Coca-Cola... [a:junto] com bolo... aí... o menino/ os meninos estavam brincando... de pique-pega... o menino passou... esbarrou em mim... e derrubou o copo de Coca- Cola na minha cara... aí... eu limpei... depois... veio outro... derrubou o bolo em cima de mim... esse dia... foi um dia... pô... eu acho que eu estava com... muito azar... porque depois da festa... pô... na hora de cantar o parabéns... eu fui passar para pegar um... um... enfeite que estava em cima da mesa... derrubei o negócio do bolo todinho em cima da mesa...foi uma tragédia [a:só] ... eh...aí quando eu cheguei em casa... eu tirei a roupa... tinha manchado a minha roupa todinha... minha mãe me deu a maior bronca... eu botei... lá pra lavar... no dia seguinte...quando eu fui ver ela estava [a:toda] manchada... [a:junto] com as outras roupas... manchou a minha roupa todinha... e eu tive que comprar outra igual...

  • E: Flávia... conte uma história... que alguém tenha lhe contado...e que você tenha achado [a:muito] engraçada ou [a:muito] triste...
    I: essa história foi a minha mãe que contou... ela falou que... tinha um garotinho pequenininho... de dois meses... ele estava no carrinho... balançando uma fralda... e lá... na casa dele...tinha um cachorro [a:muito] grande...ele o/ viu a fralda balançar... e... correu e mordeu a frauda... né? pegou... aí quando ele... pegou a fralda... pegou no pescoço do garoto... balançou pra lá e pra cá e começou a correr com o neném... a avó dele estava perto dele... e correu pra... tirar... o garotinho da boca do cachorro... aí... quando ela foi... puxou... puxou... não adiantou... porque o cachorro não queria largar... aí depois que o cachorro largou...o garotinho já estava [a:todo] sangrando...já estava... [a:todo] machucado...acho que ele estava morto... aí ela correu... bo/ entrou no carro... levou ele pro médico... nesse caminho que ele foi lá pro médico... eh... ela bateu com o carro... e o garotinho... rolou assim... já estava to/ já estava morto já... né? aí ela saiu... telefonou pra mãe dele... quando ela estava telefonando... a mãe dele te/ eh... a mãe dela/ a mãe do ga/ a mãe do nenezinho desmaiou... aí chamaram o médico... ela foi pro trabalho/ a avó dele... foi pro trabalho da mãe dele... chegou lá... e levou o garotinho e a moça pro médico... nesse caminho pro médico... aí eles encontraram... um::/ eles pegaram um engarrafamento... que demorou muito pra chegar lá...aí eles [a:só] chegaram lá de noite... quando chegou lá... quando::... o médico falou que o neném estava morto... a avó dele também desmaiou... aí ficaram... as duas no médico...

  • E: Flávia... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: o lugar onde eu mais gosto de ficar... é em Miguel Pereira...lá é [a:muito] bom...tem duas piscinas... uma bem funda... e bem grande... e a outra pequenininha... pra crian... pra crianças menores...lá é [a:muito] grande...tem charrete... tem... eh... cavalo...e é [a:muito] grande...lá também tem... uma moça... lá na cozinha... que ela tem uma... uma... lata cheia de bombom... e estava bem cheia... no dia que eu fui pra lá... eu as minhas irmãs... acabamos com tudo lá... compramos os bombons todinhos... que estava uma delícia... eh... tem muito quarto... lá... os quartos são enormes... tem... são/ é de três andares... tem/ lá perto tem uma floresta assim fi/ dentro do... do... do clube... a gente abre uma porta sai numa floresta... lá dentro dessa floresta... tem um mon/ tem uma árvore cheia de... amora... maçã... um monte de frutas... eu gosto de ficar lá... porque tem muita criança também... e... toda vez que eu vou pra lá... chega uma excursão... nessa excursão vai muita pessoa que eu conheço... e... uma vez eu fui andar de cavalo lá... eu e a minha mãe... o cavalo/ a minha mãe bateu com a/ com o sapato no cavalo... o cavalo saiu correndo... aí a gente/ aí nós se perdemos... fomos parar lá perto do/ de um rio... aí nós ficamos lá um tempão... umas três horas... lá naquele rio... tinha cobra... tinha um montão de bicho... depois veio um carro lá... pegou a gente levou a gente de volta lá pro clube...

  • E: Flávia... o que você sabe fazer?
    I: eh... um boneco...
    E: e como se faz um boneco?
    I: a gen/ nós compramos uma massa... especial pra fazer... aí... a gente... tira... bota um pouco de água... mistura... aí ele fica/ tem que ficar bem grosso... aí depois a gente pega... bota/ faz o formato do boneco todinho... o nariz... a boca... tudo... e deixa um pouquinho na sombra... e depois bota no sol... e ele endurece... e depois que ele endurece... você tem que ter muito cuidado... porque...fica... [a:muito] oleoso assim...se você pegar... logo na hora que sai do sol... ele pode... grudar na sua mão... e depois que você tirar do sol... e deixar ele lá em cima... você pode enfeitar de várias maneiras... pode botar... uma rendinha assim... no pescoço... pode botar purpurina... que... nada disso vai sair... se você botar purpurina... você tem que botar antes de... botar no sol... depois colo/ antes de colocar no sol você coloca purpurina...aí a purpurina seca [a:junto] com o boneco... eh... pode enfeitar também com... com... aquelas rendas... eh... de... crochê... aquela/ você pode fazer... e botar... no boneco... que não sai... não acontece nada... mas... antes disso você tem que botar um::... no/ antes de botar no sol você tem que... enfeitar ele todo...porque aí gruda [a:junto] com... o boneco... aí endurece tudo [a:junto] ...

  • E: Flávia... o que você acha sobre sua escola?
    I: eu acho essa escola...ela [a:muito] boa...é... grande... tem... tem... vários andares...e o ensino dela é [a:muito] bom... a minha escola ela é... assim... as professoras dela são... são... são apropriadas/ as professoras que vem pra cá... elas são bem... ensinadas assim... pra vir pra essa escola...a minha professora ela é [a:muito] boa...ela ensina [a:muito] bem... eh... ela ensina coisas... que na minha outra escola que eu tinha... não ensinava ... eu aprendi muita coisa com ela... o diretor dessa escola é bom... a... a coordenadora... a inspetora... eh... eles tem... muita idéia nova pra esse colégio... eles pretendem mudar... fazer uma mudança... aqui no/ nos andares... aqui também tem... eh... um parquinho... uma piscina... um pátio... bem grande... os banheiros daqui são... super limpos... a cantina... eh... é bem grande... assim... e tem muita coisa... que nas outras cantinas não têm... aqui também tem... tem um/ as rampas daqui também são super limpas... e as salas são bem grandes... tem uma/ a inspetora... fica no andar... e o... o corredor... eh... também é...também é [a:muito] grande...
Parte oral
1993
  • Eu estava em uma festa na casa da minha prima, ela estava fazendo dois anos, esse dia eu estava com muito asar.Eu estava tomando coca-cola e os meninos estava brincando de pique um garotinho passou e derrubou a coca em sima de mim.Na hora de cantar parabêns, eu fiquei perto da vela, quando começou a cantar parabêns eu esbarrei na vela e queimou a caixa do bolo todo.Quando cheguei em casa , tentei não fazer barulho, mas minha mãe estava me esperando ,pois minha roupa estava [a:toda] manchada.Depois de levar uma bronca de manhã bem cedo , eu e minha mãe fomos comprar uma roupa igual aquela, mas quando cheguei na loja era a última roupa e a moça foi e comprou.Essa é a minha estória [a:muito] azarada.
  • A minha mãe me contou queem uma casa [a:muito] bonitinhamorava uma senhora, um bebe, um cachorro e uma babá.O nenêm estava no carrinho brincando de balança uma frauda , e a babá estava lendo uma revista.Então o cachorro avanso no nenêm querendo arrancar a frauda do bebê, então a babá se assustou e correu para tentar salva-lo, mas o cão não quis soltar , e a babá puxa para cá e o cachorro puxa para lá , então o cachorro corre com a cabeça do nenêm pelo jardim.A vó do menino ficou assustada com os gritos da babá e correu para ver o que era.Quando ela chegou viu o bebê [a:todo] estrangulado,ficou [a:muito] nervosae começou a chorar , tendo esperança que o menino voltase a viver.Então [s:ela] pegou o carro, mas não sabia [v:dirigir] [a:direito] e o nenem já estava mortono banco do frente, do lado dela. [s:Ela] estava [v:indo] [a:muito] [a:rápido] com o carro, quando o ônibus bateu de frente com o carro dela, e o neném bateu no vidro e voltou, então ela saiu correndo com o nenêm no colo e deixou o carro lá na rua.Quando chegou no hospital, esaminaram o nenêm e forão avisar para a vó do menino.e ela desmaio também e o pai ficou traumatizado.E a casa não teve mas alegria.
  • Nos sábado e domingo eu a minha prima, a minha tia a minha família vamos todas para Miguel Pereira é o lugar onde eu mas gosto de ficar.Lá é grande tem um canteiro lindo cheio de Flores e um campo de futebol grande, tem duas pescinas uma grande e uma pequena.Quando eu fui andar de cavalo eu e minha mãe então o cavalo caiu e nós caimos na lama, nós nos sujamos toda.Lá tambêm tem um parquinho [a:muito] bonito.Lá dentro da casa tem uma porta que dava dentro de uma floresta cheia de bicho, quando eu sair,sair [a:toda] suja e cheia de carrapato grudado em mim.Depois eu estava [a:muito] cansada e fui dormir.
  • Eu sei fazer um boneco que já tinha uma massa especial para fazer o boneco e é assim como eu vou explicar: pega a massa aperta bem e fica apertando por vários minutos, depois faz o desenho por exemplo: eu fiz um um boneco;eu peguei enquanto a massa estava quente e mole eu peguei duas taxinhas e coloquei para ser os olho e quebra o paleto no meio e fiz a boca e esperei no sol para secar e ficou um lindo boneco.
  • A minha escola é umas das mais boas , e eu nunca queria sair daqui ele é assim:ela tem um patio [a:muito] bonitoe uma piscina para as criancinhas tem tambem uma cantena que nunca falta nada eé [a:muito] Barato.Ele também tem 8 andares, tem um elevador, umas rampas.Quando bate o sinal vamos todos para o patio formar e quando bate o segundo sinal é para subir a rampa.Eu tenho uma professora excelente eexplica [a:muito] beme eu já me garanto que passei de anotem também uns banheiros [a:muitos] limposcoisa que [a:raramente] vermos nos outros colégios, tem tambêm um teatro que muitas pessoas se apresenta.Eu adoro o meu colégio.
Parte escrita
1993

  • E: Flávia... conte uma história que tenha acontecido com você... e que tenha sido [a:muito] engraçado ou [a:muito] triste...
    I: quan/ eh... quando eu estava... na... na rua... aí... de repente começou um temporal... aí meu guarda-chuva... ficou avoando... no vento... caiu dentro do rio... caiu dentro do rio... e a minha mãe e meu pai começaram a rir...

  • E: Flávia... conte uma história que alguém tenha lhe contado...e que tenha sido [a:muito] engraçado ou [a:muito] triste...
    I: foi meu pai que me contou... ele falou... que... a minha mãe estava na rua... aí... ela veio andando na ca/ na... pela... pela... pela rua... quando chegou perto de casa... ela... caiu no chão... e aí... meu pai pegou ela... levou ela até em casa... no colo...

  • E: Flávia... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: eu gosto de ficar... na minha avó... que...lá... é [a:muito] legal...e eu gosto de ficar lá... porque... lá tem... cajá... eh... goi... goiaba... e... coco...eu me sinto lá [a:muito] bem...que a minha avó não bri... briga comigo... e deixa eu fazer tudo que eu quero... e lá...é [a:muito] bonito...lá é... tudo gramado... e algum pouco... lá atrás... é um pouco serrado... tem porcos... e... porcos... tem... vara... tem... um chuveiro... lá atrás... que se chama bicão... e... um parque... né? parque... lá... lá... tem também uns carros que fico em cima... tem... a... a sala... que tem uns bichinhos pra mim brincar...tem um... quarto... que é [a:só] meu pra mim ficar... tem... a cama da minha avó que é macia...e [a:muito] mais...

  • E: Flávia... o que você sabe... ou gosta de fazer?
    I: eu sei fazer café... [a:primeiro] a gente lava a chaleira... põe água dentro dela... e bota no fogo... depois... nós pegamos o bule e lavamos... de/ logo depois... a gente pega o açúcar... põe dentro do bule...pega o... coador e o Melita... põe os dois [a:juntos] ... e depois... a gente pega o pó de café... espera um pouco... e põe... depois a gente/ espera a água ferver... e... bota a água no coador... para fazer o café bem... bem fresco... uhn... e depois... a gente vai... mexe o açúcar... e... dá o café pra mamãe... e eu gosto de::... fazer... também... ovo mexi::do... e... muitas coisas mais... o ovo mexido a gente pega... o ovo... põe/ taca na frigideira... e... bota... na/ no fogo... e vai mexendo... e põe o sal que vai ficar bem gostoso...

  • E: Flávia... o que você acha sobre sua escola?
    I:eu acho a minha escola... [a:muito] boa...ela... tem uma cantina... que...é [a:muito] boa também... elá as coisas são [a:muito] baratas... na minha escola... tem as inspetoras que ficam... olhando a gente... para a gente não se machucar... e eu gosto muito da minha escola... porque...ela é [a:muito] legal pra mim... e...faz a gente [v:aprender] ... bem [a:rápido] ...a gente não se esquece de nada nela... também... a minha escola...ela é [a:muito] bonita... ela é grande... é espaçosa... e na minha escola... ela também tem...a minha professora... que é [a:muito] legal...
Parte oral
1993
  • Eu estava passando na rua quando derrepente caiu um temporal e um vento forte e o meu guarda-chuva escapuliu da minha mão e meu pai e minha mãe começaram a rir mais também foi a maior difilculdade para pegar por que tinha caido dentro do rio fomos para casa e não conseguinhos pegar o guarda-chuva.
  • Foi meu pai que me contou que os dois estavam na rua eles vieram andando chegando bem pertinho de casa minha mãe levou um escorregão e caiu na poça d'água e meu pai começou a rir ele pegou ele e levou até em casa no colo.Ela chegou em casa [a:toda] molhada e [a:toda] raladafoi tomar banho e ficou enchuta e fez o corativo.
  • O lugar que mais gosto de ir é na casa da minha avó.Eu gosto de lá porque tem cajá goiabatem um quarto [a:só] meutem a sala que tem bichinhos que eu possa brincar.E lá é tudo gramadinho e tem um pouco de cerrado.Lá tem porcos, vacas, galinha.Eu gosto de porque também tem um chuveiro chamado de bicão.Tem a cama macia da minha avó.Lá em me cinto avontadee [a:muito] felizminha avó não briga comigo e nem me bate.E tem os quartos do meu tio que eu arrumo E também eu fiquei com pena porque eu tive que ir embora no domingo.
  • Eu sei fazer café nós pegamos a chaleira e lavamos depois colocamos água e acendemos o fogo e colocamos a chaleira no fogo.Pegamos o pó de café o melita o açucar.Lavamos o bule e colocamos o açucar e pegamos o coador e colocar o filtro.Depois colocamos o pó de café.Esperamos a água que está no fogo ferver.E colocar a água.Depois mechemos o café e [a:pronto] .Também eu sei fazer ovo mechido.Acendemos o fogo e pegamos a frigideira e colocamos um polco de olho.Pegamos o ovo e colocamos na frigideira, e colocamos uma pitada de sal de poisé [a:só] mecher e esperar um pouquinho e está pronto.
  • Eu acho minha escola [a:muito] legaleela é [a:muito] espaçosa.Ela tem algumas espetoras legais que olham a gente no recreio.Nela também tem cantina muitas salas e três blocos com 7 andares.Eu gosto muito dela porque minhas professoras são legais e também o incino lá nós não esquecemos quase nada.Eu compro um refrigerante biscoito maisé [a:muito] caroe algumas coisas também baratas.Lá tem espetoras que ficam olhando a gente para não se machucar.
Parte escrita
1993

  • E: qual teu nome?
    I: Ivan...
    E: Ivan... qual tua idade?
    I: onze...
    E: você mora aonde [a:mesmo] ?
    I: na rua Cinimbu...
    E: Cinimbu... Ivan me conta uma... uma história... que tenha acontecido com você...uma história de quando você era/ que tenha acontecido com você... que tenha sido boa... ou ruim... por exemplo... de quando você era pequeno... alguma vez você ficou doente?
    I: já...quando eu fiquei... [a:todo] machucado assim... no braço... nas pernas... nos pulsos... nas costas... que... aí fui pro médico... minha mãe me levou pro/ pra uma clínica que ela era sócia... aí eu fui lá... aí o médico me atendeu... mandou passar um remédio... que era pra tomar banho com ele... aí passar... aí ia passando...[v:fui] pro médico [p:de] [a:novo] ... aí... ela/ ele passou três injeções... que foi uma... uma nos dois braços... e... e ou/ e a outra ((riso)) ( ) eu não gosto de falar... aí eu/ aí... gritei pra caramba... que... que era pra ninguém conseguir me segurar... né? aí tinha o negão da ambulância... que era forte... aí começou a me agarrar... né? nem me mexia... aí me deram até injeção... chorei pra caramba... podia nem me sentar...
    E: tadinho...
    I: podia nem me sentar...
    E: uhn... uhn...

  • E: eh... alguma história que algum... algum colega tenha te contado?
    I: eh... que (ele) meu colega... foi... jogar... eh... bola... foi... numa sexta-feira... ele foi de manhã... ele chegou à noite... quando ele chegou...estava [a:todo] sujo...aí disse que o time dele... tinha ganhado... po/ pelo time de outra rua... que era o da minha rua contra o... time da rua/ outra rua... aí ganhou... aí disse... que... os dois garotos brigaram... brigaram por causa que... o... o garoto fez pênalti... e o outro não aceitou... aí... brigaram... o outro garoto ajuntou no outro... aí chegou até a polícia... pra separar os dois times...
    E: nossa...
    I: separar os dois times... que...na minha rua [a:só] tem grandão... quando jogam... time assim... (quadra) lá na Quinta da Boa Vista... aí diz que... teve até polícia pra separar... ele tinha uma bicicleta... aí ele saiu... né? pra... evitar problemas com os pais deles... ele disse isso... foi sexta- feira...
    E: foi sexta-feira?
    I: foi... sexta-feira...
    E: [a:legal] ...

  • E: eh... qual o lugar que você mais gosta de ficar?
    I: que eu mais gosto de ficar? na Quinta...
    E: na Quinta? e na tua casa? tem algum lugar teu que você goste assim de ficar mais?
    I: no quintal... no quintal... no balanço...
    E: no teu quintal? uhn... uhn... e na tua casa? dentro da tua casa... qual o lugar que você mais gosta de ficar?
    I: quarto da minha mãe...
    E: é? me conta... como é que é o quarto da tua mãe?
    I: o quarto da minha mãe... é uma grande/ é uma cama grande... que é... dela e do meu pai... né? e tem a cama da minha irmã do lado... da televisão assim... bem na frente da... da/ bem na frente da cama... aí eu fico lá... jogando botão... fico brincando de... bolinha de gude... eu fico ali... em cima da cama...
    E: uhn... uhn...aí você gosta de ficar lá... né? [a:legal] ...

  • E: eh... tem alguma... alguma coisa que você gosta de fazer ? que você queira me ensinar a fazer?
    I: pipa...
    E: pipa? então me ensina a fazer pipa... como é que a gente faz?
    I: pega... umas quatro varetas... uma tem que ser... uma tem que ser grande... que é a do meio... que é... que é assim... e duas que é... média... que tem que botar uma/ a média assim... as duas média assim... aí pega uma linha... e amarra... nessa ponta daqui... e vai avolteando assim... aí depois você pega um papel fino... aí recorta... deixa no modelo da pipa... mas deixa um... um espaço aqui... que é o... negócio da pipa... aí cola... aí tu faz um... um cabresto... cabresto pra... pra pipa se controlar... pra envergar ela... fazer a rabiola... aí boto no alto... lá na Quinta...
    E: lá na Quinta?
    I: boto o cerol na linha... na linha... cerol... na linha... vai eu e meu colega... soltar pipa... lá na Quinta...
    E: [a:legal] ...

  • E: Ivan... queria uma... opinião tua sobre a escola... o que você pensa dessa escola?
    I: que ela podia ser uma escola melhor... se... tivesse eh... um banheiro mais limpo... banheiro mais limpo... eh... sala... sala...sala... que não tivesse pichada... [a:toda] suja... cadeira quebrada... mesa... eh... tinha que ser melhor... né? tinha/ acho que não tinha que acontecer nada disso... eh... vidro quebrado... professora ignorante... professora ignorante... tudo ignorante... [a:só] uma profe/ uma professora daqui que eu gostei... até agora... foi... a tia Solange... tia Cristina Ferreira... e... e a Leda e a Gláucia... as únicas professoras que... que eu gostei... até agora... daqui desse colégio... e... e... e... tem sala de leitura... aqui tem... mas não é assim pra gente pegar... livro... pra ler... ninguém deixa... eles não deixam pegar... [a:só] deixa quem é do jardim... deixa pegar as coisas aqui... que da quarta série... terceira... não deixa pegar...E: uhn... uhn... [a:legal] ... obrigada... Ivan...
Parte oral
1993
  • Ida ao médico Quanto eu era pequeno viu para o médico eu tomei uma/injeção para machucado e a injeção doia muito.Num outro dia eu [v:vui] para o médico [p:] [a:dinovo] o médico passou um remédio vermelho que ardia muito porque eu tomava banho com ele, e eu corria para frente do ventilador, e aí continuei usando e saro.
  • O jogo de futebol.O meu amigo foi para o jogo de futebol.Ele me disse que o seu time estava ganhando, o outro time fez um penalti num garoto do time do meu amigo, o outro time não aceitou e começou a briga dos dois times.O vizinho telefonou para polícia, a polícia separou os dois times e acabou a briga.
  • O quarto da minha mãe.Quando eu não tenho nada para fazer e quando não tem ninguém para brincar eu vou para o quarto da minha mãe para brincar de bolinhas de cutes.Lá dentro do do quarto da minha mãe tem pendiadeira, dois espelhos, uma cama grande, um guarda-roupa, três quartos e a cama da minha irmã.
  • A pipa.Para fazer uma pipa, você tem que pega 1 vareta grande, 2 varetas médias, depois medir o tamanho do papel para colar na pipa, depois pegue uma linha e amarre na ponta da vareta, e evolva a linha na pipa.FIM
  • A escola.A minha opinião sobre a escola é que ela é um pouco suja, os garotos sujam o banheiro.Algumas professoras são [a:muito] inguinorantePara melhorar a escola e preciso reforma ela.A diretora precisa contratar alguns predeiros para reforma, e comprar material.
Parte escrita
1993

  • E: Jéssica... queria que você me contasse uma história... que tenha acontecido com você... pode ser uma coisa alegre... uma coisa triste...ou uma coisa... que você tenha ficado assim [a:meio] sem graça... né?tenha sido constrangedora... me conta aí alguma coisa/ [alguma história]
    I: [quan/] um dia quando eu estava vindo do catecismo... aí eu peguei a bicicleta do meu irmão... ele estava acabando de consertar... eu peguei/ aí minha rua é uma descida... eu fui lá de cima... aí eu passei por cima das pedras... aí eu saía ro/ eh... arrastando no chão... eu caí da bicicleta... todo mundo ficou rindo... fiquei toda sem graça... mas não foi muita pe/ muita gente que viu não...foi [a:só] uns três... quatro colegas meus... aí eu... fui pra casa... não... eu levantei... aí fui pra casa... deixei a bicleta no meio da rua... aí depois eu me lembrei... da bicicleta... voltei... fui pra casa... aí minha mãe botou... mercúrio... tudo... aí depois eu saí pro quintal... estava cheio de gente lá... que foi me ver... pensou que eu tinha me machucado muito... muito... aí eu saí igual um... robô... todo mundo agora me chama de Robocop... agora meu nome não é nem mais Jéssica...agora é [a:só] robô... robô... todo mundo me chama de robô... aí eu fi... eu fico toda sem graça... quando eu vou pra rua... todo mundo fica fala/ fica falando isso... mas aí eu implico também...
    E: tá...

  • E: agora eu queria que você me contasse uma história que tenha acontecido... com outra pessoa e que... essa pessoa te contou... né? alguma história que alguém tenha te contado...
    I: ah...eu [a:só] me lembro... que foi ontem... até... a minha colega falou pra mim... que:: tinha uma:: moça... irmã de um::... de um homem lá... que trabalha lá numa vendinha... lá no final da minha rua... que a irmã dela/ dele foi atropelada... foi atropelada... ontem... aí ele foi pro hospital com ela... [a:só] isso que ela me contou...
    E: Jéssica... tem alguma história... que alguém tenha te contado... que você acha que é mentira assim... mas que você lembre agora?
    I: eu tenho uma que a minha colega me contou hoje... na escola... ela falou que... uma vez ela foi pra cachoeira... pra casa da avó dela... aí foi ela... as duas irmãs dela... a prima dela... a colega da prima dela... e:: um colega da prima dela...
    E: ahn...
    I: aí... foram lá todos eles lá pra praia... aí teve uma hora que...veio uma onda muito alta... [a:muito] alta [a:mesmo] ... aí... eh... essa onda... estava puxando ela... fez tipo um rodamoinho... ela ficou lá rodando lá no rodamoinho... aí depois... eh... um home/ um menino lá... salvou ela... o salva-vidas... que lá pela praia tinha um monte... aí ficou tudo bem... ela ficou lá... os pais dela... e os avós dela... estavam em casa... [a:só] eles que tinham ido pra praia...depois... eles fizeram um barquinho lá... não... [a:primeiro] eles saíram num jet-ski... que a minha colega falou... foram pra uma ilha lá... não sei aonde... deserta... aí depois eles saíram de::/ não... depois chegaram uns... caras lá... eh... com um monte de jet-ski... eh... prenderam eles... aí eles ficaram lá presos um tempão... aí eu... eu não estava acreditando em nada... que eu falei “Renata... eh... aí nesse... nesse tempo todo a sua mãe e seu pai não te procuraram?”ela “ [a:claro] ... né?”aí... [ela foi me cont/]
    E: [mas como é que terminou a história?]
    I: ela falou que terminou com um::/ aí ela e esse garoto novo... o colega da prima dela... eh::... ficaram... só/ eles tinham se separado... pra procurar os pais... aí... eh::... eles dois ficaram juntos lá... num/ numa ilha lá onde tinha pé de banana... pé de maçã... tinha pé de tudo... lá... aí ((riso)) ela fez uma fogueira lá... pegou peixe lá... fri/ eh... botou lá no fogo...ficou [a:só] os dois lá...aí... eh... disse que... toda hora que ela ia/ ela comia uma fruta... toda hora... aí tinha uma porção de comida lá... ela estava um... um tempão lá... ela dormi/ ela ficou um dia lá... os pais dela foi procurar ela... aí ele... o pai dela gritando ela “Renata... Renata...” ela não podia dizer... porque os... os outros homens que estavam atrás deles... podiam ouvir... ia pegar eles... né? aí ela não podia gritar... ela com medo... aí depois que o pai dela chegou bem perto... ela gritou... aí o pai dela levou ela pra casa...
    E: uhn...

  • E:olha [a:só] ... agora me conta aí...qual é... a casa... assim de uma pessoa que você gosta mais de ir... de ficar... de passear?
    I: da família... assim?
    E: pode ser...
    I: ih... eu tenho [um monte de casa...]
    E: [quem você quiser...]
    I: [oh...]
    E: [a que você] mais gosta de ficar...
    I: na... minha família... é a casa da minha avó...
    E: então eu quero que você me diga... como é a casa da sua avó... me conta aí como é que é lá...
    I: lá tem três quartos... eh... uma cozinha... uma sala... grande... é apartamento... um banheiro... um::... um corredorzinho... que dá pras portas... do quar/ dos três quartos... e do banheiro... eh... deixa eu ver...os móveis são [a:todo] escu::ros... tem videocassete... eh... a radiovitrola... televisão com controle remoto... fico toda hora apertando... tem mais o quê? ah... tem um monte de coisa... [a:só] isso que eu me lembro...
    E: tá bom... tá legal...

  • E: agora me diz aí... alguma coisa que você saiba fazer... tem alguma coisa?
    I: é uma casinha de papel... que eu sei fazer... que eu aprendi aqui na escola... foi... ano passado... que eu [aprendi aqui...]
    E: [então] me diz o que que precisa e... como você faz essa casinha...
    I: ah... [a:só] precisa de... oh... de uma tesoura... de cola... e de papel...você... eh... pega uma folha... pega duas folhas... dobra... aí cola elas na ponta... pega uma folha inteira...cola embaixo... [v:bota] [p:por] [a:baixo] ... pra ser o chão da casa... você pega uma outra folha inteira... dobra no meio... aí você pega uma outra folha... corta uns pedacinhos pequenininhos... e cola no telhado... para prender na casa... nas paredes da casa... aí fica uma casa... [a:só] que sem porta e sem janela... depois você corta a janela... a porta... aí você depois você pinta... assim... que faz...E: [a:legal] ...

  • E: agora eu quero que você me diga... o que que você acha aqui da escola...
    I: ah... acho uma escola boa... acho bonita... ah... uma porção de coisa...
    E: por quê? é importante?
    I: é... eu acho ela importante porque... ela tem ( ) ela traz uma porção de coisa pra gente... ela ensina bastante coisa pra gente... tem... ah... tem várias coisas boas aqui... a gente aprende aqui... que/ tem um pátio grande que a gente pode brincar... todos os dias no recreio... no/ tem os nossos banheiros que é limpinho... tem... bebedouro dentro do refeitório... e lá fora... no pá::tio... tem um monte de coisa...
    E: e o que que você acha das professoras? da merenda?
    I: oh... a merenda... eu acho gostosa... quase todos os dias eu como... e... das professoras eu acho elas boas... porque... todas as professoras que eu... já estudei... eu passei de ano... com todas... aí não sei agora... esse ano... né? se eu vou passar... ou se eu não vou... mas as professoras são boas... não sã/ não fica gritando... ah... eu gosto das professoras...
    E: [a:legal] ... então tá... obrigada...
Parte oral
1993
  • Estava eu e as Minhas duas colegas andando de bicicleta era de Noite devia ser sete e meia elas desceram da rua na maior velocidade ai eu resolvi correr muito também quando chegava quase no final da curva a rua estava cheia de pedras e areia ai eu fui fazer a curva aberta e freiei ai acabei caindo a minha sorte é que não tinha muita gente na rua, eu larguei a bicicleta no chão e fui para a casa chorando quando chegava perto do meu portão eu me lembrei que deixei a bicicleta no chão e voltei para pega-la ai peguei a bicicleta e fui embora quando cheguei dentro de casa todo mundo foi me ver.
  • O nome dessa Minha colega é ReNata ela me contou que quando ela foi para cachoeira na casa da avó dela ela foi para praia com as duas irmãs, a prima e a colega da prima.Quando ela a Renata entrou na àgua ela me disse queviu uma onda [a:muito] grandemais bem alta [a:mesmo] e puchou ela para dentro do roda muinho como a praia estava cheia de salva vidas ai a prima dela chamou um deles para salvar a Renata Depois que ela foi salva apareceu um colega da prima da Renata com um barquinho.Eles foram dentro do barquinho para uma ilha deserta e apareceraM um monte de rapazes estranhos correndo atráz deles ai todos eles se separaram e a Renata e o garoto ficaram juntos numa gruta deserta lá tinha um monte de pé de frutas.ai o garoto percebeu que passarance dias e dias noites e noites quando eles ficavam com fome eles pescavam peixes faziam fugueiras e fritavam os e depois comiam frutas até que um dia o pai da Renata achou ela e ela foi embora.
  • A casa da minha avó tem três quartos uma sala uma cozinha e um banheiro.A Minha avó mora num apartamento na Penha.Ela mora no terceiro andar Dentro da casa da minha avó tem video televisão com controle remoto radivitrola e etc...
  • Pegar uma folha qualquer dobrar nas pontas pegar outra folha e fazer a mesma coisa e depois colar todas as pontas dobradas.Depois faça as janelinhas e a portinha.Pegue uma folha inteira e cortea no meio para fazer o chão cole bem para fazer o teto pegue uma folha inteira e dobre ao meio e em seguida cole.
  • Nossa escola é Maravilhosa é bem concervada e alem dela ser ótiMaé [a:muito] importante porque transmite varias coisas boas para nós.E também a nossa merenda é deliciosa, feita com total higiene e todas as pessoas que comem adoram.As Nossas professoras encinam bem são boas e nos adoram assim como nós adoraMos elas.
Parte escrita
1993

  • E: Juliana... conte uma história que tenha acontecido com você...e que tenha sido [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste....
    I: nas minhas férias... que eu fui pra Angra... eu estava andando... estava brincando com a minha irmã... de repente eu levei um tombo... caí na poça da lama... aí tive que... que ir... lá no/ na loja... lavar... me lavar toda... depois eu tive que voltar... trocar roupa... que eu ia pra uma festa...aí... [s:eu] tive que [v:ir] pra... pra barraca [p:de] [a:novo] ... que eu estava acampando... e levei... outro tombo... depois que eu levei este tombo... tive que... me lavar... e botei remédio... depois eu fui tomar banho... doeu pra caramba... eu estava quase chorando... aí depois eu entrei na barraca... comecei a me vestir... quase que eu levo outro tombo ((riso))

  • E: Juliana... conte uma história... que alguém tenha lhe contado... e que você tenha achado [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: eh... quando eu estava... sentada na minha cadeira... de repente minha prima chegou e começou a contar uma história... era assim... que ela tinha... que ela tinha... no/ em cima do túnel... lá em Riachuelo... tinha um cara um/ uma... uma... uma mulher... morto/ morta... esfaqueada... ela me contou que foi assim... ela estava no... no prédio do amigo dela... de repente ela viu uma... uma/ um negócio de sangue... uma/ como se fosse um monte de pingo de sangue seguindo pro túnel... aí ela foi... tá? foi pro colégio... quando ela voltou.... tinha um cara perseguindo ela... ela estava me contando... que deve ter sido o cara que matou a mulher... aí ela começou a correr... correr... e falou/ ele estava com/ ele queria pegar o meu primo que estava com ela... que é pequenininho... mas aí ela correu... correu... entrou no prédio... e pegou o amigo dela e falou pra... ficar com ela... que tinha alguém pegando ela... aí ela entrou... e foi correndo contar pra mãe dela... e hoje ela está me contando isso... aí eu falei “que... que sua mãe falou?” aí ela falou assim “ah... eu/ ela falou... que acha que vai me continu/ me levando... me levan::do pro colégio...porque ela fica [a:muito] preocupada comigo... e com o meu irmão... que eu levo todo dia... que é pequenininho... aí o que que eu faço... hein... Juliana?” que ela me perguntou... aí eu falei “oh... você tem muito cuidado e vai sempre com alguém... né?” ela falou assim “então tá... vamos comigo hoje?” eu falei “não... não posso...” “então tá...” “tchau...”

  • E: Juliana... fale sobre o local onde mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: lugar onde eu mais gosto de brincar... de passear... de ficar... é Brasília... porque é lá onde eu nasci... eu não moro mais lá... porque minha mãe... resolveu se mudar pra cá... porque a nossa família está toda aqui... aí eu gosto de lá...porque lá é [a:muito] legal...eu não posso ficar lá... porque eu tenho alergia de lá... senão eu fico com pneumonia... aí eu gosto muito de lá... porque lá é tudo diferente... lá... eh... tem/ as luzes são diferentes... os prédios são diferentes... tudo é diferente... até as lojas... as lojas ficam num lugar só... lá é onde fica o presidente... eu gosto muito de lá...

  • E: Juliana... o que você sabe fazer?
    I: strogonof...
    E: e como se faz?
    I: você pega a carne... corta em picadinho... tempera... e bota com água na panela... depois você pega o... o molho de tomate... bota... pega um monte de... de verdura... um monte de coisa... e pica... se você quiser... se você não quiser não precisa... depois você corta umas... batatinhas... se quiser... mas strogonof não tem isso... né? se quiser... aí você... você deixa um tempo... aí depois você pega... bota creme de leite... deixa um tempo também... fica mexendo... mexendo... até ficar bom... aí quando ficar bom... você desliga o fogo... e... está pronto... pra comer...

  • E: Juliana... o que você acha... da sua escola?
    I: eu acho...a minha escola [a:muito] limpa... eu acho a minha escola [a:muito] limpa...mas eu/ elas tem a lei/ela tem a lei... [a:muito] boa...a única lei que eu não gosto na minha sala... é que se você faltar prova... você tem que pagar dez mil... isso eu não acho certo... eu gosto muito das... das inspetoras... de todos... apenas do... do professor/ da professora também eu gosto... mas ele é muito/ ela quer muito da gente... isso... eh... a gente também tem que brincar... né? eu acho...a escola é [a:muito] legal...e os ami/ os colegas também... a professora... ela sempre falam/ ela sempre dá um recado pra gente...que eu acho [a:muito] legal isso...eu nunca tive uma professora como essa... as professoras que eu tive nunca falavam o que ela falava... ela...ela... sempre fala um monte de coisa assim... [a:totalmente] diferente...ela não é uma professora... ela é uma educadora... isso que ela falou... então eu gosto muito dessa escola... a minha mãe não quer que eu saia daqui... eu gosto muito dela...
Parte oral
1992
  • Eu estava de férias, lá em Angra dos Reis.Eu ia para uma festa, quando de repente eu cai na lama e fui para uma loja me limpar.Logo depois eu fui para o acampamento botar remédio.Dueu!Depois que eu tomei banho.Aí de repente quando eu estou tranqüilissima eu levo outro tombo.Aí eu tive que esperar todos tomarem banho para eu tomar.Depois tive que trocar de roupa e botar para secar.E quase levei outro tombo!
  • A minha prima Flavia me contou que: Quando ela estava indo para casa ela viu no tunel Riachuelo uma mulher esfaqueada.Ela disse que tinha é ...como se fala ...um rastro de sangue desde o predio do amigo dela até o túnel.O homem deve ter matado-a na escada e depois a levou para o túnel.No dia seguinte quando ela estava voltando para casa ela estava sendo sequida por um cara que tem quase certeza que foi ele que matou a mulher.Aí de repente ela disse que o cara segurou na mão do irmão dela que so tem 4 anos(o cara estava bebado) ai ela disse: - Solta ele!!Solta!E saiu correndo.So depois que ela entrou no predio que ele parou de a seguir.Fim
  • Eu adoro Brasília porque la é diferente, eu nasci lá, não sei como explicar.Eu adoro Brasília.Lá os Shopping, as lojas, os restaurantes, lanchonetes, são todos juntos.Lá é [a:muito] legal(minha opinião porque tem gente que não gosta dela).La as ruas, os nomes delas são todos diferentes.La é o lugar ideal para mim. [a:Só] que eu não posso morar lá.Porque eu ja tive 7 pneumonias lá.Eu tenho alergia do ar de lá Mas eu adoro lá.La tem parque.As luzes acendem todas de noite para atrair os compradores Eu amo Brásilia
  • Estrogonofe.Você pega a carne corta em pedacinhos.Depois bota na panela com agua para ferver.Depois se a pessoa quiser ela coloca cebola, pimentão, tomate, batata, etc.mas estrogonofe não tem essas coisas, se você quiser bota e se não quiser não coloca.Depois você coloca estrato de tomate e deixa uns quinze minutos mexendo.Depois dota o creme de leite e deixa meia hora.E ai ...está pronto.
  • Eu gosto muito do Liceu Gosta das diretoras, espetoras, de todas as coisas.So não gosto da lei que fala que se faltar um dia de prova tem que pagar Cr$10.000,00 cruzeiros para pegar a segunda chamada se não tira um 0=zero bem grande.O resto é otimo.minha mãe ate queria que eu ficasse nesse colegio ela adora o Liceu.Eu adoro a professora.Ela diz coisas que nenhuma professora fala para os alunos.Ela é super maneira.Os banheiros são mais ou menos limpos Essa escola é muito maneira
Parte escrita
1992

  • E: Letícia... conte uma história... que tenha acontecido com você... e que tenha sido [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: a história que eu vou contar...é [a:muito] engraçada...aconteceu lá em Vitória... comigo... num dia que eu fui na praia... o nome da praia era Três Praias... ficamos brincando... e meus amigos... aí na hora de voltar... começou a chover... em vez de... de virmos embora... eu e meus amigos para casa... ficamos brincando na chuva... jogando lama um para o outro... depois de meia hora... voltamos para casa... [a:muito] felizes com o passeio...

  • E: Letícia... conte uma história que alguém tenha lhe contado... e que tenha sido... [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I:a história que eu vou contar... é [a:muito] triste...meu tio que me contou... aconteceu... com ele... ele estava... andando na rua... foi comprar um... um relógio para ele... de repente... ele com... ele com... ele comprou o relógio... e voltou... quando voltou... para casa... estava um pouco/ ah... meu Deus... estava assustado... com... com medo... porque... se alguém... iria roubar o relógio... de repente... aparece do... dois garotos... que ro/ queriam roubar o relógio dele... [a:só] que... dois policiais estavam... eh... do lado da calçada... aí... ele/ os policiais vi... vieram... e... e... prenderam os garotos...aí o meu tio voltou para casa [a:muito] assustado... mas... pelo menos não levaram o relógio dele... embora...

  • E: Letícia... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: é lá na Fazenda Alegria... lá na Barra da Tijuca...é [a:muito] divertido... pois lá tem muitas piscinas... quando eu fui lá... foi semana passada...foi [a:muito] divertido...eu e meus amigos ficamos brincando nas piscinas... o almoço foi maravilhoso...lá é [a:muito] ... muito grande... tem campo de jogar bola...vôlei... e muitos outros... [a:muito] divertido... a Fazenda da Alegria...
    E: e como que você se sentiu lá?
    I: [a:muito] bem... [a:muito] feliz...com meus amigos perto de mim... e eu brincando... eh... sorrindo... até... eu ir embora...

  • E: Letícia... o que você sabe ou gosta de fazer?
    I: ah... eu gosto de fazer e também comer...pipoca... é [a:muito] divertido... como se faz... a gente pega a panela... põe no fogo... bota um pouco de óleo... põe o milho... e mexe... com a colher... mexe... mexe... até a pipoca ficar balançando... estre/ tremendo... aí... quando acaba... você pode botar um sal ou uma manteiga derretida... fica uma delícia...

  • E: Letícia... o que você acha sobre sua escola?
    I:ela é [a:muito] boa... e às vezes... fica um pouco ruim... quando ela é boa... temos re... recreio... educação física... os professores são ótimos... os diretores também... às vezes fica um pouco ruim... porque as inspe... as inspetoras... às vezes brigam com a gente sem necessidade... aí ela fica ruim...mas ela é [a:muito] grande... [a:muito] bonita...serve para muitos alunos até:: o ginásio... ah... ela/ eu esqueci... tem muitas salas... muitos professores...bastantes alunos estudam... estudam nela... [a:inclusive] eu... e me... e meus amigos...ela é [a:muito] boa... gos... gosto de/ gosto muito de estudar nela...
Parte oral
1993
  • A história que eu vou contar é [a:muito] engraçada.Foi quando eu estava na praia que se chama "Três Praias".Foi acontecido em Vitória.Eu estava [a:muito] animada, quando nós iriamos embora começou a chuva e em vez de irmos para casa ficamos brincando na lama jogando lama uns aos outros.Quando passou quase meia hora nós fomos embora para casa [a:muito] felizes e alegres.
  • A história que eu vou contar é [a:muito] triste quem me contou foi meu tio Armando.Ele estava passando pela rua para comprar um relógioele estava [a:muito] assustadoe derrepente apareceu dois garotos de "rua"e tentaram pegar a carteira dele e o relógio que ele tenha comprado.Mas ele teve uma certa sorte que tinha bem do lado da padaria dois policiais que viram que estavam tentando assaltar ele voltou para casa um pouco assustado.Mas ele teve sorte que não levaram o relógio dele.
  • Onde eu gosto de ficar, passear ou brincar é na "Fazenda da Alegria".Quando eu fui láeu estava [a:muito] anciosa e animada. [a:Só] tinha muitas piscinas, vária árvores lá há ladeiras, cipó do tarzam e muitas outras brincadeiras.Eu passei um dia lá inteiro efoi [a:muito] divertido.Quando foi mais ou menos 12:00 horas teve o almoço;o almoço é um bife que nós se servimos a vontade.Depois do almoço esperamos passar digestão e os meninos ficaram jogando bola e as meninas jogando vôlei.Fiquei [a:muito] feliz e alegre [a:só] fiquei com pena do meu irmão que não podia ir comigo.Eu gosto de lá porque foram quase todos os meus amigos e lá nós se sentimos "adolecentes".Obrigado, por eu ter ido lá.
  • O que eu gosto de fazer quando eu estou em casa sozinho com meu irmão é pipoca.É muito divertido.Para fazer é [a:muito] simples.Nós pegamos a panela e colocamos no fogo com margarina e o milho de pipoca;mexemos , mexemos até ela pipocar e estorar;quando ela estiver [a:toda] pipocada nós se gostarmos colocamos manteiga derretida.Fica uma delícia, se quiser pegamos um refrigerante e ficamos comendo pipoca bebendo refrigerante e ficando vendo filmes românticos e de terror.
  • A minha escola é interessante.Nela há muitas salas e vários professores.As espetoras algumas são legais outras brigam com nós sem porque e atoa.Os diretores são legais e é [a:muito] difícil dos diretores brigarem com os alunos.Nela há muitos cursos por exemplo o que eu faço o Jazz ( dança).Nela também tem cantina; [a:só] que na cantina os sanduiches biscoitos e refrigentes são [a:muito] caros.Eu quero ficar aqui pelo menos até o ginásio (se puder).Os professores são legais.Na 4 série eu peguei a professora “Margarete Regina”.No Liceu, ou seja na 4 série eu estou bem andiantado.Eu gosto muito de estudar nela,é [a:muito] bom.Nela ha oito andares.Que bom estudar no “Liceu de Artes e Ofícios”.
Parte escrita
1993

  • E: Luanne... eu queria que você me contasse uma história... que tivesse acontecido com você... alguma coisa que pode ter sido interessante... ou triste... ou engraçada... qualquer coisa desse tipo... me conta aí...
    I: como é que eu falo? bom... eu te/ eu tinha ido na casa da minha tia... Lazi... eh... Lazi... em Queimados... né? aí... eu subi num morro... pela escadinha... né? depois o meu primo me deixou lá... e ele desceu pra pegar:: biscoito... aí quando ele desceu... eh... estava chovendo... aí molhou a lama... aí eu escorreguei... agarrei no capinzinho... o capinzinho soltou... eu se esborra/ eu se esbolachei no chão...
    E: aí você se machucou?
    I: quebrei um dente...
    E: ah... tá...

  • E: agora... eu que quero que você me conte alguma coisa... alguma história... que alguém tenha te contado...
    I: [a:bom] ... a Mariana tinha me contado...[que ela]
    E: [quem te contou?]
    I: Mariana...
    E: Mariana?
    I: ela te con/ tinha me contado que ela estava jogando bola... aí a bola foi parar no meio da rua... ela foi... correndo... pra pegar a bola... ela atropelou e ralou o joelho... ( )
    E: ela foi atropelada?
    I: ahn... ahn...
    E: pelo quê?
    I: [por um Fusca...]
    E: [me conta aí] como é que foi tudo... [como é que ela te contou...]
    I: [ah... por um Fusca...] ela me disse que tinha corrido... aí ralou o joelho... e ficou morrendo lá de dor... aí ela teve sorte que ela saiu correndo pra ir pra casa dela... fazer curativo... que ela foi no hospital... ficou ardendo... [a:só] isso que eu sei... [s:eu] não [v:sei] [a:direito] não... pelo que ela me contou...eu entendi isso...
    E: tá...

  • E: agora eu quero que você me descreva... algum lugar... dentro da sua casa... que você mais goste de ficar... qual é o lugar que você gosta mais de ficar dentro da sua casa?
    I: dentro da minha casa?
    E: é...
    I: é dentro da minha casa aqui... ou pode ser em volta dela também? no quintal... na frente...
    E: não... dentro da sua casa...
    I: uhn... a cozinha...
    E: na cozinha? então me conta... o que que tem na cozinha? me diz aí...
    I: tudo?
    E: é... tudo... tudo que você lembrar que tiver lá...
    I: que tem? tem uma geladeira... tem um::... fogão... tem armário... tem panela... ai... tem::/ eh... qual o nome? freezer não... qual o nome daquele treco que está em cima da geladeira?
    E: forno?
    I: forno/ microondas... tem... tem quadro... tem relógio...
    E: e como é que é?
    I: como assim?
    E: como é que é? é grande... [é pequena...] me conta aí...
    I: [ah...] é grande... pelo menos uns... oitenta pés...
    E: oitenta pés?
    I: oitenta passos ( ) até o final... até a porta... uhn... que mais que tem? [a:só] tem isso...
    E: [a:só] tem isso?
    I:ah... tem mesa... tem cadeira... tem televisão... só... na cozinha [a:só] tem isso...mas dentro da cozinha... por exemplo... vem aqui a cozinha... e tem uma... uma portinha que vem a área... fica aqui no banheiro... ( )
    E: não...mas aí... é [a:só] ... [eu queria saber [a:só] a cozinha...]
    I: [tá... tá bom...] já falei a cozinha...
    E: então... tá...

  • E: agora... eu queria que você me contasse... se você sabe fazer alguma coisa... tem alguma coisa que você saiba fazer?
    I: o que eu mais faço é café...
    E: café?
    I: ( ) o que eu mais faço é café...
    E: e aí... como é que você faz café? me conta aí... passo a passo como é que faz caféque eu vou aprender [a:finalmente] como é que se faz café...
    I: [a:bom] ... a minha mãe pede pra mim fazer dois copos...aí você coloca dois copos pra ferver ( )
    E: dois copos com quê? com água? dois copos de água...
    I: é... e coloca na chaleira... coloca pra ferver... depois... pega o bu... o bule... coloca/ pega o::... o coador... coloca aquele papel...coloca duas medidas de café... e [a:pronto] ...
    E: ué? e... e o resto?
    I: ah... aí quando acaba... você tem que tirar o negócio... limpar...
    E: ferve a... tem que esperar ferver a água... e depois?
    I: aí depois tem que colocar açúcar no café...
    E: entornar... não tem que botar água fervendo?
    I: então?
    E: então... [conta tudo]
    I: [tem que contar isso?]
    E: tem...
    I: tá... então coloca água fervendo dentro da chaleira/ da/ do bule... e colocar açúcar... e tá pronto...
    E: ahn... tem mais alguma coisa que você saiba fazer? arroz... você lembra... como faz?
    I: [a:primeiro] tem bo/ lavar o arroz... colo/ catar o arroz... lavar ele... colocar dentro da panela com água... e ficar mexendo... depois você coloca mais um pouco d’água... tampa... deixa um pouco... coloca sal... uhn... depois mexe depois... tá pronto...
    E: ah... então... viu? I:( )
    E: estou vendo...
    I: já é alguma coisa...
    E: então tá...

  • E: agora eu quero que você me diga... o que você acha da sua escola...
    I: [a:bom] ... eu acho ela legal...
    E: ah... mas... legal como assim? por que que ela é legal?
    I: ah... porque ela tem parque... porque ela/ a gente pode pegar jogo... a gente pode pegar bola... pra brincar... a gente pode pegar... a gente pode pegar... corda pra pular... a gente pode pegar um monte de coisa... aí no recreio pode ficar correndo...
    E: e o que que você acha dos professores?
    I: a professsora que eu mais gosto... é a professora Jaciara...
    E: por que que você gosta dela?
    I: ah... porque ela é legal... ela não passa muita coisa difícil... em vez de ( prova...
    E: tá legal... obrigada... Luanne...
Parte oral
1993
  • Tudo começou quando eu estava indo para a casa da minha tia lazi e ai eu encontrei meus primos Junior e a minha prima Juliana na janela eu meu pai e minha ficamos gritando a minha tia lazi mas ela não atendeu quem atendeu foi o Junior.Ai eu e o meu primo subimimos no morrinho e começou a chuviscar meu primo desceu para pegar alguns biscoitos ai o barro começou a seder e ficar escorregadioai eu fui caindo caindo agarrei num matinho e [a:infelismente] o matinho não aquentou e arrancoisse e eu escorreque e cai com a boca no vaso da minha tiaai meu tio Jorge me pegou me deu para a minha mãe e ela me levou para o hospital e fim
  • [a:Bom] tudo comecou quando a bola Na rua a mariana estava jogando bola quando a bola parou no meio da ruaai o fusca veio e quase atropelou ela mas a sorte dela foi que quando ela ia ser atropelada ela correu e caiu e ralou a batata do joelho e ela foi para casa se arrastando e a tia Norma tascou mercurio cromo e ardeu ardeu fim
  • Aqui tem uma mesa, uma tv, 2 relógios, 2 janelas, 1 fogão, uma pia.,um freezer. um microondase [a:só] fim
  • [a:primeiro] como se fais café [a:Bom] [a:Primeiro] você pega a chaleira e depois coloca áqua Dentro Delae Depois ferve pos 3 min.coloque o Bule com o coador de Plástico e Depois o Pó 2 mediascoloque a áqua fervida e [a:pronto] o café está feitofimResseita De arroz [a:Primeiro] Peque a Panela Depois lave o arroze Ponha-o na paneta com um pouco D’água Depois mexa por 3 min coloque mais um pouco D’água mexa e coloque um Pouco De Sal?
  • Bem a minha escola e munto Boa e tem?um parque uma quadra e gran sobre a minha prof\ ela e Boa e mo ajuda muito ) ela dá ( ) pra
Parte escrita
1993

  • E: Luís... conte uma história... que tenha acontecido com você eque tenha sido [a:muito] engraçada ou [a:muito] triste...
    I: eh... um dia eu vinha andando... pela rua... saí de casa... quando um menino atravessou na frente... eu desviei e caí da bicicleta...eu fiquei [a:todo] ralado... [a:todo] machucado...e fui pro o hospital...

  • E: Luís... conte uma história... que alguém tenha lhe contado... e que você tenha sido... eh... [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: eh... um... um... um dia... um garoto me contou... que que estava saindo da escola... então foi pegar o ônibus... chegando lá... foi assaltado por um... por um pivete... que tentou roubar... a sua carteira... mas na sua carteira não tinha nada de valor... então... tentando reagir... deu um chute nele... entrou no ônibus... e foi embora...

  • E: Luís... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear ou brincar...
    I: eh... eh... onde eu moro... onde tem uma pracinha... onde tem uma pracinha... ao lado tem uma padaria... e na frente... uma pi... uma pista onde passam os carros... lá todo mundo joga futebol... brinca... e eu gosto mais é de ficar do lado... eh... andando de bicicleta...

  • E: Luís... o que você sabe... ou gosta de fazer ?
    I: eh... um cachorro-quente...
    E: e como se faz um cachorro-quente?
    I:o cachorro-quente... [a:primeiro] você corta o tomate... a cebola... e o pimentão em fatias... depois você coloca a salsicha pra ferver... depois de fervida... você pega a salsicha e coloca no pão... por cima o molho...depois você bota... maionese... ketchup... mostarda... queijo... e [p:por] [a:último] a batata...

  • E: Luís... o que você acha sobre sua escola ?
    I:eu acho ela [a:muito] espaçosa...tem inspetoras legal/ legais... professoras... onde o ensino é bom... e onde eu gosto de estudar... tem também uma quadra onde os professores dão aula pra gente...e [p:por] [a:último] tem uma... eh... uma cantinaonde... onde... onde... serve os alunos do Liceu de Artes e Ofícios...
Parte oral
1993
  • Um dia eu vinha passando de bicicleta, quando um menino passou na minha frente e eu caí da bicicleta,ficando [a:todo] ralado e machucado, depois eu fui para o hospital.Depois que eu sai do hospitaleu fui consertar a minha bicicleta que tinha ficado [a:toda] quebrada, chegando na oficina eu vi o garoto que fez eu cair da minha bicicleta.Ele me vendo, parou e foi me pedir discupa.
  • Um dia um menino me contou que foi pegar o ônibus e um cara tentou lhe asaltar, mas sua carteira na tinha nada de valor, mas ele tentou reagir dando um pontape no bandido.Depois ele entrou no seu ônbus que vinha passando e foi embora.
  • Onde eu gosto mais de ficar e numa praça onde tem uma padaria ao lado, um campo de futebol e em frente o campo tem uma pista onde passam os carros.É lá também tem um espaço [a:muito] bom para andar de bicicleta.Lá é uma pequena praça, mais que atrai muitas pessoas.
  • Eu gosto de fazer cachorro quente que é feito assim: -Você coloca a salsicha dentro do pão, depois corta o tomate, a cebola e o pimentão em fatias, depois você coloca a maionese, quetchupe e mostardae [p:por] [a:rutimo] você coloca o queijo e a batata.Depois [a:só] basta comer para crer seseesse cachorro quente e [a:mesmo] uma delicia.
  • Eu acho ela [a:muito] espaçosa, tem ótimas espetoras e professores, o insino também e bom...Dentro do colegio tem uma quadra esportiva onde os professores nos dão aulas.Tem uma cantina, onde serve todos os alunos do Liceu de Artes e Ofícios.Também tem uma biblioteca espaçosa onde tem vários livros, para serem pesquisados.
Parte escrita
1993

  • E: qual o teu nome?
    I: Marcela...
    E: você... mora onde?
    I: na rua Marechal Jardim...
    E: [a:legal] ... sei que é em São Cristóvão... né?qual a tua idade?
    I: onze anos...
    E: onze? eh... Marcela... tem alguma coisa que tenha acontecido com você... que tenha sido boa ou ruim? [que você queira me contar...]
    I: [bom... boa... é que...] meu pai quase voltou pra minha mãe... e ruim... foi a morte do meu irmão...
    E: eh... qual que você vai querer me contar? a boa ou a ruim?
    I: a ruim...
    E: então tá... vai lá...
    I: é porque... meu irmão... foi... ( ) em bicho... aí/ assim... né?
    E: você fala... como você quiser...
    I: aí... minha mãe falou... aí ele falou assim “mãe... vou buscar o bicho...” ca/ tinha acabado de acordar... tomou banho e foi lá... aí foi... eh... eu estava lá no prédio... em cima... e ele embaixo... aí/ ele passou por debaixo do prédio... aí... foi/ ele gritou “Marcela...” e correu atrás de mim... porque não andava pra/ aque/ esses lugares...que eu era [a:muito] novinha... estava eu minhas colegas ( ) aí foi... ele correu... conforme ele correu a polícia mandou ele parar... ele não estava ouvindo... aí... atirou nele... aí ele morreu...
    E: que isso? que horror...
    I: é...
    E: gente...

  • E: eh... algumas/ você tem alguma história que alguém tenha te contado... que você queira me contar?
    I: ( ) tem... deixa eu ver... oh... tem uma história... me::... me contaram... né? mas eu não sei se é verdade...
    E: é? que história é?
    I: eh... quando a minha colega me contou... que ela estava fazendo um prato de comida... foi o que ela me contou... aí... ela foi... tá? ia fritar peixe... aí foi... sabe o que aconteceu? que o peixe dela grudou na panela... que ela não tinha botado eh... fubá... aí foi o que ela me contou... a única coisa que ela me contou...não sou [a:muito] de ficar na rua...
    E: eh... e alguma fofoca... que alguma amiga tenha te contado...
    I: eh... que as minhas colegas ficam fazendo fofoca de mim efalando que eu sou [a:muito] metida...é isso...
    E: é? o que que elas dizem?
    I: ah... elas falam assim “ih... a Marcela é metida... valentona... eu quero ver na hora da briga se ela é boa...” falam assim...
    E: é? elas falam isso?
    I: falam...
    E: tá bom...

  • E: eh... tem algum lugar que você goste muito de ficar?
    I: tem... na casa da minha tia...que eu fiquei [a:muito] acostumada... que não é meu sobrinho... é irmão do meu sobrinho... Marco Antônio... aí eu fiquei acostumada de ficar lá... aí eu me acostumei... agora eu parei um pouco... [porque ( )]
    E: [é? como é esse lugar?] que você gosta...
    I: ah... é bonito... grande... entendeu? tem gente le/ gente... legais...
    E: como que é o/ não... como é que é o lugar? me dá o::/ a descrição de como é que é... o que tem lá?
    I: ué... tem televisão... tem vídeo-game... tem rádio... tem uma porção de coisa...
    E: é? e a casa é grande?
    I: é enorme...
    E: e lá dentro dessa casa... o lugar que você mais gosta de ficar?
    I: na sala assistindo televisão e jogando vídeo-game...
    E: é? e como é que é essa sala?
    I: pô... é grande... com sofá... com estante... com wisk... uma porção de coisa...
    E: é?
    I: é...
    E: [a:legal] ...

  • E: uhn... você sabe fazer algum prato?
    I: sei... de comida?
    E: de comida? [é?] e... como é/ me ensina... como é a gente faz? qual o prato que você mais gosta de fazer?
    I: [sei] arroz...
    E: [arroz?]
    I: [arroz] feijão... macarrão...
    E: qual que você gostaria de me ensinar?
    I: ma/ eh... deixa ver... macarrão... não... arroz...
    E: arroz? então... me ensina... como é que [a gente faz...]
    I: [olha...] você soca o alho ((risos)) você soca o alho... põe óleo... lava o arroz três vezes ou mais... aí espera o alho ficar coradinho... depois que o alho ficar coradinho... você joga o arroz... depois mexe... bota uma pic... picadinha de sal... a gosto... aí mexe... aí tudo bem... refoga um poquinho... depois que refogar... você esquenta a água... e põe... a... u/ a quantidade de água... né? quantidade do arroz...
    E: aí o arroz... está pronto?
    I: é...
    E: tá legal...

  • E: eh... Re... Renata?
    I: Marcela...
    E: Marcela... Marcela... eh... o que que você acha da tua escola? você acha [que a tua escola...]
    I: [ah... eu acho a minha escola...] maravilhosa...que ensina... sim/ eh [a:simplesmente] bem... eh... deixa eu ver... muita oh... muita gente... colega minha... que estuda no Edmundo Bitencourt... que é uma/ um Brizolão... de sete às cinco...queria vir pra cá... mas [a:só] que não tem vaga... muita gente... dizem/falam [a:muito] bem dessa escola... não ouço ninguém falar mal dela...
    E: o que que você pensa assim... eh... da aparência dela? você acha que ela... o que que você acha? da... da aparência... do aspecto físico dela...
    I: ahn? eu acho... sei lá... sei lá...
    E: eh... do jeito que ela é... a::/ você acha que ela é bem cuidada? ( )
    I: eu acho que ela é... bem cuidada... bem limpa... grande... agora a gente... [a:só] devemos ter/ valo... valoriar ela... né? dar valor a ela... né? que ela é uma escola grande e bonita... né? né? porque tem muita gente aí... que rabisca o banheiro... joga papel higiênico no chão... eh... faz xixi no chão... muita gente... faz isso... podendo dar valor... ao banheiro também... né? eles fazem isso...
    E: você não acha isso legal?
    I: não...
    E: o que que você faria? pra... pra que isso não acontecesse?
    I: ah...
    E: o que você acha que deve se fazer?
    I: ué... eu acharia... que... né? tinha que dar um castigo a eles... né? eh... deixa eu ver... chamar mãe... pra vir aqui na escola... e dar... ou então botar/ ou então assim... fazer uma cópia... ou então ensinasse... conversar... explicar... sabe? ( ) agora se eu ver alguém fazendo... eu falo... vou na secretária e falo... quem fez... aí eu falo...
    E:((riso)) [a:legal] Renata... é Marcela... [a:legal] Marcela... obrigada...
Parte oral
1993
  • Meu irmão se chama Márcio tem 24 anos de preferência era o meu irmão preferido Ele morreu quando estava indo ao jogo de bicho ver o resultadomas [a:só] que eu também estava lá, Aí ele me viu e me gritou e eu estava no terceiro andar e ele no primeiro, eu estava catando papel de cigarro e ele me gritou, e quando foi dar um passo a corre os policiais atiraram nele e ele morreu na mesma hora.isso para mim foi o desespero da minha vida.
  • Minha colega se chama Daiana, certo dia ela me contou que temperou o peixe e botou na frigideira para fritar e esqueceu do peixe e aí o peixe queimou, agora eu não sei se é verdade ou mentira.
  • Certo dia uma moça me fez uma pergunta me perguntou se eu sabia fazer algum prato de comida, eu respondi que sim, que sabia fazer arrou aí ela falou então me ensina, aí eu falei.soca o alho na panela com óleo deixa ficar corado depois que ficar corado, jogar o arroz bem lavado de preferência trêz vezes colocar o sal a gosto deixa à água ferver como quiser fria ou quente tampar com a tampa e deixar.
  • A casa da minha tia é simples e pequenas mas é bonita, eu fico lá o dia quase todo bem dizer eu quase moro lá, por que eu não saio de lá, minha tia é uma pessoa super legal, lá tem bastante coisas, tem cerâmicas, tem televisão, tem radio vitrola, tem; etc...lá é um lugar super divertido eu prefiro ficar lá do que na minha casa, lá tem uma varanda super enorme que dar para nós todos brincarem, eu também fico jogando video game, ela não é minha tia ela é minha es cunhada mulher do meu irmão que morreu.
  • Essa escola é uma escola [a:muito] boa,ela ensina [a:muito] bem,eu [a:só] acho que devemos conservá lapor que ela não está sendo conservada.Certo dia eu estava índo ao banheiro e quando chego láas pareides estavam [a:toda] rabiscada de batãoe escrita uma porção de besteira você acha isso certo, quando alguém estiver fazendo e eu ver eu vou ir a secretaria e contar quem foi, por que eu não acho isso certo.Vamos conseva nossa escola.
Parte escrita
1993

  • E: Maria Carolina... eu queria que você me contasse... uma história que tenha acontecido com você... pode ter sido alguma coisa engraçada... ou triste... ou alguma coisa assim que você ficou assim sem gra::ça... foi constrangedo::ra... me conta aí a história... como/ que que foi... e como é que aconteceu...
    I: eu fui... pra casa da minha tia... aí meu... primo... ele tinha caído... aí gente teve que/ foi maior correri::a... aí tinha que ir no mé::dico... aí o ti/ aí eu ri pra caramba... aí depois chorei::...aí foi [a:muito] legal((riso)) eu ri pra caramba... aí depois chorei... fiquei triste... depois fiquei com... saudade dele... que ele teve que ficar no médico...
    E: mas você viu... na hora que ele caiu?
    I: vi...
    E: então me conta aí como é que foi... que que ele estava fazendo... [como é que...]
    I: [ele estava jogando bola...] aí tinha um paralelepípedo... aí ele não viu.. aí caiu... tropeçou... e caiu...
    E: aí que que aconteceu?
    I: [aí ele ti/]
    E: [machucou?]
    I: machucou... abriu aqui o joe::lho... aqui no pé... sei lá... aí saiu sangue pra caram::ba... aí não tinha meus tios lá::... [a:só] tinha minhas tias...minha mãe estava fazendo unha... aí te... aí teve que arranjar um jeito... lá... pra levar no médico...
    E: uhn... tá bom...

  • E: agora... eu queria que você me contasse... alguma história... que alguém tenha contado pra você... você nem sabe se é verdade... se é mentira... mas alguém te contou essa história... e você lembra dessa história agora...
    I: teve um dia que a minha colega falou... que a casa dela... tinha::... tudo de ouro... na varanda tinha ar condiciona::do... tinha tudo... tinha ouro na... na varanda... tudo brilhan::do... tinha mont/ em todos os lugares tinha ar condicionado... tinha... né? pra/ assim a gen/ ela se vestia de... assim com aquelas roupa de velu::do... aí ela saiu me contando um monte de coisa...
    E: e você não sabe se é verdade ou se é mentira...
    I: é... mas deve ser mentira... né? ((riso de E))

  • E: agora eu queria que você me dissesse... qual é a casa... que você mais gosta de ir assim... de um parente...
    I: da minha tia...
    E: da sua tia? e... como é a casa? eu queria que você me contasse... como é essa casa...
    I: ah... é uma casa... azul... grande...
    E: e como é que ela é por dentro?
    I: ah... tem um... tem um monte de coisa... tem... ventilador de te::to... tem mesa... tem cadeira...
    E: mas como ela é? como a casa é dividida? os quar:tos... tudo...
    I: dois quartos... dois banheiros... não... três quartos... dois banheiros/ um banheiro de empregada... e um... banheiro... tem a varanda... tem... um jardim... tem a cozinha... tem a sala de jantar... e tem a sala...
    E: [a:legal] ...

  • E: e agora eu queria que você me dissesse... se você/ tem alguma coisa que você saiba fazer?
    I: aonde?
    E: assim... pode ser na cozinha... você sabe cozinhar alguma coisa?
    I: [a:só] fazer ovo...
    E: [a:só] sabe fazer ovo?e alguma coisa assim que... alguém tenha te ensinado a fazer... um bonequinho... alguma coisa assim... até aqui na escola... tem alguma coisa?
    I: que eu me lembre... não...
    E: não? e ovo? me ensina aí como é que frita ovo... então...
    I: bota o óleo... aí espera esquentar... aí depois bate o ovo assim... aí bota assim... aí espera sair... o ovo...
    E: ahn... bota assim como?
    I: assim... parte assim... pega a faca... aí ou colher... ou garfo... aí bate assim no ovo um pouquinho... depois despeja assim o ovo na panela... quando o óleo tiver quente...
    E: [a:legal] ...

  • E: agora eu queria que você me dissesse... o que que você acha aqui da escola... das professoras... da merenda... da higiene...
    I: boa...
    E: você gosta?
    I: gosto...
    E: por quê?
    I: ah... porque tem comida gostosa às vezes... né? tem comida gosto::sa... a higiene é mais ou menos boa... né? [a:muito] assim de falar “ah...”uhn... as salas assim... ah... eu acho boa... né? mas tem gente que não acha...
    E: mas me diz aí... o que que você acha mais...
    I: ah... as salas é a melhor que tem... a cozinha também... é a melhor que tem...
    E: e das professoras?
    I: tem umas que é cha::ta... tem umas que é legal...
    E: e a sua?
    I: mais ou menos...
    E: que que você acha dela? me conta aí tudinho...
    I: legal e chata... tem vezes que ela é legal... tem vezes que ela é chata... e... passa muito dever... uhn... ela... assim... passa dever bom... né? que é legal... às vezes ela passa de/ muito dever assim que é cha::to... e tem vezes que ela passa muito dever legal... é isso...
    E: então tá...
Parte oral
1993
  • Ele estava brincando de futebol aí ele tropessou no paralelepipedo ai nós tivemos que levar ele no médico minha mãe estava fazendo unha da minha tia, minha tia ficou apavorada não sabia o que fazer meu tio não estava em casa ai minha tia teve que levar ele de ônibus porque não tinha ninguem para leva-lo aí ele foi no médico e engessou o pé.
  • Teve um dia que a minha colega me contou que a casa dela era cheia de ouro, com ar condicionado, na varanda, ouro no chão, 4 piscinas de ouro, tinha 5 mesas cheia de comida, com ar condicionado no corredor, 10 quartos e muito mais coisas.
  • A casa da minha tia tem um jardimum espaço [a:muito] grande para brincar, tem 2 quarto com o quartinho de empregada 3, 2 banheiros, 1 área, 1 sala de jantar e uma sala comum.
  • Bota manteiga ou óleo bate o ovo com o garfo, colher ou áte no fogão mesmo faz inteiro ou mexido e espera fritar.
  • A minha escola é [a:muito] boa,mais tem vezes que ela é [a:muito] ruim em algumas coisas.A escola é maravilhosa mais tem umas professoras que são chatasoutras são [a:muito] boaA minha professora é [a:meio] chatinhaela passa muito dever.A higiene é [a:muito] boae o banheiro está sempre limpinho e o refeitório é limpo também
Parte escrita
1993

  • E: Mariana... conte uma história... que tenha acontecido com você... e que tenha sido... [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: eh... eu estava passeando na rua... aí... eu estava indo pra mi/ casa da minha avó... né? aí meu irmã/ a gente estava arrumado... estava passando... estava lá perto da casa/ lá perto da minha casa... tem uma rua... pra gente andar... que é cheia de buraco... a gente... a gente tropeça... cai no chão... aí... eu estava andando... não vi a pedra... caí... me ralei todinha... meu irmão... ele começou a rir... aquele/ é... ele começou a rir... mas eu não achei nada engraçado... ( [a:só] isso...)

  • E: Mariana... conte uma história... que alguém tenha lhe contado... e que você tenha si/você tenha achado [a:muito] triste... ou engraçada...
    I: a mi... a minha tia... ela trabalha no Freeway... então um dia ela foi pro... trabalho... e quando ela voltou... ela contou uma história para mim... para minha mãe... pra minha avó... pra todo mundo que estava lá... é que ela estava/ ela é segurança... ela estava tomando conta dos carros de lá... e o amigo dela... daqui a pouco veio um/ dois... dois caras lá... que... e... e começou a dar tiro... e um tiro... pegou na perna do amigo dela ...e ela achou isso [a:muito] triste...

  • E: Mariana... fale sobre o local... onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: o lugar que eu gosto de ficar... é na minha casa de praia... porque lá... eu levo a minha prima... a gente vai na praia... chega em casa... toma banho... tem piscina... cachorro pra brincar... papagaio... na casa a gente... a gente arruma a casa... a gente... faz um montão de coisas... de noite a gente pode também ir na praia... porque lá é calmo... tudo... lá também em casa... o quintal é grande... a gente pode brincar de bola... de tudo... lá tem flores... muito... mais coisas... de noite a gente... vai... a gente... eh... a gente vai pra praia... aí a gente compra cachorro-quente... a gente... faz tudo... eu me sinto lá... mui/é [a:muito] legal...eu me sinto [a:muito] bem lá dentro... porque o ar é puro... a gente...sente coisas... [a:muito] bom...é [a:muito] bom... a gente ficar lá...a gente se sente [a:muito] bem lá... [a:muito] confortável...

  • E: Mariana... o que que você sabe fazer?
    I: eu sei fazer um bolo de cenoura com cobertura de chocolate...
    E: como é que você faz o bolo?
    I: [a:primeiro] eu pego... cenoura... cor/ eh... tiro a casca... corto ela em fatias... boto no liqüidificador... boto óleo... eh... bato... ela... depois eu... boto o::... a/ eh... açúcar... numa vasilha.... farinha de trigo... numa vasilha... jogo as cenouras... mexo bastante... boto ovo... também mexo... mexo bastante... depois dela ficar bem cremosinha... eu boto ela no forno... e deixo um instante... quando tiver quase pronto... eu já vou fazendo a cobertura de chocolate... que usa manteiga... açúcar... Nescau... Tody... qualquer coisa assim de chocolate... ou barra de chocolate... deixo ficar bem molinha... bem cremosinho... depois pego o bolo... boto lá... furo o bolo... o bolo assim... pra deixar bem... furadinho... pra... pra mim quando passar o cho... o chocolate... cair chocolate lá dentro do bolo... aí... ele... ele... ele vai ficar.... eh... assim... durinho... fofinho... depois a gente come... [a:muito] gostoso esse bolo...

  • E: Mariana... o que você acha sobre sua escola?
    I:eu acho a minha escola [a:muito] legal...porque nela... tem inspetoras... professoras legais... tem... diretoras... cantina... que a gente pode comprar muita coisa lá... tem ba/ tem/ as festas dela...são muito lega... [a:muito] legais...as inspetoras... ela cuidam [a:muito] bem da gente...a professora ensina coisas [a:muito] boas... e... na escola as professoras elas ensinam tanto... que a gente se/ vai servir pra alguma coisa... quando crescer... então eu gosto muito da minha escola... por causa que ela ensina... ela cuida da gente... e ela tem muitas coisas... legais... pra gente... a gente... vai... a gente en... entra na escola... estuda... tem a hora do recreio... a gente pode brincar... a gente pode/ a gente come... a gente brinca... a gente vai na canti... canti... na cantina... compra coisas... compra refrigerante... hambúrguer... biscoito... come...depois... se der tempo a gente brinca... [v:sobe] [p:de] [a:novo] ... faz prova... faz tudo... e a nossa/ eh... a professora da/as professoras daqui... são [a:muito] legais... e a gente também tem que... obedecer elas... porque elas também... brigam às vezes com a gente...mas elas são [a:muito] legais também... eu gosto muito da minha escola por causa disso... porque tem professores... inspetores... diretores... e passeios também... [a:muito] legais... que agora vai ter um passeio ( ) eu vou... se eu quiser eu vou... [a:muito] legal a minha escola... por causa dessas coisas que eu falei...
Parte oral
1993
  • É que eu estava indo para a casa da minha vó,e a gente estava [a:todo] arrumado.Elá perto da minha casa tem uma rua para a gente andar que é, cheia de buraco e a gente atropessa, cai no chão.Então eu estava andando, e não vi uma pedra e caí no chão, e o meu irmão começou a rir aquele chato, mas eu não achei nada engraçado.
  • É que a minha tia, estava trabalhando no supermercado freeway.Então ela e o amigo dela estavam tomando conta dos carros, e então vieram dois caras e começaram a dar tiros e um tiro pegou na perna do amigo dela eela achou isso [a:muito] tristee eu também.Foi isto que a minha tia me contou.
  • O lugar que eu mais gosto de ficar é na minha casa de praia, porque lá eu levo a minha prima, e de manhã, eu e a minha prima acordamos de manhã bem cedo e vamos para a praia, e levamos dinheiro, e na praia tem muitas barraquinhas que vende: água de côco, cachorro-quente, sanduíche, e muitas outras coisas.Quando for de tarde, nós voltamos pra casa, tomamos banho e almoçamos, depois de almoçar, nós vamos brincar no quintal com o papagaio, ver as flores, brincar de bola.No quintal, tem: flores, bichos, piscina, árvores e um galinheiro.De noite, nós vamos para o quarto e dormimos.Eu e minha prima se sentimos [a:muito] confortável.
  • Eu sei fazer um bolo de cenoura com cobertura de chocolate. [a:Primeiro] a gente pega cenoura, descasca, corta em fatias, coloca no liquidificiador com óleo e ovos, bate bem.Depois pega uma vasilha, coloca açúcar, farinha de trigo, fermento, manteiga e as cenouras batidas, mistura tudo e coloca no forno, quando estiver quase pronto, tem que pegar uma panela, colocar nescau, manteiga e leite, mexe bem, quando o bolo estiver pronto, retire do forno, ferve bem e coloque o chocolate, para ficar com chocolate dentro do bolo.
  • Eu acho a minha escola [a:muito] legal,porque lá tem as professoras [a:muito] legais, [s:as inspetoras] que [v:cuidam] [a:direitinho] da gente, as diretoras que cuidam da nossa educação,a biblioteca que tem livros [a:muito] importantes, o pátio para brincar e a cantina pra comprar coisas e comer coisas.Nos dias que tem festa o meu colégio organiza brincadeiras, danças, músicas e comidas.As professoras são tão legais, mas a gente tem que obedecer elas também, porque senão nós ficamos de castigo.Bem, eu gosto do meu colégio por tudo isso.
Parte escrita
1993

  • E: Patrícia... conte uma história que tenha acontecido com você...e que tenha sido... [a:muito] engraçada ou [a:muito] triste...
    I: quando eu estava... na casa do meu tio... e fui brincar de pique-esconde com a minha irmã e com a minha prima... de repente... eu fui se esconder... atrás da cortina... e... e quando eu fui me bater... eu me bati na porta da/ do quarto... e pisei no meu pé... e caí... e abriu a mi/ abriu a cabeça aqui... a testa... fui pro hospital... e meu tio ligou pra casa da minha mãe...minha mãe ficou [a:muito] preocupada... e meu pai também... aí levei anestesia... levei nove pontos... e depois... que o moço falou que tinha que tomar remédio... pra não inflamar... depois fui pra casa... fiquei de repouso...

  • E: Patrícia... conte uma história que alguém tenha lhe contado... e que você...tenha achado... [a:muito] triste... ou [a:muito] engraçada...
    I: quando a minha cole/ quando a minha colega foi lá em casa... ela me contou uma história... que a garota foi pro Rio Sul... e quando chegou lá... tinha um::... um chafariz...e a garota estava [a:toda] arrumadinha... subiu em cima do... do coisa lá... do... do banquinho do chafariz... e foi brincar com as irmãs dela... de repente... a prima dela... jogou ela dentro do chafariz...ela ficou [a:toda] molhada... aí a mãe dela foi numa loja... comprou uma roupa pra ela... comprou... sapato... calcinha... comprou tudo... aí a menina ficou/ não queria nem ir pra escola... de tão envergonhada que ela ficou... porque senão os meninos... iam encarnar nela...que ela caiu num::/ dentro do chafariz... ficou [a:toda] molhada... todo mundo/ aí todo mundo do Rio Sul riu da cara dela... que ela caiu no... chafariz... do Rio Sul...

  • E: Patrícia... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: eu gosto de ir pra casa da minha madrinha... porque lá tem piscina... tem umas amiguinhas pra mim brincar... e assim... eu brinco com a minha irmã... com ( ) no parque... a gente vai pro parque com o meu pai... meu pai leva eu... minha irmã... minhas colegas... e... eu ligo pra minha mãe quando eu chego do parque... [a:só] que a minha mãe... que minha mãe/ lá que está tudo bem... minha mãe fala “que dia você vai vir pra casa?” eu falo “o dia tal... e tal...” ela aí “então tá... tchau... um beijo...”

  • E: Patrícia... o que você sabe fazer?
    I: um boneco...
    E: e como se faz um boneco?
    I: [a:primeiro] eu faço a... a cabeça... e... depois... eu faço o bracinho... depois o olho... com... o botão... e a boca eu desenho... e colo... ou então faço de pano... e o cabelinho dele de... de papel... enrolado... eh... os pé/ o pé dele... faço o... tipo do nosso pé... desenho... recorto... colo no pano... recorto outra vez... ponho... faço um chapeuzinho... bo/ a sombrancelha... desenho... pinto... e... e uma porção de coisa...

  • E: Patrícia... o que você acha sobre sua escola?
    I: acho ela uma::... uma das melhores escolas que eu já estudei... e... quando... minha professora faz o ensino... ela também ensina bem... ela é uma professora... das melhores professoras que eu já peguei na/ nesse ano aqui no Liceu... e ela é ótima... e... a única coisa aqui que eu não gosto... é quando:: a professora manda::... a gente::... fazer assim... tabuada... aí... eu não gosto... e quando/ e o que eu gosto daqui... é quando ela manda fazer/ a gente fazer artes... fazer::... dever de português... fazer mapas... e disso eu gosto...
Parte oral
1993
  • Eu estava na casa do meu tio, quando eu fui brincar de pique-esconde e fui me esconder atrás da curtina.E quando fui me bater pizei no meu pé, e cai na porta e abriu a testa.Fui para o Hospital e levei nove ponto.e o médico passou um antiplamatório.E fui para casa, meu tio falou com a minha mãe e todos ficaram preocupados, e fiquei de repouso.
  • Quando uma colega foi na minha casa ela mi contou que uma garoto foi no Rio Sul, com os pais dela.E lá tinha um chafariz.E a garota estava limpinha arumadinha.derepente ela sobe num baquinho e começa a brincar.aí a prima jogou ela lá dentra, ela ficou [a:toda] molhadaa mãe dela vai numa loja e compra tudo roupa, calçinha e sapato.ela nem foi para a Escola no outro dia de tanta Vergonha Porque todo mundo ia rir da cara dela, que ela caiu no chafariz do Rio Sul
  • Eu adoro ir para a casa da minha madrinha.Porque lá tem piscina, paaque e tem colega pra mim brincar aí eu vou brinco com a minha irmã , e as minhas colegas.meu pai fala vamos ao parque!eu falei vamo!Vai eu, minhas colegas.quado eu chego eu ligo para minha mãe e falo que está tudo bem e lá também.Eu gosto de ir para lá porque lá tem quintal e é casa, a onde eu moro não tem quintal e não é casa é apartamento.poriso eu gosto de ir pra lá agente não fica presa dentro de casa.É poriso que eu vou no meu aniversário, nas férias etc.
  • Eu sei fazer um boneco.- começo a fazer a cabeça com: papel.eu enrrolo com a tesoura e depois colo.- faço os olhinhos com: potões - a bonequinha eu desenho e pinto - faço o corpinho de pano e os braco e pernas também.- faço a orelha com papel eu desenho e depois faço os cilios e recorto.Está feito o boneco é [a:só] montar.
  • Eu acho que é uma das melhores escolas, que eu estudei o ensino é bom.a minha professora é uma das melhores que eu já tive o que eu não gosto é de fazer tabuada.o que eu gosto é fazer mapa e Português.Ela tem teatro, festa etc.E os diretores professores transmitem o maior carinho por todos.
Parte escrita
1993

  • E: Pedro... conte uma história... que tenha acontecido com você...e que tenha sido [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: um dia... eu estava na casa da minha tia... brincando... tentando tirar... abacate... aí o/ um abacate... caiu na casa do gambá... aí o gambá saiu correndo... e eu corri mais ainda pra casa da minha tia... a minha tia chamou o empregado para matar o gambá... aí ele matou o gambá... e a cachorra de minha tia... tentou... comer o gambá... e não conseguiu... porque o empregado jogou no lixo...

  • E: Pedro... conte uma história... que alguém tenha lhe contado...e que você tenha achado... [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: um dia... minha professora me contou... que estava chovendo... ela entrou no ônibus com o guarda-chuva aberto... que... entrou pedindo desculpa... desculpa a todo mundo... aí quando ela saiu do ônibus... que o guarda -chuva fechou... aí ela foi... apanhou um táxi... foi pra casa... dormiu... contou pra todo mundo a história... todo mundo começou a rir...

  • E: Pedro... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: eu gosto mais na praia... porque lá na praia eu jogo bola... nado... vou lá pro fundo... fico brincando com meus colegas... eh... pego peixe... fico nadando... mergulhando... vou lá pro fundão... pego onda... é isso... lá tem muitas árvores... tem barracas... que eu fico lá... na barraca... tem quartel do bombeiro... [a:só] isso...

  • E: Pedro... o que você sabe fazer?
    I: uma pipa...
    E: e como se faz uma pipa?
    I: eu pego... eh... três varetas... uma grande... e duas médias... aí amarro com a linha... amarro... pego um... um papel... fino... encapa a pipa... faz a rabiola... pega a linha... e... solta... a pipa... não dá pra colocar nenhum enfeite na pipa... porque rasga a pipa... não pode botar... nem muito cerol... se não corta a nossa mão...

  • E: Pedro... o que você acha sobre sua escola?
    I:eu acho [a:muito] boa... o ensino é muito bom... é tudo... perfeitinho... não tem nada de ruim... aqui... mas... às vezes as inspetoras são chatas... porque bota pra coordenação... mas... não tem mais nada... de resto tudo é bom... o ensino é bom... a professora é boa...ela explica bem... [a:só] que às vezes ela é chata... porque... fica gritando com a gente... bota/ deixa a gente sem recreio... mas... é tudo ok...
Parte oral
1992
  • Em um dia eu estava brincando.Tentando tira abacate e derrepente apareceu um gambar e eu e o cachorro e menha tia entramos correndo para casa e o empregado matou o gambar.E o cachorro da minha tia comecol a morde o gambra e ele queria comer mas o empregado jogou para o outro lado.
  • a uma estória que o oguem contou o que voce vil.Um dia minha professora contol que estava chovendo e ela estava com um guardachuva.E ela entrou com o guarda chuva no onibus aberto pedindo desculpa a Todo mundo e quando ela saiu do onibus que fechol o guardachuva.E ela pegou um taquis e foi para casa e dormil e todo mundo começou a rir.
  • O Local que mas gosto de fica?Eu gosto de i na praia por que na praia eu jogo bola, fico la no fundo e la tem barracas e o guartel do bom beiro eu gosto di i na praia por que adoro agua do mar.Eu me sinto [a:muito] bemporque eu adoro o mar.
  • Escreva alguma coisa que voce sabe fezer.Pipa Para foser uma pipa presisa de bombu linha papel fina Vose pega o bombu fes igual uma crus e amarra com o linho e depo coloque outra vareta em baixo e amarrecom alinha e pepo voce pega a linha e omorre no nas ponta dos bambu.Edepos cole o papel fino na vareta.
  • O que voce acha da sua escola?Eu acho [a:muito] boao ensino é bom mas as professora e chato quando ela deixa agente sem recreio.E os espetores sam chato quando botas agente para cordenacão.E nessa escola tem audi-visual quadra de fisica em junho tem festa junina.Eu gosto de fazer fisica jogar futebol e etc.
Parte escrita
1992

  • E: Rachel... queria que você me contasse... alguma história que aconteceu com você...
    I: quando eu era pequena... que eu estava brincando em volta da mesa... aí quando eu fui me pendurar em cima da mesa... a mesa caiu toda em cima de mim... isso aqui (de mim) ficou tudo preto... também quando eu era pequena... minha mãe/ eu tinha um aninho... começava a engatinhar... minha mãe botou Tugon no meio da sala...eu fui engatinhando lá pra sala comi aquilo minha barriga ficou [a:toda] branca... tive que levar pro hospital...
    E: nossa... ((riso)) você era levada... hein?
    I: ah... um aninho...
    E: então...
    I: um ano e meio...
    E: mas já aprontava desde cedo...
    I: ah é... né? ainda apronto...
    E: é? tem alguma história assim de agora... há pouco tempo que você lembra? que você tenh/ que tenha [acontecido?]
    I: [ah...] quando eu era pequena... aí co/ na::/ tinha medo... [a:muito] medo de bate-bola...qualquer bate-bola que eu via me enfiava dentro de casa... aí eu botei uma cadeira assim lá no meu muro... e fiquei vendo... quando a minha/ o bate-bola passou... fui me abaixar... aí... a cadeira virou foi aqui... oh...
    E: perto do olho?
    I: perto do olho...
    E: [nossa...]
    I: [aí minha mãe] “não...” que sei quê “tem que levar ponto... vai ter que levar...” que não sei quê “tinha que levar ponto...” na... na... na/ começou a apu... apurrinhar a cabeça da minha avó... ((riso de E))
    E: tá bom...

  • E: agora... Rachel...eu quero que você me conte... alguma coisa que alguém tenha contado pra você... e que você nem sabe se é verdade... se é mentira... não importa... mas que você lembre agora que... alguém tenha contado pra você essa história...
    I: meu primo... ele viajou pra Angra... aí eu falei assim “como é lá?” ele falou assim “tem a cachoeira... e tem... tem o condomínio... lá do outro condomínio dá pra ver a praia...” aí eu falei assim “como é que é a cachoeira? ela é assustadora?” ele falou assim “é por causa que todo mundo diz... que tem... um homem que morreu lá... um homem que/ ele passava limão... pra poder ficar deformado...” aí ele falou assim “o homem do limão...” eu falei assim “tu acredita nisso?” “eu não... [a:só] se ele me pegar... aí eu acredito nisso... né? por causa que eu morro de medo dele...”((riso de E))
    E: e tem alguma coisa que tenha acontecido lá com ele que ele tenha te contado?
    I: contou o caso/ ele estava brincando... na rua... aí o garoto foi... pegar/ jogou a pedra... na casinha de marimbondo... aí quando/ ele ficou parado não sabia de nada... dois marimbondos picou ele quatro vezes na orelha... a orelha dele ficou desse tamanho... igual um orelhão...
    E: isso aconteceu lá... com ele?
    I: aconteceu...
    E: caramba... tá bom...

  • E:Rachel... [a:primeiro] ... eu quero que você me diga... qual é... a casa... que você mais gosta de ir...
    I: casa do meu/ a casa da minha avó...
    E: casa da sua avó? então eu quero que você me diga... como é a casa da sua avó...
    I: ah... ela é gran::de... tem três quartos... um banheiro... uma cozinha... uma sala... e uma copa...
    E: uhn... e como ela é... assim... mais?
    I: como assim?
    E: por dentro... a cor::...
    I: ah... ela é branca... tem piso... estam/ eh... colorido... em todos os quartos... o quarto também... também é branco...
    E: uhn... uhn... tá bom...

  • E: agora me diz... então... alguma coisa que você saiba fazer... me conta aí...
    I: sei fazer... bone... boneco de jornal... e::... porta-papel-higiênico...
    E: então me conta um dos dois que você saiba fazer melhor...
    I: ah... o porta-papel-higiênico... que é mais fácil que tem...
    E: então... me conta aí que que precisa... como é que faz...
    I: apanha uma garrafa de dois litros... tira aquele negócio... que tem embaixo pra segurar a garrafa... e corta mais ou menos a garrafa ao meio... pega o papel-higiênico... tira aquele... negócio que tem lá dentro dele... pra proteger... depois puxa o papel... e bota na garrafa... aí onde que sai a Coca-Cola... bota o papel ali dentro... [a:só] botar... o negócio preto lá debaixo...
    E: uhn... fácil... e o boneco de papel? [de jornal?]
    I: [ah...] você põe o jo/ amassa o jornal... depois... bota ele dentro assim no papel... e faz tipo microfone... depois roda o papel... assim o jornal... vai amassando... aí põe a fita crepe... o::/ cola o::... o braço... do/ o boneco ali... aí depois mesma coisa a gente faz com a perna... aí depois bo/ cobre ele de pano todo... aí depois... bota um::... pano branco na cabeça...faz olho e a boca... e [a:pronto] ... é o boneco...
    E: pô... facinho...
    I: facinho? ((riso de E)) é mas toda vez que eu rodava... rasgava o jornal...
    E: ah... tá bom...

  • E: agora me diz aí a sua opinião sobre a escola...
    I: ah...a escola é [a:muito] boa... [a:só] que tem uns ( ) qualquer pessoa que for correr não tem cuidadocai... por isso que eu/ quando::... a tia vai lá... eh... falar com a gente... ninguém pede... mas todo mundo quer... ah... qua/ eh qua::dra... o negócio de guardar bicicl... bicicle::ta... bota pra fazer pisci::na... tudo que é bom que a escola precisa ninguém pede...
    E: mas e/ o que que você acha das professoras... da diretora?
    I: ah... [a:muito] bom... né?mas pena que... a gente entrou atrasado... né?
    E: ah... é?
    I: aí a tia Maria Estela teve que dobrar... teve que dar aula pra gente... senão a gente ia ficar até hoje sem aula...
    E: mas você gosta aqui da escola?
    I: eu gosto...
    E: e a merenda?
    I: ah...merenda... também é bom... [a:só] que o macarrão é quase que é sem molho...
    E: é? então tá... obrigada... Rachel ...
    I: de nada...
Parte oral
1993
  • O tombo quando viu o bate-bola Era Carnaval eu peguei a cadeira para botar no muro Quando o bate-bola pasou eu fui me abaixar.Ea cadeira virou e eu furei perto do olho minha avó E minha vó me pegou correndo e quando minha colega ficou reclamando.E logo logo passou
  • A picada dos marimbondos.Ele estava brincando na rua e o colega de estáva brincando.E ele jogou a pedra na casa do maribondo.Como ele estava destraido 4 maribondo picou a orelha dele.Ele estava em Angra dos reis
  • Grande tem três quarto 1 cozinha 1 sala 2 banheiro e 1 copa A casa e branca tem o chão colorido
  • Pegamos uma garrafa de 2 litros Cortamos a garrafa ao meio Pegamos o papel- higiênico Tiramos o que tem no meio E puchamos o papel higiênico purali E encachamos o negoso preto ---------------------------------- Pegamos uma folha de jornal amasa.E pega outra folha e enrolamos com a do papel amasado Torcemos outra folha de 2 folha de jornal Depois curimos o boneco com um pano branco. Fazemos a face do boneco Fazemos uma roupa para ele ou ela. Botamos lã para fazer o cabelo Tapronto o boneco
  • A escola e [a:muito] boaOs professores encinam [a:muito] bem.A merenda e boa A escola bacana
Parte escrita
1993

  • E: Rafael... conte uma história que tenha acontecido com você...e que tenha sido [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: a história que vou contar... ela é bem triste... né? todo... todo/ ano passado... todo/ à noite... minha mãe saía... né? pro/ pra.. pra faculdade... e eu ficava em casa... aí meu primo tomava conta... de mim... aí... me/ nessa noite... né? eu estava brincando de bola... com ele... dri... driblinha... né? aí ele... aí ele estava com a bola... parada... né? aí “ele vem driblar... vem me driblar...” aí eu saí correndo atrás da bola... aí na hora que eu fui chutar a bola pra tirar... eh... a bola dele... ele puxou a bola... aí na hora que ele puxou... eu... PUM... levei o meu pé à parede... aí... machucou três dedos meu... aí eu senti uma dor danada... aí eu “ah... está doendo... está doendo...” aí ele me botou gelo... passou um montão de coisa... aí... a manhã seguinte... minha mãe me levou no médico... aí falou que eu tinha quebrado três dedos do pé... aí a gente fez/ aí engessou.. aí depois... a gente tirou o gesso... e foi em outro médico... pra ver se tinha quebrado... aí nesse médico... disse que não tinha quebrado... aíele mandou passar uma pomada... e... enrolou com::/ eh... [v:engessou] [p:de] [a:novo] ...aí a gente... foi embora... pra não melho/ pra... não ficar... ruim... né? [p:de] [a:novo] ...aí a gente foi em outro médico... e disse que estava quebrado [a:mesmo] ...e [v:engessou] [p:de] [a:novo] ... mas... mais um pouquinho ele ia engessar a minha perna toda... ia ficar paralisada... né? aí... passou dias... e o meu dedo ficou bom...[a:só] que... toda hora quando eu ia andar... eu esquecia do meu dedo... [s:eu] fui [v:jogar] bola lá [p:de] [a:novo] no chão... na areia... né? aí quando estava driblando... todo mundo... brincando lá... aí teve uma hora que o garoto botou o pé na frente... eu... BUM... caí... ralou os três dedos... não quebrou... ralou... aí eu fui... passei... ( ) minha mãe fez o curativo... aí esse dedo está... me dando um azar... aí toda hora... quando... ma/ melhorava... eu brincava de bola... machucava alguma coisa... to::da hora era assim... machucava... parava... machucava... parava... aí... nessa hora/ teve uma hora que eu estava jogando bola... né? não... foi na hora que quebrou o de... o dedo... aí eu estava jogando... aí quando o... dedo ficou quebrado... eu “ai... será que esse dedo está quebrado ou não está? eu torci?” “ah... não deve ter torcido...” meu primo falando... né? “deve ter torcido... não é nada de mais... não...” e o dedo doendo... eu “aí... está doendo... eu não consigo nem andar...” aí ele... “ah... mas deixa pra lá... não vai/ depois a gente joga... vamos ( ) fazer outra coisa...” aí eu “não... está doendo... está doendo... bota gelo nele...” botando gelo... aí... nada de passar... a dor... aí minha mãe chegava “que houve? que houve?” “ah... ele chutou a parede... vai ver que torceu o dedo...” “ah... meu/ o dedo dele... o dedo está quebrado...” começou a confusão... aí meu pai chegou... aí foi aquela bagunça...

  • E: Rafael... conte uma história... que alguém tenha lhe contado... e que você tenha sido... [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: a história que eu vou contar... é triste... foi minha mãe que contou... né? teve um dia... que ela estava vindo buscar a gente... eu... né? no colégio... aí ela estava no dois... quatro... nove... aí ela estava vindo... passou assim perto do/ da faculdade... né? ali na Praça da Bandeira... aí... um... um ônibus estava cortando o dois... quatro... nove... na mesma hora... bateu... num garoto... na cabeça de um garato... aí o garato atropelou... sorte que tinha um... cara... assim na calçada... viu e... puxou... senão... o ônibus ia passar por... por cima do garoto... a minha mãe/ quando o ônibus deu a freiada... a minha mãe foi na frente... quase que bate a cabeça no... ferro... né? aí minha mãe “aí... meu Deus... o que aconteceu?” quando ela foi... tinha um garoto lá... com a cabeça toda sangrando... a minha mãe... “ah... que que vai acontecer agora? vou ter que pegar outro ônibus... vou chegar atrasada no colégio...” e todo mundo preocupado com o garoto... né? e minha mãe preocupada comigo... no colégio... e eu tinha saído mais cedo... hoje... né? aí minha mãe “ah... vou pegar outro ônibus... esse garoto... quem vai chamar?” aí ela teve que ir... não sei aonde... ela e uma colega dela... foi lá embaixo... telefonou... né? e... e... mandou uma ambulância... pra vir pra cá... né? aí “ah... a ambulância está vindo... já...” aí... botou uma almofada... né? um::/ uma almofada/ uma me/ um negócio quase igual a uma almofada... né? pra botar/ apoiar a cabeça... aí sangrando... aí todo mundo... “ah... o garoto... o garoto...” aí quando a ambulância chegou... “é aqui... é aqui... é aqui...” aí veio/ foi um maior corre-corre... aí minha mãe “aqui... esse garoto daqui está machucado...” aí pegaram... aí falaram que quando pegaram... a cabeça do garoto puxou assim... que parecia que tinha quebrado o pescoço... “a cabeça dele... a cabeça dele...” todo mundo foi socorrer ele... aí botou assim na... maca... né? aí... foi... levando... aí passou... quando passou... minha mãe falou/ chegou e falou pra mim... “Rafael... aconteceu um negócio triste... ah... Rafael...” começou a contar pra mim... né? e... na hora que tinha::/ aconteceu... ela estava conversando... estava distraída... aí ela... deu/ quando o ônibus deu a freiada... né? eu te contei... quase que bate... a cabeça no ferro... e ela/ a colega dela... caíu no chão... quando caiu... ralou o dedo dela... ralou o dedo... ela “ai... ai... meu dedo... meu dedo...”aí... minha mãe... enrolou com um negócio lá...

  • E: Rafael... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: ah... onde eu gosto mais de passear... é na casa da minha avó... lá em Recife... lá... né? eu gosto de ir pra lá... porque lá tem... eh... lá a minha avó mora no interior... né? tem muito mato... aí tem um ar fresco... né? quando eu saio da cidade... e entro no interior... eu sinto a diferença do clima... né? por causa do/ porque o clima na cidade... é cheio de fumaça... e lá... no::... no interior é ( ) gostoso... por causa dos campos... lá... lá... e lá em Recife... é bom porque... a minha/ eu... eu visito a minha avó... tem... muito tempo que eu não vejo ela... eu saio pra/ pro/ pra cidade... vou na/ eu alugo barco... pra ir em ilha... aí a gente teve um dia... que eu fui... a gente foi pra ilha... de Paque/ Paquetá não... eh... a gente foi pro uma i/ praia... né? que tem lá... aí... na praia a gente/ tinha uma lagoa/ lagoa não... riacho... né? aí então estava todo mundo de calça jeans... sapato... aí teve que tirar o sapato... a água estava gelada... “aí... calma aí... vamos ver se não afunda... pode... pisar e afundar...” aí botou a madeirinha... não da/ afundava não... aí a gente passou... aí depois a gente começou a brincar... a gente... puxou as cal/ a calça...né? pra cima... aí ficou brincando na... na água... na areia... lá é bom... eu gosto de/ por causa dos cachorros que tem lá... eu fico/ eu deito... né? no/ lá na casa... no quintal... né? tem um galinheiro... eu fico vendo... teve um dia que eu vi... a... a galinha botar ovo... aí eu “oba... botou um ovo...” aí eu saí correndo... entrei lá no galinheiro... peguei o ovo... aí quando... peguei o ovo... o ovo estava quenti::nho... né? porque saiu agora... aí eu dei pra minha avó... lá tem os cachorros... eu gosto de lá... e teve um dia lá que eu peguei um passarinho... um filhotinho... né? aí ele estava com ferida no bico... né? acho que acertaram alguma pedra... aí a gente/ eu peguei ele... cudei dele... aí eu botei numa gaiola...ele ficou [a:todo] alegre... cantando... né? aí teve um dia... que eu/ quando eu/ aí eu mexi na gaiola... ele estava caído no chão... eu rolei a gaiola pra lá e pra cá... ele saiu rolando... né? “ih... morreu...” aí eu pe/ minha avó pegou... aí jogou lá pro meio do mato... é legal lá... eu gosto...

  • E: Rafael... o que você sabe... ou gosta de fazer?
    I: eu go/ eu sei fazer um sanduíche...
    E: e como que se faz o sanduíche?
    I: esse sandu... esse... esse sanduíche eu faço assim... antes de começar... né? eu lavo a mão... né? eu lavo a mão... aí eu pego aquele pão Plus Vita...eu [a:primeiro] ... eu passo a manteiga... né?eu passo a manteiga... em todos os pão... aí depois eu pego o queijo... boto o queijo num... num pão... aí... eu boto o outro pão em cima... boto... presunto... e mu/ eh... muzzarela... boto um montão de coisa... aí vou botando... vou botando... aí fica grandão... aí...quando fica [a:muito] grande... eu não consigo fa/ bota na/ no nego/ na frigideira pra... esquentar... né?aí eu pego... [v:lavo] a minha mão [p:de] [a:novo] ... pra não ficar suja... né? aí eu... amasso... ele... aí ele vai ficar menorzinho... aí já dá... já vai dá pra... colocar... aí eu mando a minha mãe esquentar... aí quando ela esquenta... enquanto ela esquenta... eu boto a minha Coca... eu pego a minha Coca-Cola quente... né? aí eu boto no meu copo... no meu copo dá a::... a garrafa toda... né? pequena... né? aí eu boto o gelo... aí eu fico esperando... aí quando acaba... aí eu pego... quentinho... boto no prato... eh... eh... com guardanapo... aí trago pra/ e trago... aí eu começo a comer... aí minha irmã... “ah... por que você não faz isso pra mim também?” “ah... não... agora eu estou saboreando... o meu... sanduíche...”

  • E: Rafael... o que você acha sobre sua escola ?
    I: eu... eu gosto da escola... porque ela é legal... né? ela... ensina a gente... a gente a estudar... a ler... a escrever... se não fosse o colégio a gente não sabia... falar... nem escrever... nem escrever... a/ eu gosto porque as professoras são legais:: né? por causa da/ dos tios... a gente faz/ eh... visita lugares... de/ eu... visito o co/ eh... o cole/ eh... outros... outros lugares assim... no... no... passeio... vou pra... fazenda... essas coisas... assim... o colégio é legal porque é grande... no recreio a gente pode brincar... correr... comer bastante... ah... também tem uma cantina enorme... no meu outro colégio tinha uma cantina pequenininha... mas agora... tem uma cantina tão grande... que dá pra saborear muitas coisas... é legal... tem... um pátio grande pra gente correr... o ruim... o ruim do colégio é por causa das rampas... tem que subir aqui... né? aí cansa... mas é legal ( ) a gente gosta... os professores são legais... de vez em quando eles brigam... com a gente... dá matéria... legal... esse colégio...
Parte oral
1993
  • Ano passado minha mãe toda noite saia para a faculdade e o meu primo tomava conta de min teve uma noite que eu estava brincando de driblinha ai a bola estava parada e eu corri atras da bola quando eu ia chutar o meu primo tirou a bola e eu chutei a parede ai meu primo colocou gelo eu estava lá gritando e depois de manha minha mãe me levou ao médico ai mecheu e falou que eu tinha quebrado os tres dedos do pé.Aí minha mãe me levou a outro medico disse que eu não tinha quebrado os três dedos.Aí meu pai me levou a outro e disse que tinha quebrado foi inbolação Passou o tenpo e eu fui jogar bola eu estava com a bola o garoto colocou o pé na frente e eu caie [v:ralei] os tres dedos [p:] [a:dinovo] .
  • A história e triste e foi minha mãe que contou.teve um dia minha mãe tava indo me buscar ela estava no 243 ai o um ônibos foi cortado e ao mesmo tempo ele atropelou um garoto minha mãe estava na frente quase que bate com a cabeça no ferro todo mundo desceuo garoto estava [a:todo] emsanguentadominha mãe preocupada com eu no colégio ai ela foi chamar a anbulancia ai quando veio minha mãe pegou o ônibos e foi me buscarquando ela chegou lá erra tarde mas [a:muito] tardeai eu briguei com ela porque timha demorado tanto ai a viagem toda do colégio até a minha casa ficou falando ate me mostrou o local onde acomteceu.
  • O locau que eu gosto de ir mas e la na casa da minha avó lá em Recife la e bom porque e interior quando você chega no interior você ve logo o clima mas gostoso porque na cidade tem muita fumação e no interior não e cima e gostoso tem ar puro e suave la ten um riacho que pração tenque passar descauso nos alugamos barco vamo para ilha e a casa da minha vó ate a praia e 20 minus.lá e [a:muito] bomtem um quintal grande tem 2 cachorros tem um galinheiro eu brinco com a galinhatem uma fruta [a:muito] gostosaeu e meu colega sabe e pega a frutae [a:muito] legal.
  • Eu sei fazer o sanduiche e assim Eu pego Pão Plus fita coloco manteiga e depois coloco o queijo depois presunto mussarela e outros coisas depois feito tudo isso eu tento colocar na frigideira se não der eu amasson e mando minha mãe esquentar e enquanto ela esquenta eu pega a coca cola quente coloco no copo e depois coloco o sanduiche no prato e vou saborear a minha refeisão.
  • Acho o colegio [a:muito] legauele e grande e [a:muito] bomporque se não fosse o colegio nos aprendemos a ler escrevere [a:muito] bomtem un pateo grande da pra gente corre tem uma cantina boa os professores são legaiso ruim e que tem uma rampa [a:muito] grande e cansaela e [a:muito] legauconhece colegas novos passeae [a:muito] bom.
Parte escrita
1993

  • E: qual teu nome?
    I: Rafael...
    E: qual escola que você estuda?
    I: Escola Municipal Nilo Peçanha... desde l9l0... ((riso de E))
    E: você mora onde?
    I: Rua Floripe...
    E: qual tua idade?
    I: 10 anos...
    E: Rafael... eu queria que você me contasse... alguma coisa/ alguma história... que tenha acontecido com você... que tenha eh/ que você tenha achado... boa... ruim...
    I: tem uma... do meu avô...
    E:uhn... [a:legal] ... conta essa( )
    I: por causa que ele... ele sofria... de uma doença... aí... depois ele se recuperou... tomou um remédio... aí depois ele/ a doença voltou... ficou com ane/ amnésia... aí ele foi... aí ele foi pra um lugar que eu não conhecia... conhecia... aí depois... ele/ não lembro mais não... aí eu/ ele morava em São Paulo... e eu morava aqui no Rio... aí depois nós recebemos uma carta... escrito que meu avô mo/ que meu avô morreu... aí... eu senti muita tristeza...
    E: uhn... uhn...

  • E: eh... Rafael... conta uma história... que alguém... tenha te contado... essa história/ que algum colega teu tenha te contado...
    I: tem...
    E: tem?
    I: uma... do meu amigo Rafael Ribeiro... foi ameaçado... de::/ estava jogando bola... ele foi dar uma cabeceada na bola... aí ele estava chegando mais pra trás pra dar a cabeceada... ele... encontrou aquele negócio que bota as árvores... que está plantado as árvores... aí ele tropeçou ali... e se cortou aqui... na boca... no lado da boca... aí ele levou dois... dois pontos por dentro... e dois por fora...
    E: uhn... [a:legal] ...

  • E: eh... tem algum lugar que você mais gosta de ficar na tua casa?
    I: a varanda...
    E: a varanda? como é que é a varanda da tua casa?
    I: ela tem plan::tas... tem::... livros... bola... eh... gibi... esse/ uma porção de coisas ( )
    E:uhn... uhn... [a:legal] ...

  • E: eh... tem alguma coisa que você... goste de fazer? [eh...] e queira me ensinar?
    I: [tem...] eh... jogar fliperama... mortal combate...
    E: ah... me ensina como é que joga fliperama...
    I: tem... seis botões... e o controle... você fala do::... ( ) do Escorton pra soltar lance do Escorton... é dois pra atrás... e apertar o primeiro... assim oh... agora pra queimar... pra queimar eh... dois pra ci/ pra cima assim... apertar de defesa aí... ele queima...
    E: é?
    I: pega o cano ( ) do cano... da bola é um C... e outro C e o contrário... pra voltar...e pra:: dar o bumerangue é [a:só] você ficar mexendo com o controle assim... esperando apertar a defesa... vai... soltando... a magia... agora pra arrancar coração eu acho que é... um... um... um... um... um... o de baixo... o primeiro de baixo... agora o do... zero... a magia é rodando o controle... e apertando o primeiro de cima/ o de baixo... agora pra arrancar cabeça é... um... um... um/ não... é... um... um... um... pra apertar... o primeiro de baixo...
    E: [a:legal] ...

  • E: eh... eu queria uma... opinião tua... o que que você pensa da tua escola?
    I: ah...eu penso que essa escola é boa... mas [a:só] tem algumas coisas ruins... também... assim... como os pichadores que picham... aqui a escola... já até botaram uma folha apropriada para piches... mas algumas vezes eles picham na parede... que eles já estão acostumados... esses vândalos...e também gosto [a:muito] nessa escola... dos meus amigos... dos meus professores... tudo isso...
    E:uhn... uhn... [a:legal] ... obrigada...
    I: de nada...
Parte oral
1993
  • Morte do avôNum seto dia eu estava no Rio e meu âvo em São Paulo ai o meu âvo tinha uma doensa que ele se recuperol tomando remedio é do ele voltou era aminesia ele foi para um lugar desconhecido é depoi no outrodia eu recebi uma carta escrita meu âvo tinha morido eu sintin muita tristesa.F.J.V.
  • Acidente com amigoUma ves quando eu chegei a escola me contarão que um amigo costou a boca como ele estava jogando bola ai quando ele coreu atras da bola para dar uma cabeciada ele tropesol na árvore e ele caiu e cortou a boca.
  • Eu gosto da varanda la tem livro, jibi, e plantas, bola ela e pequena banca e abobora e de lá da para ver os apartamentos o coqueiro e o ceú.
  • Quando você jogar mortal, e vou te mostra Augus Scorpiom para saltar o arpão e 2 para tras e para queinar e 2 para sima com o canon a bola dele e asin roda o controle, e o buberanque e micher os controle para rancar o coração e asim roda o controle agora com o sub-sera o magia roda o controle e apertar o soco e arancar a cabeca1 para esquerda 1 [p:para] [a:baixo] e soco de sima.
  • A Escola tem bom ensinamento mas ela está [a:toda] pichada nas paredes presisa pintar banco e sinza para ficar bonita como ela é bonita.
Parte escrita
1993

  • E: Rafael... conte uma história... que tenha acontecido com você... e que tenha sido [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: [a:bom] ... quando eu tinha mais ou menos uns/ quando eu ia fazer três anos...aconteceu comigo uma história que foi... [a:meio] triste... eu quase que eu fico com trauma... se não fosse pela minha mãe... eu... fui na praia... com minha tia... minha mãe... e minha... e minha irmã... aí quando a gente/ a gente entrou na água a minha mãe... me deixou um instante sentado... eu ain...eu ainda não andava [a:muito] bem... aí... eu andei um pouquinho assim pra frente... aí veio uma onda... ela me pegou... começou a me levar pro fundo... aí minha mãe viu e começou a... a... me/ a tentar ir pra lá que [s:ela] não sabe [v:nadar] [a:direito] ...aí ela conseguiu me pe... me pegar... aí... conseguiu tirar a água que estava ( ) engoli muita água... aí então... ( ) aí... ela me botou na natação... um tempo depois... que eu fiquei com trauma... quando ela me levava na praia... eu não conseguia/ eu não entrava na água por causa do medo... que eu ficava na minha cabeça aquilo registrado... aí ela me botou na... natação... lá... no colégio ACN... aí... nos primeiros dias eu ficava com medo... pensava que ia... fa/ acontecer a mesma coisa... mas... com o tempo eu fui me acostumando... e hoje... até entro assim... não/ sem medo da água... porque... este meu trauma passou...

  • E: Rafael... conte uma história... que alguém tenha lhe contado... e que você tenha achado [a:muito] triste... ou [a:muito] engraçado...
    I: [a:bom] ... isso eu... eu me... contaram nesse ano [a:mesmo] ...eu achei [a:muito] triste... aí então... passou o::/ um amigo meu lá da minha sala... ele me contou que... ele mesmo viu... uma pessoa/ ele estava viajando... uma/ ele viu uma mulher... ela parou um pouco que ela estava com muita sede... ela parou um pouco pra... beber água... ali tinha um/ ali na pista tinha um... poço ali... ela parou um pouco pra beber água... aí bebeu... quando ela... foi atravessar assim uma... uma rua... veio um caminhão... PUM... passou por cima dela... aí... o meu amigo ficou olhando aquilo assim... aí depois ele foi lá viu...aí eu achei aquilo [a:muito] triste... e... ele me contou... que a mulher... ele não conhecia...mas era uma mulher [a:toda] loira...e tinha um... um/ mais ou menos assim... a pele [a:meio] clara...

  • E: Rafael... fale sobre o local... onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: [a:bom] ... o lugar... que... eu mais gosto de ficar...ou brincar... é na casa dos meus colegas... ou então... assim quando a gente... passeia... lá pelo... Campo de Santana assim... a gente vai pra lá... a gente fica/ quando eu vou pra lá eu fico mais ou menos umas... três horas... ou en/ às vezes até... a tarde inteira... assim num sábado... ou num domingo... porque... aíeu jogo bola lá... brinco... corro... me divirto [a:mesmo] ... e... tira aquela descarga que fica da semana... da escola que eu fico... cansado... de tanto acordar cedo... aí... eu gosto de ficar lá... pra... poder pelo menos me divertir um pouco... porque de tarde... dia de semana... eu... faço dever... estudo um pouco pra não perder a matéria... lá também no... Campo de Santana... tem um... laguinho lá que eu adoro ficar lá perto... aí sempre que eu vou também eu trago um pouquinho de pão... porque tem uns patinhos lá... aí eu vou... aí fico ali na beiradinha... taco... taco o::... pão... mas tem um peixe lá... que ele é... safado... porque... quando os patinhos vêm... ele pula... pega o pão... e foge... aí os patinhos fica... fica olhando assim pra ele...eu jogo mais pão... ele [v:vem] [p:de] [a:novo] ... os patinhos... fica mais esperto... e vai pra cima dele... lá também tem uma estátua... que um dia eu me machuquei lá... por causa que... eu subi... eu subi lá... aí quando eu fui subindo... subindo... uma hora eu caí... quan/ fiquei chorando lá... mas depois passou... e... voltei a subir... que criança... sabe como é que é...

  • E: Rafael... o que você sabe fazer?
    I: [a:bom] ... eu:: sei fazer/ eu adoro construir coisas...eu... quando eu pego papelão ou papel... eu... crio casas... casinhas... um dia... eu peguei um... um... pouco de papelão... fiz/ construí uma casinha de boneca pra minha irmã... ela adorou... e fiz uma casa também pro/ pra guardar meus bonecos...
    E: e como se faz?
    I: [a:bom] ... [a:primeiro] tem que ter muita criatividade... né?e eu/ às vezes eu uso também... canudo... e palito... eu boto os palitos de dente dentro do canudo... pra ficar... duro... resistente... aí eu boto... formo a casa... aí depois eu cubro com papelão e papel e pinto... assim... aí... bota a imaginação pra funcionar...

  • E: Rafael... o que você acha sobre sua escola?
    I: [a:bom] ... [a:primeiro] eu estou aqui... [a:primeiro] eu estou aqui desde a primeira série... e... desde... desde... da/ dessa/ desse... estágio... eu nunca tive alguma reclamação da minha escola...por causa que eu acho a minha escola [a:muito] boa... e... e... po... por causa... [a:só] um pouco... por causa do policiamento... que aqui fica muito/de noite fica [a:muito] difícil...de tarde... [a:antigamente] eu estudava de tarde... é o meu primeiro ano na turma da manhã...e eu voltava assim [a:muito] tarde... aí um dia eu quase que eu fui assaltado... mas... aí esse ano teve um negócio lá... um abaixo-assinado... pra poder ver polícia/ poli/ maior policiamento...mas aí... pelo jeito... deve [v:funcionar] ... [a:bom] ... enfim... eu acho a minha escola... ótima...
Parte oral
1993
  • Eu estava na praia com a minha mãe, a minha tia e a minha irmã, quando, por pouco tempo, a minha mãe me deixou na beirada da água, e de repente veio uma onda e me cobriu e começou a me levar para o fundo .Então minha mãe viu e começou a gritar, porque eu era pequeno e ela não sabia nadar.Então minha tia correu e me pegou.Depois disso, minha mãe me colocou na natação, para poder tirar o trauma.No início, eu estava com medo que aquilo [v:aconteceu] [p:de] [a:novo] .Agora eu não tenho mais medo.
  • Esta história, me contaram este ano ,que foi até um amigo, que disse que foi viajar e que quando ele estava na estrada, ele viu uma mulher que atraveçou a estrada para beber água e de repente veio um caminhão e passou por sima dela e ela morreu e o cabelo dela era loiro, mas o meu amigo não a conhecia.Aí ele ficou olhando aquilo .E eu achei aquilo [a:muito] triste.
  • Bem, o lugar que eu mais gosto de ficar é na casa dos meus amigos, porque lá eu me divirto e vou para o Campo de Santana.Pois lá eu corro, brinco e teve até um dia eu me machuquei pois eu fui subir numa estátua e escorreguei.Lá eu vou ao laguinho, onde eu ia dar comida ao patinhos e tem um peixe que já ficam mais espertos e rápidos.Sempre que eu vou eu fico a tarde inteira lá,e [a:só] volto lá para às 3 horas, por aí.
  • A coisa que eu mais gosto é construir coisas.Para poder fazer é presiso ter muita imaginação e o material (sucata,etc), O que mais construo são casinhas de papelão com canudo.As vezes, quando minha irmã vem, eu faço para ela brincar e para mim guardar os meus bonecos.E com isso, sai uma linda casinha de sucata.Agora é [a:só] brincar com a linda casinha.
  • Eu acho a minha escola [a:muito] boa. Mais a unica coisa que eu não gosto é que aquilá pouco policiamento. Teve um dia que eu quase fui assaltado, pois eu estou nesta escola a quase 4 anos, desde a 1.a série. Agora, há pouco tempo houve um abaixo assinado que eu acho que vai resolver alguma coisa.A escola é um lugar bom e [a:muito] grande e bonitaonde há audiovisual, teatro e até quadra de esportes. Enfim, eu adoro minha escola.
Parte escrita
1993

  • E: Renato... conte uma história... que tenha acontecido com você... e que tenha sido... [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: quando eu estava indo para o colégio... quando/ esta... estava chovendo muito... aí eu fui... fui andando... fui andando... que eu estava de guarda-chuva... estava ventando muito... aí... eu esperei o sinal fechar... mas estava chovendo muito... aí o vento/ o guarda-chuva saiu da minha mão... caiu no chão... aí... caiu um montão de água em mim... aí eu me molhei todo... e voltei para casa...eu estava [a:todo] molhado e sujo... logo quando eu cheguei em casa... fui tomar banho... tomei um banho bem tomado...que eu estava [a:muito] sujo... logo vi... que não tinha tempo mais para ir para o... para o colégio... eu fui dormir...

  • E: Renato... conte uma história... que alguém tenha lhe contado...e que tenha achado [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: tudo começou... quando... quando descemos para o recreio... as duas quartas séries tinham descido para o recreio... meu colega André... sentou no banco comigo... ele... tinha me contado...tado/ estava me contando uma história [a:muito] triste... que a... a mãe da minha... a mãe da minha colega... es/ tinha morrido... de enfarte... na madrugada... ela não tinha vindo para o colégio... porque ela tinha ido para o enterro... ela/eu fiquei [a:muito] preocupado com ela... fiquei [a:mesmo] ... tanto que telefonei para ela.. e fiquei... e falei... muito com ela... fiquei preocupado todo o tempo com ela... fui para casa dela... conversei com ela...e ela estava [a:muito] triste...

  • E: Renato... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: eu gosto de brincar... no Aterro do Flamengo... lá... tem campos de futebol.... tem árvores... lá... dia de domingo... fica fe/ a pista... é fechada... para poder andar de bicicleta... brincar... lá... eu também posso jogar skashe... jogar bola... soltar pipa... lá... aonde eu jogo bola... no campo... eu tenho... eu tenho meu próprio time... aonde que eu/ aonde o time/ quem agarra é o meu pai... eu... sou atacante... meu irmão é o centroavante... lá... tem grama... praia... eu demoro um pouco lá... quando de tardezinha... eu volto para casa... para dormir... e preparar... para ir para o colégio segunda-feira...

  • E: Renato... o que você sabe fazer?
    I: uma pipa...
    E: e como se faz uma pipa?
    I: pega o... papel... corta... faz uma rabiola... pega vareta... eh... pega uma... pega uma vareta... vai colando... no papel fino...faz a envergação... cabresto... pega a linha... e solta... [a:pronto] ...

  • E: Renato... o que você acha sobre sua escola?
    I: eu acho uma escola boa... ela... tem muitas tradições... mas tem alguns ou dois que vivem pichando a escola...ela... é uma escola [a:muito] boa... tem um bom ensino... minha professora... é legal comigo... a coordenadora... é também... todo mundo...eu acho a minha escola [a:muito] boa... a única coisa que eu não gosto no meu colégio... é porque não tem ventilador... quando a gente fica com calor... não adianta as janelas... a gente/porque lá é [a:muito] abafado...
Parte oral
1992
  • Era um belo dia 2.a feira eu estava indo para o colégio o sinal fechou estava ventando muito quando o guarda-chuva saida minha mão ele caio no chão já tinha passado da hora de ir para o colégio voutei para casa tomei um banho bem tomadoporque eu estava [a:todo] molhado e sujodepois do banho fui dormir.
  • Tudo começou Quando desemos para o recreio as duas 4.a seres deseram eu sentei no banco meu colega André me contou que a mãe da minha colega tinha morido de infarte na madrugada poriço que ela não tinha ido para o colégio.Eu telefonei para ela e tanben fui para a casa dela eu falei e falei.Mas não adiantou nadaela chorou muito muito [a:mesmo] o pai o pai tinha ido na funeraria.Ela não parava de chorar [a:bom] eu fui brincar e ela so ficava sentadae não levamtava ate que eu parei e pencei.- Vou jogar a bola encima dela joguei [s:ela] [v:levantou] logo e [a:rapido] brincamos toda a tarde eu voutei para casa e fui dormir
  • O lugar que eu gosto de brincar é no Atero do Flamengo la tem muitas crianças e muito espaço para brincar eu ando de bicicleta, corro, jogo esgüechi e brinco muito eu meu pai e o meu irmão jogamos bola eu tenho o meu proprio time eu sou o atacante o meu irmão é o centroavante e o meu pai o goleiro eu e o meu irmão marcamos muitos gols.Quando é de tardinha vamos enbora.
  • [a:Primeiro] você pega o papel fino depo você pega 3 pedaços de banbutira a medida cola os pedaços de banbu corta 1 pedaço de linha para envergar espera a cola secar fas a rabiola pega a linha passa serol e solta a pipa.
  • Eu gosto daminha escola porque ela tem varias tradições um bom ensino mas tambem tem augus distruidores que pixam o colégiomais tambem não é [a:só] istoo meu colégio não tem ventilador.Eu gostaria que tivece porque guando faz calor nos ficamos banhados de suor eas salas são [a:muito] abafadase não adianta nada.Eles tambem alem de pixar o colegio eles sucham as paredes com marcas de sapato tambem quebram o banheiro pixam em gualquer lugar.
Parte escrita
1992

  • E: Rodrigo... conte uma história que tenha acontecido com você...e que tenha sido [a:muito] engraçada ou [a:muito] triste...
    I:a história que eu vou contar é [a:muito] triste... foi numa vez/ que eu tenho mania de... colocar copo no freio traseiro... pra fazer barulho... foi num dia que eu tive que frear por causa do síndico porque... que i/ ele iria pegar a minha bicicleta... se eu... continuasse andando... aí eu tive que usar o freio de ( ) na roda da frente... capotando... me machucando muito...

  • E: Rodrigo... conte uma história... que alguém tenha lhe contado...e que tenha sido [a:muito] engraçada ou [a:muito] triste...
    I: esta história quem me contou... foi o meu tio... foi numa vez que... ele estava andando com o carro dele... uma senhora foi atravessar a rua... na frente de um ônibus... olhando para o lado errado... e... e... foi atravessando... meu tio freou... tentou frear... e não deu tempo... aí atropelou a senhora... andou um... andou um pouco com ela pelo... capô... depois que freou... largou ela... indo embora...

  • E: Rodrigo... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar ...
    I: o lugar que ma/ que eu mais gosto de ficar... é no Barra Shopping... porque lá é grande... tem... flíper... tem... patinação... lá tem gelo... e o que eu mais gosto de lá é pa/ é ficar patinando no gelo... lá é... bom... é fresco...lá eu me sinto [a:muito] bem...

  • E: Rodrigo... o que que você sabe ou gosta de fazer ?
    I: um sanduíche...
    E: e como que se faz um sanduíche?
    I:eu pego [a:primeiro] o bi/ o hambúrguer... frito... corto o pão... depois coloca o hambúrguer dentro... depois eu coloco o::... ketchup... mostarda... a maionese... alface... pepino... tomate... pimentão... alface... eh... ervilha... e milho...

  • E: Rodrigo... o que que você acha sobre sua escola ?
    I: eu acho ela boa... porque ela é grande... tem um professores bons... eh... eu dentro de sala... eu sou um pouco bagunceiro... eh... mas eu gosto muito da professora... porque de vez em quando ela brinca com a turma... mas tem muito tro/ muitas coisas pra se fazer aqui dentro... tem... educação física... nós podemos... eh... brincar de pique... na hora do recreio... tem mui... muitas coisas pra se fazer aqui...
Parte oral
1993
  • Undia eu estava andando de bicicleta no estacionamcaento do meu prédio e tinha colocado copo no freio trazeiro para fazer barulho e fui para o pátio e vi o cindico [s:eu] tive que [v:aperta] o freio trazeiro [a:rapidamente] e ele não pega e eu estava correndo e tive que coloca o pé na roda dianteira e nisso o meu pé prendeu e capotei me machuquei muito e tive que ir para casa colocar remédio e isso tudo porque ele poderia prende a bicicleta.
  • Meutio que me contou que uma vez ele ainda não tinha carteira e tinha saido com o carro do pai dele um ônibus estava no ponto e ele foi utra passa o ônibus nisso uma senhora estava atravessando pela frente do ônibus meu tio atropelou e arrastou pelo capu umbom pedasso e freiou o carra para pirala do capu e se mandou para casa.
  • O local onde eu mais gosto é o Barra Shopping por que lá é grande tem bastante loja praciver tem fliper patinação no gelo e o que eu mai costo é patina no gelo lá é grande e é bom é frescae mecinto [a:muito] bem.
  • Eu gosto de faze o sanduiche eu pego o amburgo e depois pego o pão corto coloco pipino, ervilha milho verde, alface, mustarda, katichipe, nostarda, tomate e queijo o sanduiche fica muito gostoso e eu nem aguento comer tudo asveses.
  • Eu acho ela legal tem bons professores tem educação fisica podemos brincar de pique no recreio tem teatro, muitas salas, audio visual e quadra poriço eu gosto muito dela e os professores são legais com os alunos eu sou umpouco bagunceiro lá tem um biblioteca
Parte escrita
1993

  • E: qual o teu nome?
    I: Roselane...
    E:Roselane? você mora... aonde [a:mesmo] ?
    I:eu moro aqui em São Cristóvão... mas... eu moro [a:mesmo] ... no Paraíso do Tuiti... que é um morro pertinho daqui... eh... lá é bom... ( ) mas dá pra...
    E: qual a tua idade?
    I: quinze...
    E: quinze anos... oh... Roselane... eh... aconteceu/ eh... alguma expe/ eu queria que você me contasse... alguma coisa que tenha acontecido com você... que tenha sido boa... ou ruim...
    I: ah... boa tenho várias... agora ruim mais ou menos... é... também tem ruim também tenho boa... boa é quando/ também quando eu vou assim... quando tem festa de rua assim... sabe? festa junina... aí eu saio com as minhas colegas... a gente ( ) leva a maior aventura... eu vou com a Michele... ( )
    E: é? então me conta uma dessas aventuras aí...
    I: eh... teve um dia que a gente fomos pra uma festa de rua lá em::/ ah esqueci... esqueci o nome... ah... um lugar aí... aí... né? a gente passamos o maior sufoco dentro da Quinta... aí os garotos tudo mexendo com a gente... falando que os viados ia matar a gente... a... a::... a perua que estava lá esperando lá o homem... outro homem lá... rodando bolsinha lá... correu atrás da gente com faca...
    E: No::ssa Senhora...
    I: pra mim isso foi a maior aventura que eu já tive já na minha vida... tambéma maior aventura também que eu tive já [a:muito] boa [a:mesmo] também quando eu fui lá pro/ pra::/ ai... ai... eu esqueci o nome do lugar...
    E: não tem importância...
    I: lá pra... lá pra perto da Mangueira... lá pra::... Candelária... aí a gente andamos... andamos... pra caramba... daqui a pouco a gente vimos... a gente vimos um homem morto... ficamos cheias de medo...nós passamos pra ir... pro baile lá... mas [a:muito] longe [a:mesmo] ... [a:muito] longe... tive que andar/ a gente passamos assim perto do... do Maracanã... e tudo... agora ruim... deixa eu ver...
    E: não... tá bom... essa experiência le/ bo/ essa experiência já é ruim... ((riso)) suficiente...

  • E: tem alguma... história que alguém tenha te contado que você queira me contar... agora?
    I: assim... tipo assim... boatos?
    E: não... alguma história que alguém tenha te contado...
    I: é assim você/ sobre a vida das pessoas... da/ de pessoa assim... fofoca... tipo fofoca?
    E: é... pode ser ((riso))
    I: tem várias... eh... o boato que eu/ está rolando lá no morro... é que a menina está::/ que os meninos lá de cima tão/ não tão gostando porque a menina está na... namorando uma polícia... um cara que é policial... que... que eles não vão muito com a cara dele... porque ele é o maior sete um... sabe?
    E: é... é? te contaram isso... é?
    I: é... me contaram isso... também está o maior boato lá no morro... aí... eles vão lá... castigam a menina... falam com ela... pede a ela pra falar pra ele não vir aqui no morro... aí sábado o boato rolou que ele estava com dois revólveres... pra matar o tal que não queria deixar ele subir lá no morro... aí esse foi o boato... que correu lá no morro... onde eu moro...

  • E: eh... Roselane... qual é o lugar aonde que você/ qual o lugar que você gosta assim... de ficar... o lugar/ seu lugar preferido?
    I: lá no meu quarto...
    E: é... é? teu quarto? me... me diz como é que é esse teu quarto...
    I: meu quarto é... é simples...lá em casa é [a:só] dois quartos... sabe? aí um é da minha mãe... o outro é o meu com meus irmãos... aí eu fico lá... sentada lá... fico lá pegan/ pego a minha agenda... boto uns versos... escrevo uma porção de coisas [lá na minha agenda...]
    E: [então me conta...] eu quero saber como é que é o teu quarto...
    I: ah... meu quarto tem cama... tem boneca... em cima das/ da/ das camas... tem... ah...tem uma porção de coisa... tem... tem armário pra botar roupa... [a:evidente] ... né?ah... tem muita coisa...
    E: [a:legal] ...

  • E: eh... tem alguma coisa que você as/ goste assim... muito de fazer?
    I: eu gosto de brincar... de estudar ao mesmo tempo... mas eu não estudo muito não... estudar... brincar... [jogar queimado...]
    E: [tudo bem... mas/ agora] eu quero assim... alguma coisa que você... goste de fazer... que você saiba fazer...
    I: eh... tipo... lavar roupa...
    E: você sabe fazer... comida?
    I: sei...
    E: tem algum prato seu que você goste mais de fazer?
    I: eu gosto de fazer galinha ensopada...
    E: e... me ensina como é que se faz galinha ensopada... que eu não sei fazer...
    I: eh... eh... limpa a galinha... aí vai... bota lá o tempero lá nela... bota... alho... bota... sal... bota vinagre... bota aquela/ bota louro... louro não... eh... ah... bota lá ( ) dentro... pra dar mais sabor... aí... na hora de fazer... pega... a panela... bota um pouquinho de açúcar... aí bo/ aí deixa... o açúcar ficar bem pre... pretinho não... deixa o açúcar ficar moreno... aí bota o óleo... aí vai... bota a galinha... aí deixa a galinha lá... aíquando ela tiver bem... co/ bem... temperadinha... bem coradinha [a:mesmo] ... porque... o açúcar deixa a galhinha com um pouqui/ deixa a galinha com uma corzinha... aí... vai bota... cebola... bota... bota... e bota alho... e bota... ih... cebola... tomate... e bota::... pimentão... aí a galinha já está pronta já... aí deixa refogar mais um pouquinho... a galinha está pronta...
    E:aí é [a:só] servir...
    I:aí é [a:só] servir...
    E: [a:legal] ...

  • E: eh... Roselane... eu queria saber... o que você pensa... da tua escola?
    I: ah... eu penso da minha escola... [é que eu...]
    E: [você acha] que é legal? que ela é bem cuidada?
    I: eu acho que essa escola aqui é legal...é [a:muito] bem cuidada...mas [a:só] que ela também tinha que ter... assim... ( ) existir mais prédios... sabe? pra dar mais aulas... pra ter até o primeiro grau...
    E: você acha que deveria ter mais salas?
    I: eu achava que... deve... deveria ter mais salas... e os professores aqui são tudo competentes... são/ensina [a:muito] bem [a:mesmo] ... a pessoa sabendo...eles ensinam [a:muito] bem...a criança tem que ter bastante atenção... porque... aqui é assim... tem que ter muita/ bastante atenção [a:mesmo] porque eles ensinam [a:muito] bem [a:mesmo] ...a criança querendo aprender... aprende [a:mesmo] ... agora a criança que não quer aprender... é isso...
    E: você acha que... que a tua sala... a tua sala é legal? ela é ( )
    I: ih... ela é... nem que... eh... nem que... que eu seja bagunceira... a minha... minha/ eh... meus colegas sejam bagunceiros... mas é uma turma super legal... minhas duas professoras também... eu adora elas...
    E: não... eu estou querendo saber assim do aspecto físico da tua/ da escola... o que que você acha? [você sabe] o que é aspecto físico? é... a... aparência dela... como é que ela é... você acha que ela é legal... ela é bem?
    I: [eu acho]eu acho... [a:muito] bem cuidada... porque aqui... ela/ como a gente... como a diretora... a gente faz de tudo pra... con...conservar a nossa escola [a:muito] bemmelhor do que... eh... deixa eu pensar...
    E: as outras escolas?
    I: é... tipo as outras escolas... que como a Gonçalves Dias... o Gonçalves Dias está a maior bagunça... parece até uma escola abandonada... nem que eu/ não estou... não estou falando isso pra esculachar não... porque quando eu sair daqui... eu vou...eu vou pra lá [a:mesmo] ... né?se Deus quiser... Deus vai me dar muita força pra mim passar de ano... eu acho a Gonçalves mui/ uma ba/ nem que seja bagunça mas...ele também tinha que ser uma escola [a:muito] bem... ( ) eh... como é que se diz... tratada assim pelos professores... quanto... quanto mais pe... pelos professores... mais pelos alunos... que eles que fazem mais as bagunças...
    E: você acha que eles não... conservam?
    I: eu acho que eles não... não conservam as escolas onde que eles estudam...E: [a:legal] ... obrigada Roselane... valeu...
Parte oral
1993
  • Minha ida ao baileQuando eu vou p/ o baile é [a:muito] divertido.Eu fico com a minha turma que é [a:muito] boa, gostamos de brincar com as cara das pessoas e muito mas.É pior quando tem festa de ruaa gente passa por cada aventura que [a:só] vendo da até vontadede [v:fazer] [p:de] [a:novo] .E foi [a:muito] tristequando eu e as outras três meninas que estava comigo, quando a gente vimos um homem morto na rua em rolado num plástico preto
  • Boatos no morro Lá no Tuiti as pessoas se ve ao guma coisa errada elas já almentam elas ja começam a fazer o seu Boato Mas o boato que estava ao correndo era que a Marineia estava namorando o Charles que é maior xis nove domaio quando a namorada dele disse que ele não podia subir lá no morro p/ namorar com ela e ele foi lá tirar satisfação com o malandro do morro.
  • O Quarto Eu gosto muito de ficar no meu quarto sempre quando estou triste eu metranco lá dentro efico [v:chorando] e me [v:lamentado] [a:sozinha] , mais lá dentro tem uma bi cama, uma serameca com o rosto de Jesus, tem um jogo de sofá e um aramariozinho que a gente lá em casa aproveita e passamos as nossas roupas.etc...
  • Galinha ensopada Eu gosto de fazer comida com macarrão com carne moida ou salsicha, arroz e feijão e etc mas o que eu gosto de fazer é galinha ensopada Eu pego a galinha limpo depois tempero agora para ensopala eu pego umapanela boto um pouquinho de açucar p/ dar cor na galinha e jogo a galinha dentro da panela aípara a cabar de completar o molho e [a:só] botar tomate, cebola e pimentãoai é [a:só] deixar aferventar um pouquinhoe depois é [a:só] comer
  • A escola Eu adora a escola Floriano Peixoto porqueas professoras daqui encinão [a:muito] bemEu acho está escola fantastica como é o Gonsalves Diaslá encinão [a:muito] bemmais [a:só] que os alunos de lá não sabe conserva a escola [a:antigamente] era uma escola [a:muito] bonita mais agora parece um museumais eu [a:mesmo] estudando aqui no Floriano eu gosto do Gonsalvespor queeu acho [a:muito] legalmas eu acho que os alunos devem ajudar na conservação das suas escolas
Parte escrita
1993

  • E: qual o teu nome?
    I: Sidney...
    E: Sidney... você estuda onde?
    I: Escola Floriano Peixoto...
    E: [a:legal] ... você mora onde?
    I: eh... São Cristóvão...
    E: você mora em São Cristóvão? Sidney... eu queria que você me contasse... uma coisa que tenha acontecido com você que tenha assim... te marcado... al... alguma coisa que tenha sido boa... tenha si/ ou ruim... você tem? alguma... experiência? então me conta...
    I: tenho... oh... quando... meu... meu pai... trabalhava assim às vezes fora... aí... aí mi... minha mãe não podia ir... porque ela tinha que tomar conta dos meus irmãos... que meus irmãos têm problema de bronquite... aí ela não podia ir ficar (com ele) mais... como... mais como meu/ meu pai/... aí meu pai foi e marcou comigo... um encontro... aqui... aqui perto da São Luiz Gonzaga... aí ele marcou comigo... aí ele ficou me levando com ele... pra... pra conhecer um lugar assim... bom... isso aí... aí... ele... ele foi até me... me... eh... levando até... pra onde tem coisa boa... assim... pra ca/ pra ver minha madrinha... perto daquele:: Tuiti... aí ela ficava me levan::do... aí... aí...foi uma coisa [a:muito] boa...
    E: aí vocês iam aonde?
    I: a gente ia assim pro... pro Bob’s... Mac Donald’s...
    E: comia aquelas coisas gostosas toda?
    I: é...
    E: você gostava disso?
    I: eu gostava...
    E: [a:legal] ...

  • E: eh... seu nome?
    I: Sidney...
    E: Sidney... tem alguma história que alguém tenha te contado... que você ache interessante... que você queira me contar?
    I: eu tenho uma história assim boa... quando era pequeno... que me contaram...
    E: é? então conta ela pra mim...
    I: ela falava que eu/ quando eu era pequenininho... eu era gordinho... comia muito... ela falava também que... que a minha tia... que a minha tia... ela me levava assim pro/ esse negócio de trem... eu ficava chorando com medo... pensando que o trem ia virar...
    E: é? no parque de diversões?
    I: é... aí... ela ficava falando uma porção de... de coisa assim pra mim...eu ficava [a:só] rindo... coisa boa assim que ela contava... contava que... que a gente por causa da... da minha... minha... madrinha... lá em São Lucas... que ela me largava... aí ela me largava assim... no... no trem- fantasma sozinho... eu ficava chorando... querendo meu pai...
    E:eh... [a:legal] ...

  • E: Sidney... tem algum lugar que você goste muito de ficar?
    I: eu... eu gosto de ficar assim no meu quarto...
    E: é? então me conta como é que é esse teu quarto...
    I: meu quarto é cheio de... enfeite de... aniversário... cheio de vídeo-game... negócio eh... videocassete... tem uma porção de coisa o meu quarto...
    E: ele é grande?
    I: é...
    E: que mais que tem lá?
    I: tem eh... negócio de gesso... enfeitinho... eh... tem negócio de pipa... bola... assim guardada no cantinho... tem radiovitrola...
    E: uhn... uhn... e é arrumadinho? teu quarto?
    I: é...
    E:é [a:mesmo] ?
    I: quem arruma é até minha irmãzinha de... dez anos...
    E:é? [a:legal] ... Sidney...

  • E: eh... você tem alguma coisa que você saiba/ que você gosta de fazer? que se saiba fazer? e queira me... me contar... como é que faz? me ensinar?
    I: jogar vídeo-game...
    E:jogar vídeo-game? ih... [a:legal] ... me conta...como que a gente joga vídeo-game?
    I: aí tem... tem o controle... aí... aí/ que tem quatro botõezinhos... é duas amarelo... duas vermelho... aí tem a fita do ( ) aí... aí tu vai... pra dar um soco... tem que apertar... os dois amarelo... e o vermelho são o chute... aí tem... negócio de macete... tem... revis::ta... pra ler... é que... é que nem revista em quadrinho... tem assim dois bonequinho pequenininho... pra treinar...
    E: uhn... uhn... e aí? como é que faz isso?
    I: aí... pra controlar... tem o select... start... direita... esquerda... em cima... pra baixo... aí pra... pra tu dar um soco de... dragão... é fazendo (assim) ao contrário... e apertando os... os dois amarelos... que é... que é o Sul... aí tem... eh... helicóptero... que dá/ quem desce do helicóptero é o::... o soco do dragão... é o Riur... o... Kem...Vega... uma porção de boneco...
    E:uhn... uhn... [a:legal] ... jogar vídeo-game é legal... eu gosto...

  • E: eh... Sidney... o que você acha da tua escola? você acha que a escola é legal?
    I: eu acho que ela é boa...
    E: é? por quê?
    I: ela é boa por causa que... que... que é bom... assim pra estudar...não é [a:muito] tumultuada... que nem esses colégios...
    E: os outros colégios? você acha que ele é... é arrumadinho?
    I: é... ele é arrumado...
    E: é? por quê?
    I: por causa que... que ninguém... assim rabisca nada dos outros... quando a gente... quando a gente volta está tudo no lugar... assim na mesa... a gente pode deixar qualquer coisa... até dinheiro... que não some da mesa da gente... a professora até que tranca a sala...quando vem [s:ela] [v:abre] tudo [p:de] [a:novo] ...
    E: acha que é organizada? [a:legal] ... Sidney... obrigada... tá?
    I: valeu..
Parte oral
1993
  • O passeio com pai Eu fiz um passeio com meu pai foi tão legal fui um pequenique no bobs cumi muitas coisas e depois eu fui para casa da minha tia comi bolo, tomei coca-cola, samdiches gostosos e depois disso fui para o parque de diversões andei de carrinho fui ao trem famtasma e etc.
  • Quando eu era pequeno Minha mãe eu era gordinho comia muito e tinha que fazer muito comida.Minha tia fala que eu era tão gordo parecia almofada eu tão bonitinho eu era legal.Eu tambem minha familia fala que eu era legal com as pessoas as pessoas midava amor e carinho quanto eu caio eles choram e ficam triste poriço e não pulo muro.
  • No meu quarto tem muitas coisas brinquedos, pecinha de gesso tem video game, bicicleta e etc.tem televisão, video cassete, bola e outras coisas.
  • O Video Game Para jogar presisar de ir para esquerda e outro é pra direita E para ir para direita e esquerda aperte as duas cetas e Jogando é para dar o raugem é aperte as duas cetas e um c ao acontrario e o adugem e faca um c certo e aperte os dois botões.O pulo é para cima e aperte o puefercty.
  • A escola A minha escola e tão legal e e não acho chato briga e adoro as professora meus colegas são legal alguns são chatos as Escola [s:as serventes] [v:lipam] tão [a:bom] a escola foi sempre limpa O garoto mais legal é o Ivam das garotas são Daiane e Aline por que elas são legais por que me enpresta canetas e etc.
Parte escrita
1993

  • E: Thiago... conte uma história que tenha acontecido com você...e que tenha sido... [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: um dia... eu fui pra Itaipava... fui jogar bola... aí... começou o jogo... né? nós fomos para::/ tiramos o time... aí fomos pra/ eu... eu... eu estava agarrando... aí meu... meu tio/ eh... meu pai fez um pênalti no meu tio... aí meu tio foi chutar...eu fui agarrar a bola [a:só] com uma mão... e quebrei o braço... meu... meu pai me levou pro ho/ pro/ meu pai me levou pro hospital... aí tirei a radiografia... e o moço engessou meu braço... e aí... eu voltei lá pro clube...

  • E: Thiago... conte uma história... que alguém tenha lhe contado... e que tenha sido... eh... [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: um dia... meu colega... me contou... que ele foi fazer barra... na praia... e o galho da árvore estava preso na barra... logo ali perto... na árvore... tinha... uma... uma... colméia... veio a abelha rainha... e lhe pi/ e picou... e aí ele... foi correndo pra casa... e botou álcool... mas ne/ não adiantou...ele ficou [a:todo] empolado...

  • E: Thiago... fale sobre o local... onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: eu gosto de... de... passear... brincar... lá em Itaipava... porque lá... tem um campo de futebol enorme... dá pra gente pular... brincar... correr... dançar... fazer uma porção de coisa... também tem campo de basquete... de vôlei... que eu gosto de jogar com o meus colegas... tem uma... mesa de pingue-pongue... a gente joga as partidas lá... e também tem a piscina... eu fico nadando com meus colegas... eu gosto de lá... por... porque eu me sinto bem...

  • E: Thiago... o que que você sabe ou gosta de fazer ?
    I: macarrão...
    E: como se faz o macarrão?
    I: pega uma panela... bota água... bota e/ bota no fogo... de... deixa... ferver um pouquinho... depois bota o macarrão... depois de alguns minutos estará pronto... você tira a água... bota o macarrão dentro de uma vasilha... e bota o molho... acabou...

  • E: Thiago... o que você acha sobre sua escola ?
    I: legal...
    E: por quê?
    I: porque eu... eu/ tem uma biblioteca grande... que dá pra gente ficar lendo... tem a quadra de esportes...que é [a:muito] grande também... o professor deixa a gente jogar futebol... vôlei... basquete... e também na hora do recreio... o pátio também é grande... a gente fica conversando...é [a:muito] bom... as professoras dão aula bem... eu acho super legal... as inspetoras são legais... eh... [a:só] leva a gente pra coordenação... quando a gente faz muita bagunça...
Parte oral
1993
  • hum dia eu fuijogar futibol e tirei o time e eu estava agarando meu foi fes um penauti no meu tio e ele chuto e eu esfamei e ai eu quebrei o braso e meu pai melevou para o ospitau e eu tirei uma radiugrafia e tive que ingesar o braço e depos voltei para o Clube e fique olhando os colegas brincarem.
  • hum dia a meu colega foi fazer barra na praia e 6 galhos da arvore estava peso na barra e no galho tinha uma colmeia e ele foi faser a primeira bara e veio uma abelha rainha e lhe ficou ele foi asunda para casa e pasou alcoo nas mãoele ficava [a:todo] inflado.
  • O lugar que eu gosto mas de ficar e em itaipava porque lá tem um campo de futibol uito grande que da pra brincar pular dançar também e uma quadra de basquete e uma quadra de volei tem uma mesa de pingipongi que nos jogamos muitas patidas e gosto de la porque la e bom.
  • Eu gosto de faser macarrão pega uma panela bota para ferver e deicha por augus minutos e depos bota o macarrão depos de augus minutos ele estava ponto você vai tira a água e bota o molho e acabo ele estava prontoele fica [a:muito] bome gosto muito quase como tudo.
  • Eu acho a minha escola legalporque tem uma biblioteca [a:muito] grandeque da pra lertem uma quadra de esportes [a:muito] grandetem volei futibou basqueti rendibol nos temos vinte minutos de recreio e fico conversando asprofesora são legais as ispetoras são legais solevam a gentipara a cordenação quando a genti fas bagunsa.
Parte escrita
1993

  • E: Viviane... conte uma história que tenha acontecido com você...que tenha sido [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: eu estava passando pela ladeira com a minha mãe... então a minha mãe foi comprar batata... e eu estava descendo... aí eu cheguei na esquina a minha mãe falou pra... pra mim... ( ) pra mim ir pra casa... e descer com cuidado... aí eu/ tinha um plástico na calçada... eu escorreguei... mas ninguém... sabe? ninguém que estava lá... não dava pra perceber nada... aí eu fui pra casa... aí qualquer coisa que tinha assim... assim... que escorregasse/ eu não lembro o quê... aí... eu escorreguei... aí todo mundo riu... porque...era um lugar [a:muito] movimentado... eu cheguei em casa... furiosa... aí meu pai perguntou “que que foi Viviane?” eu perguntei a ele “ah... foi tudo... aconteceu tudo comigo...” aí ele falou “bem... então...vou calar a minha boca... que quando você está assim... você começa... a... a... xingar...”

  • E: Viviane... conte uma história... que alguém tenha lhe contadoe que tenha sido... [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: eu estava assistindo televisão com a minha mãe... aí minha tia telefonou... de lá da Bahia... dizendo que o meu avô tinha morrido... aí eu fiquei chorando... né? fiquei triste... aí minha mãe falou “calma... Viviane fica assim não...” aí eu fu... aí eu fui... pra/ no outro ano... eu fui pra Bahia... aí a minha tia tinha dito... que... a minha avó também tinha morrido...mas a ligação estava [a:muito] cara... não deu pra ligar... ela... ia até mandar uma carta... mas não deu... aí eu fiquei sabendo que minha avó tinha morri:do... também... aí eu perguntei... a minha mãe “oh... mãe por que... por que que todo mundo que é bom morre?” aí minha mãe falou “ah... não sei... ah... não sei...porque a vida é assim [a:mesmo] ... todo mundo morre um dia... sua avó também já estava velhinha... porque ela... já estava... com setenta e dois anos...” ah... eu fiquei triste... né? mas... morreu... morreu... eu ia fazer o quê?

  • E: Viviane... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: eu gosto de::... ir pra Salvador... quando eu posso... eu vou... pra Ilhéus... vou pra Itabuna... eu gosto muito de brincar lá... porque lá tem parque... de diversões...o pessoal de lá é [a:muito] legal... eles gostam muito de mim também... e lá... eu posso brincar... eu estou livre... posso ficar descalça... posso ficar... do jeito que eu quero... com... com roupa folgada... eu posso ficar brincando... pulando... posso fazer o que eu quero...lá é [a:muito] legal... é fresquinho... às vezes eu vou pra praia... eu gosto muito de ir pra lá...
    E: e o que mais tem lá em Salvador?
    I: ah... tem... cachoeiras...é [a:muito] legal... eu vou pra lá... eu gosto... ah... eu go/ acho legal... lá a gente fica livre... mas tem muito roubo... essas coisas...lá o pessoal é [a:muito] descarado... fa... fala o que pensa...o pessoal lá é [a:muito] ... sabe?mas é legal...

  • E: Viviane... o que que você sabe ou gosta de fazer?
    I: eu gosto de fazer doce... doce de leite... é gostoso... a gente faz com... a nata do leite... estragado... que... que fica... na geladeira... que não serve mais porqueé [a:muito] velho... aí a gente pega essa nata... coloca pra ferver... com uma água bem quente... pra ela poder derreter... aí a gente pega ela... coloca um pouquinho de... um pouquinho do... do leite... mas leite bom... aí bota... o/ a açúcar... e deixa ferver por muito tempo...uma hora e meia... tem que deixar [a:mesmo] ... mas tem que mexer... em quinze... quinze minutos... tem que mexer o doce... com uma colher de pau... não pode fazer em panela... tem que fazer numa leiteira... bem... bem grande... tem que mexer... né? aí tem que esperar... depois fica uma delícia...

  • E: Viviane... o que que você acha sobre a escola?
    I: olha...eu acho ela [a:muito] legal...aqui tem gente [a:muito] legal... ah... nunca repeti de ano...minha escola é [a:muito] legal... minha mãe quer me tirar... é porque a situação está difícil... mas...é [a:muito] legal...eu gosto daqui... os deveres daqui... são legais... a professora... todas as minhas professoras sempre eu me dei bem com elas... nunca... nada... nunca tirei nota ruim... sempre... minha mãe sem... sempre ficou... do meu lado... quando eu estudava... quando eu tirava nota... ruim... a minha mãe... não brigava comigo... ela mandava eu estudar...a minha/ escola é [a:muito] boa...
    E: e o que tem na sua escola?
    I: ah...os amigos são legais... ah... também... eh... tem um parque... que::... fica pro maternal... tem o... tem o... outro... mas o outro... é pro... primário e pro ginásio... aí tem a cantina... faz comida gostosa... e tem as outras... as outra coisas também... tem a... a inspetora... a diretora... todo o colégio tem...
Parte oral
1993
  • Eu estava passando com a minha mãe na ladeira , aí a minha mãe disse:- Viviane você vai pra casa que eu vou comprar batata, aí quando eu ía descendo, escorreguei num plástico, mas ninguém estava lá pra ver.Aí depois eu ia passando [v:escorre] [p:] [a:denovo] em qualquer coisa que escorregasse.Quando eu cheguei em casa furiosa o meu pai perguntou.- O que aconteceu com você?aí eu falei: - Aconteceu tudo comigo.- Húi, é melhor eu calar a minha boca porque quando você está assim...
  • Eu estava conversando com a minha mãe, quando o telefone tocou e era a minha tia dando a notícia de que o meu avô tinha morrido.No outro ano eu fui pra Bahia aí eu recebi a notícia de que a minha avó também tinha morrido e que ela não tinha telefonado porquea ligação estava [a:muito] carae não mandou carta porque não deu, aí, eu chorei muito e perguntei a minha mãe: - Mãe, porque as pessoas boas morrem?Ai a minha mãe falou:Porque a vida é assim [a:mesmo] , e sua avó estava velhinha né?É, mas ela morreu agora o que que eu posso fazer??!!!
  • Eu gosto de ir pra Salvador e quando posso eu vou para Ilhéus.Lá as pessoas são legais, lá tem parque de diversão, as pessoas gostam de você.Em Salvador eu posso andar descalsa, e lá tem a minha família mas tem muito roubo, lá as pessoas são discaradas elas falam o que quer mas eu gosto muito de lá.Lá tem apartamentos cachoeiras, lá é tudo mais limpo.As ruas de Salvador são todas asfaltadas. [a:Só] as ruas do interior são de barro.Em salvador as praias são boas limpas.Por isso tudo eu gosto de Salvador!!!
  • Eu gosto de fazer doce de leite.Agente faz com a nata do leite estragado, bota água e depois leite bom, açucar e não pode fazer com uma panela, tem que fazer numa leiteira bem grande porque refolga mais e mecher de quinze em quinze minutos para não estragar, demora um tempo de uma hora e meia.No final fica uma delícia.
  • A minha escola é [a:muito] legalaqui eu nunca repeti de ano, eu sempre me dei bem com as professoras e tudo mais tem um porque, para o maternal e o jardim tem o outro para o primário e o ginásio.Tem a cantina que faz comida gostosa amigos legais.E outras pessoas como a inspetora, o diretor e etc...O ensino é [a:muito] bom, as professoras são legais.Tem as salas os blocos, o teatro a quadra,o meu colégio é [a:muito] grande.
Parte escrita
1993

  • E: Wellington... eu quero que você me conte... uma história que tenha acontecido com você...
    I: eh... eu ter... ido... com meu pai que assim... viajar... né? aí num lugar legal aí depois... como é/ eu fui... ver minha mãe... que está separada do meu pai... aí ficou tudo legal... eu voltei pra casa... comecei a estudar... aí...
    E: mas... me conta aí... onde/ que lugar é esse... o que que você fazia lá?
    I: eu não... não... não sei... eh... me explicar o que que eu fazia lá... naquele lugar... mas... fiquei/ fui...fui lá [a:mesmo] pra... ver minha mãe... um negócio assim... aí esse lugar que eu fui.... era lá em:: Belo Horizonte... um lugar assim... aí depois... voltei assim... comecei a/ aí eu comecei a/ falei com os meus amigos... falei que estava com saudade... aí... voltei... e vim estudar...
    E: tem alguma coisa... assim... que tenha acontecido... eh... aqui... alg/ eh... eh... que tenha marcado na sua cabeça... alguma coisa que tenha acontecido com você aqui?
    I: na escola... aqui?
    E: não... aqui... eh... no Rio de Janeiro... né? que você mora aqui com seu pai...
    I: morte do meu tio...
    E: a morte do seu tio?
    I: é...
    E: como é que que foi que seu tio morreu?
    I: morreu... eh... coração... ( ) eh... de enfarte...
    E: e você viu?
    I: vi... estava lá no hospital... eh... foi aí/ fui na capela... ver ele...
    E: então me conta aí como é que foi a história toda...
    I: o meu tio... né? come/ ele começou a ficar... ficar doente... aí... aí minha tia ia lá tirar a pressão dele... aí acho que foi::... foi em abril... vinte e três... eh... vinte e três em abril assim... começou a passar mal... aí minha tia foi lá... eh... tirar a pressão dele... ele estava bom ainda... aí quando a minha prima foi lá ver... estava gelado... aí estava... estava morto já...
    E: aí isso marcou a sua cabeça?
    I: é...

  • E: agora... eu queria que você me contasse uma história que alguém tenha te contado... você tem achado... eh... achado engraçado... ou... ou triste... ou [uma coisa alegre também...]
    I: [não sei contar não...]
    E: tem nada que você lembre?
    I: não...
    E: alguma coisa assim que... um colega seu tenha te contado que você/ ah... acho que é mentira... mas... você lembra agora?
    I: é que... ele/ meu colega falou que estava com... com o irmão dele na... na Avenida Brasil... aí estava engarrafado... aí o irmão dele saiu do carro... deu dois tiros pro alto... aí todo mundo abriu... pra ele passar... aí ( )
    E: tá bom...

  • E: Wellington... qual é a casa que você mais gosta de ir... e de ficar?
    I: na casa da minha tia...
    E: na casa da sua tia? então me conta... como é a casa da sua tia...
    I: a casa da minha tia é alta... muro... muro verde... por dentro ela é... eh... pintura dela é branca... tem três quartos... dois banheiros... eh... uma cozinha... duas salas com/ aí tem::... eh... como eu te falei... tem televisão... esses negócios assim... com rádio...
    E: e você gosta de ficar lá?
    I: gosto...
    E: ela é grande?
    I: é grande... é alta...
    E: tá bom...

  • E: agora me diz aí... o que que você sabe fazer?
    I: já falei... macarrão...
    E: macarrão? ((riso)) então me ensina aí como é que faz macarrão... porque eu... sou um desastre... em fazer macarrão...
    I: bo... bota a água pra esquentar... né? aí depois quando estiver assim... eh... saindo bolinha... aí bota o macarrão... aí a gente espera ele cozinhar... aí depois... escorre ele aqui assim naquele negócio...
    E: escorredor?
    I: é... aí deixa escor/ aí depois faz molho...bota por cima do macarrão... e [a:pronto] ...

  • E: me diz aí então... o que que você acha aqui da escola... dos professores... da merenda... da higiene... de tudo aqui na escola? me fala aí de cada coisa...
    I: acho que devia ter/ a escola ser muit/ eh... mais limpa... fazer obra aqui na escola... [v:consertar] a escola... [a:direito] ...podia fazer uma quadra aqui atrás...
    E: e das professoras?
    I:as professoras ( ) [a:principalmente] a:: tia Iná...ela... [s:ela] ... [v:dá] [a:duro] ... ensina a gente...passa dever... aí... né? tenho certeza assim que... ela vai fazer... todo mundo lá na sala passar... vai todo mundo estudar... passar assim pra quinta série ginásio...
    E: uhn... que bom... isso é importante... né?
    I: é...
    E:então tá... [a:só] isso...
Parte oral
1993
  • A morte do meu tio foi [a:muito] triste para mime para minha família eu por exemplo fiquei traumatizado com a morte dele nunca mais contei mentiras.ás vezes eu contava algumas mas nem muitas eu fui no hospital vê-lo na camaestava [a:muito] maldepois o médico deu alta para ele e eu fui embora pra casa depois vou pra casa dele e a minha tia me fala que ele está morto eu começo a chorar e isso foi como meu tio morreu.
  • Estava eu e meus colegas na minha rua e chega o mais mintiroso de todos ele estava contando que estava ele e o irmão no engarrafamento na Av Brasil e o irmão dele não estava gostando muito do engarrafamento e ele saiu do carro e deu tiros para o auto e aí todo mundo começou a chamar meu colega de mentiroso ele saiu correndo começaram a tacar pedra nele nunca mais ele contou mentira ficou um mês sem brincar edepois que [s:ele] começou a [v:sair] [p:de] [a:novo] contou mais uma mentirapara a gente e ninguém falou esperando ele contar mas mintira ele ficou com medo e foi embora foi isso que aconteceu.
  • A casa da minha tia é grande, alta, muro verde.Por dentro tem 3 quartos 2 banheiros duas cozinhas [a:muito] grande [a:mesmo] é alegre minha tia é brincalhona tem uma pescina enorme a casa por dentro é pintado de branco é como é casa da minha tia.
  • Para fazer macarrão é simplesé [a:só] botar a água no fogoe quando tiver borbolhando bota o macarrão espera ficar molhe e bote no escorredor faça o molho coloque no macarrão e coma é assim que faz macarrãose você não aprendeu [v:leia] [p:de] [a:novo] .
  • Eu não tenho nada que reclamar eu estudo aqui e no ano que vem se eu passar vou para outra escola eu acho que tinha que limpar mas as salas e os banheiros é isso que devia fazer na minha opinião eu também não reclamo dos professores e nem da diretora é isso que eu acho sobre a escola e também contruir uma quadra ter mas brincadeiras ter mais higiene economizar mas coisas como papel higienico que falavam que ta acabandoe [a:só] isso que eu tenho pra falar
Parte escrita
1993

  • E: Adilson... conta pra mim uma história que tenha acontecimento com você... tenha sido/... te marcado de alguma forma... pode ser triste... alegre...
    I: uma vez eu saí pra jogar bola com uns amigos meus... ali... num campo ali atrás... aí estamos jogando... estamos jogando... aí... tem uns colegas meu de briga... que briga no bairro... aí... aí o moleque daqui de trás bobeou... foi... pegou ele... nós estava jogando... aí todo mundo/ aí ficaram... pegaram pedaço de pau... tudo... aí... aí nós ( ) né? aí... daqui a pouco ((motor de carro)) arrumaram uma briga... né? lá dentro do campo... aí meus colegas aproveitaram... e invadiram e começaram a dar paulada... saí correndo... eu e os amigos... saímos tudo correndo... ainda pegaram dois dos meus amigos e machucaram...

  • E: Adilson... agora conta pra mim uma história que alguém tenha contado pra você...
    I: meu amigo... chegou lá na rua... aí/ ele estuda de manhã... né? aí... ele namorava uma garota lá do Bancário... né? eh... aí terminaram... aí ele ficava indo lá... aí ela... ela arrumou outro namorado... aí ele ficava indo lá pra... querer voltar com ela... aí ela não quis... aí... sempre ele ia lá... aí o namorado dela falou que ia pegar ele... que ia fazer ( ) aí outro dia... né? ele foi pro colégio... aí o namorado de... dessa garota aparece/ ela... ela também estuda lá... aí a/ aí ele foi lá... com um bocado de moleque... foi pegar ele lá no/ lá na escola... pegou ele... machucou ele... ele contou... contou isso pra gente ( )

  • E: Adilson... me conta agora o lugar onde você gosta de ficar... mais gosta de ficar...
    I: gosto mais de ficar é... na sala... a gente liga a televisão... tem... tem... televisão... sofá... mesa e cadeira... eh... abajur... falta o quê? tem janela... tem duas portas... duas portas... tem uma ( ) assim pra... pra água... né?na varanda... [a:bom] ... eh... as paredes são brancas...os sofás são preto/ preto... eh... tem quadro na parede... eh... as ( ) são amarelas... eh... não tem cortina... não... por aí... os pisos são... azul... eh... de azulejo...
    E: tá bom... Adilson...

  • E: agora... eu gostaria que você me dissesse... uma coisa que você::/ o que que você sabe fazer assim... de especial?
    I: minha profissão... vou falar da minha profissão...
    E: sua profissão? qual é a sua profissão?
    I: auxiliar de pintor de carro...
    E: pintor de automóveis? bem... então como é que se pinta um automóvel? conta pra mim... como é que é... que são as etapas?
    I: pra se pintar um carro tem que ter... plastique... que é uma massa branca... aí lixa... lixa com água... depois... lixa com lixa de ferro... depois com água... dá outra massa... que é a massa rápida... é uma massa preta... [v:lixa] com água [p:de] [a:novo] ... aí vai... dá um... dá um ( )vai... [v:lixa] [p:de] [a:novo] com água... aí... vai... pega... pega a tinta do carro... que vai ter... queima... dá uma tinta nele... queima... aí... [v:dá] repasse com a massa [p:de] [a:novo] ... pra tapar os... os defeitos... aí vai... lixa... dá outro repasse...aí vai com a tinta final... pinta... pega a pistola e pistola... e é [a:só] ...
    E: isso? nossa...

  • E:Adilson... então... [a:primeiro] eu gostaria que você:: desse sua opinião sobre algum tema assim que seja interessante pra você...
    I: aí vai pegar... eu gostaria de falar sobre a seleção brasileira... eu acho que a seleção brasileira precisa... mais de atacante... Parreira está no lugar errado... ele não sabe nada de futebol... ele devia estar no/ onde ele sempre era... no Bragantino... o lugar dele é lá... devia ter o Telê Santana ali... no comando... o problema dele... que estão jogando errado... está/ pelo menos... estava jogando errado na... na eliminatória da Copa do Mundo... com dois cabeças de área eu acho que não precisava disso... no lugar de Dunga podia estar entrando ali... Artur... que é outro jogador bom que tem no Brasil...
    E: tá jóia... [a:muito] obrigada...Adilson...
Parte oral
1993
  • Eu uma vez fui jogar bola com meus amigos e aconteceu uma confusão.tinha um mocado de moleque com pedaço de pau fora do campo...esperando o jogo acabar para barter de pau na gente de repente aconteceu uma confusão...eles invadiram o campo e começaras as a no bater.Eu e meus amigos saímos correndo.Ainda pegaram dois amigos e machucaram.
  • Mecontaram...meu amigo tinha uma namorada...mas Eles terminaram.Ele não se conformou e sempre ía na casa dela querendo voltar Ela não aceitava e um dia ela arrumou outro namorado e ele falou para o outro para de vir aqui ele continuou um dia ele estava no colégio de repente veio um monte de moleque para pegar ele pegaram e o machucaram.
  • Eu gosto de ficar...O lugar que gosto mais de ficar na sala.Ela é branca lá tem uma televisão tem uma planta...tem lustre...tem sofa preto...mesa com cadeiras e um som.Na sala fica uma bomba de água e o piso é verde.Não tem cortina e a lampada é amarela.
  • Eu gosto de...Para pintar um carro é preciso uma lata de massa.Ela é branca.depois passo a no carro pega uma lixa de ferro e começa a lixar depois.pega a lixa de água e [v:lixa] tudo [a:novamente] .depois pega uma massa rápida e aplica no carro.tudo.pego a tinta e passo no carro lixo tudo e depois dou a tinta final.
  • Minha opinião...O que eu acho da seleção brasileira.Eu acho que esta faltando atacante.Parreira tem que voltar pro lugar dele.que é no Bragantino.Esta faltando Telê no lugar de Parreira.poderia botar Cafú e tem muitos jogadores para colocar no lugar de Dunga.Telê assume o comando da seleção.
Parte escrita
1993

  • E: Adriana... conta pra mim uma história que tenha sido interessante pra você... uma coisa que tenha acontecido contigo...
    I: ((silêncio de I))
    E: uma coisa que tenha sido interessante... uma coisa que pode ser triste... alegre... algo que tenha marcado a sua vida...
    I: meu primeiro namorado...
    E: primeiro namorado?
    I: é... né? porque... aí... ele era/ porque ele era mais novo do que eu... ele era mais novo do que eu ( ) não queria deixar... a gente namorar... mas não adiantava nada... [s:a gente] [v:namorava] [a:escondido] assim [a:mesmo] ... ela entrava...ficava um ambiente assim [a:meio] / encarnando... ficava me encarnando... entendeu? ((riso)) ficava me encarnando porque ele era mais novo... [a:muito] fofoqueiro também... entendeu? tem mais alguma coisa?
    E: ah... e aí? tá... estão namorando... e aí? agora conta tudo ((risos))
    I: aí/mas depois eu desmanchei com ele... né? fiquei com o primo dele agora ((riso)) [a:só] que eu e o primo dele vamos desmanchar também... chega de ( ) na vida...
    E: mas por que você terminou com ele?
    I:que é [a:muito] criança...está ficando [a:muito] embabacado...criança/ tudo bem que criancice todo mundo tem um pouco... né? mas a igual a ele é demais... aí ninguém agüenta... agora...depois que eu desmanchei com ele... quer [v:voltar] [p:de] [a:novo] e ( ) com um monte de garota... aí não prestou ((riso)) aí...ele quer [v:voltar] [p:de] [a:novo] ... agora quem não quer voltar sou eu... ele sabe... ele é mais velho... [a:só] isso...

  • E: então... Adriana... me conta agora uma história que alguém tenha contado pra você... você tenha achado interessante...
    I: interessante? foi minha prima... que saiu com o namora/ com o marido da prima dela... ela diz que ela saiu... né? agora não sei... que sai com todo mundo... ela falou que saiu com ele e ele/ que... aliás... ela sair com ele não é nada... pior é agir na falsidade com a menina mesmo...que ela é [a:muito] colada com a garota... ela outro dia... a garota foi... ela falando... que a garota foi... mandou ela ir lá... na casa dela... ele estava lá... aí ele man/ aí ele falou que mandou ela entrar... ela falou que entrou... aí o resto ele parou... não me contou... aí eu estava dizendo... é... vai na sorte... aí uma garota falou que vai bater ne::la por causa do mari/ porque ela quer pegar o pai dela... está pegando o pai... quase que mata a garota ((riso)) foi a maior confusão... mas aí ela/ a mãe dela foi lá... perguntou a ela... aí ( ) ela disse que era mentira... que não era nada disso... que não sei o quê... aí ela foi... começou a falar... falar... falar... foi a maior confusão isso... sabe? aí depois ( ) falar que a minha prima estava grávida... e pior que não é verdade... né? mas ((riso)) tudo bem... ela falava... que ela estava grávida... que não sei o quê... “é ( ) assim que vocês falam dele... né? como é que estão... hein?” estava grávida... e a rua toda estava sabendo... menos a mãe dela... a mãe dela descobriu até esse ano... parece... aí ela falou com a mãe... deu nisso ((riso))

  • E: você tem algum lugar preferido... né? um lugar que você goste de ficar...
    I: dentro de casa...
    E: dentro de casa... que parte da casa?
    I: sala...
    E: a sala? gosta de ficar na sala... por que você gosta de ficar na sala? como é que ela essa sua sala... conta pra mim como é que ela é... o que que tem na sala... que cor que ela é...
    I: televisão... ela é branca... eh... televisão... tapete e as mesa de vidro... gosto de colocar ela deitada... ligo televisão... escutando o rádio... sozinha... né?quando a minha irmã está em casa às vezes é [a:muito] chata...
    E: como é que é mais essa sala? descreve pra mim...
    I: grande... menor do que essa sala um pouco... né? grande... aí tem a outra copa... que é mesa... o armário... telefone... o rádio também... também na cozinha tem... eu não gosto de ligar o da sala não... gosto de ligar o da cozinha... o da cozinha é melhor pra ouvir... e só... e as cortinas ((riso)) esqueci de falar... as cortinas... [a:só] isso... que tem na sala...

  • E: sabe fazer alguma coisa? assim... trabalho manual... cozinhar...
    I: cozinhar? mais ou menos... alguma coisa...
    E: me conta assim como é que você faz... alguma coisa que você goste de fazer...
    I: que eu goste de fazer? temperar várias coisa assim... [a:só] quando minha tia não está casa... quando minha tia está em casa não gosto de fazer nada não...
    E: temperar... temperar o quê?
    I: (negócio de) carne... essas coisas assim... explique...
    E: não... o que que você gosta de temperar... então? você gosta de temperar... o quê? e me conta como é que você tempera...
    I: carne... ué... galinha às vezes... galinha eu corto... quando a minha tia manda cortar... aí boto/ (dependendo da quantidade daquele negócio) boto os três alhos... soco... boto pimenta do reino... boto sal... e vinagre... e boto na geladeira... deixo ficar no congelador... ( )
    E: sim...

  • E: [a:bom] ... então... qual a sua opinião aqui?o que que você acha da escola?
    I: o que eu acho da/... da escola? mais ou menos... essa escola é cheia de show... cheia de palhaçada... tem dia que não entra de jaleco... tem dia que entra...tem dia que entra cedo... tem dia que entra tarde... entendi nada... mais ou menos... a diretoria está toda coisa...sala está [a:toda] suja... podia andar mais limpa um pouco... às vezes não tem giz... tem que trazer folha pra prova... horrível... é verdade... estudo aqui ((riso)) às vezes tudo sujo... tudo bagunçado... e a turma do dia bota a culpa na gente... né? porque estuda de noite... já temos mau... coisa... ainda fazendo isso então... piorou tudo a situação...é [a:muito] bagunceira essas turmas... e:: sabe que bagunça todo mundo faz um pouco... né? mas... assim é demais... aí não dá pra ensinar... nego cantando... toda hora... entrando na porta... aí não dá pra entrar... aí fica atrapalhando... né? as outras turmas... ah...é [a:só] isso... a escola... acho... né?
    E: [a:só] isso que tem pra falar da escola?
    I:da escola [a:só] ((risos))
    E: tá bom... Adriana... [a:muito] obrigada...
    I: tá... de nada...
Parte oral
1993
  • O meu primeiro namorado foi [a:muito] legala pessa delise uma criança ele que me tem carinho e atenção mas não deu para mim fica juito com ele porque não podia fica com ele porque a minha tia não iria decha e ele sabia que eu gosta.va muito delemunca gostou de mim mas eu gostoi dele [a:mesmo] assimmas eu sei que gosta de quem não gosta da gentee [a:muito] tristemas O que eu posso faze isso acontese e eu sei o que e isso porque eu já passei por esso duas vez [a:só] que a segunda foi pio do que a primeira vezeu não pudi supera e me faze muito tempo foi na sexta no ano novo que esso tudo aconteseu eu chorie muito nesse dia foi o rpo dia da minha vida mas não feiz mal porque ele aida vai encontra ao quem que vai faze o mesmo com ele [a:só] que nesse dia vai chega du sóvui de te disse para ele uma só palavra quando ele lebra do que ele me fiz passa me esquese que eu fou faze o mesmo com você e as minhas colegas fica me chamamo de bobo ele sabi de tudo esso o que esta se pasando comigo e [a:só] que o bobo acabou para mimchega de se bobo eu acho que ele esta sende feliz com a garota que ele esta saindo.pessoa que acho assim não merese fica com niguém porque quem gosta dele gosta dele vai sofre muito.e a minha tia cha não gostava dele e ele aida faze esse pioro muito mas ele de soite que ele ainda não decuprel.
  • A minha prima falou para mim que saiu com o marido da minha colega que ele estava gostando dela [a:só] que eu não acrititei nisoporque homem quado ele quer convese uma garota ele promede tudo até munda se ele pute da pra ela isso foi um dia que a gente estava convesando portão ia ela falou isso para mim e o meu namorado e ele falou pra ela a mesma coisa que eu falei para ela ia a gente entrou porque estava date para fica no portão.ia faze muita coisa para convese ela mas eu achava tudo medira porque ela não sabia o que as pessoas falava sobre isso so que ela falou para mim para fala dela dia que ver os dois juito masisso era [a:muito] dificixoporque ela e [a:muito] espetao que ela faz a pessoa que niguém sabe mas e como o irmão dela memo falou que pensa que niguém sabe que tem sebru uma pessoa olhada mas ela pensa que e esperta niguém pode faze nada para ela [a:só] que ela adora fala da gentemas ela esquese dela e do namorado de assim ela toma conda da vida do zoto e esquese da vida dela disse para mim quefoi para um motel [a:só] para comesenão figi que acredite nela assim ela me disse eu não sei e medira ou se e verdade [a:só] que o nome dela eu não posso falaporque a gente não se fala mas.
  • A sala que eu gosto tem que de tudo televisão esterão para minha lega os aparelos mas a minha sal cadeiras e uma armario tem um jogo de mesas e quatro forado com taperte e essa que tem telefone...tem que se bem espasosa e tem que eu tem que fica sozinha e eso que tem na sala da minha tia e da filha dela e da chata da minha irmã assim quando e...minha tia não esta em casa eu fico escutando radioe [a:so] o que eu tem para fala da sala da minha tiae a unica coisa que tem na sala delamas [a:só] que ela e [a:muito] chatae tem que toma cuidado para não de cha cai nada no chão porque se não você vai escuta ates chega outro dia.
  • O comodo de faze a galinhae [a:só] você pega a galinha e lava e limpae de pois você tempera um pouco de sal para não fica ardendoum pouco de vinagre [a:só] para temperaagora o moto de faze pega a galinha bota a galinha mais espera oleo esquendaé [a:so] isso que eu sei.
  • A escola e uma coisa [a:muito] legal [a:só] que os animais estraga e escolaeles picha a parente da escola quebra as cadeirae [a:só] que els esquese que esta acamando com a educaçãoporque se eles não quer estuda da a vaga para outra pessoa que quer estuda para que fica ocupando espaaso ou fazendo o que não quer faze ninguém é oupricado a faze o que não quer destrui a escola e uma pena que esesite pessoa assim eu ate os diretora a cheia ele não medo que e dada dia ela esta com uma novidadeo problema da escola [a:só] e um fazeuma revoma em tudo e dira quem não que estuda para da vaca para quem quer estudaeu não estou falando isso [a:só] para diretora nãoisso e para todo mundo se isso acontese a escola fica me melo para a pessoa que quer estudo eu penso assim cada uma pessoa tem seu cheito de pensanão e [a:só] porque eu pensa assimque vocês e oupricados pensa da mesma foma de mim.
Parte escrita
1993

  • E: Antônio... conta pra mim uma história interessante que tenha acontecido com você...
    I: olha... o que aconteceu comigo eh... eu ia com duas caixas de Coca-cola... aí eu caí com as duas caixas... me machuquei... a mulher quis me levar pro hospital... mas eu não quis... vim pra casa... o patrão... me liberou dois dias... fiquei em casa...

  • E: agora... Adilson ((equívoco de E)) me conta uma história ((riso de I)) que alguém tenha contado pra você...
    I: sobre fofoca... eu tenho um colega meu que... ele disse que foi beber cerveja com um monte de colega... aí chegou lá... beberam pra caramba... aí na hora estava sem dinheiro pra pagar... aí eles saíram de um em um e foram embora ((riso)) engraçado...

  • E: [a:bom] ... agora... Antônio((riso)) Antônio... não vou errar mais... eu gostaria que você eh... descrevesse um lo/ descrevesse pra mim... dissesse como é que é o lugar que você mais gosta de ficar...
    I: olha... eu gosto de ficar no quarto com:: a mulh/ com a minha mulher... passarinhozinho na janela do quarto ( ) isso... isso... o que eu gosto é isso... só...
    E: e como é que é o seu quarto?
    I: ele é... verde... piso amarelo... eh:: uma cama... só... uma TV a cores... [a:só] isso((riso)) o meu quarto tem/ eh... as paredes são azuis... tem quadro na parede... tem o guarda-roupa... tem um rádio... pra gente escutar som... tem um ventilador no teto... [a:só] isso...

  • E: Antônio... me conta agora uma coisa:: que você goste de fazer e como é que você faz...
    I:olha [a:só] ... eu gosto de fazer bolo... pego um coco... bato... pego a farinha de trigo... e mexo com o ovo e... pego o leite... misturo... boto manteiga... vou untando a... a forma e boto pra assar...
    E: [a:muito] bem...

  • E: agora... Antônio... eu gostaria que você::... me desse a sua opinião... não é? o que você pensa... a respeito assim de um assunto que te interesse... tá? você escolhe o assunto e me dá a sua opinião a respeito...
    I:olha [a:só] ...eu gosto desses pessoal da igreja de crente... pessoal que gosta de... de louvor muito a Deus...isso eu acho [a:muito] bonito... o importante é isso aí... eu não sei... isso aí é um negócio que é importante pra todo mundo... você... eu... você... qualquer um que entrar lá... se dá bem... sempre levando o nome de Deus à frente...tudo vai [v:dar] [a:certo] ... se Deus quiser...
Parte oral
1993
  • foi quando eu cai cam uma caixa di coca cola
  • um amigo meu estava bebendo cerveja e foi embora sem pagar a conta
  • O quarto é azul tem um ventilador no teto tem duas janelas
  • [a:Primeiro] ... quebra o ovo mistura com a farinha di trigo... bota o fermento e depois coloca no forno para assar
  • gosto de ir na Igreja de crenteacho [a:muito] bonito... ondi as pessoas si reunem para falar de Deus
Parte escrita
1993

  • E: Francisco... conta pra mim alguma coisa que tenha acontecido de interessante na sua vida... uma experiência...
    I: experiência na minha vida? eu... eu brigava muito... eu ia/ saía desses bailes... eu brigava muito... aí... a experiência que eu ( ) na minha vida foi que eu saí... agora eu sou crente... aí a experiência que eu tive mais na minha vida foi essa... e... lembrei também de falar sobre o meu trabalho... no lugar onde eu trabalho... eu faço pão... faço/ boto a massa na masseira... faço/ boto fermento...
    E: mas Francisco... me conta uma história... que tenha acontecido com você... pode ser triste... alegre... boa ou ruim...
    I: graças a Deus foi alegre sim...porque eu/ [s:minha vida] [v:mudou] ... [a:completamente] porque...eu era... [a:muito] bagunceiro...era um rapaz [a:muito] bagunceiro... muito/ saía muito... dava muito desgosto à minha mãe... depois... eu entrei pra essa::/ pra... ser cristão agora...tem cerca de três meses... eu [v:mudei] ... [a:totalmente] ...eu ia pros bailes... pros bailes... brigava... levava/ apanhava... batia... [a:só] andava assim... estava... me envolvendo muito com esse negócio.... entendeu? aí eu... eu fumava... eu bebia... saía de noite... brigava... chegava em casa... brigava com os meus irmãos... agora eu passei a viver nessa outra vida de:: religião... ser crente... como o pessoal fala... ser crente... eu melhorei... graças a Deus...parei de fumar... parei de beber... e [v:melhorou] [a:completamente] [s:a minha vida] ... mudei... agora sou calmo em casa... [a:só] penso na família... e é o exemplo da minha vida... não pensava muito na família quando eu estava nessa outra religião... estava no/ aceitei Jesus ( ) aceitar Jesus... a Deus... [s:eu] [v:mudei] [a:completamente] a minha vida... graças a Deus...

  • E: Francisco... agora me conta uma história que alguém tenha contado pra você... né? que aconteceu com alguém que você conheça e essa pessoa contou pra você... conta pra mim...
    I: tem uma... garota... uma ex-namorada minha... vinha no ônibus... uma vez de Caxias... lá da:: Santa Cruz da Serra... vinha lá pra casa... quando ela chegou no meio da viagem... ela chegou no meio da viagem... foi... um... um monte de malandro aí do morro... aqui no morro de Parada de Lucas... foi e assaltou ela... levaram ela... bateram nela... levaram todo o dinheiro que ela tinha... depois... fizeram ela descer do ônibus... vir a pé até em casa... tomaram o sapato dela... relógio... tudo que ela tinha... levaram tudo... a bolsa... que ela vinha trazendo de compra... tomaram tudo...

  • E: [a:bom] ... eh... essa daí foi triste... né?me diz um lugar que você gosta de ficar... descreve pra mim esse lugar...
    I: gosto de ficar?
    E: é...
    I: tipo... às vezes eu gosto de ficar no meu quarto... trancado...
    E: seu quarto? então... como é que é o seu quarto?
    I: meu quarto tem ventilador... tem som... tem no meu quarto... o armário... tem um armário... tem o... ventilador... tem tudo lá dentro... às vezes eu fico lendo a Bíblia lá dentro do quarto... fico fazendo pesquisa... que o pessoal... pergunta pra mim e eu não sei... aí eu fico lendo ( ) lâmpada fluorescente...no meu quarto... pintado de... amarelo... [a:muito] bom... às vezes eu fico lá dentro... fico ouvindo som... fico escrevendo na mesa... fico sentado numa cadeira...escrevendo... [a:muito] bom... e... e a gente fica mais sossegado... entendeu? pra fazer alguma pesquisa sobre um trabalho... aí eu fico sentado... escrevendo muito... faço muito... conta de matemática ( ) eu... no meu trabalho... eu faço sempre muita pesquisa... sobre/ tem que fazer muita etiqueta... de pão... também tem que se fazer/ tem um quadro do Flamengo... no meu quarto... (foto do) meu time... eh:: quadro do Flamengo... foto da minha mãe... do meu pai... tudo no meu quarto...

  • E: [a:bom] ... tá... agora... o que você sabe fazer... assim?trabalho manual... alguma coisa? você trabalha numa padaria... né?
    I: trabalho [numa padaria...]
    E: [você sabe fazer] alguma coisa... [lá na padaria...] que você goste de fazer?
    I: [sei sim...] gosto de fazer é:: pão... pão que dá menos trabalho...
    E: é? ((riso)) como é que você faz o pão?
    I: faço... a gente chega lá... bota na masseira... aí::/
    E: como é que prepara a massa? me explica...
    I: preparar a massa?
    E: é... tudo...
    I: bota a massa na masseira... eh... tanto... não... tanto que bota... bota... duas lata na masseira... eh... quatr/ eh... duzentas gramas de ( ) que é uma química que tem... bota... eh... fermento... aí bota a masseira pra bater... no:: normal dela e depois bota ela/ aumenta ela... (sem ter) limite... pra ela bater... pra aprontar a massa... depois da massa ( ) passa na... na modeladora... depois da::/ depois passa na divisora... aí bota em cima da mesa e separa... os pedaços de cima da mesa... quinze pedaços de cada pesada que tira de:: três quilos e meio... tiram três pedaços... depois e::/ passa na modeladora... estica... bota na folha... aí bota no armário... deixa... duas horas... duas horas e meia... aprontando pra chegar ao normal do pão... ele apronta... bota o fermento... aí ele... ele chega ao normal... aí depois do::/ tira... abre o armário... bota no forno... depois dali vai...aí é que sai o pão... eh... [a:só] isso...
    E:tá... valeu... [a:legal] ...

  • E: [a:bom] ... Francisco... você está falando em religião...você mudou a sua vida... não é isso?o que você [v:pensa] sobre a religião assim [p:em] [a:geral] ... né?a umbanda... né? o catolicismo... o protestantismo... né? como é que você vê essa coisa da religião hoje com o jovem... né?
    I: com o jovem? isso aí é uma coisa muito do antigo... que muda a vida muito de muitas pessoas... por exemplo... eu tive... tive um exemplo bom na minha vida...eu era muito... sei lá... [a:muito] violento quando eu estava no mundo...agora eu sou cristão... [s:minha vida] [v:mudou] [a:completamente] ... eu dava muita tristeza pra minha família... eu era/ minha mãe/ eu sou do Norte do Ceará... aí eu escrevia carta pra os meus irmãos... então eu não vivia muito em casa não... passava a vida nos bailes e não vivia muito em casa... agora não... fico dentro de casa... conheço mais minha família... penso no meu futuro mais... que... graças a Deus... Deus mudou minha vida ( )eu era [a:muito] ... muito... muito... sei lá... às vezes eu estava em casa com minha irmã... e quando eu estava bêbado ninguém percebia que eu estava bêbado... aí eu estava em casa uma vez com a minha irmã... a minha irmã estava sentada lá... eu falei com ela... ela foi e me respondeu... eu dei um tapa nela... um soco nela...ela foi e caiu nos meus pés... dali eu... eu saí [a:mesmo] ...ela falou que ia chamar a polícia pra mim... e desse dia... eu passei a pensar mais na minha vida... depois eu fiquei falando “por que eu fiz aquilo com ela? minha irmã...” aí depois que eu passei pra essa religião... essa outra religião que é cristão... aí mudou mais minha vida... eu sou um rapaz calmo... eh... mais tímido...quando eu estava... estava no mundo... eu era [a:muito] ... muito saído... muito pra frente... agora eu sou mais tímido... sou mais tímido... tá? [s:eu] [v:mudei] ... [a:completamente] ... agora... o sofrimento da minha mãe agora... acho que parou mais... eu escrevi pra ela falando que estou na igreja... ela achou maravilhoso também... e... quando eu estava aí que eu mandava as cartas falando sobre ( )ela falou que [a:só] faltava morrer... chorava muito... agora... eu escrevo pra ela... graças a Deus... [s:eu] [v:mudei] [a:completamente] a minha vida...
Parte oral
1993
  • Eu era católico...e depois com apenas 20 anos...eu mundei minha religião...mim convertei à aceitar Jesus.isso é um exemplo pra os jovem de hoje.
  • Ex-namorada.Ela foi assaltada… ao vir pra o serviço...é porque a violência está tomando conta do Brasil.
  • Seu quarto.Meu quarto é [a:bastante] equipado...tem televisão… som e outros equipamentos eletrônicos.
  • Explicar como é que você faz o pão.O pão é [a:muito] divino.Eu coloco a massa na masseira...coloco água e boto pra rodar e tiro a massa e corta a massa...passo na moderadora e da ir pra frente o pão está pronto.
  • Jovem e religião Eu sou um jovem muinto calmo... [a:só] vou ao trabalho...e a noite vou ao colégio...e quando não nem tenho colégio… tenho que ír a minha igreja.Ser um jovem comportado.Porque falamos com Deus.Sim dependendo da pessoa… ou da fé.Existe o Espirítismo.Porque eles acreditam no alancaderque...porque ele não é Deus.
Parte escrita
1993

  • E: seu José... conta pra mim uma história que tenha acontecido com o senhor e tenha sido interessante...
    I: o que aconteceu comigo foi o seguinte... eu saí de casa um dia pra assistir uma audiência no Ministério do Trabalho... da minha empresa... que ela tinha mandado eu embora... quando cheguei lá pra assistir a audiência... quando eu vinha voltando... a empresa mandou que... me pegassem... levassem para uma delegacia... mandado pela empresa... que::/ aí eu fiquei... de meio-dia até:: meia- noite na Delegacia de Roubos e Furtos de automóveis... por causa de... uns... uns atestados que eu tinha posto na empresa... ela achava que era falso... ela mandou por conta dela... portanto... isso saiu até no Jornal do Brasil... jornal [O Globo...] jornal O Dia... saiu em todos...
    E: [puxa...] nossa...

  • E: tudo bem... o senhor agora... o senhor é famoso... né? ((riso)) seu José... aconteceu isso com o senhor e agora... conta então uma hisória que alguém tenha contado pro senhor... experiência de algum amigo seu e agora o senhor vai me contar...
    I: eu tenho um amigo... a gente sempre sai final de semana pra ir pros bailes... pras festas e... quando a gente chega em casa...sempre tem um problema... a mulher não gosta e tal... [a:só] isso...eu trabalho de frente à Caixa Econômica... trabalha um amigo meu... que no dia que assaltaram a Caixa... balearam ele...
    E: ele contou isso pro senhor?
    I: um amigo meu contou que... deu um assalto na Caixa Econômica... ele... reagiu ao assalto... ele foi baleado... ah... eu não sei...

  • E: seu José... agora eu gostaria que o senhor me descrevesse o lugar que o senhor gosta de ficar...
    I: ah... eu gosto de ficar no meu quarto...
    E: seu quarto? como é que é o seu quarto?
    I: meu quarto? tem cama... tem... guarda-roupa... tem/... parede é azul... o piso... tem piso... tem... tem um banheiro no quarto... tem duas janelas... é janela de ferro... com... móvel de vidro... daquele vidro de::/ tem cortina... tem... tem um visorzinho do outro lado... [a:só] isso [a:mesmo] ... não tem mais nada...

  • E: seu José... agora me diz assim uma coisa assim... que o senhor gosta de fazer...
    I: pô... trabalhar fazendo sanduíche... fazer hambúrguer... cheese palheta... big palheta... leva alface... tomate... cebola... molho branco... molho inglês... molho de champignon...
    E: espera aí ((riso)) seu José... e aí como é que o senhor faz esse... esse sanduíche?
    I: torra ele na chapa... aí abre três fatias de pão... aí coloca alface num... tomate noutro... coloca em todas elas... coloca um pouco de molho... molho inglês... molho de champignon... coloca ketchup... mostarda... aí está pronto o big palheta...

  • E: seu José... antes da entrevista... o senhor estava falando pra mim que gosta de futebol... né? qual a sua opinião sobre o futebol brasileiro... a nossa seleção?
    I: acho que... essa seleção não está boa... apesar de... ter sido... classificada pra final... mas não está... não está boa não... deveria tirar o Parreira e botar o... eu achava que deveria tirar o Parreira e colocar o Telê... que é mais experiente... o Pa/ o Telê já... jogou futebol... é o Parreira não/ ele nunca jogou... eu acho que o Parreira/... o Telê é mais experiente... [a:só] isso...
Parte oral
1993
  • Minha historia é essa que minha empresa mandou me prender no ministerio do do trabalho
  • mui omigo contou que adorava ir o festa
  • Eu gosto de ficar no quarto Ele tem parede 2 janelão um visor cortima (pira com conxa) a cor branca sim tem janela tem porta um e quadrada tem cortina sim
  • Como faz BIC palheta pão alface mais
  • Sobre a seleção Parrera sai entre telê Santana sa Rai entra Romario
Parte escrita
1993

  • E: Jucineide... conta pra mim uma coisa que tenha acontecido com você e que tenha sido interessante... pode assim ser triste... alegre... conta pra mim...
    I: [a:bom] ...quando eu morava no Norte... [a:junto] com meus pais...eu... sofria muito... trabalhava na casa dos outros... e...apanhava muito dos meus pais... [a:principalmente] da minha mãe... qualquer coisa que eu fazia... eu... apanhava da minha mãe... eu não podia fazer uma cara feia pra ninguém que... minha mãe me batia...aí aconteceu de repente... eh... um pessoal daqui [a:mesmo] do Rio... me chamar pra mim/ me cham/ me convidou pra mim... vir trabalhar com eles... aí chegou aqui... comecei a trabalhar com ele...aí depois não [v:deu] [a:certo] ...fiquei trabalhan/ fiquei lá na casa/ do lado da casa de uma vizinha... da vizinha deles... né? aí... fiquei lá um bom tempo...aí depois não [v:deu] [a:certo] ... arranjei um namorado... aí... fui pra uma festa... né? aí ele pegou/ ficamos juntos... um bom tempo... aí depois ela não... aceitava mais que a gente ficasse junto... aí eu... demorei muito tempo...demorei muito tempo... na rua... [a:junto] com ele... aí ela não gostou... falou que eu tinha demorado muito... aí fa/ mandou eu escolher... entre a rua e a casa... que eu pulava muito a... porta porque ela me prendia muito dentro de casa... mandou eu escolher... né? ou a rua... ou em casa... né? peguei e escolhi a rua... aí... no que eu escolhi a rua aí... eu che/ aí esse garoto... me levou pra casa da tia dele... do pai dele...aqui [a:mesmo] na ( ) rua que ( ) na casa do pai dele... então fiquei morando um bom tempo lá... nas às vezes ela me cobra em muitas coisas... que eu não quero fazer nada... quero ficar na rua...mas o mais que eu gosto [a:mesmo] é estudar... andar um pouco... faço as coisas de dentro de casa... e agora essa mulher que eu... que eu morei com ela...quer que [s:eu] [v:volte] pra lá [a:novamente] ...fez uma proposta... pra [s:eu] [v:voltar] pra lá [a:novamente] ...
    E: [a:muito] bem...

  • E: e... contou a sua história... né? agora me conta uma história... que alguém tenha contado pra você... tenha achado assim interessante... né?
    I: o que eu acho interessante... é que... eu estava estudando numa... numa... numa professora particular... né? então... minha colega chegou pra mim e foi e falou assim “pô... Neide... eu vou te contar um segredo... não conta pra ninguém... tá?” aí eu falei assim “tudo bem...” aí ela “promete que não vai falar pra ninguém?” eu falei “prometo...” aí ela falou “tá... é que minha professora particular está grávida... [a:só] o pai dela... só o pai dela que não sabe... mas a mãe dela sabe...ninguém sabe... [a:só] a mãe dela e eu que sei... então minha mãe não pode saber disso não... fica em... fica em segredo... né? aí eu falei “tá bom...” então... está aparecendo... cada dia mais aparece a barriga... aparece... aparece... aí... agora o pai dela está tentando descobrir... ((fala de terceiro))
    E: eh... me conta uma história... continuando... uma história que alguém tenha contado pra você...
    I: (não continuou a narrativa)

  • E: [a:bom] ... então... descreve o lugar que você goste de ficar...
    I: o lugar que eu gosto de ficar... a maioria do tempo... é dentro do meu quarto...
    E: então como é que é esse seu quarto? o que é que tem no seu quarto? como é que [ele é]?
    I:[ [a:bom] ...] tem uma cama de casal... um guarda-roupa grande...o teto é baixo... eh... janela... tem vidro...o vidro é [a:simplesmente] uma lonazinha que bota atrás dela... pra quando não chover não molhar... é porque está em obra... né? aí depois vai consertar lá... vai ficar melhor pra mim ficar aqui dentro de casa... no meu quarto... a maioria do tempo eu fico... maioria do tempo (eu fico) no meu quarto... quando eu saio... vou na rua... vou lá na casa da minha tia... aí volto... sempre dentro do quarto...chego do colégio... [NULL SUBJECT] [v:vou] [a:direto] pro quarto((interrupção da gravação)) dentro do meu quarto também tem três ursinhos... um que eu ganhei do meu namorado... é claro... e tem/ o chão da minha casa é vermelho... o quarto... a cor do quarto... é azul... em cima também... em cima... eh... na lâmpada... tem um... um passarozinho com o meu nome... o nome do meu namorado... que ele botou pra mim... e também um coraçãozinho... que ele fez... umas plantas em cima do meu guarda-roupa...
    E: [a:só] isso?
    I: [a:só] isso [a:só] ((riso))

  • E: [a:bom] ... Jucineide... eh... o que que você gosta de fazer?assim... trabalho manual assim... que você sabe fazer... cozinhar... o que que você sabe fazer?
    I: o mais/ o que eu sei fazer... o que eu mais gosto... é fazer bolo...
    E: fazer bolo? como é que você faz o bolo? me explica aí com detalhes...
    I: [a:bom] ... o bolo... você pega:: a tigela... né?vou botar logo a tigela ((riso)) pega a tigela... aí pega o açúcar... põe três copos de açúcar... põe... eh... põe manteiga... uma colher de manteiga... ou um tabletezinho de manteiga... põe óleo... aí bate tudo... depois que bater... você pega a farinha de trigo... ponha três copos e meio... coloca... aí começa a mexer... aí passa um/ aí põe o leite... na hora que você for colocar o leite... você coloca um pouco de fermento... pra ele crescer um pouco mais... né? aí bate tudo... depois pega:: a... a forma... põe um pouquinho de manteiga na forma... depois passa a fa... eh... farinha de trigo na forma... mexe... bate mais um pouco... depois bota... o bolo já pronto já dentro da forma... põe o bolo/ eh...põe na forma/ eh... na/ no fogo... [a:pronto] ... deixa uns quinze minutos... trinta minutos... por aí... mais ou menos... no máximo isso... e... pronto... está pronto o bolo e ( ) ((riso))
    E: tá bom...

  • E: você estava falando de relacionamento com a sua família... né? queria que você me dissesse... colocasse também a sua opinião... a respeito do relacionamento familiar... tá? como é que é o relacionamento na família... o que que você acha do relacionamento familiar... dos filhos... os pais... irmãos?
    I: [a:bom] ... sobre a minha família...acharia que [s:eles] deveriam [v:ficar] junto [a:novamente] ...que eles não... não estão junto... minha família está [a:toda] separada...meu pai... minha mãe... estão separados os dois... meus irmãos estão pra um lado... eu estou pro outro... a maioria está em São Paulo...eu estou aqui... [a:praticamente] na casa dos outros... e:: eles estão lá... tem um casado... um solteiro... então... o mais que eu queria era que eles ficassem juntos...porque aí [v:formaria] uma família feliz [a:novamente] ...
    E: tá bom...
Parte oral
1993
  • Quando ...eu vím para...o rio...eu comesi trabalha...depois parei de trabalha é coooomecei a estudar para que eu sou estudo não trabalho.quando eu estudava no norte [a:junto] dos meus pais soflia bastanteela mim batia muito o meu pai não aseitava que ela mim batese daí eles si separarão para sempre minhas três irmão si separarão eu estou e que o meu pai voude para casa e voude para a minha mÃe voude a ser uma família organizada como era um tempo atra asi...e...o meu sonho que eles voude da minha familha sp isto que eu tenho para falar
  • A minha colega chegou para mim e falou que aprofessora estava gravida e o pai não sabia ela estava gravida so quim sabia que era a mãe dela aminha colega falou o pai nem pode sonhar que ela esta gravida porque ci ele saber que ela estar gravida ele vai botar ela para fora de casa praonde ela vai morar so pode ser dibaixo da ponde ela age ja tevi uma linda garota o pai dela acha que ela pegou no ofanato para quirar dado mudo sabe que ela tevi uma minina.
  • Agora eu vou fala do lugar que eu gosto de ficar cuando eu estou com raiva é no meu cuarto no meu cuarto tem uma cama de cassau.um guardaropa grande em sima da minha cama te três usinhos que eu adoro entre as quaro parete te um quadro de uma bonito o piso do meu cuarto é vermelho a é o meu cuarto e branco e o telhado tanbem e branco
  • agora eu vou fala como sifais um bolo para faser um bolo você presisa de todos os ingredienle que são a suca mantega olio ovo farinha fernento é leite você pega uma tigela é pone três copo de a suca um trabete de mantega e uma coler de olio e meche dudo depois coloca três ovos ê bate dudo depois coloca a farinha três copo.meche tepois coloca o fermento é o leite é meche dudo é da dudo prando coloca.no forno deicha por 16 ou 30 - minuto é ai da prondo o bolo
  • Olha!eu acho que todas as famílias tem um problema e também acho que os filhos tem que dar craças a deus em ter os pães para darde carinho e conprienção e um pouquinho de colo em vez emquando os pais presizam conversar com os filhos sobre tudo que se passa lá fora no mundo para que seus filhos não temque sair de casa e quebrar a cara pelo mundo a fora e saber que os pais são a melhor coisa que se pode ter.tem que ensinar os filhos a ser alguém na vida lutar para ter algo presiza e um dia não ter que bater em seus pais.por que a criança que crece e aprende a bater em seus pais e porque creçe revoltado de tamto apanha por coisas banas coisas que acontece nas familias hoje em dia.e também em vez enqquando presizar dar umas paumadas para dar a oriennnntasão e o respeito ão filhos.afinal e bom ter uma familia unida e feliz para isso e presizo respeito dos filhos para com os pais e os pais dar a orintação e a educasão os filhos essa e a minha opinião sobre a familia
Parte escrita
1993

  • E: Rosa... conta pra mim uma história que tenha acontecido com você e que tenha sido assim interessante...
    I: bem... vou falar do meu namorado... aí eu comecei a na/ nós começamos a namorar... tá? eu e o rapaz começamos a namorar e... nessa vila que ele... que ele morava... eh... ele já tinha uma namorada antiga... tá? a fim dele e tudo... mas sendo que ele escolheu foi a minha pessoa... né? aí... de repente eu cheguei do trabalho... eu passei na casa dele... dei uma passadinha lá pra ver se ele estava em casa... encontrei... e ele falou “olha... tenho uma surpresa pra você...” aí eu fiquei disposta... né?fiquei [a:toda] sorridente“boa ou má?” ele disse assim/ [a:primeiro] eu perguntei... “boa ou má?”ele “é ótima...” aí eu falei/ aí ele falou“nós vamos ficar noivos hoje...” aí eu falei “gente... [a:rápido] assim?”aí ele pegou... trouxe ( ) eu disse... “ah... eu quero ver as alianças... estão aí?” ele “estão...” ele amostrou...aí eu fiquei [a:toda] fe/radiante... né?pô...eu estava gostando dele pra caramba [a:mesmo] ... aí tudo bem...aí... [a:só] que... mais tarde... quando foi a hora da cerimônia( ) antes... isso um pouquinho antes... eu peguei beijando a... tal da menina... tá? a que ele já/ que ela gostava dele... aí eu falei “o quê?é agora [a:mesmo] ...” peguei um cabo de vassoura ((risos)) fui em cima dos dois... mas fiz uma algazarra tão grande... sabe? fiz o maior escândalo... aí... tanto eu batia como eu ria “toma... seu cafajeste... seu sem vergonha... você trouxe as alianças nas mãos... pra mim fi/ pra gente ficar noivo e tudo... eu preparando as coisas pro noivado e você me fazendo isso?”aí bati nele... bati nela... [a:pronto] ... aí no final de tudo... eu me embriaguei... tá? depois que chegou a hora do noivado... depois que terminou tudo... aí eu tomei um porre... mas um porre daqueles... né?caí... que eu desmaiei [a:mesmo] ... [a:sério] ... uma co... uma coisa horrível... aí eu desmaiei “que gosta de mim nada...” ((longo trecho inaudível)) aí eu desmaiei... [a:só] ouvia as pessoas lon... longe... [a:só] ouvi a voz dele“ah... meu Deus... e se ela morrer? o que que eu faço sem ela? ah... meu Deus... o que que eu faço? mãe... corre ( ) chama a rezadeira... chama alguém... chama um médico... faz alguma coisa...” ((riso)) deve ser porque estava sempre ( ) estava gostando demais daquilo...mas foi [a:muito] engraçado... aí quando eu acordei “onde estou? onde/o que aconteceu?” ((riso)) ah... mas foi tão bom... garota... nem imagina... aí eu ria pra caramba... ((risos))

  • E: Rosa... agora me conta uma história que alguém tenha contado pra você... você tenha achado interessante...
    I: foi o seguinte... né? eu fui... peguei um ônibus pra vir pro trabalho... pra vir pro trabalho... tá? aí... ao lado/ do meu lado sentou uma senhora...aí assim começamos a conversar sobre a violência que [v:está acontecendo] ... [a:atual] ... né?aí ela veio me dizer que sofreu um assalto... tá? e foi horrível... né? ela disse que::... estava viajando... ela... a sobrinha dela... com a cunhada... estavam e... ela/ de repente... entraram os quatro rapazes dentro do ônibus e aí... aí logo depois... entrou o quinto... sendo que o quinto rapaz era um policial à paisana... sem... sem farda... né? aí... de repente... eles... mandaram/ os rapa/ ele... esse... logo o quinto que entrou... mandou que os rapazes se levantassem... pra ver o roubo que eles tinham feito... porque já tinham assaltado as pessoas que estavam na fila do ônibus... aí... aí... diz que de repente... saiu um tiroteio... sabe? foi uma coisa horrível... aí... aquele/ o rapaz que disse um monte de coisa... é policial... né? ( ) aí começou aquele tiroteio... menina...mas deu pra matar [a:mesmo] ... os tiros foram pra matar... viu?porque aí começou aquela/ aquele corre... o ônibus cheio... estava no ponto final ainda... né? aí... ela... ela ficou apavorada coitada... aí todo mundo/ ela e uma sobrinha tiveram que se esconder embaixo dos bancos... aí tiro correndo pra todos os lados... aí dois deles ficaram caídos dentro do ônibus... morto... né? e o terceiro pulou ( ) a cabeça da/ dela ( ) sujou a blusa dela de sangue... de tiro... aí ela ( ) a sobrinha começou a gritar “tia... tia... suas costas tão sujas de sangue...” aí ela/ aí ela disse assim “poxa... será que eu fui baleada... gente?” aí começou/ diz ela que sentiu aquela coisa como se ela tivesse levado um tiro mesmo... aquele calor... aquela dor... sabe? então ela... ela começou a gritar... gritar... sem parar... aí... disse que a... a outra colega dela falou “gente... vamos correr ( ) eles vão nos levar pra políci/pra delegacia...” aí ela disse que pegou... segurou nas mãos da... da/ das outras e saiu correndo... disse pro motorista pra ele... pelo amor de Deus... abrisse a porta pra elas saírem correndo... nisso diz que o rapaz... o terceiro que... que os outros três ficaram caídos... foi o quarto... que levou o tiro... que pulou por cima da cabeça de todos... sai correndo... e o rapaz saiu logo depois... saiu dando tiro... saiu pra matá-lo... lá fora... e... e nisso o motorista fecha a porta... ela disse “espera aí...” que ela teve que fazer força com a porta... todo mundo ajudar pra poder sair... porque se fosse todo mundo pra delegacia... isso já eram oito e pouco da noite... entendeu? se fosse pra delegacia... que horas que ela ia chegar em casa? chegar no dia seguinte... que ia ficar todo mundo preso lá pra dar... entre... entrevista... falar tudo que aconteceu ( ) dez cruzeiros que a gente gasta de passagem e tal...aí foi isso que aconteceu... foi horrível [a:mesmo] ...ela disse que/ até hoje ela tem esse trauma... disso...foi [a:muito] triste...

  • E: Rosa... agora... pode me descrever o lugar onde você gosta de ficar?
    I: eh... como assim? lugar que eu goste de ficar?
    E: seu lugar preferido... o quarto... se você gosta de ficar no seu quarto... sala ou biblioteca... lugar onde você se sinta bem...
    I: me sinto bem na sala...
    E: na sala?
    I: uhn... uhn...
    E: como é que é essa sala?
    I: a minha sala é... é ampla... né? é fria... é mais arejada... tá? e tem mais claridade... então fica bem melhor... sabe? é ótima a minha sala... e as cores que eu admiro e... as cores me agradam... entendeu? as cores da paredes... tá? os quadros que eu tenho na sala... entendeu? tudo... tudo me agrada... eu gosto... né? tem janela... cortina... tá? na sala... eh... eu tenho abajur... tenho o jogo de sofá... tenho vídeo também... tenho... televisão... dois sons... estão na sala... tem a mesinha... de centro... né? tem uma estantezinha onde fica o som... tá? eh... a estante normal que fica na sala... sabe? tem o vídeo... tem... tem um globo enorme ( ) em cima da estante... aquele globo é... é... mapa... tá? tem um peixe que fica lá em cima... tem jarros... essas coisas assim... né? que mais? o chão é de madeira... aquel... aquele taco ( ) não tem tapete... tem ( )

  • E: Rosa... agora me conta uma coisa que você goste de fazer?
    I: cozinhar...
    E: cozinhar?
    I: é...
    E: o que que você gosta de cozinhar?
    I: ah... prefiro mais um bolo salgado...faço um bolo salgado [a:muito] gostoso... aí... é o seguinte... quer a/
    E: é... como é que você faz o bolo salgado?
    I: é uma receitinha fácil e rápida... tá? esse bolo leva... duas latas de sardinha... tá? eh... um copo de farinha de trigo... eh... um de Maizena... tá? um de óleo... um de óleo... três ovos... e leva... dois copos de leite... aí separa a sardinha à parte... picadinha... cebola picadinha... tudo que você tiver de tempero que quiser colocar lá... você coloca... isso é à parte... aí você/ aí essa massa você coloca toda num ( ) esse ( ) que eu dei... coloca tudo no liqüidificador... os ovos... o óleo... o leite... farinha... fermento... fermento... tá? aí você coloca tudo no liqüidificador... aí bate... até ficar aquele creme... bem... bem fininho... tá? aí depois disso você unta uma forma... aí depois de untar... você coloca uma parte daquela massa... que você preparou no liqüidificador... e... depois que você colocar... você coloca o recheio... a sardinha... dá uma espalhadinha nele... todinho... bota o recheio todinho no meio... aí espalha... tá?e [p:por] [a:último] você bota... o restinho da massa que ficou... como cobertura... leva ao forno... a quarenta graus... tá? eh... dentro de... de cinco minutos está pronto...
    E: rapidinho... hein...
    I: rapidinho... e fica uma delícia...
    E: [a:ótimo] ... Rosa...

  • E: agora... gostaria que você... me desse a sua opinião... a respeito assim de um assunto... que você ache interessante... que você queira... opinar... o tema pra você está livre... pode ser religião... pode ser... política... pode ser economia... família... ((interrupção da gravação))
    E: [a:bom] ... Rosa... decidiu falar sobre o quê?((riso))
    I: eu decidi falar sobre o casamento... tá?
    E: tá bom...
    I: é... hoje em dia... as/ eu estou achando... o casamento assim... quer dizer... como muitas pessoas que estão se casando... eu sou casada a quase vinte anos... né? então... eh...pra mim... o casamento [a:praticamente] é uma rotina já... né? pelo tempo desse período de casada... estou quase chegando à boda de prata... então... pra mim... não foi tão ruim assim... pra mim agüentar até hoje ((riso)) foi até bom... tá?agora... o que eu [a:ultimamente] estou vendo de casamentos por aí... estou ficando admirada com as coisas que acontecem... pô... as pessoas... gastam uma nota preta... sabe? pra ficar/ se vestem de noiva...que coisa linda... [a:muito] lindo... maravilhoso...eu me casei assim também...acho bonito o que as pessoas possam [a:mesmo] ... tá?mas sendo que... poxa... o que adianta... um casamento tão lindo... gastam tanto...pra no final eh... viv/ fica dois... três dias [a:juntos] ... ( ) até dois... três dias...depois se separam... entendeu? eu acho isso aí um absurdo... porque... poxa... eu... sei lá... (né?) sabe? eu a vida::/ tudo bem... está tudo difícil... né? mas a pessoa...eu acho a pessoa tem que [v:saber] ... [a:diretamente] aquilo que quer... né?se [a:realmente] assumiu aquela responsabilidade... chegar... a esse ponto... tem que continuar a responsabilida/ assumindo... né?porque... poxa... se...se casa é porque está a fim de casar [a:mesmo] ... né?agora fazer essa burrada... gastar uma/ esse dinheiro todo... depois... depois terminar assim... jogar pro... alto... cada pro um seu lado... não existe... quer dizer... se não existe amor... pra quê? fazer uma... uma coisa dessa... né?eu não acho ( ) não... eh... [a:ultimamente] o que eu tenho mais visto isso... entendeu?casa... casa... separa... então por quê? se/ se já que é assim... se ajunta logo... né? cada um...cada um se/ ajunta as suas roupinhas... vamos morar [a:junto] ... e acabou... agora fazer gastos... a vida está difícil pra todo mundo... né? não... ficar fazendo esses gastos ( ) assim... depois se separar...eu acho que é um desrespeito... entendeu? acho [a:mesmo] ... que é um desrespeito... à sociedade também... né? que eu acho que influi alguma coisa... né? porque se a pessoa... faz aquela... aquela festa toda... ( ) então... eu acho um absurdo... entendeu? essa ma/ esse... esse modo de/ das pessoas estarem agindo agora... estão... né? ( ) a maioria... né? agem assim dessa forma... né? então... se... eh se... se escolheu por uma coisa... acho que tem que ser... dali por diante... até o fim... entendeu? se é bom ou ruim tem que manter aquilo... ((riso de E)) eu acho bonito... poxa... eu acho bonito... por isso que eu mantenho o meu até hoje... tá? e... eu espero... tenho uma filha que... está noiva... já quase noiva já... eu espero que a minha filha venha/... não que ela venha a seguir o meu ritmo... tá? de... de ter conservado até hoje o meu casamento... mas se eu/ eu aconselho muito a ela... que se for pra escolher ( ) se disser vou casar... ela tenha escolhida... uma coisa certa... que venha a ser certo... não uma coisa duvidosa... né? se é aquilo... é aquilo... tá? então... o meu assun/ a minha opinião é isso... eu acho que... que... matéria de... de casamento tem que haver respeito... entre duas pessoas... tá? um respeitando ao/ um ao outro... o casamento vai a frente... vai... ( ) acho... eu acho que acontece...
    E: acabou? acabou? ( )tá bom... [a:muito] obrigada... Rosa... valeu [a:mesmo] ...
Parte oral
1994
  • Venho por meio dessas linhas para lhe contar coisas engrassada que aconteram comigo...no dia do meu noivado.Como todo mundo sabe...antes do noivado tem que existir o namoro...agora foi [a:muito] engrassado...foi assim conheci meu namorado em clube de danças...ele era 1 dos componentes do conjunto… que tocava no baile ou melhor ele tocava e cantava nesse conjunto… musical.Bem aí como eu frequentava esse clube… mais nunca tinha uvisto ali tocando nesse clube...esse dia foi o primeiro dia que ele tocou e cantou...nesse clube e depois desse show ele disse que ia continuar tocando e cantando… lá nesse clube. [a:Bom] e daí por diante ele começou amepaquerar como toda moça gosta de ser… paquerada aconteceu comigo aí eu gostei mais ainda...sabem porque...ele me agradou muito com seu jeito de ser… educado inteligente etc etc.Daí começamos o namoro e depois veio o noivado mais como já falei que ele cantava e tocava epor isso ele era [a:muito] paquerado pelas garotas.Mas no meio de todas as garotas eu fui a felizarda...ele me escolheu [a:bom] depois disso tudo chegou no dia 30 de novembro de 1972...eu fui passear na casa da minha futura sogra aí ele estava em casa...aí ele deu um tempinho e logo depois ele disse vou dar uma saída mamãe e volto logo tá.Eu fiquei conversando com minha futura sogra e minha futuras cunhadas...2 horas depois ele já estava de volta e disse pra mim amor tenho uma surpresa pra você.Aí eu fiquei curiosa à fala que surpresa é essa aí ele veio me amostrar era as aliançasaí eu pulei de alegria… muito alegria [a:mesmo] era por isso que eu esperava...mas como todo mundo sabe sempretodos que tocam em conjunto e [a:muito] conhecido... [a:esatamente] nessa avenida que ele morou tinha uma das fãs dele… que já tinha o namorado.Ele me pediu licença e disse [v:vou] até o portão e [a:rápido] ...mais aí esse rápido estava ficando demorado...aí eu resolvi ferificar e fui ao chegar lá o que vejo ele nos braços da outra aos beijos quando eu vi...peguei uma vassoura velha desce cabada de vassoura por todos os lados… tanto nela como nele.Aí chegou a noite foi a hora da serimônia teve um pequeno discurso foi colocado as alianças depois veio a comemoração...eu tomei um porre daqueles cheguei a desmaiaraí foi [a:muito] engrassado...eu desmaiada mais ainda ouvia quando eu dizia em prantos mamãe será que ela vai morrer… por favor chamem um médico chamem algem que resolva esse problema.Logo depois eu acordei e fiquei perguntando onde estou o ouvi porque vocês estão assim com essas caras...ele respondeu voce nos deu maior susto aí eu comecei a rir e não parei mais.
  • Bem eu viajava em ônibus indo pra barra foi quando uma senhora sentou-se ao meu lado e aí comocemos a conversa então ela… começou a falar da vida dela e da vida de modo geral.Aí ela começou a falar do marido e dos filhos do trabalho… bem do marido ela falava à meu maridoe um homem [a:muito] trabalhador… mais tem um defeito bebe muito depois de embreagado fica pertubando os outros e a mim também...ele briga na rua cai no meio de poças de água suja.E quando chega em casa quer espancar os filhosisso é [a:muito] triste eu acho issopra mim entrou a bebida na vida de um casal aí é destruição total... [a:bom] quanto aos filhos dela ela falou tenho 3 filhoso mais velho tem 20 anos já trabalha e já ajuda em casa nas despesas...mais ele vive revoltado pelo fato do pai viver bebendo...aí ele me diz mamãe vamos ver se concequimos acabar com essa bebedeira do meu pai.Pois outrous dois são pequenos 1 tem 9 anos e outro tem 7 anos.Bem aí veio a falar da vida atual… aí começou mais uma vez ela falou que pra compretar todas as coisas ruins ela sofreu um assalto no onibus em que viajava todos os dias indo e vindo do seu trabalho...ela trabalha em casa de família com sua cunhada e sua subrinha...aí quando foi um dia esse onibus foi assaltado ela nem sua cunhada nem a sua subrinha não foram mais [a:só] o medo e susto ou melhor o pánico foi total pra elas e pra todos que se encontravam naquele.. Onibus...foi assim o onibus estava no ponto final aí ela e como todo mundo que se encontrava naquele ponto foram entrando dentro de onibus que consequir se sentar sentou e outros ficaram em pé...aí antes do onibus sair na trazeira do onibus ainda tinha lugar...aí entraram 5 homens sendo que 05 homem parecia ser policial foi entrando e falando com os 4 que estava sentados levante-se e fique parados aonde estão aí ela dissse que esses homens estav armados também sendo que o quinto não esperou...que eles comessacem a atiraresse quinto hoeme sacou de seus revolveres foi atirando a queima roupa matando-os ali [a:mesmo] dentro do onibus...sendo que o tiroteio ficou verido e ele pulou a roleta e passou por cima de todos que estavão deitados no chão do onibus.Ela estava com uma blusa branca e ficou [a:toda] suja de sangue...aí ela começou a gritar pessando que o tiro tinha pego também nela foi um desespero total...aí o motorista quiz fechar a porta não deixando ninguém sairmais ela [a:muito] esperta arrastou dali sua cunhada e sua subrinhapara fora do onibus e foram embora.Como todo mundo sabe quando acontesse essas coisas ainda mais com morte… todos estão no local são obrigados a ir para delegacia prestar depoimentos… [a:só] que ela fez isso porque tinha que ir logo pra casa...porque já era tarde e até que focem pra delegacia...escraressece tudo elas iam chegar de madrugada em casa.Bem foi tudo isso que aconteceu com essa mulher coitada eu não gosto nem de pençar que isso pode acontecer com quem quer que seja.
  • O que eu gosto quando estou em casa é ficar na minha sala janela...porta as paredes são pintadas de azul no chão nào tem tapete...o chão e de taco aquelas madeirinhas cortas em quadratinhos pequeninos.Nela tem na janela tem cortinas a cor da cortina marrom com dois puchadores de acrinico...tem 2 estantes uma grande e outra pequena...a grande tem como enfeite uns jarros com flores uma televisão e 1 som pequeno um video.Na estante pequena tem um som grande… um gravador pequeno… uma delevisão também pequena e almas fitas do gravador que ficam ali quardadas...tem 6 caixas de som 4 grandes e 2 pequenas… as poltronas 1 de 3 lugares e a outra de 2 lugares… uma mesa de madeira côr clara com 4 cadeiras… 1 bicama com pano quadriculado vermelho e preto.Tem uma mezinha de sentro e outro onde fica o abajur...em cima da mesa uma gestinha de palha com arranjos de flores artificiais...nas paredes tem 2 quadros espelhados 1 e o romel e outro da meninha chorona...os outro são retratos dos meus filhos.a côr do abajur e cinsa claro com a côr prêta e a côr das poltronas são cinsa claro.A porta da sala que da saída pra rua e de vidro transparente com algumas grades como enfeite...na porta que dar para saída para o corredor pra ir pra cozinha tem outra cortina grossa tambem cinsa claro... [a:bom] aí esta tudo o que eu tinha para descrever.
  • Quando eu estou em casa eu gosto muito de ficar na cozinha...fico sempre preparando alma coisa de comida e que eu mais gosto e de fazer bolo salgado.Vamos aos engredientes: 1 copo de farinha de trigo 1 copo de maizena 1 copo de oléo de soja 1 pacote de queijo par mesão 2 latas de sardinha 3 ovos 1 pitada de sal 1 colher de fermento em po royal 2 copos de leite de vaca Modo de fazer Num copo do liquidificador coloque o oléo de soja os 3 ovos inteiros a farinha a maizena o queijo ralado a pitata de sal e o fermento o leite hsh bate bem batido A parte você prepara sardinha refogando-a com cebolas picadas… pimenta tomate ou massa de tomate...depois deixe esfriar um pouco...unte uma forma com manteiga...[a:primeiro] coloque uma pequena o melhor metade na forma e logo depois coloque recheio e o restante da massa por cima...depois leve ao forno quente por 20 minutos...deixe lourar depois e [a:só] servir.
  • Olhem a minha opinião sobre o casamento é essa eu acho queo casamento é uma decisão [a:muito] sériadez de quando a pessoa chega a pençar em se casar...ela deve pencar muito repençar até chegar à uma resposta certa. [a:Bom] eu venho mantendo meu casamento até hoje já vão se completar 20 anos de casadaolha já estou quaze alcanssando boldas de pratas e assim eu espero… se Deus nosso Senhor me der saúde.Eu estou falando desse jeito porque eu não sei o que pode acontecer daqui por diante em termos de saude...tanto minha quanto dele eu tenho visto certos casamentos por aí que casam-se hoje e amanhã cada um está para o seu lado...as vezes casam-se na igreja gastam uma nota prêta… as até [a:mesmo] sem ter condições de gastar e derrepente estão separam-se.A minha filha tem 17 anos [v:está namorando] [a:firme] eu pergunto a ela se pretente casar por favor [v:analize] bem tudo muito [a:direitinho] com muito cuidado para poder tomar essa decisão... [a:bom] essa é a minha opinião sobre o casamento...não estou julgando as outras pessoas é [a:só] uma opinião minha.
Parte escrita
1994

  • E: Rosilda... conta pra mim uma história... uma coisa que tenha acontecido de interessante na sua vida...
    I: no dia vinte e três de agosto... eu conheci um garoto... está gravando? no dia vinte e três de agosto... eu conheci um garoto... um gaúcho ( ) né? em Realengo... através do meu tio... numa sexta- feira... na sexta-feira conversamos... no sábado... tiramos fotos... aí domingo namoramos... aí... aí ele teve que viajar... pro Rio Grande do Sul... né? os pais dele moram lá... aí... quando foi esse mês... agora de... outubro... né? ele voltou... aí me procurou e a gente... até hoje nós estamos namorando... eu gosto dele... ele gosta de mim ((riso)) pô... isso foi o melhor presente desse ano... é isso... isso aí... né? ( ) coisa de boa... foi isso que aconteceu comigo...
    E: uhn... uhn...

  • E: Rosilda... agora conta pra mim uma história que tenha::/ que alguém tenha contado pra você... que você tenha achado interessante...
    I: [a:bom] ... a colega minha... Neide... falou pra:: Lenira...que descobriu que eu estava saindo com o namorado dela... né? mas... isso é mentira... porque eu não saí com o namorado de ninguém... entendeu? mas eu nunca... nunca me atrevi a sair com o namorado de ninguém... com::/ ou paquerar namorado... de colega minha não... eu acho (covardia)... quer sair com o cara ou com o namorado... a gente mesmo tem que arranjar... né? concorda comigo? ((riso)) eu acho isso... mas... olha... elas deixaram de falar comigo... por causa dessa bobeira... né?ontem [a:mesmo] a professora perguntou por que o motivo da... fofoca... que a garota falou pra mim que ela tinha falado... aí eu falei pra ela que... eu nunca tinha saído com o namorado dela não... e se ela deixava de falar comigo... problema dela/
    E: mas qual foi a história que... que ela contou pra você?
    I: que ela contou pra mim?
    E: é...
    I: quea Neide falou pra menina que [s:eu] estava [v:saindo] com o namorado dela... [a:escondido] dela... entendeu?e ela descobriu... então ela... ficou zangada comigo... foi só... né?
    E: [a:muito] bem... então...
    I: eu gosto...

  • E: eh... agora... descreve pra mim... pra mim um lugar onde você gosta de ficar...
    I: eh... está acabando?
    E: uhn... uhn...
    I: numa sala... sentada...
    E: numa sala? qualquer sala?
    I: é... qualquer sala...
    E: e o lugar preferido seu?
    I: lugar?
    E: é...
    I: preferido? que tipo de lugar que você fala? eh... que eu gosto de ficar?
    E: é... pode ser na sua ca::sa...
    I: não::... é no portão...
    E: no portão de casa?
    I: na pracinha ((risos e interrupção da gravação))
    E: mas... Rosilda... um lugar assim que você goste de ficar... na sua casa... né?
    I: eu gosto de ficar trancada no quarto... sozinha... vendo televisão...
    E: como é que é esse quarto?
    I: como é que é? ele é/ a cor dele... cor vinho... cor vinho... eh... os móveis... a cor dos móveis...
    E: marrom?
    I: marrom... a cama é marrom... eh... o/ aquele/ como é que é? o cômodo... também... a televisão... preto e branca... tem... cortina... é... estampada... ah... várias cores... né? o chão... o chão é de/ aquelas/ como é que se fala? eh... passa cera... é de...
    E: madeira?
    I: é... madeira de...
    E: taco?
    I: tato... é de...
    E: taco?
    I: taco... é de taco... de taco... e a porta/a parede é de... é tinta [a:mesmo] ... a porta é gelo... pintada de gelo... gelo... essa cor aqui... gelo... gelo... tem minhas bolsas na portas... tem umas bolsas nas portas... tem batom ((riso)) eh... brinquinho... rouge... radinho... essas coisas... que mais? parede... tem um palhaço lá na parede... tem um pa... papel escrito umas frases que eu ganhei na igreja aqui... né? que eu estudava na igreja antes de vir pro colégio... estudar... e tem... tem uns bichinhos de pelúcia também... aqueles macaquinhos... sabe? adoro dormir com macaquinhos do lado... assim... que eu cuido dele igual uma criança... eu gosto... e... deixe eu ver mais... as portas são de/ as janelas é de vidro... é... é de vidro...só... é [a:só] isso que tem no meu quarto...
    E: só?
    I: só...

  • E: [a:bom] ... Rosilda... conta pra mim uma coisa que você saiba fazer...
    I: fazer?
    E: é...
    I: ah... feijoada... adoro fazer feijoada...
    E: ah... é? como é que você faz essa feijoada?
    I: olha... eu pego... pé de porco... eu não gosto de pé de porco mas eu ( porco... pedacinho de/ daquela lingüiça... eh... carne de sol... põe feijão... põe no fogo com água... tira duas águas... porque... né? pra tirar o sal...cata o feijão ( ) põe na panela de pressão... aí põe [a:junto] ... aí põe no fogo... deixa lá cozinhando... o arr/ ah... também faço arroz... né? pico o alho... pico cebola...refogo com/ refogo [a:junto] com a cebola e alho e o óleo... e ponho... e faço o arroz ((riso)) também sei fazer bife à milanesa... né? bife à milanesa é assim... você/ o bife já vem cortado... de cá... de lá... de fora cortado já... faz é/ alho... cominho... negócio assim ... aí depois você pega dois ovos... dois ou três... [a:primeiro] bate a gema... aí bota a gema depois bota a clara... depois pega o bife... à milanesa... ( ) bife à milanesa... né? pega o bife... molha no... no ovo... no ovo batido... passa na farinha... como é que se chama a farinha?
    E: de rosca...
    I: é... farinha de rosca... isso... farinha de rosca... bota o óleo no fogo... pra ferver... esquen... esquentar... põe o bife ((riso)) lá dentro ( )
    E: tá ótimo...

  • E: Rosilda... agora me dá sua opinião... eh... sobre a sua escola... né? esse problema que vocês tiveram agora com a greve... né? a paralisação... esse tempo... o que que você acha disso?
    I: ah... eu acho ruim... tanto faz pra mim quanto pros outros alunos... né? que a gente depende mais do estudo... mas com essa greve aí não dá pra gente estudar muito... né? eles não estavam querendo dar o aumento dos professores... não está querendo dá o aumento dos professores.... mas... eh... escola é bom... a gente aprende... a gente tem conhecimento... a gente aprende a conversar... a ter amigos... faz uns dias ( ) aqui no colégio... mas um dia aconteceu... né? não sei qual foi da turma... que tem muito aluno aqui dentro do colégio... então sumiu... os copos... né? do colégio... então a diretora entrou em todas as salas... falando que roubou... tem que devolver... e ela falou assim... teve que/ eh... como é que se diz? eh... a merenda... ela teve que/ como é que se diz?
    E: cancelou a merenda?
    I: cancelou a merenda pros alunos...então [a:só] os professores que têm direito à merenda... os alunos... a maioria dos alunos/ pois é... eu não merendo... né? porque eu não trouxe o copo... porque ela/ a professora/ a diretora falou...que se [a:só] merendava quem trouxesse o copo... se não trouxesse o copo... não meren/ não ia ter mais merenda pros aluno... mas como eu sempre ( ) ela sempre dá uma... uma merendinha pra gente... aí passou... mas um dia eles pegaram... ele viu a diretora... um aluno da sala falou pra diretora que viu o menino daqui... não sei qual foi a sala... carregando a concha... né? pegando a concha... então quer dizer... ela deve saber mais ou menos quem foi que roubou os copos... né? quer dizer... ela sabe quem foi esse aluno que roubou... porque se foram atrás e tomaram a concha... eu não foi... eu não fui que peguei os canecos... [a:muito] menos a concha... que eu não preciso disso... eu nunca peguei nada... né? disso...
    E: quer dizer que na sua opinião... além do problema da greve... né? tem esse outro problema agora de merenda?
    I: da merenda... ah...viu/ a gente/ os professores são bons [a:mesmo] ... eles ensina bem... eles explica essas coisa diferente... eles têm paciência com a gente... mas... não ( )
    E: tá bom... Rosilda... obrigada...
Parte oral
1993
  • No dia 27 de setembro eu conheci um rapaz chamado Luiz em realengo numa festa de rua ele se declarou comigo me pedindo para namorar comigo eu aceitei e depois de 1 mês ele foi viajar antes dele viajar todos os domingos nós ficavamos juntos...ele sempre vinha na minha casa as quinta- feira e ele vinha me buscar para nós sair e se divertir mais desde quando ele viajo eu não tive mais noticia dele
  • uma colega minha penço que eu esta saindo com o namorado dela e ela me veio perguntar ser era verdade que eu estava saindo com o namorado dela mais como eu n não gosto de ficar namorando os namorados das minhas colegas e falei para ela que era mentira que tinha namora e o nome dele era Luiz.
  • No meu quarto as paredes são marom e a cama combina com a paredes as cortinas são cores azuis no meu quarto tem vários obijetos como televisão bolsar mesinha cheia de perfume batoões cordão creme
  • você pegue 1 KL de feijão cate-o depois lave escore e leve a panela de preçÃo antes de colocar o feijão no fogo lave e ferva 1 pé de porco 1 orelha 1 pedaço de linguinha coloque uma folha de louro edepois de feivido lave e coloque [a:junto] ao feijãoe leve ao fogo após 30 minuto retire do fogo.aí você peque o alho a cebola oléo e refoque numa panela depois de 5 minuto retire do fogo e coma
  • A minha escola ela e grande e te 4 andares pinhada e suja esse tempo este sumindo talheres os copos ai os professores suspenderam as merendas dos alunos por causa dos roubos dos coposeles ensinão [a:muito] bem os alunossobre isto eu não tenho nada a reclamar
Parte escrita
1993

  • E: Alex... eu quero que você me conte uma história... que tenha ocorrido com você... que tenha sido interessante... triste... ou alegre...
    I: eu... quando era pequeno...eu ficava [a:todo] roxo...aí... tinha que me botar embaixo d’água pra mim voltar... aí um dia a::... religião do meu tio... foi lá em casa e fez uma oração pra mim agora nunca mais... deu... essas coisas... [a:só] um dia que eu escorreguei no chã/ (do meu coisa) aí... aí deu isso... que eu bati o cotovelo no::... chão...

  • E: agora eu quero que você me conte... uma história que tenha ocorrido::... com alguém que você conheça... que tenha sido interessante... triste... ou alegre...
    I: minha mãe... ela falou comigo quando eu estava internado... ela... fo/ esta/ foi ela... minha mãe... e minha avó... elas foram assaltadas... no ônibus... tinha mais/ tinha um monte de pessoas... um monte de moços... ( ) estava tudo assim... aí... aí uns dias depois... quase chegando o dia das mães... meu avô perdeu a perna... esquerda... aí hoje... meu vô está lá... sem uma perna... mas conseguiu a muleta... ele ganhou duas pernas mecânicas... do meu... do meu tio...

  • E: agora eu quero que você me diga... o lugar... me/ eh::... uhn... agora eu quero que você me diga... qual é o lugar que você mais gosta de ficar...
    I: eh::... no quarto...
    E: e como é que ele é? o seu quarto...
    I: ele tem um guarda-roupa... um guarda-roupa... que era da minha mãe... eh... um guarda-roupa que era da minha mãe... e também... eh... minha cama fica assim... meu guarda-roupa e minha cama... minha estante... pra mim botar meus brinquedos... e também... tem uma janela::... pra laje da minha avó... aí vem assim... o quarto da minha mãe... com duas escadas... e o meu...
    E: e como é que é::... essa janela?
    I: é uma jane/ essas/ sabe:: é assim aquelas janelas de... vidro que têm aqueles... ferro...

  • E: agora... eu quero sa... saber se você sabe fazer alguma coisa... o que é que é que você sabe fazer? me... me ensina?
    I: eu sei fazer... eu sei encher... pneu da/ de bicicleta...
    E: e como é que enche... pneu de bicicleta?
    I: a gente tem que ficar apertando a bomba... eu tenho uma/ eu e meu tio têm uma oficina... de bicicleta...
    E: uhn...

  • E: agora eu quero... saber o que você acha da sua escola...
    I: eu gosto dela... eu quando falo “mãe... [a:só] quero estudar se for na Gustavo...” foi minha mãe... muita gente da minha família já estudou...
    E: e por que que você gosta dela?
    I: porque::...sempre/ é [a:muito] boa...
    E: obrigada... Gustavo... ((equívoco de E com o nome de I e o nome de sua escola))
Parte oral
1993
  • Eu quando era pequendo eu ficava rocho i a i meu tiu fes uma oração nunca mas aconteceu iso comi go eu não fiquei mas rocho
  • Minha mae i a minha vó vai visita o meu a vô qui tava no hospital e foi robado meu avó tava no ospital porque ele tava na obra i a i o prego cai no dedo do pé ele poto cachasa no dedo machucado
  • A istate fica perto do quardaropa tem uma janela prala je da minha a vó
  • Pego a bomba e fico apertado ate incher
  • Eu quando eu era piqueno eu pidia a minha mai eu [a:so] quero istuda si fo na Gurtavo
Parte escrita
1993

  • E: Bruna... conte uma história que tenha acontecido com você... e que tenha sido [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: um dia... eu perguntei a minha colega... que estava se/ que estava coçando aqui... aí eu perguntei a ela... se... se tinha três carocinhos... e tinha... aí cheguei em casa mostrei pra minha mãe... e ela/ e aí... ela... viu... dias depois... ela... viu... que eu estava... com muita cata/ que eu estava com catapora... e eu tive que fazer banho de assento... eh... banho de permaganato... então... eu... eu fui... eu fui... eh::... eh:: ( ) [v:fui] na médica... dias depois... [p:de] [a:novo] ... como... eh:: minha mãe viu... e:: estava quase melhor... então no outro dia... ela viu... que eu já estava boa... minha mãe/ então minha mãe parou de dar banho de permaganato... e:: banho de assento...

  • E: Bruna... conte uma história... que alguém tenha lhe contado... que você tenha achado [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: eh... que... um dia minha professora... né ? ela foi... e:: passou um trabalho de casa... dizendo pra perguntar eh... uma história sobre sua mãe... eh... um... um... segredo dela... e aí... eu fui... perguntei a minha “mãe... qual... qual é o se... qual é o seu segredo... gredo... que a senhora nunca... falou pra ninguém?” e ela me disse... que::... toda a noite... quase toda noite... eu saía da/ eu acordava... ia lá... lá pra casa da minha vó... da minha vó... e... aí... eu... eh... eu toda noite... às vezes... e::... um dia... eu saí da cama... acordada... e fui:: lá pra minha tia ( ) no sítio... eh::... catar fo/ eh:: catar comida pra minha mãe... aí ela pe/ e:: minha mãe... eh:: acordou... e::... de manhã... e foi me procurando com calma... e:: de/ “cadê minha filha? cadê minha filha?” o meu/ o... o... o meu pai... eh::... ele... quando acha/ achou... ela... ela... não... não... eh::... eh::... não... não... deixou a minha... minha mãe bater... e::... minha mãe tentou bater... mas não conseguiu...

  • E: Bruna... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: eh... o local... é no sítio... é porque a gente pode brincar... pode fazer o que quiser... pode fazer piquenique... a gente pode... eh::... botar alguma piscina lá encher... pra gente tomar ba::nho... a gente pode::... levar lá um/ eh... o... pode levar o cachorro... a cadela... pode levar um monte de coisa... pode andar de cavalo... de pônei... tem carneiro... a gente pode brincar com ele... eh::... até também tem alguns bichinhos que a gente gosta muito... e alguns que a gente até tem medo... tem pônei... que a gente pode levar... eh a gente pode levar eh::... eh::... eh::... o seu... gatinho... po/ gatinha... ( )

  • E: Bruna... o que você sabe fazer?
    I: um bolo...
    E: e como se faz um bolo ehn?
    I: a gente pega a massa... a gente bo/ eh:: pega uma vasilha... eh::... pegaum negócio que a minha tia tem... mas [a:só] que eu não sei bem o nome... e::... liga ele e fica... eh::... botando a massa... eh... espalhando a massa pela vasilha toda... depois a gente/ depois que o bolo estiver pronto... a gente pega o recheio do bolo... a gente bota no bolo e:: confeita o bolo todo...

  • E: Bruna... o que que você acha sobre sua escola?
    I: eh...eu acho [a:muito] boa... essa escola... gosto muito da minha professo::ra... dos meus cole::gas... eh...e também é [a:muito] bom ter colega... na escola... ter uma professora boa::... que:: briga às vezes...mas [a:só] que... a gente gosta dela... eh::... a gente pode brincar se tem colega na escola... a gente fica de mal com os colegas... mas às vezes... a gente... se::/ eh::... não fica mais... a gente pode brincar muito... no colégio... tem monte de amigos... no colégio... é tão bonito ter um colega... é legal estudar... eh... eh... a gente pode brincar... na/ depois do lanche... a gente lancha antes do recreio... a gente estu::da... a gente ( ) a gente joga... quando está chovendo na sala... a gente pode ler... faz cruzadinhas... a gente... eh:: desenha... eh... a gente po/ a tia dá às vezes um negócio pra gente pintar::...
Parte oral
1991
  • Eu um dia no fim da aula estava cosando no meu pescoso eu perguntei a minha colega da primeira cere ela dise que tinha três carosinhos e miha mãe cegou e meu pai tambem eles tavão de carro e no carro eu mostre a minha mãe eu Estava com cata pora
  • Um dia a minha profesora mandou a jente pergunta a mamãe qual era o Segredo dela ela me dise que o segredo dela era que quase toda noite ela ia para a casa da minha bisa vó ela dimanhan voutava pra casa e um dia dimanhan a minha vó ficava procurando a minha mãe.Fim.
  • O lugar que eu mais gosto de ficar é no sitioporque lá é legal [a:muito] legallá da pra gente ficar ajente anda de cavalo ajente binca d pique-esconde.
  • Eu sei fazer um bolo ajente pega a maça bota na vazila e pega A batedira espalha a maça esta pronto ebota o rexeio depois do recheio ta pronto.
  • Eu gosto da minha escola [a:muito] legauos meus amigos tudo eu acho [a:muito] legaleé tão legal tem uma escolauma porofesora um colega [a:muito] legalestuda ajente faz crozadinha brica de um monte de coizas podemos brinca.emuito legal ter um colégio
Parte escrita
1991

  • E: Camila... conte uma história... que tenha acontecido com você...e que tenha sido [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: outro dia meu pai... outro dia meu pai foi dirigir... né? ele estava bêbado... aí... meu pai bateu com o carro... e/ ele veio sem carro... veio com táxi... pra casa... né? aí... ele bateu... a traseira do carro... né? depois ( ) aí depois ele foi pra casa de táxi... ele pagou... foi pra casa dormiu... acordou... eh... foi beber alguma outra cerveja... que tinha na geladeira... depois... ele... ele foi... na... na ( ) ver um negócio... né? aí depois... ele trabalhou muito... e eu fui dormir... né? aí eu sonhei com um negócio...que o meu carro tinha... estava [a:todo] destruído... aí eu falei pro meu pai “pai... cadê o carro?” que não tinha ( ) aí ele falou “eu bati com o carro...”

  • E: Camila... conte uma história... que alguém tenha lhe contado... e que você tenha achado [a:muito] engraçado... ou [a:muito] triste...
    I: outro dia minha tia... contou uma história... de um boneco... que... que sai/ que foi sair/ passear... ele se chamava Pinóquio... Pinóquio... não sabia nadar... caiu no poço de uma baleia... na boca da baleia... a baleia comeu o Pinóquio... o Pinóquio... acendeu um fogo lá dentro da baleia... soltar eles... ele e o amigo dele... e o dono... aí... ele... ele botou ( ) saiu... se perdeu da escola... a raposa pegou ele... aí depois... falou assim “Pinóquio... me dá/ eu quero seu/ quero falar com o seu dono...” a professora falou... pra ele... que “não pode chegar atrasado... Pinóquio...” depois... o Pinóquio... foi pro circo... falou com o seu dono... que seu dono estava preo... preocupado... com ele... Pinóquio falou “vamos ficar aqui no circo... vamos?” depois ele falou “não... temos que ir pra casa... temos que comer...” depois o Pinóquio... falou “tá bom...” depois o Pinóquio falou assim “mas... o... o senhor Nilton... porque você não me manda comer... e tomar banho?” depois ele falou assim... pra o amigo dele... “te/ você tem que tomar banho... pra não ficar sujo...” aí depois ele falou “tá bom... eu vou tomar banho... depois vamos almoçar...” Pinóquio falou “não... não vamos almoçar... depois vamos ver o circo...” aí depois ele falou “não... não vamos ao circo não...” Pinóquio falou... assim “vamos ao circo... por que não?” “ah...porque... lá é [a:muito] chato...ficar no circo...” aí depois ele falou “tá bom... eu não vou no circo... mas amanhã eu vou...”

  • E: Camila... fale sobre o local... onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: outro dia eu... eu... eu vim no colégio...o colégio é [a:muito] legal... eu... eu brinco... faço tudo que eu quero... as minhas amigas... também brincam comigo...aqui no local do colégio é [a:muito] legal... quando a gente brinca no parquinho... a gente/ os meninos ficam cheios de terra... as meninas saem de perto dos meninos... os meninos ficam cheios de terra... depois... eles vêm pra cima das meninas... as meninas saem correndo... lá tem trepa-trepa... no parquinho... tem... tem coisa de a gente subir... escorrega... tem... tem... de... brincar... a gente pode trazer brinquedo... a gente pode brincar com um montão de coisa... do colégio... mas os meninos... não deixam as meninas brincar... porque os meninos ficam chateando as meninas... as meninas/ a gente vai pro banheiro das meninas... pros meni... meninos não pegarem a gente... aí depois os meninos... querem ficar perto da/ de mim... da... da... da mi... minhas amigas... minhas amigas... saem de perto ( ) minhas amigas... né? aí a gente fica “não... sai de perto...” aqui no parquinho a gente brinca... faz um montão de coisa... a gente fica correndo... dos meninos... pros meninos não nos pegar... no colégio... aqui... a gente gosta tanto porque aqui no colégio...não tem nada de... que roubem... ninguém... [a:só] um menino que rouba as coisas... [a:só] tem menino que rouba as coisas... menos os meninos da nossa sala... [a:só] tem um na nossa sala que rouba as coisas...

  • E: Camila... o que você sabe fazer?
    I: um boneco...
    E: como se faz isso?
    I: a gente... a gente pega areia... faz/ pega um baldinho... aí depois faz a outra parte do boneco... o boneco fica pronto... né? aí depois você bota... areia bran/ areia seca... em cima... ele fica branco... o bonequinho fica bonitinho... aí o bonequinho... o/ ele... ele/ a gente bota pilha nele ( ) pra ele andar... o bonequinho de neve... ficou pronto “ah... que bom...” depois... a gente faz... faz ele com ne/ depois bota neve... nele... aí depois bota um chapeuzinho... e um nariz de cenoura...

  • E: Camila... o que você acha sobre a sua escola?
    I: eh... acho minha professora legal... acho meus amigos... ah... e também acho minha mãe e meu pai... a escola também... eu também... gosto muito da escola... a gente sobe escada mas fica cansada... mas a gente senta depois... depois a tia... lê um negócio pra gente... às vezes fala... e... a... a...a nossa professora é [a:muito] boa... a gente fica... fica... fica... se machucando... tem pessoas que oh/ que fica... brincando... com a gente... eh::... [a:só] que tem um menino... é [a:só] / que [a:só] brinca com a/ com as meninas...as meninas ficam... ficam [a:muito] chata... né? [a:muito] chateada... porque os meni... os meninos... chateiam elas... a gente... as meninas não... não... não... não param de... de ficar no banheiro... mas ( ) os meninos... os meninos... ficam atrás das meninas... as meninas... fogem...e depois [s:os meninos] [v:vai] atrás [p:de] [a:novo] ... em cima delas...
  • or dia o meu papai bateu com carro aí ele foi de tax e de pos ele foi dormi e de pos ele acordo e foi na geladeir bebe mas cerveja e de pos eu acordei e pe rutei au o meu pai o que ove com carro eu per rutei o que ove com carro pai o que ove a com teceu com carro ele eu a gora estou cei carro
  • or dia o Pinoquio cai na boca do balei e de pos o Pinoquio ai o Pinoquio asei deo fogo ai a professora dice que não po dicega trasato ai o pinoquio que ria ino circos e o dono falou para ir para casa
  • colejo es meninos ficão de tera lano parquino ela tei es cu escurega os meninos corei atrasdas meninas e as meninas core pro beiero eno parquino agete brica de piquescode
  • eu ceifazer um boneco pega areia e depos você pega areia ceca.ai pega cenora efas o nari pé cabesa mão ombro
  • Eu gosto muito da tia Angela os meninos bricão com as meninas agente gosta da tia e dos meninos naminha escola nela tem um meninos aescola tei coperativa cantimna sala do video tei gadra tei os briqueto
Parte oral
1991

  • E: Eloísa... eu quero que você me conte... uma história que tenha ocorrido com você... que tenha sido alegre... ou triste...
    I: eh... quando eu era pequenininha... o meu... o meu pai me largou... e eu fiquei sozinha com a minha mãe... aí ele me la/ trocou a minha mãe por uma mulher macumbeira... e... e ela... ela faz muita coisa que Deus não gosta... aí minha mãe pegou... largou dele... minha/ meu pai/ minha mãe pediu a separação... ele/ meu pai não quis dar... aí ela... aí se/ a minha mãe pegou... ele pegou... queria tomar a casa da minha mãe... ele botou o nome na/ o nome da... da... o nome da minha/ na... na casa da minha mãe... com o nome dela... aímas [a:só] que depois ele queria tirar o... ti... tirar ela.. tirar ela de lá...mas [a:só] que ele não conseguiu... porque... aí foram na justiçaquerendo eh/ aí o... o... o juiz eh... pediu para quem que eu que/ queria ficar... com meu pai ou com minha mãe... aí eu falei assim “com a minha mãe...” aí ele falou assim... aí o juiz falou assim “então você vai ficar com ela... você vai passar um dia com seus pais... e depois com suas mães/ sua mãe...” aí eu falei assim “tá bom...” aí eu falei assim “mas eu não vou ficar com ele não... né?” eu/ aí ele falou assim... aí o juiz “não...” eu falei assim “então tá... obrigada...” aí eu... aí eu peguei... aí... quando eu saí... ele querendo/ aí ele bem... foi pro outro corredor... eh... pegou... puxou o braço da minha mãe... eh deu um soco no... no olho da minha mãe... eu peguei eu jo/ peguei/ eu fui/ (ele some) aí minha mãe mandou eu correr... eu saí correndo... aí... depois chegou o guarda... o guarda pegou... e botou ele... ele... botou ele perto do juiz pra ele falar tudo... que ele fez com a minha mãe...

  • E: agora eu quero que você me conte uma história... que tenha acontecido com alguém que você conheça... que tenha sido alegre... ou triste... que você não tenha participado da história...
    I: eh... ah:: um dia... a mi... a minha colega da minha sala... me contou que quando ela era pequenininha... o pai dela pegou... eh... dava bem uma chicotada... dava uma chicotada nela com... com um negócio... aí sangrava... ela ficava sempre/ sangrava... a mãe dela botava ela pra... ficar dormindo...a mãe dela dormia [a:junto] com ela...mas [a:só] que a... a mãe dela gostava dela... e... e... a/ o pai não... pai nunca quis... nunca quis uma menina... sempre quis um menino... então por isso... o pai dela não gostava dela... [a:só] pegava o cinto... batia nela... e ela se... se ( ) se... sangrava...

  • E: agora eu quero que você me conte o lugar que você mais gosta de ficar... como é que ele é?
    I: eh::... eu gosto de ficar na minha avó... que... na minha avó tem... tem... tem roça... tem... tem cavalo... tem um montão de coisa ( ) mas...mas [a:só] que... eu não gosto de ficar [a:muito] longe da minha mãe não...
    E: mas como é que é o lugar? você gosta de ficar no quarto? da casa da sua avó... na cozinha? qual lugar?
    I: eu gosto de ficar no:: no... no pátio... brincando com os cavalos...

  • E: Eloísa... agora eu quero que você me conte... alguma coisa que você sabe fazer...
    I: eu sei pegar o/ pegar/ fazer pastel... eu pego assim a massa... amasso a massa... depois eu peguei/ pego/ aí enrolo assim a massa e... pego... amasso com... com... com um garfo... depois eu vou... boto na frigideira...

  • E: e que você acha da sua escola?
    I: ah... eu go... eu gosto daqui...mas [a:só] que eu queria mudar... é porque tem muita pessoa aqui que não gosta de mim...
    E: obrigada... Eloísa...
Parte oral
1993
  • Eu era pequina guando isso acomteseu A minha mãe pedia dinheiro para O meu pai é ele falava você tem dinheiro Eu não teinho conto e fiz 6 anos eu fui para o tribunal e o chuis disse com quem você quer fica eu falei com a minha mãe E o meu pai disse não me ditei leite eu disse e mendira a minha mãe trabalhava de dia e de noite para me tar leite e ele disse e mentira eu que dava leite eo chuis disse [a:só] Ela que vai de zediraí eu falei a minha mãe eu fiquei com a minha mãe na hora da saída ele foi atras da minha mãe e ele deu um soco na boca tela.
  • a minha colega ela tinha 2 anos Ela fala eu foul comprar pão da papai a massa ea teicho ele pegava o cobo de vassoura e paiti nela e a mãe tela falava não patinela porque eu teichei mas ela é pequena ela já sabe ir para padaria
  • A casa da minha avó e grade e bonita Ela tem uma varanda de asolígio e tem uma sala com um vítio casete
  • Eu pego a maço a maça com um garfo e poto a frigiteira no fogo com ôlho e teicho a fica quente e poto a maça no fogo se eu quiser posso potar carne muita na maça
  • Eu acho a minha escola [a:muito] boamas ala não e paga os meus colegas gotam de mim mas tem uma que foi a minha melhor amiga mas ela não fala com mígo porque a mãe tela não teija ela falar com migo
Parte escrita
1993

  • E: Fábio... eu quero que você me conte uma história... que tenha ocorrido com você... que tenha sido interessante... alegre... ou triste...
    I: eu estava jogando vídeo-game... aí... veio um adversário que eu... que eu... quase... não conseguia derrotar... quase... não conseguia... aí eu consegui derrotar... fui... fui tentar derrotar o chefão... o chefão me derro... me derrotou... aí eu fui tentar... milhares e milhares de vezes e não consegui... de repente... parei de jogar vídeo-game... aí (e aí) eu fui brincar com meus colegas... fui jogar futebol... aí... eu/ na brincadeira eu era goleiro... e depois fui jogador... depois fui zagueiro... e... e... e... e quando eu era... quando eu era jogador... eu... eu dei... eu dei um gol de cabeça...
    E: acabou?
    I: acabou...

  • E: agora... eu quero que você me conte uma história ((risos)) eu quero que você me conte uma história.... que o/ que alguém tenha te contado... que tenha sido interessante... alegre... ou triste...
    I: oh... era uma vez... um menino...que era [a:muito] legal... era... era o meu melhor amigo... aí... ele jogava futebol...e [a:só] gostava de agarrar... todo mundo queria que ele... que ele fizesse gol de cabeça... mas não que/mas ele não queria... [a:só] queria agarrar a bola... ele era... um dos melhores... agarrador... o nome dele... era... Gustavo da Silva...
    E: acabou sua história?
    I: acabou...

  • E: agora... eu quero que você me conte qual o lugar... onde você mais gosta de ficar... [na sua casa...]
    I: [o meu quarto...]
    E: como é que é o seu quarto?
    I: tem... tem... tem um vídeo-game que eu adoro... tem muitas fitas...
    E: mais o quê?
    I: tem... tem... tem muitos brinquedos... tem uma porta escondida...
    E: mais o quê? [a:só] isso?você dorme no chão?
    I: tem... tem uma cama... e ainda tem uma tevê...

  • E: e:: me conta uma coisa que você sabe fazer... me ensina?
    I: deixa eu ver... deixa eu me lembrar de uma::... andar de bicicleta...
    E: como é que você anda de bicicleta?
    I:eu ando [a:só] dando cavalinho-de-pau...
    E: mas como é que você faz para andar de bicicleta?
    I: pedalo...
    E: não... mais o quê? como é que você faz?
    I: eu pedalo assim... oh...
    E: mas você/ como é que você faz... antes de pedalar... o que você faz?
    I: eu sento na bicicleta...
    E: ahn... senta na bicicleta... e depois?
    I: e depois? eu começo a pedalar a bicicleta... e quando tomo... em muita velocidade... eu dou um cavalinho-de-pau...

  • E: agora eu quero que você me conte... o que você acha da sua escola...
    I: eu... eu gosto muito dela... porque tem matemática... e ainda... tem... tem... tem água que eu não... paro de beber...
    E: e que/ por que você mais/ também gosta ainda da sua escola... [a:só] por causa do bebedouro?
    I: não... por causa das brincadeiras... dos meus colegas... da minha professora...
    E: ok... obrigada... Fábio...
Parte oral
1993
  • Eu estava jogando video game ai e chegei au chefão.Ele não parava de da gilete ai eu dei th th th ga ai eu venci o gile ai fui jogar futebol zagueiro e fis um gol.
  • O meu colega me contou quado estava jogando futebol la na rua dele todo mundo queria que ele fizesse gol de cabessa mais ele não queriaele [a:so] queria agarra.Ele era um dos melhores goleiros
  • Ele tem um video game tem uma cama tem um despertador tem uma televisão e um armario.
  • Eu sento nela comesso a pedalar e dou uma derrapada
  • Eu gosto dela porque tem muitos amigos e das provas de matemateca e por causa da minha professora
Parte escrita
1993

  • E: Felipe... eu quero que você me conte uma história que tenha ocorrido com você... que tenha sido triste... ou alegre...
    I: [a:bom] ... a minha história... triste... foi que...uhn:: [não sei]
    E: [aqui pode falar]
    I: uma história triste... foi que... um dia meu colega... eu estava desenhando... aí ele foi pegou meu desenho... eu fui correr ele me jogou... aí eu caí da escada... aí... eu me/ se machuquei... minha mãe que tinha que cuidar... meu colega... foi pra casa... ((tosse)) aí eu não pude ir na casa dele... eu não sabia onde é que era a casa dele...

  • E: agora eu quero que você me conte uma história... que tenha ocorrido com alguém que você conheça... que tenha sido interessante... alegre... ou triste...
    I: [a:bom] ... olha... a minha história foi assim...minha mãe contou uma história... que era assim... a minha mãe quando era pequena ela chegava... e a minha avó pegava e dava... o prato dela... aí ela mesmo arrumava a comida dela... ela se virava... tinha o seu dinheiro... e o seu dinheiro ela juntava pra minha avó...porque minha avó era [a:muito] pobre... e não tinha dinheirinho de aluguel... então ela dava... pra ajuntar... e aí cabia pro... pro aluguel...porque aluguel estava [a:muito] caro... então elas que tinham que juntar... e as minhas tias são... uma Eliana... outra... tia Eni... e a minha mãe... são três garotas...

  • E: agora eu quero que você me diga... como é o lugar que você mais gosta de ficar...
    I: eh::... gosto de ficar na praia...
    E: você não gosta de ficar no seu quarto... não?
    I: gosto... [adoro...]
    E: [e como é que é o seu quarto?]
    I:meu quarto é [a:todo] enfeitado...
    E: que que tem nele?
    I: [a:só] as coisas de menino... tem um montão de coisas de menino... mas também tem coisa de menina/ de menino... tem um quadro... tem eh:: meus bonecos pendurados na parede... e tem outras coisas também...

  • E: você sabe fazer alguma coisa?
    I: sei... [claro...]
    E: [que que você sabe fazer?]
    I: pra minha mãe?
    E: é...
    I: ah... eu sei comprar pão... comprar carne... eh... comprar [refrigerante... na padaria...]
    E: [e como é que você compra?] refrigerante?
    I: ih... eu vou lá na botequim... dou o dinheiro... aí se sobrar o troco eu pego... e pego o refrigerante... e dou o troco pra minha mãe... minha mãe abre... e nós bebemos...

  • E: eu quero que você... me diga... o que você acha da sua escola...
    I: da minha escola? a minha escola é a mais limpa do mundo... minha mãe falou que... a minha escola... quando eu estudava na outra escola era suja pra caramba...agora essa daqui é [a:muito] limpinha... [a:muito] orgar/ organizada...
    E: [a:muito] obrigada... tchau...
Parte oral
1993
  • eu estava brincando com o meu colega rafael e então ele quebrou o meu brinquedo e eu fui deser da escada e ele bota o pé e eu cai e eu fiquei dimal com ele
  • a minha mãe era piquena e ela dava dienro dá minha avó porqueminha avó era [a:muito] pobree as filhas junta dienro para dá a minha avó para o aluguel da casa
  • ele tem bonecas pindurado na parede e tambem tem coisa da minha irmã e tem uma pratileira que eu guardo carinhos de friquição
  • a minha mãe mida o dinheiro pra mim comprar refrigerante e eu vou no bar e compro e se sobra troco eu pego e se não sobrar eu vou pra casa e bebemos gurana
  • ela e boa porque e linpa organizada a minha escola e a mas lida do mundo eu gosto muito dela
Parte escrita
1993

  • E: João... conte uma história... que tenha acontecido... com você...e que tenha sido [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: um dia eu estava jogando futebol... aí o meu amigo caiu no chão... aí eu vim correndo... a... aí... aí... eu fui pegar a bola... tropecei nele... e:: fiquei/ aí cai em cima dele... aí ele ficou sangrando... foi lavar a boca... a mão... e tudo ficou sangrando... eu machuquei meu joelho... aí o meu pai... pegou um algodão... botou mercúrio no meu joelho... aí depois parou de sangrar... e nós ficamos comendo churrasco ( ) churrasco na Floresta da Tijuca...

  • E: João... conte uma história... que alguém tenha lhe contado...e que você tenha achado [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: um dia meu pai me contou que o meu tio foi internado... porque... ele ficou doente... aí ele recebeu pon::to... ele já estava com::... cinqüenta anos... aí ele foi internado... ele botou esparadrapo no::... peito... porque estava sangrando... e aconteceu foi isso... que meu pai me contou...

  • E: João... fale sobre o local... onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: eu gosto de ficar na praia porque lá tem onda... tem mar... tem pedra... tem barraquinha de ficar lá comendo... também tem muita outra coisa... tem um morro... que a gente pode mergulhar de lá... pode nadar lá na onda... a onda nos leva... quando a gente está nadando... e é isso tudo...

  • E: João... o que você sabe fazer?
    I: sei fazer a cruz de São Sebastião...
    E: e como se faz a cruz de São Sebastião?
    I: pego uma madeira... duas madeiras... a... aí... coloca uma deitada... e outra... e/ eh... na barriga dela... pega um arame... amarra... depois pinta cor de ouro...aí desenha um santo lá e che/ e [a:pronto] ...

  • E: João... o que você acha sobre a sua escola?
    I: eu a...eu acho a minha escola [a:muito] bonita e boa... porque lá... eu entrei não sabendo ler... agora já sei fazer tudo... a minha professora é boa... meus colegas... eu brinco com meus colegas... muito... todos são bons... eu brinco de um monte de coisas com meus colegas... brinco de luta... de pique- esconde... de um monte de coisa...
Parte oral
1991
  • um dia eu tava jogando futibol e o meu amigo caiu ai eu fui pega a bola e cai tambem ai eu memachuquei e ele ficou sangrando e nós ficamos cumemdo churrasco na floresta do tijuca.
  • um dia meu pai medice que o meu tio foi imternado e o meu pai comecou a chora e ele levou varios pontos e botou um momte de esparadrapo e ele tinha 50 anos de vida e ele depois ficou bom e o meu pai ia visto o meu tio todo dia.
  • eu gosto de ficar na praia que eu brinco e as ondas que leva agente e a gente faz castelo de areia e a gente pode cume na baraquinha na bera da praia.
  • eu sei fase uma cruz de são sebasteão pega duas madera uma deitada e a outra na barriga dela e amarra com um arame e pinta cor de ouro e dezenha um santo.
  • eu gosto da escola porque eu intrei sem sabe ler e escreve e agora ja sei ler e escreve ja sei fase tudoeu tenho colega [a:muito] legaleles bricam de luta de pque isconde.ié [a:muito] legal.e a professora passa os deve.
Parte escrita
1991

  • E: qual é a sua idade? quantos anos você tem?
    I: sete anos....
    E: sete anos... Juliana... eu quero que você conte pra mim uma história... que tenha ocorrido com você... que tenha sido interessante... alegre... ou triste...
    I: eh... o meu pai/ é triste... o meu pai... eh... não... minha mãe... ela foi pra casa de minha avó... né? num... num... num domingo... né? que ela nem foi para dormir lá... aí depois meu pai apareceu... aí ela/ quando... ela... ela... ela pensou que era o meu tio... né? aí depois quando ela foi abrir a porta... foi o meu/ é que eles estam/ eles eram separados ((murmúrio)) a... aí... era o meu tio... meu tio Tico... e meu pai... né? aí... depois... quando a minha mãe abriu a porta... ela viu meu tio e o meu pai... aí... ela depois quando ela viu meu pai... ela ficou chorando... ficou com raiva... ficou nervosa... né? aí depois... ah/ “ele quer me pegar...” eu fiquei com medo... né? dele poder ir atrás da minha mãe... aí... aí a minha tia... que... queria que eu abraçasse o meu pai... beijasse... [a:só] que eu... não... eu ficava chorando... tem/ aí eles me arrastavam para perto dele... e/ aí depois... né? minha mãe falou/ minha mãe quer... conversar com ele... né? aí ele... ele foi...
    E: agora/
    I: meu pai que queria... né? a... aí... né? eu fiquei lá... na... na sala brincando... aí de/ eles se acertaram... aí eles... eles marcaram de fi/ aí minha mãe ficou dormindo lá... né? com ele ( ) aí... quando chegou sa/ quando chegou no dia... minha mãe foi embora... aí ele ficou lá/ eles marcaram... quando... quando meu pai ia morar com a gente... né? aí marcou... aí... tudo...
    E: tudo bem...

  • E: agora eu quero que você me conte uma história que alguém tenha... contado para você que tenha sido interessante... alegre... ou triste...
    I: uma mulher lá... eh... que a filha dela... né? pegou... uma catapora lá... na escola... né? aí depois passou essa capa/ essa catapora... pra irmã dela...
    E: e aí depois... como é que foi?
    I: aí ela ficou doente... doente... né? aí... né? quan/ eh... a tia... soltava/ quando a gente acabava de coisar... ela soltava/ de estudar... né? aí ela soltava a gente mais cedo... porque que a filha dela estava doente... né? ela estava cheia de catapora assim no pé... quando ela... queria ir no banheiro... alguma coisa... ela não conseguia... porque... ela estava cheia de catapora assim no pé... debaixo do pé... né? aí ela não podia andar... e também quando ela ia se sentar... alguma coisa... ela não podia...

  • E: agora... qual é o lugar que você mais gosta de ficar?
    I: eu gosto de ficar... [eh...]
    E: [na tua casa...]
    I: na minha casa?
    E: [uhn... uhn...]
    I: [eu gosto de ficar] na minha avó... sentada no sofá vendo televisão...
    E: e como que é... a sala da sua avó?
    I: na minha avó... é... é... é assim... é uma coisa assim... aí tem uma janela... uma porta assim... e a... a... a... e ali tem uma porta... aí de/ ali tem uma porta... aqui tem outra... aí aqui é a janela... aí tem um sofá assim... outro aqui... e outro aqui... aí assim é a estante... e aqui a televisão... aí eu fico vendo... televisão...

  • E: e o que você sabe fazer? sabe fazer alguma coisa? o que que você sabe fazer?
    I: eh... fazer alguma coisa?
    E: é... lavar louça... lavar roupa...
    I: eu se/ oh... calma aí... eu sei eh::... varrer a casa... né? eh... lavar... eh... passar... pano no chão...
    E: como é que passa pano no chão?
    I: assim... você pega a vassou/ pega o pano... molha... aí depois bota assim na vassoura... aí pega a vassoura e vai esfregando assim... no chão...

  • E: e o que que você acha da sua::... da sua escola?
    I: eu acho legal...
    E: por que que você acha legal?
    I: porque::... é porque lá tem muito colega... bom... meu... né? a/ é a Eloísa... a Luana... e o Alex... a Vanessa... eh::... todo... todo mundo lá... a Leila... a Liliane...
    E: obrigada...
Parte oral
1993
  • equi a minha mãe foi para casa da minha avó: aí ne depois venho o meu tio e meu paiaí minha mãe penso que Era [a:só] meu tioaí ela abio a porta ai ela vio o meu tio e meu pai
  • A aluna da minha espricador estava com uma catapora orível ai a mãe dela deu um remedio pra Ela aí ela ficou boa
  • A casa da minha avó tem um sofa para cada lado masparaca e a estante ai tem uma televisão
  • Eu pego um pano mouro i depos eu pego a vasorá e malho o pano nela
  • Eu acho ela boa porque a minha profissora gosto de mim minhas colegas são boa a diretora e tambem Eu aprendi muito coisa nesa Escola
Parte escrita
1993

  • E: Marta... eu quero que você me conte uma história... que tenha ocorrido com você... que tenha sido interessante... alegre... ou triste...
    I: um dia... eu estava descendo pra poder... entregar um... um negócio pra minha colega... aí quando eu subi... eu olhei pra baixo... eu vi um::/ uma mulher de preto... aí eu saí correndo... aí quando eu cheguei lá em cima... eu senti uma coisa tirando... tirando do meu pé... aí eu fui... corri... aí fui peguei meu sa/ minha sandália... corri... aí o portão estava trancado... eu comecei a bater no portão... aí o garoto abriu a porta pra mim... aí eu saí correndo pra casa...

  • E: agora eu quero que você me conte... uma história que tenha... ocorrido com alguém que você conheça... que tenha sido interessante... alegre... ou triste...
    I: a garo... a garota me contou que a mãe dela... sempre eh::... estava tabalhando de noite... aí um dia o saci apareceu e pegou ela...

  • E: me diz como que é o lugar que você mais gosta de ficar na tua casa...
    I: eu gosto de ficar na minha sala...
    E: e como é que a sua sala é?
    I: a minha sala tem um... sofá... duas poltronas... tem muitos quadros... eh... tem uma estante... (eu tenho) um lado que... é cheio de discos... e o outro é fitas... eh... tem flores... tem o::... som... tem a televisão... tem as cerâmicas...

  • E: e::... você sabe fazer alguma coisa?
    I: sei... sei lavar louça...
    E: como é que lava louça?
    I: eh... bem... eu pego os pratos... vou... jogo água... jogo a água fora... passo sabão... aí vou... passo bem passadinho... aí vou... enxágüo... e boto no::... escorredor de pratos...

  • E: e::... que que vo... que você acha da sua escola?
    I: [a:bom] ... acho ela [a:muito] boa... eu acho ela [a:muito] legal...
    E: e que mais você acha dela?
    I: ah... eu acho ela interessante... porque tem muitas outras escolas... por aí... que...tem gente que... que é [a:muito] assim... [a:meia] ... que não sabe muito das coisas...e bota na segunda série... e quando chega lá não sabe fazer nada...
    E: ah... é por isso que você gosta da sua escola?
    I: é... porque pelo menos ela é organizada...
    E: ah... [a:muito] obrigada...
Parte oral
1993
  • quando eu estava indo para casa e Derrepente eu senti uma coisa correndo atrais de mim e eu corri o meu chimelo saiu do meu pé eu peguei o meu chimelo e corri para o portão o portão estava fechado e bati no portão e fui para casa
  • um dia eu estava com minha colega e ela me falou que a mãe dela estava pulando corda e o sasi pegou a mãe dela. e depois a mãe munca mais pulou corda. FIM
  • A minha sala tem muitos quadros tem a televisão tem a estante eo rádio
  • Eu pego o prato passo sabão e depois eu passo água no prato e coloco na estante de louças
  • Eu acho a minha escola [a:muito] boaporque tem outras escolas que tem pessoas que bota as criança na 2a sére so porque e grande de mais
Parte escrita
1993

  • E: Paulo... conte uma história... que tenha acontecido com você...e que tenha sido [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: eu estava brincando bem de pique-alto... aí... minha/ eh::... eu fui correr... em volta da cruz... eu levei um tombo... eh::...aí fiquei com o meu pé [a:todo] ... arranha::do... ficou sangrando... (e teve que ir no banheiro) levar eh::... um... um remédio... pra parar de doer... depois eu fui pra casa... aí eu fiquei lá deitado... e:: e fiquei dormindo...

  • E: Paulo... conte uma história... que alguém tenha lhe contado...e que você tenha achado [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: o Chapeuzinho Vermelho... foi levar a comida pra vó... aí... o lobo pegou ele... e comeu toda comida... aí... ele::... foi::...foi... eh::... levar [a:só] os doces pra vovó... aí a vovó falou “ah:: filhinho... [a:só] tinha isso em casa?” falou “é o jeito... (mas o cachorro mau) comeu... aí...eu [a:só] trouxe isso... tá? mas ( ) amanhã eu trago mais...” aí acabou...

  • E: Paulo... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... de passear... ou brincar...
    I: eh::... em Paquetá... tem::... charrete... tem::... praia... tem barca... tem... tem::... bicicleta pra andar::... tem::...qual é o nome [a:mesmo] ?eh::... eh::... deixa eu pensar... tem pescador... tem/ eh:: lá em Paquetá é um lugar bom... lugar gostoso de brincar... tem ventinho... tem mar... tem tudo... que a gente quer...

  • E: Paulo... o que você sabe fazer?
    I: uma televisão...
    E: e como se faz uma televisão?
    I: a gente pega uma fo::lha... bota... a... aonde bota a imagem... e:: depois bota os botão... bota... pra mudar o canal::... eh::... eh::... a moça falan::do... ah... um monte de coi::sa...

  • E: Paulo... o que você acha sobre sua escola?
    I:eu acho ela boni::ta... [a:muito] gran::de... eh::... com um monte de amigo... é... é... é [a:muito] boa... eh::... eh::... é... é... é boa pra estudar... é boa pra brincar... tem quadra... mas na outra escola que eu estudava... não tinha na::da disso... [a:só] tinha gangorra... eh::... eh:: balan::ço... e... aquelas casinhas de escorregar... o escorrega... aqui eu posso brincar de pique-esconde com meus amigos... posso brincar de pique-alto... pique::... pique-pega... pique-cola americana... meus amigos são legais... e mais ou menos bom:: comigo... eh:: meus amigos são legais... brincam de vez em quando de pique ( ) eh::... eh:: de vez em quando brincam ( ) mas eles são legais... brinco de vez em quando com o André... que é meu amigo também... Rodrigo... outro dia a gente estava brincando no recreio... ( ) três pra coordenação... e acabou...
Parte oral
1991
  • Euestava Brimquedo de paqui auto derepeite Esemaxuquei o dedo do Pé ai omeuamigo Melevopara o bom Beio de pos Ficou bom
  • o meu a migo micomtouma Estoria do Fapeusimgom vermeco a i o lobo Foiecomeu a comida to da a vovô Fecou uma Fera E o chapeusim como Fouma Fera Etabei Ficomuito triFe.
  • Em Paqueta tem Pescado tabeim tem praia tem bisiqueta tem areia tem Farete tem bar tem lago tem omoite de qur va tem casa tem barca tem Prasa tem cadeira tem peixe Eu gosto de lade Paqueta Por que lateimutacoisa
  • Eusei Fase uma televiseu bota o boteu bota a meleFalemdo bata o sou bata au gei veido bota o ParaFuso bota a vauvola bota a bomdea
  • E a Fo o tima Euposo brimca ma o tra Escole sotinha o escorega o balemso a escada Eu a Fo legau de vertida alegri sauda veu elgse meu a mor E migaPaFeu tei quadra tei bimaldo tei a migo ela E Elegau Eu gosto da Pro Fesa e da escola mania Escola tei Parque
Parte escrita
1991

  • E: Rafael... conte uma história... que tenha acontecido com você...e que tenha sido [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: é que... é que na minha casa... eh... quando eu fui pra escola... a minha amiga... ela tinha descido pro recreio... aí... ela se machucou... aí ela te/ ela teve quase que ir pro hospital... aí ela quase/ aí ela operou... cinco pontos... aí depois ela foi/ ela vai pro outro colégio... aí depois ela voltou pro colégio... e estuda tudo que a gente está estudando agora... e também... que:: a gente... a gente vai ter muito cuidado... porque senão pode acontecer com... com a gente... o que aconteceu com ela...

  • E: Rafael... conte uma história... que alguém tenha lhe contado...e que você tenha achado [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: ela contou uma história... de uma sereia... que ela tinha ido pro mar... aí... eh... veio um... um navio... aí era... era um moço... aí ele afundou no mar... aí ela pegou ele e levou pra terra... aí depois ela... ela... ela foi pro mar... porque ela não queria... não queria que ele visse ela... aí ela foi pro mar... ficou numa pedra... aí depois... o pai descobriu... aí derrubou tudo... da coleção dela... aí... depois... ele... eles... eles... se encontraram... aí... o pai dele... eh... destruiu todo o barco dele... e to:: e to... e todos os amigos dele... aí... ela virou/ ela ficou feliz para sempre...
    E: que bom... quem contou essa história?
    I: a tia/ é que a tia contou da história... que estava no livro...

  • E: Rafael... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: é que lá em Poços de Caldas tem um relógio grande... aí a gente tirou foto... aí depois... lá... quando a gente andou... de carro... aí lá tinha um parque... aí a gente estava/ ficava brincando... aí depois eu sempre ia no relógio...porque ele era [a:muito] bonito... e o parque também... e também... eu gostava muito de lá... porque lá eu fazia muitos amigos... ele tem brinquedo...é [a:muito] legal os brinquedos... e eu sempre vou lá... porque meu pai deixa eu ir lá... e às vezes ele deixa eu andar de patins no relógio... e ele/ o meu pai vai comigo em todos os brinquedos... e ele vai embora... e vai noutro dia... e a gente volta pra cá...
    E: que tipos de brinquedos tem lá?
    I: eh... montanha russa... eh... trem fantasma... eh... uhn::... eh... ahn::... o::/ a roda gigante... eh:: e::... e um/ e o balanço... e também... eu tenho... eu tenho... uma irmã... que sempre vai lá... e também sempre vai de patins...

  • E: Rafael... o que que você sabe fazer?
    I: eu sei... eu sei fazer um bolo ( )
    E: e como se faz um bolo... Rafael?
    I:é [a:só] pegar um ovo... ou dois ovos... se você quiser fazer um grande... e pegar::... um quilo de farinha... um pouquinho... e depois mexer... depois botar... eh:: manteiga... açúcar... mexe... aí depois você bota na forma e bota no bo/ e bota no forno... aí depois você tira e está pronto...

  • E: Rafael... o que que você acha sobre sua escola?
    I:eu acho [a:muito] legal... porque os meus/ legal os meus amigos... porque eles sempre me ajudam quando eu... quando eu me machuco... e também me levam pra... enfermaria... e a tia dá muito dever de casa... quando a gente precisa... quando a gente não precisa ela não dá...e por isso os meus amigos e a minha professora são [a:muito] bons comigo... na minha escola tem brinquedo... tem um montão de coisa...
Parte oral
1991
  • A minha amiga caio e semaxocou e foi na imfermaria e pasou mertiolhate e coase foi e foi pra sala e saiu sange um pouco e de pois elá foi para casa e ficou feliz e com muita saldade e bricava com os amigos.e eu sem tirsaldade e com amisade qui é a mas inportancia dese mundo e eu gosto de você muito.
  • A pequena sereia.Era uma ves uma sereia [a:muito] tresti e vivia no mar [a:muito] soe com o pai que não queria que elá nãomarase o umanio mas sim o sereio ele não gostava dele intão ele destruio o barco que ele morava e destroio a colção dela a sereia pequenaa sereia era [a:muito] bonita a sereia.e eles cicasarão e viverão felises para sempre.autor rafael.
  • eu gosto de brincar lá porque é o relogiode posos de calda elá tém um parc de diverção e tem o trem fantasma e a roda gigante e outros brincidos outros o melhor de tudo é o relogio que é o esporte e o parc de diverção.ecipodece eu ia todo o dia eu gosto de ir lá.
  • eu sei fazer um bolo com um ovo e a mantega e a çucar mexe bota farinha de trigo mexe poi leite mexe poi nescau mexe e poi no forno e de pois tira do forno e de pois come.
  • eu gosto dos meus amigos porque eu gosto deles muito muito do João e os outros amigos queeu gosto e vou sempre gostar muito meus amigos brincão com migo e eugosto poris e que eu agudo e purque ele meaguda quando eu estou duente e com febré e com pememunia e outros me as duensas eu gosto da minha escola purquea minha prefesora é [a:muito] boa.
Parte escrita
1991

  • E: Sabrina... conte uma história... que tenha acontecido com você...e que tenha sido [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: quando eu estava correndo... com a minha amiga... da escola... Fernanda... conhece? aí a gente caiu... aí ela começou a rir... aí... aí eu estava::... com o cabelo preso... aí a gente::... caiu sentada... mas a gente não se machucou... ficou doendo... aí... aí... bateu o sinal... aí a gente foi formar... aí a gente ficou brincando de::... eh:: sabe? aquilo... brincar de::... de::... rodinha... aí... uma colega minha... estava no meio... ela ficou no meio... aí a gente/ ela estava com o brinquedo... aí a gente queria brincar com ela... aí... sabe o que aconteceu? o copo estava furado ela pediu pra mim/ o copinho pequenininho... aí ela pediu pra mim... ir buscar água... aí... estava furado... eu não vi... aí... eu fui pegar água... caiu tudo eu não percebi... aí...eu achei [a:muito] engraçado... que tinha/ estava furado o copo... aí quando eu fui levar... eu não tinha percebido... aí quando eu cheguei no banco... lá fora... que eu estava brincando com ela... aí... sabe o que aconteceu? aí... caiu toda água... eu não percebi que... que tinha saído... pelo furo... aí... né? a minha amiga::... levou biscoito e colocou... creme eh::... na panelinha dela... aí...eu achei... isso [a:muito] engraçado...por causa que era uma panelinha [a:muito] pequena... e não cabia... todo biscoito...

  • E: Sabriana... conte uma história... que alguém tenha lhe contado...e que você tenha achado [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: minha mãe me contou que quando ela era pequena... ela... não... não... tinha comida... e ela ia pra escola... [a:só] comia batata doce... e ela... quando ela não/ ela::... não fazia o que a mãe pedia... a mãe batia nela até sangrar... sangrar... ela me disse... aí... quando a/ o pai dela pedia pra ele/ ela ir pra pescar com... com ele... tinha tanta lagarta... tanta lagarta... que ela nem gostava de pescar com ele... e tinha que pegar minhoca com a mão... e... e... pegar os peixes... pescar... aí... minha mãe ficava furiosa... e ela sempre tomava banho... quente... por causa... que lá... tinha só... só... [a:só] tinha água quente...e ela morava::... [a:muito] longe aqui da minha casa... eu ainda não tinha nascido... aí... quando ela cresceu... ela casou com o meu pai... aí ela teve minha irmã... mais velha... aí... depois... ela teve o meu irmão... né? aí ela teve eu depois... aí... ela me colocou na escola... colocou meu irmão na escola... colocou minha irmã na escola... e nós todos ficava brincando na escola... ela ia buscar a gente... minha irmã sempre:: cuidava dela... de/ mim... e do meu irmão... minha mãe sempre pedia pra ela levar a gente na esco::la... eh:: porque... meu irmão agora está estudando de tarde... e minha irmã:: de noite... e eu estou estudando de manhã...

  • E: Sabrina... fale sobre o local... onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: eu gosto... de brincar na... na minha casa... que lá tem::... o... corredor mui::to grande... na minha casa... tem uma cozinha que é primeira... uma área... e uma sala... e lá tem um sofá... tem uma estante... tem uma cama na sala... e minha mãe fez um sofá... e fez uma caminha pra mim... e... a minha mãe tem um quarto...ela tem um quarto... [a:muito] bonito... tem cama... geladeira... e lá fica a televisão... tem uma vitrola... a gente ouve um monte de disco... que tem lá... na sala... na sala... na sala tem muitos enfeites... aí... aí a gente::... brinca na/ com/ eu brinco com meu irmão na sala... ou lá fora... a gente anda de bicicleta... aí eu fico enjoada... ele anda na grande... eu ando na pequena... mas eu peço pra ele... me emprestar a grande... e ele nunca me empresta... aí eu ando na pequena... aí depois eu fico enjoada... vou pra casa... e fico dormindo um pouquinho...

  • E: Sabrina... o que que você sabe fazer?
    I: sei fazer um barquinho de papel...
    E: e como se faz um barquinho de papel?
    I: a gente pega uma folha... grande... pega/ rasga do caderno... faz alguma coisa... na folha de papel ofício... aí a gente faz o cantinho por cantinho... aí a gente faz outro cantinho com outro cantinho... aí a gente pega... aí faz outro cantinho... aí faz outro cantinho... aí depois a gente faz um quadradinho... aí a gente abre o quadradinho... aí sai um bar/ um:: barquinho pra gente pintar... aí às vezes... de vez em quando... eu rasgo um pedacinho... e rasgo outro pedacinho... aí eu faço uma blusinha... de papel...

  • E: Sabrina... o que que você acha da sua escola?
    I: eu acho a minha professora boa...a escola é [a:muito] boa... eu gosto::... de todo mundo da escola... o problema quando a gente forma... bate o sinal... aí... os meninos ficam me empurrando... pra lá e pra cá... e todas as meninas caem em cima da outra... aí depois a tia chega e manda a gente... subir... a gente sobe... na escada... aí ficam brigando... porque chegou aqui primeiro... aí não sei o quê... aí... depois a tia fica esperando... aí ela diz assim “se vocês ficarem... assim... eu não vou subir...” aí... ela/ aí todo mundo começa a gritar no corredor... aí... ela diz “todo mundo está tendo aula...” aí depois/ todo mundo fica lá dentro... a gente entra na sala... aí a tia manda a gente pegar a caderneta... a gente escreve... quatro::... quatro ( ) aí... às vezes a gente escreve muito... aí a tia às vezes quando tem muito tempo... ela passa dever pra gente fazer... passa dever de casa... e depois pede pra gente jogar quando tem muito tempo... às vezes a gente vai pra biblioteca...
Parte oral
1991
  • um dia Eu tava corendo na ESCOLA com a Fernanda e a gente caiu e a gente começou a rir o outro dia Minha amiga levou o brinquedo ai Eu foi beber água no copinho de brinquedo ai Eu foi ver se ele tava cheio ai a água sumil eu rie abesa e levei o copo de volta para a minha amiga
  • Minha mãe quando era pequena ela era [a:muito] pobree ela ajudava o pai a pescar peixe para comer Minha mãe morava na roça e a merenda da ESCOLA dela era batata docê e quando ela creçeu e cazou com meu pai meu pai morava na paraiba a gora nos moramos no grajaú
  • Eu gosto de brincar na minha casalá tem um coredor é [a:muito] grandemeus primos vai na minha casa e brinco com meu irmão ele tem 11 anos lá tem monte de caroros e de bicicleta
  • Eu sei fazer um barquinho de papel é cantinho com cantinho ai vem um quadradinho ai vira um barquinho se Eu tirar pedasinho vira uma bruzinha
  • Eu gosto da minha Escola gosto da tia gosto do tio a gente brinca bate o Sino Eu subo a tia pede a caderneta depois a gente vai enbora meu pai vem me buscar na minha escola na escola tem parque escorega brinquedo
Parte escrita
1991

  • E: Sirlan... conte uma história que tenha acontecido com você...e que tenha sido... [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: eu estava correndo... atrás do meu colega... aí... eh... eu... eu... estava correndo... aí ele se escondeu... aí... e... ele... foi pra coordenação... aí... eu... o Renato... e o... Rodrigo e eu... foi... foi pra coordenação... a tia conversou com a gente... aí...aí a gente foi... foi [v:brincar] ... [p:de] [a:novo] ... aí voltamos pra cá...

  • E: Sirlan... conte uma história que alguém tenha lhe contado...e que você tenha achado... [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste...
    I: eu... estava escutando a história... aí... eu passei pelo ( ) aí... começou assim... a cobra tinha chifre... e... e... e estava com asa... e também ela... ela ( ) aí o elefante... eh... estava com orelha de... el/ de... não... é... não... o porco estava com orelha de elefante... aí o/ a... a vaca dava qualquer leite... a/ e também... o peixe... e... era da... da terra... a gente... morava em/ na... na água... aí também... a gen/ o/ a gente estava andando... an/ não... a gente estava preso no... no/ na... na... jaula... e tam/ aí... o... eh... aí... os bichos olhavam a gente... ( ) a ga... a galinha queria sal... milho... e::... e milho cozido... e pipoca... e também eh... eh... eh... o menino... pensou que... todo mundo era feliz...

  • E: Sirlan... fale sobre o local onde você mais gosta de ficar... passear... ou brincar...
    I: na fazenda... tem... eh... cavalo... eu... eu gostava de andar... e também eu...eu brincava [a:junto] com minha... irmã... e também... eh... o meu pai... cuidava... eh... cuidava dos bichos... aí... e minha mãe ficava dormindo... aí tinha brinquedo... aí... eh... eh... o meu pai... né? eh... cuidava dos bichos... e também... eu... brincava com os cachorros que tinha lá que tomava conta... um era filhote... e tinha dois adultos... aí... eh... eh... aí... eu sentei... pra fazer um... um/ o meu... o meu livro de história... aí... eu... eu... eu... brincava em casa... e brincava fora...

  • E: Sirlan... o que você sabe fazer?
    I: boneco de massinha...
    E: e como se faz um boneco de massinha?
    I: eh... eh... eh... o corpo... as pernas... a outra perna... e um braço... e outro braço... a garganta... e o::... e... e o::/ a cara...

  • E: Sirlan... o que você acha sobre sua escola?
    I: eu... eu brinco com meus amigos... a minha... minha tia não conta história eh... todo dia também... e também eh... eh... os:: os meus amigos... os meus amigos brincam comigo... né? e também/ ela é boa porque... a gente estuda... e... e...e tem [s:amigo meu] que... que... eh... não [v:estuda] [a:direito] ...fica de conversa e... e eu não fico... de conversa...
Parte oral
1992
  • Eu tava corremdo na trais do meu amigo o meu 2 amigos ai os meu amigo amigo elevo agente na codernação foi pra sala
  • Eu tava centado no chão da sala ai ela tava comtando a sim a cobro tinha chifre a cobra tinha asa para voar o porco tinha olho de elefante a vaca da coque leite e o ceromano tava jaula e os bicho tava veda ajente e o galo dorminhaco as galinha queriam milho cosido e pipaca docê e o menino queri que todo mundo seja feliz
  • Eu gostaria de i a fasemda eu tava brincado co os cão o meu pai tava cuidando dos bichos e tava bricando de briquedos e eu tava vasemdo trabalho de casa deto da minha fasemda tinha briquedos.
  • Eu cei faser boneco de massinha se fais a sim péga o corpo bota o braço bota outro braço bota as perna bota outra perna bata a cara toda o dos olhos bota a boca e a dos orelha.
  • Os meu amigos brica com amigos eu brico com os meus amigo as vezes a tia comta estória o meus amigo ficão com o zoutro amigo eu fico bêm queto a minha tia fala muito isso a gente brica de Saibercop a tia briga com agente.
Parte escrita
1992

  • E: Suellen... eu quero que você me conte uma história... alegre ou triste... que tenha acontecido com você...
    I: teve um dia... que minha mãe estava... eh... descascando batata... aí a faca caiu no chão... aí caiu assim em pé... aí... eu fui assim brincando com a... minha prima pequenininha... que o nome dela é Vivian... passando assim... eu pisei em cima da faca...
    E: e aí? depois...
    I: aí depois... minha mãe foi correndo... pegou o mertiolato passou... porque não tinha... mercúrio...mas [a:só] que ardeu muito porque... mertiolato arde muito... eu prefiro/ preferia mais eh:: o::... mercúrio... do que o mertiolato...

  • E: agora eu quero que você me conte uma história que... alguém tenha te contado... que você não tenha visto... e que tenha sido alegre ou triste... intere/ ou interessante...
    I: eu/ triste... eu já/ não... é interessante...
    E: ahn... ahn...
    I: eu estava lá dentro... lá... lá... lá no quintal assim de casa e... aí fingindo que minhas filhas foram... foram no portão...mas [a:só] que meu portão de verdade... mas só... que aconteceu lá... uma menina lá... um/ ela estava correndo... ela subiu assim correndo... pra cima assim/ eu sei que minha rua/ uma rua lá de casa assim... aí... ela/ a/ o cachorro voou em cima dela... aí... avançou nela... ela caiu... meu cachorro passou por cima dela...
    E: e ela ficou machucada? como é que ela ficou?
    I: ela machucou assim... aqui na canela... mas eu não vi... quem me contou foi minha prima... e minha vizinha que estava lá...
    E: ah...

  • E: agora eu quero que você me diga... qual o lugar que você mais gosta de ficar...
    I: como assim?
    E: na tua casa...
    I: como assim?
    E: na tua casa... qual é o lugar em que você mais gosta de ficar?
    I: no meu quarto...
    E: e como é que é seu o quarto?
    I: ele é uma/ ele tem um monte de brinquedo... e tem/ e eu tenho um... um... um cach/ um leão grandão... da Maritel... com os filhozinhos... com os leãozinhos...

  • E: agora eu quero/ você sabe fazer alguma coisa?
    I: como assim?
    E: sabe cozinhar?
    I: sei lavar louça...
    E: e como é que lava louça?
    I: eu pego/ pega um... pega eh... eh uma esponja... com sabão... passa no sabão... quer dizer... passa no sabão... depois pego com a coisa que você está lavando... passa la/ molha... depois passa o sabão... a esponja com sabão...depois lava... jo/ depois [v:enxágüa] [p:de] [a:novo] ...

  • E: e::... eu quero que você... me dê a sua opinião... sobre o que você acha da sua professora...
    I:a professora é boa... mas [a:só] que quando tem gente faz bagunça... ela fica nervosa... hoje lá em cima... ela pegou a ( ) a cadeira... e tacou em cima da parede...
    E: obrigada... Suellen...
Parte oral
1993
  • minha mãe estava fazedo comida ai ela foi descasca batata na quintal ai a faca caiu no chão ai eu pizei en cima i a i eu corteio pé.
  • era minha visinha ela estava brincando no quitau aí ela passou en freite a cosinha dele ai o cachorro avensou en cima dela aí aí cachorro mordei ela
  • tem 3 cama e 1 guardavestido e muitos briquedo encima do guardavestido e uma mesa
  • Eu pego a espoja e molho os taleres e depois passo a espoja no sabão e passo no taleres e tamban nos pratos
  • a minha professora e legal com a geite porque ela me en sina e ela e sabida
Parte escrita
1993

  • E: Thiago... eu quero que você me conte uma história... que tenha ocorrido com você... que tenha sido alegre... ou triste...
    I: era uma vez quando eu fui no clube... aí eu peguei uma jaca... aí quando::... o meu irmão (contou)eu peguei [a:só] uma... [a:só] que fiquei triste... aí ele me deu nenhum... depois minha mãe foi... pegou mais que ele e me deu... aí no clube... quando a gente fomos lá em cima na montanha... a gente viu um tatu... e a gente saímos correndo... ((riso de E))
    E: e depois?
    I: depois... aí a gente/ depois chegou ali... na ladeira... depois a gente saimos corren/ eu rolando assim... e::... e aí fomos lá... depois no chuveiro lá... lá na piscina... depois tomamos banho de piscina... aí... aí quan... quando meu irmão pulou no fundo... [a:só] vi... eh... depois (ficamos) se afogando... ((riso de E))

  • E: agora eu quero que você me conte uma história... que alguém tenha contado pra você que tenha sido alegre ou triste... que um colega seu tenha te contado...
    I: ahn... era uma vez... que... quando ele estava brincando... aí... assim de balão... o cara está soltando balão... quando... quando foi... e soltou o balão... quando (foi) do balão deu assim com a/ caiu ali no::... assim numa árvore deles... depois pegou fogo... depois foi... pegar a mangueira... depois... CHIII... [jogar água...]
    E: [isso foi onde?] na sua casa? perto da sua casa?
    I: não... foi um colega meu que contou isso...
    E: ah... o teu colega te contou...

  • E: e agora... qual é o lugar que você mais gosta de ficar na sua casa?
    I: eh::... no quarto...
    E: e como é que é o seu quarto?
    I: ele é grande...
    E: mas o que que ele tem? que que tem no teu quarto?
    I: tem brinquedo... assim... tem três camas... dois... dois televisão... dois ventilador... aí... quando... quando desço... eu e o meu irmão... fica brincando de buraco... essas cartas... de brinquedo... depo... depois a gente fica brincando lá na rua de champinha...
    E: ah:: sim...

  • E: e você... sabe fazer alguma coisa? o que você sabe fazer?
    I: sei consertar... assim walkman...
    E: sabe consertar walkman? como é que conserta walkman?
    I: eh:: quando eu abri aqui... e aqui... aí assim eu fui consertei ( ) coloquei a pilha... depois... botei o fio de volta... depois o walkman funcionou...
    E: uhn...

  • E: e o que que você acha da sua escola?
    I: boa...
    E: por que que você acha que ela é boa?
    I: porque...
    E: por que você gosta de es... estudar na Gustavo... Armbrust?
    I: eu gosto... é assim... por causa da professora... essas coisas... escrever... ler... eh... tirar nota na prova... ensinar... desenhar... assim essas coisas...
    E: é por isso que você gosta da sua escola? você faz muita coisa aqui...
    E: obrigada...
Parte oral
1993
  • era uma ves pegei uma jaca e meu irmão pegou um mote ele mideu uma jaca e eu fiquei com buas e deu para minha mãe para leva Emcasa combo e fiu embora para casa eu comin no carro
  • meu colega comtou que foi pega o balão que pegou fogo e que balão que tava caino e ele foi pega o balão pegou fogo cabou quei não pegou o balão que pegou fogo.
  • Ele e [a:muito] grandeele tem uma janela [a:muito] grande ele e [a:muito] alta. tem armario é estante e banhero. eu brinco de bola dentro do meu quarto
  • eu concerto com a chave de fenda é meu irmão estraga o rabio e minha mãe manda para mim comserta o rabio
  • eu gosto dela eas professoura e [a:muito] boaeu tiro sempre nota boa meu colega são legas ela e perto da minha casa
Parte escrita
1993
  • Fui à PUC fazer uma entrevista e ainda faltava uma entrevista.Fui ao departamento e pedi a lista dos formandos de onde tirei o nome do único informante que se encaixava no que eu precisava.Liguei para ele e lhe expliquei tudo que sei sobre a pesquisa.Ele se mostrou disposto a colaborar.Como eu moro muito longe dele, combinamos (em um dia em que ele iria ao Centro da Cidade) de fazer a entrevista no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB).Fui ao CCBB alguns dias antes para alugar uma sala de leitura.O uníco problema é que para alugá-la é necessário um mínimo de três pessoas.A atendente (do CCBB) me sugeriu que eu pedisse a qualquer pessoa que estivesse no CCBB no dia marcado para ficar dentro da sala conosco.No dia da entrevista, enquanto eu esperava pelo informante, encontrei um conhecido meu e pedi a ele que ficasse conosco na sala.A sala é silenciosa e a entrevista foi muito agradável.Conversamos um pouco antes de começar a gravação.Expliquei para ele cada uma das questões e quando ele disse que estava preparado começamos.Ele me pediu para interromper a gravação entre uma pergunta e outra, exceto entre a quarta e a quinta perguntas.Mais ou menos na terceira pergunta (descrição) a minha voz e a dele começaram a ficar um pouco distorcidas (mas não dificulta nem um pouco a compreensão). [a:Somente] na ultíma pergunta a distorção começa a piorar.Isso [a:só] foi percebido no momento da transcrição.A fita acabou no final da entrevista (na quinta pergunta), o que acabou beneficiando a entrevista, pois o outro lado da fita não teve problomema de distorção.O informante foi muito prestativo e queria fazer a parte escrita o mais rápido possível devido ao seu interesse.A parte escrita foi feita sem a minha presença e em três dias ele me ligou dizendo que já estava pronta.Devido à distância da casa dele para ter a parte escrita em minhas mãos.Liguei para um tio meu que mora no mesmo bairro que o informante e que foi buscá-la para mim.Um amigo do meu tio de trabalho mora perto da minha casa e a trouxe.Apesar desses pequenos incidentes a entrevista é boa.
  • O Daniel é o melhor amigo da minha irmã da faculdade.Eu já o conhecia há alguns anos e é também meu amigo.Quando eu precisei, liguei pra ele e pedi pra entrevistá-lo.No dia combinado fui até a sua casa.Expliquei para ele as perguntas e quando ele disse que estava preparado começamos a gravar.Entre a primeira e a segunda questões e entre a terceira e a quarta, ele me pediu que parasse por um instante a gravação.Durante a terceira questão ele me pediu que explicasse melhor a pergunta.As interrupções externas foram a de um amigo dele que foi entrando no quarto e começou a falar com o Dani sem perceber que ele não interrompesse e então ele saiu e o seu cachorro que latiu um pouco.A parte escrita foi feita sem a minha presença.A primeira e a segunda pergunta ele respondeu logo no dia seguinte e veio aqui em casa me entregar (ele deu para a minha irmã na PUC).É uma das melhores entrevistas que eu fiz.
  • Um dia uma amiga da faculdade da minhã irmã veio à minha casa imprimir um trabalho e ao saber que ela estava no último ano da faculdade, expliquei que fazia parte de uma pesquisa e precisava entrevistar alguns formandos.Perguntei se ela poderia me dar a entrevista e ela concordou.Ela me deu seu telefone (eu não a conhecia antes) e liguei para ela pra saber um dia 5 5 em que ela estaria livre.Combinamos e fui até sua casa (pois ela mora a um quarteirão da minha casa).Expliquei para ela as cinco questões e logo em seguida comecei a gravar.Fiz a primeira chamada (narrativa de experiência pessoal) e ela pediu um tempo para pensar.Interrompi a gravação.Com a segunda pergunta (narrativa recontada) aconteceu o mesmo após a chamada ela pediu um tempo para pensar e eu interrompi a gravação.Ela respondeu e em seguida fiz a terceira pergunta (descrição) que ela não pediu tempo para pensar.Na quarta pergunta (relato de procedimento) ela também não pediu um tempo.Depois fiz a quinta pergunta (relato de opinião) que também não foi interrompida.Estávamos sozinhas na casa dela e não tocou nem o telefone nem a campainha.Como o apartamento dela é de frente para a rua,algumas vezes [v:ouvia-se] uma buzina de carro mas muito [a:baixo] porque o apartamento dela é no quinto andar.A parte escrita foi feita sem a minha presença e ela me telefonou quando a entrevista ficou pronta (uma semana depois da entrevista oral).Ela não seguiu a ordem das respostas.Três meses depois da entrevista tornei a me encontrar com a informante para realizar uma pergunta (fala letrada).Telefonei para a informante e lhe expliquei porque precisava me encontrar com ela mais uma vez.Ela me explicou que estava um pouco ocupada e na semana seguinte tornei a ligar para combinar o dia.Fui à sua casa e no mesmo dia gravamos a fala letrada e ela escreveu também.
  • Minha prima me deu o telefone da firma onde ela estagiou e o nome de alguns amigos que ainda estavam lá e que se encaixavam no módulo que eu entrevistei.Liguei pra lá e falei com algumas outras pessoas antes de chegar a falar com o Jorge.Quando falei com ele ao telefone, lhe expliquei o propósito da pesquisa e sua importância.Ele se mostrou disposto a me dar a entrevista e me disse qual seria o melhor dia para ele.No dia combinado fui até uma sala “silenciosa” (a mais silenciosa que pudemos achar).Havia uma senhora trabalhando com alguma máquina.Uma das luzes da sala fazia um barulho estranho e a moça não se incomodou de desligá-la.Ela não fez nenhum barulho que incomodasse.Um amigo dele veio [a:junto] conoscoe se sentou [a:próximo] a moça sem conversar com ela.Expliquei para o Jorge as questões da pesquisa e lhe dei um tempo para se lembrar de algum fato para me contar.Quando ele se lembrou de algum fato pra me contar.Quando ele se lembrou começamos a gravação.Entre a primeira pergunta (narrativa de experiência pessoal) e a segunda eu pedi para parar a gravação por um instante.Voltei a gravar.Ele me contou um fato que eu fiquei na dúvida se era apropriado ou não mas não pedi que ele repetísse.Parei a gravacão e dei a terceira chamada.Depois da terceira chamada fiz a quarta sem interromper a gravação.Da quarta pergunta para a quinta também não houve interrupção.Em um dado momento da quinta pergunta o informante se dirigiu ao seu amigo para confirmar algo.A parte escrita foi feita sem a minha presença.Eu lhe expliquei o que deveria ser feito e fiquei de ligar para saber se ele já tinha terminado.Ele fez a parte escrita em três dias e me ligou.Fui até seu trabalho buscar a parte escrita.Durante a transcrição [a:acidentalmente] [s:eu] [v:desgravei] algumas palavras da entrevistamas [a:felizmente] eu já tinha escrito essas palavras.A narrativa recontada teve que ser refeita (tanto a parte oral como a escrita).Mais ou menos três meses e meio depois da entrevista eu liguei para ele e lhe expliquei o que aconteceu.Ele não se importou e concordou em vir à minha casa para refazer aquela questão.No mesmo dia foi feita a parte oral e a escrita e eu estava ao seu lado durante toda a entrevista.É uma boa entrevista.
  • Ao telefonar para uma amiga da faculdade da minha irmã, depois de saber que ela estava no último ano da faculdade, pedi o telefone de algumas outras pessoas que ela conhecesse que também estivessem no último ano.Ela me deu o telefone da Mônica, que estuda com ela na PUC.Liguei pra Mônica, falei sobre a pesquisa e ela se mostrou disposta a dar a entrevista.No mesmo dia em que entrevistei a sua amiga (Rafaela) entrevistei a Mônica.Enquanto esperava para fazer a entrevista da Mônica, que estava no estágio encontrei um amigo meu e entrevistei-o.Esperei mais um tempo e, quanto ela saiu do estágio queé na PUC [a:mesmo] (no RDC - Rio Data Centro), entrevistei-a como havíamos combinado no telefone.Expliquei as perguntas pra ela e assim que se lembrou de algo pra me contar começamos a gravação.Fiz a primeira pergunta (narrativa de experiência pessoal) e sem parar para que ela pensasse fiz a segunda pergunta (narrativa recontada). [s:Ela] começou a me [v:contar] uma história que tinha acontecido com ela [a:novamente] (seria uma outra narrativa de experiência pessoal e não uma narrativa recontada) por isso a interrompi, voltei a fita,lhe [v:expliquei] [a:novamente] o item e dessa vez a resposta estava adequada.Sem parar a gravação fiz a terceira pergunta (descrição) e em seguida a quarta (relato de procedimento) que eu achei que estava adequada mas achei melhor prosseguir com a entrevista e depois resolver sobre essa questão.Sem interromper a gravação fiz a quinta pergunta (relato de opinião).Ao acabar a entrevista falei pra ela que a resposta da quarta não estava muito adequada.Ela aceitou refazer e nós regravamos aquela questão.A entrevista foi boa apesar de depois que começamos a gravaçãoum grupo de pessoas se aproximou e ficou conversando [a:relativamente] próximo de nós duas.Eles nem se tocaram pra [v:falar] [a:baixo] nem nada, mas eu achei melhor não parar a gravação já não estava incomando muito.De vez em quando (quando eles falavam gravação.A parte escrita foi feita dentro de uma semana sem a minha presença.A informante entregou-a para a minha irmã na PUC.Telefonei para ela para saber se já estava pronto e foi então que ela marcou o dia da entrega.A informante seguiu a ordem das perguntas na parte escrita.
  • A informante estuda na mesma faculdade que a minha irmã e eu já a conhecia antes de entrevistá-la.Pedi que minha irmã me desse a telefone de alguns amigos que estivessem na último ano da faculdade e, entre outros, ela me deu o telefone da Rafaela.Telefonei pra ela e expliquei porque estava ligando.Falei sobre a pesquisa sua importância e finalidade.Combinamos um dia para a coleta da parte oral.Assim que cheguei na PUC (onde foi feita a entrevista) me dirigi para o lugar combinado eapós alguns minutos a informante chegou [a:junto] com uma amiga(que eu conheço também).Expliquei todos os itens da entrevista e deixei passar um tempo para que ela se lembrasse de algum fato para me contar.A primeira pergunta (sobre uma narrativa de experiência pessoal) se passou sem nehuma interrupção e esta em bom nível técnico.Me recordo que assim que lhe expliquei a primeira pergunta ela se lembrou de algum fato triste ou constrangedor que tinha acontecido com ela, mas disse que queria me contar alguma coisa boa e assim que ela se lembrou começamos a gravar.Quando fiz a segunda pergunta (narrativa recontada)passaram algumas pessoas [v:falando] muito [a:alto] e, como eu estava dando a chamada ela me pediu que imterrompesse a gravação para que ela pudesse se lembrar.Fiz a terceira chamada (descrição) logo em seguida sem que ela me pedisse para parar e também fiz a quarta em seguida (relato de procedimento).Eu deixei que ela respondesse e terminasse e, por julgar a resposta inadequada, parei a gravação, lhe expliquei porque aquela resposta não era adequada e repeti a chamada. [a:Finalmente] fiz a quinta chamada (relato de opinião) também sem interromper a gravação.A entrevista foi feita em um clima bem informal e a infomante se mostrou disposta a fazer a parte escrita.Conforme combinado com a minha orientadora, a parte escrita foi feita sem a minha presença.Ela seguiu a ordem das perguntas.Dentro do prazo que eu lhe dei (de uma semana) ela entregou a parte escrita para a minha irmã na faculdade.Eu telefonei antes perguntando se ela já tinha acabado.Ela me disse os dias em que tinha escrito a entrevista e me perguntou aonde deveria se encontrar comigo com a minha irmã para lhe dar a parte escrita.O texto escrito do relato de procedimento foi refeito mais tarde e me foi entregue três meses e meio depois do início da entrevista.
  • A informante estuda na mesma faculdade que a minha irmã.Quando eu pedi para esta o telefone de alguns amigos dela do último ano da faculdade, ela me deu entre outros o dessa informante.Eu liguei para sua casa (eu já a conhecia), lhe falei sobre a pesquisa e ela se mostrou disposta a me dar a entrevista.Combinamos um dia para a entrevista.No dia combinado fui até a PUC e me dirigi para o CRAA (Centro dos representantes dos alunos de artes) - onde tínhamos combinado de nos encontrar, e me encontrei com a Regina que estava conversando com um amigo seu (que eu também conheço).Éramos as únicas três pessoas presente no CRRA.Expliquei para ela as questões e lhe dei um tempo para pensar.Começamos a gravação.Da primeira para a segunda pergunta e da segunda para a terçeira não houve pausa na gravação.Logo que ela começou a me contar uma narrativa recontada eu a interrompi pois teria que ser uma história que alguém tivesse contado para ela e que ela não tivesse vivenciado, porém sua história começava assim: “Eu fui encontrar com um pessoal na praia.” Eu errei ao interrompêla antes que ela contasse a história mas isso não acarretou maiores problemas.Durante a sua resposta para a segunda pergunta chegou mais um aluno e começou a conversar com outro menino que estava presente.Logo depois que eu a fiz a terceira pergunta parei a fita epedi que [s:eles] [v:falassem] mais [a:baixo] .Eles acabaram indo para o cômodo ao lado (os Centros de Representantes da PUC são pequenas casas).Voltei a gravar.Da quarta para a quinta pergunta também não houve um barulho de motor de carro que não chega a atrapalhar o entendimento do que está sendo dito.A parte escrita foi um grande tormento.A Regina demorou quase dois meses para me entregar e em grande parte a culpa foi minha, pois, pelo fato dela morar longe da minha casa, não queria ir em sua casa buscar.Pedi que ela entregasse para a minha irmã na faculdade e ela nunca levava.Eu já tinha quase desistido da entrevista quando resolvi perder algumas horas do dia para ir buscá-la (apesar de já estar esperando uma parte escrita muito ruim e já estar muito desanimada), me surpreendi muito ao verificar que a parte escrita estava excelente e foi sem dúvida alguma a melhor parte escrita das informantes do sexo feminino das que eu entrevistei. [a:Somente] por isso continuei com essa informante.
  • Liguei para um amigo da minha irmã do segundo grau que estava no último ano da faculdade perguntando se ele poderia me dar uma entrevista.Ele disse que era muito tímido mas foi muito simpático comigo e disse que me daria o telefone de alguns amigos da faculdade.Entre muitos outros ele m Valéria demorou um pouco mais de uma semana para me entregar a parte escrita.Dez dias depois da entrevista oral ela me telefonou me dizendo que a parte escrita estava pronta.Ela respondeu as questões em ordem.Como ela mora perto da minha tia, esta passou na portaria do prédio e trouxe para mim a parte escrita.
Relato de interação
1993
  • A entrevista foi realizada em própria casa.Ele já tinha visto a entrevista de sua irmã, mas [a:mesmo] assim [s:eu] [v:expliquei] tudo [p:de] [a:novo] dando todas as informações necessárias.A gravação foi feita sem nenhum problema e [v:ocorreu] [a:naturalmente] .Ele foi uma das melhores entrevistas feitas por mim, pois ele estava bem a vontade e seguro no que ia falar sem dar nenhum trabalho.O material escrito foi coletado no mesmo dia, mas eu dei um tempo muito bom para que ele descansasse.No começo da coleta do material escrito ele teve um pouco de dificuldade, mas com a minha ajuda ele refez e se saiu muito bem.
Relato de interação
1993
  • As informações sobre o que iríamos conversar já tinham sido explicadas por mim para a informante, (ela assistiu uma entrevista anterior de uma amiga, que também foi informante, chamada Flávia).Enquanto eu entrevistava a amiga, a informante pensava nos temas a serem abordados, e não teve dificuldade alguma em desenvolvê-los (tanto no material oral, quanto no escrito).As gravações foram realizadas na minha casa, sendo a escolha final do local da própria informante.Apesar da presença de terceiros (a amiga), não fomos interrompidas uma única vez.Os textos orais foram coletados num dia só.O material escrito foi produzido em duas sessões, com intervalo de três dias, na casa da informante.Na primeira, ela escreveu sobre as narrativas de experiência pessoal e recontada;e na segunda sessão, foram produzidos os textos sobre descrição, relatos de procedimento e de opinião.O material foi coletado no quarto dela e a informante seguiu o roteiro dos textos.De uma forma geral, esta foi a que melhor soube desenvolver os temas.
  • Antes de começar a gravar, eu explicava o que queria e a informante escolhia os temas a serem abordados.Ela sentiu-se à vontade e soube desenvolver todos os assuntos (Ela assistiu uma entrevista anterior).As gravações foram realizadas em minha casa (no quarto), sendo a escolha final do local, sugerida pela informante.Estávamos sozinhas e não houve interrupção alguma.Os textos orais foram produzidos num só dia, e marcamos a coleta do material escrito após quatro dias.Este foi feito em duas sessões, na casa da informante.Na primeira sessão, ela escreveu as narrativas e a descrição (ficou um pouco prejudicada pela presença do irmão, que falava o tempo todo).Na segunda, a escrita dos relatos de procedimento e de opinão (desta vez, estávamos sozinhas).A informante seguiu o roteiro dos textos.
Relato de interação
1993
  • A gravação foi feita na escola do informante, em uma sala de aula.O que atrapalhou um pouco a gravação foi por ser o informante um pouco gago e o barulho que estava na escola.Mas não afetou a coleta.O informante me surpreendeu, pois foi muito bem nas entrevistas.A coleta do material escrito foram feitas em duas sessões, três dias depois na casa do informante que desenvolveu com facilidade todos os textos escritos.Que foram os seguinte: narrativas de experiência pessoal e procedimento na primeira sessão.E na segunda sessão descrição de local, relatos de opinião e procedimento.Nessa coleta eu também estava presente para dar intruções, em caso de alguma dúvida por parte do informante.
Relato de interação
1993
  • Antes de iniciar a gravação, expliquei ao informante tudo o que seria feito.É importante lembrar que esta parte [v:foi feita] [a:juntamente] com o seu irmão, que também foi informante (Mário).As gravações foram feitas na casa do informante, mais [a:exatamente] , em seu quarto.Não havia ninguém ao nosso lado, mas existiam pessoas na sala.Apesar disto, a gravação foi perfeita.O informante mostrou-se disposto a responder sobre qualquer tema e sentiu-se muito à vontade, já que era meu primo.Todos os textos orais foram gravados no mesmo dia e os textos escritos foram feitos em duas sessões.Numa, foram escritas as narrativas de experiência pessoal e recontada, em outra, a descrição, o relato de procedimento e o relato de opinião.O roteiro dos textos foi seguido e muito bem desenvolvido pelo informante.
Relato de interação
1993
  • A informante, eu já conhecia, por isso foi fácil explicar o que iria ser feito e ela aceitar.Antes de começarmos a gravar, ela já tinha uma idéia dos temas abordados.As gravações foram feitas na casa dela na presença de seu namorado, que também seria entrevistado.A entrevista foi informal e desenibida sem interrupção.O material escrito foi produzido em duas sessões, com intervalo de dois dias, também na casa da informante.Na primeira, foram sobre as narrativas de experiência pessoal e recontada;e na segunda, foram sobre os textos de descrição, relatos de procedimento e de opinião. [s:Ela] [v:seguiu] [a:corretamente] o desenvolvimento dos textos e não teve nenhum problema.
Relato de interação
1993
  • As informações sobre o que iríamos conversar foram passadas por mim para a entrevistada e para uma amiga (que foi também informante).Sendo assim, [s:a informante] [v:sabia] , [a:previamente] , os temas a serem abordados.Ela sentiu dificuldade apenas na escolha do relato de opinião.As gravações foram realizadas na minha casa, sendo a escolha final do local, da própia informante.A amiga presenciou, mas não houve interrupção alguma ( [a:só] percebemos alguns ruídos, por conta dos risos no intervalo das perguntas).Os textos orais foram produzidos num único dia.Os textos escritos foram coletados em duas sessões, com intervalo de um e dois dias.Na primeira sessão, a informante escreveu as narrativas de experiência pessoal e recontada;na segunda, a descrição, e os relatos de procedimento e de opinião.Os textos escritos foram feitos na casa da informante, no quarto dela.Ela soube desenvolver muito bem todos os textos e seguiu o roteiro dos textos.
Relato de interação
1993
  • A gravação foi feita em sua própria casa na presença de sua irmã que não pertubou.Antes de começarmos a gravação eu expliquei tudo que ela iria abordar durante a entrevista.E eu falei que quando ela estivesse pronta para a entrevista que me avisasse.Ela pensou bastante no que ela iria falar e quando achou que já estava pronta ela me avisou.Devido a esses detalhes toda a entrevista ocorreu muito bem.Durante a gravação não houve interrupção por parte de ninguémcom isso [s:ela] [v:desenvolveu] [a:naturalmente] os ítens.A coleta do material escrito foi feito no outro dia com a minha presença, que também saiu muito bem.Ela conseguiu desenvolver cada texto que foram narrativa de experiência pessoal, recontada, descrição de local, relatos de procedimento e de opinião.
Relato de interação
1993
  • Os textos orais foram feitos em minha casa (na sala), com a presença de dois primos do informante.A escolha final do local foi do entrevistado.Apesar da presença de terceiros, [a:só] percebemos poucos ruídos(na realidade, foram risos dados nos intervalos da fala).O informante mostrou-se disposto e muito à vontade, tanto na coleta do material oral, como no escrito.O material oral foi coletado numa única sessão, [a:juntamente] com os textos escritos de narrativas de experiência pessoal e recontada.Após dois dias, o informante entregou os textos sobre descrição, relato de procedimento e relato de opinião.É importante dizer que o material escrito foi feito na casa do informante.O roteiro dos textos não foi seguido pelo informante, porém foram muito bem feitos.Pode ser que isto tenha acontecido porque as narrativas foram escritas no mesmo dia da entrevista eos outros textos tiveram um intervalo de dois dias, conforme escrito [a:anteriormente] .O informante esteve sozinho ao produzir os textos escritos.Tudo o que foi feito, [v:tinha sido explicado] [a:previamente] por mim, em todas as coletas.
  • Antes de começar a entrevista, eu comecei a explicar o porquê da gravação e a explicação do porquê, como e quais seriam os temas abordados foi dada ao informante e ao seu irmão (Fábio) que também serviu como informante.Expus ao informante os cinco ítens que ele iria abordar, tanto na fala como na escrita.É importante dizer que o informante sentiu-se muito à vontade, já que era meu primo.As gravações foram feitas na casa dele, mais [a:especifícamente] , em seu quarto.Ficamos sozinhos e [a:só] fomos interrompidos uma única vez, na qual sua mãe foi pegar um lençol no guarda-roupa, porém, isto não prejudicou em nada a gravação, já que ao observar a nossa entrevista, [s:ela] [v:saiu] [a:imediatamente] do quarto, em silêncio.Não foi necessário nem parar o gravador.Percebemos poucos ruídos pois, apesar de estarmos sozinhos no quarto, havia pessoas na sala.A gravação foi feita num único dia eo informante [a:só] teve dificuldade em escolher um tema para o relato de opinião.Os textos escritos foram recolhidos em duas sessões: uma para a narrativa de experiência pessoal e recontada, e outra para a descrição, relato de procedimento e relato de opinião.O informante seguiu o roteiro das perguntas e, apesar de desenvolver muito bem a descrição no texto oral, com o texto escrito foi diferente, ele se perdeu um pouco.
Relato de interação
1993
  • Antes de começarmos a gravar, eu expliquei o que seria gravado.Eu a conheci no colégio dela, onde também foram realizadas as entrevistas.No início das gravações ela ficou um pouco atrapalhada, mas logo conseguiu se normalizar.No local não havia pessoas, era uma sala de aula.Porém as conversas dos alunos nos corredores atrapalhou um pouco a gravação.Mas não houve maiores problemas.O material escrito foi feito por ela em sua própria casa, seguindo as minhas instruções. [a:Só] houve problema com o texto de relato de opinião que precisou ser refeito.
  • Este informante era o namorado da Flávia que já tinha sido entrevistada.Ele já estava inteirado de como seria a entrevista, pois ele já havia assistido a entrevista dela.As gravações foram realizadas na casa da Flávia.Roney ficou [a:totalmente] desenibido e as entrevistas foram bastantes descontraídas.O material escrito foi feito em duas sessões: [a:primeiro] as narrativas de experiência pessoal e recontada, na outra, a descrição, o relato de opinião e procedimento.
  • A gravação foi feita na casa da informante, onde se encontravam mais três pessoas que iriam ser entrevistadas.E que assistiam para ver como se passava as gravações, pois eles seriam os próximos.Um deles era o irmão dela e dois [a:somente] amigos de turma, no qual fiz logo amizade com eles e conversamos bastante.Na gravação Susana ficou muito tímida e não queria falar muito.Porém com o passar da gravação e com o meu estímulo conseguia fazer ela se soltar.O material escrito foi coletado também em sua casa, que precisou ser refeito já que ela havia escrito muito pouco.Depois com minhas novas intruções ela conseguiu fazer sem maiores problemas.
Relato de interação
1993
  • Antes de começarmos a entrevista, eu expliquei à informante o que seria feito e quais seriam os temas que ela deveria desenvolver.A gravação foi feita na minha casa, por escolha da própria informante.Estávamos sozinhas, no meu quarto.Não houve interrupção alguma e nem ruídos.Mas, nos textos orais, a entrevistada não soube desenvolver bem os textos.Creio que a culpa foi minha porque não sei se fui clara o bastante ao explicar como deveria ser feita a gravação.A informante poderia ter tido um desenvolvimento bem melhor, mas foi muito objetiva em suas respostas.Esses textos foram coletados numa única sessão.Os textos escritos foram produzidos em duas sessões, na casa da informante.Na primeira, ela escreveu as narrativas;e na segunda, a descrição e os relatos de procedimento e de opinião.A informante saiu-se muito bem nos materiais escritos, e estava muito à vontade (foram coletados na casa dela).Não fomos interrompidas.O roteiro dos textos foi seguido pela informante.
Relato de interação
1993
  • A coleta do material oral foi feito na casa da Susana que já [v:foi mencionada] [a:anteriomente] .Antes de começarmos a gravar ele já tinha visto uma entrevista, por isso foi fácil entrevistá-lo.Durante as gravações não houve interrupções e [s:ele] [v:desenvolveu] [a:naturalmente] os ítens e até falou demaise eu tinha que avisá-lo devido ao tempo da fita.A coleta do material escrito foi feito no mesmo dia pelo seu próprio pedido, dando desculpa que não daria para fazer em outro dia, pois estava em prova final.Mas [a:mesmo] assim ele conseguiu desenvolver os textos bem além do que eu esperavae também escreveu bastante sem nenhum problema.
Relato de interação
1993
  • Antes de iniciarmos a gravação, eu expliquei ao informante porque estava ali e quais seriam os temas que ele deveria abordar.Tanto os textos orais, como os escritos, foram produzidos na casa do informante.Não saíram melhores por causa das interrupções (a mãe estava trabalhando na cozinha e havia um telefone na sala: local da gravação).Embora o informante more num apartamento no décimo sétimo andar, é possível escutarmos barulhos de buzina e pessoas conversando.O pai estava presente, porém não perturbou em nada.O informante mostrou-se disposto nas gravações, mas nem tanto com os textos escritos.Os textos orais foram coletados numa única sessão.Após dois dias foram produzidos os materiais escritos, com duas sessões: numa, as narrativas de experiência pessoal e recontada e noutra, a descrição, o relato de procedimento e relato de opinião (com intervalo de um dia).Houve dificuldade em produzir os relatos de procedimento e de opinião.Ele não seguiu o roteiro dos textos, mas produziu muito bem as narrativas e a descrição.
Relato de interação
1993
  • Coletou-se o corpus de uma aluna da 8ª série do 1º grau de uma escola pública da região um do Rio de Janeiro.A informante Carla da Escola Estadual República da Argentina não encontrou dificuldades para desenvolver os temas.Eu fui à sala de aula da informante alguns dias antes da entrevista, apresentei-me, expliquei os requisitos para participar da coleta (idade e residência).No dia da entrevista, cheguei à escola na hora do recreio e fui ao encontro de um grupo de alunas e as convidei para participar da coleta. [s:A informante] se [v:prontificou] [a:rapidamente] , demonstrando bastante interesse em colaborar.A coleta foi feita numa sala reservada onde a informante estuda. [a:Primeiramente] eu pedi à informante que pensasse numa história pessoal.Quando a informante lembrou da história eu liguei o gravador.Logo após o relato eu desliguei o gravador e pedi à informante que pensasse numa história que alguém havia lhe contado.Quando a informante achou que estava preparada para falar, eu liguei o gravador.Repeti esse procedimento em todos os outros relatos.A parte oral foi feita num só dia e após à entrevista a informante escreveu a narrativa de experiência pessoal e a recontada, o restante dois dias depois.
Relato de interação
1993
  • Eu a convidei depois de ter invalidado a informante Gisele.O material oral foi colhido durante um tempo vago, entre a lateral da escola e a quadra de esportes.Sentamos uma ao lado da outra, o ruído dos alunos foi mínimo e dos carros também.A qualidade técnica da gravação ficou muito boa.Ela falou pouco em comparação aos outros informantes.Nessa entrevista eu participei pouco com medo de fazer uma entrevista pingue-pongue.Ela não estava nervosa, mas o gravador sempre inibe um pouco.Antes de gravar eu expliquei os cinco tipos de textos que ela teria de produzir, deixei ela pensar e escolher as melhores histórias, [a:só] quando ela estava pronta é que eu gravei.Os cinco textos foram feitos no mesmo dia.A parte escrita foi feita na casa dela e entregue três dias depois.Ela não atrasou na entrega do material.Eu pedi para ela contar um crime em uma das duas narrativas, ela contou um crime na narrativa recontada e fez a fala letrada logo a seguir.De um modo geral, ela participou muito bem, aceitou fazer a entrevista e não reclamou de fazer a parte escrita.
  • Esse informante é filho de uma professora de 1ª a 4ª série da escola, D.Georgina, então eu falei até com a mãe dele se ele poderia participar.A mãe deu toda liberdade para “usar” seu filho.O convite foi feito um dia antes para que eu pudesse avaliar o interesse da pessoa e porque eu sempre procurei não atrapalhar os horários das aulas.Esperava sempre um tempo vago ou um dia que não tivesse aula.O informante se mostrou muito prestativo, mas a escolha do lugar não foi muito feliz.Ele ficou do meu lado no jardim lateral e tem uma rua, onde passa até ônibus, logo atrás.As crianças do turno da tarde foram chegando e eu não percebi no início, quando eu percebi já era tarde demais, já estávamos mais ou menos no último texto e eu não quis interromper a gravação para mudar de lugar, porque demoraria mais eeu não queria prendê-lo mais tempo do que o combinado, [a:principalmente] perto da hora de ir embora, mais ou menos 11:30 hs.Ele fez os cinco textos orais no mesmo dia.A técnica que eu usei foi a seguinte: [a:primeiro] [s:eu] [v:expliquei] cada tipo de texto [a:separadamente] , esperei ele pensar, conversei um pouco para descontrair e quando ele disse que já tinha escolhido as histórias, então gravei.Dei pausa entre cada texto para poder checar se podia continuar ou não.Ele fez a parte escrita em três sessões até porque ele não gostava muito de parar de jogar dominó nos tempos vagos para escrever sobre o que ele tinha falado na entrevista. [a:Primeiro] ele fez as duas narrativas, no segundo dia ele fez os três textos restantes, sendo que a narrativa recontada foi invalidada e então ele teve um terceiro dia para refazer a narrativa recontada.Esta foi refeita na sala da casa dele.Tinha uns amigos da turma conversando na varanda, mas não comprometeu a inteligibilidade da fita.A parte escrita foi refeita na escola.Ele também refez a parte escrita do relato de opinião porque estava curto demais.De um modo geral, o informante teve boa vontade e se mostrou solícito durante o trabalho de coleta.
  • O material oral foi colhido num tempo vago do informante. [s:Ele] [v:aceitou] [a:prontamente] participar da pesquisa.Antes de gravar eu expliquei os cinco tipos de textos que ele teria de fazer.Dei um tempo para ele escolher a melhor história, tirei alguma dúvida, mas sem deixar ele contar a história para eu gravar ou não,a história escolhida por ele eu [a:só] ouvi quando o gravador foi ligado, para não prejudicar a comparação com os outros que não quisessem contar as histórias antes de gravar.E também porque a história seria [a:automaticamente] [v:reformulada] e perderia as características da fala (semi) espontânea.A escolha do local foi minha, procurei um lugar o mais silencioso e isolado possível, ou seja, uma sala de aula vazia no 4º andar.O ruído dos ônibus não prejudicou a gravação nem a atenção do informante.Um servente entrou na sala mas saiu logo em seguida ao ver o gravador.O informante e eu estávamos calmos e me parece que em termos técnicos foi a melhor gravação.A parte escrita foi feita em duas sessões na escola.Ele ficou na sala dos professores [a:junto] com uma menina(Gisele, que foi anulada) e conversaram um pouco.Ele voltou no outro dia para terminar a parte escrita, mas ela desistiu.De um modo geral, [s:o informante] [v:colaborou] [a:satisfatoriamente] , teve boa vontade em falar e responsabilidade em escrever no prazo pedido e não reclamou das tarefas propostas.
  • A entrevista foi feita num tempo vago do aluno.A escolha do lugar foi minha, ficamos numa sala da aula vazia no quarto andar.Ninguém entrou para nos encomodar.Fiquei na mesa do professor e ele numa carteira em frente.O ruído do ônibus não afeta em nada a gravação.O informante pediu para participar porque viu os colegas sendo convidados e quis também.Ele ficou um pouco inibido com o gravador, talvez pelo fato de não manipular com freqüência este tipo de aparelho.O que para mim é natural, não é para ele.Ele foi um dos últimos a ser entrevistado e por isso não houve nervosismo da minha parte.Os cinco tipos de textos orais foram coletados no mesmo dia, seguindo a mesma técnica: eu explicava cada um dos cinco tipos de textos, ele pensava e dizia quando podíamos começar.De um texto para o outro sempre parei um pouco para respirar e também porque [v:indo] [a:direto] podia gastar tempo da fitacom qualquer indecisão tanto dele quanto minha, por isso optei por dar pausa entre cada texto.A parte escrita foi feita em casa e entregue três dias depois da gravação.Ele não atrasou a entrega, o que eu achei ótimo.De um modo geral a participação dele foi boa e o interesse melhor ainda.
  • Eu escolhi pessoas que morassem perto da escola para virem no dia em que não houvesse aula.Ela foi a primeira menina a ser gravada.Ela veio à escola [a:só] para participar da gravação.O melhor lugar que nós achamos foi entre a quadra de esportes e o vestiário, não tinha nenhuma turma em tempo vago e assim escapamos do barulho dos carros, [a:só] não consegui fugir do sinal da escola.Algumas crianças apareceram, mas por pouco tempo.O mecanismo foi o mesmo, conversei um pouco para ela relaxar, expliquei o trabalho, dei um exemplo porque ela estava sem idéias e depois gravei.Ficamos sentadas uma em frente à outra no chão, mas ela não se importou com isso porque o clima estava agradável e ela sem roupa de uniforme.A parte oral foi feita num dia só.A parte escrita ela fez na escola em duas sessões, no primeiro dia ela fez as duas narrativas e no segundo dia os outros três textos.Ela não reclamou para escrever, mas gostou mais de falar.Eu fiz perguntas quando achei necessário para o enriquecimento do texto ou então quando achei que ajudaria a descontraí-lae assim o texto [v:fluir] [a:naturalmente] .Nas primeiras entrevistas eu participei mais, nas seguintes a minha participação foi menor.Ela participou muito bem não deixando nada a desejar.
  • O material oral também foi colhido num tempo vago do informante.Ficamos num jardim lateral porque no pátio, que eles chamam de rodoviária, estava ocupado.O ruído que as crianças fazem no pátio e doscarros que passam na rua logo atrás ( [a:esporadicamente] )não chega a comprometer a gravação.Ele não parecia nervoso, [a:principalmente] porque tinha sido avisado e convidado a participar no dia anterior.Eu precisei de mais um rapaz porque Rodrigo foi invalidado.Os cinco textos orais foram coletados de uma só vez, eu expliquei cada tipo de texto que ele teria de produzire [a:só] gravei quando ele já tinha escolhido os respectivos assuntos.Dei pausa entre cada texto para que ele tivesse tempo de respirar e eu de perguntar.Ficamos sentados lado a lado na mureta do jardim.A parte escrita foi feita na casa dele e ele trouxe três dias depois.Ele contou a narrativa de experiência pessoal de um assalto e então foi escolhido para fazer a fala letrada.Dessa parte ele queria esquivar-se, mas acabou fazendo e foi numa das salas da secretaria para que ele não visse a sua turma jogando bola no tempo vago.De um modo geral, posso dizer que ele gostou de participar, porque falou sem muito constrangimento diante do gravador e trouxe a parte escrita na data marcada, sem os atrasos costumeiros.
  • Apesar de eu não gostar de incomodar a aula, foi preciso que ela subisse, como a Viviane, um pouco depois da turma, para poder conversar comigo lá em baixo.Ela esperou Viviane terminar para então fazer a entrevista.É considerada pela professora de Português a melhor aluna da classe.Ela topou participar e o fez com muita seriedade.Parecia um pouco tensa, mas é o jeito dela mesmo.A parte oral foi coletada da mesma forma: expliquei os cinco tipos de texto que ela deveria produzir, dei um tempo para ela decidir as melhores histórias, conversei um pouco para diminuir a tensão e [a:só] gravei depois dela escolher [a:exatamente] o que queria falar.Parei a cada texto para confirmar se podia seguir adiante.Os cinco foram feitos no mesmo dia.A parte escrita foi feita em duas sessões na escola [a:mesmo] , no primeiro dia ela escreveu as duas narrativas, no segundo dia ela escreveu o restante.Ela não reclamou em participar, fez a parte oral bem disposta e a parte escrita melhor ainda, aliás, foi a única que gostou mais de escrever do que falar.De um modo geral, ela foi muito bem com uma participação séria e produtiva.
  • Apesar de eu preferir gravar entre os tempos vagos, aconteceu queessa informante acabou não subindo [a:junto] com a turma para a aula e ficou junto um pouco comigo para fazer a entrevista.Ela não estava nervosa e [v:falou] [a:tranqüilamente] , sem inibição por causa do gravador.Falei bem pouco porque não senti necessidade de interferir.O ruído das crianças no pátio não interfere na qualidade técnica da gravação.Ficamos sentadas lado a lado no jardim lateral da escola.A parte oral foi feita da mesma forma: expliquei os cinco tipos de texto que ela teria de produzir, conversei um pouco antes para relaxar, tirei dúvidas e depois quando ela estava pronta, eu gravei.Como sempre, dei pausa entre os textos por medo de invalidar a entrevista com gaguejos indevidos e também isso dá tranqüilidade ao informante, isto é,não é preciso [s:ela] [v:falar] tudo [a:direto] , eu paro um pouco e espero ela pensar.A parte escrita foi feita na escola em duas sessões.Na primeira ela fez as duas narrativas e na segunda ela fez os três textos restantes.Ela respeitou a ordem dos textos: 1º narrativa de experiência pessoal, 2º narrativa recontada, 3º descrição, 4º relato de procedimento e 5º relato de opinião.De um modo geral [s:ela] [v:participou] [a:satisfatoriamente] , falou com desenvoltura e escreveu no dia pedido sem reclamar.
Relato de interação
1993
  • A coleta oral assim como de todos os outros informantes deste colégio, foi feito em uma pequena biblioteca;este lugar foi o que me pareceu mais adequado para que eu e os informantes, pudéssemos ficar livres de interferências de curiosos.Ao lado dessa biblioteca tem uma sala de aula, por isso durante as entrevistas pudemos ouvir vozes de crianças e da professora o que contudo não prejudica a qualidade da gravação.Alaine foi escolhida entre os voluntários, por morar na região solicitada pelo projeto D&G.O procedimento com esta informante foi o mesmo para com todos os outros.Sempre tenho uma conversa antes de gravarpara descontrair um pouco o clima que [a:geralmente] fica tenso nessas ocasiõese o informante fica mais seguro sobre o que vai falar.Durante a conversa esclareço qualquer dúvida que o informante possa ter, nesse processo ele já vai tendo uma idéia do que irá ser contado em cada narrativa solicitada.Alaine, como todas as meninas, teve muita facilidade para desenvolver os assuntos pedidos, ela estava bastante descontraída.A coleta escrita também foi feita na biblioteca, com todos os informantes juntos.Como surgiu preocupação de um informante a respeito de correção na escrita, aproveitei a oportunidade para esclarecer que isso não seria importante para o trabalho que seria realizado com o material que estava sendo coletado.Achei que era importante esse esclarecimento poiseles poderiam ficar muito preocupados em [v:escrever] [a:corretamente] e isso talvez atrapalhasse o desempenho nas redações.Essa coleta foi dividida em duas etapas.
Relato de interação
1993
  • A coleta do material foi feita na escola do informante, na sala da supervisão (oral) e no refeitório e sala de aula vazia (2 sessões escritas).Outros informantes também estavam presentes, produzindo seus textos escritos, sem interferirem um no do outro.Cabe ainda dizer que o refeitório foi um local tranqüilo para fazer este trabalho já que os horários escolhidos eram de nenhum movimento;e na segunda sessão escrita (sala de aula) não houve aula na escola, apenas reunião de professores, o que possibilitou uma coleta tranqüila numa sala de aula.O informante foi orientado sobre os temas da entrevista antes da gravação.Iniciada a gravação, o informante estava tímido, e parecia não ter escolhido as situações ideais como pedido.Assim foi preciso direcioná-lo até que produziu os textos.O texto descritivo teve que ser regravado por erro de comando, o que fizemos sem maiores problemas.Apesar de o informante ter ficado um pouco nervoso em presença do gravador, ele mostrou-se sempre muito disposto a colaborar e demonstrou ter gostado do trabalho, e perceber, no final, a importância dessa experiência para ele.
  • Nota: A informante é Maranhense, mas veio ainda pequena e nem sequer conserva o sotaque.A coleta do material foi feita na escola da informante, mais [a:precisamente] na sala da supervisão que fica ao lado da cozinha e do refeitório.Era um local bem reservado, porém havia ruído de cadeiras sendo arrastadas, já que no andar de cima se localizam as salas de aula.Antes de iniciar a gravação, eu expliquei à informante os temas da entrevista para que ela escolhesse o assunto e, em seguida, começamos a gravar.Apesar de não termos nos conhecido antes, a informante mostrou-se bastante desinibida e sentiu-se à vontade, produzindo seus textos longos e satisfatórios.O depoimento da descrição precisou ser regravado pois eu não havia dado o comando certo, mas [s:a informante] [a:prontamente] se [v:dispôs] a fazê-lo.O material escrito foi coletado em presença de outros informantes, mas não houve interferência de um no texto dos outros.Não tivemos problemas em nos encontrar já que todas as sessões foram feitas na escola, e os horários cumpridos.Tivemos três sessões (uma oral e duas escritas), mais uma sessão extra para gravação da fala letrada,(oral);a informante foi escolhida por seu bom desempenho.A gravação da fala letrada foi feita um mês e meio depois da última sessão porque a informante estava em provas e ainda precisou de mais uma semana para ler o texto informativo que lhe foi dado.A informante teve muita dificuldade em produzir esta última gravação, por se tratar de uma situação formal em que ela teve que contar uma história para sua turma.Com a ajuda da turma, que tratou o trabalho com seriedade, e após várias tentativas, a informante conseguiu produzir seu texto.
Relato de interação
1993
  • Ana Maria foi ótima na entrevista, não teve dificuldades e estava muito descontraída.
Relato de interação
1993
  • A escolha do local para se fazer a coleta do material oral e escrito coube à entrevistadora.O material oral foi coletado numa sala de aula do 7º andar do Liceu de Artes e Ofícios.O local proporcionou boas condições para se coletar o corpus, isto é, o ambiente era bem iluminado, agradável e oferecia um isolamento razoável.Esta questão do isolamento ser razoável explica-se pelo fato de que no pátio da escola algumas crianças brincavam e gritavam.Esses barulhos podiam ser ouvidos do 7º andar.Por este motivo a sala não ofereceu um isolamento ideal.Apesar deste fator externo (barulhos), a entrevista não foi interrompida.O material escrito foi coletado na mesma sala de aula do 7º andar do Liceu, sempre após a coleta do material oral.Também neste local a única coisa não satisfatória diz respeito ao isolamento.Neste caso, devido à presença dos outros alunos que participavam deste projeto de pesquisa.Tal coleta do material oral e escrito foi realizada no ano de 1992.
Relato de interação
1993
  • Os textos orais foram coletados na escola em duas sessões (uma [a:só] para fala letrada) e os textos escritos foram coletados parte na escola e parte na residência do informante, com uma certa demora entre elas, porque o informante não pôde comparecer ao 3º encontro, marcado várias vezes.Por essa razão, eu tive que ir à sua casa duas vezes até conseguir encontrá-lo e fazer a última sessão escrita. [s:O informante] [v:soube] [a:antecipadamente] dos temas, assim como os outros.Logo após, começamos a gravar.O informante mostrou-se ansioso até saber dos temas.Depois produziu seus textos orais sem problemas, e mais à vontade.O texto de descrição teve que ser regravado por [s:eu] não [v:ter dado] o comando [a:adequadamente] ,mas [s:o informante] [a:prontamente] se [v:dispôs] .O informante foi escolhido para fazer o texto fala letrada (oral) pelo seu bom desempenho na entrevista.Assim, [v:recebeu] [a:previamente] um texto para ler em casae, no dia marcado, gravamos seu texto na sua sala de aula em presença de sua turma e de sua professora.O informante parecia ansioso mas produziu seu texto de forma descontraída, apesar da formalidade da situação.Sobre os locais da coleta, podemos ainda acrescentar que a 1ª sessão oral foi feita na sala da supervisão e a 2ª na sala de aula, e, a 1ª sessão escrita no refeitório e a 2ª na cozinha da casa dele (local tranqüilo), apenas com a presença da mãe lavando louça, mas não inibiu ou interferiu o informante.
Relato de interação
1993
  • A coleta oral assim como de todos os outros informantes deste colégio, foi feita em uma pequena biblioteca;este lugar foi o que me pareceu mais adequado para que eu e os informantes, pudéssemos ficar livres de interferências de curiosos.Ao lado dessa biblioteca tem uma sala de aula, por isso durante as entrevistas pudemos ouvir vozes de crianças e da professora, o que contudo não prejudica a qualidade da gravação.O Fernando foi escolhido entre os voluntários, por morar na região solicitada pelo projeto D&G.O procedimento com este informante foi o mesmo para com todos os outros.Sempre tenho uma conversa antes de gravar, para descontrair um pouco a entrevista;pois acredito que o informante se sente mais seguro sobre o que vai falar.Durante a conversa esclareço qualquer dúvida que o informante possa ter, nesse processo o informante já vai tendo uma idéia do que irá ser contado em cada narrativa solicitada.Mas apesar de todos esses cuidados Fernando ainda ficou um pouco nervoso durante a gravação.Acho que o fato de saber que a conversa está sendo gravada provoca esse estado, porém durante a entrevista foi se acalmando, e foi uma das entrevistas mais longas.Na fase escrita não tive muitos problemas com ele a não ser algumas perguntas sobre o modo de escrever algumas palavras;sobre o que aproveitei a oportunidade e esclareci a todos que não se preocupassem com o modo de como iriam escrever algumas palavras.Achei que isso era importante poiseles poderiam ficar muito preocupados em [v:escrever] [a:corretamente] e isso bloquear as suas redações.A coleta escrita também foi feita na biblioteca com todos os informantes juntos, foi dividida em duas etapas.
  • As narrativas de experiência pessoal e relato de opinião foram refeitas, porque como as suas respostas eram muito curtas tive que fazer muitas interferências durante a entrevista, o que prejudicou a coleta desses dados, porém como os demais textos estavam bons seria valido refazê-los.Na segunda vez o resultado foi positivo.
Relato de interação
1993
  • A coleta do material oral foi feita parte na escola e parte na casa da informante e a do material escrito parte no refeitório da escola e parte na casa da informante (quatro sessões distribuídas em três dias).A informante foi orientada sobre os temas antes de gravar.Durante a gravação, estava bem à vontade, já que além de ser bastante extrovertida, me conhece há bastante tempo pois é minha vizinha e ex-aluna.Foi preciso regravar o texto recontado porque a informante não tinha produzido um texto [a:exatamente] recontado, e regravamos o texto descritivo por causa de erro de comando.Na verdade, alguns textos descritivos foram regravados e pude constatar que, de um certo ponto de vista, não há variação dos textos diante de um ou de outro comando.Tivemos problemas em coletar o material escrito, já que a informante faltou às datas marcadas para a 2ª sessão.Por isso, tive que ir à sua casa duas vezes até conseguir coletar.
  • Antes de começar a gravação eu expliquei todos os temas que seriam abordados para que a informante pudesse selecionar cada assunto,e [a:só] então começamos a gravar.Toda a coleta do material foi feita na casa da informante, pois é o único local em que tenho contato com ela, já que sou amiga da família.Tanto o material oral quanto o escrito foram coletados no quarto da informante onde, apesar de ter uma janela para a rua, conseguimos um total isolamento.Apesar de a informante sentir-se à vontade por já me conhecer, sentiu-se, a princípio, incomodada com a presença do gravador.Depois, porém, concentrou-se nos depoimentos e mostrou-se mais calma.Não tivemos problemas para nos encontrar.O material foi coletado em [a:aproximadamente] uma semana distribuída em três sessões: uma para o material oral e duas para o escrito.P.S.: Luane foi a minha 1ª informante e, por isso, devo acrescentar que eu estava mais nervosa que ela, e à medida que me conscientizei da situação constrangedora que se fazia e me tranqüilizei, também a informante foi mudando seu comportamento, acalmando-se.
Relato de interação
1993
  • É engraçado na entrevista da Marcela, na narrativa de experiência pessoal, ela diz ter duas histórias: uma boa e outra ruim, mas escolhe falar da ruim.O interessante é que de uma maneira geral todos falam de experiências ruins.Eu achava que esse fato marcava mais a vida das pessoas e era mais fácil lembrar, mas essa informante tinha a opção de falar sobre um assunto diferente dos demais porém, optou por falar sobre uma experiência ruim.
Relato de interação
1993
  • A coleta do material foi feita em três sessões: uma oral e duas escritas.O material oral foi coletado na escola numa sala de aula vazia e o material escrito no refeitório (1ª sessão) da escola e na sala de jantar da casa da informante (2ª sessão), local mais acessível, já que não pudemos compatibilizar outro local e horário.A informante recebeu orientações sobre os temas antes de gravar.Durante a gravação, ela pareceu um pouco tímida e incomodada com o gravador, mas isso foi sendo superado.Vale dizer que a informante pediu à outra colega que a indicasse para fazer a entrevista.Tivemos dificuldade em encontrar um horário para a coleta da 2ª parte escrita devido às muitas atividades da informante.Mas apesar disso, [s:ela] sempre se [v:dispôs] [a:prontamente] a colaborar.E, ainda, a casa da informante foi o melhor local encontrado, pois a mesma sentiu-se à vontade e não fomos interrompidos, já que a família é pequena e o local silencioso.
  • A coleta do material foi feita na escola da informante, na sala da supervisão, assim como a maioria dos outros informantes.É válido citar que esta sala mais parece a sala de uma biblioteca, por ser cheia de livros, ou um depósito, por isso, esse local não deixa os informantes constrangidos.Também quase não é utilizado de fato, permanecendo fechado quase o tempo todo.Antes de começar a gravar, a informante recebeu orientações sobre os temas.Porém teve dificuldade para produzir uma narrativa recontada.Por isso, este texto, mais o descritivo, tiveram que ser refeitos, o que se deu sem problemas.Durante a gravação, a princípio, a informante mostrou-se tímida e ansiosa, mas depois ficou à vontade produzindo seus textos.A coleta do material escrito foi feita em duas outras sessões, também na escola, onde a informante produziu seus textos em presença de outros informantes que também faziam o mesmo trabalho, sem haver interferência.Apesar de a informante não demonstrar resistência em fazer seus textos escritos, também não se mostrou receptiva e reclamou um pouco dizendo achar trabalho chato.
Relato de interação
1993
  • Rafael ficou muito descontraido durante a entrevista;teve muita facilidade para desenvolver os assuntos pedidos.A coleta escrita também foi feita no auditório e dividida em duas etapas, porém as narrativas de experiência pessoal e recontada foram feitas no mesmo dia da coleta oral e o restante no dia seguinte porque a professora da turma alegou que não poderia ceder mais tempo pois as crianças estavam em época de prova;contudo, acho que isso não prejudicou a redação pois o informante esteve sempre muito cooperativo.
  • Roselane foi a informante mais velha (ela tem 15 anos), por isso suas narrativas são diferentes das outras meninas.O seu desenvolvimento durante a entrevista foi ótimo, ela estava bastante descontraída.
  • Sidney se mostrou calmo e cooperativo durante toda a entrevista, sua dúvida foi a respeito da descrição;essa parte é sempre difícil, os informantes confundem um pouco, mas esclarecida essa parte o resultado foi positivo.
Relato de interação
1993
  • A coleta do material foi feita na escola, os textos orais na sala da supervisão e os escritos (em duas sessões) no refeitório e numa sala de aula.O informante nasceu no Mato Grosso do Sul, porém veio para cá ainda pequeno e nem conserva sotaque daquela região.Veio [v:participar] deste trabalho [a:voluntariamente] , assim como todos os outros informantes.O informante recebeu orientações sobre os temas da entrevista antes da gravação.Iniciada a gravação, o informante mostrou-se tímido, mas pouco a pouco foi se sentindo à vontade e produzindo seus textos de acordo com os comandos.Apenas o texto descritivo precisou ser regravado por causa de um erro de comando.Não tivemos maiores problemas em marcar as sessões e as datas foram cumpridas.É válido acrescentar que o ruído de cadeiras arrastando na hora da gravação, prejudicou um pouco um pequeno trecho da entrevista (na fita), mas não atrapalhou de fato o desempenho do informante no momento.
Relato de interação
1993
  • Na escola Vista Alegre não havia mais rapazes para serem visitados, então fiz as coletas restantes em uma escola na Ilha do Governador.Entrei em contato com a diretora e fui apresentada à professora que lecionava no CA Supletivo.Expliquei qual era o meu trabalho e ela me autorizou a trabalhar com a sua turma.Marcamos as gravações para o dia 4 de novembro e ela me indicou três alunos que gostariam de colaborar com o projeto.O mais novo dos três, o pintor de automóveis, foi então o meu sexto informante.Não havia local disponível para a gravação e tivemos que ficar no pátio em frente à uma avenida de tráfego intenso. [s:O informante] [v:falava] [a:alto] pois não queria que o ruído interferisse na gravação.Durante a narrativa de experiência pessoal seus olhos encheram-se de lágrimas, mas ele segurou o choro.Seguiu os comandos sem dificuldades aparentando muita calma.A gravação foi rápida e sem problemas.Ele foi o primeiro a me entregar a parte escrita (o primeiro dessa escola).A coleta foi feita na sala de aula.Ele começou a fazer antes de eu chegar pois queria que a professora o ajudasse.Cheguei a tempo de impedir a interferência da professora que, com a melhor das intenções, tentava ajudá-lo.Como os colegas da turma ainda não haviam chegado, não houve mais nenhuma interrupção.Ele demorou quase duas horas para escrever os textos e demonstrou boa vontade para realizar a tarefa.Não houve problemas.
  • Minha segunda entrevista foi com a Adriana.Ela é muito risonha e estava entusiasmada para falar.Assim que a primeira informante saiu da sala de aula onde fazíamos as gravações, ela entrou.Conversamos um pouco antes de começarmos.Ela estava muito agitada.Perguntei se ela estava nervosa e ela disse que sim.O motivo do nervosismo era porque a nossa conversa seria gravada.Apesar de eu repetir a explicação dos comandos, ela hesitou em seguir alguns deles.Parecia preocupada porque estava chovendo e já era bem tarde, por volta das dez e meia da noite.Ela volta sozinha e a pé para casa e o trajeto é longo e perigoso.A gravação [a:só] foi interrompida uma vez pela professora que veio saber se estava tudo bem.Não demoramos e, ao terminarmos, a gravação,a menina que [v:havia sido entrevistada] [a:anteriormente] ainda nos aguardava para [v:sairmos] [a:juntas] da escola.A parte escrita foi coletada com maior dificuldade.A informante preparou os textos duas semanas depois, mas como havia faltado na data marcada para a entrega, rasgou os textos pensando que não serviriam mais.Quando nos reencontramos, pedi para que [v:fizesse] [a:novamente] os textos.Durante a época de provas a informante não teve tempo para prepará-los,depois [a:só] retornou à escola para saber o resultado das provas.Houve vários dias de paralisação de aulas, reduzindo nossas chances de contato.Fui diversas vezes à casa da informante e [a:somente] no dia quatro de novembro obtive o material escrito.Faltou o relato de procedimento que [a:só] foi entregue no dia vinte de janeiro deste ano.Após a visita que fiz, interpretei a demora para entregar a parte escrita como um reflexo da situação familiar.Os informante são, [p:em] [a:geral] , carentes e não moram com os pais.
  • Meu oitavo informante foi um ajudante de caminhão.Gravamos as narrativas no horário da aula.Ele foi o terceiro naquela noite.Ficamos no pátio em frente a uma movimentada avenida.Expliquei os comandos e ele teve pressa em contar as histórias pois sentia-se nervoso com o gravador.Ele sentiu dificuldades para recontar uma história e para descrever um local de sua preferência.O seu tempo de relato foi um dos mais curtos.Não houve interrupções.A coleta da parte escrita foi feita no dia 28 de novembro na casa do informante.Eu não estava presente.Ele faltou na data marcada para entrega dos textos e depois me pediu para fazer em casa porque ele tinha vergonha de escrever.Concordei.Ele escreveu muito pouco e disse que não conseguia escrever mais do que aquilo.A professora falou que é assim [a:mesmo] porque, apesar de terem concluído o CA, eles ainda não dominavam a escrita livre.
  • Minha terceira entrevista foi no dia 19 de outubro, quando entrevistei alunos de uma segunda turma.Foram três voluntários: duas moças e o único rapaz da turma.Nesse dia não havia sala vaga para fazermos as gravações, então descemos para o refeitório.O rapaz me acompanhou enquanto as moças continuaram assistindo a aula.Conversamos, expliquei os comandos e começamos a gravar as narrativas. [a:Próximo] à mesa onde estávamos, duas alunas fingiam estudar para prestar atenção em nosso trabalho.O informante sentiu-se incomodado e pediu para trocarmos de lugar.Sugeriu que fossemos para o pátio.Isso não foi necessário porque a inspetora retirou as meninas do refeitório pois em horário de aula os alunos não podem ficar fora das salas.Concluímos a gravação ali [a:mesmo] no refeitório sem maiores problemas, a não ser o barulho da conversa das serventes que prejudicou a qualidade do som.Devido à paralisação das aulas na escola e ao período de provas, o informante demorou a entregar a parte escrita.Precisei ir à padaria onde ele trabalha para poder coletar o material.O informante demorou mais de um mês para preparar textos curtos e pobres, demonstrando o grau de dificuldade que possui para escrever, apesar da boa vontade.Os textos foram preparados no dia 28 de novembro de 1993.
  • O sétimo entrevistado foi o cozinheiro de trinta e cinco anos que aparentava mais de quarenta.Ele foi o segundo a ser entrevistado naquela noite e estava muito nervoso. [v:Expliquei] os comandos [a:novamente] , ele se acalmou,mas foi [a:só] ligar o gravador e ele voltou a tremer.As gravações foram realizadas no pátio em frente a uma movimentada avenida.O informante teve dificuldades em seguir os comandos e fazia sinal para que eu desligasse o gravador pois ele não conseguia falar.Ele não quis desistir, mas seus relatos foram curtos.A gravação [v:foi concluída] [a:rapidamente] e sem interrupções.No dia marcado para coleta do material escrito o informante faltou.Depois a professora me disse queele estava com vergonha porque não sabia [v:escrever] [a:direito] .Ele mudou até de visual, tirou a barba, para que eu não o reconhecesse.A professora conversou com ele e no dia seis de dezembro ele concordou em fazer o relato escrito.O informante estava impaciente porque não conseguia escrever.A coleta foi feita na sala de aula e os colegas mandavam ele fazer uma letra bonita.Ele então quis passar os textos a limpo.Fez textos curtíssimos mas demorou quase duas horas [a:só] fazendo o rascunho.Ele me disse que gostaria de fazer um trabalho melhor e estava envergonhado porque não teve a mesma desenvoltura do colega mais novo para escrever.Não houve mais interferências ou problemas.
  • Minha quarta entrevista foi feita na hora do recreio do turno da noite.Começamos a conversar no refeitório.A informante, uma voluntária, sugeriu que fossemos para um canto do pátio onde não haveria tanto barulho.Começamos a gravação assim que expliquei os comandos.Fomos interrompidas duas vezes por colegas da informante, mas o trabalho não foi prejudicado.A informante se emocionou durante a narrativa de experiência pessoal e o relato de opinião, nos quais falou sobre a situação de sua família.Ao final da gravação ela chorou e eu me senti muito constrangida.Conversamos até ela se acalmar.Ela foi a segunda entrevistada daquela noite e, como ainda havia outro informante aguardando a hora de gravação, não pudemos prolongar a conversa.A informante me entregou a parte escrita no dia cinco de novembro.Faltou o relato de opinião que foi entregue no dia quatro de janeiro.Além dos problemas causados pela paralisação das aulas e pelo período de provas, a informante foi expulsa da casa onde morava.Demorei a encontrar seu novo endereço.Nosso contato era difícil porque ela não tem telefone e após as provas não retornou à escola.
  • Minha nona entrevista foi realizada no dia nove de fevereiro deste ano.Foi necessária porque anulei o material de uma informante que não me entregou a parte escrita.Tive dificuldade para encontrar fora do período letivo um informante que atendesse as minhas necessidades.Ao comentar meu problema com um amigo, ele me apresentou uma conhecida que se encaixava no meu “perfil de informante”: ela concluiu o curso de alfabetização no ano passado e estudava na rede pública da região dois.Ela aceitou fazer a gravação e a parte escrita.Marcamos a entrevista para a manhã do dia seguinte no local de trabalho dela, na universidade.Nos encontramos em uma sala de leitura da Faculdade de Letras.O ambiente estava silencioso devido ao período de férias e nós nos sentimos bem à vontade.Expliquei os comandos, ela entendeu,mas disse que estava com medo de não [v:falar] [a:direito] .Então ela me pediu para contar parte da narrativa antes de gravá-las.Começamos a fazer como ela queria e quando ela se sentiu segura não interrompemos mais as gravações.A informante gosta muito de falar e o resultado foi muito bom.A parte escrita foi feita na casa da informante nos dias dezoito, dezenove e vinte de fevereiro, ou seja, na semana seguinte.Ao me entregar o material por escrito, a informante pediu desculpas por achá-lo mal feito embora tivesse se esforçado para fazê-lo melhor.Na minha opinião, foi uma das melhores que eu consegui coletar.
  • A quinta entrevista foi a última do dia dezenove de outubro.A informante já me esperava no pátio.O barulho do ambiente havia se intensificado e, enquanto conversávamos, procurávamos um melhor local para a gravação.Por fim, a informante escolheu o mesmo lugar que a outra informante havia escolhido:um canto do pátio [a:junto] à escada.Sentamos no chão, tornei a explicar os comandos e iniciamos a gravação.A informante sempre pedia para conter o começo de cada narrativa antes de gravar pois estava nervosa e tinha medo de não conseguir falar.Aos poucos ela se acalmou e [v:concluímos] a gravação [a:rapidamente] e sem problemas.A parte escrita foi coletada no dia vinte e oito de outubro na casa da informante.Não houve problemas nem interrupções, apesar do grande movimento de pessoas na casa e do barulho das conversas.A casa está sempre com muitas mulheres porque a informante e a mãe trabalham como cabeleireiras e manicures.
Relato de interação
1993
  • Nesta entrevista, a coleta do material oral foi realizada na sala dos professores do colégio onde o informante estuda.Ela era pouco espaçosa porém cômoda, a escolha final do local foi do informante.Antes da gravação expliquei o porquê da entrevista e sobre o que ele falaria.Este estava bem motivado para a realização do trabalho.Havia mais duas pessoas na sala que [v:ouviram] [a:atentamente] o que nós falavamos, sem contudo tirar a atenção dele.Sendo assim, a entrevista foi muito boa.Mas [a:mesmo] assim produziu bem os textos escritos.A coleta do material escrito também realizou-se na sala dos professores e a escolha final do local foi da entrevistadora.Na sala havia outros alunos que já tinham sido entrevistados fazendo a parte escrita, mas sem interferirem no trabalho um dos outros.O informante estava bem disposto, embora não gostasse de escrever.
Relato de interação
1993
  • Realizou-se a coleta do corpus de uma aluna da Classe de Alfabetização do Colégio de Aplicação Fernando Rodrigues da Silveira.A informante chama-se Bruna.A escolha do local para se fazer a coleta do material oral e escrito coube a supervisora do CAP.O material oral foi coletado numa sala da aula do CAP.O local proporcionou boas condições para se coletar o corpus, isto é, o ambiente era iluminado, agradável e oferecia um isolamento razoável.Esta questão do isolamento ser razoável explica-se pelo fato de que no pátio da escola algumas crianças brincavam e gritavam.Esses barulhos podiam ser ouvidos da sala onde nos encontrávamos.Por este motivo a sala não ofereceu um isolamento ideal.Apesar deste fator externo (barulhos), a aluna não foi interrompida.A informante estava bastante disposta a participar da atividade e sentia-se à vontade para poder narrar suas histórias.O material escrito foi coletado na mesma sala de aula do CAP, sempre após a coleta do material oral.Também, neste local a única coisa que não foi satisfatória diz respeito ao isolamento.Neste caso, devido à presença das outras crianças que participavam deste projeto de pesquisa.Cabe ressaltar ainda que foram necessários dois encontros com a informante para a coleta do material escrito.Tal coleta do material oral e escrito foi realizado no ano de 1991.
Relato de interação
1993
  • Nesta entrevista, a coleta do material oral foi realizada na sala dos professores do colégio onde a informante estuda.Ela era pouco espaçosa porém cômoda, a escolha final do local foi da informante.Antes da gravação expliquei o porquê da entrevista e sobre o que ela falaria.Esta estava bem motivado para a realização do trabalho e foi a que mais falou.Havia uma professora na sala usando o mimiógrafo,o que atrapalhou um pouco, mas não comprometeu a validação da entrevista que foi muito boa.A coleta do material escrito realizou-se na sala de aula e a escolha final do local foi da entrevistadora.Na sala havia outros alunos que já tinham sido entrevistados fazendo a parte escrita, mas sem interferirem no trabalho um dos outros.A informante estava bem disposta, e [v:produziu] [a:corretamente] seus textos escritos.
  • Nesta entrevista, a coleta do material oral foi realizada numa sala de aula do colégio onde o informante estuda.Ela era grande e confortável, a escolha final do local foi da entrevistadora.Antes da gravação expliquei o porquê da entrevista e sobre o que ele falaria.Este estava bem motivado para a realização do trabalho, no entanto, ficou um pouco perdido perante minhas explicações e dizia não se lembrar de nada, foi preciso explicá-lo várias vezes o que ele deveria falar.Durante as narrativas ele se comportou como se vivesse a cena que estava me contando.A coleta do material escrito realizou-se na sala de aula também.Neste parte, o informante mostrou-se pouco motivado.Foi necessário eu lhe dizer o que ele havia me dito, pois dizia que já não se lembrava o que havia falado durante as gravações.
  • Nesta entrevista, a coleta do material oral foi realizada na sala dos professores do colégio onde o informante estuda.Ela era pouco espaçosa porém cômoda, a escolha final do local foi do informante.Antes da gravação expliquei o porquê da entrevista e sobre o que ele falaria.Este estava bem motivado para a realização do trabalho, muito interessado em me ajudar a coletar os dados e era muito falante.Assim, comportou-se bem e sua entrevista e boa.A coleta do material escrito realizou-se na sala de aula e a escolha final do local foi da entrevistadora.Na sala havia outros alunos que já tinham sido entrevistados fazendo a parte escrita, mas sem interferirem no trabalho um dos outros.O informante não estava bem disposto, a escrever o que falou durante a entrevista, mas [a:mesmo] assim produziu seus textos.
  • Nesta entrevista, a coleta do material oral foi realizada na sala dos professores do colégio onde a informante estuda.Ela era pouco espaçosa porém cômoda, a escolha final do local foi da informante.Antes da gravação expliquei o porquê da entrevista e sobre o que ela falaria.Esta estava bem motivado para a realização do trabalho.Havia duas colegas na sala que intervieram [a:somente] uma vez, no início da gravação quando eu lhe havia perguntado sua idade e então uma delas repetiu para a informante o que eu havia perguntado.No entanto, não comprometeu a validade da entrevista.A coleta do material escrito realizou-se na sala de aula e a escolha final do local foi da entrevistadora.A informante se mostrou [a:relativamente] disposta para produzir os textos, já que não gostou muito de ter que escrever.
  • Nesta entrevista, a coleta do material oral foi realizada numa sala de aula do colégio onde a informante estuda.Ela era grande e confortável, a escolha final do local foi da entrevistadora.Antes da gravação expliquei o porquê da entrevista e sobre o que ele falaria.Esta estava bem interessada para a realização do trabalho.Como possuía nove anos de idade não foi difícil fazer com que ela entendesse os cinco comandos da coleta.Assim, sua entrevista foi muito boa.A coleta do material escrito realizou-se na sala de aula também.A informante mostrou-se bastante disposta para realizar seus textos escritos.Ela foi bastante acessível e prestativa, assim como sua professora.
  • Nesta entrevista, a coleta do material oral foi realizada na sala dos professores do colégio onde a informante estuda.Ela era pouco espaçosa porém cômoda, a escolha final do local foi da informante.Antes da gravação expliquei o porquê da entrevista e sobre o que ela falaria.Esta estava bem motivado para a realização do trabalho.As duas narrativas (de experiência pessoal e recontada) tiveram que ser refeitas por falta de detalhes.Quando retornei à escola, a informante se prontificou a regravar, e assim sua entrevista se [v:completou] [a:corretamente] .A coleta do material escrito também realizou-se na sala dos professores e a escolha final do local foi da entrevistadora.Nesta parte, a informante mostrou-se disposta, no entanto, não gostou de ter que escrever.
  • Nesta entrevista, a coleta do material oral foi realizada numa sala de aula do colégio onde o informante estuda.Ela era grande e confortável, a escolha final do local foi da entrevistadora.Antes da gravação expliquei o porquê da entrevista e sobre o que ele falaria.Apesar de compreender tudo o que teria que fazer ficou inseguro durante a gravação.No entanto, este fato não comprometeu a validade da entrevista.A coleta do material escrito também realizou-se na sala dos professores e a escolha final do local foi da entrevistadora.Na sala havia outros alunos que já tinham sido entrevistados fazendo a parte escrita, mas sem interferirem no trabalho um dos outros.Nesta parte, o informante ficou mais à vontade, pois estava cercado por seus colegas.
Relato de interação
1993

  • E: está aqui comigo Aydano... informante de curso superior... morador de Niterói... e da Universidade Federal Fluminense... neste momento... Aydano... eu... gostaria que você narrasse para mim... uma história... que aconteceu com você... pode ser... qualquer história... triste... alegre... ou divertida ...

  • I: [a:bom] ... vou contar uma história que aconteceu... nesse fim de semana... (né) é?queeu tenho uma amiga... [a:muito] amiga minha...e nós::/ [s:nós] [a:inclusive] [v:moramos] [a:juntos] assim... um:: determinado tempo... mas como amigos... nós dividimos apartamento... e ela teve filho... acabou de ter filho essa semana... aí/ e... ela trabalha em:: Itaquatiara... ela tem um trailler em Itaquatiara... e estava o marido dela no trailler... quando eu soube que ela tinha tido filho dois dias antes...aí eu falei::/ aí eu... “ah... que [a:legal] ...”não sei quê... “vou... vou lá visitar... é pertinho do::/ da/ do trailler...” quando eu fu/ cheguei lá... estava o marido dela saindo... da... da casa... nem me:: recebeu no portão assim... eu falei “ah:: podia ver a Rosana...” não sei o quê... “eu vim/” “não...” nem podia ver... “eu vou/ vim ver a Rosana...” e tal... “e o bebê...” aí ele falou... “ah... não...agora não é um bom momento pra você ver o be/ ah:: pra você visitar porque... [a:realmente] agora tá::/ tem algum problema” tinha tido algum problema... ele saiu um pouco::... zangado... e aí ele falou... eh ... que amigo/ não... como é que é? visita de ami/ eh... visita de amigo pode atrapalhar... e eu fiquei assim com aquilo na garganta assim::... quase xingando... falei... “um amigo não::/ amigo não atrapalha... amigo [a:só] ajuda...” né? esse negócio de::... amiga da gente casar com gente chata... né? ((riso de E))aí eu fiquei [a:meio] assim... e ainda não voltei... a visitar o:: ((riso)) o bebê...

  • E: [a:bom] ... Aydano ... pra nós terminarmos agora... eu gostaria... que você falasse... de alguma história engraçada ou triste...que tenha ocorrido com alguém que você conhece... pode ser?
    I: pode... (poderia) me lembrar do::/ de um amigo meu... e ele::... me contou/ e ele é uma pe...uma pessoa assim... que expressa [a:muito] pouco assimo::/ a parte... artística dele... né? em termos de... de escrita... ou:: de qualquer outra coisa... aí uma vez ele me mostrou um poema que ele tinha feito... e o poema era sobre um pato ((riso de E)) aí ele me con/ e era um poema super bem feito... super bem feito... super interessante... emocionante... e era::... mais ou menos a história dum::/ de um... pato que ele tinha na fa... na fazenda dos pais dele... quando era pequeno... que ele tratava do pato... saía com o pato... não sei o que lá... quando era criança... e que um belo dia... eles saíram pra pescar... e quando voltaram deixaram os anzóis/ os caniços... né? com os anzóis... do lado de fora da casa... e foram almoçar... não sei que lá... e quando voltaram... os patos tinham comido os anzóis com as iscas... e estavam todos... enganchados... com:: os anzóis... e acabou que tiveram que:: matar os patos... porque não tinha outra solução... e aí ele fez esse poema ((riso)) emocionado... que eu fiquei impressionado...
    E: ok... Aydano... [a:muito] obrigado por sua colaboração...

  • E: eh... agora... eu gostaria que você... descrevesse para mim... o lugar... em que você goste de passear aqui... na cidade de Niterói...
    I:que eu goste de passear? uhn::... [a:bom] ... duran/ eh::... eu gosto muito dessa orla... daqui... da::.. da Boa Viagem...que vai até o Gragoatá...eu gosto muito dessa orla daqui... [a:bom] ... e é [a:basicamente] ... saindo da minha casa chega na praia...tem uma subida... que vai beirando o mar... né? você:: vai subindo em direção ao MAC... tem::/ onde está o MAC... o MAC está em cima... embaixo tem... um... um::/ umas cavernas... que eu gosto de ficar olhando... embaixo do museu... depois você desce... continu/ eh:: agora a prefeitura... gramou... fez um:: jardim legal ali... e você vai olhando... depois que você passa do MAC... começa a descer... aí tem a:: a praiazinha da Boa Viagem... que é uma praia pequena... que também tem outra caverna... depois chega à Ilha da Boa Viagem...que está [a:muito] bonita assim... acho que é a:: a vista mais bonita assim da Baía... que tem é essa... é essa daqui... que você vê a boca da Baía... a ilha... a::... a igrejinha... que fica bem de frente à entrada da Baía... o Cristo... o Pão-de-Açúcar... tudo junto...
    E: ok...

  • E: eh... você sabe fazer alguma coisa... Aydano?
    I: eh... eu sei dirigir ((riso))
    E: ahn... você poderia... me contar... né? como é que você faz isso?
    I:como eu dirijo? eu dirijo::/ [a:bom] ... dirijo com cuidado... né?chego... entro no carro... deixo esquentar um pouquinho... dirijo devagar... arranco sem esticar as marchas... sem esticar marcha nenhuma... vou andando... tenho muita preocupação no trânsito... tenho muita preocupação com::... educação no trânsito...que eu acho que as pessoas são [a:muito] mal-educadas... até as pessoas que são educadas no trato social... não conseguem transferir muito a educação no trato social pra educação no trânsito... né? buzinam atrás de você... piscam farol... são:: grosseiros... e sou/ eu gosto muito de::... de ser educado no trânsito... não correr... respeitar... no limite do possível... a::/as regras do trânsito... e [a:só] isso...

  • E: eh... agora... você poderia me dizer o que que você achou da reeleição... do presidente Fernando Henrique Cardozo?
    I: ai::... eu acho que Fernando Henrique/ eu não votei nele... mas o::/ ele está/ ele pegou um momento interessante assim... né? um momento que/ do fim da/ do Bloco Soviético... né?o fim do comunismo assim no mundo... aí ficou [a:meio] só:: a... a ileo/ a ideologia vingente do::... neoliberalismo... e ele... um homem inteligente... e ele/ eu acho que ele vai contribuir muito para própria esquerda mudar o:: discurso dela... e::... não/ eu acho que ele não tem grande mérito... eh::... porque ele::/ na verdade... eu que sou... professor de espanhol... eu lido muito com... com jornal argentino... jornal... de outros países... de/ do mundo hispânico... ese você quiser saber o que Fernando Henrique vai saber... é [a:só] você ter lido o jornal da Argentinade um ano e meio atrás... ou de dois anos atrás... que tudo foi assim... ou:: no México também... ele não tem mérito nenhum... acho que o principal defeito dele é::... é a falta de originalidade ...
Parte oral
1998
  • No dia 19 de setembro, fui visitar uma amiga de Itaguatiara que ganhara um filho.Chegando lá, encontrei no portão da casa seu marido um pouco aborrecido.Ele não permitiu que eu visitasse Rosana.Acredito que tenha ocorrido algum problema entre eles e eu fiquei chateado./
  • Uma certa vez um amigo que era [a:muito] tímidome mostrou um poema que tratava de um pato.Quando ele era pequeno, sua família resolveu pescar;na volta, deixaram no lado de fora da fazenda os caniços com anzóis e iscas.Quando voltaram, perceberam que os patos havia comido esses objetos.Os patos tiveram de ser sacrificados.
  • Gosto de passear pela orla da Boa Viagem que vai até o Gragoatá.Há uma subida que beira o mar.Assim que se chega ao Mak, vê-se algumas cavernas.Há alguns jardins bem cuidados.Mais abaixo há a praia da Boa Viagem e também a Ilha.Desses lugares, pode-se ver a Baía de Guanabara, o Cristo Redentor e o Pão-de-açúcar.
  • Uma das coisas que eu sei fazer é dirigir.Tenho bastante cuidado no trânsito, porque [a:ultimamente] as pessoas estão mal-educadas.Não gosto de correr, prefiro andar devagar.
  • Acho o presidente Fernando Henrique inteligente, mas [a:muito] influenciado pelas políticas externas.Não tem originalidade.Basta lermos o que os jornais de língua espanhola diziam há alguns anos atrás e perceberemos qual será o fim dele.
Parte escrita
1998

  • E: Niterói... dez de agosto de mil novecentos e noventa e oito... eu estou aqui com a informante Margarete... que mora... em Niterói...ela é estudante da terceira série do segundo grau... aqui [a:mesmo] em Fonseca... no Colégio Estadual Hilário Ribeiro... ahn... Margarete... eu/ você poderia me contar... uma história que tenha ocorrido com você... pode ser uma história triste... alegre... engraçada...
    I: eh... pode ser no meu caso... uma coisa que foi importante pra mim... entendeu? ((ruído)) eh... que foi a minha conversão... que eu era/ não era cristã... entendeu? nasci numa família católica e... me converti... entrei pra igreja... fazia muita besteira assim... entendeu? aí hoje em dia... melhorei... estou bem mais... calma... bem mais/ penso mais nas coisas antes de fazer... acho que só...
    E: eh... isso pra você é uma história... alegre?
    I: pra mim é.... porque... pô...eu... [a:só] fazia/ entendeu?... não pensava em nada... hoje em dia eu já penso antes de fazer as coisas... eh...me importo mais com o estudo porque eu [a:antigamente] também (mesmo) não me importava... entendeu? pra mim foi um fato assim importante... pra mim...
    E: como aconteceu isso tudo?
    I: o começo? assim?
    E: isso...
    I: eh::...minha irmã [a:primeiro] entrou... na igreja... aí ela me falava/ eu falava que não era nem pra falar perto de crente perto de mim porque eu não gostava... aí... por curiosidade eu fui... entendeu? por curiosidade também... pra chegar lá e depois ficar falando mal... ai acabei entrando... fiquei e tô até hoje... quatro anos...
    E: ok...

  • E: agora... você:: vai narrar... uma história... que tinha ocorrido com alguém que você conhece... ok? essa história também pode ter sido triste... alegre... ou engraçada...
    I: uma história? eh::... o meu irmão... que ele::... não era casado... aí... eh... chegou pra mim... e di/ ( ) com uma outra namorada já... chegou pra mim e disse que estava/ eh... tinha engravidado uma menina... entendeu? e que::... não era pra eu contar pra ninguém... aí acabou ele contando depois pros meus pais... aí eu contei também... entendeu? [a:só] isso...
    E: e o que que você achou dessa história?
    I: ele é maluco ((risos))
    E: ok...

  • E: eh... Margarete... eu gostaria de que você descrevesse... o lugar onde você prefere passear...
    I: em Guaxindiba... São Francisco... perto de Campos... eh... a praia que tem lá/ a gente aluga sempre uma casa... pra gente ficar lá... eu e minha família... o pessoal...
    E:é [a:muito] extenso o lugar?
    I: bem grande... e a gente sempre vai em época de carnaval...
    E: e você pode me descrever assim como é que é ... é o lugar?
    I: ahn... bonito ((riso)) como assim? é::... praia... bem grande... tem... três praias eu acho... encarreiradas... acho que só...

  • E: eh... agora... você vai me contar... se você sabe fazer alguma coisa... e como você... Margarete... faz tal coisa... como procede pra fazer essa coisa...
    I: o jornal do grêmio...
    E: o jornal do grêmio?
    I: é... e:: assim... eu... mais... [a:juntamente] com... uma e... uma equipezinha daqui da escola [a:mesmo] ... dos estudantes... se reúne... eh::... pega as fofocas... os recados que está... rolando aí com o pessoal da escola... pega homenagem também para os professores... e coloca pensamentos... coloca/ eh... uma pregada de coisa dentro do... dentro de jornalzinho... de duas folhas... aí a gente digita...aqui no/ na escola [a:mesmo] ... depois passa pros alunos...
    E: e como/ é... é digitado na escola... né?
    I: ahn... ahn...
    E: vocês digitam no computador?
    I: no computador...
    E: e as pessoas... os alunos... compram muito esse jornal?
    I: eh... a primeira edição... a gente vendeu bastante... a gente já está partindo pra segunda edição agora... mas a primeira vendeu bastante... [a:só] falta os professores comprar...
    E: e qual é o objetivo... desse jornal?
    I: deixar os alunos da escola mesmo mais unidos... porque... os alunos já foram mais unidos... né? mas agora o pessoal... não sei se é porque entrou muita gente de fora... muita gente nova...aí a escola está [a:totalmente] ... o pessoal/ o recreio é parado... entendeu? [a:muito] chatinho... aí a gente fez mais isso pra o pessoal ficar sabendo o que que está passando... alguma fofoquinha com esses negócios... aí o pessoal coloca e fica rin::do... algum recadinho... esses negócios...
    E: e qual é a parte do jornal que eles mais gostam?
    I: acho que é da fofoca e do recado...
    E: da fofoca e do recado? por quê?
    I: sei lá... porque::... alguma animação... alguma coisa engraçada... aí... o pessoal lê na hora do recreio... aí ri... entendeu? acho que é mais do... do recado... e da/ do::/ da fofoca... e... aparece bastante gente também pra colocar... fofoquinha dos outros...
    E: ok... Margarete... [a:muito] obrigado por sua colaboração...

  • E: [a:bom] ... eh... na última semana... Margarete...um cabo da polícia militar... matou dois bandidos de banco... na Praça da Paz em Copacabana... no Rio de Janeiro... você assistiu às cenas pela TV?
    I: ahn... ahn... assisti...
    E: o que você achou? qual é a sua opinião sobre esse... esse assun::to?
    I: eu acho que ele... estava certo... porque... ali no caso... se ele não matasse... seria morto... né? porque... não tinha nem como... o rapaz já estava com... com a mão no... revólver... então se ele não matasse ali no caso... seria morto...
    E: você acha que não tinha uma ou... uma outra alternativa?
    I: ah... eu acho que não... porque até ele pensar no caso... como que ele:: entendeu? aonde que ele ia atirar... porque ele já veio com... com o revólver já... em direção à cabeça... não sei... até ele pensar aonde que ele ia atirar... ele já tinha/ o::... assaltante já tinha matado... acho que não dava não...
    E: a... a polícia... está pensando em... em dar uma promoção pra esse cabo... você concorda com isso... com essa tal promoção?
    I: sei lá... eu acho que não... também não é pra tanto não...
    E: por quê?
    I: pô... o cara está fazendo a parte dele... entendeu? ele é policial... a partir da forma que ele formou ali...ele já sabe que ele ia passar por isso... dar promoção? [a:só] no Brasil [a:mesmo] ((riso))
    E: ok...
Parte oral
1998
  • Tive uma experiência que teve grande importância para mim;que foi minha conversão.Fui à Igreja por curiosidade e para ver o que eles falavam, para depois falar mal.Quando cheguei lá vi que não era nada daquilo.Já estou há quatro anos numa Igreja evangélica - Nova Vida.E mudei muito.Antes fazia muita coisa errada e não ligada para os estudos.Hoje descobri que a vida em Cristo é bem melhor, e que Ele me dá forças para viver e para enfrentar os problemas.
  • Meu irmão me contou que tinha engravidado uma menina.Mas eu não podia contar isso à ninguém.Quando ele contou aos meus pais eles quase morreram.No começo, o achei maluco por ter casado com 23 anos;mas hoje depois do fato ocorrido e com filha de três anos;quando lembro é motivo de muito risos.
  • Todas férias eu e minha família vamos para uma praia que fica em Guaxindiba - São Francisco, [a:próximo] de Campos.São várias praias juntas.Praia de Guaxindiba, Santa Clara e Sossego.O mar não é [a:muito] forte, mas depois de 15 h, ninguém se arrisca a entrar porque fica perigoso.O mar fica super agitado.
  • O que eu mais gosto de fazer é o jornalzinho do Grêmio.Pegamos todas as fofocas, os recadinhos e as mensagens e colocamos no papel.Reunimos e lemos à todas e às mais interessantes digitamos, imprimimos, tiramos xerox para distribuir por toda escola.Vendemos na hora do recreio.A zuação é demais!Todos ficam curiosos para saberem o que está escrito no jornal.É super interessante.Essa foi a forma que encontramos para nos divertimos e para deixarmos a escola mais unida e mais animada.
  • Eu achei certo o que aquele policial fez lá em Ipanema.No caso se ele não matasse ele seria morto, então ele fez o que deveria ser feito.Eu não acho que ele deva receber uma promoção, [a:só] por causa disso.Há tantos policiais que fazem a mesma coisa e ficam no esquecimento.Existem outras maneiras de ser promovido.E ser promovido em cima da morte de outra pessoa [a:mesmo] que esta seja um ladrão, é hipocrisia.Essa é a minha visão.
Parte escrita
1998

  • E: Niterói... vinte e dois de dezembro... de mil novecentos e noventa e oito... estou com Eliane... informante de curso superior... moradora de Niterói... e estudante da Universidade ((falha de gravação)) Federal Fluminense... Eliane... para começarmos... você vai me narrar uma história... que aconteceu com você... recente ou antiga... e que tenha sido divertida... ou triste...
    I: ((tosse)) [a:bom] ... essa história que vou contar...eh::..foi [a:muito] divertida...quer dizer...me constrangeu um pouco... mas no final foi [a:muito] divertido...eh::... estava fazendo estágio na fundação... chamada Fundação de Trabalho... que faz estudos sobre trabalho... né? então... teve um congresso na/no dia quinze de dezembro... esse hotel/ esse... esse... esse... eh::... esse egre/ esse::.. esse:: congresso... foi realizado no dia quinze de dezembro... semana passada... então o congresso foi reali... eh... realizado nesse hotel... no hotel Novo Mundo... no Flamengo... e:: além de eu participar nesse congresso como... uma espécie de recepcionista... né? fazendo ficha das/ dos participantes...né? que eu fazia parte da mesa... antes disso... no estágio... eu trabalhei como::/ fazendo... eh:: críticas de questionário que iam a campo... e quando voltavam eu fazia a crítica... [a:bom] ... então chegando na hora do almoço... né?pulando [a:drasticamente] aí a:: coisa...chegando na hora do almoço... uma amiga minha... né? do... do evento e tal... na hora de almoçar... ela escolheu uma mesa onde não tinha garfo... nem... nem... nem copo... nem nada... e tanta mesa bonita... bem posta... bem arrumada... com talheres... garfos... copos... aí cada um foi escolher... né? sua comida... tal... pelo sistema self service... aí todo mundo arrumou o pratinho... cadê? a gente olhou assim... cadê os garfos... né?falei “ [a:bom] ... eu não sei se eu pego... ou se eu espero o garçom trazer...”mas estava todo mundo cansado... com fome... aí eu fui pegar os gar::fos... as facas... vim com aquele mon::te de faca na mão...quando eu chego na mesa... assim per/ [a:próximo] à mesa... veio o garçom... já estava já distribuindo os garfos... a faca... eu peguei... abaixei... aquele monte ((riso)) de garfo e faca na minha mão... disfarcei... eles olharam pra minha cara... começaram a rir... eu olhei pra cara deles... falei assim “ah...é? vocês estão rindo?” aí botei/ joguei os garfos... e as facas... todas na mesa... entendeu? aí o garçom começou a rir... aí falou assim... “mui... mui amigo...né? esse... esse pessoal... né? que está com você..." eu falei... “é... demais...” aí minha colega pra aliviar a gafe que eu tinha dado... né?mas por causa deles... ((riso)) [a:evidentemente] ... falou assim... “ah... porque é o aniversário dela... então... a gente fez essa brincadeira com ela...” aí o garçom estava sabendo que eles estavam querendo me sacanear...” desculpe a expressão... aí pegou/ me deu... o... o garfinho de sobremesa... quer dizer... eu fui a única da mesa a receber o garfo... né? a... a faca... a colher e o garfinho pra comer a sobremesa... porque:: eu não gosto assim... de ir a um restaurante e me esconder...então eles escolheram assim... um cantinho lá::... e eu estava querendo sentar já numa mesa... estava tudo bonito... com flores... com garfos...aí eu acho que já fiquei já:: [a:meio] ... irritada... aí eu já... não queria mais saber de etiqueta... fui logo pegando os talheres... os garfos... “ah.. vocês querem ( )?então vamos pra breguice [a:mesmo] ...vamos pegar garfo na mão... vamos sentar de qualquer maneira...” então eu achei uma coisa engraçada... entendeu? no final... todo mundo riu... e a gente estava num hotel... hotel... mais ou menos um hotel com uma certa/ um certo nível... né? eu achei engraçado porque... eu ligo para esse negócio de etiqueta... esse tipo de coisa... e dar uma gafe dessa... então eu achei que foi até engraçado... né? (foi que) ter acontecido isso...
    E: [a:legal] ...

  • E: agora... eu gostaria de que você:: me narrasse... uma história... que pode ser uma história triste ou alegre que tenha ocorrido... com alguém que você conhece... e esse alguém... contou para você...
    I: [a:bom] ... eu lembrei agora não sei por que... de uma... de uma história assim um pouco... um pouco triste... né? de uma colega que estava trabalhando comigo... que eu não vou dizer o nome dela... é que ela tem problema de::/ ela tem uma assim/ muita timidez... então ocorreu um fato na vida dela... de separação dos pais... tal... e ela estava apaixonada por um rapaz... esse rapaz morreu atropelado... e ela tentou:: cortar... um dos pulsos... ela me contou assim::... eu:: fiquei tão::/ um pouco chocada... porque eu... assim... não conheci ninguém que já tenha... eh::... praticado assim/ tentando suicídio... entendeu?então eu fiquei [a:muito] chocada com isso... aí depois eu tive até que rir... porque ela contando.. né? como é que ela cortou o pulso...então ela cortou [a:só] um pulso... e numa linhazinha assim bem fininha... né? eu tive que rir... porque ((risos)) porque ela contando... estou crente que é uma coisa assim... aquele suicídio... aquela coisa assim for::te...mas [s:ela] cortou/ graças a Deus... [v:cortou] bem [p:de] [a:leve] o braço... então eu cheguei a rir... quer dizer...parecia ser um história triste mas no final... [v:deu] tudo [a:certo] ... ela/ não aconteceu nada com ela... foi uma pequena tentativa mas... que fracassou... graças a Deus...
    E: ok...

  • E: agora... você poderia... me descrever... um local... do qual você gosta?
    I: olha... o local do qual eu gosto... sabe? eu gosto muito de andar... tá? durante a manhã... e o local que eu gosto de andar... é no calçadão da praia de Icaraí... eh:: na altura mais ou menos do museu... do museu que a gente tem aqui em Niterói... eh... o Museu de Arte Moderna... né? o MAC... eh... quando eu chego/ eh... quer dizer... é uma subida tão íngreme... né? cansativa... mas é que... no final... eh... dá um prazer imenso... porque... quando eu chego lá em cima... eu olho aquilo tudo lá embaixo... eu vejo o quanto que eu já caminhei... né? e vejo a/ o horizonte que tem... além daquele pedaço ali que a gente convive... que é a praia de Icaraí...é um pedaço [a:muito] curtinho... então esse/ essa subida pra mim... eu chego e vejo lá de cima o horizonte todo... então é uma coisa assim que me dá muito prazer em andar por ali... pelo museu... eu vou pela Boa Viagem... vou descendo... que eu vejo que Niterói é tão pequenininho... mas que tem um horizonte além de mim que eu posso... eu posso exacerbar muitas coisas a... através desse meu olhar... quer dizer... que Niterói vai muito/ é pequeno mas o...o horizonte é [a:muito] além de Niterói... quer dizer...eu não fico... restrita [a:só] àquele pedacinho ali do calçadão... então isso faz eu subir... ter força de vontade...subir aquele morro todo dia [a:só] para ver... o que tem do outro lado da Baía de Guanabara...
    E: [a:realmente] é um lugar [a:muito] bonito [a:mesmo] ...

  • E: eh... agora... você:: sabe fazer alguma coisa?
    I: olha... eu sei fazer ((riso)) muitas coisas... eh::... eu sei cozinhar... sabe? eh:: não assim dia-a- dia eu::... detesto... mas assim organizar assim um... um coquetel::... um jantar::... para receber convida::dos... é uma coisa que me dá muito prazer... escolher::... o cardá::pio... o que que eu vou fazer... o que que... o que que fulano gosta... o que beltrano gosta... entendeu? receber... eu adoro receber... assim como... como fato mesmo... uma coisa social... sabe? sem aquela obrigação de... de cozinhar o dia-a-dia... de fazer... sabe? tipo dona de casa... mas... mas essa coisa de receber... de escolher... cardápio... prato... ir a mercado... escolher o que que eu vou fazer... os ingredientes... eu acho uma coisa fascinante... [é uma coisa que gosto...]
    E: [e como você procede] para fazer tal coisa?
    I: ah... eu vejo as pessoas mais ou menos que vêm... né? mais ou menos...o que:: agradaria a fulano e a siclano... aí eu faço um/ uns do/ vejo assim no... [p:no] [article:] [a:geral] ... né?o que que vai agradar à maioria... e vejo outro... um prato assim também que vai agradar assim um ou outro... e:: sabe? vejo receita... busco receitas antigas pra fazer::... novida::des... coisas assim que... que eu acho que tenho certeza que vai agradar às pessoas que... que vão... na minha casa... entendeu?
    E: tudo bem...

  • E: você acha... que o presidente dos Estados Unidos da América... Bill Clinton... deve renunciar o seu posto por causa do escândalo ocorrido com sua estagiária... Monica Lewinsk?
    I: olha... eu acho isso uma grande besteira... entendeu? essa coisa de.../ eu acho que a vida sexual das pessoas pertence a elas... entendeu?acho que os Estados Unidos é um país [a:muito] hipócrita... sabe? e:: eu acho que::... acho que se ele está governando o país bem... entendeu? não interessa o que faz com o Terceiro Mundo... mas se ele está governando bem os Estados Unidos... o povo americano... eu acho que não é porque ele é homossexual... ou ele:: ou ele... trai a mulher... isso aí é uma coisa irrelevante pra mim... entendeu? eu acho que o problema é ele governar bem...ele ser um... um político que está::... dando conta do recado lá no país dele... e se fosse também... eh... como é que eu vou dizer? eh::... eu acho que isso::... sabe? acho que tem outras coisas mais importantes... outra... outras coisas que::... como é que eu vou dizer? eu acho que isso não é motivo... acho que isso não é relevante... essa coisa sexual não é... não é um fato relevante... a não ser se ele rouba::sse... cometesse atrocidade...isso aí [a:realmente] é uma coisa pra cair governo... entendeu?invasão... quer dizer... ele.. ele invadindo agora o... o/ a... a... a/ Bagdá...né? o Saddam... essa confusão toda... isso aí que é uma coisa feia... né? agora... o que que ele faz... entendeu? entre quatro paredes... o que que ele não faz... isso é problema dele... eu acho que isso... eh... acho que isso é uma coisa que... é falta do que fazer ou é... é também um fato de/ desse escândalo também... está... eh... a... atraindo a atenção... (por) que está ocorrendo no mundo... né? pra:: distrair a atenção da população... do próprio povo americano... quando ele está invadindo lá... o país... que ele quer dominar aquela área lá petrolífera... tal... e eu acho isso uma grande palhaçada... entendeu? eu acho ridículo isso...
    E:ok... [a:ótimo] ... [a:muito] obrigado pela sua colaboração... hein?
Parte oral
1998
  • Estava participando como estagiária do curso de Ciências Sociais em uma Fundação.Nesse período, houve um congresso no Hotel NOVO MUNDO, localizado no Flamengo.Esse congresso era para tratar de assuntos relativos a qualificação profissional, onde vários expositores e entidades exporiam seus pareceres.No intervalo para o almoço, nos retiramos para a nossa jornada gastronômica.O restaurante do hotel era [a:muito] bonito,as mesas estavam [a:impecavelmente] bem posta, onde os talheres estavam nos seus devidos lugares, enfim, estava tudo dentro do maior bom gosto e requinte.Uma amiga resolveu escolher o lugar para sentar-mos, eno meio de tanta mesa bonita escolheu [a:justamente] a mais feia, digo, a pouco, um grupo havia acabado de almoçar e ainda não estava preparada para sentarmos.Não havia copos, talheres, guardanapos, enfim, estava um horror.Apesar de ser um restaurante fino, o sistema é de buffet, que você própria se serve. [a:Bom] , sentei-me [a:muito] a contra - gosto, pois já havia me servido do que desejava comer.Como o garçom estava demorando, [a:voluntariosamente] , resolvi [v:levantar] -me e a providenciar os talheres para a mesa.Pois pensei, que não haveria nada de mais ir buscá-los, estavam à vista, e para falar a verdade, esse grupo que eu estava a finesse passou longe dali.Quando voltei à mesa, o garçom já estava providenciando todos os apetrechos da mesa, me senti ridícula com aquele monte de talheres na mão.Que gafe que eu tinha dado, mais logo eu que parecia saber tudo.O pior, foi quando os meus queridos colegas começaram a rir da minha cara pelo meu embaraço, tentei disfarçar mais não teve jeito.O garçom percebendo o meu embaraço, recolheu o excesso que estavam em minhas mãos, e como “prêmio de consolação”,fui a primeira a ser atendida por ele, [a:inclusive] , a receber os talheres da sobremesa.
  • Certo dia, eu e uma colega de Faculdade, conversávamos sobre alguns problemas existenciais.E em determinado momento da conversa, contou-me que sofreu muito na época em que seus pais estavam se separando,que tinha sido um processo [a:muito] doloroso para todos de sua família,e [s:ela] nunca soube [v:lidar] [a:direito] com esse problema.No decorrer de sua adolescência, ela conheceu e se apaixonou por um menino que morava perto da casa de seu padrinho.E como a vida tem seus percalços, volta e meia, prega uma peça na gente, esse menino veio a falecer sendo vítima de um atropelamento.Parecia que a vida estava lhe roubando a melhor parte de sua própria vida.Foi quando ela me contou que tentou cortar os pulsos, logo após o acontecido.Fiquei chocadíssima e perguntei-lhe mais detalhes sobre o ocorrido.Perguntei-lhe se havia tentado cortar os dois pulsos,ela olhou-me com um olhar [a:meio] enigmáticoque eu não consegui decifrá- lo.Disse-me que [a:só] havia cortado um dos pulsose [s:o corte] [v:foi] [p:de] [a:leve] .Senti um grande alívio e, ao mesmo tempo, uma vontade de rir, afinal, graças a Deus, a sua tentativa de suicídio não se configurou.Acabamos rindo e fazendo piadas da “triste” situação.Pedi-lhe que nunca mais ousasse repetir a dose.
  • Descobri que fazer caminhadas não consiste apenas em trazer benefícios para a estética do corpo, mas [a:principalmente] nos benefícios que traz para a mente.Através das caminhadas, há um processo de oxigenação no cérebro trazendo uma sensação de bem-estar.O estresse do dia a dia vai se eliminando, nos dando um maior equilíbrio emocional e psicológico, harmonizando corpo e mente como um todo.No início, caminhava na beirada da praia, e depois de algum tempo, esse percurso começou a me estressar.O trajeto começou a ficar pequeno demais, precisava alçar vôos maiores.Foi quando resolvi aumentar e mudar de trajetória, começando no calçadão da Praia de Icaraí, até o Forte do Gragoatá que dá média uns 13Km ida e volta.Nas primeiras caminhadas sentia o coração bater com muito mais força, e muitas vezes, ficava com medo de infartar.Mas com o tempo, o meu organismo foi adquirindo uma maior resistência.Muitas pessoas idosas faziam este percurso, e isto serviu de exemplo e incentivo para que eu prosseguisse.A parte mais recompensante dessa caminhada, é quando você chega no topo, logo após o Museu de Arte Contemporânea, tem-se uma visão panorâmica, magnífica, onde o cansaço vai desaparecendo a medida que você vai se alimentando daquela visão de quase 180o graus.Lá do alto, você vislumbra um horizonte mais largo, onde a paz e a sensação de liberdade invadem todo o meu ser.É como se todas as nossas amarras e grilhões caíssem pelo meio do caminho e se perdessem.Lá se tem a sensação que você pode tudo, que todas as fronteiras são suplantadas.Lá, você se sente pequeno e grande ao mesmo tempo.A realidade se torna mais interessante, se tem a sensação de missão cumprida sem ser obrigatória, e nesse ínterim, você tem um encontro com o mar, com a natureza, um encontro com Deus.
  • Gosto de fazer inúmeras atividades, dentre elas, organizar e preparar dentro da culinária, alguns pratos para determinadas ocasiões.Isso me dá algum prazer, pensar em cada convidado provando temperos diferentes, fugindo um pouco da mesmice cotidiana do mesmo paladar.Não tenho nada contra ao feijão com arroz, [a:muito] pelo contrário, é o básico.Mas como gosto de fugir um pouco da rotina, nada mais justo você também tentar inovar, experimentar outros sabores, outros perfumes, e tentar passar esse clima de mistério, fantasia para as pessoas que você gosta.
  • Na minha opinião, a vida sexual das pessoas [a:só] interessa a elas.Há não ser que elas queiram torná-las públicas.Há grande diferença é que se trata do presidente dos Estados Unidos, uma poderosa nação e isso dá ibope e vende muitos jornais.Vários presidentes americanos foram cercados de escândalos sexuais, não sendo novidade para ninguém, este é um tipo de assunto que sempre causa muitos burburinhos, e no caso do Clinton não seria diferente.Haveria problemas se ele tivesse praticado estupro, assédio sexual, usando o seu poder político para intimidar e forçar as suas funcionárias, ou melhor, funcionárias do governo, a manterem o contato íntimo com ele, e não podemos esquecer que ele é casado, e não fica bem e,não é [a:politicamente] correto que ele tenha amantes.Afinal, o presidente tem que manter uma postura lícita, e acima de qualquer suspeita aos olhos da sociedade americana.Todas as sociedades sofrem o mal da hipocrisia,a sociedade americana é hipócrita e [a:muito] alienada, se prendendo a detalhes efêmeros,enquanto a sua elite empresarial e política vem destroçando e arruinando muitas economias mundiais, até [a:mesmo] , na fabricação de guerras para impor os seus interesses econômicos, e essa sociedade finge que não vê, em nome do “way of life” americano.
Parte escrita
1998

  • E: bem... estou aqui com a estudante Lina... da UFF... sou a entrevistadora Monique... Lina... a eu gostaria que você me contasse uma história triste... alegre... feliz que tenha acontecido com você ((risos))
    I: eh:...vou contar a história/eh::...sobre meus pés... que:: eu tenho os pés cavos... que ao contrário dos pés... chatos... a minha mãe me levava sempre ao::... ortopedista... a vários ortopedistas... que eu tinha muitas dores nos joelhos e dores nos pés... eh:: nunca dava jeito... até que um ortopedista me mandou fazer aula de balé... fui... fui fazer... minha mãe me matriculou... e aí::... eh::..não [a:só] os meus pés melhoraram... meus joelhos... como também minha auto-estima... eh::... e agora eu sei me posicionar melhor... perante as pessoas... e::... não tenho mais vergonha de estar me apaixonando... e::.. é isso...
    E: tá bom... obrigada...
    I: nada...

  • E: bem... eu queria que você me contasse agora uma história que tenha acontecido com um amigo seu... um parente seu... pode se tris::te... feliz::... você decide o final...
    I: eh::...uma amiga minha...namorava há treze anos... eh... [a:só] que... esse namoro... se/acabou... terminando... porque:: o rapaz até se apaixonou por outra pessoa...e hoje está casado com ela... eh::... e ela também está casada... mas... o que acontece? treze anos de namoro... levam/é... muito tempo... então... acho que::... quando a pessoa namora assim... tanto tempo o/a::...de::ve repensar nesse namoro e tal... porque as pessoas vão amadurecendo... ao longo dos anos... e nem sempre... têm os mesmos objetivos que a outra... nem sempre está mais andando... no mesmo ritmo que a outra... e é isso...
    E: você acha que a mentalidade muda?
    I: que a mentalidade muda...
    E: hum... hum...tá bom... obrigada...
    I: de nada...

  • E: bem... Lina... agora se você me pudesse descrever um local de sua preferência... qualquer um... você pode me dizer?
    I: eu vou descrever... eh::... o lo/o ambien/o local onde fica a igrejinha onde eu me casei... é em São Francisco... é o seguinte... você:: lá... tem u::ma estradinha de paralelepípedo/paralelepípedos... que você sobe... lá em cima você já encontra um... um gramado... to::do verdinho... na::/no pátio... da frente da igreja... atrás da igreja... onde... são realizados os casamentos você já vai ver... um pátio que/um outro pátio... pátio de trás... que tem::/ que dá de... de frente... pra Baía de Guanabara... e pra::... eh... dá... dá vista pro Rio de Janeiro...e é [a:muito] bonito...
    E: então é no litoral?
    I: é... no litoral...
    E: tá bom... obrigada...
    I: de nada...

  • E: bem... eu queria que você falasse agora... alguma coisa que você sabe preparar... alguma coisa que você sabe fazer bem... e descrever pra mim...contar como você sabe fazer...
    I: eu sei preparar bem... mingau... pode rir à vontade... eh::...
    E: puxa...
    I: [a:bom] ... você pega... eh... duas... duas xícaras de leite... eh::... cinco colheres de maisena... e::... açúcar a gosto... coloca num fogo brando...e vai mexendo... [a:só] que você tem que mexer... eh:: num... num mesmo ritmo... e sem parar até engrossar... porque se não vai ficar cheio de bolinha... não fica legal... e::... você pode acrescentar... o sabor que você quiser... chocola::te... moran::go... o sabor que você quiser...
    E: não pode pelotar então?
    I: não pode pelotar...
    E: e não pode entregar... quente às crianças?

  • E: bem... Lina... eu queria que você me contasse agora... me desse uma opinião sobre o governo Lula...o que é que você acha...
    I: [a:bom] ... pelo que eu... que eu andei lendo... sobre ele... eh::...o governo dele tá::.. tá até se saindo bem... eh::.. estão... crescendo as oportunidades de emprego no Brasil... eh::...
    E: [a:economicamente] tá bem?
    I: economicamente tá bem... a fome tá até... diminuindo um pouco... mas... eh::... eu acho que ele deixou bastante a desejar... com:: o episódio do mensalão... que ele não puniu ninguém... ficou::... na dele... não... se prontificou a... a fazer nada... pra deixar... isso... em pratos limpos... ficou... parado no espaç/no tempo e no espaço...
    E:você acha então (que) eticamente...
    I:é... [a:eticamente] ele tá... [a:meio] queimado((riso))
    E: ((riso)) tá bom... obrigada pela entrevista...
    I: de nada...
Parte oral
1998
  • Quando eu era criança tinha problema nos meus pés.Na verdade, até hoje tenho os pés [a:muito] “cavos”.Não sei quais incomodam mais os “cavos” ou os “chatos”.Naquela tempo, sentia dores nos pés e joelhos e, por isso, vivia indo a vários ortopedistas para tentar achar a cura.Um dia fui a um médico que receitou para mim “aulas de ballet clássico”.Eu achei a idéia estranha, porém era feminina como eu gostava.Depois disso, a minha mãe me matriculou no ballet e eu me apaixonei pela primeira vez por algo.Eu achava aquela dança a feminilidade “em carne e osso”.Não via a hora de colocar uma sapatilha de ponta e sair bailando pelo palco.Essa experiência me tornou uma pessoa mais segura, menos tímida e aberta a paixões.Eu ainda sou uma mulher sistemática, mas eu sei procurar a minha felicidade com muita coragem e desenvoltura.
  • Uma amiga minha namorou um rapaz durante treze anos.Ela o amava muito e ele parecia a amar também, mas o tempo às vezes é cruel.Ambos cresceram e, dessa forma, suas mentes também se tornaram maduras.Eles se tornaram pessoas diferentes do que eram no início do namoro e seus pensamentos não se combinavam mais.Bem, eles se separam e sofreram, mas hoje estão felizes com os seus novos amores.
  • Gosto de ir ao lugar onde me casei.Subindo um caminho de pedras chega-se até uma igreja histórica.Ela é pequena e simples, mas [a:muito] delicada e romântica.No pátio da frente encontra-se um lindo gramado e no pátio de trás pode-se ter o prazer de apreciar uma belíssima paisagem da baía de Guanabara e ao fundo o Rio de Janeiro.
  • Poucas pessoas sabem fazer um bom minguau, mas eu sei fazer de modo que fiquem deliciosos. [s:Eu] [v:aprendi] [a:sozinha] , quando fiz para os meus sobrinhos.Esse é o passo a passo: Pegue a maisena, duas xícaras de leite e açúcar a gosto e coloquem em uma panela.Com uma colher de pau e em fogo brando, mexa a mistura até ficar cremosa.O segredo é não parar de mexer até engrossar.Para dar algum sabor, você pode acrescentar chocolate em pó, baunilha ou produtos em pó do sabor que você preferir.
  • O presidente Lula está fazendo o possível segundo eu leio em reportagens.Na minha opinião, ele deixou a desejar naquele episódio do “MENSALÃO”.
Parte escrita
1998

  • E: bem... Alex... então agora... eu queria que você me contasse uma história que aconteceu com você... pode ser triste... alegre... enfim... você é que escolhe...
    I: a:: história... eh::... que aconteceu comigo que é bem legal... foi::... mais ou menos doze anos atrás... eu fiz uma cirurgia... de::...apendisectomia... e foi tudo às pressas... e::... uma parte bem engraçada foi... no momento que eu estava tendo a alta... né? eh... meu irmão... que é... é um dos médicos...né? que... estava lá de trabalho no dia... ele chegou pra mim e ficou me zoando... dizendo que eu era frouxo... que eu não conseguia... sair... de lá do hospital... se não tivesse... com cadeira de roda... essas coisas assim... aí eu falei “ah é?” aí eu fui... co... comecei a andar... sem... sem cadeira de rodas... que nem um velho...né? aí fui amparado pela enfermeira...aí fui até o elevador... [a:só] que::...o elevador... estava com defeito... então tive que ir até o outro elevador... do outro lado do prédio...que ficava mais de cinqüenta metros dali... me arrastando [a:praticamente] ... aí... pra chegar lá... e ver... que o elevador também estava com defeito... aí a enfermeira falou “ah... você pode sair pela lavanderia...” aí eu “tudo bem...” a gente começou a se encaminhar pra... lavanderia... que agora ficava a uns cem metros dali...e [s:eu] me [v:arrastando] [a:novamente] ... [a:só] que aí começou a me bater um pânico... porque quando ela falou “lavanderia...” o que eu pensei foi... de ser jogado assim pelo buraco de roupa suja... e eu ia cair lá... cheio de dor por causa dos pontos... né?... porque já tinha passado a anestesia...mas [a:mesmo] assim fui andando pra lá... né?demorando mais ainda... [a:só] de propósito... aí/quando eu cheguei lá na lavanderia... né?... que aí fiquei mais calmo... porque eu vi que tinha uma... estradinha de terra... que meu irmão podia encostar o carro lá... sem que (eu) precisasse descer escada... rampa... sem problema nenhum...
    E: tá bom... obrigada...

  • E: Alex... agora eu gostaria que você contasse pra mim uma história que aconteceu com um... conhecido... um amigo seu... um parente... que tenha sido alegre... triste... não importa...
    I: tá... eu vou contar a história de um... de um... irmão meu ((ruído)) que fazia capoeira comigo...né? o nome dele era Marcos... e::... ele foi passar uns dias... na casa da irmã dele... que morava no Morro do Estado... que ela ia viajar... aí... em um fim de semana... ele estava se arrumando pra ir ao baile... no morro... e resolveu passar... um pouco de perfume da... da irmã dele... porque tinha um monte de vidrinho colorido...né? em cima lá da cômoda dela... o único problema... é que o Marcos não sente nem cheiro... nem sabor das coisas... tudo bem... foi pro/correu bem... quando a irmã dele voltou... ele falou que tinha usado um pouco dos perfumes dela e ela estranhou... porque::... ela tinha levado todos os frascos de perfume dela... aí::...ele fico assim::... [a:meio] sem saber... aí ele mostrou pra ela quais eram...os frascos que ele tinha usado... ela começou a rir.. .mas... gargalhar... assim muita coisa...
    E: por quê?
    I: ele não entendeu nada... porque ela falou...”pô...aquilo ali não é perfume não...aquilo ali são uns sucos assim::...de pó...que eu boto... [a:só] pra ficar colorido... pra usar de enfeite...ou então que eu pego pra dar pra minha filha brincar...”
    E: ((risos))
    I: com as bonecas dela...e ele assim [a:todo] crente que estava cheirosoe não tinha cheiro nenhum... porque não sentia...
    E: ((risos)) tá bom... obrigada...

  • E: Alex... você poderia descrever pra mim então um local onde você goste de ir... de ficar aqui em Niterói?
    I: eh::... um lugar que eu gosto muito... é::... a igrejinha de São Francisco Xavier... em São Francisco... ela é branca... com::... a porta... e as janelas de madeira... ela é pintada de verde... ahn::...o chão é [a:todo] de paralelepípedos... ela é cercada por várias árvores... tem... alguns bancos de praça... nos lados... tem uma escadinha de pedra... que vai dar num altar... também em pedra... ela fica de frente pra... praia... de São Francisco... né? da baía de Guanabara...
    E: tá bom... obrigada...

  • E: bem... Alex.... eu queria que você me contasse agora... eh::... uma coisa que você sabe fazer bem... e descrevesse ela pra mim passo a passo...
    I: é mole pra nós...uma coisa que eu faço [a:muito] bem... é ovo frito no microondas... o procedimento é... fácil... é o seguinte... eu abro a geladeira... pego o ovo... a margarina... fecho a geladeira... deixo o resto... em cima da pia... pego uma vasilha... e uma colher pra poder...né::?... tirar um pouco da margarina e depois virar... o ovo... pra... ficar legal dos dois lados... coloco um pouco de margarina... na vasilha... e programo uns trinta segundos... eu ligo e deixo derreter...né?...pra untar a vasilha... depois disso eu quebro... e coloco o ovo na vasilha... jogo as cascas no lixo... ao passar a metade do tempo... eu abro a porta... e com a colher... eu viro... o ovo... jogo um pouquinho de sal e ajinomoto... pra dar um sabor melhor... ahn::... depois eu... coloco o resto do tempo que já estava programado... fica mais ou menos um minuto... até ele ficar bom...depois disso... [v:abro] [a:novamente] o/a porta do microondas... tiro a vasilha... coloco... o ovo no prato e já está pronto pra servir... simples...
    E: obrigada...

  • E: Alex... eu... queria saber agora... assim... o que você acha do governo brasileiro... se ele acha que ele investe muito em esporte... ou não...
    I: eu acho que... que não... eh::... o governo brasileiro... ele... investe assim o mínimo... possível...não dá... o valor que o esporte [a:realmente] merece...e que o mérito todo... do/dos... atletas que sobressaem são [a:somente] deles mesmos... eh::... é porque é assim uma ilusão... né? o presidente falar que...eh... daqui a alguns anos... o Brasil. vai ser uma potência olímpica... eh::... tendo por base... o aproveitamento dos atletas... nesse Pan-Americano... se esquece que::... uma coisa em nível mundial... é bem diferente... né? desses jogos que.. aconteceram agora...
    E: tá bom... obrigada Alex...
Parte oral
1998
  • Há mais ou menos doze anos atrás, eu sofri uma cirurgia de apendicectomia às pressas ealguns episódios foram [a:bastante] engraçados.Um deles foi no momento em que eu estava recebendo alta e meu irmão, que é médico,ficou me zoando dizendo que eu era um frouxo e não conseguia nem [a:mesmo] sair do hospital sem usar a cadeira-de-rodas.Pra mostrar que isso não era verdade, me dirigi andando em direção ao elevador, amparado por uma enfermeira.Tudo ia [a:muito] bematé chegar ao elevador e ver que ele não estava funcionando.Tive que ir até o outro que ficava no final do corredor a [a:aproximadamente] 50 metros dali.E lá fui eu, parecendo um velho que mal conseguia se locomover.Chegando lá, este também estava desligado, foi quando tiveram a idéia de me deixar sair pela lavanderia que ficava mais ou menos 100 metros de onde eu estava.Quando eu ouvi a hipótese de sair pela lavanderia, comecei a ficar em pânico, pois me imaginei sendo jogado pelo buraco de roupas sujas da lavanderia e eu iria sentir dor por causa dos pontos da cirurgia que já doíam bastante.Fiquei aliviado quando descobri que na lavanderia havia uma estradinha de terra que meu irmão podia encostar o carro sem que eu precisasse descer nenhuma escada.
  • Um amigo meu chamado Marcos foi passar uns dias na casa de sua irmã que mora no Morro do Estado enquanto ela estivesse viajando.Em um fim de semana, ele estava se arrumando para ir a um baile no morro e resolveu passar um pouco de perfume da sua irmã, já que havia vários vidrinhos coloridos em cima da cômoda.O único problema é que o Marcos não sente nem o cheiro, nem o sabor das coisas ...E tudo correu bem.Quando a irmã dela voltou de viagem, ele lhe falou que tinha usado um pouco dos seus perfumes e ela estranhou porque havia levado todos os perfumes que tinha.Quando ele indicou quais eram os frascos de perfume, ela começou a rir muito e disse que não eram perfumes, mas suco em pó que ela colocava nos vidrinhos apenas como enfeite, ou então, para filha dela brincar com as bonecas.
  • Uma coisa que faço [a:muito] bemé ovo frito no microondas.O procedimento é o seguinte: eu abro a geladeira, pego o ovo, a margarina, fecho a geladeira, deixo o resto em cima da pia.Pego uma vasilha e uma colher para retirar um pouco da margarina e depois virar o ovo.Coloco um pouco de margarina e programa trinta segundos a fim de derretê-la.Depois disso, quebro e coloco o ovo na vasilha.Jogo as cascas no lixo.Ao passar a metade do tempo, abro a porta do microondas e viro o ovo com a colher.Pego o sal e aji-no-moto e coloco um pouco. [v:Coloco] [a:novamente] no microondas até esgotar o tempo programado.Retiro de lá e coloco no prato pronto para comer.
  • Um local onde eu gosto muito de ir é na Igrejinha de São Francisco Xavier no bairro de São Francisco.Ela é branca e tem janelas e portas em madeira pintadas de verde.O chão é de paralelepípedos.É cercada de algumas árvores e tem alguns bancos de madeira.Na frente há uma escada de pedra de uns quatro degraus que vai dar até um altar também de pedra.Ela fica de frente para a praia de São Francisco na Baía de Guanabara.
  • Não.O governo brasileiro investe o mínimo possível no esporte e todo o mérito conseguido é dos atletas.Acho que é até uma ilusão, o presidente afirmar que daqui a alguns anos, o Brasil seja uma potência mundial em nível de olimpíada, tendo em vista o aproveitamento no Pan-Americano.Ele se esquece que nas olimpíadas, tem um mundo inteiro concorrendo.
Parte escrita
1998

  • E: bem... Pablo... agora eu vou pedir pra você::... me relatar... uma experiência que tenha acontecido com você... que tenha sido ale::gre... triste... uma história que tenha acontecido com você... interessante... é isso aí... fica a seu critério... vai lá...
    I: eh:: eu vou falar da pré-estréia... né? que... no caso é uma::/ é um encontro que os alunos do... do meu colégio... Instituto ABEL... fazem todo ano... os alunos do pré-vestibular... pra:: arrecadar dinheiro para festa de formatura... né? e::...foi [a:muito] bom pra mim esse ano... ano passado... 98... que eu fiz... ((falha na gravação))
    E: pode começar...
    I: e eu vou contar como é que eu entrei nessa festa... porque... faz quem quer... trabalha quem quer nessa ( )... que é um teatro... né? eh... desde o início do ano que todo mundo já falava né... né/ na pré-estréia... tudo... e:: eu sempre falando com... com os meus amigos... né? eles sabiam que eu... podia interpretar bem... eu nunca tinha interpretado na minha vida nada... mas... eles sabiam... que eu sempre (sou) palhaço... em festa e tudo... aí a gente combinando sempre desde o início do ano... fazer Ratinho Livre... ((riso de E)) é... montar o Ratinho Livre...
    E: [a:legal] ...
    I: [a:bom] ... foi passando um ano... um ano... e a gente nada de fazer... aí começ/ começaram os ensaios da... pré-estréia... e a gente... sem:: texto nenhum... sem nada... aí ficou aquela confusão... eu já tinha desistido de fazer... aí... uma semana antes de começar... a pré-estréia... meus amigos/ dois amigos meus me chamaram... “vamos fazer o texto... que ainda dá tempo...” aí corri num domingo... fui à tarde pra casa de um amigo meu... comecei a fazer/ aí:: nós... nós pegamos a câmera... ficamos filmando... e foi impro... improvisando... né? fomos improvisando... sem texto nenhum... (nós começamos) a fazer... aí pegamos... passamos o vídeo no/ na televisão... começamos a (anotar) ((riso de E)) começamos a (anotar)... se quiser eu passo o vídeo... aí tinha que mostrar pro... pro... pro diretor lá que estava organizando a... a... peça... né? tudo... se podia... apresentar... né? se estava boa pra apresentar ou não...
    E: uhn... uhn...
    I: e nada de conseguir... a gente com o texto na mão... era muita gente pra apresentar também... e não... não tinha tempo... a gente ficava a tarde toda lá e não tinha tempo pra apresentar... (daí) foi passando e eu ficando nervoso... todo dia ensaiando... aí de repente... entrou uma outra... história do... do/ dos amigos meus... que vieram me chamar pra fazer Fantasia... né? ((risos)) me chamar pra fazer Fantasia... aí...eles falaram que tinham feito o texto no recreio... [v:fizeram] [a:rápido] ...estava precisando de gente...eu ia ficar lá de dançarino... ficar lá atrás... [a:só] de:: figurante [a:mesmo] ... [a:só] pra balançar o cabelo... essas coisas... e isso veio... chamar/ chamaram pra... pra ensaiar... fomos ensaiar... sobre teatro... né? ensaiamos... eh:: e embaixo... e o cara... e o cara que ia apresentar... ia ser a apresentadora... falou que não queria fazer porque já tinha uma outra peça pra fazer... então não ia fazer porque era muita coisa... aí o pessoal me chamou pra fazer... virei a apresentadora ((risos)) nem acredito... aí me deram o texto assim... no que eu fiz a primeira vez e o pessoal já gostou... né?nisso ensaiando... lá na coxia [a:mesmo] ... assim... fiquei lá...ninguém vendo... [a:só] o pessoal [a:mesmo] que ia fazer... aí me pediu pra fa/ pra apresentar... o... o... o diretor lá... ele deixou... e fomos... subimos... fomos apresentar... eu nunca tinha feito nada na minha vida de teatro... cara... não tinha nem noção como é que... fiquei nervoso... quando aquele negócio começou... no que eu entrei... que eu... isso no ensaio... né? no que eu entrei... o pessoal já começou a rir... aí eu fiquei mais tranqüilo... depois fiz Ratinho... ensaiei o Ratinho... no ensai...no ensaio era [a:só] o pessoal... que ia trabalhar lá [a:mesmo] ... que ia ver/ que estava vendo... aí quando eu fui::/ fiz/ver no/ na sexta... no sábado... no domingo... de verdade [a:mesmo] ... o teatro... pra valer... quinhentas pessoas assistindo...aquele troço [a:mesmo] todo... o que eu fiz o pessoal adorou... morreu de rir... foi legal... foi uma experiência boa... e todo mundo lembra disso até hoje... fala comigo...foi [a:muito] bom...é isso... cara... melhor (coisa)

  • E: bem... Pablo... agora você vai me contar algo que contaram pra você... uma história que você ouviu...que passaram pra você... é [a:só] :: falar::... vai lá... Pablo...
    I: um amigo meu... há pouco tempo... ele... viajou pra Cabo Frio ((falha na gravação)) diz ele que quando ele foi pra praia...estava [a:muito] bem jogando... frescobol com o irmão... estava lá... jogando... de repente ele viu... uma garota... que ta/ que ele desconfiou que estivesse com o biquíni... do lado (do) avesso... aí...ele:: ficou [a:meio] desconfiado... né? foi/ continuou jogando o frescobol dele... depois de um tempo... a garota estava deitada... foi conferir... isso é o que ele me diz... né? para ver como é que era... e tudo... aí...viu que estava trocado [a:mesmo] ... a parte da frente... era... era normal... e era aquele de lacinho... aquele biquíni de lacinho... e a parte de trás estava virada... estava aquele... forro... aquele negócio branco atrás ((riso))... entendeu? aí ele... percebeu aquilo e ficou... eh:: ele ficou olhando... e tudo... até disse que... juntou a família toda dele olhando... a irmã... a prima... não sei quem... todo mundo... olhando... e a irmã dele disse que ((riso)) ficou lá... e tudo... aí... ele:: falou “pô... vamos/” falou pro irmão dele...pra... ajudar a [v:dar] um toque na garota mas não... [a:direto] ... né?aí ficou um do lado do outro... perto da garota conversando... né? conversando sobre várias coisas... isso:: a irmã dele que me contou... essa parte... né? aí começou “eh...mas é um troço [a:muito] di/ muito chato...esse negócio de biquíni trocado... né? tem gente que usa o biquíni trocado... será que é moda... nova?” não sei o quê... (disse) que tudo quanto era mulher que estava perto ficava olhando assim pra frente... não sei o quê... aí todo mundo... todo mundo... até ela olhando pra frente assim... olhando... nada de ver atrás... e ele continuou falando “eh::... deve ser moda... deve ser moda...” não sei o quê... aí... todo mundo olhando pra frente... nada de ver nada... de repente ela percebeu que... que estava trocado/ que era com ela...ela ficou [a:toda] envergonhada...foi pra::.../foi prum quiosque lá... e destrocou tudo... ( [v:colocou] ) [a:direito] ...mas poxa... essa história... acho que ele fez isso...

  • E: bem... Pablo... agora você vai descrever pra mim o local que você... goste de ficar:: que você conheça... o local que você freqüente... por onde você já passou::... fica a seu critério... vai lá... Pablo...
    I: eh... eu vou descrever o:: Fórum Cultural... foi onde eu estudei... em noventa e oito... inteiro...ele é um lugar [a:muito] bonito... vou te explicar a divisão aqui... você::... ao chegar... você entra... tem u... uma... portariazinha ali... na frente... bonita... bem dividida... eh... logo nessa portaria já tem uma salinha... bem em frente... onde fica... o computador... e tudo.. você... passando nisso... tem o corredor... o corredor... logo à esquerda... tem a primeira sala de estudo... aí... passando essa sala... tem um jardinzinho... em frente a esse jardim... tem a escada... pra subir pro segundo andar... andando mais um pouco à frente... à esquerda... tem outra sala... em frente... tem a sala dos professores... o banheiro feminino... e o banheiro masculino... nessa ordem... e...ao lado... na esquerda [p:de] [a:novo] ... tem a última sala... que é mais pra::... acho que é pra::... sei lá... o terceiro período... essas coisas assim... é mais pra criança... atrás... no finalzinho... tem um jardinzinho pequeno... o espaço é pouco... na parte de cima... temos a::.../ na esquerda... uma sala... logo depois outra sala à esquerda... e em frente... uma sala onde fica a dire/ a Consuelo... a diretora... fica... a diretoria ((riso))... e::as salas são [a:muito] bem decoradas...as cadeiras... eh::... novas... e tudo.. [a:muito] bem pintadas... os quadros... eh::... bonitos... (modernistas)... e tudo... todos os tipos de quadro... em todas as salas.. né?o banheiro... [a:muito] bom...e tudo:: [a:muito] bonito aqui dentro... cores... essas coisas/ essas cores todas... bem pintado... um troço bem moderno... tá bom... né?

  • E: vamos lá... Pablo... agora você vai... relatar pra mim... o procedimento que você toma para executar alguma tarefa... alguma coisa que você faz... fica a seu critério... vai lá... Pablo...
    I: vou falar do procedimento que eu tomo pra fazer uma excursão... que eu:: tenho organizado algumas excursões... [a:primeiramente] ... eh... nós fazemos/ sou eu e mais dois amigos meus... nós fazemos uma::.../ um histórico do/ dos lugares que a gente vai... como é que é... tudo... fala... alguma coisa... escreve isso tudo... fala... eh::... liga pro parque... pro parque no caso ( ) liga pro lugar...vê o preço... tudo... acerta [a:primeiro] ... essa parte de/ do preço... se dá pra arranjar algum desconto... alguma coisa... desse tipo... fala o número de pessoas... um grupo... se dá pra arranjar um desconto maior... depois... nós vemos... o... o... o... o... o ônibus... né? que vai levar... vejo o preço... a gente consegue sempre um desconto bom... (vejo) o ônibus... e:: a partir desse momento nós já vemos... qual vai ser o preço para cada pessoa... aí... nós (pegamos) tudo no... no/ nesse papel... e fala... o horário que vai sair... o dia... eh... o que que vai fazer... como é que é o lugar... o que que tem que fazer... os cuidados que tem que ser tomados... e tudo... e embaixo... nós... nós colocamos sempre... eh... uma ficha... pra pessoa preencher... qual é o nome... o telefone... que muitas pessoas vêm de fora... que a gente não conhece... anota o telefone... o endereço... nós estamos fazendo isso de endereço pra... não ficar ligando sempre... quando tiver uma excursão ligar... a gente vai mandar agora uma carta... né? pra ficar mais fácil pra gente... a gente manda uma carta... e a pessoa responde à gente... telefone... nós... colocamos nesse papel... telefone de contato... tudo... e a partir daí... começamos a divulgar... para as pessoas... e tudo.. e fazemos uma lista... dos conhecidos... cada um faz a lista dos conhecidos... e tudo.. e fica pra ligar... aí começamos a ligar... vê se pode ir... vê se gosta... se está a fim de ir... e tudo... caso sendo positivo... nós levamos o papel... pra pessoa preencher... e tudo... e damos um prazo... pra ela:: responder... se vai querer ir ou não... edá um prazo também pra pagar... porque... [a:normalmente] a gente tem que pagar antes... a gente tem que ir no/ aí a gente recebe... em dinheiro... todo mundo no prazo que a gente...que a gente dá... a pessoa vem... (prega) o dinheiro... com o nome... e tudo... papelzinho... já fica todo mundo sabendo... nós... nós ligamos pro... pro lugar... avisamos quantas pessoas são... e tudo... eh... [v:vamos] no banco [a:normalmente] ... pra... pra depositar o dinheiro... tem que depositar com antecedência... se não não recebe desconto... vamos no banco... eh... fazemos de tudo...e a partir daí... no dia... a gente marca o local... [a:certo] ... espera o pessoal chegar... e vai colocando pra dentro... do ônibus... né? ((risos)) olha lá... vai botando... pra dentro do ônibus ... e no caminho a gente vai comentando tudo... os cuidados... vai comentando... vai... fazendo brincadeiras... fazendo de tudo... e é isso... o pessoal tem gostado até agora...
    E: [a:legal] ...

  • E: bem... Pablo... agora você vai... me relatar a sua opinião sobre algum tema a sua escolha... algo que te indigne ou então... que te desperte simpatia... você é que sabe... vai lá... Pablo...
    I: eh... eu vou falar da/ sobre a... obrigatoriedade de... de dar uma opinião... numa redação no vestibular... né? sou vestibulando... estou... passando por isso agora... o problema é que... muitas vezes... comigo na maioria das vezes... eu não tenho uma opinião formada... pra... pra... pra indicar se eu sou a favor ou contra o assunto... e::eu fico [a:meio] perdido... isso atrapalha muito... eu acho que... quetinha que ser [a:meio] / mais democrático isso... não podia ser uma::/ um troço obrigado... assim... tem muitas coisas que eu não sou nem a favor nem contra... fico às vezes no meio... em cima do muro... e... eu... eu perco tempo de prova... sem saber se eu vou... se eu vou seguir a favor ou se eu vou seguir contra... e também muitas vezes... a... a/ como no ano passado... a redação... não te dá oportunidade de... de você... expressar sua opinião... que te dá::... muito mais:: chance de você escrever... eh... um exemplo a favor...sendo você contra... então... a banca [a:mesmo] que vai corrigir... já... já... já é a favor... se você escrever contra... você já está perdendo ponto... cara ((riso de E)) isso que eu fico chateado... porque... tem coisas que eu... que eu/ muitas vezes esse... esse ano... e o ano passado... escrevendo... eu era a favor de uma coisa e escrevia que era contra... porque eu sabia que... o normal era aquele... que a banca escreve/ ia querer aquilo... outras vezes... eu era/ a primeira esqueci se era contra... e desisti de escrever a favor... e:: isso me chateou muito... perdi muito tempo de prova... e acho isso:: injusto... cara... não poder... botar muito... muito... minha opinião... você vai falar que eu posso... e tudo... com essa opinião que... que você tem direito e tudo... mas... sem dúvida nenhuma eu vou perder muito... em colocar a minha opinião... sendo o contrário à da banca... eu... eh...
    E: o tema não devia ser indicado... devia ser escolhido?
    I: é::... o tema tinha que ser escolhido... eh... um exemplo... eles botaram... eh... eh... se crime/ se é crime... eh...o assédio sexual... assédio sexual... a lei da Senadora Benedita da Silva... né? se é crime... se você é a favor ou contra... essa lei... se é crime... o assédio sexual... eu era contra... mas de seis textos de apoio que davam... com... com o tema... quatro eram... eram a favor... cara... quatro ou cinco eram a favor... [a:só] um que era((falha de gravação)) então eu já tinha... já tinha menos... eh... menos onde me apoiar... já estava... já estava prejudicado nisso... e:: além de tudo... na... na hora que eu escrevia as pessoas não aceitavam aquilo que eu colocava... não aceitavam a minha opinião... a professora que corrigiu... aqui... sorte que não era... sorte que não era... no vestibular de verdade... corrigiu... não aceitou nada do que eu escrevi... falou “apaga tudo... [v:faz] [p:de] [a:novo] ... que isso aí está tudo errado... não tem... não é assim...”aí que eu fico [a:meio] chateado... mas é isso aí...o mundo é [a:todo] errado [a:mesmo] ((risos)) é a vida... é bonita e é bonita...
    E: (tá certo...)
Parte oral
1998
  • Desde o início do ano de 98 eu já comentava com meus amigos sobre o que faríamos na Pré- estréia, que é uma apresentação que os alunos do pré-vestibular do colégio em que eu estudava fazem para arrecadar fundos para a festa de formatura.Mas apesar dos comentários que fazíamos, até uma semana antes do dia da apresentação nós não tinhamos organizado nada.Decidimos então escrever uma sátira sobre o programa Ratinho Livre.A partir dai, passamos a semana inteira.Alem disso, no meio da semana fui convidado a apresentar outra peça chamada Fantasia e aceitei fazer.Participei das duas com a platéia rindo muito.
  • Um amigo meu me contou que em sua viagem a Cabo Frio ele assistiu uma cena diferente na praia.Ele disse que viu uma garota usando um biquini de laço onde a parte da frente estava correta e a de trás ao contrário.Após ver isso, ele foi com o primo dele para perto da garota e começaram a gritar: “Deve estar em moda usar biquini ao contrário”, para ver se ela percebia até que percebeu e correu para o banheiro mais próximo para trocar.
  • O forum cultural possui logo na entrada uma grande sala de recepção.Passando essa sala existe um corredor com tres salas na esquerda, uma na direita e dois banheiros tambem a direita.No segundo andar existe uma sala em frente a escada, um escritório na direita e outra sala na esquerda.O forum é um lugar [a:muito] bonitopois é [a:muito] bem decorado.
  • Para fazer uma excursão, [a:primeiramente] é necessário escolher um local onde as pessoas queiram ir.Após a escolha do local, marca-se o dia e estipula-se o preço.A partir dai começa- se a preparação do folheto trazendo informações sobre o local e a programação do dia da excursão.Depois de tudo pronto começa a divulgação, distribuindo os folhetos e ligando para convidar para o passeio.
  • Acredito que a obrigatoriedade de opinião sobre o tema das redações nos vestibulares é errada, pois muitas vezes não tenho opinião formada sobre o tema.
Parte escrita
1998

  • E: a entrevistadora é Alessandra e o informante é Marcelo de dezenove anos... que cursa o terceiro ano do segundo grau... no Colégio Henrique Lages... Marcelo... conte uma história triste ou engraçada que tenha acontecido com você...
    I: [a:bom] ...vou contar uma história que é triste...mas ao mesmo tempo é engraçada... eu tinha sempre o costume de ir na casa de um colega meu que morava num... determinado lugar ali... na Engenhoca... ali no João Brasil... perto de uma favela...ali é um lugar [a:meio] perigoso... e a gente escuta muito o pessoal falar quedava muito assalto em ônibus ali... [a:principalmente] assim uma hora de menos movimento... tipo assim.. depois do almoço... por volta de uma hora... duas horas... ou então se fosse o caso à noite...então eu estava indo na casa desse meu colega de noite... minha mãe sempre ficava encarnando que:: eu indo de relógio ia acabar sendo assaltado...e eu ficava dizendo que não...que eu me garantia... que nunca ia acontecer isso comigo... aí num belo dia eu peguei um ônibus... o ônibus quando chega num determinado... lugar antes de... de se aproximar da favela... ele fica vazio... eu sentei no ônibus alto lá atrás...ou melhor... no banco alto lá atrás do ônibus... né? perto do trocador ali... e tinha dois bancos altos... mais atrás... que era um do lado esquerdo e um do lado direito... aí estava sentado dois camaradas... nisso veio um... sentou atrás do... do meu banco... né? e outro veio e sentou:: e o outro que estava sentado no banco esquerdo... veio e chegou perto de mim... e com um pano enrolado na mão... um volume na mão... ele chegou pra mim e disse assim... “eh: : isso é um assalto... você me dá o seu dinheiro que você tem aí: : e esse relógio aí”...aí eu olhei pro lado... olhei pro outro... não tinha... como reagir [a:mesmo] ... dentro do ônibus... e depois se o cara está armado... tomo um tiro de bobeira... não vou fazer isso... aí eu tirei o relógio e:: [v:dei] pra ele [a:normalmente] ... aí ele ainda ficou perguntando se eu tinha... algum dinheiro... né? quis ver o meu bolso... aí eu puxei disse que não tinha dinheiro nenhum... ele pediu a minha carteira/ ele pegou o dinheiro... ele até pegou o dinheiro que estava aqui no meu bolso... que ele viu que eu passei na passagem do ônibus... eu passei na roleta do ônibus... botei o dinheiro aqui... ele puxou o dinheiro... e viu a minha carteira... eu pedi pra ele não levar os meus documentos... pedi... pra ele deixar os documentos e ele deixou... aí ele saiu... ficou olhando assim pra mim... foi embora... né? desceu do ônibus assim na parada... eu passei... eu ainda desci... fui na casa de um outro colega meu... pra gente ver se... se ele conhecia alguém ali de dentro... pra ver se conseguia pegar o relógio de volta... que era presente do meu pai... não consegui... o engraçado da história foi que eu fiquei sem o dinheiro de passagem...aí eu fui pra casa dum outro amigo meu... ali perto... que eu ia de costume sempre quando ia... ia no outro... eu lembro que nesse dia eu pedi dinheiro de passagem emprestado pra ele ((risos))... que eu fiquei sem um centavo pra voltar pra casa...aí eu peguei um dinheiro de passagem com ele... a quantia de passagem... e vim embora pra casa... aí quando eu cheguei em casa pra con/ contando pra todo mundo que eu tinha sido assaltado... ninguém acreditou... né? que eu ficava me gabando... dizendo que nunca ia acontecer comigo...aí eles ficaram rindo a beça... aí eu falei “não... [s:eu] [v:estou falando] [a:sério] ” aí eles ficaram perguntando “como você reagiu?” “ [s:eu] [v:reagi] [a:normal] ...não fiz nada”((risos)) aí eu perdi o relógio...aí ( ) aí eu demorei um tempo...de vez em quando eu ia sempre na casa desse... desse amigo meu... aí das outras vezes que eu ia... eu custei a ir assim... levando relógio...no no pulso...botava sempre o relógio dentro do bolso... mas o engraçado da história... é que... eu ficava sempre me gabando... minha mãe dizendo “um dia vai acontecer... um dia vai acontecer...” aconteceu... isso já tem...acho que o quê um que uns... cinco anos mais ou menos...depois disso até que não aconteceu mais... né? aí eu fiquei aliviado...

  • E: [a:bom] ... Marcelo... agora eu quero que você conte... uma história triste ou engraçada... que tenha acontecido com alguém que você conhece...
    I: isso me lembra de um amigo aqui que... trabalhava aqui com a gente... ele era boy aqui na empresa... o nome dele era até o nome de um jogador do Flamengo já há muito tempo... o nome dele era Rondineli... então esse amigo nosso... o Rondineli... tinha o costume sempre de chegar cedinho aqui... a gente pegava oito e meia... ele era sempre uma das primeiras pessoas a chegar... aí:: [a:só] que ele não era do tipo assim ligado assim [a:meio] aéreo... sabe? assim ( ) [a:mesmo] ...aí um dia ele estava demorando a chegar a gente preocupado
    E: : as vezes as pessoas aqui é uma firma que trabalha de vendas... aí as pessoas precisavam... né? da:: de alguém pra fazer as coisas e aí ele não tinha chegado ainda...ele custou a chegar nesse dia... aí quando nós chegamos assim quando ele chegou ele chegou tarde... chegou por volta de onze e pouco... da manhã... ele pegava oito e meia... né? aí nós perguntamos “Rondineli... o que que foi que aconteceu ?” ele “não nada não tive um problema” não sei o que e ficou quieto... aí a gente tinha uma vendedora aqui queele era [a:muito] amigo...uma menina chamada Adriana... aí a Adriana perguntou pra ele “Rondineli... o que que aconteceu com você?”... aí ele disse... “eu caí da barca” ( (risos)) “o que que foi... Rondineli?”...”eu caí da barca”... aí a gente não agüentou né... “você caiu da barca?” ele “é: : eu tava vindo na proa” ((risos)) “aí eu tava vindo na proa... ( ) lá na frente na barca”... aí a barca (dá) sempre aqueles tranco... vai batendo nas madeiras (vai) até encostar... aí ele disse que tava lá na frente...teve uma hora que [s:a barca] [v:bateu] [a:forte] ele caiu dentro d’água... aí o pessoal jogou a bóia pra ele e tal... todo mundo parou assim pra olhar... jogaram a bóia... socorreram ele...aí subiu [a:todo] molhadoele contou...igual a um pintinho [a:todo] molhado... aí o pessoal socorreu ele e tudo... ele pegou o ônibus ele pegou a barca de volta foi em casa... tomou um banho... ele disse que até a marmita dele tinha ido embora ...(riso) então... aí ele foi em casa mudou de roupa... e veio de volta né... pro serviço... aí chegou aqui era onze e pouca nesse horário...aí ele contou a história pra gente... essa foi a história engraçada... (riso)
    E: valeu...

  • E: agora eu quero que você descreva diga como é o lugar aonde você mais gosta de ficar ou então passear...
    I: ah... o lugar que eu gosto de ficar... passeando né...é: : tipo assim férias pra pra: : Araruama né... Região dos Lagos ali a minha tia tem uma casa ali em Araruama...entãoa casa fica na beirada da lagoa ali é [a:muito] gostoso...essa casa é uma casinha... não [a:muito] grande... mas ela tem... tem dois quartos... tem a sala... maso lugar ali que eu mais gosto é a : : [a:exatamente] a varanda dela que dá de frente pro mar... no caso ali você não chega a pegar o sol... da tarde... mas você vê o nascente do sol ali... nascendo lá embaixo no horizonte do... da lagoa né no mar... ( ) [a:muito] bonito [a:muito] gostoso você ficar ali à tarde... ali:: bate uma brisa gostosa à tardinha... à noite também... o céu ali é uma parte escura tem pouca iluminação né... beirada de praiaentão você tem uma vista [a:muito] boa a noite... quando é noite de lua cheia então fica uma lua cheia crescendo bonita e:: também por ser beirada de praia gostoso.. entendeu? então ess/ essa varanda ali...é [a:muito] bom ficar ali... além do que também a gente... coloca a mesa... a gente joga dominó... a gente joga cartas... o pessoal toma uma cerveja... que é bom... que é gostoso... às vezes faz um... um almoço... uma janta nessa varanda... então ali eh/acho que a varanda é um lugar abençoado [a:mesmo] ... ali é o... melhor lugar que tem...
    E: agora descreve essa varanda... como é que é essa varanda?
    I: ah... essa varanda é:: uma varanda... grande... sabe? ela tem piso dela é aquele... de ardósia... o piso... de ardósia... ( ) ela tem umas... umas madeiras assim que ficam em volta assim... tipo assim um... um corrimão em volta da... dessa varanda toda né? um telhadinho colonial... e::ela fica [a:exatamente] perto de umas por/ de uma porta dos fundosque:: dá pra cozinha... né? aí essa porta dos fundos tem a cozinha e... lá pra frente... é que tem o restante da casa... tem os outros dois cômodos... o quarto e tem o banheiro ali pra trás também que fica... próximo...
    E: : logo abaixo também tem uma escadaria que desce pra onde vai pro terreno...
    E: na varanda?

  • E: agora Marcelo eu queria que... te perguntar se você sabe fazer alguma coisa...
    I: sei... ué...
    E: o que?
    I: ah... por exemplo eu sei lavar carro...
    E: então me conta como é que você faz isso... como é que você lava o carro?
    I: ah... o primeiro passo você tem pega o carro... você vai estacionar ele num lugar próximo a manguei/ próximo a torneira né... a mangueira... aí quando para o carro né a primeira coisa que você faz é fechar os vidros... do carro...e o que eu gosto de fazer [a:primeiro] é lavar os tapetes... eu pego logo os tapetes e lavo os tapetes... e boto pra secar... porque aí enquanto eu lavo o carro... dá tempo dos tapetes secar... aí quando eu termino de lavar... o carro o tapete já tá seco... aí eu terminando de lavar os tapetes... eu vou começar a lavar o carro...então eu pego a mangueira [a:primeiro] ... molho o carro todinho... aí vou começando a lavar ele (digamos) pela frente... aí pego ele por um lado... vou levando ele pela lateral todinha... contorno o carro todinho... e limpo o carro...aí depois dele lavado... eu vou... enxáguo ele... e depois eu vou pras rodas...eu deixo as rodas sempre pra limpar [p:por] [a:último] ...não sei porque eu acho que é mania que eu tenho...eu vou... e limpo as rodas sem/ sempre [p:por] [a:último] ...aí quando termino de lavar as rodas... às vezes eu boto o carro um pouco no sol pra puxar um pouco a água... e vou secando também com... com um pano seco... uma flanela né… e:: a última coisa que eu costumo fazer... é: : limpar os vidros... que aí você... depois que você molha o vidro... às vezes é até bom você... limpar com o jornal né... ou então com uma flanela também mas o jornal também é bom a beça pra limpar vidro... aí eu limpo os vidros... quando eu limpo os vidros... depois de estar seco todo o carro... aí eu vou pegar os tapetes secos... e vou botar dentro do carro... aí o carro já vai estar beleza...
    E: tá pronto...
    I: [é]

  • E: [a:bom] Marcelo... dentre os tópicos amizade... namoro... família... e escolhe/ e e escola...ah é: : eu queria que você escolhesse um deles e falasse sobre...
    I: eu gostaria de escolher fa/ eh... falar sobre a família... família porque:: a família acho que/ é... foi a primeira instituição feita por Deus... né? e:: quando a gente fala de família... a gente lembra muito da gente... eh... dos problemas que a gente enfrenta no dia a dia... da conversa que a gente tem entre... pai... pai e filho... ou então entre mãe e filha... né? e:: a gente vê hoje em dia têm pessoas que... não têm família... pessoas que vivem na rua... às vezes um mendigo... pessoas que são pobre... humilde... ou então pessoas em que o pai e a mãe trabalha fora... não dão atenção aos filhos... os filhos ficam na creche...então a gente observa que... a família... deixou de ser [a:realmente] família hoje em dia...a família não é mais aquela coisa como... ( ) era mais [a:antigamente] como era no princípio...hoje em dia o pai e a mãe... tá na rua trabalhando... o filho tá numa creche... não existe mais aquela... confraternização assim de família... né?as famílias são [a:muito] divididas... os membros das famílias não... não... são... não se dão bem entre si né... pai brigando com filho... filho brigando com pai... os irmãos as vezes não se dão bem... os pais eh:: quando se casam formam uma família... têm filhos e depois se separam... então o problema é que:: as pessoas hoje em dia... às vezes até encaram como normal... como comum... deixaram de dar importância... e eu acho que não era pra ser assim a família... foi um órgão instituído por Deus... então (quando)... uma pessoa assume um compromisso de ter uma família... de ter uma
    I: isso...isso isso isso...
    E: [que mais que tem?... ]
    I: [no terreno que vai pra varanda... ] que mais tem na varanda?... (assim) acho que não tem mais nada assim demais...
    E: [a:só] isso né? tá...
    I: é... criança...até [a:mesmo] falando do aborto(tudo)... seria algo que não deveria acontecer... eu acho que... deveria ir à frente deveria ir até o final ou pelo menos... até a criança se formar né... aí depois... ouentão se fosse o caso de não [v:dar] [a:certo] ... o marido... e a mulher... se tivesse (que) de se separar se houver algum problema... de qualquer forma acho que a criança não po/ poderia ser prejudicada né... deviam ter sempre em mente isso que a criança a princípio não tem nada a ver... então eu acho que:: tinha que se dar mais... atenção nesse sentido né... na família... na união na família...hoje em dia as famílias são [a:muito] divididas...
Parte oral
1998
  • Esta estória é um pouco triste e um pouco engraçada.Trata-se de uma ocasião em queeu fui visitar um amigo que mora [a:próximo] a uma favela (favela da Brasília), e fui assaltado dentro de um coletivo municipal.Era uma 4o feira, por volta das 14:00 horas, quando peguei o ônibus com destino a casa deste amigo.Durante o percurso, o ônibus chega em um determinado “largo” e desce a grande maioria dos passageiros, ficando apenas poucas pessoas no ônibus.Eu estava sentado num banco alto do lado direito do ônibus, [a:próximo] a roleta, quando percebo um elemento se aproximando do bancoonde eu estava sentado e anuncia o assalto pedindo o meu relógio e pegando o meu dinheiro no bolso da camisa.Neste momento vem um segundo elemento com um pano sobre as mãos, dizendo estar armado, de modo que não esbocei nenhuma reação, pedindo apenas que deixassem os documentos.Daí, logo após eles terem cometido o delito, desceram do ônibus, e eu desci na próxima parada.Tentei recorrer ao meu “conceito” [a:junto] com alguns amigos, mas não consegui recuperar nem o relógio e muito menos o dinheiro.Foi necessário que eu pegasse pelo menos a passagem de volta para casa emprestado com um amigo.O interessante da estória, é que eu sempre me gabava dizendo que não iria ser assaltado.Achava que nunca aconteceria comigo.Assim, quando cheguei em casa e disse que fui assaltado todos riram de mim.Por isso que eu digo que foi uma estória triste, mas um tanto engraçada.
  • Esta estória que eu vou contar aconteceu com um colega de trabalho.Ele era “boy” na firma que eu trabalho, e tinha sempre o costume de chegar cedo no serviço.Um belo dia, notamos a falta dele, pois já passava das 10 h.e ele não havia chegado.E visto ele ter o costume de chegar cedo, começamos a ficar preocupados.Porém,por volta das 11 h [a:finalmente] ele chegou, mas hesitou em dizer o motivo do seu atraso.Entretanto, tínhamos uma amiga de nome Adriana, que trabalhava conosco,na qual era [a:muito] achegada a ele.De modo, que [a:timidamente] , ele se aproximou dela e disse: “Adriana, cai da barca!”Nisso todos morreram de rir ao saber do motivo do seu atraso.Ninguém quis acreditar, a princípio.Mas visto que ele era um cara “relapso”, [a:meio] “lerdão”, todos passamos achar que era verdade.Imaginem a cena: a barca se aproximando para ancorar na estação da Praça XV e um jovem cai dentro d’água.Foi [a:mesmo] algo engraçado...
  • O lugar que eu mais estimo em ficar é em Araruama (Região dos Lagos ), na casa de praia de uma tia minha.Esta casa é maravilhosa!Fica defronte a lagoa com uma vista espetacular com o nascer do sol.É uma casa [a:relativamente] espaçosa que tem dois quartos, sala, cozinha, banheiro e uma suíte residencial.Ah, e [a:principalmente] uma varanda enorme que contorna toda a casa, onde diga-se de passagem é o lugar que eu mais gosto, visto ser grande e bem ventilada.Lá é [a:muito] gostoso, [a:principalmente] quando junta várias famílias e tudo vira uma festa.É por isso que é o lugar que eu mais gosto para descansar e passar as férias.
  • [a:Bom] , eu sei lavar carro.E lavo [a:muito] bem! [a:Geralmente] eu tenho o costume de lavar [a:primeiro] os tapetes do carro, pois coloco-os para secar, e enquanto secam eu lavo o carro.A primeira parte da carroceria do carro que eu lavo é o paralama dianteiro.Começo por um lado e rodeio todo o carro.Terminando a carroceria e passo a lavar as rodas.Depois eu enxugo o carro e guardo os tapetes.E a última coisa a ser limpa, são os vidros, tanto por dentro como por fora.Dessa forma eu lavo o carro, e [a:muito] bem!
  • “O homem deixará o seu pai e a sua mãe, e se apegará a sua esposa,e ambos se tornarão, uma [a:só] carne.”Esta é sem dúvida a mais antiga das instituições formada: a família.Quando Deus disse isso, significava em outras palavras, que a raça humana se ploriferaria em toda a terra, dando início a formação de uma grande família.É lamentável, porém, que os humanos não tem respeitado mais esta ordem de Deus, através do modo correto: o casamento.De modo que o resultado tem se tornado cada vez mais evidente: o número de divórcios cada vez mais vem aumentando, e cada vez mais lares são desfeitos.E o pior, é que os que mais sofrem são as crianças, que não pediram para vir ao mundo, mas são os que tem pago pelos erros dos pais.Então isso mostra quão inconseqüentes tem sidos os humanos da atualidade!Se respeitassem os mandamentos de Deus, [a:certamente] haveriam famílias mais unidas.Portanto, aí vai um apelo: vamos ser mais pacientes uns para com os outros.Suportar uns aos outros, porque todos nós cometemos erros.Eu acho que todos nós podemos fazer por onde para unir mais as famílias.Todos nós, pais e filhos, devemos ter em mente que para termos um mundo melhor, um mundo de paz,é necessário que haja paz [a:primeiro] dentro do nosso próprio lar.
Parte escrita
1998

  • E: [a:bom] ... eu estou aqui com a Priscila...ela tem dezessete anos... é aluna do terceiro ano... do:: segundo grau do colégio São Vicente de Paulo... Priscila... eu queria que você me contasse alguma coisa que tenha ac/acontecido com você... que tenha sido alegre... triste... constrangedora... qualquer coisa... que você lembre...
    I: [a:bom] ... eu ia contar... do que aconteceu na segunda-feira... né?que foi quando eu descobri que (eu) tinha passado pra UFF... que... foi o seguinte... eu estava na casa da minha amiga... aí... meu namorado ligou lá pra minha casa... avisando quejá tinha saído a Folha Dirigida... com o resultado... [a:só] que ele ficou sem graça de comprar... né? de repente meu nome não estava lá...ele ia ficar [a:muito] sem graça... aí liguei pra casa... minha mãe avisou isso... falou “oh... ele ligou dizendo que:: já saiu...” sa/ aí eu sai procurando... né? fui em tudo quanto é... banca de jornal... aí sempre ouvia a mesma... mesma resposta... né? “não... filhinha... é [a:só] amanhã...” aí eu... “tá bom...” aí ia pra um... “tem a Folha Dirigida?” “não... filhinha... é [a:só] amanhã...” “valeu...” aí eu fui pra casa da... da minha tia... porque eu tinha que pegar meu irmão... chegando lá... fu/ passei na banca em frente da casa dela... aí “tem a Folha Dirigida?” aí o cara “não... filhinha... é [a:só] amanhã... oh... mas tem um cursinho de vestibular aqui que está vendendo...” aí... saí correndo... fui pra lá... né? cheguei lá “tem a Folha Dirigida?” “acabou tudo...” eu falei “caramba... putis... não vai/ não é hoje que eu vou saber... né? ainda tem mais um dia de... expectativa... “ah... mas tem uma aqui... se você quiser ver...” (eu) “ah... eu quero...” nunca tinha entrado no cursinho... entrei lá... aí o cara... “eh... qual é a sua carreira?” falei “publicidade... procura aí Priscila M...” aí o cara... olhou assim... estava escrito Priscila T... e embaixo estava Renata... Rodrigo... Rafael... estava tudo com a letra erre já... eu falei “pô... acabou... não passei...agora é [a:só] esperar (pro) Fundão [a:mesmo] ...” aí ele “espera aí... como é que é o seu nome [a:mesmo] ?” aí eu... falei “Priscila M...” aí ele viu... tinha outra coluna... aí estava lá o meu nome... ah... eu fiquei tão feliz... pô... sessenta e sete pontos no final... precisava de sessenta pra entrar... foi ótimo... eu cheguei na casa da minha tia pulando... né? pô... “passei... eu consegui...”
    E: berrando ( )
    I: ah... pô... no elevador... eu quase que eu dei um beijo no porteiro... no::ssa ((riso de E)) tão boba que eu estava...

  • E: [a:bom] ... Priscila...
    I: uhn...
    E: agora eu queria que você me contasse alguma coisa ((pigarro)) que um amigo seu te contou... complicado... alguma coisa que alguém te contou... uma história... também... alegre... triste.... constrangedora...
    I: ah ( ) a pessoa que me contou.... eu estava assim na:: sexta série.... e me assustou um bocado... porque era aquela época de::... espírito.... aí ela me contou que... uma amiga minha estava lá em Salvador.... fazendo aquela brincadeira do copo... né? aí.... aí todo mundo falou assim/ ah... aí um molequinho chegou assim e falou “ah... eu não acredito nessa história... quer ver? olha só... ((riso de E)) quando é que eu vou morrer?” aí aquele copinho fez assim “agora...” mas aí... sabe? eu achei que fosse brincadeira dela... falei “ah... tá bom... vai me dizer que o garoto morreu... assim?” “morreu... na hora...” o garoto foi sair correndo... foi atropelado por um carro...
    E: ((riso)) jura?
    I:[ [a:sério] ...]
    E: [está de] brincadeira...
    I:não... [a:bom] ... se é brincadeira ou não eu não sei... mas [s:eu] estou [v:contando] [a:exatamente] ...
    E: [como ela]
    I: [que ela] me contou... e que depois fo/ na hora de:: tirar o corpo... né? tinha muito caco de vidro lá... aí descobriram que o copo tinha estourado...
    E: a::i...
    I: isso é brincadeira... né?isso é coisa que contam pra/ [a:exatamente] pra impressionar a pessoa.... mas eu sei que eu fiquei sem dormir... ((risos)) eu fui pra casa da minha avó... lá em São Paulo... fiquei sem dormir com... com essa história.... tão assustada que eu estava... que mais?... descrição de um local...

  • E: [a:bom] ... agora eu queria que você descrevesse um local que você gosta de ficar... contasse pra mim como é que ele é....
    I: pra falar a verdade... o lugar que eu mais gosto de ficar é o banheiro da minha casa... ((riso de E)) é... olha... quando você está... sei lá... quando eu estou triste assim... eu vou pro banheiro... fecho a porta...é o único lugar que tem chave... então... [a:bom] ... o banheiro é pequeno...é estreito... é um corredor... é igual ao da Fabiana... tem um armário de vidro... um armário enorme... tem::... a privada... o box... cheio de perfume na... na bancada/ na pia... né? aí uma vez... o meu pai disse que eu não podia mais ficar sentada na pia porque senão pode quebrar... aí eu não posso mais ficar sentada agora na pia... e... que mais?... tem:: três gavetas... uma delas eu... abro pra fechar a porta... porque aí ninguém entra... é isso...

  • E: Priscila... agora eu queria que você:: contasse pra mim alguma coisa que você... sabe fazer... como é que se faz essa coisa...
    I: eu acho que eu vou...eu vou acabar falando do pratinho [a:mesmo] ... que::... apesar de ter sido... pô... sete anos.... foi com sete anos... faz uns dez anos que eu fazia aquilo...mas eu lembro muito que::/ [a:primeiro] que... era o negócio do... ursinhos carinhosos... né? aí tinha uma revistinha... que tinha/ era pra colorir... “co/ de/ pinte... desenhe...” não sei o que lá... aí... a “Priscila M...” aí ele viu... tinha outra coluna... aí estava lá o meu nome... ah... eu fiquei tão feliz... pô... sessenta e sete pontos no final... precisava de sessenta pra entrar... foi ótimo... eu cheguei na casa da minha tia pulando... né? pô... “passei... eu consegui...”
    E: berrando ( )
    I: ah... pô... no elevador... eu quase que eu dei um beijo no porteiro... no::ssa ((riso de E)) tão boba que eu estava... gente pegava... tirava com papel manteiga... colocava em cima do... do desenho dos ursinhos carinhosos... pegava o lápis e ia fazendo o contorno... né? fazendo o desenho... aí chega/ aí depois você tinha que virar o papel... pintar todo por trás de preto... pra fazer tipo papel carbono... a/ e ia pro prato... pra porcelana... [v:passava] [p:de] [a:novo] o lápis... por cima... aí ficava o risco... no/ na porcelana... isso com::... um:: lápis especial... depois tinha que passar... passar caneta... que era um negócio chamado ca/ eh:: (canetado)... você faz a tinta... a tinta é um pó... você junta com um óleo japonês... aí tem que... esfregar até ficar... líquido...aí tem uma canetinha... que é ti/ é:: caneta tinteiro [a:mesmo] ...aí você tem que ficar passando assim... toda hora você tem que ir na tinta... e passar no prato... (e só) vai... vai fazendo o contorno... sabe? aí tem que esperar secar... por um dia... pra depois começar a pintar... que é a mesma coisa... tem que fazer... todas as tintas que você usa... e é isso...

  • E: [a:bom] ... Priscila... agora eu gostaria que você:: desse a sua opinião... sobre:: amizade... namoro... ou preconceito...
    I:eu queria falar... sobre preconceito... né? [a:bom] ... se bem que eu não tenho muito o que falar... porque... eu não tenho preconceito... de nada... eu acho até... sei lá... (caretice) de quem tem... né?eu acho [a:muito] ridículo assim... quem tem preconceito... porque... eu nunca tive... meu... meu pai me ensinou a isso... apesar de... sabe? contar piada de preto... piada de... judeu... português... ah... eu conto... eu rio... me amarro nas piadas... ma/ ainda mais de humor negro... mas isso é.... particularidade minha... né? mas eu não tenho precon... preconceito assim de... pô... sei lá... deixar de/ o que que você faz quando você tem preconceito? você deixa de falar com a pessoa? você tem nojo da pessoa?
    E: é:: quando você tem preconceito... eh... por exemplo... você [ ( )]
    I: [ah... ( ) no mesmo lugar?]
    E: é... ou “é um assalto... [a:só] podia ser preto...” esse tipo de coisa... tem vários tipos... né?
    I: [a:bom] ... sei lá... isso não ocorre comigo... porque... pô... meu pai... sempre trouxe... amigos.... pra dentro de casa... negros e...eu sempre me dei [a:muito] bem com os filhos deles... e:: acho que não tem nada de mais isso...
    E:é [a:só] a cor da pele diferente...
    I: é... não... e também... eh... quando falam que “ah... é porque é do Norte... do Nordeste...” não sei quê... sabe? isso não tem... eu falo isso de brincadeira... eu estou indo morar em Fortaleza agora... no:: meio do ano... e... poxa... já estou falando “ah... não... vou voltar morena... vou voltar... falando... painho...” não sei o quê... mas (eu)... sabe? dizendo que eu vou arranjar um... um namorado com cabeça chata... mas isso é brincadeira... pô... eu não tenho... preconceito... é... acho/ não sei/
    E: se tiver que namorar namora...
    I:ah... [a:óbvio] ((riso)) óbvio... dois anos((riso))que mais? [a:bom] ... eu acabei não dando opinião nenhuma... sobre o preconceito...
    E: [a:bom] ... Priscila... então... obrigada pela sua entrevista... pela colaboração((risos))
Parte oral
1998
  • Era uma segunda-feira e eu tinha ido a casa de uma amiga, quando decidi ligar para casa para avisar minha mãe aonde eu estava.Então descobri que já tinha saído o resultado da 1a fase da UFF e saí a procurar em todas as bancas de jornal pela “Folha Dirigida”.Acontece que nenhuma banca tinha equando já estava certa de que [a:só] saberia o resultado no dia seguinteum jornaleiro comentou que estavam vendendo o jornal num cursinho de pré-vestibular ali por perto.E foi com a maior cara-de-pau que eu entrei e fui dizendo meu nome e carreira.Mas meu nome não estava lá e por um segundo eu perdi todas as esperanças.Foi então que um homem pediu que eu repetisse meu nome e me mostrou o jornale eu estava lá [a:só] que na coluna do ladoe com isso eu voltei para casa radiante.
  • Minha amiga me contou na 6a série que o mais próximo da morte que ela já tinha chegado foi numa brincadeira.Ela e mais outros amigos estariam enfrente à casa dela fazendo aquela brincadeira do copo que um espírito desce sobre o copo e é capaz de responder à perguntas.Enfim, achando que era uma grande tolice, um dos garotos perguntou quando iria morrer e o “espírito” respondeu: -“Agora.”O garoto ficou tão assustado que resolveu contar a mãe, mas foi atropelado enquanto atravessava a rua.Se é verdade ou não, eu até hoje não sei, mas o fato é que me impressionou e muito.
  • O lugar que eu mais gosto de ficar é o banheiro, não sei porque mas acho que gosto de lá por causa do grande espelho que tem em frente a pia.Ele é apertadinho e tem um armário enorme e eu adoro me sentar na pia de sentaratrás da porta para poder [v:chorar] [a:sozinha] .
  • Pintura em porcelana é algo simples, mas trabalhoso. [a:Prineiro] pegamos papel manteiga e colocamos sobre um desenho que usamos como molde.Depois de redesenharmos viramos o papel e passamos uma grossa camada de grafite nos contornos.Então redesenhamos sobre a porcelana e usamos uma tinta especial para contornarmos com a ajuda de uma caneta tinteiro.A parte da pintura é a mais fácil, você escolhe os pincéis e as cores e colore.
  • Preconceito é algo desnecessário criado por pessoas que não tem o que fazer e por isso começam a se achar mais importantes que as outras e se acham no direito de desprezá-las.Para mim isso é uma grande bobagem que não lava a nada.
Parte escrita
1998

  • E: tô aqui com a Mariana... que é estudante da oitava série... do colágio/ do colégio Quarto Centenário... daqui do município da Ponta do/ da ci/ do bairro da Ponta d’Areia... ela tem:: quatorze anos... eh:: Mariana... agora você vai me contar... qual é o lugar que você mais gosta aqui em Niterói... o lugar que você mais gosta de passear... de ir...
    I: o lugar que eu mais gosto... é uma vila... o nome dela é Vila Pereira Carneiro... ela fica ali perto/ bem antes da rodoviária... né? eu gosto muito de lá porque:: meus amigos... a maioria mora lá... né? então:: assim... fica .../ sei lá... fica até legal pra mim... ficar saindo de casa todo dia mesmo olhá/ mesmo horário pra se encontrar com o pessoal no mesmo lugar... porque o pessoal daqui... sei lá...eles são [a:muito] estranhos... fofoqueiros... então:: não é boa influência... aí... eu vou pra lá... o pessoal de lá é legal à beça... e:: lá... sei lá... é um lugar assim mais arejado... mais fresco... tem uma pracinha lá dentro também boa à beça... aí todo dia a gente marca no mesmo horário com o pessoal (pra) ficar lá... diferente daqui... aqui também não tem espaço... o pessoal gosta muito de correr... ( )tem gente que:: nessa idade não [v:leva] [p:a] [a:sério] esse negócio de brincadeira... diz que já está velho demais... mas... [s:a gente] se [v:torna] criança [a:novamente] ... né?(aí) o pessoal gosta de correr... lá tem espaço... tem tudo que a gente precisa pra se divertir... e eu passo o dia todo lá... eu e a minha irmã...
    E: você me disse que é uma vila lá... que tem uma entrada... uma saída... como é que é? me descreve...
    I: ah:: lá é:: tem um mon/ é::/ são vá/é uma vila enorme... né? [a:só] que nessa vila tem... minivilas... então você vai entrando em vários lugares... vai saindo em outras vilas... entendeu? aí ((riso)) é diferente... o maior barato... parece até um labirinto...
    E: é? I. é... e o meu tempo... assim... tempo vago eu passo lá... com os colegas... eu e minha irmã...
    E: tá legal...

  • E: Mariana... agora você vai me contar uma história que tenha acontecido com você... que tenha sido interessante... triste... alegre...
    I: ahn... foi.../ tudo começou quando eu estava na:: quinta... sexta série... (um) negócio assim... aí tinha um amigo meu... que o nome dele era Luiz Eduardo... aí ( ) o pessoal chamava ele de Dudu ... ou então Lulu... né? aí ele/ teve um dia que eu estava vindo do colégio... aí passei no sacolão... eu e minha irmã... aí encontramos com ele e com uns amigos dele... aí ele chamou pra apresentar... aí um dos amigos dele... se chamava Geovane... aí... né? conversa vai... conversa vem... aí a gente ficou um tempão sem se ver... aí depois eu e minha irmã passamos a freqüentar a igreja... a igreja católica ali na:: Vila Pereira Carneiro... e:: de repente a gente ( ) deu de cara com ele... [a:só] que na época a gente nem lembrava mais... [a:muito] bem... que o nosso amigo tinha apresentado... né? aí ele começou a falar “puxa... lembra aquele seu amigo (tal)... não lembra não? ele apresentou a gente” tal... aí eu fui me lembrando aos poucos... aí ele passou a freqüentar a minha casa... aí pintou o clima... aí eu comecei a gostar dele... aí... né? teve uma festa que eu fui...mi/ aí minha irmã também/ela ia [a:só] que ela não queria que eu fosse com ela... então eu fiquei chorando em casa... não fui pra festa...aí ela foi... [a:só] que aí bateu uma amiga minha lá na porta de casa me chamando pra ir... em seguida eu fui... aí chegando lá tive a maior decepção... fiquei sabendo que a minha irmã gostava do mesmo menino... e que:: ela já estava namorando com ele... aí... tudo bem...eu chorei... né? [a:disfarçadamente] lá... porque eu fiquei chateada... minha irmã... pô... sabendo que eu gostava dele... aprontou... aí o pessoal falou assim “pô... você vai ficar nessa? sai dessa... procura outro... vou arrumar outro pra você” eu “não... gente... não precisa” não sei quê... aí me apresentaram um garoto chamado Rogério... aí rolou o clima lá... né? aí passou... /quer dizer... a minha parte com o Rogério... não com o Geovane e com a minha irmã...
    E: sei...
    I: aí... fiquei... chateada em casa... aí poucos dias depois... ele apareceu lá em casa... pediu pro meu pai pra namorar com a minha irmã em casa...[a:pronto] ... eu sa/ eu estava jantando...eu saí... fui pro quarto... [v:abri] o berreiro lá [a:sozinha] ... ninguém viu... eu pensei que ninguém tinha visto... mas quando eu olho... meu pai estava lá olhando pra mim... aí ele sentou... conversou comigo... falou... né? que ele:: ele não gostava de mim... tanto é que ele pediu pra namorar com a minha irmã... que não ia adiantar eu ficar:: chorando... ( ) aí passou... (daí) agora até hoje minha irmã está namorando com ele... já são/ vai fazer um ano agora dia treze... de abril... né? e.. eu fiquei:: sozinha ((riso)) na vida ((riso)) né? mas passou...eu não sinto mais nada por ele... [a:só] amizade... ele é um cara legal... tem nada demais... vai ver que... é tudo coisa da idade... passa... né? (a gente) diz que é amor... que vai parar de viver porque dele...nada ... bobeirinha... [a:só] atraçãozinha física só... mais nada... aí hoje:: nós somos grandes amigos... pelo menos eu acho... né?
    E: ok...

  • E: Mariana... agora você vai contar pra mim... o que você acha... qual opinião que você tem... a respeito do seu colégio...
    I: meu colégio... ele... assim...é um colégio [a:bastante] antigo... o ensino dele é bom... os professores também são superlegais... apesar de que os melhores professores esse ano saíram... né? aí entraram novos... mas eles também são legais pra caramba... mas... assim::... o::... o ambiente... onde ele está localizado é assim...a rua é um pouco deserta... [a:meio] estranha... né? mas... graças a Deus não aconteceu nada comigo... eh... a diretora... a diretora... ela já tá bastante senhora... né?então ela é [a:toda] enjoadinha... se deixar ela quer que a gente vá com um saião no joelho... sei lá... se não for mais comprido... mas isso é normal no colégio... o colégio assim/ a manutenção do colégio... o colégio não... não está em condições de ser um bom colégio... não está em condições físicas boas... né? o banheiro... por exemplo... ah... aquilo dali acho que nem pode ser chamado de banheiro... parece até... sei lá... um banheiro público... da rodoviária... você entra... você mal pode/ você abre a porta... assim... mal pode entrar... ahn... o quadro... o quadro negro de lá também é horrível... até os pro/ os próprios professores reclamam... ( ) o colégio precisa de uma pintura geral... os alunos reclamam... mas... o mesmo ano é a mesm/todo ano é a mesma coisa... o ventilador... ele fica/é um ventilador de teto... né? comum... [a:só] que ele não é ((riso)) como os outros... ele fica pendurado e conforme ele roda... ele balança... então ele fica... parecendo aqueles aviãozinhos de brinquedo? então... aí não pode ligar o ventilador... os alunos... os alunos são legais... esse ano... entrou gente nova lá... né? e o... pessoal que está começando a freqüentar aquela escola... é um pessoal um pouco estranho... sei lá... um monte dele... eh:: fumam maconha... tal... entendeu? aí eu não ando muito com eles não... o pessoal... assim... que eu ando... são as meninas... são só... duas meninas que... quando eu entrei... elas entraram comigo também... a Patrícia e a Bruna... são minhas melhores amigas... e fora elas eu... assim... falo “oi” “tudo bom?” com o pessoal... mas... eles lá ... e eu no meu cantinho... entendeu? não dou confiança/ liberdade (pro) pessoal não... que... se deixar... eles abusam... né? então... poxa... se eu ficar andando com eles... já pensou? descobrem que eles aprontam... fazem o que não podem fazer... e eu estou junto... vai pegar pro meu lado também... [então]
    E: [é...]
    I: eu me afasto o máximo po/ o máximo possível... e o colégio... eu falei.../ eu... assim... tem negócio de... de vez em quando... a diretora vai lá na sala... passa um papelzinho... eh... ediz pros alunos [v:escreverem] a opinião deles com a / quanto ao colégio... a manutenção... [p:em] [a:geral] ... os professores... os alunos... o comportamento dos alunos... dos professores... tal... aí eu sempre/ o pessoal sempre escreve a mesma coisa... dizendo que o colégio não está em condições físicas... pra... continuar aberto... que precisam de... ter menos regras... né? porque tem coisas lá que são... tão bobi/ pouca/ são bobeiras... e o pessoal... ficam ali batendo na mesma tecla... persistindo na mesma coisa... então fica chato... e:: eles/... por mais que eles dizem de/ por mais que eles falam que vão... melhorar as condições físicas do colégio... ninguém nunca faz nada... todo ano você chega lá... é a mesma coisa... está do mesmo jeito... nem uma tinta branca eles passam assim... pra tirar as marcas que o pessoal... risca a parede... né? e::... e:: os professores também são legais...
    E: se você tivesse que dar uma nota... pros seus professores e pro seu colégio... qual nota você daria?
    I: pros professores... eu daria nota... ahn... pros professores eu não posso dar a mesma nota porque eles são... completa/ um dife/ um diferente do outro... né?
    E: sei...
    I: então... eu acho que o único professor daquele colégio que eu daria nota dez é o professor de matemática... que ele é super legal... e o colégio... a nota assim... que eu dou... quatro e meio... porque está horrível... mas o ensino de lá não é forte mas também não é fraco... é bom... né? então... enquanto tiver um ensino bom do jeito que tá... tá tudo certo... dá pra estudar...
    E: tá legal...

  • E: agora... a Mariana vai me contar... se ela sabe fazer alguma coisa... se você sabe fazer alguma coisa... pode ser uma coisa especial ou nem tanto... e:: como é que você faz essa coisa... como é que você procede pra fazer essa(s) coisa ...
    I:uma coisa que eu sei fazer bem... é arrumar a casa... eu ((riso)) eu [a:primeiro] ... pra mim arrumar a casa...tenho que estar sozinha... com o rádio [v:ligado] assim... não [a:muito] [a:alto] ... né?mas... mais ou menos... (pra não) atrapalhar o vizinho... aí eu... sempre começo pelo banheiro...[a:primeiro] (abro) a porta do banheiro... aí vejo o estado dele... se tiver com muita roupa jogada eu pego a roupa... tiro... jogo num canto... aí vou lavo o box... depois eu vou... limpo o chão... aí eu vou... limp/ lavo os azulejos... né? tal... aí assim que eu termino o banheiro... eu passo pra cozinha... aí eu olho... tá sempre aquela bagunça... liqüidificador... copos ( ) aquela louça... aí eu “vamos começar”...aí eu [a:primeiro] começo retirando o lixo... papel... embalagem de iogurte... tal... aí tiro o lixo... jogo fora... aí lavo a louça ... aí eu vou... olho na geladeira... vejo se tem suco pronto... se não tiver eu faço logo... aí limpo a pia... “tudo certo”... aí depois eu ( ) nem vou pro/ nem passo pra parte dos quartos... porque os quartos ficam com a minha irmã... aí depois eu olho e vejo se aqueles paninhos de botar enfeite/ aqueles paninhos de enfeite... né? que (só) coloca assim nos móveis estão...
    E: sei...
    I: limpos ou não... aí se não tiver eu vou... tiro o pó... tudinho... troco os paninhos... boto aqueles de molho lá... aí... “tudo certo”... aí... depois eu vou... limpo a geladeira que ficou com a marca do dedo/ de dedo... né? aí depois eu vou pra parte do cachorro... limpar lá as necessidades dele... aí dou um banho nele... e na gatinha lá de casa... aí depois eu vou... varro o chão... pego/( )pego um pano molhado... passo no chão/ tem que passar no mínimo três vezes... porque se não fica embaçado... aí:: depois eu vou molho as plantas... separo minhas roupas que estão sujas... bota lá pra minha mãe lavar depois... e em seguida vou ver minha irmã... aí minha irmã está sempre deitada... com preguiça de arrumar a casa... aí eu olho assim pra cara dela e falo “poxa... Carla... você não arrumou ainda? você quer que eu te ajude?” aí ela “não porque se não se/ depois você vai jogar na cara”... mas não é bem jogar na cara... porque ela não faz... então quando minha mãe chega... eu falo “ó ela não fez... quem fez fui eu”... aí eu vou lá... ajudo ela arrumar o quarto... arrumo as camas... tiro o pó... aí ela dá comidinha pro peixe dela... aí eu vou limpo o guarda-roupa... assim... arrumo as roupas... né? aí depois a gente vai passa pro quarto da minha mãe tá sempre organizado que ela... ela arruma sempre antes de ir trabalhar... aí a gente vai limpa o chão... tudo isso/o trabalho lá de casa (é) tudo bem dividido... [a:só] que sempre eu pro/ estou sempre procurando o que fazer... (por)que eu não consigo ficar parada... mas ela não... ela procura o que não fazer... ela quer saber de ficar deitada com a perna pra cima... assistindo televisão... comendo alguma coisa... aí depois que a gente acaba de arrumar a casa/ depois que a gente não... eu acabo de arrumar a casa... que a pior parte é comigo... ou a gente fica assistindo televisão ou então a gente vai pra vila... né? fica conversando com o pessoal... e:: depois... sei lá... eu vou pra casa... fico brincando com o cachorro aí a minha mãe chega... aí ela sempre/ minha mãe quando chega do trabalho ela pergunta “hum... a casa tá arrumada? quem arrumou?” aí eu olho assim pra cara dela... “foi Carla... mãe”... sempre piscando o olho... né? aí ela “é... Carla? você arrumou casa... ah que bom... vai chover” aí ela “poxa... vai chover por quê? eu estou sempre arrumando a casa”... minha mãe “é... eu estou sabendo...” aí depois fica tudo bem... a gente vai dormir... aí (a)caba o dia...aí no outro dia... [v:começa] tudo [p:de] [a:novo] ((riso)) sempre assim...
    E: é isso aí...

  • E: Mariana... agora eu quero que você me conte uma história que tenha acontecido com alguém que você conhece... que tenha sido interessante... alegre... triste... engraçada...
    I: ahn... foi a história que aconteceu com meu tio... ele trabalha (com) negócio de navio... né? da marinha... aí eu encontrei/ fui na casa dele... aí ele estava contando lá... né? estava o pessoal assim/ ( ) reunido... assim na mesa... aí ele começou a contar queele estava sozinho de barco... aí estava assim... mar a/ [a:praticamente] aberto... né? aí ele avistou uma ilha assim.... pequena... né?não [a:muito] pequena...né?uma ilha... aí ele foi se aproximando... aí ele disse que quanto mais ele se aproximava parecia que a ilha se afastava...aí então ele acelerou mais ainda o barco e conseguiu chegar [a:junto] da ilha... aí ele ficou... né? olhando “nossa que distância”... não sei quê... aí de repente ((riso)) saiu... espirrou uma água assim ZUFF pra cima... quando ele viu era uma baleia... aí eu olhei assim... “ué... mas uma baleia por aqui?”aí ele “ [s:eu] [v:estou falando] [a:sério]... não sei quê... aí eu até hoje eu não tirei/ não cheguei pra ele pra perguntar se era verdade ou mentira... mas pelo visto não era mentira não... porque pra ele chegar e dizer que viu uma baleia...do jeito que ele contou... [a:todo] ... entusiasmado... [a:todo] empolgado... né?aí o pessoal rindo assim da cara dele...ele ficou [a:meio] assim... mas eu acho que não foi mentira não... agora imagina... ver uma baleia assim (que) horror...
    E: ele contou como é que era o tamanho da baleia? se era grande...
    I: não... ele não contou... ( ) [a:só] falou que...era tipo uma ilha [a:só] que não era [a:muito] grande... (entendeu?) aí eu fiquei assim... eu não acreditei muito não... né? mas...
    E: como é que acabou a história? a baleia fugiu ou ele pescou a baleia?
    I: ele falou que foi seguindo... foi seguindo a baleia até um certo ponto... aí depois... ela sumiu... aí ele voltou pra casa ((riso)) contando a história... né?
    E: isso aí... o Mariana... [a:muito] obrigado pela sua entrevista...
    I: nada...
    E: eh... e é isso aí...
Parte oral
1998
  • Tudo começou quando eu estava cursando a 5a. ou 6a. Série, então um amigo meu apresentou-me alguns amigos dele, e um desses garotos chamava-se Giovanne.Alguns dias depois, eu e minha irmã passamos a freqüentar a Igreja Católica, e um dia nós encontramos o tal Giovanne.Poucos dias depois, esse rapaz passou a freqüentar minha casa, com isso, passei a gostar dele.Certo dia, minha irmã foi a uma festa que eu não ía, mas uma amiga minha me chamou e nós fomos.Lá na festa eu fiquei sabendo que minha irmã estava namorando com o Giovanne, aí eu fiquei super chateada.Em seguida eles dois começaram a namorar em casa e eu acabei me conformando e hoje, somos bons amigos.
  • A história aconteceu com o meu tio.Ele trabalha na marinha, e certo dia, ele avistou uma ilha.Ele disse que quanto mais ele se aproximava, a ilha se afastava, mas ele conseguiu se aproximar e derrepente ele percebeu que a ilha não era ilha era uma baleia.Em seguida ele seguiu a tal baleia até um certo ponto mas ela sumiu.
  • O lugar que eu mais gosto de ficar é na Vila Pereira Carneiro, isso porque os meus amigos moram lá e lá é um lugar fresco, espaçoso e calmo para se brincar e conversar.Aqui onde eu moro,o pessoal é [a:bastante] fofoqueiroentão eu prefiro passar meus horários vagos, lá na vila.
  • A melhor coisa que eu sei fazer é arrumar a casa.Eu começo pelo banheiro, depois a cosinha, então eu tiro o pó, e vou ajudar minha irmã a arrumar os quartos.Quando mamãe chega em casa, eu digo p/ ela que foi minha irmã que arrumou a casa mas, ela sabe que fui eu.
  • O meu colégio têm um ensino bom mas as condições físicas do colégio são horríveis.Os professores são super legais, mas os alunos novos não são de boa influência.Então eu me afasto o máximo para não me dár mal.O ensino em si é ótimo, mas o que está faltando é uma boa reforma no colégio inteiro.
Parte escrita
1998

  • E: tô aqui com o Afonso... ele é aluno do/ da oitava série do colégio municipal/ escola municipal Santos Dummont... aqui no município de Niterói... ele tem quinze anos... e é residente no município de bairro/ eh... no bairro de Fátima... aliás... Afonso... vamo começar nossa entrevista?
    I: vamo...
    E: eh... você vai agora me contar o que que você acha... vai me dar a sua opinião... lá do seu/ lá da sua escola... lá do seu colégio... do Santos do Dummont...
    I: minha escola é legal... eu gosto de alguns professores... tem professores ruim... eh... tem merenda... refeitórios... as merendeiras são boas... merendas legais... os meus amigos brincam... as sala de aula tão/ tem ventilador... são limpas... são boas de estudar... a quadra de esporte é boa... as aulas algumas são boas...diretora não é [a:muito] boa mas (é) legalzinha((longo silêncio))
    E: você acha que deve mudar o diretor de lá?
    I: sim...
    E: por quê?
    I:porque a diretora dali é [a:muito] rígida...quando a gente quer pegar a bola ela [a:só] quer dar aula/ bola na aula de educação física... em sala a gente não pode ficar sem estar professor... muita rigidez...
    E: tem lá no/ algum/ algum professor que você acha que poderia ser o diretor de lá?
    I: tem... vários... vários... eh... professora de matemática... português... as me/ tem merendeira que pode ser diretora também... várias pessoas lá do colégio que pode ser diretora...
    E: de uma maneira geral então seu colégio é bom... você daria que nota pro seu colégio?
    I: nove...
    E: nove?
    I: é...
    E: tá faltando alguma coisa... I:tá...
    E: o quê?
    I: diretora e meninas...
    E: meninas?
    I: é...
    E: tem poucas meninas lá?
    I: poucas...
    E: conta aí...
    I: minha sala deve ter umas seis só... acho que tem sala lá no colégio que tem ( ) duas/ tem sala que nem tem menina no colégio... o que tá faltando é menina e uma diretora nova...
    E: mas por que que você queria mais meninas no colégio?
    I: porque tem muito homem...
    E: ah... eh... pra que os homens querem um equilíbrio com as meninas?
    E: porque homem sem menina não é nada...
    E: me conta... desenvolve mais... fala como é que é isso aí... como é que é o relacionamento dos homens lá com as meninas no seu colégio... o que que você tem a falar sobre isso?
    I: eh... isso é normal em tudo quanto é colégio... que o homem caça a menina e a menin/ tem menina que caça homem...tem muitos que vão pro colégio [a:só] pra arrumar menina... namorada...tem alguns que vão pro colégio [a:só] pra fazer bagunça... a maioria vai pra arrumar menina e alguns pouquíssimos vão pra estudar...
    E: você está entre quais... entre os que vão estudar... ou entre os que vão arrumar menina?
    I: os dois...
    E: tá certo...

  • E: Afonso... agora você vai me contar... vai me descrever... vai me dizer como é que é... o lugar que você mais gosta de ficar aqui em Niterói... o lugar que você mais gosta de ir... passear...
    I:é num clube que tem aqui [a:mesmo] no bairro de Fátima... ali perto da:: Biquinha... o lugar que eu mais gosto de estar no clube é a piscina... por que vai eu e os meus colega... a gente fica na piscina... de vez em quando a gente vai jogar uma bola no clube... vai pro bar... fica paquerando as menina... o clube é bonito... tem várias árvores... paisagem bonita... lá é divertido...o mal que [a:só] abre quinta... sexta...sábado e domingo... não abre todos os dia da semana... lá eu pratico a natação... jogo bola... solto cafifa... e um montão de coisas...
    E: é grande lá?
    I: é... bastante... tem árvores... árvores grandes... o clube é grande... tem campo... quadra... tão construindo a sauna...a piscina é grande... eh... e... g/ [a:bastante] grande...tem... tem lá/ tem uma rua que corta no meio das árvores aqui assim... as árvores... árvore frurtífera... aí... quando a gente está com fome a gente sai da piscina... vai nas árvores... faz um lanchinho lá nas árvores... aí desce volta a jogar bola... a quadra... a quadra é pequena... o campinho também é pequeno... (de vez em quando a) gente fica na piscina... que é grande... a piscina é rodeada de árvores... a piscina no meio e as árvores aqui assim... e o bar lá em cima...
    E: [a:muito] bonito lá... então?
    I: é...
    E: isso aí...

  • E: Afonso... agora você vai me contar se você sabe fazer alguma coisa... e como é/ como é que é que você faz essa coisa... vai me contar como é que é que você procede pra fazer essa coisa...
    I: o que eu sei fazer é pipa... cafifa... que em Niterói é mais conhecida como cafifa... tem vários tipo de cafifa... pião... raia... morcego... cortadeira... baratinha... são vários tipo de cafifa... pra faze ... (panhá) um bambu... bambu... corta (no) tamanho que você quer a cafifa... corta... vai afinando a vareta... até ficar no ponto certo... aí você quer fazer um pião? você afina duas varetas... quer fazer um morcego? afina três... baratinha? são duas e uma pequenininha... raia? é uma/ é uma em pé e a outra envergada... a cafifa que eu mais gosto de fazer é o pião... você pega duas varetas... fica o formato duma cruz... passa uma linha nas beiras... na ponta da/ vem traçando as linhas... aí depois você pega a folha da cor que você quiser... folha... tesoura... cola... e corta em volta/ ( ) cola o papel na vareta... corta... ne/ em direção na/ das linhas assim... passa a cola... cola... depois está pronta pra soltar...
    E: beleza...

  • E: Afonso... agora eu que/ eu quero que você me conte uma história que aconteceu com você... que tenha sido interessante... triste... engraçada... emocionante... sei lá...
    I: a história que aconteceu comigo... aconteceu no... no clube Pioneiros... eh... foi no/ foi ano passado... ali no clube Pioneiros... fica na Santa Rosa ali... perto da Garganta... foi eu e vários amigos meu... fomo para o/ fomo para o clube que estava/ que estava havendo um baile lá... aí ficamos lá muito tempo... aí o baile começa de oito à meia noite... aí estava a equipe Las Vegas... aí baile/ baile rolando... baile bom... aí de repente saiu uma briga... aí todo mundo correndo... aí veio os segurança e pararam a briga... aí acabou a briga... a todo mundo voltou dançando...aí passou mais um tempo briga [v:comeu] [p:de] [a:novo] ... aí quando eu olhei... meu amigo estava na briga... aí eu fui ver o que estava acontecendo... aí brigamos eu e ele mais os garoto... segurança foi botou a gente pra fora...aí tivemos que [v:comprar] ingresso [p:de] [a:novo] pra entrar... aí entramo e ficamo lá dentro... aí quase no final do baile... devia ser umas onze e pouca... todo mundo brincando... pulando... dançando... aí saiu outra briga... aí os seguranças separam... aí ficou briga/ ficou a briga lá... aí os segurança discutiu com um cara da equipe... da equipe Las Vegas... discutiu com ele... aí... aí briga comendo lá fora... e o segurança discutindo com o DJ da Las Vegas... aí parou o som... aí passou um tempo... aí a briga acabou dos dois... a briga acabou com o DJ e a briga acabou com/lá no fu/ no baile... aí voltou a dançar... aí quase acabando o baile... quase todo mundo já indo embora... aí chegou a polícia entrou dentro do baile... aí mandou o baile acabar... aí foi cada um pra sua casa... chegou lá na rua... a gente vindo...aí briga [v:comeu] [p:de] [a:novo] na rua... aí quando eu olhei... era meu amigo... aí foi/ fui/ fomos lá...[v:brigamos] [p:de] [a:novo] ... [a:só] que dessa vez não teve segurançapra separar aí a briga ficou rolando solta... aí veio a polícia separou... e pegou os ga/ pegou alguns e os outros que conseguiram correr ficaram... aí acabou a briga viemo todo mundo pra casa... aí chegamo aqui minha mãe estava me esperando ali embaixo... aí eu subi... vim pra casa... aí a minha mãe nunca mais deixou eu ir não... no baile funk no Pioneiros...
    E: tá certo...

  • E: vamo lá Afonso... me conta aí uma história que tenha acontecido com alguém que você conheça... uma história que alguém tenha te contado... que tenha sido interessante... triste... alegre... engraçada...
    I: estava eu e o meu amigo... indo pro museu ali na/ no Ingá... a gente estava passando pela praia da:: da Boa Viagem... aí veio dois homens... um armado e o outro desarmado... aí mandou a gente descer... aí eu corri... meu amigo ficou... aí passou um tempo... aí ele veio... aí me contou que ... que os garoto levaram... levaram o tênis dele... dinheiro... boné... aí ainda discutiu com os cara...os cara ainda tentaram bater nele [a:só] que ele não deixou... aí um homem botou a arama na cabeça dele... aí ele... aí na/ aí os cara falaram que era pra quando ele/ quando eles irem emborapassar cinco minutos eles saírem... [a:só] que na hora que eu estava paradoeles passaram por mim [a:só] que não me viram... aí quando eu vi vinha meu colega atrás correndo... correndo atrás dele... aí quando eu vi... os cara começaram a correr... aí o meu colega foi correndo atrás dele... aí o policial foi pegou ele... meu colega... aí falou por que ele estava correndo... né? aí ele foi contou... que tinha acabado de ser assaltado e mostrou os cara... os policial “não... deixa isso pra lá... (eu) vou atrás” aí o policial largou ele correndo atrás dos cara... eles subiram na Fagundes Varela... e foram pro morro do estado... aí depois ele me contou que os cara botaram a arma na cabeça dele... pediram relógio... tênis... boné... [a:só] não pediram camei/ camisa e short... aí levaram tudo... aí ele falou que não queria dar... aí os cara ameaçaram a bater nele...aí ele foi... tentou fugir [a:só] que os cara não deixaram... aí passou um tempo descobrimo que os cara morreu lá no morro do estado...
    E: nesse dia a polícia não fez nada?
    I: não...
    E: eles não diziam/ não disseram que... que iam atrás?
    I: falaram mas não foram... eles falaram que era pra gente ir pra casa... dá o endereço... que se achassem as coisas...eles iam trazer aqui... [a:só] que o pai do garoto que foi assaltado é policialefoi atrás também do garoto [a:só] que não achou... e ( ) meu pai/ meu pai descobriu quem foi... meu pai foi lá nesse dia... foi lá no morro aí descobriu quem foi... aí passou uma semana descobrimo que o garoto tinha morrido...
    E: é isso aí Afonso...então [a:muito] obrigado pela sua entrevista...
    I: (de nada)...
    E: até mais...
    I: até mais...
    E: tchau...
    I: tchau...
  • Eu gosto da minha Escola dos professores e de auguns alunos o que estraga sãoo pessoal da secretaria sao [a:muito] rijido,não dão a bola em aula vaga [a:só] en ed física.E também falta mulheres nas eu gosto do colegio, o colegio e bem legal pena que e o meu utimo ano na escola, e bom que pelo menos ten higiene você escreve com a sala e as mesas ben limpa da gosto de estudar na Escola Municipal Santos Dummont
  • O clube e legal bonito ten um campo de futebo de basquetea piscina e [a:muito] boaa agua e de mina e a pura natureza eu gosto de estar la porque e o lugar mais bonito e calmo do bairro de fatima, e bom você ir com um amigo ou com a namorada e bon estar la.
  • Eu sei fazer pipa mais conhecida em niterói como cafifa ten difernes tibo pião morcego raia e cortadeira a cafifa que eu mais gosto de fazer e o peão so apanhar um banbu cortar do tamam serto e afinar duas vareta pasar a linha na ponta da vareta e passar cola no papel cortar cola e esta pronto.
  • Eu fui o baile funk no pioneiros e o meu amigo arrumo muita brigas e eu ajudei ele e os segurança boto agente para fora depois saiu mais briga e a policia ceparou e a minha mãe nunca mas dexou eu ir no baile funk no clube pioneiros.
  • Os garoto assaltar meu colega na praia da boa viaje eu corri depois ele me contou que quiserão bate nele mais ele nao deixou ai os garoto levaram bone tenis relogio, cartera colocaram arama na cabeça.Depois passou uma semana descobrimos que os garoto morreu la no morro.
Parte oral
1998

  • E: eu sou... entrevistador Angelo... eu estou aqui com a:: Isabelle... eu agora vou pedir pra ela contar pra mim... uma história que tenha acon/ ocorrido com ela... que tenha sido interessante... triste... ou alegre... então:: vamos lá... Isabelle... pode contar...
    I: [a:bom] ... no dia vinte e sete de setembro... de:: noventa e oito... eu estava na danceteria Madame Kaos... dançando... né? aí... um:: garoto veio... e... e... falou pra mim “você:: você é [a:muito] bonita” e ficou olhando pra mim... assim... aí eu falei assim “brigado”... aí ele falou... se eu não queria ficar com ele... eu falei que não... porque eu não conhecia ele... como que eu ia ficar assim com ele? aí... aí ele falou pra mim “mas que que tem?” aí eu falei assim “não... não quero ficar com você” aí ele ficou insistindo... aí eu falei que não queria... aí... ele/ eu... eu/ ele perguntou se eu tinha telefone... aí eu falei que não tinha... aí:: ele me deu o dele... falou pra mim ligar no dia seguinte pra ele às sete horas... aí eu... liguei... no dia seguinte... eu fiquei conversando com minha colega Renata... e:: eu... à noite liguei pra ele... ele estava tomando banho ((riso)) aí... a mãe dele falou pra mim ligar mais tarde... aí eu liguei mais tarde... aí ele atendeu... aí eu falei “oi... Rafael...tudo bom?” aí ele “tudo” eu cheguei assim:: “você pediu pra mim ligar pra você... estou te ligando” aí ele chegou assim::... “ah... tá... não sei o quê”aí ele ficou... insistindo... pra mim... [p:de] [a:novo] pra mim [v:ficar] com ele... eu falei que não queria... que eu não conhecia ele... aí ele “vamos marcar um lugar e tal pra gente... sair... aí depois... a gente vê... se você fica comigo ou não” aí eu falei pra ele que...talvez no próximo domingo... eu [v:ia] [p:de] [a:novo] ... na Madame... e...talvez ficaria com ele... [a:só] que eu não fui... aí ele fa/ele ficou assim... [a:meio] ... chateado comigo... aí ele me ligou... falou “por que que você não foi?” aí eu falei “ah... não deu pra mim ir... tudo... minha mãe não deixou” aí no outro domingo eu fui... aí eu estava nervosa... né? pra encontrar com ele... e... ver o que que ele ia me perguntar...se ele ia pedir pra [v:ficar] comigo [p:de] [a:novo] ((sirene)) aí::... ele... ele chegou com uns quatro colegas dele... e pediu pra ficar comigo... aí eu falei... que não sabia... aí ele ficou insistindo o maior tempão... aí eu... estava mais com vergonha... né? aí ele falou assim “pô... você não vai ficar comigo? diz logo... se não eu vou subir... vou dançar... né?”aí eu... fiquei assim:: [a:meia] nervosa... com vergonha... aí eu... fiquei com ele... aí... depois... no dia seguinte eu liguei pra ele... [a:só] que... eu percebi... que::.. ele pediu pra ficar comigo... eu fiquei com ele... depois desse dia... ele não falava mais comigo como ele falava antes... entendeu? ele estava estranho... aí eu liguei/ ligava pra ele... ele não falava... como falava antes comigo... aí eu pensei assim... eu acho...que ele [a:só] fazia isso tudo... [a:só] pra... ficar comigo...entendeu? aí outro dia eu estava na casa da minha colega... aí ele ligou pra lá... aí ele falou pra minha colega “sai da linha... que eu quero falar com::/ pede pra Isabella/ pra Isabelle sair da linha... que eu quero falar com... com você” aí eu saí da linha... aí... ele pediu pra ficar com a minha colega... e eu gostava dele... aí::... a minha colega depois desligou e falou comigo... aí depois desse dia...eu fiquei [a:muito] chateada com ele... aí encontrei com ele no São Francisco... outro domingo... aí ele::... falou comigo “oi... tudo bom?” aí eu estava chateada com ele... né? porque... o que ele fez não se faz... né? mas depois eu esqueci...agora [s:eu] [v:falo] com ele [a:normalmente] .../

  • E: bem... Isabelle... agora vou pedir a você pra contar uma outra história pra mim... que tenham contado pra:: você... que tenha acontecido com alguém... que você conheça... que você tenha achado triste... alegre... ou interessante... pode contar...
    I: meu amigo me contou uma vez... que:: ele tinha uma... uma... conhecida dele... que:: ela era/ ela ia muito à igreja... ela era... evangélica... aí... ela::/ o pessoal/ o révei/ uma ve/ ela gostava muito de um ator... só/ aí ela não sa/ ela não queria sair da frente da televisão... pra ver esse ator... aí... todo mundo chamava “vamos pra igreja... vamos pra igreja” ela “não... eu quero... eu quero ver o ator” aí... um dia... eh... ela estava no... no trem... aí... o/esse ator apareceu pra ela... [a:só] que ninguém via... [a:só] ela... aí ele... ele... ele ficava... chamando ela pra ir num lugar... ela falava “que lugar?” ele não queria falar... “vamos... depois você vê” [a:só] que os passageiros do trem pensavam que ela era maluca... porque ninguém via nada... e não escutava nada... [s:ela] [v:estava falando] [a:sozinha] ... aí... ele...ele falou “vamos... vamos comigo” aí ela foi... ela gostava muito dele... aí ela foi... aí:: ((sirene)) o::/ ela foi... aí esse...esse ator... quando... ela chegou no lugar que ele pediu pra ela ir... esse ator chegou e falou assim “ah... eu tenho uma coisa pra te amostrar” aí ela “o quê?” aí ele... apareceu bem assim com uma faca na mão... pra matar ela... ela “não... por favor... não me mata... não” aí... depois desse dia... ela... nunca mais deixou de... de ir na igreja... pra... pra ver esse ator...

  • E: bem... Isabelle... agora eu vou pedir a você pra descrever pra mim... um local à sua escolha... que você conheça... que você goste de ir... você é que sabe... pode falar...
    I: a minha escola...a minha escola... ela é... [a:bastante] grande... ela tem... árvores... bastante árvores... tem a quadra... tem:: salas... tem refeitório... tem os banheiros... e tem umas salas lá... lá atrás... que... uma delas é a sala de jiu-jitsu... a outra é o auditório... e... e... a sala do grêmio... e o/ a/ o colégio... é/ eu acho ele/ o colégio é bom... eu gosto do colégio... e ele tem muitas coisas assim::... nem todas as coisas são perfeitas...as salas têm... um problema de... de... ser [a:toda] / ser pincha::da...o refeitório/ as mesas de vez em quando estão sujas... estão riscadas... a::... eh... a porta... de vez em quando... não tem maçaneta... o banheiro dos meninos... é sujo... eh:: o que mais?
    E: como é a quadra... por exemplo?
    I: ah...a quadra é glan/ é grande... é::... bem espaçosa... dá pra... [v:jogar] [a:legal] ... dá pra brincarde bastante coisa... eh...a quadra é assim... [a:bom] ... [a:só] isso...
    E: o pátio... como é?
    I: ah... o pátio... o pátio é... grande... tem bastante lugar pra... brincar assim... e ele não::/ de vez em quando ele fica sujo... né? por causa das... das folhas que caem das árvores... mas... ele está sempre limpinho... ah::... as janelas da... das salas têm... vidros... quebra::dos... nem todas as janelas... fecham... ah... as carteiras... às vezes são... são rabiscadas...já falei... [a:só] isso... só isso... só isso... ah...o chão é:: racha::do... de vez em quando fica su::jo... só...

  • E: bem... Isabelle... agora você vai relatar pra mim... qual... procedimento que você toma para fazer alguma coisa... à sua escolha... você pensa e você fala... tá bom? pode falar...
    I: [a:bom] ... [a:primeiro] quando eu... faço... algum trabalho... [a:primeiro] eu... compro a folha adequada pra fazer... depois eu recorto as figuras... colo... aí eu critico sobre as figuras... aí depois eu faço a capa... aí eu vejo... se ficou bom... aí eu::... vejo...vejo assim... se ficou... bom [a:mesmo] ...se não tiver bom [s:eu] [v:faço] tudo [p:de] [a:novo] ... aí eu... entrego pra professora...
    E: introdução? desenvolvimento?
    I: o trabalho é:: sobre história... aí eu conto as histórias... que... na semana passada... eu fiz um trabalho de história... e tinha que... recortar... cada figura... assim... em relação... o que esteja acontecendo no Brasil... aí eu... eh... criticava sobre o trabalho... o ( ) eh...dava minha opinião... e... [a:só] isso...

  • E: bem... Isabelle... agora eu vou pedir a você uma opinião sobre um determinado assunto... à sua escolha... alguma coisa que te deixe indignado... ou que tenha... te sensibilizado... alguma coisa com a qual você simpatize... fica a seu critério... pode falar...
    I: [a:bom] ... a violência aqui... no bairro...que é mui::ta... durante o dia não tem tanto... mas... à noite... tem bastante... ah... de vez em quando à noite você escuta muito ti::ro... você não... pode sair à noite depois de dez horas... poder até pode... mas... é perigoso... um peda/ nesse pedaço assim... é... é perigoso... um pedaço aqui do/ da frente do colé::gio... atrás do colégio assim é perigoso... porque... de vez em quando...sai bastante tiro... [a:inclusive] ... semana passada ou retrasada no horário de aula aqui... morreu um cara aqui na frente... tomou tiro aqui na frente... tomou tiro aqui na frente... aí... tinha muitos alunos em aula... muitos alunos no colégio e o/ os alunos não podiam... passar do portão pra fora... por causa do... do perigo... né? e muitos que já tinham ido embora tinham que/ não podiam voltar porque... se não o::/ a polícia acabaria perguntando se... se o::/ os alunos do colégio... são testemunhas... né? porque estuda aqui... aí eu acho que é muita violência... tem muito ti::ro... eu acho que isso deveria mudar porque... se... de noite está assim... daqui a pouco... vai ser até na/ à luz do dia... vai ter assim muito tiro... muita violência.... esse bairro aqui eu acho que tinha que mudar...
    E: você acha que o policiamento é pouco?
    I: aqui é... demais... de vez em/ quase não tem... tem... mais assim... quando o pessoal chama assim... mas assim... vistoriando... não tem não...
Parte oral
1998
  • Um dia, na discoteca da Madame Kaos, eu estava dançando quando um menino olhou para mim e falou: -Você é [a:muito] linda.E eu respondi: - Obrigado!, E ele falou: - Qual o seu nome?, e eu falei: - Isabelle, e o seu - O meu é Rafael.Aí ele ficou insistindo p/ eu ficar com ele e eu falei que não queria, aí ele perguntou se eu tinha telefone, e eu falei que não tinha, aí ele me deu o dele e pediu p/ eu ligar p/ ele no dia seguinte ás 7:00 hs.No dia seguinte eu liguei, aí ele estava no banho, aí eu liguei mais tarde e falei com ele.Desse dia em diante ele me ligava todos os dias e insistia p/ ficar c/ ele.Até que um dia eu fui na discotecae [s:ele] [v:pediu] [p:] [a:denovo] aí eu fiquei.Depois desse dia ele nunca mais me ligou.Aí um dia eu estava na casa da minha amiga quando ele ligou p/ lá, ele pediu p/ eu sair da linha que ele queria falar c/ a minha amiga Alessandra.Depois ela me falou que ele tinha pedido p/ ficar c/ ela.Eu achei maior vacilo dele fazer isso comigo, mas eu já esqueci.
  • Um dia, meu colega Fagner me contou que perto da casa dele tem uma moça que ela é evangélica e uma vez ela estava vendo uma novela e nesta novela tinha um ator que ela amava, e ela não queria sair da frente da televisão por nada.Um dia esse ator apareceu p/ ela dentro de um trem e começou a conversar c/ ela.Mas ninguém via esse ator.Ela falava c/ ele, mastodos pensavam que [s:ela] [v:falava] [a:sozinha] , aí ele chamou ela p/ ir c/ ele a um lugar e ela foi, chegando lá ele pegou uma faca e queria matá-la.Depois deste dia ela não deixou mas de ir á igreja.
  • A escola é assim: Árvores por todo o colégio,o colégio é [a:bastante] grande, as salas de aula são pixadas, as carteiras rabiscadas, o chão é sujo, os matos do pátio são grandes, o pátio é limpo, as lâmpadas são florescentes e etc
  • Eu faço meu trabalho assim: 1o eu vejo o que é p/ ser feito, depois eu vejo o tipo de papel que eu vou usar, depois eu recorto as figuras, depois eu colo, aí eu crítico as reportagens, depois eu faço a capa, aí eu entrego a professora e vejo se está tudo como ela pediu.
  • O Relato de opinião é sobre a violência no bairro de Santanna que é bastante.Á noite, depois de 10:00 hs você sai de casa com medo, pois por aqui tem muitos tiros, nós todos escutamos muitos tiros, um dia mataram um cara na frente do colégio em horário de aula, muitos alunos ainda estavam no colégio e foi horrível.Eu acho que deveria ter mais policiamento por aqui, porque se anda acontecendo isso de dia depois nós não poderemos sair mais de casa.
Parte escrita
1998

  • E: ...do primeiro grau... da Escola Municipal Maestro Heitor Villa Lobos... aqui no município de Niterói... ela tem quinze anos e reside na Ilha da Conceição... Simone... podemos iniciar nossa entrevista?
    I: podemos...
    E: eu gostaria que você me contasse... uma história que tenha acontecido com você... triste... alegre... engraçada... alguma coisa que tenha te marcado de alguma forma...
    I: [a:bom] ... quando eu tinha cinco anos...ocorreu um fato [a:muito] chato... minha mãe separando do meu pai... eles já discutiam muito... e aquilo me:: me magoava de alguma/ de todas as formas...isso ficou [a:muito] marcante... porque:: foi triste... porque eu logo... logo tive/ tinha que ficar longe... longe do meu pai... porque ele quis/ sempre estava ali comigo... eu ia ter que ficar distante... porque logo depois que ele se separou da minha mãe... ele teve que... morar em Fortaleza... esquecendo de toda relação de pai e filha que ele tinha comigo... aí depois... quando fiz uns quatorze anos... eu fui lá... em Fortaleza visitá-lo... pensando que... eu ia morrer de:: de amores::... eu ia abraçar... beijar... ia ter muita vontade... né? mas na realidade... eu não senti nada... pra mim ele era um estranho... e isso sim... me marcou muito...
    E: [a:muito] obrigada... Simone...

  • E: agora eu pediria... que você me narrasse uma história que tenha acontecido com alguém que você conheça... alguma história... que alguém tenha te contado... que tenha sido interessante...
    I: [a:bom] ... hoje... quando eu estava vindo pra escola...foi [a:muito] engraçado... meu colega me parou... e me perguntou o que que... eu tinha... recebido de presente de dia dos namorados... eu ri... olhei pra ele e falei “ah... ganhei esse par de brincos...” aí ele: “hum:: bonitinho...” aí eu falei assim “e aí... Leandro... e você... como foi?” aí ele “Simone... nem te conto... eu estava/ eu fui na casa da minha namorada... chamei...aí ela desceu [a:toda] sorridente... com um embrulhinho na mão...aí eu fiquei [a:meio] sem graça... não tinha comprado nada pra ela... aí ela veio ‘aqui ó... seu presente do dia dos namorados...’ minha cara foi no chão... eu não tinha nada pra dar a ela... aí eu fui... procurei... procurei... olhei... a primeira coisa que eu vi foi meu relógio... eu olhei pra cara dela... e falei ‘aqui... você gostou? isso aqui é pra você...’ tirando o relógio do braço e dando pra ela... Simone... eu acabei perdendo um relógio... e isso foi demais...”((riso))
    E: engraçado ((riso))... obrigada... Simone...

  • E: agora eu gostaria que você me descrevesse... que você me dissesse como é... o lugar que você mais gosta de ficar aqui em Niterói... o lugar que você mais gosta de ir... de passear...
    I: [a:bom] ... eu não sou de sair muito... mas tem um lugarzinho aqui que é especial... é a quadra... fica aqui na Ilha... em Niterói... a gente:: sempre se reúne pra ir pra lá... lá a gente senta... conversa com os nossos colegas... vê gente nova... lancha... sempre conversando... e:: essa quadra fica no meio de u::ma pracinha... ela na verdade é uma quadra de futebol... a gente não fica no meio da quadra... fica nos banquinhos... sentado... conversando... é um lugar bem agradável... onde dá pra gente se divertir bastante...
    E: e o que mais tem nessa:: nessa praça?
    I: [a:bom] ... a praça tem balanço para as crianças... tem esses banquinhos... tem árvores... tem iluminação... eh:: fica em frente... em frente a um clube... [a:geralmente] quando o clube está funcionando... tem um som maneiroque rola pra gente... eu acho super maneiro...

  • E: Simone... me conte por favor alguma coisa... que você saiba fazer... como é que se faz essa coisa... como é que se procede pra fazer essa coisa...
    I: [a:bom] ... eu adoro fazer jazz... e aí... um pouquinho/ tem um pouquinho de tempo que eu comecei a dar aula... a gente/ eu chego... espero todas as alunas chegarem... peço pra elas tirarem as roupas... assim... os calçados... e botarem:: no cantinho da sala... aí... espero mais um tempinho... quando elas estão mais calminhas... mando elas espalharem... e começo a passar um deslocamento... quando elas vão andando... trabalhando o pé... a ponta de pé... aquecendo... depois... elas ficam no centro... e eu começo a dar:: uma série de exercícios... alongamento pra alongar a cabeça... perna... braço... daí... depois dos alongamentos... aí elas já estão preparadas... já estão bem aquecidas... e a gente vai começar a dançar... eu começo a preparar as coreografias... a ensaiar... e todas essas coreografias estão montadas no final de cada aula...
    E:está legal... valeu [a:mesmo] ...

  • E: Simone... agora eu gostaria que você me contasse... que que você acha... qual é a sua opinião... a opinião que você tem a respeito dessa escola... onde você estuda...
    I: ah... aqui a escola? a escola é ótima... a gente... tem um ótimo relacionamento... entre alunos... professores... diretores... funcionários... é claro que tem aqueles que não respeitam muito... né? mas dá pra levar... a escola é:: limpinha... bem... bem cuidada... é arejada... os professores estão sempre... de bem com a vida... a gente chega... brinca... são divertidos... fazem um bom ambiente com a gente... eu acho super... legal porque... a gente pode chegar aqui e não achar “ah... a escola... é aquele lugar... sérioonde você tem que ir [a:só] pra estudar...” lá você faz um outro ambiente... aqui pelo menos a gente faz/ eu acho super maneiro... porque:: a gente chega.... e não é... não é aquela coisa tão séria... é bem divertido... a gente se sente numa rua... com outros amigos... a gente vem sempre... se encontra sempre... e isso faz um lugar legal...
    E: está legal... obrigada...
Parte oral
1998
  • Quando eu tinha + ou – 5 anosocorreu um fato [a:muito] tristea separação dos meus pais.Foi [a:muito] difícil, eles brigavam muito e não se davam bem, então a conclusão foi a separação isso foi dolorozo poiseu [a:só] tinha 5 anose logo não veria mais o meu pai, porque depois da separação ele viajaria para Fortaleza me deixando sem contato algum.Eu sofri com isso durante alguns anos, e depois esqueci.Um ano atrás eu fui a Fortaleza verí meu pai, mas não teve sentimento algum pra mim ele era um estranho eu mal tinha vontade de abraça-lo.Hoje eu vejo que sofri d+ por ser menina, e agora que sou uma moça não preciso mais dele.
  • Hoje quando eu estava indo para a escola, meu amigo Leandro me parou na rua e me perguntou como foi o meu dia dos namorados e que que eu ganhei eu respondi: - Foi ótimo e ganhei estes brincos.Aí foi a minha vez quando eu fui perguntar a ele, ele abaixou a cabeça e riu me contando.Eu fui na casa da minha namorada a noite, chegando lá,ela veio [a:toda] sorridente com uma caixa na mão.Aquí seu presente!Que vergonha!Eu não tinha levado nada.Fiquei [a:todo] sem graçacomecei a gaguejar olhei pra meu braço e a 1a coisa que veio na minha cabeça o relógio, amostrei a ela e perguntei se ela gostou tirando do meu braço e botando no dela detalhe acabei perdendo um relógio.
  • Na aula de jazz Eu espero todas as alunas chegarem, mando colocar os chinelos no canto da sala e inicio a aula.Começo com dislocamento e elas vão caminhando pela sala depois eu mando elas se espalharem e início o alongamento que é uma série de exercícios para aquecer depois que elas estão aquecidas eu passo as coreografias que são preparadas no final de cada aula.
  • Eu vou falar um pouquinho sobre a quadra.A quadra na verdade é uma quadra de futibol no meio de uma pracinha.Essa pracinha fica na Ilha em Niterói.Nesta pracinha tem balanço para crianças barsinhos para lanches eé [a:geralmente] o lugar onde os jovens costumam se encontrar para conversar, ver gente e até namorar.
  • [a:Bom] o meu colégio no meu ponto de vista é [a:muito] bom, aqui eu aprendo o necessário, o colégio é limpinho é arejado e tem um ótimo relacionamento entre alunos, professores, deretores e funcionários As professoras são maravilhosas, engraçadas e criam aulas bem divertidas.Aqui todo mundo conhece todo mundo eisso é [a:muito] bomporque fica sendo um lugar agradável.
Parte escrita
1998

  • E: eh:: Fábio... agora você vai me contar uma história que tenha acontecido com você.... que tenha sido interessante... triste... alegre...
    I: bem... eu me lembro um dia que eu estava... tava/ assim que eu entrei na escola... eu conheci::/ quando eu cheguei na escola...tinha um::/ [a:só] tinha um lugarzinho lá na frente... eu comecei a sentar naquele lugar... toda vez sentava naquele lugar... aí eu reparava que sempre [s:uma menininha] [v:passava] lá pra trás [a:quieta] ... não falava com ninguém... aí um belo dia... quando... quando eu cheguei na sala... meu lugar estava ocupado... tinha um lugarzinho do lado dela... aí eu cheguei... sentei do lado dela... pedi licença... sentei lá do lado dela... começamos a conversar...aí eu percebi que ela estava [a:meia] triste...aí comecei a perguntar... o que que estava acontecendo... ela não queria conversar comigo... [s:ela] não me [v:conhecia] [a:direito] ...mas aí... eu a convenci a conversar comigo... aí a gente ficou batendo papo... descobri que:: ela estava triste porque::... tinha brigado... né? havia brigado com o namorado dela... um rapaz da idade dela também... ela... estava com dezesseis anos pra dezessete... aí : comecei a consolar::... sem querer me aproveitar... comecei a conversar com ela... a bater papo... aí... começou rolando uma amizade... aí dessa amizade.../ conheci outra amiga dela também... e tinha um amigo meu também na mesma sala... o André...aí começamos [s:nós quatro] a [v:sentar] sempre [a:junto] ... a conversar... no meio da sala... a gente em vez de prestar atenção na aulaa gente ficava [a:só] brincando... brincando... batendo papo... acabou que a gente marcou pra dar um passeio... aí fomos num shopping... em Niterói... aí começamos a conversar... aí eu comecei a... me::... me::... me insinuar pra ela... pra... pra essa menina... a Taís... aí comecei a falar pra ela esquecer o cara... que:: “eu acho que não tem nada a ver... vocês/ não deu...não [v:deu] [a:certo] duas vezes...tentaram [v:voltar] [p:de] [a:novo] ...não [v:daria] [p:de] [a:novo] ” comecei a jogar ela pra cima de mim... né? aí foi aí que... eu levei ela em casa... aconteceu da gente ficar junto... aí continuamos juntos pelo... restante do semestre... durou um:: tempo... aí as aulas termina::ram... a gente se afastou um pouco... aí ela/ a gente começou/ a gente se procurou um ao outro... ela foi até a minha casa... eu fui até a casa dela...mas hoje em dia... só... [a:só] restou amizade [a:mesmo] ... entre nós dois...ela depois voltou pro namorado dela... [v:separou] [p:de] [a:novo] ... eu::... fiquei noivo... me separei... e aí... estou aí...

  • E: Fábio... agora eu quero que você me conte uma história que tenha acontecido com alguém que você conhece... que tenha sido:: interessante... triste... alegre... engraçada... I : a história que eu tenho pra contar... foi a história do:: vocalista do nosso grupo... e:: o pai dele me con/ havia me contado que... estava sentindo queele estava [a:meio] rouco... e ele estava forçando muito a garganta pra cantar... estava forçando a voz...não estava agüentando [v:cantar] [a:direito] ...o pai dele então levou ele... ao médico... aí o médico pediu um exame mais... detalhado... pra... pra saber o que que ele tinha... aí... fazendo (os) exames/ ele fez exame lá... nas cordas vocais... descobriu que ele... não pode cantar... durante uns dois meses ele vai ter que ficar sem... forçar a garganta... as cordas vocais... e fazendo exercícios... tem que procurar um médico... um... um fonoaudiólogo... e vai ter que fazer uns::... exercícios pras... cordas vocais... e isso foi um ponto que:: deixou a gente triste... porque ele já vinha/ ele já vinha sentindo... que estava... com esse problema...também pra ele é assim [a:muito] tristesaber que agora é que ele começou a... a se adaptar bem... a cantar::... a gente vem cantando... fica... bem o que está fazendo... e isso tanto pra... pra gente quanto pra ele...eu acho que vai ser [a:muito] ... muito triste... a gente (vai) ficar dois meses sem... sem fazer shows... então é uma coisa que a gente vai ter que resolver... isso é (um ponto)... uma coisa que me contaram que::...pra mim eu acho que foi uma coisa [a:muito] ... desagradável...

  • E: eh... Fábio... agora você vai me... me descrever... qual o local que você mais gosta de ir... aqui em Niterói... o local que você mais... que você mais gosta de ir... no caso...
    I: ah... os locais que eu mais gosto de freqüentar são... são as casas noturnas...são lugares onde têm música [p:ao] [article:] [a:vivo] ... boates... onde têm show... banda tocando... eu me sinto super à vontade... eu... lá eu encontro... músicos também... pessoas que... conversam coisas que eu gosto de conversar... em relação à música... às vezes até chama a gente pra dar uma canjinha... que... na linguagem da gente significa subir ao palco e... e tocar também uma musiquinha... não com eles ou com outros músicos diferentes... e é legal... eu gosto/ eu gosto de ir... de ir nesses lugares ((interrupção de gravação)) pô... uma das casas que eu mais gosto de...de... de freqüentar... é umas casas noturnas que tem aqui em São Gonçalo... pô... onde tem... um palco grande... com um som... bonito... a gente tem a liberdade de... de entrar no camarim... conversar com os músicos...sendo eles... profissionais ou... ou [a:altamente] profissionais... como o caso dos grupos grandes... e a gente é bem tratado... o pessoal fala com a gente como se a gente fosse um... um pop star... e na verdade... não é nada disso... eh:: (( interrupção de gravação)) a entrada tem... dois portões... granda::ços... logo depois do portão tem um muro... um murinho... que fizeram ali pra... do lado de fora ninguém poder entrar...pra... ninguém pode ver o que está acontecendo lá dentro... mais pra... pras pessoas entrarem [a:mesmo] ... o salão grandão... com muitas cadeiras... uma pista de dança grande... pras pessoas poderem ficar super à vontade... um bar lateral... grande... que/ suficiente pra atender... bastante pessoas sem... sem... ter que ter fila... nem empurra- empurra... banheiro legal... dois banheiros laterais... onde as pessoas podem... podem... podem ficar sempre à vontade... com espelhos... tanto masculino quanto feminino...

  • E: Fábio... agora você vai me dizer... a respeito de uma coisa que você goste de fazer... e como você procede... qual o procedimento até você... eh... chegar ao fim de... de/ desse/ dessa coisa que você saiba fazer bem...
    I: ah... eu gosto muito de desenhar... desenhar... pintar... tudo relacionado a tinta... né? pincéis... lápis... e... eu estou trabalhando no momento...eu estou trabalhando muito com faixas... [a:profissionalmente] ...a faixa você precisa de um... de um tecido... seja ele ráfia... que ráfia é um tipo de naylon traçado... ou... morim... morim é um tipo de... tecido à base de algodão... você estica ele numa mesa... com o lápis você faz os desenhos e as marcações... e depois você vem com o pincel... pincel de seda fino... uma tinta de acordo com... com o tecido... se for tinta pra tecido... no tecido... e se... se for... for... tinta... pra naylon... no caso do naylon... e... vai... e dá vida àquele desenho/àqueles traços que você fez [a:anteriormente] com o lápis... e faz o que sua imaginação mandar...

  • E: Fábio... agora você vai contar pra mim... o que é/ o que você acha... qual a opinião que você tem a respeito do seu colégio...
    I: oh... o meu colégio... ele... é legal... tem uma quadra... de esporte... né? onde a gente praticava voleibol... futebol... tem uma cantinazinha lá embaixo... tudo que uma escolazinha tem... um pátio grandão... com árvores... bancos... onde a gente nas aulas vagas ficava lá embaixo estudando... namorando... curtindo... e é uma escola como qualquer outra... seguran::ça... muita segurança... mas o... o fundamental daquela escola é o carinho que os professores dão à gente... e a atenção... que sempre quando a gente precisava... eles estavam ali... davam atenção à gente... e ficavam até às... às vezes depois da hora... conversando com a gente... dando opinião e... nos ajudando na/ nas matérias que nós ficava pendente... [a:só] isso...
Parte oral
1998
  • Tudo começou na sala de aula uma menina que se sentava sempre na carteira de tráz num dia quando entrei na sala não tinha lugar para sentar lá na frente. [a:Só] tinha um que era ao lado desta menina cujo nome é Thais.Percebí que ela estava triste e começamos a conversar, e descobri que ela estava triste, pois havia brigado com o seu namorado.De tanto conversarmos acabamos tendo um namoro de colégio.Quando as aulas acabaram, continuamos a nos encontrar.Hoje somos apenas bons amigos.
  • Hoje tive uma desagradável surpresa.Quando cheguei à casa do vocalista da minha banda de música, seu pai me contara que ele estava com um sério problema nas cordas vocais, e que teria que ficar dois meses sem poder cantar.Estamos preocupados.
  • Gosto de ir em ambientes relacionados a musica, boates, casas de shows.Lá encontro pessoas relacionadas a música amigos e nos distraimos bastante.
  • Gosto muito de desenhar, gosto de todo tipo de desenho, des do manual até no computador.Também gosto de pinta faixas pois com isso arrumo uns trocados.O primeiro passo é esticar o tecidodepois marcar as letras com um giz e depois é [a:só] pintar.
  • O colégio onde estudei é legal tem quadra de esporte, pátio, um colégio como outro qualquer A única diferença é a ótima atenção e carinho, que tínhamos dos professores.
Parte escrita
1998

  • E: Josilene... agora você vai me contar uma história que tenha acontecido com você... que tenha sido interessante... triste... alegre...
    I: ah:: intere/ ah::foi [a:bastante] interessante((latido)) foi nas minhas férias... eu aproveitei de uma forma bem diferente... bem... eu gosto muito de medicina veterinária... tive a oportunidade de conhecer um pouco mais... nas férias eu aprendi a aplicar injeções em cacho::rro... a cuidar de::... cachorros operados... e:: tosar... dar banho... e cuidar melhor de animal... entendeu? ((interrupção))... teve um parto da gata que foi bem complicado... eh:: a gata teve filhote... o primeiro nasceu... numa boa... o segundo ficou preso... ficou assim mais ou menos umas três horas o gatinho preso... nem saía e nem dava passagem pro outro... então os outros acabaram morrendo... aí tivemos que... tirar o filhotinho... na força... aí teve/ deu hemorragia na ga::ta... os outros gatinhos... perderam a vida... o que nasceu morreu também... porque a gata não pôde amamentar no tempo que estava... tirando os outros... e:: a gata teve que passar por uma cirurgia mui::to difícil... quase morreu também...

  • E: eh... Josilene... agora você vai me contar uma história que:: tenha acontecido com alguém... que você conhece... eh:: que alguém te contou... que tenha sido triste... alegre... engraçada...
    I: a história é triste... o segun::do... eh... final de semana de abril... uma colega minha me contou que o meu ex:: namorado... que na época era meu namorado... ela... tinha visto ele no:: no “Nó na Madeira”... em Piratininga... com uma mulher... essa foi a primeira a me contar... passando um tempo... veio outra e me contou a mes::ma coisa... que tinha visto ele no “Nó na Madeira”... com uma mulher... depois veio mais duas ou três e me contaram... ((interrupção)) me contaram que ele estava abraçado com ela... se beijan::do... entendeu? aí... quando ele a viu... uma das minhas colegas... disfarçou um pou::co... saindo assim... indo pra outro lado... mas logo ela foi atrás...aí ele resolveu assumir... [a:espontaneamente] que estava com ela...

  • E: eh... Josilene... agora você vai me contar...eh:: qual o local... que você gosta mais de... estar... ou ir... aqui em Niterói...
    I: bem.. o lugar que eu gosto mais de estar... é o meu quarto... ele é::.. grande... tem duas camas... um... modelo assim rústico... um guarda-rou::pa... também rústico... uma pequena estante... que na estante tem o aquário... tem:: porta-CD... tem:: outros enfeitezinhos pequenos... num/ a parede pintada assim num tom pêssego... janelas ((vozes ao fundo)) ((interrupção)) tem persianas brancas... na parede tem um quadro com... figuras marítimas... eh:: tem uma:: cadeirinha baixa... acolchoada... onde dormem os meus gatos... uhn:: só...

  • E: eh:: Josilene... agora você vai me contar... vai me falar... sobre uma coisa que você sabe fazer... e como você faz... como você procede...
    I: bem...uma das melhores coisas que eu sei fazer... é dar banho em cachorro... [a:primeiro] ... molha-se o pêlo... passa o sabão neutro... esfrega bastante... depois retira... a espuma... aí passa um xampu... eh... anti-pulgas... deixa agir pelo menos um minuto... pra matar as pulgas e clarear os pêlos... aí depois enxágua... tira todo o:: excesso do:: xampu... aí passa um creme pra amaciar o pêlo... e facilitar a escovação...

  • E: Josilene... agora você vai contar pra mim... o que você acha... ou seja... qual a sua opinião a respeito do seu colégio...
    I: o meu colégio tem um bom ensino... bons professores... ami::gos... entendeu? qualquer dúvida você pode chegar e perguntar... fora de aula... se eles souberem... eles respondem...agora o estado do prédio não é [a:muito] bom... tem tudo picha::do... paredes caindo pedaço... quadro... entendeu? carteiras... portas quebradas...
    E: obrigado...
Parte oral
1998
  • Nas minhas férias escolares, eu aproveitei de uma forma diferente.Aproveitei aprendendo um pouco mas sobre um assunto que me entereça muito, - Medicina Veterinária.Tive a oportunidade de aprende ablica enjeção em animais, cuidei de animais operados, ajudei a fazer um parto de uma gata que estava com conplicações.-Eu acho que aproveitei [a:muito] bem minhas férias.
  • A história aconteceu com meu ex-namorado o qual já namorava à três anos.Tinhamos um bom relacionamento, até aparece uma pessoa em nosso caminho.No primeiro final de semana do mes de Abril, quando sair para ir a padaria uma amiga me pergunto se ainda estava com meu namorado, respondi que não, então ela me falou que tinha visto ele com uma mulher, no bar nó na madeira, depois que ela me contou isso, veio mais três amigas para me conta que tinham visto meu namorado com outra.
  • Eu adoro meu quarto, ele têm duas camas em madeira rústica, um guarda roupa, também em madeira rústica, um guarda roupa, também em madeira rústica, uma estante pequeque, que nela esta um aquário, um porta CD, e outros enfeites pequenosO meu quarto e pintado em tom de pessêgo na janela tem uma perciana branca.tem quadra com figuras maritima, tem uma cadeira baixa acoxoada que os meus gatos dormem.
  • A melhor coisa que eu sei fazer e dar banho em meus cachorros. [a:Primeiro] eu molho o cachorro, e passo um sabão neutro, esfrego bem, e retiro, toda a espuma, depois, passo o shampoo anti-pulga e deixo agir em seu corpo por um minuto para mata as pulgas e clarea os pelos, passado um minuto retiro, passo o creme para amacia os pelos, para facilitar o escovamento.
  • O meu colégio têm um bom ensino.Os professores, são amigos, atenciosos, enfim são ótimos professores.A condição do colégio não e [a:muito] boa.
Parte escrita
1998

  • E: tô aqui com o Flávio... meu amigo Flávio... ele tem dez anos... é morador do bairro São Domingos... em Niterói... é estudante da quarta série do IEPIC... um dos colégios/ um dos colégios mais renomados aqui de Niterói...
    I: turma quatrocentos e um ((sussurrando))
    E: da turma quatrocentos e um... eh... o Flávio... agora a gente vai começar a conversar... você já sabe as perguntas que eu vou te fazer...você [a:primeiro] disse que quer respon/ quer contar a história que aconteceu com o teu primo... não é isso?então vamo lá... me conta uma história que aconteceu com alguém... que você conhece... que tenha sido interessante... engraçada...
    I: aconteceu a história porque meu primo estava com a caminhonete... eh... andando... aí... eh... a caminhonete estava sem freio... aí ele foi foi caiu no rio... mas ele não tinha o freio aí bateu na:: na raiz e caiu na água... aí muito de/ aí viu... eh.../ ele foi chamar o trator::... sabe? um monte de coisa... aí... o trator... eh .. estava sem freio também... soltou (aquele)... (aquele)... uma cordinha que pega eles... que sobe ele... esqueci aquele negó/ ( ) toda hora eu esqueço...
    E: um negócio pra puxar?
    I: é...aí soltou e [v:caiu] tudo [p:de] [a:novo] ... aí... começou aí/ aí (t)epois... aí (te)pois... eh... veio outro... um de reserva... e tirou.../ conseguiu tirar... aí (t)epois ele veio/ aí (t)epois esse que estava:: que tirou... foi pegano as telhas que caiu (um) monte de material... e uma menina ia com ele mas... eh... não po/ ela/ela ( ) se não ela ia... ela ia gritar muito... mas como ele foi sozinho... ela falou / ela/ ele falou até assim... “(a)inda bem”...
    E: o que que aconteceu com ele?
    I: ah... ( ) não aconteceu nada não... a tia dele... a tia dele veio desis/ desesperada... e... chorano... aí pra/ aí a:: mãe dele não ligou pra nada... falou assim/ aí chegou minha irmã... falou assim “seu filho caiu... na/ lá na... lá no rio com a caminhonete”... “tá ... tá bom” ...aí falou [a:só] isso e foi... e acabou...
    E: é?
    I: é...
    E: [a:legal] ...

  • E: Flávio... agora você vai me contar... como é que é... você vai me descrever como é que é... o lugar que você mais gosta de brincar aqui em Niterói... qual o seu lugar predileto...
    I: é a varanda da minha vó... eh... ela é/ ela tem uma:: eh... eh... [um pinheiro]...
    E: [uma laje?]...
    I: e tem... e tem um monte... e tem matinho... sabe? pra deixar cair os boneco... e tem uma... uma largura... assim... bem grande pra ficar TU TU TU... brincano... e... e... a la/ e::... e é branco... sabe? o chão... porque ( ) quando for perder alguma coisa dá pre ver... e o/ e a... e a... e o:: a laje da minha mãe... que lá tem um espaço pra brincar porque minha mãe... já fez um:: igual um telhadinho... cheio de planta... sabe? pra/ aí pode ficar na sombra... aí eu gosto daquele lugar porque é o meu pre/ meu predileto... e... e a varanda ali da minha/ a varanda da:: perto/ da minha casa... também é bom pra caramba... eu adoro aquela varanda... porque ela é azul... dá pra brincar de mar... sabe? barquinho... aí... aí dá pra fazer um monte de coisa... dá pra desenhar... eh... lá/ porque lá é:: sabe? é:: é... fresco... não tem nada de calor botar ventilador não... [a:só] isso...
    E: é aqui em cima?
    I: é...
    E:é [a:só] subir a escadinha?
    I: é... TIC TIC TIC e chego lá...
    E: ok...
    I: ok... tchau...

  • I: pera aí... pera aí... pera aí... ((sussurrando))
    E: Flávio... agora você vai contar... uma história que/ que tenha acontecido com você... que tenha sido interessante...
    I: é que eu fui pra Laranjais... e fiquei com meu primo... aí... a gente ia no rio... saía... be/ bebia Coca-Cola... comia... dormia... saía com meu pai... até sábado... aí quando deu sábado a gente foi... eh... tomar sorvete... e... quando chegamos... eh... eh... a gente:: arrumamo a mala pra ir embora... aí foi domingo... aí estava passan/ passando por... Campos... Laranjais... pra falar com outros pessoas... aí... enquanto isso a gente ia pa/ parano... eh... a gente ia... assim... paramo... sentia sede... paramo... eh... no:: ponto... eh... onde para o ônibus... sabe? eh... aí a gente parava lá pra comer que/ dava muita fome... sabe? cansava o pé... de tanto botar o freio EEIINN... aí... aí... quando a gente chegamo aqui... todo mundo ficou alegre... aí abraçamo... aí (t)epois minha irmã... em julho... viajou... aí também ( ) eu viajei com ela mas... mas eu:: eu fiquei pouco... aí voltei com minha... minha prima...
    E: foi quando isso?
    I: eh... em julho... na semana santa...
    E: é? na semana passada... esse an/ nesse ano? aliás...
    I: aí tinh/ tem rio lá... é bom/ é bom... agora eu/na semana santa eu acho que [s:eu] vou [v:viajar] ... pra lá [p:de] [a:novo] ... lá é bom pra (caramba)... adoro lá... queria morar lá... mas como não pode...
    E: [a:legal] ...

  • E: ô Flávio... agora você vai... me contar se você sabe fazer alguma coisa... e como que você faz essa coisa que você sabe...
    I: eu sei fazer miojo... eh... suco... eh... pintar... eh... jogar vídeo-game... eh... o/ o tipo de vídeo game é Atari (eu) sei jogar é:: é:: Olimpíada de Atlanta... e:: sei... sei... eh:: botar azulejo mas eu botei com meu tio...sei pintar... eh... pintar/ (assim)/ [a:primeiro] eu con/ eu se/ eu pintei... eh... eh... assim... eh... reto... tep/ porque era mais fácil... (t)epois eu pintei de ladoporque era... que era mais difícil... meu tio que me ensinou... eh... eh... pintei/ eh... fiz muitas coisas... eh... eh... e:: ajudei meu tio... a/ a fa/ fazer um negocinho de... ( ) pingue-pongue... sabe? mas eu/ ele que botou... ele que fez... meu pai que soldou o negócio e botou esse/ (um) negocinho desse... eh... com é mesmo como é [mesmo] ?
    E: [mármore]...
    I: é... aí ele fez... (aí todo mundo brincou) mas ninguém mais brinca... ( )que(eu acho) que não tem mais (porque) rasgou... eh...se... eh.../ mais o que [a:mesmo] ? sei pregar...
    E: como é que faz pra pregar?
    I: eh... você pega o... o prego... e aí/ tem/ alguém tem que ficar segurando... se não cai... aí você... pega o martelo e fica batendo nele até... até ba/ até chegar... aí quan/ a ( ) não pode deixar (só num) parte... tem que botar nas duas se não cai... e:: e:: e:: (quando) fica fraco... um quebra/ um prego amassado po/ ( ) ( ) (ce)tem que pregar assim [a:mesmo] ... que fica melhor também...
    E: hum... hum...
    I: e:: sei... sabe? e:: fazer massa...
    E: como é que é que faz a massa?
    I: eh...você pega a... areia... eh... [a:primeiro] (t)epois... eh... cimento... aí você faz um buraco... com a... eh... esqueci o nome... eh...
    E: espátula?
    I: enxada...
    E: enxada?
    I: aí você bota água... e mi/ e bota o cimento por cima dele... (te)pois fica mexendo mexendo mexendo até ficar eh... como assim? eh... eh...
    E: sólido?
    I: é... sólido... aí você pega a es/ a espátula... e bota no balde... aí quando você tirar... você bota no chão... e passa a espátula por cima... ( ) pra não ficar assim aquele negócio... ( ) só...
    E: só? ((riso)) tem muito...
    I: tem muito?

  • E: Flávio... agora... pra encerrar a nossa entrevista... você vai me contar... o que que você acha... do seu colégio... qual e/ qual a opinião que você tem a respeito do seu colégio...
    I: eh... eu gosto de tudo de lá... gosto do... eu gosto do:: gosto do recreio... das sala de aula... eh... sabe? do campo de futebol... eu gosto mais do campo de futebol porque ele ( ) eh:: ele não é... ele não é grama... ele é melhor/ eh... campo de/ eh... esse campo tem.../ pode jogar vôlei... e:: vôlei e basquete... gosto do:: sabe? eh... das eh... de tudo de lá... eh... do... dos... eh... como assim? eh... quando a gente sai da/ quando a gente vai descer... tem uma parte lá... (uma que) tem um monte de:: eh... igual ao redondo... sabe? redondo... aí eu gosto de usar aquelas partes que você pode ficar lá... aí ( ) pode jogar bola... que a diretora deixa... deixa entrar... já fica aberto não tem nada de botar cadeado... e:: gosto da sala de aula... melhor coisa... que/ você/ quando você fica/ você entra tem nada pra/ eh...faz [a:só] dever dever dever nem pensa em... em recreio... aí também eh... também (quando)/ (quando) a professora... eh.../ quando tem... assim... eh... três horas... aí...a gente quer saber [a:só] de aula... não quer saber de ir embora não... que é tão bom ficar na aula... agora quando às vezes assim... não dá vontade de ir... aí tem que ir que tem que estudar... aí... gosto do quê? eh... gosto do... da merenda lá que é bom pra caramba... né? eh... gosto na hora que a gente vai sair... que (a gente) encontra um monte de colega lá fora... e gosto na/ da sala de aula... que a professora é legal... gosto de todo mundo de lá da minha sala... e... e... gosto de jogar futebol com meus colegas... gosto de conversar... gosto de brincar... gosto de...
    E: você tem muitos colegas lá?
    I: tenho... tenho muito... até essas menininha aí que... que... que não gosta de falar com... com menino... fala... que a professora até falou “ó não precisa ter vergonha... e vai falar com todo mundo” aí todo mundo fala... aí teve ontem um dever que ficou assim menina menino menina menino menina menino... pra fazer uma... uma assim... eh... uma... brincadeira... aí... ontem eu gostei de mais... que também... também não tinha água na escola aí tinha que sair... aí porque/ não sei porque (to) não tem água... não pode fazer nada... aí tem que ir embora mais cedo... aí tem muitas pessoa que gosta de ir embora cedo... mas eu não gosto muito não... gosto de ficar assim... eh... na escola assim...
    E: se você tivesse que dar uma nota pra sua escola e pra sua/ pro se/ pros seus professores... qual nota que você [daria]
    I: [ia dar] dez... dez...
    E: pra todo mundo?
    I: é... pros dois...
    E: [a:legal] ...
    I: é ...
    E: é isso aí então... Flávio... [a:muito] obrigado...
    I: de nada...
    E: tem mais alguma coisa que você queira falar?
    I: é... é que eu / eu adoraria entrar na UFF mas... como que tem que ainda chegar na oitava... no primeiro grau... terceiro... e... e fazer a prova... que eu queria ser ( ) Engenheiro... aí vou ter que estudar muito pra/ pra entrar...né?
    E: espero que a gente se veja lá na UFF então...
    I: é...
    E: tchau...
    I: tchau... ( )
Parte oral
1998
  • eu fui para laranjas e sai com meu primo todos os dias e tomava banho no rio sábado eu fui tomar sorveti eu fui para casa e arrumei a mala domigo eu fui em bora.
  • Eu tenho uma história do meu primo como foi a historia do seu primo meu primo estava dirigino uma camionete que estava sem freio ele bateu numa raiz que caiu no rio e veio dois tratores que veio puxa a camionete e soutou a corrente do trato o de reserva puxou a camionete e pegou as telhas
  • Eu gosto de ficar na varanda minha vo como e a varanda da sua vo tem um pinhero um espaço grande para brincar de boneco gosto da varanda da minha casa porque la fresco e caumo gosto da lagem fresco e è bom
  • Eu sei fazer miojo como você bota a água deixe ferver com tiver fervido coloque a miojo condo bem molinho coloque tempero e mexe condo tiver mexido bote no prato.Eu sei faser com bote a água bote o suco e açuca e mexe mexido bote as pedra de gelo.Eu sei pregar como pega um pedaço de madera e dos pregos e um martelo bote o prego encostado na madera e o martelo encostado no prego e bate o prego fica torto pode tira ou bate que um poquinho melhor.Eu sei pintar como pasa o pinseu na lata de tinta da um toquinho para não pingarvocê comesa [v:pintado] [a:reto] debos pinta de lado.eu sei fazer massa como primero você bota ariola depois bote cimento ai bota água ai misture o cimento e bote baude.Eu sei botar pisos como pote o azulejo e bate com culhe.
  • E gosto da sala de aula, do recreio e de estuda gosto de conversar, gosto de jogar futebol.Gosto da merenda, gosto de fazer deve com a professora.Gosto de fica na escola, gosto da materia de portugues e matematica.Eu dou nota dez para escola e professor eu gosto de estudar na escola pubrica e não gosto de estudar na escola particular arruma muita comfusão e muita briga a escola pubrica não tanta confusão Eu gosto muito da escola pubrica.
Parte escrita
1998

  • E: a entrevista a ser realizada... tem como informante a aluna Bruna... da 4a série... da região de Santa Bárbara... Bruna... eu gostaria que você me contasse uma história que tenha ocorrido com alguém que você conheça... que tenha sido interessante... triste ou alegre...
    I: minha... minha colega Monique me contou... que a irmã dela tinha sofrido um acidente... o cavalo correu pro meio da ru::a... aí o carro foi... atropelou ela... aí o cara falou assim:: “vai lá oh::... oh amiga de Monique... vai lá chamar:: a Maria”... aí eu falei assim “calma aí que eu já estou indo”... aí eu fui lá... chamei ela... ela disse assim... “espera lá que eu já estou indo já”...
    E: e depois?
    I: aí depois a:: Maria foi lá... na casa dela chamou a mãe dela... aí a mãe dela se arrumou...levou ela pro... pro hospital... chegou lá no hospital ela desmaiou...

  • E: [a:muito] obrigada...tá... Bruna... agora eu gostaria que você me contasse... uma história:: que tenha ocorrido com você:: que tenha sido interessante... triste... ou alegre...
    I: outro dia que eu estava vindo da casa de meu padrasto... aí eu conheci meu pai... meu pai trabalha no:: 44... eu estava esperando o 54... estava indo embora... e depois...
    E: a sua mãe estava com você?
    I: estava... a minha prima Pâmela também... aí a minha mãe falou assim “olha lá Bruna teu pai” aí eu falei assim “vamos lá mãe”... aí abriu a porta pensando que era passageiro... ela falou assim “sobe logo”... aí:: ela falou assim “você... você se lembra dela?”... aí ele falou assim... “não...” “Bru::na”... aí ele... aí ele falou assim “Bru::na”... aí minha mãe (falou assim) “já esqueceu de::la?”...
    E: e ele tinha esquecido?
    I: tinha...

  • E: agora eu gostaria que você me descrevesse... que você me dissesse como é o lugar onde você mais gosta de ficar... de passear... ou de brincar... aqui em Niterói...
    I: o lugar onde que eu mais gosto de ficar é na Igreja... lá tem:: micro... micro... ((riso)) microfone... banco... o banco de lá é de madeira... tem ventilador tem banheiro tem bebedouro... no palco onde o... o pastor fica... tem:: eh:: tem um negócio lá onde que:: os outros são batizados... tipo uma piscina.. um grupo de conjunto...

  • E:está ótimo... [a:muito] obrigada... Bruna... agora eu gostaria de saber se você sabe fazer alguma coisa... e que coi::sa você sabe fazer... gostaria que você me contasse como se faz essa coisa...
    I: como eu sei fazer... eu sei fazer arroz... soco o alho... lavo o arroz... boto o olho na panela... boto / bota a água pra ferver... ou então bota água fria... aí espera... cozinhar...
    E: depois?
    I: quando o arroz estiver pronto tira... do fogo...

  • E:está o.k. ... [a:muito] obrigada...Bruna... eu gostaria que você me dissesse... o que você acha da sua escola...
    I: eu gosto da minha escola...
    E: por quê?
    I: porque lá é::... legal...os professores nos tratam [a:muito] bem... meus amigos::também me tratam [a:muito] bem... a professora sempre brincalhona... ela::... ela:: ensina todo mundo...se ela tiver de ensinar... (ela ensina [a:mesmo] )... ((canto de pássaro))...
    E: e o ensino? é bom?
    I: é... é porque::... a gente lá no colégio aprende tudo... assim como.../ a aula de Educação Física é boa... de::... recreação é boa...
    E:está legal Bruna... [a:muito] obrigada...((tosse))
Parte oral
1998
  • Eu estava vindo da casa do meu padrasto quando Eu estava esperando o cinquenta e quatro quando Eu conheci meu pai Ele trabalha no 44 quando minha mãe falou assim Bruna olha-la seu pai ai Eu disse assim vomos la mãe Ele abril a porta do onibus pensamdo que Era passageiro Ele falou assim sobe logo ai minha mãe falou asim você se lembra dela aí Ele disse asim não quem nhe Bruna Ele disse assim Ela e minha filha minha mãe disse e sua filha agora Eu sei o nome dela se chama Bruna Eu vou proucula Ela e se Ela não gosta de mim de pois que Ela tevil no onibos
  • minha colega monique me disse que a irma dela sofrel um asidente Esse asidente foi de carro Ela estava corendo do cavalo quando Ela correu para o menho da rua e o carro batel na perna dela ela ficou esticado no menho da rua quando a irma dela ficou desesperada quando a tinha dela estava sobindo a casa Eu fui chamar maria Ela falou a decha Ela la que Eu jato indo jà Eu vou lem casa chamar minha mãe ai depois o motorista do carro levou Ela para o ospital e queria que Eu fosse com jaqueline depois Ela voutou para casa dentro de cinco dia
  • Eu gosto de ficar mais na igreija tem banco de madeira bebedouro banheiro tem tambem pauco e tipo uma picina que os pecadores são batizados tem grupos de cantata e todo nos e as cores na frente e branco e por dentro e de pissos.
  • O que Eu mais gosto de fazer arros como fazer arros bota água no fogo e deixa ferve e lava o arros e soca o alho e bota o alho no fogo e deixa ferve ou ficar dourado
  • O que Eu gostei tambem da nos escola as professoras tem muitas abilidades tem muitos professores tem muitos alunos tem consideração Elas tem também abilidades
Parte escrita
1998

  • E: tô aqui com a Elizângela... que é:: moradora do bairro Gragoatá... aqui em Niterói... estuda no CIEP aqui do Gragoatá... cujo nome é?
    I: CIEP Geraldo Reis ...
    E: CIEP Geraldo Reis... aqui do Gragoatá... ela tem dez anos... eh... vamo lá... vamo começar nossa entrevista?
    I: eu sei fazer um coração...
    E: é isso aí... a gente vai começar então pelo... pelo coração... pelo que você sabe fazer... não é isso? eh... então me conta se você sabe fazer alguma coisa... e como é que você faz essa coisa... tin tin por tin tin...
    I: eu recorto... não precisa fazer o desenho do coração... aí recorto... depois eu faço o olhinho... com a/ com (um) lápis... e depois recorto... aí depois eu faço um nariz... com (um) lápis também e recorto... a boca não precisa fazer com lápis... e eu faço... aí fica um coração bonito...você pode dar pra alguém... e [a:só] ... é fácil fácil...
    E: tá legal... você faz isso aqui na/ na/ no colégio com a tia?
    I:elas não me ensinam não... eu que já sabia [a:mesmo] ...
    E: tá certo...

  • E: vamo lá Elizângela... me conta como é que é... me descreve... eh... como é que é o lugar que você mais gosta aqui em Niterói... o lugar que você mais gosta de passear... de fincar/ de ficar... de brincar...
    I: eu gosto de Icaraí porque lá tem cinema... prédios... a/o mar é [a:muito] bonito... a areia... os prédio são bonitos... eu vendo aquilo eu... eh...eu acho [a:muito] bonito... o mar é grande...a praia é grande... é [a:muito] bonito... ainda mais naquele sol quente ... muito/é [a:muito] bonito...
    E: você gosta de ficar lá no calçadão... lá na/ na pracinha? me conta como é que é a pracinha de lá...
    I: é bonita... lá é bom também pra andar de bicicleta de noite... ou de manhã também... é muito bom...
    E: e a pracinha? me conta como é que é a pracinha... tem um montão de bancos lá... não é?
    I: tem bancos... é muito bom pras crianças brincarem...
    E: tá certo...

  • E: Elizângela... agora você vai me contar... o que que você acha... qual a opinião que você tem... a respeito aqui da sua escola... do seu CIEP... do CIEP...
    I: Geraldo Reis...
    E: Geraldo Reis...
    I:eu acho o CIEP [a:muito] ... bom... tem muitas professoras boas...ensinam [a:muito] bem... é muito bom...as professoras daqui são [a:muito] inteligentee as professoras sendo inteligente... ensinam mais às crianças... do que as professoras que não sabem pra/ não dá pra ensinar...por isso é [a:muito] bom... é um CIEP aqui/ tem muita gente legal... muita gente bonita... as criança brinca... pula... se diverte... faz educação física... brinca... faz aula...e por isso é [a:muito] bom...
    E: tá legal...

  • E: Elizângela... agora conta pra mim uma história que aconteceu com alguém que você conhece... uma história que alguém tenha te contado...
    I: aconteceu aqui no colégio... o/ o menino estava segurando a bola com (o) pé... o outro menino ( ) chutou... aí ele saiu correndo... o Messias... que saiu correndo atrás do menino... o menino atropeçou... caiu... caiu de cara... ficou desmaiado... e outro que estava com ele... caiu de lado e o Messias caiu em cima dele... do outro menino... então esse menino se machu/ ele não se machucou mas ele ficou/ ele ficou assim... eh... desmaiado... foi levado pro hospital... mas daí a gente não sa/ ele ficou no hospital e daí não/ a gente não sabe mais... o que aconteceu bem com ele... mas eu espero que não aconteceu nada de mau...
    E: tudo bem...

  • E: Elizângela... agora você vai me contar uma história que tenha acontecido com você... que tenha sido interessante... engraçada... triste... alegre...
    I: quando eu era pequena... eu ficava brincando com aqueles disquinho que era... aí eu amarrei... fiquei rodando... rodando... rodando... aí fiquei tonta... aí tinha um... um negocinho assim... assim no redor das paredes... na minha casa... aí eu rodei rodei... caí... bati com a testa... aí ficou/ sa/saiu muito sangue... aí [s:minha mãe] [v:botou] guardanapo [a:desesperada] ... que ela estava pintando... (minha mãe) estava pintando a casa... aí ela botou:: [s:ele] botou/ [v:tomou] banho... [a:rapidinho] ... botou a roupa... botou um guardanapo aqui na minha testa porque estava muito sangue... aí ( ) ela teve que me levar pro Antônio Pedro... aí foi... correu tudo bem...
    E: tá legal... [a:muito] obrigado pela sua entrevista...
    I: de nada...
    E: isso aí..
Parte oral
1998
  • O que eu sei faser Eu sei faser um coração recortado sem presisar desenhar o coração na folha.Você recorta o coração, faz os olhos, o nariz, a boca e as orelhas e faz o que mais você quiser coração, faz os olhos, o nariz, a boca e as orelhas e faz o que mais você quiser.
  • O lugar que eu mais gosto.Eu gosto de ICARAÍ porque lá tem os prédios chiques, o mar, uma área boa e muita gente bonita,por isso é um bairro famoso e [a:muito] falado.
  • O que aconteceu com migo.Eu, quando era pequena, peguei um disquinho e amarrei numa corda.Rodei e fiquei tonta.Tinha um batentinho ao redor das paredes e o disquinho voou e eu bati com a testa no batentinho e saiu muito sangue.Minha mãe me levou para o hospital.
  • O que acontenceu com alguem.Um dia, um menino que é da minha sala estava segurando a bola com os pés.Um menininho, que vinha correndo com seu coleguinha, veio e chutou a bola.E o Messias estava segurando a bola com os pés.Ele o Messias, saiu correndo atrás dos menininhos.Um deles chutol a bola e o menininho tropeçou e um caiu de cara no chão e o outro caiu de lado, se desmaio, e foi para o hospital.
  • O que eu acho do CIEP.O ciep e legal porque tem muita gente manera e foi lá que eu aprendi, por isso eu acho chocante.
Parte escrita
1998

  • E: entrevista com Luiz Eduardo... sete anos... morador de São Francisco... e estudante da primeira série do primeiro grau... enquadrado no grupo de informantes da classe de alfabetização infantil... devido à sua recente conclusão desse nível de escolaridade::.../ entrevista realizada no dia/ dia dezessete de março de noventa e sete... Luiz Eduardo... eu queria que você me contasse... me explicasse... como que/ como que você/ como se faz alguma coisa que você goste de fazer... que você me ensinasse.../ pensa aí numa coisa que você gosta de fazer... aí você me explica como se faz essa coisa...
    I: ahn::... pegar bicho...
    E: é?
    I: é... eh:: é pegar cigarrinha... eh... é assim... você fica:: eh:: assim brincando por aí... aí d/ daqui a pl/ daqui a pouco você vê o barulho... fica vigiando sentado... daqui a pouco ela voa... pousa no (baixo) aí depois você vai lá... vai... pega um saco... bota na mão pra não suj/ pra não:: se solta venen...
    E: que bicho é esse?
    I: cigarra... se não ela vai soltar veneno ( ) aí pega... ela fica gritando... aí tem que ficar prendendo aqui... que:: faz muito barulho... aí depois eu boto/ eu puxo assim o saco e fica dentro... eu fico assim... ah... ela fica voando:: e batendo no saco... pra sair... eu... eu quando pego ela assim ... ela fica quieta... eu amarro na cabeça::... (ahn) eh... aí:: aí eu deixo ela... (larga) quando ela pensa que não... ela voa... eh... e... eh... aí eu dou linha... pra ela voar... eh... ela fica voando:: [a:só] tem que ser com linha de::/ como é que é? de costurar... que ela não agüenta linha de barbante não...
    E:ahn... [a:legal] ...e tem mais algum bicho que você gosta de pegar?
    I: tem...
    E: qual é o bicho?
    I: a aranha...
    E: é da mesma maneira que se pega a cigarra... que você pega a aranha?
    I: eh... a gente fica na parede... a gente tem que subir nas coisas pra pegar... que:: ela... ela v/ ela vai correndo assim...
    E: aí depois... o que se faz?
    I: a gente bo/ eh... eh:: se ela estiver no alto... a gente:: bate e:: ela cai no nosso::... depois a gente bota dentro dum... vidro ou um saco e está pronto... aí a gente pega.../ ah... o:: o gafanhoto tem que ter... eh:: cuidado... tem que:: aquele::... [pula?] não... pula não... ele não pula... ele pula também... mas é...é aquele gafanhoto que eu... que eu também ( ) eh...aí e/ ele pula... mas [a:só] que ele solta veneno... eh:: eh:: aí eu:: eu peguei ele... aí ele... ele soltou uma gosma abóbora (caramba) na boca... ele fica assim... com a gosma assim...soltou no saco... aí [s:eu] [v:peguei] [a:rápido] o::...ele... botei dentro e soltei... [a:primeiro] eu fui com ele na mão pra mostrar a minha mãe... eu fali com minha dindinha que estava aí/ estava aí... ele falou que... eh... que estava querendo que pegue um bicho... aí apareceu lá nim casa eu falando que eu tenho um gafanhoto lá... falando que eu vou pegar... ela:: ela nem acreditando que tinha... quando eu cheguei lá com o gafanhoto na mão... ela mandou eu soltar... aí eu não... peguei o vidro da maionese em cima da minha mãe e botei ali dentro...
    E: [a:legal] ...

  • E: agora Luiz Eduardo... eu queria que você falasse pra mim... me contasse como é que é... o lugar que você mais gosta de brincar em Niterói...
    I: uma ca/ uma casa l...lá perto do::... ah... lá perto de:: não sei a rua... eh... eh... [não precisa dizer a rua não] ((risos)) eh... lá perto duma:: padaria [ahn] aí... você vai andando... aí chega lá... aí... lá tem salão de festa... tem::lá tem uma... um salão que [a:só] tem fliperama... e lá tem vídeo-game também lá tem... (deixa eu ver) piscina [ahn] tinha fantasia pra botar... tinha garota lá que botava fantasia... que tinha num baú assim...
    E: tem mais alguma coisa? o que mais que você gostaria de falar?
    I: ah... tinha também um:: um troço lá... que a gente subia... ele pulava... né? um:: uma/não sei se ele pulava ou andava [ahn] é um troço assim:: que a gente ficava... ele ficava assim... ele... aí... quando a gente sentava nele e botava um trocinho... assim apertava um botão... e ele fia/ ele ficava assim [ahn] ele num.../ eu acho que é aquele que tem no plaza... aquele que é difícil ...
    E: então tá...

  • E: agora... eu queria que você me contasse alguma coisa que aconteceu com você que tenha sido alegre ou triste... o que você preferir... pode falar...
    I: eh... alegre? eh... eh... quando eu fui numa praia que eu nunca fui... com a minha tia me levou... [ahn] lá tinha peixe colorido que eu tentava pegar... aí de repente:: que veio uma onda... e trouxe pra beira... eu estava com um potinho tentando pegar... aí eu fiz assim...quando a água puxou veio pra dentro do pote... eu... eh... eu falei pra minha mãe... minha mãe pensou até que era pedaço de papel... porque ele era assim:: assim:: pedaço:: hum... pare/ parece uma sujeirinha... ((risos))no aquário tem ( ) eu acho que tem [a:mesmo] ... eh:: que é de água salgadamorreu [a:primeiro] ...não sei... tinha um lá que era de água doce...mas [a:só] que ( ) eh... tam/ também eh:: eh... também... tinha umas:: coisas... ah:: tatuí... tatuí... eh... eh... a gente/ a gente pegava:: assim... a gente:: estava na beira da água... [s:a gente] [v:cavava] [a:rápido] ... se não a água vinhae enchia o buraco de água... aí quando você vê uma coisa branca... assim:: parece uma concha... aí você tira... pra ver se é tatuí...

  • E: agora Luiz Eduardo... eu queria que você falasse sobre sua escola... o que que você acha da sua escola?
    I: o que que eu acho de bom?
    E: do que você quiser... de bom:: ou de ruim...
    I: ahn... tá... eh... o que eu acho de bom... é... eh... eh:: bri/ brincar... ler... lá/ ir lá pra bibioteca pra ler livro de bichos... eh... também... competir:: de correr... correr também... mais do que/ eh:: mais do que todo mundo... porque eu tenho um tênis do Senna... tem um troço embaixo que:: dá pra correr mais...porque é um troço plástico... que bate no chão e ele escorrega... (tem) também... gosto também de:: ah... fazer travessura que/ que eu/ que:: não tem aquela escada que eu te mostrei? eu subo aquilo tudo até o terceiro... aí Lincoln... aquele também... bate na porta... abre... aí sai criança.. ele fica de/ ele desce igual a um relâmpago... ele vai:: BUM... BUM... BUM...ele pula... pra/ pra [v:ir] mais [a:rápido] ...eu não... eu fico.../ eu... eu escondo... eu entro na sala pura... pra quando eu ir pra dentro...eu:: sair.. mas [a:só] no recreio de cinco horas... que no:: de:: quatro hora... ou no de:: ou de:: três e meia... é pouco... poucos minutos/ eu ah... eu acho que:: a minha escola tem:: tem de bom sim... eu gosto dela...

  • E: agora Luiz eduardo... vamos falar sobre alguma coisa que alguém te contou... você pode contar pra mim? pode?
    I: eh... eh... minha mãe contou... que... eh... minha amiga... que estudou comigo no segundo período... eh... eh... estava doente... assim:: muito.. né? que perdeu... eh... num tem a:: a proteína... eh... a bolinha... num tem bolinha:: vermelha... e... eh... a que... bolinha vermelha e:: amarela... ela perdeu/ ela perdeu todas as vermelhas... a vermelha não... a amarela... né? aí ficou/ aí ela ficou doente... foi/ ficou internada no médico... monte de dias... aí daqui a pouco... aí el/ela ficou boa... aí... depois... eh...eu vi ela [a:só] um dia... porque:: outros eu não sei se ela:: saiu...
Parte oral
1997
  • A cigarra tem que tomar cuidado para não ficar doente.Para pegra cigarra tem que fica quetinho para não fugir.
  • La na casa do amigo da minha írmã vidiogeimi e salão e picina e fiperanma e macinha pintura
  • Eu gosto do meu colegio porque naora do recreio e poso brincar de corer, lutar e ir na bibioteca que la tem livros de todos os tipos para eu ler.
  • Minha mãe me contou um dia que minha amiga tava doente e ficou internada no ospitau porque estava fraca porque ela perdeu as bolinhas vermelias e brancas do sange.
  • Mes pasado eu fui na praia com minha mãe minha irma e minha tia comdo chegei na praia vi muintos pexinhos na bera daguá e fiqui muinto felis
Parte escrita
1997

  • E: essa entrevista está sendo realizada com a Aline... oito anos... moradora do Ingá... e que está na primeira série do primeiro grau... Aline... eu queria que você me con/ me contasse... ou melhor... eu queira que você me ensinasse...como se faz alguma coisa que você [a:realmente] gosta de fazer... e sabe fazer...
    I: desenhar...
    E: desenhar? e como se desenha? me ensina?
    I: a gente pega uma folha... [ahn] e:: pega o:: lápis grafite... eh... desenha por cima... e depois... pega:: o hidrocor... colorido... e:: pinta... e está pronto o desenho...

  • E: Aline... agora eu queria que você descrevesse... ou seja... me dissesse como é:: o lugar que você mais gosta de brincar de/ em Niterói...
    I: no Campo de São Bento...
    E: e como é o Campo de São Bento? o que tem lá?
    I: um monte de brinquedos... [ahn] ahn::... tem um lugar (é) que tem um patinho... peixinho... e (sei lá) tem::... eh... uns campinhos lá... e tem um monte de laguinho... e::... tem tudo...

  • E: Aline... agora eu queria que você me contasse uma estória que alguém te contou...
    I: ahn... que me contou? eh... foi meu irmão... que... quando ele foi assaltado... ele me contou tudo que:: aconteceu...
    E: e como foi?
    I: como foi?
    E: o que ele te contou?
    I: eh... mas ele me contou:: que:: veio:: um... um... garoto... aí... um:: moleque... né? andando assim::... de/devia ter::... eh... vinte anos... ah... aí ele::... jogou ele nas pedras... aí aquele moço que fica fritando marisco... socorreu ele... aí pegou a blusa dele... colo/ amarrou assim no machucado... aí meu irmão também pegou a blusa dele... amarrou no outro machucado... aí foi... aí:: aí ele tav/ estava assim:: chamando um táxi aí ele fez assim:: o táxi parou... aí:: colocou ele lá dentro... aí levou ele lá pro:: pro Antônio Pedro... e... eh... e aí colocou/ aí o moço do táxi.../ eh:: mas o irmão falou que queria pagar... [a:só] que o moço do táxi não deixou... aí levou ele pro hospital... aí ele:: ficou lá... aí... aí ligaram pra minha casa... aí... ((hesita)) aí... (ele) foi... foi lá...
    E: tá bom...

  • E: agora Aline... eu queria que você me dissesse o que você acha da tua escola...
    I: da minha escola?eu acho [a:muito] legal...
    E: é?
    I: é... mas eu aprendo muitos deveres... e leio bastante... e só...

  • E: Aline... eu queria que você contasse uma coisa bem alegre... ou então uma coisa bem triste que tenha acontecido com você...
    I: eh... coisa alegre? não... ahn... coisa triste... pode ser então?
    E: pode... o que você preferir...
    I: eh... uma coisa triste... mas que quando eu tinha três anos... eu caí... aí tá até a cicatriz aqui... que quando eu estava andan/ quando eu estava se metendo a andar de patins... daquele comum... estava se metendo... aí:: caí... e só... acabou...
Parte oral
1998
  • O lugar que eu gosto é o Campo de Sambento.La no Campo de Sambento tem balanço escorrega tem laga com peixe e patos, e flores.
  • Qando eu tinha 3 anos eu fui adar de patins eu cai ai criou uma cicatriz.
  • Eu adoro a miha escola e eu escrevo muito e eu leio muito.
  • O meu irmão tava andando de becicleta e jogaram ele aí o homeim que frita marizco pro hospetal.
  • Pega lápis de grafite e dezenha pasa igrocor e pinta.
Parte escrita
1998

  • E: agora... Fellipe... você vai me contar alguma coisa que tenha acontecido com você que tenha sido alegre... ou triste... você escolhe...
    I: alegre...
    E: você vai falar sobre o quê... então?
    I: Porto Seguro...
    E: então me conta como foi lá? você viajou? se divertiu? como é que foi?
    I: a gente foi lá pra Porto Seguro... e aí... eu... eu conheci dois garotos... pequenos... eh:: Diego e Brendo... e aí... um dia eu estava indo na praia... eles foram mes::mo comigo... Diego e/ Diego e Brendo... e aí... eu voltei... e daqui a pouco... a gente foi lá:: pro mangue... eu... Diego... e Brendo... aí a gente caçou um montão de caranguejos... daqui a pouco... de noite... ele nos chamou... para jogar vídeo-game...

  • E: Fellipe... agora você vai me contar uma história que alguém tenha te contado... tá?
    I: tá bom... tá bom...
    E: então o que que você vai me contar?
    I: que:: a tia Jailma... me contou... que... Jesus... falou pra Adão e Eva “não comem a maçã” se não ia ficar pelados... aí... eh... se não ia acontecer uma coisa (ruim)... aí... né? eh:: eh:: a serpente falou... che... chegou e falou... eh:: “pode comer que não vai acontecer nada” e aí eles comeram... e ficaram pelados...
    E: tá bo

  • E: essa entrevista está sendo realizada... com o informante Fellipe... da primeira série do bairro do Fonseca... agora o Fellipe vai me descrever... vai dizer como é que é... o lugar que ele gosta mais de ficar em Niterói... não é Fellipe?
    I: ahn... ahn...
    E: então qual é o lugar que você gosta mais de ficar em Niterói?
    I: no Campo São Bento...
    E: e como é que é lá? o que que tem lá?
    I: lá tem:: carro de bate-bate... eh:: cavalo... elefante... e um::... parque... tem:: lá uns:: patos::... tem... tem os coqueiros... tem... eh:: campo de patinação... e tem::... balanço...
    E: [a:muito] bom...

  • E: agora... Fellipe... você vai me ensinar a fazer alguma coisa... uma coisa que você gosta muito de fazer...porque eu quero que você me ensine... porque eu quero aprender [a:mesmo] ... tá legal?
    I: tá...
    E: vai me ensinar o quê?
    I: montar carro...
    E: então como é que se monta carro?
    I: eh... você pega... o:: carro... e en... e encaixa no outro... bota o motor... aí... você bota... e bota a capa... e depois você bota os vidros... aí você pinta ele... aí depois... você vai e bota as rodas... e bota o volante... e aí depois bota os canos de fumaça que os carros é ( gente vai... encaixa...
    E: obrigada...

  • E: Fellipe... agora você vai me dar a sua opinião... o que que vo/ vai me dizer o que que você acha da tua escola...
    I: eu acho que ela é legal...
    E: por quê? me conta... me fala sobre sua escola...
    I: porque lá tem... campo de futebol... (ban)/ quadra de piscina... e também:: eh:: tem:: muitos/ tem... eh:: tem dois gols pra gente jogar futebol... e lá tem... eh... um montão de espaços... e tem até a... a:: oitava série...
    E: e as professoras... você gosta?
    I: eu gosto...
    E: e por quê?
    I: porque... elas são legais... e:: deixam a gente fazer quase o que quiser...
    E:então sua escola é [a:muito] boa?
    I: é...
Parte oral
1998
  • O Porto Seguro La em Porto Seguro eu cassei carangeijo e brinquei com os carangeijos.
  • Adão e Eva A tia Jailma me contou que Deus falou Adão e Eva não comom as masãs se não fiquarão pelados.A serpente falou que pode comer Eles comeram.
  • Lá no Campo são bénto tem balanço e carrinho que bate bate.Tem tambem cavalinho, qoceiro, parquinho e pato.
  • O Carro A gente pega o volante e bota no carro e bota o motor.E bota a roda e o vidro e as portas.
  • A minha escola A minha escola é legal porque Ela é grande.Ela vai ate a oitava série.
Parte escrita
1998
  • A informante já era conhecida de longa data e estava bem à vontade.O local onde foi obtido o corpus foi numa sala-de-aula da própria Uff.A parte escrita foi feita logo após a entrevista por vontade da própria informante.O local escolhido, apesar de ser na faculdade foi bem tranqüilo e resultou numa boa entrevista e gravação do corpus.
  • A gravação tanto da parte oral, quanto da escrita foi feita na faculdade.Apesar do ambiente de estudo, fizemos na sala do grupo Discurso e Gramática”.Lá é um ambiente [a:muito] tranqüiloe com pouco barulho.A gravação ocorreu bem, pois eu já conhecia o informante há alguns tempo.Ele estava calmo e gostou de ajudar no trabalho.A parte escrita foi feita no mesmo dia, logo depois dos depoimentos.
Relato de interação
1998
  • Em linhas gerais, a entrevista com o informante Pablo ocorreu [a:muito] bem.O rapaz não estava [a:excessivamente] tensoou o era extrovertido em demasia.Agiu conforme o imaginado: um pouco nervoso e quieto no início e relaxado e extrovertido ao final.O local escolhido para a entrevista foi uma sala de aula de uma acústica excelente.Apesar do tipo de recinto, não havia trânsito exterior ou outra atividade a provocar altos ruídos que interferissem em nossos trabalhos.Estávamos em uma escola particular e o período era de recesso.O gravador e as fitas eram de boa qualidade, bem como a dicção do entrevistado.A proporção e a qualidade de suas produções enquadram-se na média das demais coletas.Não há muitas hesitações ou idéias confusas, seja nos seus textos orais ou escritos.A produção escrita não [v:foi entregue] [p:de] [a:imediato] , demorando [a:aproximadamente] 20 diaspara; embora assim, é fiel a oral.O único problema é o ruído de fundo na gravação, provindo do som do ar condicionado.A interação entrevistado-entrevistador foi perfeita, contribuindo para a qualidade do material.
Relato de interação
1998
  • Para conseguir o meu primeiro informante, perguntei a várias meninas da minha sala se alguém conhecia uma pessoa com o perfil que eu desejava.Por sorte, o irmão de uma colega minha era a pessoa ideal.Sendo assim, liguei para o Marcelo e marcamos a data da entrevista.Ele preferiu fazer a entrevista no trabalho dele, pois era o único tempo disponível que tinha.No dia da entrevista fiquei esperando quase que uma hora por ele, porque Marcelo teve que fazer um serviço de última hora.Ele é uma pessoa simpática, atenciosa, extrovertida e se demonstrou super interessado pela entrevista e isso facilitou tudo.Antes de começar a gravar expliquei as perguntas para ele e dei um tempo para pensar.Nós ficamos numa sala confortável, no entanto, era uma sala de espera, ou seja, às vezes passava alguém.Isso não prejudicou em nada a gravação.Cada vez que uma pergunta era respondida eu parava de gravar, pois o Marcelo ia ver se alguém do trabalho dele estava precisando de seus serviços.A parte escrita não foi feita no dia da entrevista porque o Marcelo ainda tinha que trabalhar.Como fiz a entrevista na semana anterior ao Natal, [a:só] pude pegar a parte escrita em janeiro.Esse meu primeiro contato com a coleta de dados para o corpus foi maravilhosa!
Relato de interação
1998
  • Conheci a Priscila por intermédio de sua prima Fabiana, que fez parte do projeto integrado Gramaticalização e integração no encaixamento de cláusulas, do Grupo Discurso & Gramática da Universidade Federal Fluminense, como monitora.Logo que soube do propósito da pesquisa, Priscila concordou com a entrevista.Todos os contatos com a informante foram feitos por intermédio de sua prima Fabiana.Por escolha da informante, a entrevista foi feita na casa da Fabiana.Durante a entrevista [a:somente] eu e Priscila permanecemos na sala de vídeo, local escolhido por ela por ser o mais isolado da casa, sem que ninguém nos interrompesse.A sala era silenciosa e nenhum ruído atrapalhou a gravação.Antes de iniciarmos, expliquei todas as questões para Priscila e dei certo tempo para que ela pensasse sobre as respostas.Priscila [a:só] pediu para que eu interrompesse a entrevista entre as perguntas três e quatro, quatro e cinco.Houve uma pequena pausa antes do agradecimento pela entrevista.A coleta da parte oral foi feita pouco mais de um mês após a entrevista, por intermédio da Fabiana.
Relato de interação
1998
  • Cheguei até esta informante por intermédio de uma amiga minha dos tempos de UERJ, que se casou efoi morar na Ponta d’Areia [a:recentemente] .Entre o meu primeiro contato com a Mariana, a informante, e o dia da gravação, passou-se uma semana, período mais do que suficiente para que ela se sentisse à vontade com a minha presença e familiarizada com os cinco tipos de texto que teria de produzir.O resultado da entrevista não poderia ter sido melhor,o local da gravação era [a:bastante] propício, calmo, confortável e silencioso, gravador e fitas utilizadas de boa qualidadee informante [a:muito] bem humoradae falando pelos cotovelos.
  • Fui até a Escola Municipal Santos Dummont com a intenção de encontrar um rapaz que estivesse cursando a oitava série do primeiro graue fosse residente ali [a:mesmo] no bairro de Fátima, onde se localiza a escola.Toda a direção do Santos Dummont me recebeu [a:muito] beme sem demora me puseram em contato com o Afonso, que depois verifiquei se enquadrava nos demais requisitos (ter nascido em Niterói, etc.).Conversamos alguns minutos e marcamos a entrevista para a semana seguinte.Confesso que minhas expectativas em relação à entrevista não eram boas, tomando por parâmetro as outras que já havia feito;o Afonso tendia a responder minhas perguntas com algumas poucas palavras, às vezes de difícil compreensão devido em parte ao meu desconhecimento de seu dialeto, o dialeto funk, e em parte à sua dicção.Entretanto, o resultado da entrevista, [a:felizmente] , foi bom.Todos os cinco tipos de texto que lhe cabia produzir aí estão, se encaixando em nossa proposta.Apenas o primeiro item que lhe apresentei (relato de opinião), talvez [a:justamente] por ser o primeiro, apresentou alguma dificuldade, longos silêncios e respostas monossilábicas, remediada por minhas insistências.No demais, o trabalho foi satisfatório.
Relato de interação
1998
  • Cheguei à minha informante por intermédio de uma amiga da UFF.Buscando alguma informante, que preenchesse todos os requisitos necessários e que fosse natural da Ilha da Conceição, fui a uma tradicional escola do bairro procurar uma aluna da oitava série.Como minha amiga é professora nessa instituição de ensino, todas as burocracias foram evitadas e eu tive muita facilidade para selecionar a informante.Creio que a escolha não poderia ser melhor.A aluna Simone é, [a:simplesmente] , um amor de menina.Dedicada [p:ao] [article:] [a:extremo] , produziu os cinco textos com muito esmero.Amável, educada e atenciosa, prestava o máximo de atenção às propostas de produção, buscando sempre fazer o melhor.Demonstrando fluência verbal e desprendimento ( [a:mesmo] com a presença do gravador),a informante relatou as cinco modalidades de texto em uma única versão e ,em seguida, escreveu a parte escrita.O resultado dessa entrevista foi [a:muito] proveitoso, o local era adequado (calmo, confortável, iluminado...), o material utilizado para coleta é de boa qualidade ea informante estava [a:muito] bem disposta.
Relato de interação
1998
  • Fábio Duque, outro informante, foi quem indicou essa entrevistada.A coleta do material oral se deu em duas etapas em razão de a moça não dispor de muito tempo livre.Ela trabalha em casa, pois em sua garagem há um pequeno bar, [a:comumente] chamado de birosca, cuja freqüência de fregueses é considerável.Uma das causas de a entrevista ter sido realizada em duas etapas foi o fato dehaver constantes interrupções, uma vez que, [a:mesmo] sem estar no bar, a informante era solicitada.Sobre a gravação em si, a moça se mostrou interessada e concedeu a entrevista com significativa desenvoltura.
Relato de interação
1998
  • Cheguei até o Flávio através de uma amiga minha, professora do IEPIC (Instituto de Educação Professor Ismael Coutinho), amizade da época em que eu cursava algumas matérias na Faculdade de Cinema da UFF.Logo em nosso primeiro contato, o informante se mostrou bastante extrovertido e empolgado com a entrevista.Por isto meu trabalho foi tarefa fácil.O Flávio falou um monte!É uma criança [a:muito] inteligente e alegre.No final de nossa conversa, notei que ele queria falar um pouco mais e não o impedi, deixei que falasse o que quisesse.O resultado da entrevista é de [a:todo] bom, apesar do cantar insistente de um pássaro que nos acompanhou durante todo tempo.Tirei um retrato do Brasil no “Relato de Procedimento”: uma criança de dez anos ensina a virar massa e a colocar azulejo.
Relato de interação
1998
  • Para chegar à informante Bruna de Santa Bárbara, solicitei a ajuda de uma outra entrevistadora - Simone - que conhecia melhor a região do que eu.Para selecionarmos uma criança que preenchesse os critérios estabelecidos - fosse natural de Santa Bárbara, do sexo feminino e cursando a 4a série do 1o grau -, fomos à Escola Municipal Rachid da Glória Salim Saker.Lá, a diretora nos apresentou auma professora de 4a série que demonstrou [a:muito] boa vontade em nos ajudar.Escolher a criança a ser entrevistada foi uma tarefa difícil, na medida em que algumas que preenchiam os requisitos necessários demonstraram o desejo de participar da atividade por nós desenvolvida.Um dos critérios de maior peso na hora da seleção foi a espontaneidade da aluna, o menor grau de inibição possível, objetivando facilitar a entrevista.Extrovertida e empolgada,a informante Bruna me pareceu uma menina [a:muito] inteligente, alegre e, sobretudo, caprichosa, uma vez que solicitou, muitas vezes, que a gravação de alguns textos fosse repetida.Apesar de ser falante, no início, quando o gravador estava ligado a inibição era aparente.Foi com muita conversa e entrosamento que conseguimos - eu e Simone - deixá-la mais “solta”.Iniciamos as gravações na sala dos professores na referida escola, mas como o barulho excessivo estava comprometendo a qualidade da fita, decidimos realizá-las na casa da informante.Lá, fomos [a:muito] bem recebidase acabamos envolvendo todas as pessoas da casa neste projeto de elaboração do corpus.Quando estava gravando, todos iam para o quintal e faziam o máximo silêncio possível;quando eu terminava a gravação, todos corriam para ouvir o produto final.E assim, fomos gravando os textos, com a colaboração de todos e, sobretudo, da própria informante que, durante todo o tempo, se mostrou disposta a fazer o melhor que pudesse. [a:Realmente] , foi uma experiência [a:muito] interessante e o resultado me parece satisfatório.
Relato de interação
1998
  • Fui até o CIEP Geraldo Reis, no bairro Gragoatá, e, após breve contato com a direção da escola, fui apresentado à Elizângela.Conversamos um pouco, expliquei-lhe a finalidade de nossa entrevista, me certifiquei de que ela se enquadrava no perfil da pessoa que eu procurava e marcamos nossa conversa para dali a dois dias.Essa informante foi responsável pela entrevista mais rápida que fiz,o que [a:inicialmente] me preocupou.Suas respostas eram [a:muito] curtas.Também me causou um certo desconforto o fato de esta ter sido a única entrevista que não realizei em casa do informante (nossa gravação foi feita no próprio CIEP, o que não me garantia ruído zero).Entretanto, as respostas da informante, apesar de curtas (ou porque foram curtas), correspondiam [a:estritamente] ao que fora proposto.O material desta entrevistaretrata a realidade de uma estudante [a:bastante] humilde, de pouca fala mas com uma grande organização de seu pensamento.
Relato de interação
1998
  • Esta foi a primeira entrevista que realizei após a entrevista piloto, erepresentou um experiência [a:bastante] prezeirosa.Localizado o informante, através de visita à Escola Manoel de Abreu em Icaraí, convidei-o, além de um colega seu da turma, à uma sala da escola para que pudesse falar sobre o propósito de suas convocações.Dessa forma, [v:expliquei-lhes] [a:brevemente] sobre o projetosobre a natureza dos textos a serem produzidos - explicitando a presença das modalidades oral e escrita.Conversamos por cerca de quarenta e cinco minutos, momento em que os instiguei a falar sobre si próprios, aproveitando para fazer perguntas que já sugeriam o tipo de texto que realizariam.Decidiu-se, então, que o Eduardo daria a entrevista, o que ficou acertado com sua mãe, quem concordou que se realizasse na casa do informante;já que o barulho intenso, na escola, danificaria a qualidade da gravação e, [a:mesmo] , a tranqüilidade da entrevista.Ao chegar à casa de Eduardo, fui [a:muito] bem recebida.Conversamos um pouco, e partimos para a gravação.Esta se deu num ambiente tranqüilo e confortável, no quarto da mãe do informante.Ainda que a fita apresente alguns ruídos - como a chuva que caia lá fora, por exemplo - porta e janela foram fechados para evitá-los, O informante mostrou-se sempre com boa disposição e despojado na produção dos textos, o que foi facilitado pelo clima de amizade gerado entre nós.Eduardo fazia questão de falar de tudo que gostava e de mostrar sus animais de estimação.No que concerne aos textos em si, em seu relato de procedimento,Eduardo desenvolveu um tema [a:bastante] inusitado (“Como pegar bichos”), que terminou por incluir uma narrativa de experiência pessoal talvez mais interessante do que aquela que foi enquadrada como tal. [a:Possivelmente] , o fato de o ter instigado a falar mais tenha provocado esse resultado.Como a entrevista foi realizada após seu horário de aula, o informante demonstrou-se cansado após a produção dos primeiros textos escritos: o relato de procedimento e a descrição de local.Dessa forma, percebi a necessidade de dividir a coleta da parte escrita em duas etapas, sendoos três outros textos [v:produzidos] dois dias depois em sua casa [a:novamente] , sempre na presença da entrevistadora.O informante é uma criança meiga e entusiasmante, por isso o material coletado é resultado de uma ótima relação informante/entrevistador.
  • A informante Aline foi escolhida após se enquadrar em todos os requisitos da pesquisa.Também foi aquela que, entre outras três meninas de sua idade, pareceu mais desinibida, o que facilitaria a produção dos textos orais.Nesta fase de localização e definição da informante, o auxílio da coordenadora da escola (IEPIC-Niterói) foi fundamental;após me indicar algumas alunas, deixou o espaço livre para a escolha das mesmas.Esperei pela responsável de Aline, de forma que pude falar àquela sobre os propósitos da entrevista: era a madrinha da informante.Ela entrou em contato com a mãe de Aline, que me concedeu o espaço de sua casa para que gravasse a entrevista.Sendo assim, a gravação se realizou num local confortável e tranqüilo.Começamos a entrevista na sala (o relato de procedimento), mas devido a ruídos na cozinha, fizemos a maior parte da gravação no quarto da informante,que pareceu [a:bastante] compreensivaquando lhe expliquei sobre as questões técnicas da gravação.Aline mostrava-se à vontade e desinibida, contudo um pouco ansiosa,estava sempre preocupada em falar [a:próximo] ao gravador.Talvez por isso, tenha produzido textos orais curtos.Evitei instigá-la a se alongar, o que poderia resultar na mudança da natureza dos textos exigidos.Quanto aos textos escritos, foram todos realizados no mesmo dia, logo após a parte oral.
  • O informante Fellipe foi localizado após visita à Escola Adventista de Niterói, no bairro Fonseca.Com a permissão do diretor e coordenadora fui até a turma de primeira série e pedi à professora que me auxiliasse na localização de um informante que se enquadrasse nos requisitos da pesquisa.Ela, então, indicou-me o Fellipe.Ao término da aula, conversei um pouco com o informante, procurando estabelecer uma relação de amizade e familiarizando-o com a natureza da entrevista e textos a serem produzidos.Enquanto conversávamos, pude notar queo Fellipe era uma criança [a:bastante] esperta e desinibida, o que contribuiria para a qualidade dos resultados obtidos.Sendo assim, quando sua avó chegou para buscá-lo, falei-lhe sobre a pesquisa, além de pedir permissão para realizar a entrevista em sua casa, lugar mais calmo e confortável.Cinco dias após nosso primeiro contato, a entrevista foi realizada.Tanto a avó de Fellipe quanto sua mãecriaram um ambiente [a:bastante] propíciopara a mesma,não [a:só] me deixando à vontade em sua casa, mas, [a:principalmente] , evitando estarem presentes no momento da gravaçãoe produção dos textos escritos.Dessa forma, os textos orais foram gravados no quarto do informante, e os escritos, realizados numa mesa da sala no mesmo dia.Procuramos evitar ao máximo a influência de ruídos externos.
Relato de interação
1998

  • E: João... tens alguma história que tenha acontecido contigo que tu queiras me contar?
    I: tem uma::... recente... eh... pegar a lancha... aí... ia eu e dois amigos meus... que trabalham comigo lá... o Edson e o Miguel... aí... entrei na lancha... né? tem/ não sei se você sabe como é que a lancha... tem quatro::/ uma fileira de quatro cadeiras assim de madeira... com encosto e a cadeira é ( ) normal... aí até fui entrando... conversando... aí::... pede pra dar lugar pros outros sentar também... sentei no canto... os outros dois sentaram... perto de mim... [a:só] que eu não vi que estava sem encosto a cadeira... me sentei... a cadeira é de::/ é imóvel... vim pra trás... caí deitado no colo do negrão atrás de mim ((risos)) aquilo ali ficou o vale do ano lá no... na ( )

  • E: tá... João... e tem alguma história que alguém tenha te contado e que tu não tenha participado e que tu soubeste através de alguém?
    I: eh... eu não sei se::... chega a ser o que tu... está querendo mas... isso aconteceu sexta-feira também... é mais pra... mais um vale datado... o cara chegou... estava... eh... almoçando... a mãe dele ligou pra ele... ( ) assim... “está com um pé de cada sapato?” aí o::... o colega chegou e disse “ué? pé de cada sapato? você acha que eu sou:: louco? pôr um pé de sapato/ um pé de cada sapato?” olhou pra baixo... um sapato com uma listinha e outro sem lista ((riso de E)) foi trabalhar com um pé de cada sapato... pegamos no pé dele lá...

  • E: tá... João... eh:: tens algum lug/ um lugar... ou alguma coisa que tu queiras me descrever?
    I: eu posso te descrever::... a agência lá em ( ) no Norte... onde eu trabalho... eh::... logo em seguida qur tu desce da lancha tem a::... a rua da frente ali... Álvaro Costa... a agência é bem na frente... são dois pisos... né? o setor de baixo é onde funciona o::... os caixas da gerência e em cima... o pessoal mais/ o pessoal da... da aplicação... é um::/ uma agência pequena mas... eh:... bem bonitinha até...

  • E: tá... e tem alguma coisa que tu::... queiras me ensinar a fazer? explica... explicar como faz alguma coisa... ( ) pode ser alguma coisa relacionada com o teu serviço... algum::...
    I: é::... é difícil::... ( ) vamos dizer... te ensinar a trabalhar no caixa... o::... o rapaz que faz compensação... por exemplo... quando tu chega com um depósito com cheque de outro banco... tu::... tu tem que carimbar os cheques... né? aí... no final do dia... tu::... tu soma eles...banco por banco que fica [a:só] pra::... pra compensação... eh::... são coisas... entendeu? que eu... poderia até te explicar... mas não:: ( )

  • E: aí... tu queres dar uma opinião... sobre alguma coisa? algum assunto?
    I: eh... como eu trabalho em banco... agora que falei tudo... agora sobre a::/ sobre banco... vou te dar um:: motivo/ uma opinião sobre::... não sei... aplicações... eu acho que::... pelo menos é de se esperar...como as taxas tão [a:muito] alta (nas) aplicações... deve ter uma mudança no plano econômico do::... do país pro final do ano... até... estão falando lá em::... algum pacote... alguma coisa...porque as taxas tão [a:muitos] al/muito altas... [a:muito] acima da inflação... a inflação que eles divulgam... né?então por as taxas estarem::... tão altas... [a:certamente] deve ter alguma mudançano::... no plano econômico...
    E: tá...
    I: (bom dia)
    E: obrigado...
Parte oral
1993
  • Vou descrever um acontecimento engraçado que se passou comigo na lancha para São José do Norte quando ia para o serviço.A lancha Noiva do Mar tem fileiras com 4 bancos de madeira e o assento é móvel.Entrei na lancha [a:juntamente] com dois colegas de serviçoe sentei na cadeira do canto, porém não vi que a cadeira estava sem encosto.Caí com tudo pra trás no colo de um senhor que estava no banco de trás.Foi o vale do ano.
  • Outro acontecimento engraçado aconteceu outro dia com um colega no serviço.A mãe dele ligou pra ele perguntando se ele estava com um pé de cada sapato.Ele ainda ficou bravo dizendo que não estava louco e olhou para os pés, estava [a:mesmo] com um pé de cada.Imagina a situação.
  • Vou descrever a agência da Caixa Econômica Federal em São José do Norte.É logo na rua em frente a hidroviária.Uma agência de dois andares onde na parte inferior ficam localizados a gerência, a abertura de contas e os caixas.No andar superior ficam a cozinha e o banheiro, o almoxarifado e os setores de contabilidade e aplicação.É uma agência pequena porém bem agradável.
  • Vou dar um pequeno procedimento sobre o tratamento dado as cheques de outros bancos recebidos pelo caixa em depósitos.O caixa recebe o depósito em cheques, carimbo os cheques com o carimbo de compensação no verso e com o de cruzamento na frente.Verifica o prazo de (comp) bloqueio e autentica o depósito.No final do expediente, faz a soma dos cheques, verifica se coincide com o total dos depósitos recebidos e encaminha para a retaguarda.
  • Vou dar uma opinião sobre a situação econômica que [a:provavelmente] deveria ter mudanças no final deste anovisto que as taxas de juros nas aplicações em CDB/RDB, poupança e outros estão [a:muito] elevadas em relação a inflação divulgada.Acho que [a:certamente] , este desequilíbrio provocará mudanças e quem sabe um novo pacote econômico.
Parte escrita
1993

  • E: Lisandra... uma::... experiência... uma narrativa tua de experiência pessoal...
    I: ah... isso foi quando eu fui fazer a inscrição do curso pra escola do Ministério Público... então eu tinha que ir a Porto Alegre... ninguém podia saber que eu estava indo... de carro... porque senão iam querer carona... né? e::... eu estava indo com:: meu namorado... aí nós... nós saímos daqui/ ele dormiu lá em casa... e nós tínhamos que estar em:: Porto Alegre às oito da manhã... então nós saímos daqui cinco horas da manhã... os dois assim... mortinhos de sono... né? o::/ ah::... o tempo horrível... horrível... horrível... horrível... estava chovendo... estava assim... um dia horrível... a noite assim/ de madrugada estava assim... fri::o... ( ) sempre com fo::me... que não tinha não tinha nada pra comer lá em casa... estava tudo/ ( ) vazio... aí... cinco e meia... cinco e quinze nós estava saindo... aí fomos... chegamos na metade do caminho... tivemos que parar pra tomar café e tudo... cheguei lá... oito horas eu julguei assim... que a gente chegava... fazia a inscrição... e ia embo::ra... né? porque eu pre/ porque ele precisava estar uma e meia em Pelotas... aí::/ eh... uma e meia... em seguida do almoço a gente precisava estar em Pelotas... aí a gente saiu dali... eh... tomamos café e tudo... e::... quando nós chegamos em Porto Alegre... tinha uma fila de vinte e três pessoas na minha frente... vinte e três pessoas... tu imagina... pra fazer uma inscrição... onde tu precisa de informação de::... de dados... tu precisa dar todos os teus dados pra pessoa... tu precisa conciliar horários... precisa tudo... né? aí::/ e::... e o Carlos é uma pessoa assim oh... que ele jura que::... tudo tem jeito... pra ele...tá? tudo tem jeito... tudo tem uma maneira de ser... de ser melhor::... aí eu cheguei lá e fiquei desesperada... eu digo “taí... vou ter que mandar ele vim...” porque ele tinha que estar uma e meia em Pelotas... “vou ter que mandar ele vim e vou ter que voltar de ônibus...e vou ter que dizer pra todo mundo que eu vim [a:realmente] a Porto Alegre...”porque eu tinha [a:só] uma amiga minha que sabia que eu ia... que era a Raquel... que... que::...pediu pra mim fazer [a:inclusive] a inscrição dela... e ainda tinha que fazer maisde/ além de enfrentar a fila de vinte seis pessoas... ainda tinha que fazer a inscrição da Raquel... a inscrição da Raquel como ela tinha uma procuração em meu nome e no nome da tia dela eu consegui... deixei na casa da tia dela e tudo bem... e as pesso/ [a:só] que as pessoas na hora é assim oh... a concorrência é terrível...porque... [s:quem] [v:chegasse] [a:primeiro] ... quem::/ quando abriram essas inscrições... tu tinha quatro... quatro::... quatro dias de inscrições... os primeiros classificados... eram os:: mais/ os que tinham notas altas... os que conseguiriam pegar as melhores áreas... né? aí::/ e o Carlos me pressio/ e eu...aí eu cheguei... fiquei [a:toda] sem graça... assim... né?e eu disse "vem cá... tem muitos na minha frente?” a guria olhou... “vinte e três...” eu falei “e agora... o que é que eu faço?” aí voltei e disse pro Carlos "olha... não dá::... tu vai ter que ir embora agora já...” e ele "mas... pô... vim te trazer até aqui... pô... agora vou voltar sozinho... tu vai ter que gastar de ônibus...” “então azar... volto de ônibus... o que é que eu vou fazer? e não e tem jeito... isso não tem jeito...” aí começou/ e eu... eu sou cara de pau... mas não tão cara de pau... aí as pessoas ficavam... todo mundo olhando assim... que estava aquele burburinho... né? chegava um... e aí eu perguntava "que área que tu quer?" “ah... eu quero tais... tais... tais... tais áreas..." [s:quem] [v:chegava] [a:primeiro] conseguia pegar as melhores árease melho/ e os melhores horários... e eu “meu Deus do céu... e agora? o que é que eu faço?” e eu que chegava lá nele e... e ele dizia “vai lá e fala com a mulher... deixa eu falar com::... diretor da escola... pede pra falar com a secretária..." aí eu ia lá... "queria falar com a secretária..." “a secretária não está..." aí “então tá...” e volta lá... “viu... não dá::... não vou conseguir falar com a mulher... não vou... não tem jeito...” aí a mulher/ aí depois ( ) “pede para falar com o diretor da escola...” cheguei... fui lá ( ) tá uma baita ( ) aí "eu queria falar com o diretor da escola..." "não... não está aí..." "e quem que está substituindo ele... então?" aí eu me emputeci também... "quem está substituindo ele?" "ah... que está substituindo ele é o doutor fulano lá...” aí cheguei lá... "sabe o que é que é? eu tenho uma audiência a uma e meia na Justiça do Trabalho em Rio Grande...eu pensei que era [a:só] chegar aqui e fazer a inscrição... e agora tem vinte e seis pessoas na minha frente... e eu quero uma área só::... que tem pouquíssima procura porqueé uma área que não [v:é ligada] [a:diretamente] a/ ao concurso... né?e::... eeu preciso fazer essa inscrição e eu [a:só] quero... essa área... [a:só] uma..." ah... pa pa pá... pa pa pá... eu nunca me tinha me visto numa situação tão sem graça... aí... aquele mundaréu de gente na minha frente... né? e a mulher disse "não... a gente dá um jeito nisso... então..." eo Carlos [a:só] fazia sinal que... que estava indo bem... que eu estava indo bem... quando eu vejo... a sala cheinha de gente... a mulher pegou... bateu palma... olhou::... assim pra todo mundo e disse "só um pouquinho... [a:só] um pouquinho... gente... vamos prestar atenção aqui..." vinte e três pessoas...esperando a mesma coisa que eu... [a:realmente] assim... "quantos querem área/ querem... ciências propedêuticas?" aí...oito levantaram o braço... [a:só] que desses oito... [a:só] ... dois... tinham chegado na minha frente... os outros... não... tinham chegado depois de mim... né? aí::... aí a mulher falou "não... sabe por quê? essa colega de vocês aqui... a Lisandra... ela tem uma:: audi... audiência na Justiça do Trabalho..." eu olhei pra cara do Carlos... o Carlos estava assim oh... rindo cara... e eu fiquei ( ) alguém vai ver que se/ que nós... nós estamos mentindo aqui... né? aí ele olhou/ aí eu olhava pra ele... eu séria assim... mas com os olhos (acho que) estalados de nervosa... né? digo “eles vão me linchar aqui... vinte e três pessoas vão quebrar o pau...” aí ele/ e a mulher disse assim "e ela está precisando... tem::/ ela tem uma audiência na Justiça do Trabalho... a uma e meia em Rio Grande...e veio [a:só] ela e o namorado... ela precisa chegar lá... a uma e meia” e tal... tal... “e quem é que cede?" aí todo mundo começou aquele burburinho "não... mas não dá... mas não dá... mas não dá..." e eu vendo que tinha gente que estava mentindo... que tinha chegado na minha frente... mas de fato não tinha chegado... estava ali na sala... mas estava depois de mim... pra área... né? aí eu cheguei e disse “sim... mas aquele colega ali não::” comecei a apontar pra cara das pessoas... que meu estado de nervo era tanto... que tive que ser/ bom... esses caras estão sendo cara de pau em mentir... eu vou ter que ser mais cara de pau... do que pedir pra falar com o diretor da escola... né? eu falei assim "não... mas aquele ali não está... oh... aquele outro não está... aquele também não está...na verdade [a:só] tem... dois na minha frente..." e ( )eu acho que é isso só... [a:só] tinha dois na minha frente... aí::/ e tinha oito vagas... e tinha oito vagas... né? quer dizer que dava pra mim... minto... tinha oito na minha frente... etinha... tinha::... [a:exatamente] ... sete vagas...uma coisa assim... aí...sei que [v:dava] [a:certinho] ... pra mim entrar... né? pra mim... fazer::... antes deles... queas vagas deles estariam garantidas da mesma forma... [a:só] que a... a ordem ia ser diferente... aí a mulher disse "não... oh... então se é assim... ( ) aprendendo a fazer fila..." ah... sentei... fiz a minha inscrição... nove e meia eu estava saindo de Porto Alegre... faceira da vida... debochando da cara de todo mundo... eu tinha passado a frente de todo mundo... farceira... chegamos em Pelotas era:... meio- dia... tá? e... o Carlos ficou e eu vim de ônibus... né? aí aquilo foi::... o máximo dos máximos... nós estávamos assim (facilíssimos) aí quando eu cheguei pra assistir a aula... o curso já inicia::do e tu::do... tudo... tudo... eh... a gente mal foi conhecendo as pessoas em Porto Alegre... cidade grande... a mesma coisa... e eu do interior... [s:tu] [v:vê] bem divi/ [a:distinto] os dois grupos assim...Porto Alegre... interior... Porto Alegre... interior... sabe? as pessoas não se misturam muito assim... todo mundo te tem por (zé arigó) lá... os portoalegrenses... né? mas como tem muita gente que é de outras cidades do interior... está bom... aí eu cheguei... sentei perto de uma guria e tal... ela falou assim "ah... tu fez a inscrição no mesmo dia que eu... eu me lembro de ti..." ah... que vergonha que eu fiquei...que vergonha... [a:claro] ... imagine se ela não ia se lembrar de mim?todo mundo parou pra me ou/ me olhar e me ouvir... e eu fiquei morr/ era uma roda assim... uma sala... e os sofás nas nas/ na... borda/ na volta da sala assim... e a mulher chegou bem no centro da sala... que nem um que/ se não fosse... ela dava um comício ali... e eu junto... do lado da mulher assim... duri::nha estaqueada... né? aí a mulher falou::... aquilo... aí quando disseram/ Débora é o nome dessa guria... aí ela disse "ah... eu sou a Débora... eu me lembro tu fez a inscrição no mesmo dia que eu...” ela disse "tu... tu conseguiste chegar aquele dia pra audiência?" aí eu "ah:: consegui::... e tal...foi [a:muito] boa a audiênciaaté..." [v:mentindo] [p:de] [a:novo] ... aí ela disse "ah... tu não sabe a confusão que deu depois que tu::... que tu saiu... porque a mulher se enganou...” é... eram oito vagas... “porque a mulher se enganou e disse que tinham oito vagas pra ciências propedêuticas de manhã... como tu querias e como os outros também queriam...então dava pra ti fazer... [a:só] que ela se enganou...porque haviam [a:só] três vagas... então tu não ia conseguir pegar essa área de jeito nenhum... se tu fazes aquilo ((riso)) tu não tinha conseguido pegar essa área...” PÁ::... aí eu fiquei com a cara no chão... e eu disse "ah:: mentira..." ela pegou e "é... é..." aí então... então todo mundo que me trata mal... na::/ assim que me trata mais ou menos mal na sala assim...que... [a:meio] antipático e tal::... eu...sempre quis propedêutica ((riso)) e sim porque [a:certamente] é por isso... né? que eu estou sofrendo conseqüências de/ da minha cama de/ da cara de pau... porque tem gente que não gosta da minha cara... de repente até porque desconfiou que era menti::ra... da audiência... desconfiou não... viu que era... regalia que eu queria... né? de fato ele tinha que estar uma e meia... mas eu não tinha nada com isso... podia ir de ônibus... e tem gente me trata mal... eu digo “vai ver que essa gente queria áreas propedêuticas e propedêuticas de manhã... né?” foi assim... foi um... foi um quadrinho... mas graças a Deus e à cara de pau eu consegui... se não fosse isso... eu não ia ter conseguido nenhuma área... porque eu precisava dar aulas nas sextas e segundas... eu não tinha jeito...

  • E: agora tu me conta alguma coisa que alguém te contou... uma história recontada...
    I: uma história recontada?
    E: pode pensar... tu não precisa... tu pode deixar pra mais tarde essa e de repente me contar::/ ah::... dar opinião sobre alguma coisa... me descrever alguma coisa... que são os outros itens...
    I: não... vou te contar uma história que alguém me contou então... que foi::... agora nesse fim de semana... esse negócio da Jôse... né? sabe? mas a gente sempre se deu bem:: assim...nós somos pessoas [a:totalmente] diferentes... entendeu? a Jôse ( )ela foi noiva... e estava::... estava [a:meio] desmotiva::da... estava saindo com um... com outro... com outro... aí então hoje a/ hoje... a Jôse está assim... apaixonada... porque ela conheceu um cara... ah::... esse fim de semana... e o cara::... oficial da marinha/ ah... eu não... não sei muito que posto é o cara... não é comandante... é capitão-tenente ou qualquer coisa assim... então nós estávamos nós três... eu... ela e outra amiga no Tigrão... e aí ela che/ ela chegou... aí chegou esse cara com outro cara... feio que dói... eu sei que aí:: o cara conversou com ela... mas o que eu vou te contar foi o que ela me contou... né? ah... nós fomos no baile da engenharia... e aí ela ficou sozinha com o cara lá e eu fui embora pra casa... ah::... e diz que:: ela fechou assim... sabe? quando a pessoa está desacreditada da/ dos homens... da vida... e... do amor e... de tudo...ela::/ [a:realmente] ela está apaixonada pelo cara... e está preocupada... e o cara falou que nunca viu uma pessoa... que parece que foi um estalo... assim... deu uma coisa... um clique neles... eles passaram a noite toda conversando e não ficaram juntos... aí ela ficou::... ficou... pensando nele... no outro dia por acaso se encontraram no mesmo restaurante que iam almoçar no domingo... ela ia almoçar com a mãe dela e o pai dela... e ele ia almoçar com os amigos dele no navio... e... aí depois na/ isso... eh... isso foi no domingo... e depois no domingo de tarde ela tinha combinado de ver o jogo... com ele... né? e no domingo/ na segunda-feira de manhã ele ia... embora... pra Argentina... que ele trabalha num:: na/ num navio/ não é bem navio... é uma::/ esse troço aí... submarino... eu acho que é ... que não tem um/ não pára assim... pára dois dias num lugar e segue para/ o trabalho delas é sempre em alto mar... né? então agora eu não sei se isso é um refúgio dela...ou se ela [a:realmente] ... ela está apaixonada pelo cara... diz que o cara se encantou com ela... ela se encantou com o cara... e:: o cara está::.. está::/ vai ficar longe... vai ser sempre assim a vida toda longe...então ela está [a:muito] decepcionada... chora... chora... chora... chora... não sei se foi uma boa história... mas isso ela me contou e eu fiquei::... chocada/ assim::... chocada porque é uma pessoa que... que...

  • E: agora falta a... a descrição... descreve um lugar... pode ser qualquer lugar que tu queiras... escolhe uma coisa... e descreve... você disse que através da tua descrição vai me mostrar essa coisa... tua casa ((riso)) faz um tempo que eu não vou na tua casa... como é que ela está agora?
    I: minha casa...a minha casa é [a:muito] diferentedo que ( ) porque a minha casa tem móveis assim:: bonitos... um apartamento... dois quartos... dois quartos... tem::... uma cozinha pequena... estreita...uma sala ampla que dá pra dois ambientes assim... [a:relativamente] ampla... e um banheiro... e o banheiro tem::... tem vaso... uma pia... um armário de plástico sem espelho... porque foi quebrado... e::... a cortina não é... não é box... é uma cortina dessas de plástico... sempre tem que ter as toalhas do banheiro... e:: no chão sempre tem um tapetinho pra:: segurar o vazamento que sai do teto...a minha janela do banheiro é [a:toda] enferrujada...ah::... saindo do banheiro tem um corredor... com um espelho grande... que também está rachado... aí tem a:: saída pros dois quartos... um dos quartos é meu... que é o de casal ... tem um guarda-roupa embutido que:: conseguiu se acertar... certinho para aquele espaço... ah::...e o guarda-roupa é branco... e [a:infelizmente] não tem os puxadores dourados... guarda- roupa de seis portas com maleiro... em cima fica um vão ainda que eu guardo as minhas malas... tem a minha penteadeira... que é uma penteadeira de ferro branca... com puxadores dourados em todas as gavetas pequenas... e um::...um espelho [a:meio] ... oval...em cima da penteadeira eu mantenho um porta- retrato com a minha foto... da formatura... e um vaso com umas flores que... que já devem ter murchado... é... que já murcharam... e uma bi/ minha bolsinha de pintura... as gavetas da penteadeira nada/ não cabe nada... mas... tudo está socado ali dentro... a cama... tem os pés voltados pra::... penteadeira... e::... dois bidês ao lado... é uma cama de casal... branca... de ferro... com um detalhezinho dourado... tem um crucifixo... no meio da cama... que eu coloquei... num terço assim... o meu bidê... do canto da janela... tem ah::/ os dois/ são dois bidês com... prateleiras de vidro... o meu bidê do canto da janela tem... embaixo um guardanapo branco... na prateleira de vidro de baixo tem um guardanapo branco... um::... um Tio Sam daqueles ( ) dos Estados Unidos... em verde e branco... em cima... tem um abajur verde coma cúpula branca que está [a:todo] arrebentado... eh... e tem um tê na perede...que é pra ligar o abajur [a:junto] com a rádio-relógio... no... no meio do bidê da::... direita... tem::/ também há duas prateleiras de vidro... o rádio-relógio... um abajur verde... com pé verde... de louça... e a cúpula branca... embaixo tem um monte de cartões que está pra guardar... embaixo da minha cama tem caixas e caixas de... de panelas... de um monte de coisas que eu que eu nunca usei... a minhas cortinas do quarto são marrom com branco... e as....e as grades da janela... estão [a:toda] enferrujada também... e o meu quarto de solteiro... eu estou conseguindo arrumar mais ou menos as coisas do jeito que eu queria... uma rede... um::/ com franja/ uma rede com cor crua... com franjas... e uma escrivaninha... bem no meio do quarto sai essa rede... uma escrivaninha... ah::... de madeira... cor de::... um bege... um bege escuro... e::... dentro da escrivaninha é que estão todos os meus livros... todos... anotações da faculda::de... mais as coisas da Escola do Ministério Público... e em cima da escrivaninha... eu tenho... uma pasta... em ci/ acima da escrivaninha ainda tem um guarda/ uma::... prateleirinha branca... onde eu gostaria de botar flores mas não tem as flores... tem... tem todos os bichinhos de... de pelúcia que eu ti::nha... que eu ganhei::... mais outros bichinhos pequenininhos... que estão todos ali em cima... tem uma foto duma ex-aluna minha... e aí tem nesse quarto também o guarda-roupa... que é onde está toda minhas rou/ coberta de cama... porque no outro guarda-roupa é pequeno e não cabe... cobertas de cama... e ele é cerejeira...como a escrivaninha... com::... quatro portas... [a:só] que desse guarda-roupa sai uma cama... que é embutida nele... que está quebrada... mas...ele não tem mais um colchão ali dentro... [a:só] tem uma cama... atrás do::/ entre a cama... e as::... quatros portas desse guarga-roupa de solteiro... eu tenho uma prateleirinha onde eu guardo todo meus porta- jóias... são... oito porta-jóias... eh... oito potinhos assim...tipo porta-jóia... onde eu guardo em cada um... [s:eu] [v:guardo] [a:separado] anéis::... pulsei::ras... brincos...que é o maior... ah... colares... e passador de cabelo... tem::/ no corredor não tem nada além desse espelho... ah... e no quarto de solteiro ainda tem quatro::... posters... um que diz “precisa-se de um homem...” que é uma poesia... o outro::... é uma poesia também eo outro é uma paisagem [a:só] com pensamento... na minha sala... eu tenho... na minha sala-varanda... né? eu tenho uma ca/ uma mesa de::... seis lugares... de ferro... com vidro... um tampo de vidro... e os... os ferro é preto... e os/ como os pés das cadeiras e... nas cadeiras... eu tenho lona (lonilha) que se chama... preta... também... é um material bom porque não estraga... e eu quero botar um quadro nessa parede...mas essa parede não tem quatro nenhum... é branca... [a:totalmente] branca... bemcomo a dos quartos... e::... do banheiro... [a:só] que::... eh... tem sujeiras de:: ( ) eh... que não foi lavadaem ( ) está mofado... no meu/ em cima dessa mesa eu sempre mantenho um guardanapo branco... tipo:::... um bem comprido assim... com um vaso... preto... com detalhes assim de::... tipo::... vaso japonês...que tem umas flores... verdes... e rosa... um arranjo super bonito... aí meus sofás são pretos com umas manchas assim em cima... assim uma/ um floreado cinza... entre os dois sofás eu tenho::... um joguinho de três mesas... que é da mesma madeira do sofá... mogno... e com::/ em cima dessa mesa eu sempre mantenho um pote... tipo um vaso... de:: bordô também... de louça bordô... que não... não tem nada dentro... meu sofá tem um que fica de costas pra janela e outro que fica enviesado na sala... em frente a esses sofás eu tenho um va/ uma::... estantezinha pequena de mogno... que em cima eu mantenho o quadro da formatura com a foto minha e dos colegas de turma... o quadro é preto... com dourado... dentro dessa::/ desse armário... que ele tem... três portas envidraçadas... uma comprida que vai do início ao fim... e outras duas pequenas... em cima fica o espaço da televisão e o vídeo... dentro da porta grande eu mantenho todos os meus cristais... e::... e ao lado fica a televisão... embaixo fica o álbum da formatura... e mais umas bandejas que eu guardo ali... e acima da televisão eu consegui comprar um vídeo e botar ali no lugar... na::/ em cima dessa minha estante... na parede... tem um quadro...que é uma flor... que é [a:só] um detalhe duma flor assimnum quadro preto ((interrupção - término da fita)) estou esperando... tem uma parede branca esperando por ele do outro lado... e::... tem uma caixinha de luz... nessa mesma sala... onde eu tapei com quadro bordô... que tem um pierrô desenhado... que de acordo com a luz ele vai se modificando... a minha cozinha... como eu já tinha dito... é uma cozinha... uma tira pequena... onde eu tenho... quatro armários... eh... cinco armários aéreos... ah... um Sugar... uma máquina de lavar louça... uma máquina de lavar roupa... um tanque... um fogão... um refrigerador... e uma::/ e um espacinho pequeno onde eu guardo as vassouras e os espetos... tudo é bege... os armários em cerejeira... nenhum armário é envidraçado... e o::... e o... refrigerador... e a::... geladeira... e o tanque... são beges também... cremezinho assim tipo caramelo... em cima desses meus armários eu guardo meus eletrodomésticos... meu Sugar/ meu::... Master... Walita Master... meu liqüidificador... minha batedeira... fica tudo em cima dos armários... tudo tapado com::... aqueles guardanapinhos tipo conjunto de cozinha... que eu tenho um armário embaixo... que é um armário de canto... fundo... que é horrível pra guardar as coisas... onde tem todas as minhas panelas... tem um armário pequeno também... bem no canto da porta com quatro... gavetinhas... duas pros guardanapos... e duas pros talheres e::... as outras coisas maiores... talheres maiores... batedor de bi::fe... em cima... desse armário eu tenho o armário dos meus mantimentos...como [s:eu] [v:moro] [a:sozinha] ... esse armário fica::/ (ele dá pro) suficiente... eu guardo açúcar... arroz... e mais em cima ainda tem aquelas latas de cozinha que todo mundo tem... que são de plástico... uhn... creme com a tampa... marrom... e:: sabe? aquelas latas que estão sempre vazias... que eu tenho preguiça de guardar as coisas lá em cima... e essa::/ a minha casa estava/ está cheia de flores ( ) estava tudo murchando por causa da formatura... eu ganhei dezoito ramalhetes de flores... tem o::/ três ramalhetes na cozinha... no meu vaso da::/ de cima da::... da mesa de tampo de vidro da estan/ da... varanda... e eu consegui juntar... oito... não... seis buquês... de flores pequenas... e fazer um ramalhete só... grande... então a casa estava tri suja ((riso)) porque estava... estava caindo todos os... os... restinhos de flor... as pétalas secas... tudo no chão... a minha janela da cozinha é bem ampla... [a:só] que [s:ela] não [v:fecha] [a:direito] ...e eu não tenho lugar pra botar/ secar minha roupa... então minha roupa fica sempra dependurada na Enxuta... que é a única peça da minha cozinha que é branca... o resto tudo é bege... e eu adoro a minha casa... mas não é tudo isso que eu queria... se eu pudesse ter uma parede uma vermelha e uma verde eu queria assim ((riso)) acho que era isso...
    E: [a:muito] bom...

  • E: agora tu podes me descrever alguma coisa? ou dar a opinião de alguma coisa?/ não... a opinião tu acabou de dar... ou tu descreves alguma coisa ou tu me ensinas a fazer alguma coisa... o que tu escolheres... imagina [uma::]
    I: [descrever] uma situação?
    E: tanto faz... uma situação... ou alguma coisa...
    I: descrever um::/
    E:dentro da tua área de trabalho [a:mesmo] ...
    I: eh... dentro da minha área de trabalho é um... procedimento novo que tem... e que é um procedimento importante até... problema desses... desses/ que hoje não existe mais filho::... adulterino... não existe mais... aquela coisa de filho/ todos os filhos são filhos... né? independente de ser casado ou solteiro e tal... tal... então hoje... ao contrário de antes... tu tens/ hoje tu tens que provar/ no caso dos pais... né? do pai... tu tens que provar que tu não és o pai daquela criança... então o procedimento duma ação investigatória de paternidade hoje... se tiver algum problema de alguém... assim que saiba... que tu saiba que está com o filho de fulano... e:: fulano é casado... não quer assumir... fulano é separado... não quer assumir... fulano é um baita dum bagaceiro... vive na/ vagabundando... não quer dar nome àquela criança... não quer... porque dar nome::... é o mesmo que você dar pensão... porque depois que você dar o nome... terminou... né? tem que dar pensão de qualquer jeito... entra no fórum... ganha... então o procedimento é:: a pessoa vai lá... na Promotoria de::... de Defe/ de Menores... ali no fórum... na/ do prédio... da vara criminal::/ das varas criminais... e::... e diz “olha... eu quero::... registrar::... o meu... o meu filho... eu quero entrar com uma ação investigatória de paternidade... contra fulano de tal... porque ele não regitrou essa criança...” aí tu registra... a cri/ a mãe vai lá... registra a criança... no nome do pai... e entra com uma investigatória de paternidade... tá? e aí... a promotoria chama... o pai...e ele tem que fazer prova que ele não é o pai... [a:claro] ... ela tem que fazer a prova dela também... mas ele é que tem que fazer a prova maior dizendo “não... eu nunca tive caso com essa mulher... eu nunca andei...com fulana...” então não precisa mais mover um advogado nem mover um sistema todo... pra::... pra esse tipo de coisa... porque a pior coisa que tem é uma criança sem nome... né? eh... tem que instruir as pessoas de irem lá::... nessa... promotoria...
    E: [a:direto] ?
    I: [a:direto] na promotoria... [v:vai] [a:direto] lá... e... a promotora é obrigada...ela é a doutora Míriam... ela é obrigada a entrar com a ação pra ti... né? [a:justamente] porque ela tem essa função... promover justiça... né?a promotora promove justiça... mas [a:só] que... tá? isso aí... como... o casos/ ah... [a:muito] maios o número de casos... né? do que se imaginava... e::... a partir do momento que tu cria um procedimento desses... cada vez surge mais... mais... mais mães querendo que fulano registre os seus filhos... né? então ela encaminha pro SAJ... e o SAJ... Serviço de Assistência Judiciária da FURG... que funciona no Largo do Loréia ali... onde era a reitoria... e aí... os estagiários que estão ali... que são os... os forman/ os possíveis formandos do... do próximo semestre... eles estão fazendo::... esse estágio... então eles... eles é que entram... fazem a função da promotora... né? não cobram nada... e isso é um::... procedimento que::... é super válido... porque depois que entra com isso aí é certo que ganha... né?teve um caso lá [a:muito] sério... [a:muito] ::... bom que foi um procedimento... que teve por carta rogatória... carta rogatória é quando::... o pai mora num/ esse possível pai... suposto pai... mora noutro país... né? o pai era uruguaio... ela teve um::... um... um filho... ela teve um filho... ela engravidou dele... ela trabalhava no circo... engravidou dele... e ele::... ia assumir a criança... mas a família dele por duvidar da... da:: hombridade dela e de tudo... meteu quente... e como ela era... ela era bem mulher... ela tinha uns::... vinte e seis anos por aí... e ele um guri de 20... ela/ ele cedeu pra família... e chamar o guri... chamar/ chamava o guri de (filho)... sabe? foi um caso assim que chocou... todo mundo lá no SAJ... aí ele entrou/ nós entramos pra ela lá no SAJ... quando eu ainda estava lá... nós entramos com... com um pedido de... de investigatória de paternidade... [a:só] que pra citar o cara... tem que ir por carta rogatória... e isso criou/ isso aí... há possibilidade de quando o cara for citado no Uruguai... tem que... tem que fazer assim... tem que mandar uma/ pedir pra ser citado por carta rogatória... peticionário dizendo “fulana de tal/ fulano de tal::... representado por sua mãe:: beltrana... tal... tal... tal... vem requerer seja... ah... que o pai venha registrar a criança...” [a:efetivamente] é isso... né?e aí pra citar o/ pra citar ele... você tem que... pedir por carta rogatória... quando chegar lá essa tua petição...que está em português [a:obviamente] ...tem que ser... eh::... tem que ser transcrita... na língua... espanhol... na língua deles lá... e aí o cara é citado... então... com a tradução já... na mão... aí o cara tem mais um/ depois da citação... o cara tem um mais monte de dias pra contestar aquilo... aí ele contesta na língua dele... e manda aquilo pra cá... e aí alguém transcreve aqui em português... tem uma possibilidade de quando o guri ganhar alimentos...que é a pensão alimentícia que ele... [a:certamente] vai ter que pagar... que o guri até a cara dele/ a gente junta fotos... junta tudo... o guri deve estar com uns dezoito anos... trabalhando já... e não vai precisar mais ele pagar...
    E: não vai ter mais [direito também...]
    I: [não vai mais] ter direito também... mas... ( ) assim que é... inovação do... do/ e agora com essa lei que surgiu... que criaram agora... me esqueci o número da lei agora... mas é uma lei que surgiu agora... e é uma coisa que às vezes as pessoas ficam pensando “ah... eu vou procurar um advogado pra::... pra... fazer tal coisa... vou procurar um advogado... vou procurar um advogado...”ele não precisa procurar um advogado... é [a:só] ir no SAJ... tem estagiários lá... ou senão ir na promotoria... a promotoria encaminha pro SAJ... e ah... fica/ [v:sai] [a:muito] mais [a:barato] ... [a:indolor] ... e não tem::/ tu não tem o ônus de estar te incomodando... né? porque antes era a mãe que tinha que provar “olha... eu dormi com esse... dormi com esse... dormi com esse... mas esse eu tenho a certeza que é o pai...” como é que ia provar isso? então hoje::... tu diz que é fulano... e ele que se vire pra provar que não é ele... enfim...
    E:é isso [a:mesmo] ...

  • I: ( ) vou aproveitar e dar a opinião... né? porque pra mim amor é/ amor... ah... ah::... assim de::... à primeira vista... não existe isso... existe atração física... existe::... tesão:: existe::... carinho...curiosidade que é uma coisa [a:muito] forte... mas... amor à primeira vista... não sei nem se existe amor... no mais amplo sentido da palavra... né? tu imagina amor à primeira vista... então/ e ela está/ me... deixou até cabreira com isso... de repente é uma carência dela... né? sobre:: o que ela... o que ela viveu... está tão decepcionada com a vida... e agora...só porque não ia [v:dar] [a:certo] [a:mesmo] ... porque o cara vive viajando... ela... botou essa idéia de amor à primeira vista e está vivendo isso... mas eu acho que isso é uma::... uma coisa sem muito sentido... apesar dela estar tentando até me mostrar o contrário... né? ela não pára de pensar no cara... ela chora que nem uma adolescente de dezesseis anos... uma mulher com vinte e três... que foi noiva... prestes a casar... está tendo/ está me demonstrando ou muita fragilidade... que eu não consegui definir... ou muita fragilidade... muita decepção... carregada de um monte de coisa junto...ou::... [a:realmente] amor/ a... a idéia de primei/de amor à primeira vista que eu nunca::... tinha tido antes.. né?
Parte oral
1993
  • Quando tive que ir a Porto Alegre para a inscrição na Escola do M.P., o Carlos, que na época era meu namorado,ofereceu para me levar, [a:só] que ninguém podia saber que nós íamos.Ele tinha que estar em Pelotas às 13 horas por isso tínhamos que chegar cedo, pois a tal inscrição era por ordem de chegada.Saímos às 5 da madrugada, mortos de sono, pois tínhamos dormido tarde (apesar de deitarmos cedo).Chegamos lá às 8 horas mais ou menos a viagem foi calma.O tumulto foi todo por lá [a:mesmo] .Já haviam várias pessoas na minha frente e eu fiquei nervosa por causa do horário do Carlos.Para não dar problema, eu já fui explicando para ele que achava que achava que era melhor que voltasse sozinho, que eu iria depois, de ônibus.Ele, [a:obviamente] não aceitou, disse que era uma injustiça que se eu tinha vindo com ele iria com ele voltar, nem que fosse preciso falar com o bispo.Começou a pressionar-me para que falasse com o pessoal da secretária, e eu, que sempre fui cara de pau, não sei porque, naquele dia, estava “sem graça!”.Mas, sem alternativa, fui falando com um com outro, até que pedi pelo diretor que não estava e falei com a substituta dele.Contei a história triste que eu tinha uma audiência na Justiça do Trabalho em RG e pracisava sair cedo de POA.A mulher sem nenhuma cerimônia, foi ao meio da sala, e eu junto, bateu 03 palmas,que me pareceram [a:extremamente] estridentes, pediu a atenção de todos e recontou a minha história, enquanto eu fiquei roxa.O Carlos me olhava com a “cara” mais simplória do mundo, [a:todo] faceiro!Contaram o número de vagas e eu estava incluída.(Graças a Deus!) Então, fui a 4a pessoa a ser matriculada e voltamos radiantes para RG por volta de 9:30 da manhã.Faceiros que [s:nossa mentira] [v:tinha dado] [a:certo] .Tudo bem.Iniciaram-se as aulas e eu conversando com uma de minhas colegas, fui questionada se era aquela pessoa do tal dia e patati patata.Respondi [a:afirmativamente] , e a a moça disse que nunca tinha visto uma confusão tão grande depois que eu sai,pois [a:só] haviam 03 vagase a substituta do diretor havia se enganado.Na verdade, não havia vaga para mim. [a:Só] pude frequentar por causa da furada da fila, daquele mal-dito, digo, bem-dito dia.Foi uma grande aventura, mas até hoje, tenho vergonha do pessoal da turma por causa da minha desonestidade.Mas foi sem querer, né!?
  • Uma amiga minha me contou que conheceu um cara na formatura da engenharia num sábado desses.A princípio não parecia um cara especial, mas depois parece que ficaram conversando um tempão.Ele é oficial da Marinha, bonito e [a:bastante] inteligente.Eles passaram a noite toda conversando, [a:só] no fim da noite, é que “pintou clima” e saiu uns beijinhos.O clube já estava vazia quando eles sairam e foram tomar café na casa de outra amiga minha, a Ana e depois ela (a primeira) foi levá-lo em casa.Parecia que ela não queria sair com o carro, nem ele sair de dentro do carro.Quando ela arrancou, ele ficou olhando o carro sair.Ficou no meio da rua com o dia clareando.Disse ela que foi lindo, mas ao mesmo tempo triste porque ele viaja demais e talvez eles nunca voltem a se ver ou falar.Ela acha que isso é AMOR, não à primeira vista,mas aquela coisa que se sabe que [a:certamente] ia [v:dar] [a:certo] , mas as circunstâncias iniciais já não contribuíram.
  • Vou descrever meu apartamento.Ele situa-se em Rio Grande, na Presidente Vargas.É um aparatamento de dois quartos, paredes brancas e carpetes bege.No primeiro quarto, que é onde durmo, há uma cama de casal, dois bides com tampo de vidro, uma peteadeira com espelho e duas gavetas com puxadores dourados, tudo em ferro branco.Tem também um guarda-roupa de 04 portas branco e puxadores dourados.Em cima dos bides há os abajures que possuem o pé verde e a cúpula branca.Em um deles, o da esquerda fica também o meu rádio relógio.Já um vão entre o início do guarda-roupa e a parede, onde eu guardo minhas malas.Neste quarto há uma janela por onde sempre entra o sol de manhã.Seguindo temos o outro quarto, que eu acho o quarto de solteiro.Neste quarto, é o meu recanto!Eu coloquei uma rede com franjas, a escrivaninha que está sempre fechada, meu rádio toca- fitas e um pequeno guarda-roupa com uma cama embutida, (que está quebrada) que eu trouxe da casa de meus pais.Em cima de um pequeno espaque fica entre o guarda- roupas e a tal cama, eu tenho vários porta-jóias.Acho que uns 08, [s:eu] [v:guardo] [a:separado] um para os meus brincos(o maior) , outro para pulseiras, outro de anéis, outro ainda para colares.Em cima do guarda-roupas, eu tenho, dentro e fora de caixas, todas as minhas bonecas e brinquedos, que também trouxe da casa dos meus pais.Há também alguns quadros, (um deles, que eu adoro, tem o título, “precisa-se de um homem” ) e ainda tem acima da escrivaninha uma pequena prateleira de ferro branco onde eu guardo meus bichinhos de pelúcia, e pequenos enfeites.Saindo deste quarto de móveis bege, tem um pequeno corredor,com um grande espelho de moldura dourada, que [a:infelizmente] está rachado!Na frente do corredor, está o banheiro, que é pequeno, tem a louça e a cortina de plástico.O pequeno armário marrom acima da pia, não tem espelho porque foi quebrado.No vãozinho da pequena janela do banheiro do eu deixo meus xampus e cremes.As toalhas ficam nos cabides de louça em frente ao vaso.Após passar o corredor vem a sala, que é conjugada com a varanda.É uma sala em forma de L (éle).Tem uma mesa de ferro preto, com tampo de vidro fumê e seis cadeiras, também em ferro e assentos pretos.Em cima desta mesa, tem um guardanapo branco e um vaso de porcelana preta com motivos chineses.De costas para a referida mesa, há um sofá de dois lugares preto com estampa cinza e em frente a ele uma pequena estampa, digo, estante de mogno para combinar com os braços do sofá.Na estante, ficam o meu vídeo, a TV e no lado envidraçado, os cristais.Na parte mais superior, fica o meu quadro de formatura que é preto com a foto de todos os colegas de turma.Na sala tem também uma janela grande e perto delaum outro sofá com a mesma estampa do outro [a:só] que com 03 lugares.Tem ainda entre os 02 sofás, um jogo de mesinhas de mogno e tampo de vidro que se encaixam.Em cima delas um pote de vidro transparente, onde [a:antigamente] eu guardava bombons!E [p:por] [a:último] tem a cozinha, que é bem estreita.Perto da janela (ba)? vasculante, tem um pequeno tanque e a máquina de lavar roupas.Tudo bege bem claro.Debaixo do tanque, guardo meus produtos de limpeza e acima da máquina há a enxuta (secadora) que é branca.O piso é bege e vindo da esquerda para a direita, tem o fogão de quatro bocas, um armário de azulejos com tampo inox e portinhas de madeira (dentro estão minhas garrafas!) , depois o refrigerador duplex, um armário de canto, que fica com a lava-louças e ao lado, já na curva, tem um pequeno armário com quatro gavetas para: talheres, panos de prato, toalhas, bugigangas.Tudo é, de madeira tipo cerejeira, até os armários aéreos que na mesma ordem, guardam, meus eletrodomésticos, meus pratos e xícaras, um fininho acima do refrigerador, com panos e toalhas mais novos, um para os copos, um grandão de canto para as louças maiores (que eu detesto!) e outro, na curva, que fica as compras, ou seja, funciona como uma pequena despensa.Na frente do balcão de azulejos, tem uma pequena mesa com quatro banquinhos.Em cima dela sempre tem uma toalha e a minha bandeja com as coisas de inox (paliteiro, açucareiro, porta- guardanapo...) Em cima do balcão de azulejos, tem sempre uma pequena lixeira.Esqueci de comentar que na sala, existem 02 quadros que eu também adoro: um fica na direção da estante, é grande, e com motivo floral, o outro fica bem perto da porta da rua, é bordô e dourado e tem um pierrot que muda o tom prateado da roupa de acordo com a luminosidade.Eu adoro a minha “casa” , apesar do mofo das paredes e...tudo mais!
  • Vou dar a opinião sobre a história acima: não acredito nisso, ou melhor, não acredito mais nisso!O amor, para mim, é um sentimento [a:muito] difícil de ocorrer, no verdadeiro sentido (ilusório!) pois é um somatório de coisas: amizade, companheirismo, cumplicidade, tesão, carinho...Essas coisas todas não surgem de uma hora para outra, é com tempo.E claro que tem que haver uma certa disponibilidade para deixar isso acontecer.Mas isso, é um processo demorado, que acho que comigo, não aconteceu ainda, por isso custo a crer...
Parte escrita
1993

  • E: Carla... o que que tu ias contar pra nós? estavas falando dum baile? alguma coisa que aconteceu contigo? estavas falando dum baile no CTG... né?
    I:é... posso [v:entrar] [a:direto] ... Eliana?
    E: pode...
    I: uma vez eu estava num::... num baile no CTG... CTG Matia Marco... e eu estava... trajada de fazendeira rica... uma indumentária gaúcha... daí eu estava dançando... me bateram na cabeça... e tem uma coisa que a gente coloca... de acordo com a indumentária... que é uma peneta na cabeça... né? e me bateram... eh... ela tem mais ou menos quinze centímetros... aí ela voou longe... e eu comecei a procurar... procurar... no salão e não consegui encontrar... aí::... me deu uma vontade de rir... porque eu estava assim... né? no salão todo mundo olhando e eu atrás... atrás... foi o maior vexame... um horror... né?

  • E: tá bom... Carla... a::... a segunda era uma história recontada... o que que tu estavas falando?
    I: ah::... da... da minha cunhada?
    E: isso...
    I: pois é... a minha cunhada me contou... que::... uma vez ela... estava na rua com a mãe dela... e::... aí a mãe dela caiu... né? e caiu assim duma forma tão gozada que parecia que ia sair rolando... e ela disse que ficou rindo... rindo... e não conseguia ajudar a mulher a se levantar... foi super... constrangedor também... né? mas ela disse que ficou/ achou muita graça...

  • E: tá... qual o local que tu vais descrever?
    I: ah... é o lugar onde eu trabalho... é uma peça assim... comprida... né? tem... tem janelas... e é uma peça alta... as paredes assim você/ é... é um prédio antigo... e as paredes são brancas e tem... estantes... tem::... tem flores... tem vasinhos com flores... né? e::... é bem assim iluminada... né? arejada... as flores que tem... tem nas janelas e na::/ nas estantes... são... são violetas e outras também...

  • E: tá bom... Carla... o que que tu ias me ensinar a fazer? picolé... picolé de quê?
    I: ah... picolé de creme... é assim... né? coloca... um litro de leite... e... e::... coloca a ferver... aí enquanto isso... pega dois ovos inteiros... e bate numa xícara com açúcar... aí bate... bate... até... até o leite ferver... quando o leite ferver coloca aquilo ali no leite... conti/ dá mais uma batida... e quando esfriar coloca na::... na... na... na geladeira assim... né? num/ se tiver um freezer é melhor... mas coloca na::... na geladeira... que aí fica um picolé de creme... é mui::to gostoso...

  • E: tá... e::... qual é a tua opinião? que o assunto que tu havias escolhido pra... pra opinar são os menores de rua...
    I: pois é... isso...eu acho [a:meio] complicado assim... pra ficar falando... né? mas...eu acho que o problema... é [a:muito] mais assim do governo que tinha que resolver... tinha que arrumar os/ emprego pra essas crianças que já estão na rua... e escola... né? e::... e fazer um programa... de::/ como é que diz? assim... pra controlar o número de filhos que as pessoas querem ter...
    E: controle de natalidade?
    I: i::sso... um controle de natalidade...aí auxiliaria aos pais também... [a:primeiro] dava assistência a essas crianças que já estão na rua... né? pra arrumar alguma escola... emprego pra elas... e depois pros pais... ajudava a controlar a natalidade... porqueessas crianças que estão na rua nem [a:mesmo] o governo mais já está sabendo o que fazerporque elas estão se tornando marginais... né? e é um perigo pra gente...
    E: [a:só] isso... Carla?
    I: é... tá bom assim... Eliana?
    E:tá... Carla... foi ótimo... [a:muito] obrigada...
    I: de nada...
Parte oral
1993
  • Me lembro de uma vez em que eu estava em um baile do CTG (Centro de tradições Gaúchas), onde todos estavam trajando indumentárias gaúchas e o meu vestido era uma undumentária de fazendeira rica, assim tive que usar uma feneta na cabeça, é uma espécie de pente com mais ou menos 15 cm de altura e tem um formato de um leque.Eu estava dançando [a:muito] bemquando alguém me deu um safanão na cabeça e a feneta vuou longe, me deu uma vontade de rir que não conseguia parar, pois o sala estava cheio e eu parecia uma louca, quase de quatro pé procurando a feneta e quando eu chegava perto ela era levada para mais longe.
  • A minha cunhada me contou que um dia ela vinha com a mãe dela pela rua quando de repente a mãe dela tropeçou e caiu, e não conseguia levantar, e ela ao invés de ajudar, não parava de rir do modo engraçado que sua mãe tinha caído, pois parecia que ela iria sair rolando.
  • O local onde trabalho é uma peça retangular, tem duas janelas grandes, o forro é alto, a construção desta peça é antiga, as paredes são pintadas de branco e são um pouco marcadas, nesta peça há um armário com duas portas, quatro estantes de ferro cheias de livros e duas mesas para mim e minha colega de serviço.A luminosidade é boa, e, é [a:bastante] arejada, tem violetas nas janelas e (encima) em cima do armário e das estantes.
  • Para fazer picolé de creme é [a:só] colocar um litro de leite a ferver, enquanto isto pegar dois ovos inteiros e uma xícara de açúcar e misturar como se fosse uma gemada.Assim que o leite subir despeje a gemada no leite e mexa,quando engrossar é [a:só] apagar o fogo e deixar esfriarpara colocar no refrigerador.
  • Eu acho que o problema de haverem menores de rua é em grande parte do governo.A solução na minha opinião seria uma ajuda do governo aos menores que já estão por aí, dando a eles empregos e escola e aos pais desses menores auxiliar em um progeto de planejamento familiar;porque as pessoas não sabem o que é isso e não tem acesso a uma assistência médica para poder controlar o número de filhos que querem.Acaba que tem um monte de crianças na rua e o governo já não sabe o que fazer e nem a gente, pois (estão) crianças) estas crianças estão se tornando marginais.
Parte escrita
1993

  • E: [a:bom] ... Giovane... gostaria que tu me contasse alguma coisa... da tua vida... pessoal... alguma experiência... da tua vida que te marcou...
    I: [a:bom] ... eu vou falar sobre... a minha entrada no colégio São Francisco... que é um colégio particular... eu estudei todo o primeiro grau num colégio... eh... estadual... né? cuja minha mãe cursava... artes... né? dava aula de artes...e eu me sentia... pra... [a:praticamente] em casa naquele colégio... não sei se porque a minha mãe... dava aula lá... acho/ acredito que sim...e vivi a maior/ oito anos da minha vida lá... [a:bom] ... quando eu... eu fiz um teste... né? um/ uma espécie de... um minivestibular pra entrar no São Francisco... eram noventa candi... candidatos pra::... quinze vagas... vinte vagas... eu passei no teste... tirei o oitavo lugar... fui super bem... né? e pensava que era um colégio normal como o outro... né? [a:realmente] ... é um colégio normal como o outro... [a:só] que as condições que se colocam/ que eu... estava acostumado... meio ap/ é... um colégio meio... eh... vamos dizer assim... maternal... que era o que eu... né? estudava no Bibiano... aqui eu não encontrei... são coisas que a gente aprende na nossa vida... no primeiro dia de aula...aconteceu uma coisa [a:muito] curiosa... o irmão veio me abordar... o irmão-diretor... Jorge Fernandes Correia... né? ele é uma pessoa assim super inteligente... né? é o diretor do colégio... ele... ele... ele...ele é atuante na sociedade... na cidade... e [a:principalmente] no colégio... por ser o diretor... ele::... me abordou e chegou... e me perguntou.. né? de cara já disse o meu nome... completo... Giovane R. P... já me assustei... porque... tu não espera de uma pessoa que tu nunca viu na sua vida pegar e falar seu nome... completo... tinham me dito... né? as bo... as boas línguas entre aspas... que ele sabia o nome de todo o colégio... de todo mundo do colégio... todos os alunos... nome completo... o nome dos pais... e conhecia as famílias ainda por cima... e eu não acreditei... né? porque são mil e quinhentos alunos... uma pessoa/ ele não é/ não podemos considerar ele um velho... agora... mil e quinhentos nomes... sobrenomes... tem muitas pessoas que tem nomes iguais... é::... difícil...não é [a:muito] fácil... guardar o nome... [a:bom] ... ele me abordou...já me disse meu nome... já me assustei... peguei... falei assim... né? não sabia como tratar ele... se tratava ele por irmão... por Jorge... por... né? ((riso de E))fiquei [a:meio] constrangido... e tratei ele por irmão porqueeu vi um outro aluno conversando ele e chamando ele de irmão... [a:bom] ... ele chegou começou a perguntar...falar assim que queria conversar comigo... no gabinete dele... o tão... tão temido gabinete... porque todo aluno que vai pro gabinete é considerado um mau aluno... ou é porque ele quer saber alguma coisa da vida... na hora/ ele marcou o horário...eu fui de tarde com ele... [a:bom] ... resultado... primeira pergunta que eu fiz pra ele é como é que ele conseguia guardar todos os nomesdos... dos alunos... aí ele me explicou que é um/ que ele::... ele tem uma memória boa... uma memória fotográfica... assim... e ele guarda...ele tem um carinho [a:muito] especial pelos alunos... [a:bom] ... não me convenceu muitomas ( ) comprovou que ele sabia o meu nome...ele fez perguntas [a:muito] diretas... perguntas pessoais...isso eu nunca tinha esperado de uma pessoa que eu não conhecia... e [a:principalmente] de um colégio...onde a relação aluno-diretor é [a:muito] fria... é chegar no colégio... colégio é trabalho... trabalho... casa... divertimento em casa... nada a ver com espiritualidade... com diversão no colégio... e essa era a minha idéia de colégio... de diretor... de relação professor-aluno... e também acostumado com... vamos dizer assim... né? com aquela/ vamos dizer assim... aquele carinho especial dos professores do primeiro gra/ do primeiro::... primeiro... primeiro grau... porque por ter uma mãe... né? professora... eu não sei se era um protecionismo... chegar aqui... e ver que os professores não davam nem bola pra mim... não... não/ uma relação mais fria... e o diretor querendo se aproximar comigo... eu me... eu me assustei... né? então foi um choque pra mim... a conversa dele foi boa... coisa e tal... ele me fez um desafio... ele disse que na primeira semana eu não conseguia agüentar o colégio... que eu ia pedir pra sair do colégio...o colégio era [a:muito] forte pra mim...ele era [a:muito] difícil... era um colégio muito... assim...um colégio [a:muito] ... incompatível... da onde eu vinha... ele quis dizer bem isso... que o meu embasamento era... não/ era fraco para aquele/ pra... pra determinado estudo que eu ia ter aqui dentro... porém... uma pessoa que não conhece niguém no colégio... que está chegando no colégio e...e escuta uma coisa dessa... [a:bom] ... é de tremer na base... né?
    E: é um susto...
    I: é um susto... tá? eu vivi a minha vida normal... eu entrei com muitos colegas meus que fizeram teste do Bibiano... pelo menos... tinha com alguém me relacionar no recreio... graças a Deus eu tive uma/ sou uma pessoa de... fácil relacionamento... fiz vários amigos... hoje já é o terceiro ano que eu curso aqui...eu conheço todo o colégio [a:praticamente] ... até séries que eu não curso... me dou com todos os professores... me dou com o irmão... sou... né? algumas vezes sem/ sempre uns deslizes... né? aí a relação diretor-a... aluno... né? que cada um com sua opinião... e...comprovei que ele faz isso... como [a:mesmo] pra um desafio... pro aluno ir e provar pra ele... “olha... eu venci... entendeste?” então... é uma coisa assim... isso aí eu acho que ele... ele... deve continuar fazendo... porque a pessoa que entra/ ele faz isso com todo mundo... já conversei com colegas meus... então... aquele choque de entrada/ porque não há mais um relacionamento... o irmão da biblioteca... por exemplo... é... é uma pessoa assim... logo de cara... eu achei assim super grossa... sabe? ( ) com perdão da palavra... porque a biblioteca da minha outra escola era assim... me tratava assim “oh... meu querido...” não sei o quê... aqui... “cadê a agenda? não está aberta...” não sei o quê... sabe? é uma coisa assim que... sei lá... a pessoa que não é sensível não sente... agora... não sei se porque eu sou sensível assim... a pessoa.. percebe... os mínimos detalhes faz a diferença... e no país de hoje... tu tem que aprender a viver... logo de... logo de princípio... logo desde pequeno... então... eu vou dizer “foi bom... foi bom eu ter vindo pro colégio particular...” não por... ser melhor ou pior que o estadual... acho que é o mesmo embasamento do estadual... [a:mesmo] porque minhas notas aumentaram... não diminuíram... né?e é... e é bem aquela coisa que dizem... é o aluno que faz o colégio... e não o colégio que faz o aluno... e foi isso que eu aprendi... eu aprendi... outra coisa... que... que os desafios da nossa vida são importantes... são... desafios sadios... os desafios não sadios não são importantes... esses podem ser desprezados... (isso) eu acho que é um fato que acontece comigo que...
    E: não... claro...tá ótimo... excelente... [a:muito] bom((riso))

  • E: agora me diz uma coisa... tu tens alguma coisa pra me contar que já te contaram... recontar... tu contaste uma coisa que aconteceu contigo... agora eu gostaria de uma coisa... que tu poderias me recontar...
    I: [a:bom] ... esses/ agora há pouco... se... semana que passou...a minha mãe... chegou em casa econtou um fato que ocorreu com uma filha... [a:inclusive] eu conheço ela... a meni/ a... a guria estudou comigo... né? que::... que é... a mãe dela... dessa guria... é colega de trabalho da mãe/ da minha mãe... né? no colégio estadual... Bibiano de Almeida... a minha mãe cursa no Bibiano de Almeida... ela::... ela tem os pais separados... sabe? essa mãe... coisa... e tem um padastro... ela estava na casa do (cassino) dela com uma amiga... e o namorado da amiga... sozinhos na casa do... do cassino... e... tá? tudo bem... a princípio assim::... [a:só] estavam conversando...coisa e tal... e ela contou que a mãe dela... mandou... daqui da cidade... que estava na cidade... o/ a janta... pelo pai dela... pai verdadeiro e não o padrasto... que também que ia lá visitar ela... o pai dela che/ pegou a janta e levou pra::... para a casa do cassino... chegando na casa do cassino... atendeu... viu... duas meninas e um ... e um::... um garoto dentro de uma casa sozinhos... nove e meia da noite... não sei qual foi a reação dele... que... ele ficou:::... ficou irado... não sabe? ficou brabo... e começou a discutir... com a filha... a filha... achando que a coisa era mais nor/ a coisa mais normal do mundo... não tinha nada a ver... o namorado não era dela... era da amiga dela... e parecia... pelo que a minha mãe me contou... que o namorado estava so... sozinho no quarto com a::... com a::... amiga dela... ela começou a discutir... e... e ela revidou o pai dela... e jogando na cara do pai dela muitas coisas assim que::... coisas que vem à tona quando não/ [a:principalmente] numa família desestruturada... né?que é que... pais separados... aquela coisa... “ah... tu não me manda mais... tu não é meu pai...” e... a pesoa assim que tem um carinho espacial pela filha fica/ ele ficou brabo... ficou irado... e começou a bater na... na guria... sabe? e::... a princípio assim... pelo que conta... né? pelo que ela/ a mãe dela contou pra minha mãe... que são colegas de trabalho... que ele estava (enciumando) até ali... a conversa ficou num tom alto... tom alto... ela correspondeu... falou assim “a casa é minha e tu não me manda... está no nome meu e da minha mãe... e tu não é mais meu pai...” ele deve ter ficado... bah... mais do que... passado... não é? vamos dizer assim... entre aspas...e começou a bater nela... [a:só] que... a princípio tu pensa assim... “a...a guria tem dezesseis pra dezessete anos... não... não... não cabe mais bater numa/ num jovem... se fosse uma pessoa de onze... doze anos aí... vamos dizer assim... seria o tapa moral...” que a gente chama... né?aquela coisa assim que... é [a:só] pra... perceber... né?agora... isso aí já é uma agressão... e no ponto que ele chegou... de bater... chegar a ficar meia hora batendo nela... e o namora::do e a amiga tentando afastar... o::... né? o pai dela... né? resultado... a guria está no hospital... tá? suspeita até de traumatismo craniano... traumatismo craniano é uma coisa séria... né? pra... pra ver a gravidade do negócio... então... a que ponto chega a::... vamos dizer assim... a/ o ser humano... né? de ficar brabo... de se irritar com uma coisa que é (erros) de... deles mesmo... dele mesmo... na vida... e no fim se deparar... e começar/ quando vê... está descontrolado... ele está com um processo em cima dele... né? por danos... né?a mãe e a filha estão no processo... [a:inclusive] a amiga... e a mãe da amiga estão contra... ela mesma... que não tem nada a ver... são coisas assim que não dá pra entender... né? quando a mãe me contou eu... fiquei assim... né? mas como? o culpado não foi nada a ver... ela tentou defender... são coisas da vida... então::... hoje está assim... uma ami/é uma amiga muito/ não é [a:muito] íntima minha... mas ela estudou comigo desde a primeira série até a oitava depois... ela estudou um tempo no São Francisco e... e saiu agora... está tirando ( ) CTI... não me lembro... e:: está nessa... está no hospital... a minha mãe já foi visitar... tudo e tal...é um fato triste... e que::... [a:só] tem assim a gente se recordar a nossa família... olhar pra dentro de casa e agradecer por ter um pai e uma mãe que estão/ ainda tão juntos e que... igual/ amam a gente muito e... e lamentar e pedir a Deus pra não acontecer isso... né? é isso...
    E: isso aí... então tá...

  • E: agora... tu me diz... o que que tu gostarias de descrever...
    I: [a:bom] ... eu vou descrever o lugar que eu moro... eu moro no Jardim do Sol... né? ( ) conhecem... né? é um bairro retirado do::/ de Rio Grande... era ... era... vamos dizer assim... detenção da Marinha... de alguns anos pra cá... uns dez anos pra cá... já não é mais... abriram lotes pra vender...é um lugar [a:muito] arborizado... [a:praticamente] [a:só] tinha árvores( ) aí a Marinha pegou... fez paviamento... botou ruas... fez/ botou placas... até hoje as...as ruas são números... [a:inclusive] o nome da/ o número da minha é cinco... [a:só] que ela tem um nome... Dr. Pedro (Armando Gat) [a:só] que por preguiça eu falo... número cinco... né? porque ainda tem a plaquinha do município... todo mundo... conhece pelo número cinco... é um lugar que::... está criando infra-estrutura... coisas assim que a gente não queria... porque::... o objetivo de morar no Sol/ no Jardim do Sol... pra todo mundo que mora lá...todo mundo que eu conheço... [a:inclusive] o meu pai quando... resolveu construir lá... é... por ser um lugar retirado... calmo... por ser um lugar... vamos dizer assim... onde a brisa é mais... limpa... uma ficção até... porque a fa/ as fábricas tão ali do lado... coisa de quilômetros... [a:só] que sei lá... o barulho da cidade... coisa assim que uma pessoa não quer vivernem no/ tanto no campo nem tanto na cidade tem o meio termo... que é o Jardim do Sol... ele possui ruas... ele po/ ele/ agora as casa estão... estão se aflorando... vamos dizer assim... é um lugar... não podemos dizer nobre... de Rio Grande... mas é onde concen/ se concentra as casas mais bonitas... sabe? é um lugar onde a classe média impera... vamos dizer assim... sabe? não que... eu não sou/ eu não vou dizer assim que sou rico... coisa e tal... mas... sabe? demorou bastante tempo até meu pai construir a casa... foi aos pouquinhos... e é um lugar que a gente se orgulha de morar... vam/ os/ quanto a assalto...essas coisas... existem mas... em [a:muito] menos quantidade e coisa... a Marinha coloca guarda sempre pra/ a gente fica até amigo dos guardinha... são::/ que pra... patrulhar dia e noite... eles passam de hora em hora... nas ruas... né?vão [a:geralmente] em duplas... tem um furgão também que passa por lá... então seria quase um condomínio de casas...se dá pra chamar como condomínio... né? de casas... né? [a:só] que não é fechado... né? ele:: ele faz/ ele é vizinho do Parque (Olaria) do Parque São Pedro... né? ao nosso/ eh::... a gente tem... a gente tem um supermercado lá... que é o Ma... o Max... tem o restaurante... o Max Bife...que é um restaurante bem conceituado até na cidade... [a:muito] bom... um pouco caro mas... [né?]
    E: [bem carinho...]
    I: bem carinho até... até demais... [a:só] que isso aí a gente guarda [a:só] pra aquelas...
    E: [a:claro] ... né?
    I:datas importantes [a:mesmo] ... né?é um lugar assim onde a gente se une porque... o pessoal que mora lá... tem uma... tem uma/ a gente tem o Galera... o Clube Galera... é um... é um lugar do/ da Marinha... [a:só] que a gente sempre participa... eu sou civil... não::/ o meu pai não/ o meu pai é da universidade... ele leciona na:: parte de oceanografia... ele é pesquisador e... pro... professor... também... professor... e... a... a... a gente se reúne no Galera... é um clube normal... ele tem quadras de futebol... quadra de tênis... coisa e tal... tem festa... de vez em quando a gente vai lá... é uma parte da cidade... bem aquilo que eu disse... meio termo... é um lugar bom... por quê? porquea gente tem prazer de sair e passear de bicicleta... pegar... passear com namorada e com namorado... [v:passear] ... [a:sozinho] ...pegar o carro e dar uma volta [a:só] pra olhar as casas... pra cumprimentar as pessoas... chegar... descer do ônibus do Cassino quando está... quando está voltando do colégio... ter a segurança pra caminhar até em casa ... então é... é uma coisa assim... não é/ não/ eu posso me considerar uma pessoa privilegiada... não que na cidade eu gostaria... muito mais até mo/ de que o Sol/ o Jardim do Sol fosse mais perto da cidade... porque os recursos dele... são poucos...
    E:é [a:meio] contramão...
    I: [a:exatamente] ...então a pessoa... que não... não... não... não tem carteira como eu e não tem... quinhentos carros na casa e coisa e tal... depende de ônibus... depende de... carona... depende de um monte de coisa... então::/ não que isso aí seja um baita incômodo... agora..seria [a:muito] mais fácil se fosse... um... um bairro mais perto... então o ideal que a gente sempre fala...a gente queria botar o Jardim do Sol dentro da cidade... [a:só] que daí não ia virar Jardim do Sol... que daí ele ia... ser barulhento... ele ia... ter tudo aquilo que a cidade tem de ruim... então a gente se conforma de... coisa... e é um lugar que eu acho... que tem muito respeito e... e por... por ele ser um lugar quieto... ( ) e retirado eu acho que... cativa as pessoas...
    E: então lá já queé um lugar de paz deve ser [a:muito] bom de estudar lá... né?
    I: [a:exatamente] ...

  • E: que método (que é teu) de estudo? como é que tu... estudas? como é que tu utiliza pra estudar aproveitando essa calma?
    I: [a:bom] ... eu estudo... eu estudo/ eu faço assim... eu estudo de manhã... eu tenho/ eu estou cursando integrado no São Francisco de manhã e de tarde... a minha única hora que eu tenho que estudar pras provas e também pro vestibular... né? no final do ano ( ) ano que vem...é de noite... [a:bom] ... [a:geralmente] eu chego seis e pouquinho da noite em casa... janto... coisa e tal... e... o meu método de estudo é o seguinte... né? as matérias exatas... que a gente chama... matemática... física e::... outro... química... eu tenho um método o seguinte... a gente não se estuda... a gente se aprende e pratica... então... matemática são coisas assim que eu pego... vários exercícios... de aula... e coisa e tal... e...faço... [v:refaço-os] ... tudinho [p:de] [a:novo] ... que é o meu método de estudo pra matemática... agora... eu tenho uma... uma::... vamos dizer assim... um método que diz o seguinte... por exemplo... matérias como português... biologia... coisa e tal... a gente tem que::... se esforçar... não é decoreba... agora... tu tem que tentar... ler várias vezes... e mo/ eu tenho uma teoria que é o seguinte... tu ler uma coisa ... no máximo... vinte e cinco vezes... claro que é um baita exagero... tu ler um/ nunca chega ( ) no máximo cinco vezes... tu... tu decora aquilo... a... agora se tu ler e tenta entender... tu entende... entender é pra vida toda... decorar é pra depois de dois minutos esquecer... então... a gente/ eu pego um livro de biologia e começo... e começo/ eu tenho... eu tenho uma mania... começar a caminhar e falar pelos/ pela casa... sabe? eu pego o livro e::... então tranco/ [s:eu] me tranco no meu quarto... e começo a [v:falar] [a:alto] ... né?então... eh... isso aí me propicia o seguinte... eu tenho memória auditiva... concluindo isso tudo... não tenho memória... vamos dizer assim... fotográfica... então eu tenho que falar e ouvir minha própria voz pra... pra...
    E: pra assimilar...
    I: assimilar aquilo... então eu pego... chego de noite... eu estudo até mais ou me/ mais ou menos umas dez e meia da noite... não passo disso porque eu acho que::... a partir das dez e meia a pessoa fica com sono... não começa a assimilar mais nada... então... vamos dizer assim... eu me esforço o máxi::mo de tempo pra... não deixar muito em cima da pro/ da prova... embora... é fatal... porque eu sou uma pesso/ eu sou um estudante de véspera... que a gente chama... né? não consigo estudar três dias antes... como tem colegas que às vezes consegue... e é isso... eu sempre faço isso... não gosto de ir pra::... pra prova cru... que a gente chama... sem estudar... alguma coisa tem que dar uma olhada... colas eu acho que sempre existe... né? não tem como não ter... agora... eu não sou uma pessoa... coladora... por assim dizer... eu dou ma... mais cola do que colo... sabe? por isso que eu acho que se/ que eu acho que quando a gente cola a gente se prejudica... é aquela velha história... que a gente nunca acredita... [a:só] quando vai pro vestibular que a gente...eh::...né? bem aquela coisa... né? o sofrimento depois é maior do que na hora que a gente não está pensando...a gente cola discri/ [a:indiscriminadamente] ...e o meu método de estudo é [a:basicamente] nisso... é estudar... caminhar pela casa... falando... e... e assimilar bem o conteúdo... não decorar... e tentar sempre... tirar as dúvidas antes do tempo... estudar no máximo duas horas e... não passar disso...

  • E: [a:bom] ... agora continuando a nossa entrevista...nossa entrevista da semana passada... tu me disseste que tu ia falar sobre política... gostaria que tu... desse a tua opinião... sobre política...
    I:política... [a:bom] ... política é um/ bem... é aquilo que falam... né?é um mal necessário... eu acho que... em tudo quanto é ambiente nós precisamos de política... precisamos de democracia... precisamos de uma organização... de uma coisa que guie... que puxe... quanto mais num país... né? ainda mais... uma nação de cento e quarenta e cinco milhões de pessoas... a gente precisa/ quanto ma... mais pessoas envolvidas com... a democracia... é melhor... pena que não são... todos que são certos... né? a maioria é errada... eu acho que política... não devia/ não deveria ser profissão... como está sendo encarado hoje em dia por todos... política devia ser uma... não diremos um hobby... mas... uma coisa que:: fosse mais patriótica... “ah... eu vou... eu vou ser da câmera/ da câmara... eh... municipal... porque eu quero ajudar minha cidade... eu não vou ser da câmara pra ganhar dinheiro...” por isso que eu... eu aprovo um monte aquelas pessoas que são formadas em determinadas/ em determinado assunto... médicos que estão na área de saúde...professores... que estão na... na área de educação [a:mesmo] ... porque já têm um... vamos dizer assim... um::... um entretenimento com aquele assunto... sabe dos problemas... sabe do que necessita... do que precisa daquilo... né? não é o caso por exemplo assim de botar... como acontece várias vezes assim... de um ministro que não tem nada a ver com o assunto... botar na agricultura... botar uma pessoa que tiver uma medicina lá na::... vamos dizer assim na::...o ministro da fazenda... como acontece no Brasil... [a:infelizmente] ... por isso que eu digo... os valores estão troc/ eh...os valores estão [a:muito] trocados... então... por isso que eu acho que política não deve ser encarada como profissão... por isso que eu acho que até...os deputados/ claro que é [a:muito] difícil eles não ganharem nada... todo mundo quer ganhar alguma coisa de tudo... ninguém quer sair perdendo...ninguém quer perder tempo em... ganhar dinheiro pra... ajudar o próximo [a:infelizmente] ... mas era o que deveria ser... quer dizer... eu acho que... a começar... eu acho que devia ser bonificações os sala... os salários de todos os políticos...não salários [a:propriamente] dito...e que eles tivessem [a:realmente] uma outra ocupação num outro/ uma outra profissão... pra exercer... [a:mesmo] porque... pra [v:acompanhar] ... [p:de] [a:perto] ... contato direto com o povo...se [s:eles] [v:estão dando] [a:certo] ou não... porque muitas vezesa pessoa está lá no gabinete sentado numa cadeirinha... [a:muito] bem... e não sabe se está... surgindo efeito... e nem está dando bola... né? porque o povo ((término da fita)) conscientização é preciso... eh::... eu aprovo esse voto aos dezesseis que fala... que... foi agora... aprovado há pouco tempo... porque eu acho que o jovem... cada vez mais está... entrando nessa... nessa de par/ querer participar... querer uma fatia do bolo...não querer [a:só] ser mandado... mas também mandar um pouquinho... eu acho que::... não é... a cabeça de um jovem de dezesseis... dezessete anos que é... mais fraca do que um... de um velho de um... de uma pessoa mais experiente... quarente... trinta anos... eu acho que o que tem que mudar são as propagandas políticas... são os jeitos... são... as demagogias que acontecem na televisão... difícil?é... impossível... porque... o dinheiro... [a:infelizmente] ele arrasta um monte de pessoas... porque quando tu sobe no poder... quando tu tem... oportunidade... tem a chave do cofre...é impossível que tu não abra pelo menos pra dar uma espiadinha... é [a:muito] difícil...então quando tu chega lá em cima e vê que está tudo na tua mão é [a:só] querer... quem é... quem é que vai notar? quem::/ cinco bilhões de doláres... quem vai notar cem mil a menos? é este o pensamento... né? nada contra o brasileiro... que isso é no mundo inteiro que diz que não... não... não há/ ocorre... isso no Japão... nos Estados Unidos... em outro lugar da Europa... é mentira... ocorre em todo lugar... o ser humano... está sujeito a... a... vamos dizer assim... a... a tentações...e o dinheiro é o/ [a:infelizmente] é um... é um grande agente nesse/ o principal... poderia diz/ até dizer assim... da fama e... a fama... o resto... essas coisas assim vem... com o dinheiro...então eu acho que::/ [a:claro] ... agora...“ah... o mal é o dinheiro...” não é o mal... é o mal necessário também porque... sem dinheiro a gente não vive... né?não vamos fazer na base da troca que nem [a:antigamente] ... né?“ah... eu te dou um quilo de feijão... tu me dá isso aí...”não dá... mas [a:infelizmente] é isso... pessoas que... hoje... são pessoas morais... tem uma::/ um embasamento familiar bom... quando sobe no poder... acontece essas coisas... então a gente/ o povo brasileiro está assim... né? todo mundo está assim... não sabe em quem acreditar... você acredita em comunista? você acredita em.. em direita... esquerda? se:: vota em quem?é [s:aquele] que [v:fala] mais [a:bonitinho] ?( ) às vezes não... não é... não adianta... então... aumenta cada vez o número de votos brancos e nulos... isso quer dizer o quê? ganha aquele que tiver pelo menos um ou dois votos... então... fazer o quê? a gente tem que/ se quer mudar... tem que começar pela gente... né? então... eu acho que é isso... eu acho que...política... é necessário? é... política com consciência... [a:claro] ... difícil? impossível quase...no nosso Brasil do jeito que está então... está então... cada vez que aparecem mais podres... eles/ parece que (então) quando remexe mais ainda... mais piora... pior fica a coisa... então... a gente pensa “será que é bom remexer? ou não é bom?” mas é bom sim... tem que começar... tem que mostrar... que se não... vai ser sempre debaixo dos panos...
    E:estão tá... [a:muito] obrigada...
Parte oral
1993
  • Desafio Fatal.Para ingressar no “Sanfra” (Colégio São Fransisco), tive de prestar um “minivestibular”, onde concorria com 90 candidatos para 20 vagas.Consegui passar em 8o.Logo no primeiro dia de aula tive uma experiência interessante.Conheci o tão temido Ir. Jorge Fernandes Correa, o diretor.Ao chegar, ele (o) proclamou o meu nome completo e com a pronúncia certa,coisa que [a:geralmente] é difícil pois no “Phonlor” o “Ph” tem som de “F”.Fiquei assustado pois nem conhecia o tal diretor.Confirmou-se então a fama que ele tinha sobre conhecer os nomes de todos (1000 e tantos) os seus alunos.A converça foi [a:“meio”] nervosa, de minha parte, mas ele sempre me olhava nos olhos como “caça e caçador”.Aí é que veio o desafio, quando ele disse(,) que eu não duraria uma semana neste estabelecimento.Foi uma coisa chocante, no sentido real da palavra, mas jurei para mim mesmo que conquistaria este desafio.Hoje, com êxito, descobri que ele faz de propósito para despertar o sentimento de revolta e vontade de vencer, coisa que estimula e quando desviado para o bom caminho, trás grandes resultados.Foi o que aconteceu comigo, graças a Deus.
  • Está é a história de uma ex-colega de colégio que tem os pais separados.Foi uma história que a Mãe me contou. [a:Bom] , esta garota estava no cassino, em sua casa, com um casal de jovens amigos (namorados).A sua mãe, lembrando que a filha não havia jantado, prepara o almoço e entrega ao ex-marido para levar até o cassino para a filha (eles estavam na cidade).O pai chegando a casa, bate e encontra a filha, num ato normal, mas quando descobre que ela está acompanhada e que seus companheiros estão no quarto, ele começa a discutir.A princípio era uma discução “Pai x filha”, mas a coisa esquentou e em meio a ofenças e “lembranças do passado” o pai começa a bater (espancar) na jovem.Segundo o relato dos outros 2 jovens ele bateu durante quase meia hora sem parar, nem com a ajuda deles, consiguiram parar o pai enfurecido.Resultado: a jovem está no hospital com suspeita de traumatismo craniano e o pais está com um processo “nas costas”, por danos físicos e morais a um menor.Quanto aos jovens (outros), a mãe da outra menina está processando, não sei porquê, a mãe da minha ex-colega e o guri, este nem se vê mais.Esta é uma pequena amostra do que o ser humano pode fazer quando perde a cabeça.
  • O Jardim do Sol é um bairro retirado (cerca de 10km) da cidade, não chega a ser um condomínio, pois não é fechado.Ele se destaca por ser bem arborizado, a natureza em abundância, por ser um bairro de classe média-alta, por ser seguro e longe das impurezas urbanas (sonoras, sujeiras...).Sua magia está no entardecer, como o sol poente contrastando com a calma e a beleza natural do lugar.O “hobby” preferido de seus moradores é passear, caminhar, correr e sobretudo desligar-se um pouco da vida cotidiana.O bairro está se estruturando, já tem um “super”, farmácia, indícios este de que ele está crescendo.Será que isto é bom?Sim e não, poisa infraestrutura é necessária (devido [a:inclusive] a distância da cidade), mas onde tem infraestrutura tem o homem, que destrói, constrói e destrói.Nós, do J. o S. não queremos uma outra Rio Grande, mas sim mais Jardins do Sol, para que haja mais “pedaços da selva” dentro da vida urbana.
  • Eu estudo, no colégio, pela manhã (7:45 às 11:30) e pela tarde (13:30 às 17:20) sendo que quando chego em casa tenho de recomeçar a “via sacra”.Em tempos de prova eu me organizo, assim: quando se trata de matérias biológicas eu leio várias vezes o conteúdo (não é decorar) e tiro uma interpretação deste e saio a explicar a matéria, pela casa (tenho memória auditiva);já nas exatas eu sou da seguinte teoria: “matemática não se estuda, aprende-se”.Então eu refaço todos (quase) exercícios, problemas,...e tiro as dúvidas no “amançar burro da matemática”.Não gosto de ir a uma prova sem estudar, sou uma pessoa um tanto insegura e a “cola” é uma coisa de consciência “leve” e eu não possuo tal destreza para “furtos culturais”, sou da antiga, prefiro estudar.Quando não dá pela noite eu me levanto “tricedo” e me arranjo com café.Mas o melhor é chegar na prova e saber a matéria e dar “gargalhadas” dos frustrados colegas.
  • Política: compromisso moral ou mina de ouro.A tarefa de governar um país é de todos, mas como forma de organização alguns devem “despontar” na linha de “batalha”.A política não é uma profissão, ou pelo menos não deveria ser, pois se é tarefa de todos, (porque) por quê enriquecer alguns poucos a custas de muitos?Acho que a política, o governo, o ato de “comandar”uma nação deveria ser uma ocupação opcional, movida por um sentimento patriótico de “crescimento nacional”. [a:Realmente] , impor estas condições em um mundo “dinheirista”é quase impossível,já que [s:o “tutu”] sempre [v:fala] mais [a:alto] na nossa sociedadee vida.No país do futebol, do samba, a maior “atração” na nossa T.V é a corrupção e as peripécias de nossos políticos, onde fazer tudo por “baixo dos panos” é a coisa mais natural possível.Somos responsáveis por nossos atos, portanto não podemos fechar os olhos e dizer: “Está tu bem”.
Parte escrita
1993

  • E: [a:bom] ... Isabel... eu gostaria que tu... comentasse comigo... alguma coisa da tua vida...uma na/ uma experiência... pessoal... que aconteceu contigo...
    I: [a:bom] ... eh::... eu vou::... falar... né? como eu conheci o meu namorado... ah::... numa::... numa sexta- feira... eu ia sa/eu saí de noite [a:junto] com a minha irmã... e eu estava assim::... ah... resolvida... a encontrar alguém... que pudesse ficar comigo por bastante tempo... né? e então eu::... eu fui numa festa... né? no clube Caxeral... e quando eu entrei assim... né? no... no clube... eu... dei assim com/ de olhar assim com um... com um menino... né? e::... e foi assim como se fosse::... amor à primeira vista... aí eu entrei... aí nós... nós conversamos... dançamos... ficamos juntos... e estamos hoje... juntos e fazem três anos...
    E: uhn... uhn... tão tá...
    I: fazem três anos...

  • E: então pra encerrar ((último trecho gravado)) poderias me contar alguma coisa que te contaram...
    I: [a:bom] ... ah::... não faz muito tempo... eu acho que... nem um mês... né? eu cheguei em aula... e::... e um amigo veio me contar que... na... na noite... passada... tinha um::/ e... teve um churrasco... né? no cassino... dum pessoal da outra turma... né? e::/ ah... ele me contou que... que lá o pessoal... bebeu mui::to... e se drogou... coisa que eu nunca... ia esperar assim... né?
    E: e essas pessoas são da tua aula?
    I: não... o que me contou... e é esse meu amigo que me contou... é da minha aula... os outras não... são da outra turma de terceiro ano...
    E:são daqui da escola [a:mesmo] ?
    I: são da escola... são...
    E: e são conhecidos teus?
    I: são... de::...
    E: tu te dá bem com eles?
    I: estudavam com/ estudam comigo desde o primeiro ano... esse ano a gente se separou... mas conhecia assim e... até... tinha alguma idéia que podiam fazer... mas não...
    E: e são meninos e meninas ou?
    I: são... meninos e meninas...
    E: meninos e meninas... mais ou menos na tua faixa etária [de idade...]
    I: [é...] poucos mais velhos...
    E: então tá... obrigada...

  • E: [a:bom] ... me diz uma coisa...tens alguma peça na tua casa que tu gostes mais... que tu gostaria de me descrever?não precisa ser [a:exatamente] na tua casa...
    I: não... na minha casa::... o meu quarto... meu quarto é assim... eu tenho duas irmãs... então... tem::... três camas... é um beli::che... e mais uma cama... e não... não tem muito espaço assim... o guarda- roupa é bem grande... e tem uma... escrivaninha...eu gosto assim... de ficar... no meu quarto assim [a:principalmente] deitada... escutando música... né?tem rádio assim... e:: também dentro do guarda- roupa eu tenho uma caixa assim... todas as minhas coisas... agen::das... cartões::... eu gosto muito de pegar assim e ficar... ah... na cama... lendo... escrevendo... escutando música...
    E: uhn... uhn... e o teu quarto tem som?
    I: tem... tem um rádio... que gosto assim... música assim... calma assim... bem calma...
    E: bem calma...
    I: é...

  • E: me diz uma coisa... tem alguma coisa que tu saiba fazer? que:: que tu poderia me... me contar... alguma coisa que tu saiba fazer... que tu tenha uma técnica... pra fazer...
    I: [a:bom] ... eh::... eu gosto muito de escrever... fazer redação...mas eu gosto muito... então... pra mim fazer uma redação... [a:primeiro] ... tá? eu escolho o assunto... o tema... né?e procuro sempre assim::... ler bastante... bastante coisa sobre isso... pra... poder escrever... bem... né? tá? depois que eu me informo... eu começo a fazer assim... eu me preocupo muito em formar frases... em... ah... negócio de coordenação... subordinação das frases... tudo...gosto de [v:escrever] bem [a:bonito] assim... bem::... [a:certinho] ...
    E: uhn... uhn... e o que que tu faz antes de::... de escrever? tu... tu::... ficas/ pensa em alguma coisa::? gosta... por exemplo... de escutar uma mú::sica cal::ma pra escrever? qual é a inspiração?
    I: não... eu... assim... ah::... prefiro ficar assim bem concentrada... sem nada... silêncio assim... e antes de escrever eu penso assim... em tudo que eu vou escrever... for... formo as idéias... antes de começar a escrever... e depois que eu escrevo assim... sempre releio... e quase sempre eu mudo bastante coisa... depois que eu escrevi...

  • E: [a:bom] ... já que a gente está falando em escrever... que::... que tema que tu poderia me falar... alguma coisa assim ( ) já que tu gostas de escrever... vamos agora falar... que tema que tu... poderias comentar comigo? alguma coisa...
    I:um tema assim que é... é [a:bastante] discutido... né?que é o aborto... né? e::... nesse/ sobre esse assunto...eu sou assim... [a:radicalmente] contra...ah::...tanto por eu ser... católica... né? e [a:mesmo] não... não... não sendo católica... isso já... já é assim na minha concepção... porque::... assim é uma vida... né? que... que vai nascer... é a mesma/ eu... mesma coisa que um assassinato... mesma coisa... meu ponto de vista é isso... e::... e eu acho assim ó... que::... se tu tem responsabilidade... ou maturidade... pra fazer... criança... tu também tem que ter a responsabilidade e maturidade pra criar... e não::... cometer um ato covarde... que é o aborto...
Parte oral
1993
  • Eu estava numa fase [a:meio] depressiva, pois eu tinha passado por uma experiência ruim com um menino.Então numa noite, eu saí com a minha irmã e outras colegas e estava decidida a encontrar alguém para ficar para sempre comigo.Quando eu cheguei na festa, eu logo na entrada vi um menino que me chamou atenção.E percebi que também chamei a atenção dele.Eu entrei e me sentei.Não demorou muito ele veio e me convidou para dançar.Nós dançamos, ficamos juntos e estamos junto até hoje.Faz três anos.Nosso relacionamento é excelente,nos entendemos [a:muito] bem.
  • Um lugar que eu gosto muito de estar é o meu quarto.No meu quarto tem um beliche e outra cama, tem um guarda-roupa e escrivaninha.Eu gosto muito de ficar no meu quarto escutando música e descansando.Bosto também de escrever em agendas.O meu quarto é um lugar de paz e tranqüilidade.
  • Numa manhã eu cheguei em aula e um amigo meu, veio me contar, de um churrasco que tinha acontecido na noite anterior.As coisas que ele me contou, me chocou bastante.Ele disse que no churrasco estavam pessoas da outra turma de 3 ano do meu colégio.Entre eles pessoas que eu conhecia a bastante tempo.Nesse churrasco eles beberam muito e também drogaram-se.Tanto os meninos quanto as meninas.Foi uma coisa que me deixou [a:muito] triste e surpresa.Pois eu sabia que alguns estavam envolvidos com drogas, mas os outros eu nem imaginava.
  • Uma das coisas que eu aprendi a gostar de fazer, este ano, é redação.Antes de fazer uma redação, eu pego o tema e procuro me informar bastante.Leio muito.Depois de estar bem informada, formulo as idéias e escrevo.Quando eu escrevo, me preocupo bastante em não errar nada na ortografia e na formação das frases.Depois que termino de escrever releio para ver se não cometi nenhum erro.Se cometi, [v:faço] tudo [p:de] [a:novo] .
  • Aborto é um assunto [a:muito] discutido, mas para mim não há nada a ser discutido.Minha opinião é radical,eu sou [a:totalmente] contra o aborto.Eu penso assim tanto por eu ser católica e [a:mesmo] não tendo nada haver com religião a minha opinião não muda.Pois se duas pessoas têm maturidade para fazer uma criança, devem ter maturidade e responsabilidade para assumir.Se não tiverem condições financeiras de criar essa criança, devem lutar, pedir ajuda a outras pessoas, mas não cometer um crime covarde que é o aborto.
Parte escrita
1993

  • E: vais contar pra nós uma narrativa de experiência pessoal ((falha de gravação))
    I: eh::... quando eu tinha::... acho que uns... seis anos mais ou menos... minha irmã tinha... uns quatro pra cinco anos... nós estávamos brincando num/ com umas colegas nossas... com uma bexiga de encher... né? de gás... e a gente jogava pra cima toda hora brincando... correndo pra lá e pra cá... e eu joguei bem longe pra ela... não conseguir pegar... porque eu estava brincando com::/ de parceria com outra colega minha... e... ela saiu correndo... foi atrás... e eu pra não deixar ela pegar a bola... eu empurrei ela... e ela deu com tudo... com a testa na... na quina... da pilastra... e abriu... aqui... em cima da/ do olho... bem perto da sobrancelha... começou a sangrar e ela tapou... todo olho assim... com a mãozinha... em todo o olho... e começou a sangrar... sangrar... e eu não sabia se era o::/ se tinha sido na testa... ou onde que era... e eu achei que era o olho... e ela saiu correndo... subiu as escadas... a gente morava num... num sobrado e ela subiu as escadas... as escadas de casa... e... a mãe ficou apavorada e não teve nem coragem de tirar a mão do olhinho dela... aí levou ela pro hospital... e eu chorava... chorava... dizia que ia matar/ que tinha matado minha irmã ((riso)) que/ aí eu... fiquei com remorso assim... porque eu tinha empurrado ela de propósito ((riso)) pra ela não pegar a bola... e daí ela levou seis pontos... em cima aqui do olho... e tem uma cicatriz até hoje bem grossa... aqui... em cima da testa... não não foi nada...já passou ((risos)) foi [a:só] pra assustar...

  • E: ô... conta pra nós alguma coisa que tenha acontecido com alguém que te contaram... conta uma história...
    I: isso aconteceu comigo... eu tinha três anos... não me lembro... né? minha mãe que conta... é que eu era uma criança... assim... as pessoas diziam que eu era estranha... que eu ficava todo o tempo num canto... chupando bico... não falava com ninguém...não brincava com ninguém... [a:só] [v:brincava] [a:sozinha] ... e... estava sempre assim... não deixava/ não conversava com ninguém... as crianças não brincavam comigo e eu estava estudando no maternal... na época... com três anos... e::... as... professora e tudo achavam que eu não/ que eu era retardada... que tinha um problema mental assim... pelo fato de como eu agia... né? no colégio... aí... eu não mexia com ninguém... não conversava com ninguém nem ninguém comigo... e eu fiquei/ eu estava sentada... as crianças estavam brincando... todo mundo... brincando no parque... andando de::... balanço... e tudo... e eu estava olhando... sentada com a fralda amarrada no bico... e chupando bico... né? e::fiquei [a:só] olhando... né?as crianças... de repente... passou um guri na minha frente... gurizinho do tamanho mais ou menos da minha idade... não sei o que que ele fez... deve ter falado alguma coisa... ou... ou implicado comigo...não sei... [a:só] sei que eu peguei a fralda e passei no pescoço dele... e enforquei ele com... com força... né? e isso minha mãe que conta... né? porque eu não... não lembro de nada... assim... mas ela conta que eu enforquei ele... quase matei o guri ((riso)) e aí me levaram pra secretaria... chamaram/ mandaram chamar minha mãe... aí a::... a diretora do colégio disse que eu tinha problemas... que eu não podia ficar no colégio... que eu... devia ter problemas psicológicos... que eu era retardada... que eu tinha que ir pra um... um colégio especial... né? fazer tratamento... a mãe ficou apavorada e disse que eu não era louca coisa nenhuma... e bo/ bateu o pé e insistiu... trocou de escola... e tudo... e... e eu acho assim que... isso que aconteceu... no passado... se a mãe tivesse dado ouvidos pra isso... né? hoje eu não... não podia estar aqui... estaria em outro lugar... né?
    E: foi ela que te contou isso?
    I: foi...

  • E: tens que descrever um lugar pra nós agora... qual foi o lugar que tu escolheste?
    I: é o auditório da Escola de Belas Artes... eh... no palco... tem duas cortinas vermelhas... né? bem grandes... vermelho escuro... que:: dá um aspecto... mais solene... assim... pra... pra aquele local... tem um... piano... bem grande... assim antigo também... [a:geralmente] ele fica aberto... enquanto tem audições... né? assim... apresentações... ele fica aberto... fora disso ele está sempre fechado... e tem um banquinho... vermelho também... que também... encaixa bem com o cenário dali... são/ no meio... de/ do auditório... tem um corredor... e do lado direito tem... várias quantidades de... de cadeiras enfileiradas... né? que são... fixas ao chão... tanto do lado direito quanto do lado esquerdo... tem... janela... tem apenas no palco... assim... pequenas... janelas no palco ( ) onde fica o auditório... as pessoas/ a gente não tem... assim... do lado direito de quem entra...do lado esquerdo [a:só] são portas... portas grandes... são... três... quatro portas... né? antes... antes de entrarmos no... no auditório... tem uma escadaria... e... na lateral direita é o auditório... entrando na porta à direita... né?e a sala é bem escura... [a:mesmo] com a luz acesa ela...a luz parece ser [a:meio] fosca... né? e quando se acende a lu/ e quando se apaga a luz... fica...um lugar... [a:bastante] agradável... e calmo... de::/ não é um lugar que possui acústica... assim... tem um som... fechado... né?e é [a:muito] bom ficar lá...

  • E: qual o procedimento que tu escolheste pra nós?
    I: ah... a técnica vocal... a técnica vocal...quando a gente vai cantar... eh... [a:primeiro] a gente tem que ter uma boa postura... né?de estar de preferência em pé... e::... a respiração é fundamental... e o uso do diafragma também... quando a gente... vai cantar... [a:primeiro] a gente ins/ põe todo o ar pra fora... depois inspira... com:: a respiração diafragmática... né? tu inspira o ar... e... empurra o abdômem pra trás... o máximo que puder... depois manda a voz pra cima... nunca imagine que a voz está... eh::... com ligação com as cordas vocais... sempre pra cima... a gente imagina que a voz vai pra/ saiu da cabeça... e manda a voz pra cima e a... a gente faz a boca como se tivesse... uma bolinha de pingue- pongue... dentro da boca... né? e faz ( ) pra sair a voz... com a maior abertura... que puder... a boca também... né? sem... sem... intensionar a boca... né? o máximo que a gente puder... e aí o som vai sair com mais facilidade... o canto... né? se você vai cantar da forma como estou falando agora... assim a voz vai sair na garganta... faz “ah... ah...” e a voz sai na garganta... se eu fizer... a respiração... né? inspirar... apertar o::... abdômem... pra dentro... né? e depois soltar a voz pra fora pra ficar ((imitação de canto)) né? aí já sai melhor...

  • E: qual o:: assunto que tu escolheste pra opinar?
    I:ah... o aborto... [a:bom] ... a minha... opinião a respeito do aborto... nunca... nunca uma pessoa... eh::... devia fazer um aborto... exceto... em caso de estupro... né?e nem assim também eu acho que::... [a:só] se for::/ aí eu acho que a... a pessoa tem... assim... como é que eu vou dizer? o direito de opinar... a respeito de... fazer o aborto ou não... agora... fora disso... eu acho que... é uma vida... né? é uma vida... embora não saiu ainda pra fora... está ali dentro... tem sentimentos... a pessoa/ a mãe que vai fazer o aborto... ela está matando a criança... a criança não tem nem como se defender... não tem pra onde fugir... não tem fuga... e ela... sofre com isso também...e... [a:realmente] é [a:muito] animal... quem pratica o aborto...
    E: obrigada... Magda...
Parte oral
1993
  • Eu deveria ter mais ou menos entre 5 ou 7 anos, quando ocorreu este acidente com minha irmã, dois anos mais nova do que eu.Nós estávamos brincando com uma bechiga de gás com mais uma amiguinha nossa da mesma faicha de idade, e o objetivo da brincadeira era não permitir que minha irmã peguasse a bechiga.Minha irmã estava a ponto de peguar a bola de gás, e nesse instante arremecei a bola o mais longe que pude e ela correu em direção a bola,quando minha irmã se abaixou pra pegá-la, eu empurrei-a [a:propositalmente] ocasionando um acidente quase fatal.Minha irmã com o impulso do empurrão bateu a testa na quina da pilastra, poucos centímetros acima dos olhos, onde o sangue começou a escorrer de forma assustadora, [s:ela] levou a mão sobre os olhos e [v:chorando] [a:desesperada] subiu as escadas gritando por nossa mãe, e eu mais assustada que nunca fui correndo atrás dela.Minha mãe, ao ver todo aquele sangue e a mãozinha dela sobre o olho, imaginou que ela havia machucado a vista e não teve coragem de olhar, [a:imediatamente] ela [v:foi levada] ao hospital, enquanto eu ficava em casa chorando dizendo que havia matado a minha irmã.Não [a:muito] tarde, tudo se acalmou, tinha sido apenas um grande susto para todos, ela recebeu seis pontos poucos centímetros acima dos olhos,hoje ela tem 18 anos e uma cicatriz [a:muito] grossa na texta.
  • Minha mãe conta uma história de quando eu tinha 3 anos de idade e estudava no maternal.Ela diz que eu era uma criança [a:muito] quieta,gostava de estar sozinha até [a:mesmo] brincando.Minha mãe conta que eu vivia chupando chupeta todo o tempo e esquecia da vida de chupeta na boca.Um certo dia ela disse queeu estava no maternal, como sempre sentada [a:sozinha] no meu cantoobservando as crianças brincando no balanço, no escorregador, etc…, quando de repente, passa um gurizinho na minha frente e eu pego a minha frauda que ficava amarrada na chupeta e passo em volta do pescoço do menino,minha mãe diz que [s:eu] [v:apertava] bem [a:forte] e o menino chorava muito.A diretora do maternal mandou chamar minha mãe [a:urgentemente] , e disse a ela que eu tinha sérios problemas psicológicos, que eu não era uma criança normal e que eu deveria frequentar um colégio especial, pois eu, segundo ela, era uma retardada.Minha mãe conta que ficou tão indignada com isso que me colocou em outra escolhinha, não de deficientes mentais, mas uma escola como outra qualquer, e ela afirmava que se para eu ter feito o que fizo menino agredido deveria ter feito algo [a:muito] grave, pois ela diz que eu sempre fiquei na minha enunca encomodava ninguém, a menos que me encomodassem [a:primeiro] .Eu fico so imagi nando onde eu estaria se minha mãe tivesse dado ouvidos àquela diretora.
  • Na Escola de Belas Artes Heitor de Lemos aqui em Rio Grande, encontramos um Auditório modesto cituado à direita acima das escadas da entrada principal da escola, onde encontramos três grandes portas que dão acesso ao auditório, todas à esquerda de quem está dentro do auditório de frente para o palco também modesto que alí se encontra agraciado pela presença de um belíssimo piano de grande porte de madeira escura realçada pelo escarlate das curtinas que combinam bem com o banquinho de madeira escura com detalhes vermelhos que acompanha o piano.O auditório é um lugar escuro e [a:mesmo] com as luzes acesas possui uma iluminação foscaque da um aspecto [a:muito] agradável ao local.Pelo meio do auditório passa um corredor que divide em duas alas de cadeiras (de escuras todas) de madeira escura , envernizadas, todas enfileiradas dispostas de mesma forma tanto do lado direito, quanto do lado esquerdo, cadeiras estas fixadas ao solo.Para mim este é um lugar [a:muito] agradável tanto cheio, quanto vasio.
  • Para se ter um bom resultado da voz quando se vai cantar, é preciso ter algum conhecimento sobre técnica vocal.Em primeiro lugar é preciso ter um controle respiratório, onde na música chamamos esta de respiração diafragmática que é feita da seguinte maneira: [a:Primeiro] você coloca todo o ar existente para fora, em seguida você inspira mandando o ar para barriga, após você contrai o abdômem abaixo do umbigo como se estivessem puchando uma cordinha por (de)trás das suas costa nesta mesma linha, isto é o que nós chamamos de apoio na técnica vocal, este apoio é que vai sustentar as notas a serem entoadas, que permitira a passagem direta pelas cordas vocais sem forçar a garganta, pois a sensação que você deverá sentir quando estiver cantando é que a voz está saindo do alto da cabeça.Ao pronunciar as notas musicais, a boca deve estar com o máximo de abertura, sem intencionar esta abertura, é como se estivesse com uma bolinha de (pingue-p) ping-pong na boca, dando como resultado um som mais limpo e seguro.
  • A (mel) minha opinião a respeito do aborto é [a:totalmente] contra em relação as pessoas que executam tal ato, em exceção casos de estupro e perigo de vida da mãe, termos estes aceitos por lei.Pois todo e qualquer feto é um ser vivente, que [a:mesmo] tão pequeno, quando se vê em situação de morte, quer lutar pela vida, mas é um ser vivente que não tem escolha e nem direito de defesa e fulga.Aborto para mim é assassinato em qualquer caso, porém aceitável nos casos que acima citei, (por) pela mãe não ter consebido a criança por livre e espontânea vontade, mas por um ato de violencia que foge a ordem natural em que as coisas devem acontecer no meio sivilizado epela mãe que pode perder sua vida ao conceber seu filho comprovado [a:cientificamente] , é um risco que na minha opinião deve prevalecer a vida da mãe,pois um bebê sem mãe terá [a:muito] mais dificuldades do que uma mãe sem bebê.
Parte escrita
1993

  • E: [a:bom] ... Vanderlei... conta pra gente alguma coisa que tenha te acontecido... alguma experiência pessoal que tenha te marcado bastante...
    I: [a:bom] ... eu vou contar quando eu estava/ quando estudava na::... oitava série... eu gostava muito de química... e... e por isso que eu estava sempre::.. assim... lendo revistas... ah:: estudando química... chegando ao ponto de discutir com professor uma matéria... numa... numa coisa que eu não achava que estava...que era... que era coisa que tinha falado... e... talvez isso me deu... acho... que me deu um bom desempenho... que eu fui o melhor da turma... aí no final do ano... o professor me convidou pra... participar de uma... de uma... pesquisa de uma ( ) assim como da (área) de biologia... e também pra ser monitor da... da outra ( ) no ano seguinte... pra assistir as aulas de bilogia... boas... aí quando::... começou outro ano letivo... fui lá... toda as terças-feiras da semana eu ia lá pra ajudar ele... e foi legal que... tive contato assim com os alunos... parecia um/ ficava envaidecido de ( ) eles ficavam ali... eu ajudava eles... assim... foi bom o conhecimento... foi uma experiência boa... tanto que eu tive vontade de ser professor... e vou/ quero ser professor...

  • E: me conta uma história para nós... de uma coisa que tenha acontecido com alguém... que tenham te contado...
    I: [a:bom] ... essa... essa é recente... eu tenho um amigoque... há três anos ele terminou... o segundo grau...e [a:só] o/ esse ano que ele fez vestibular... né? ele estava indeciso... ele queria/ele falou que queria muito fazer letras... mas... ele escolheu... fazer direito... mas quando entrou pra/ entrou nas aulas... ele não/ estava vendo que não era aquilo que ele queria... aí ele chegou pra professora de português... e expli/ e pediu pra ela... “não... como é que é letras? que eu estou a fim de fazer...” e a professora veio com um estória assim... ela falou do curso dela... mas... ela explicou que direito era um ótimo curso pra um/ não tinha convicção que o curso que ela estava lá dando era bom... então ele ficou ((falha de gravação))ficou... chateado e ele (resolveu prosseguir) esse curso [a:mesmo] ...

  • E: descreve um lugar pra nós... qual foi o lugar que tu escolheste?
    I: Piratini... cidade de Piratini... quando eu tinha oito anos eu fiz uma viagem pra lá com meu pai... lá é legal que tu... tu demora... acho que... uma tarde inteira pra chegar lá... aí ( ) pra chegar na casa ( ) tinha que pegar um táxi... acho que andava por uns... uns... cinco... seis quilômetros de uma estradinha... chão batido... curvas assim... estreitas... aí tu chegava lá... tinhas que atravessar uma/ um riachinho que fica... fica no meio do caminho ( ) uma casa... uma casa de... de material ( ) é legal que de manhã... de manhã tu... acordava cedo... vinha aquela/ vinha aquele/ aquela cerração assim... saía pra rua... aí tinha uns animais lá... eles ficavam na... cocheira dos cavalos... os porcos ficavam na/ não me lembro o nome do lugar... no chiqueiro... e... e quando eu saía de manhã pra olhar... tinha uma/ tinha outra estradinha ( ) quanto mais longe ficava pela::/ a gente caminhava mais parecia que era... era longe... que era assim... era sem fim... né?

  • E: como tu faz alguma coisa? o que que tu escolheste pra contar pra ( ) como é que se faz?
    I: [a:bom] ( ) de madeira... e... bom... antes de tudo tem que ter um formão... um formão fino... e bem afiado como ( ) depois escolher uma madeira boa... e uma figura... que queira fazer... aí começa o entalhe... tem que ter... eh... muita paciência... muita calma pra... sair quase perfeito... e é assim... eh... relaxa... é bom ( )
    E: e de que maneira que tu faz o entalhe?
    I: ah... tem... tem... tem que ter precisão... ter mãos fortes... um formão pra cortar... madeira... depois pra tirar as lascas... e pra peça adquirir a forma desejada... e depois tu lixa... passa o verniz... e... expõe... bota num lugar que tu goste (pra se lembrar que) tu sabe... tu sabe fazer uma coisa útil... que é uma coisa que... te agrade...
    E: [a:só] o formão que tu usa?
    I: [a:só] o formão e a::/ o formão... a lixa... e o verniz...pra dar um brilho na peça...

  • E: qual foi o assunto que tu escolheste pra opinar?
    I: a educação... eu... como estudante do segundo grau... assim às vezes eu... tenho dificuldade em alguma coisa... e eu acho que isso aí é... é minha culpa... mas... mas depois eu fico pensando... “não é bem assim...” grande parte é culpa dos professores das... escolas primárias... pô...a educação no Brasil hoje está [a:muito] defasada... professores que não ensinam... quase nada... depois... tu sai colégio... fraco... depois tu entra pra um... pra um outro... de maior... de maior assim... qualidade do ensino... tu sente muito a diferença... tu cai muito nas notas... eu acho que tinha mais é que haver uma reforma grande disso aí... pra melhorar o ensino... senão não tem condições... fica difícil...
    E: obrigada...
Parte oral
1993
  • Quando eu estava cursando a 8a série a matéria que mais me facinava era química.Não sei a razão de eu gostar tanto de química, mas eu chegava do extremo de depois da escola, em casa,ler (revistada) revistas, livros sobre (a) o assunto, e até [a:mesmo] discutir com o meu professor.A conseqüencia disso foi a de eu ser o melhor aluno em química da aula, e também ser convidado para participar de aulas experimentais de bilogia.Mas o que [a:realmente] me (deixo) envaideceu foi ser convidado a ser monitor de ciência (do ano) da 8a série do ano letivo seguinte.Esse trabalho me deu muita autoconfiança e fez nascer em mim o desejo de lecionar ciências
  • Tenho um amigo que fazem três anos que terminou o 2o grau, mas [a:somente] em 93 ele prestou vestibular.Ele queria muito fazer letras na FURG, mas não sei a razão dele prestar vestibular para Direito.Passou, começou a ir as aulas, epercebendo que não era [a:exatamente] aquilo que queria.Resolveu pedir informações à sua professora de português sobre a profissão dela.Ela começou a falar duas ou três palavras sobre a sua profissão, mas não com muita convicção, falando que Direito era melhor.Meu amigo (com o fato) desnortiado com o fato de (o) um professor não falar com entusiasmo da sua profissão, resolveu seguir (Direito) a faculdade de Direito.
  • Quado eu tinha 8 anos fiz uma viagem, (com meua p) com (co) meu pai, a (pi) Piratini.Acho que leva uma tarde, viajando de ônibus, para chegar lá.Depois [a:só] de carro, por que a estrada que leva à casa de minha tia é estreita e de chão batido.O próximo obstáculo é um riachozinho, depois subir (o) o morro, onde fica a casa.A cidade é [a:muita] bonita, pelo menos a parte do campo.De manhã aquele sereno no ar abre os pulmões, os cavalos na (con) cocheira, os porcos no chiqueiro, alguns animais já soltos no pasto enriquecem aquela paisagem linda.(b) Depois do café eu saía com meu primo, e nós pegávamosoutra estrada de chão batido, [a:muito] estreita.Quanto mais nós caminhavamos, mais comprida parecia a estrada.Para mim naquela época a estrada parecia não ter fim.A cidade tinha muitas árvores: eucaliptos, pinheiros, acácias, limoeiros, etc. [a:principalmente] no morro, não todo, em certos locais em que elas se aglomeravam.
  • Para se fazer entalhe em madeira é preciso duas coisas fundamentais: um formão, que tem que ser estreito e (mul) muitís(s)simo afiado;e a madeira, que tem que ser de boa qualidade e fácil manuseio.Também é preciso de (licha) lixa fina e verniz transparente, mas isso fica a critério da pessoa que vai trabalhar.O formão deve [v:ser segurado] [a:firmemente] pelo usuário, para facilitar o trabalho de (entra) entalhe, seja para dar à figura formas mais suaves, seja para dar formas mais rudes.Depois da forma desejada estiver [a:totalmente] entalhada,a (licha) lixa é [a:muito] importantepara suavizar a imagem, mas é preciso ter cuidado de não avariar a peça com movimentos bruscos com a lixa.O acabamento deve-se dar com duas (mao) camadas de verniz, para dar mais brilho à peça.
  • Hoje estou no final do curso colegial, mas ainda tenho dúvidas que considero banais, fico pensado que é minha culpa,mas percebo que em grande parte os professores são os grandes responsáveis, (principalmemer) [a:principalmente] os do 1o grau.Além do programa escolar ser defasado, os professores nào dão tanta importância para sua obrigação de ensinar (e p), preparado, assim, seus alunos para as séries subseqüentes.Essa mà preparação (tem como consequência) resulta em um maior índice de reprovações, tendo como conseqüência um número cada vez maior de alunos que deixam a escola.Por isso acho [a:muito] importante uma (f) reformulação do programa escolar, e mais importante ainda uma concientização dos professores com relação à maneira de ensinar.
Parte escrita
1993

  • E: uhn... conta?
    I: ( ) um amigo meu passou lá em casa pra nós ir pro clube... tomar banho de piscina... iate... aí nós (estávamos ainda a) duas quadras da minha casa... passou dois... dois... dois cara alto... forte... com uma seringa na mão e anunciaram que era um assalto pra nós... aí nós entregamos as coisa... e... eles saíram... nós começamos a chorar... aí vinha um monte de gente atrás... aí mandaram os caras parar... aí eles voltaram e saíram correndo ( ) deixaram tudo no chão assim ( )é [a:só] isso que aconteceu...

  • E: tinha uma história que tu estavas me dizendo... que te contaram de... de vampiros?
    I: é... foi... eu nem quero ir agora no show dos (Engenheiros) por causa disso... eu estava falando com a minha prima... [a:primeiro] a minha prima me contou... que no show que teve lá no... no Pelotas... eu acho... Porto Alegre... Jorge Benjor... tinha uns cara que::... eles estavam com AIDS...
    E: [nossa...]
    I: [e eles] pegavam a seringa... eles pegavam a seringa e passavam pras pessoas... a AIDS... que eles disseram que eles/ se eles morressem eles iriam levar muita gente com eles... porque... [s:eles] não queriam [v:morrer] [a:sozinhos] ...isso a minha me contou... e depois outra guria me contou e hoje vou contar de volta... a mesma coisa...

  • E: e::... qual foi o... o local que tu escolheste pra descrever?
    I: a minha sala de aula... ela é assim... ela tem duas janelas... pelo lado de fora que dá pra rua... e duas janelas pelo lado de dentro... que dá pro corredor (principal) do mesmo lado tem uma porta... aí/ mas a porta ( ) que trancar... porque é/ num cantinho tem u... uma coisinha que prende a porta... mas está estragado... qualquer coisinha ela bate...então as pessoas nem deixam ela [a:muito] aberta... deixam todas as janelas abertas que aí fica bem arejado... a sala (de aula) tem::... uma classe de professores... mais ou menos umas quarenta classes... pros alunos... que são... três filas de duas (juntas)... cada uma... com cadeiras e tudo... e tem lugar de colocar os livros embaixo... caderno estojo... tudo... tem um quadro- negro... e o apagador... o apagador também está quebrado...

  • E: ah::... tu estavas falando sobre o dinamômetro... como é que... que faz? é de uma feira de... de ciências que vocês fizeram [aqui?]
    I: [não] foi aqui no colégio... a professora... fez um trabalho conosco... de:: física... é assim... [a:primeiro] tu pega uma madeira... de:: pode ser/
    E: pra fazer o dinamômetro?
    I: é... pra fazer... eu vou te dizer todo o processo pra fazer...
    E: tá...
    I: pega uma madeira de vinte centímetros... de vinte por vinte... aí u... uma outra madeira mais quadradinha assim... alta... com uns ... vinte...
    E: vinte?
    I: vinte centímetros... por aí... aí tu filtra o::/ pega o... o toquinho... uma mola...aí prende o toquinho na mola... e prega no::/ na madeira... e pregas ( ) tudo [a:junto] ... aí depois tu pega uma borrachinha... e uma::/ e um potinho... e uma seringa de::... um decímetro cúbico ou um centímetro... um centímetro cúbico... e aí tu vai vendo... que corresponde a newtons... aí tu vai colocando... a cada um centímetro de água... é um newton ... aí tu vai botando... aí ela vai distribuindo... aí cada... cada uma que ela vai distribuindo tu mede... a coincidência ( ) centímetros cada um... aí depois tu::... coloca uma balancinha ( ) aí tu coloca o peso ( ) tu bota (a mola) vai distribuindo... aí tu vai marcando o peso... é assim que se faz...

  • E: eh::... o assunto que tu escolheste pra conversar qual foi?
    I: o grupo de jovens do Bonfim...
    E: uhn... qual a tua opinião sobre o grupo?
    I:o grupo é [a:muito] bom lá... conhece Jesus...
    E: e é da Igreja do... do Bonfim?
    I: é ( ) e lá tu conhece Jesus... amigos... e::...seria assim [a:muito] bom se::... todo mundo se conscientizasse... se tudo que é jovens entrasse... pra conversar... porque:: tu... tu não entra em tantas coisas que o mundo oferece pra nós hoje?e é [a:muito] bomporque:: também... tu conhece Jesus que é um grande amigo teu... e muitas vezes/ muitas pessoas nem sabem que::/ quem é::... o que que ele faz... e isso ( ) é um baita de um Deus... mas que... ele quer precisar de ti... ele precisa... e ele quer precisar porque gosta de ti...
    E: é isso? tem mais alguma coisa sobre o grupo?
    I: não...
    E: não?
    I: [a:só] isso...
    E: então obrigada...
    I: obrigado...
Parte oral
1993
  • Num belo dia de sol, um amigo passou em minha casa para irmos ao Yates Clube para tomar banho de piscina e nós fomos, isso 13:25.Chegando a 2 ou 3 quadras de minha casa, dois rapazes nos pegaram com siringas e disseram que era um assalto, e nós lhes entregamos tudo, exceto a bicicleta do meu colega, pois a minha estava em casa com o pneu furado.Logo após, nós dois começamos a chorar, as pessoas que vinham atrás mandaram os rapazes parar, e eles desenvolveram tudo para nós.
  • A minha prima me contou, que falaram (p/ ela) para ela que em Pelotas haviam uns rapazes com rapazes o vírus HIV positivo e que em todos os shows, eles levam siringas, tiram seu sangue e aplicam nas pessoas, ela disse que o nome do grupo é Vampiros da morte.
  • [a:Bom] , a minha sala de aula é plana, há duas janelasque ficam pelo lado da rua, duas janelas que ficam para o lado do corredor e uma porta, a qual eatá estraga, pois quando se abre ela não fica naquele lugar, pois (o) a segurança da porta está estragada.Na sala há mais ou menos (40) quarenta classes e quarenta cadeiras e mais a dos professores, mas a (da) dos professores tem uma gaveta enquantoa nossa tem [a:somente] uma grade, onde colocamos livros, cadernos, agenda, estojo.
  • Para montar um dinamômetro, aparelho que mede a força, prescisaremos de: [a:primeiro] : Cortar uma madeira de 20cm de comprimento por 20cm de largura [a:segundo] : Uma madeira de 40cm de comprimento e 5cm de largura e que tenha uma boa (espesura) espessura.Terceiro: cinco pregos, sendo dois 13/15 e três 12/12, para fixar a madeira.Quarto: Uma mola que seja macia Quinto: Um potinho de café para colocar água.Sexto: Uma seringa de cm3, para enchê-la de água.Sétimo: Uma folha quadriculada para medir para medir a distância entre 1N, 2Ne 3N, N é a medida em Newtom.Oitavo: Armar o Dinamômetro, colocando as duas madeiras presas um a cima da outra fixando-as bem, coloca-se a mola presa a uma madeira pequena que sirva de apoio, depois colocamos o prato, tampa de maoinese,e logo após é [a:só] testar colocando pesos.
  • FREDINHO: Grupo de jovenzinhos do (l) Bom Fim, onde conhecemos a Jesus, sabendo o que ele fez por nós, enfim ficamos sabendo tudo sobre a vida do nosso Deus grande que nos ama.Seria bom se todos os jovens, se conscientizassem para que serve um grupo de jovens, pois há muitos jovens que gozam, dizem que os garotos vão ser padres e várias gozações que não sevem para um grupo de jovens.
Parte escrita
1993

  • E: Fábio... havias (nos) contado um... um jogo... né? uma experiência tua...
    I: é...
    E: e aí?
    I: e aí eu estava ali na... Pracinha Vinte e Cinco... jogando... e:: nossa equipe estava perdendo de um a zero... né? aí o jogador do nosso time caiu dentro da área e o juiz marcou pênalti... aí::... meus colegas pediram pra mim cobrar... né?eu estava [a:muito] nervoso...estava::... super nervoso... né? aí tá... eu botei a bola... fui com calma ( )deu [a:muito] nervosismo... porque eu estava [a:muito] nervoso... aí quando eu fui bater... o goleiro... saiu pra um lado... né? aí a bola foi pra o outro lado... [s:a bola] ... podia entrar... mas aí [v:foi] [a:muito] [a:alto] ...a bola passou por cima do goleiro... aí... eles me consolaram e tudo... mas até hoje eu tenho... um trauma assim... quando tem um pênalti assim...eu não gosto muito de bater... [a:só] de brinquedo [a:mesmo] que eu brinco/ que eu chuto...
    E: tá...

  • E: tu... tu ias nos contar uma história que aconteceu com teu primo... o que que era?
    I: eh... o meu primo::... lá de Santa Vitória... né? ele::/ foi ele e um colega dele... lá no arroio... ele estavam::/ foram pegar::... uns peixinhos de aquário assim... né? aí eles conseguiram pegar bastante peixe... meu primo... se machucou... teve um corte na barriga da perna... o::... amigo dele... socorreu ele... mas não foi nada grave... foi... um cortezinho à toa... né? e:: eles pegaram bastante peixinho... foi bom... ele me contou:: que... que::... pegaram bastante peixinho... foi... foi bom porque eles conseguiram vender depois...
    E: deu?
    I: deu...
    E: era isso? tá...

  • E: e:: o local... qual foi o local que tu escolheste pra descrever?
    I: foi a sala da minha casa... lá eu gosto de/ eu gosto de ficar lá::...lá é [a:bastante] ... gran::de... tem::... tem sofás... tem/ a minha cama está lá por causa que a casa está em obra... e aí eu durmo lá::... tem a televisão... tem o vídeo... eu gosto/ fico muito lá vendo televisão... a maioria do dia eu passo lá por causa que... a minha casa agora... em obra... eu não... não/ eu gosto mais de ficar no meu quarto... mas como está em obra... né? fico na sa::la... fico jogan::do...
    E: (o que mais tu tens?)
    I: ah... tem um aquário na parede... tem as janelas na frente... tem uma porta... tem uma mesinha... a nossa escrivaninha também fica lá... da minha e da minha irmã... eh::... é grande até...que agora não está [a:muito] grandepor causa que::... botaram muita coisa lá dentro... né? aí ficou pequenininha... mas se ( ) é bom de ficar lá...

  • E: o que que tu ias me ensinar a fazer que tu estavas dizendo? um procedimento... trocar correia de quê?
    I: de lavar roupa...
    E: ahn...
    I: é... meu [pai trabalha/]
    E: [máquina] de lavar roupa?
    I: é... meu pai trabalha com::... conserto de eletrodomésticos... e eu estou::... aprendendo também... né? não sei muita coisa... só::... sei trocar correias... algumas coisas... mas correia... [eu sei bem...]
    E: [como é que faz?]
    I: ah... a gente... desmonta ela... a parte de trás... tira a tampa de trás... né?
    E: desmonta o quê?
    I:a tampa traseira dela [a:primeiro] ...
    E: dela quem?
    I: da máquina...
    E: uhn...
    I: e:: depois a gente... afrouxa... apega uma correia nova ( ) e coloca... [s:a gente] [v:nivela] ela [a:direitinho] pra ela não ficar::... torta...porque se não ela pode bater na tampa e estragar a tampa/ a correia nova...
    E: uhn...

  • E: e::... o assunto... qual foi o que tu escolheste pra falar a respeito?
    I: eh... a fome... né?
    E: uhn...uhn...
    I: a fome é uma::/ é um grande problema no... no Brasil... muitas pessoas passam fome por causa/ a falta de... conscientização dos governo...as pessoas não::/ [a:só] querem saber de si mesmo... pessoas que vê... meninos na rua... pedindo alguma coisa... não/ ninguém esquenta a cabeça... é uma::...é uma coisa [a:muito] sériapor causa que::... por mais que::... que você::... não possa dar uma coisinha... alguma coisa você sempre pode dar... por causa que uma... uma criança que não come nada... muitas vezes as pessoas chegam nas casas assim... as crianças chegam... pedindo alguma coisa assim... “ah... me dá um::... um trocadinho pra mim comprar uma coisa... que eu quero?” assim... e a pessoa/ aí a gente pode resolver o... o assunto... dando alguma coisa pra ela... pelo menos passa um pouquinho a fome da criança... ) tira a ( ) fora...e [a:junto] com a correia... aí a gente bo/ a gente
    E: mas não resolve...
    I: não... não resolve... mas... a gente tem sem... sempre tem que tentar fazer o melhor de si... né? sempre tem que dar o melhor de si... tem::/ ah... as crianças não podem ficar assim por causa que é uma::... uma vergonha... um país tão rico em... em tanta coisa assim... a gente não pode deixar de... dar/ negar um pedaço de pão pra uma criança... um dinheirinho pra eles comprarem alguma coisa pra comer... muitas crianças até trabalham... suas mães trabalham... tem muitos pais que não::... não trabalham... mandam as crianças trabalhar... as crianças não chegam... com dinheiro em casa... eles dão pau nas crianças... jogam água fervendo... até apareceu na reportagem...esses dia apareceu... crianças... [a:muito] maltratadas... passam muita fome essas crianças... é uma tristeza nesse/ pro nosso país... né? é a grande vergonha do país...
    E: uhn...uhn... [a:só] isso... Fábio?
    I: é...
    E: obrigada...
    I: de nada...
Parte oral
1993
  • A nossa equipe estava perdendo por 1 a 0 quando um jogador do meu time recebeu a falta, foi dentro da área, pênalti.Me chamaram para bater, pois eu batia bem pênaltis eu fiquei nervoso ne hora, arrumei a bola dei uns 3 passos pra tráz e parti para a cobrança o goleiro caiu para o lado e a bola passou pro cima da trave, meus colegas de time me consolaram na hora e me me deram forças para esquecer esse momento infeliz.
  • Meu primo me contou que foi ao arroio com seu colega para pegar alguns peixes de aquário, ele mora em Santa Vitória do Palmar eles foram de bicicleta e pegaram muitos peixes, meu primo conseguiu vender bastante numa casa especializada em aquários de água doce.Ele pegou os peixes com uma rede grande, ele se cortou na barriga da perna, mas não foi nada grave.
  • Ela é bem A sala é bem grande, tem um aquário na parede, tem 2 sofás, tem uma cadeira, tem uma TV, tem um vídeo, que fica em cima da TV, um dos sofás fica na parede da frente, que tem 2 janelas, a TV fica de frente para esse sofá, o beliche fica do lado do sofá, porque os quartos estão em obra.A sala é grande, mas tem muitas coisas nela, assim ela fica sem muito espaço, a maior parte do dia tem alguém vendo TV, na sala também tem uma máquina de tricô.
  • Eu vou tentar ensinar como se troca a correia da máquina de lavar-roupas. [a:Primeiro] a gente tira a tampa traseira da máquinadepois tiramos a correia velha e colocamos uma nova, esse trabalha tem que ser feito com muita precisão para a correia não tocar na tampa.
  • Eu vou falar sobre a fome.A Fome é um assunto [a:muito] sérioque os governantes não se interessam muito.Todos nós temos obrigação de ajudar à uma criança que vai até nossa casa para pedir um pedaço de pão ou dinheiro.É uma pena que os governantes não se concientizem para poder ajudar os mais necessitados,eles precisam muito de ajuda, e [a:só] os governantes poderão dar (esta) essa ajuda.A (fo) fome é a grande vergonha do nosso país, acabando com a fome tudo seria bem melhor.Muitos pais não trabalham e mandam seus filhos para a rua tentar ganhar (alguns) algum dinheiro, muitas crianças não conseguem, quando chegam em casa sem (nem um) nenhum dinheiro, (seus pais) (dai) (o) apanham de seus pais que são capazes até de jogar água fervendo nas crianças.
Parte escrita
1993

  • E: qual foi o::/ a experiência que... tu vais contar pra nós? uma experiência pessoal...
    I: é... do passeio que eu fui... pra Barra... a gente estava indo de carro... eu... meu irmão... minha prima e meus pais...a gente estava indo... [a:só] que a gente queria ir pro Cassino... aí::... a gente resolveu pela... estrada da Barra... a gente parou o carro... a minha mãe sentou lá... fiquemo aí... pela volta... e tinha uma cerca de arame farpado que dava pra um::... mato assim... tipo ( ) essas coisa assim... e tinha uma placa que... dizia que era proibida a entrada... aí a gente resolveu se meter lá pra dentro... aí atravessemo ali a... a cerca... de arame farpado... eu... meu irmão e minha prima... a gente estava caminhando assim... e a minha prima não queria ir... né? “não... é besteira... vai...” tá... a gente resolveu (a) entrar... a gente achou que não tinha perigo nenhum... porque... um:: mato ali abandonado não ia ter ninguém... não ia ter guarda... não ia ter nada... aí a gente entrou... fiquemo dando uma olhada lá... tinha umas caixa de abelha... um monte de coisa lá... lá no meio... aí a gente entrou... a gente pensou que não::... tinha ninguém... aí quando a gente viu assim... começou uns latido assim... bah... um monte de cachorro... tri grandão assim... treinado... né? porque... era proibido a entrada... e saiu atrás da gente... a gente correu... correu... correu... estava longe da... da cerca de arame farpado... então estava... estava desesperado... né? pra chegar lá... a gente correu... correu... e os... os cachorro deram volta porque não... não/ eles não iam até o final... não ficavam até a cerca... a gente correu... se atiremo pelos arame... quase morremo ((riso)) ali arranhado... aí atravessemo... minha mãe ficou furiosa... né? da gente ter entrado lá... e aí::... fomos embora... mas ai que susto... foi horrível aquilo... quase morri...
    E: tá...

  • E: e::... o que que tu vais me contar pra nós... que tu estavas falando do teu primo... que aconteceu [com teu primo?]
    I: [ah... de um::...] assalto... assaltaram ele... ele foi/ falou que... foi... na Praça Tamandaré::... acho que era umas quatro horas... foi de tarde... que ele ia ir pra um curso... e... estava ele e o amigo dele... e::... dois pivete pararam eles assim com::/ acho que era canivete... não sei... sei que eles estava armado...e meu primo estava [a:só] com... passagem... não tinha nada pra eles roubarem... aí... ainda (tentaram tirar) os tênis dele... tiraram tênis... tiraram camisa... e do amigo dele também... e::... não... não tinha nada... e... ainda bem que não... não levaram nada além disso... e levaram só/ e levaram acho que até a passagem dele levaram... levaram tudo... tristeza... ainda bem que ele chegou bem em casa...

  • E: qual foi o... o local que tu escolheste pra descrever?
    I:foi o meu quarto... meu quarto... [a:bom] ... tem uma cama... um bidê... penteadeira... uma cadeira... tem o guarda-roupa...não é [a:muito] grande... e fica na::/ é:: o/ a primeira... peça da casa assim... é a sala... aí entra meu quarto... e::...
    E: o que que tem mais lá?
    I:acho que é [a:só] isso... não sei... um quadro... janela/ a janela dá pra rua... assim... fica bem/ é bem arejado... eu gosto de lá...
    E: uhn... uhn...
    I: entra bastante luz...
    E: tá...

  • E: tu estavas falando que tu ias me ensinar a... fazer...
    I: arroz?
    E: fazer arroz... como procedimento...
    I: [a:bom] ... a gente pega uma panela... vou te falar com medida... tá?
    E: uhn... uhn...
    I:pega uma panela... [a:meia] grande assim...aí pra quatro pessoas acho que são... duas xícaras de arroz... é... duas xícaras de arroz... aí... lava o arroz... aí bota na panela duas xícaras... bota três de água... não... bota o arroz... bota o óleo... e bota um pouquinho de sal... aí bota... três xícaras d’água... aí mexe... deixa refogar... acho que é cin/ não sei... quanto tempo... dez minutos... ah::... deve ser dez minutos... aí... deixa secar... está pronto...

  • E: e o tema que tu escolheste... vais falar sobre o quê?
    I: eh... educação... mais em relacionamento assim... professor e aluno... e:: eu acho que agora está...está bem melhor... [a:antigamente] ... professor e aluno era... aquela coisa assim... aquele respeito... e agora ainda é mas...
    E: hoje não [tem respeito...]
    I: [agora/ não...] tem... mas está mais aberto assim... estão::/ não sei... estão se::/ estão::/ ai... como é que eu vou te dizer? está mais aberto o relacionamento deles... e eu acho que isso ( ) ajudou... um pouco a gente... e::... isso está... influenciando mais o aluno... eles tão mais amigos... e não está bem... essa coisa assim de mestre... e::/ não sei... está::/ agora a gente está::/ a gente está reclamando muito por causa de... educação... essas coisas...está [a:muito] ... está [a:meio] ... sem força essa coisa de:: educação... está/ falta de recurso e::... o governo também não está dando muito/ muita atenção pra isso...está sendo [a:muito] desvalorizado os ensino hoje... e:: não sei... eu acho que tinha que ter mais... mais participação da::... comunidade também na escola e... mais recurso de governo... e mais interesse dos alunos também... está muito... desinteresse... estou vendo isso... e também está/ não sei... eu acho que é isso... está... faltando mais é integração das pessoas... né? na escola também...e está/ [p:em] [a:geral] ... não sei... está [a:muito] desvalorizado o ensino...
    E: das escolas?
    I: é... eu acho que é isso...
    E: obrigada... Flávia...
Parte oral
1993
  • Eu e minha família estavamos indo de carro para o cassino, quando resolvemos ir pela estrada da Barra.Resolvemos parar na beira da estrada para dar uma olhada pelos campos de lá.Eu .meu irmão e minha prima entramos lá, atravessamos o arame que separava o campo da beira da faixa.Quando estavamos indo minha prima resolveu voltar,mas meu irmão disse que era besteira dela, mas [a:mesmo] assim ela não queria irpois no mato tinha uma placa proibindo a entrada.Já tinhamos caminhado muito quando ouvimos o latido de cachorros e saímos correndo, correndo, correndo...Chegamos na cerca eos cachorros foram embora mas [a:mesmo] assim nos atiramos na cercae nos arranhamos todos.Então, minha mãe ficou furiosa e fomos todos embora...
  • Meu primo me contou que ele e o seu amigo fram assaltados na praça tamandaré por volta das 4:00hs da tarde quando iam para um curso.Dois pivetes armados de canivete pararam os dois e queriam roubar o seu dinheiro, mas como tinham apenas as passagens de ônibus os garotos roubaram deles os tênis e a blusa que estavam.Mas pelo menos meu primo e o seu amigo chegaram bem em casa...
  • O meu quarto possui: uma cama. uma penteadeira, um bidê, uma cadeira, o guarda-roupas, uma janela que deixa o quarto bem arejado e iluminado, há também quadros e (fica) meu quarto fica na 1o eça da casa, assim que se entra em casa, vem a sala e depois o meu quarto do lado.
  • Para se fazer um arroz para 4 pessoas é necessário uma panela [a:meia] grande, 2 xícaras de arros, óleo. um pouco de sal, coloca-se 3 xícaras de àgua, mexe-se tudo depois coloca-se no fogo por uns 10 minutos e pronto.
  • O relacionamento entre professores e alunos [a:atualmente] está [a:muito] melhor que [a:antigamente] , pois agora não é mais aquilo de “mestre” e aos poucos os professores foram se tornando nossos amigos.O que atrapalhava esse (rola) relacionamento [a:antigamente] era o respeito que existia;não que isso não exista agora, mas agora essa liberdade nos ajuda muito.O que causa (esses) problemas na educação brasileira é a desvalorização dos professores e do ensino;também o desinteresse e a falta de integração da comunidade e do estudante nas escolas.E a falta de recursos do governo.
Parte escrita
1993

  • E: Kelly... conta pra gente alguma coisa que te aconteceu? tu já tinhas escolhido o assunto... né? já estava conversando antes...
    E: ahn...ahn... eu::... um dia estava saindo de casa... à noite... aí cheguei na esquina e encontrei dois colega meu... os dois chamavam Eduardo... me convidaram pra dar uma volta... aí eu saí com eles e::... um deles... foi pra trás pra conversar comigo... e eu disse que não... que não estava::... a fim de conversar::... de conversar com ele... estava a fim de conversar com o amigo dele... aí ele ficou bravo e começou a me xingar... disse que::... que isso não era certo... aí nós paramos e o amigo dele veio pra trás... aí nós fomos... fomos conversar... ele perguntou meu nome... perguntou o que que eu fazia... e eu... eu disse que eu estava estudando... ele disse/ perguntou se eu não queria sair com ele... aí nós marcamos um dia pra sair... nós saímos... bebemos uma::/ bebemos bastante... começamos a conversar... e::... ele perguntou se eu estava a fim de ficar com ele... aí ele di/ eu disse que sim...que estava [a:muito] interessada... aí ele começou a ir lá na minha casa... nós conversava... ele... ele começou a se dar bem com os meus pais... e::... aí nós começamos a namorar... e saía todo dia... a gente ia pro Canalete... ah::... a minha mãe... conversava com ele... o meu pai perguntava se ele era um guri direito... aí me levou lá na casa dos pais dele... cheguei lá... conversei com a mãe dele... o pai dele começava a mexer comigo... me chamava de caçarola... aí::... ele::/ às vezes a gente estava caminhando na rua... passava algum... algum cara... ele começava a me xingar... ficava com ciúmes... se eu cumprimentava ele perguntava quem era... da onde veio... o que que ele fazia... passava uma guria... ele também fazia isso... a gente chegava lá na casa dele... às vezes eu fazia comida e tomava café::... ah::... varria a casa... a mãe dele sempre dizia que eu era uma::/ que eu era uma guria prestativa... e::...
    E: tá...

  • E: e::... o que que tu ia nos contar o que aconteceu com tua amiga?
    I: [a:bom] ... ela me contou... o nome dela é::... Luciana... ela me contou que um dia... que um dia ia saindo de casa... de noite... e que ela encontrou dois caras... aí ela me disse que um delas/ um deles... atacou ela e pediu o relógio e os brincos... aí ela me disse que... que tentou reagir... que começou a bater nos caras... e que::... um deles pegou e jogou ela no chão... aí ela disse que começou a gritar... gritar... mas que ninguém via... ninguém atendia a ela... aí::... ela me contou... também que vinha vindo um velhinho na rua... e que eles pegaram o velho também... e que tentaram roubar... roubar o:: relógio do velho... aí... um cara deu um tapa nela... e o relógio saltou longe... e o cara disse que ia arrancar os brincos da orelha dela... aí ela começou a chorar... começou a chorar... chorar... e o velho também estava apavorado... e::... aí ela disse que::... que eles conseguiram pegar o relógio... que estavam tantando arrancar os brinco... aí o velho começou a... a gritar... a tentar bater neles e eles estavam até com::... uma faca... e disse pra... pra ela que se ela não... não desse os brincos... que ele ia::... que ele ia cortar ela... aí até que ela pegou e deu os brinco pra ele pra ver se... se eles deixavam ela quieta... né? e o velho pegou e::/ o velho pegou e... e disse que não entregaria o relógio... porque::... ele tinha comprado há muitos anos... aí ela pegou e disse/ perguntou pros cara se já podia ir embora... né? aí os cara disseram que não... se caso o... o velho não entregasse o relógio... que eles iam machucar ela mesma... aí ela pegou e::/ o velho pegou e deu o relógio... e ela foi::/ e ela conseguiu ir embora... aí ela foi lá na delegacia... deu parte e tudo... mas não... não houve nada...

  • E: qual foi o lugar que tu escolheste pra descrever?
    I:minha sala... [a:bom] ... a minha sala::... quer dizer::... a minha sala tem... sofás... tem... dois espelhos na parede... tem a televisão... tem uma mesinha... tem um barzinho... tem uma estante... na estante tem... tem dois cavalo... tem... dez caneca de chope ((riso)) tem... dois vasos... tem... (os meus cadernos) tem::... tem copos... tem... deixa eu ver o que mais... tem o tapete no chão... tem outra estante... tem... bebida dentro do barzinho... deixa eu ver o que mais... tem cortina... tem um::/ uma janela... tem uma porta... tem um... um lustre... e tem uma parede que é com eucatex...
    E: uhn... uhn... é isso?
    I: é...

  • E: o que que tu ias/ estás me falando de doce... né?
    I: é... é uma torta de pavê...
    E: de quê?
    I: pavê de banana... é assim...eu pego... leite condensado... bato uma gemada... [v:boto] os dois [a:juntos] ...aí boto num prato refra... refratário... corto:: oito bananas... nanicas... e boto ali... aí bato uma clara em neve... boto em cima... aí pego e boto no forno... e::... deixo até que a clara lá em cima dore... aí depois eu boto dentro da Frigidaire até que fique mais consistente... depois a gente come...
    E: pra quantas pessoas dá?
    I: dá mais ou menos pra umas::... nove pessoas...
    E: ahn... ahn...

  • E: e::... qual foi o assunto que tu escolheste?
    I: miséria...
    E: uhn... uhn...
    I: eu fico/ às vezes eu... estou passando nas ruas assim... olho os menor abandonado::... às vezes brigando... discutindo... se agarrando a pau por causa de um pedaço de pão... às vezes eles... eles roubam na rua... porque eles precisam o que comer... às vezes vão no Super... pegam alguma coisa... e apanham dos guarda... né? e os guarda dizem que eles estão roubando... mas não... não é porque eles querem... é porque eles sentem fome e não têm como comer... eles não trabalham porque::... eles olham pros menor e acham que::...que eles [a:só] vão ali [a:só] pra roubar... mas não... eles querem um pedaço de... de pão... um prato de comida... se su/ se sujeitam a fazer qualquer serviço... lavar vidro de carro...lavar... vidro de janela... limpar rua... pra ver se::... eles conseguem comida... mas...assim os menores são [a:muito] discriminado... né?e::... outro dia... eu vinha vindo na... na rua... um deles me atacou... aí ele disse assim... que precisava de um pedaço de pão... eeu fiquei sem saber o que fazer... eu fiquei até chorando [a:mesmo] ... né?aí::... o baixinho começou a pedir de... de porta em porta... chegou uma... uma velha e disse... que não tinha o que comer... e que se::/ que se desse seria um... um prato de comida... um prato de comida numa lata ali na... na rua pra ele comer...
    E: uhn... uhn... e o que que tu achas disso?
    I: ah... eu acho horrível... eu acho que eles tinham que dar serviço assim... pros... pros menores... porque eles sentem fome e não têm o que comer...
    E: tem mais alguma coisa?
    I: não... não tem mais nada...
    E: obrigada... então...
    I: de nada...
Parte oral
1993
  • Um dia eu saí e encontrei uns amigos o Eduardo e o outro Eduardo de carro eles pararam e me convidaram para dar uma voltinha e eu aceitei.Sentei atrás com 1 deles e no meio da conversa eu disse que estava interessada no outro e este pulou para trás comigo.Saímos no dia seguinte e então começamos a namorar eu ía em sua casa, comia, tomava café eu dava-se super bem com os meus paisenfim era [a:só] isso.
  • A Lucianna me contou que outro dia ía saindo de sua casa à noite e foi assaltada por dois caras, ela me contou que um deles pediu seu relógio e ela tentou reagir e pegaram também o velhinho que passara por alí.Ela me contou que o velhinho gritava e que também eles ficaram interessados em seus brincos.Depois de alguns minutos eles se foram.
  • A minha sala têm dois sofás, dois espelhos, 1 televisão, 1 janela, cortina, 1 porta, 1 estante nela contém 1 cavalo, canecos de chopp, 1 vaso e e uma mesinha.
  • Eu faço o pavê de banana da seguinte forma: Eu bato mais ou menos uma xícara de gemada e junto com 1 lata de leite condensado, corto 8 bananas nanicas ecoloco [a:junto] em um prato refratário.Bata as claras que sobraram das gemas e coloque por cima.Leve ao forno e deixe até dorar por cima.Rendimento= + ou - 6 a 8 porções.
  • Eu fico horrorizada de ver as crianças abandonadas nas ruas brigando as vezes até por um pedaço de pão, batendo de porta em porta, procuram emprego e não conseguindo por ser menino(a) de rua.Sendo [a:totalmente] marginalisados.A miséria assusta e não está sendo feito nada para que isto mude.
Parte escrita
1993

  • E: [a:bom] ... Daniele... o que que tu pode contar que aconteceu contigo?
    I: eu vou contar uma briga... (antes)/ a guria estava mexendo comigo... né? aí a guria começou a apontar o dedo pra mim... eu fiquei nervosa... virei e dei-llhe um soco na::/ no peito... dei-lhe um soco na cara da guria... que aí... a guria caiu no chão... eu comecei dá-lhe... dá-lhe na cara dela... dá-lhe... dá-lhe... aí eu peguei ela pelos cabelo... rodopiei ela... e só/ larguei ela no chão... bati de cara no chão... aí ela veio de cima/ pra cima de mim... me puxando os cabelo... dei um soco na cara dela... e:: ficou um hematoma na cara da guria... eu comecei a dar risada... a guria começou... chorar... chorar... chorar e eu dava risada...

  • E: [a:bom] ... eu uma coi/ alguma coisa que te contaram...
    I: que a Sara dormiu com Rafael... e:: que o Rafael convidou a Sara pra dormir na casa dele... pra fazer uma janta... compraram champanhe... pegaram taça... e a Sara botou umas bermuda sem calcinha... e começou a desfilar pro Rafael...

  • E: tens algum lugar pra descrever... [pra mim?]
    I: [a minha sala de aula...] a minha sala de aula tem muitas cla::sse...é [a:muito] bagunçada... [a:muito] suja... tem uma árvore de Natal... muitos cartazes... muitos armários... e tem um quadro...
    E: um quadro...

  • E: e tem alguma coisa que tu saiba fazer?
    I: sim... um bolo... no bolo vai... farinha... ovo... fermento... leite... açúcar... chocolate... (ahn...) aí deu...
    E: deu? que mais? que mais que tu fazes... com o bolo?
    I: eu acen... eu acen/ eu boto no forno...

  • E: e::... me diz uma coisa... ahn::... que opinião tu gostaria de dar... sobre que assunto?
    I: sobre o Natal...
    E: qual é a tua opinião sobre o Natal?
    I: eu queria falar... se o Natal é tão bom assim pros outros que têm dinheiro... por que não pode ser pros outros que são pobre também?
    E: uhn... uhn... mais alguma coisa?
    I: ahn::... eu queria que todo mundo tivesse dinheiro...
    E: dinheiro? dinheiro pra quê? pra comprar bastante presente?
    I: é...
    E: então tá... obrigada...
    I: de nada...
Parte oral
1993
  • A guria começou a gritar comigo é ela me em purou e me deu um soco no peito e me empurou e eu dei um soco na guria e derubei ela no chão e comecei dar na cara dela eela me puchou dos cabelos e ai eu [v:dei] mela [p:de] [a:novo] e comecei a rir e ela começou a chorar.
  • Que a Sara tinha dormido com o Rafael e ele tinha convidado ela para dor mir na casa dele e ela fes uma janta e pegou a champanhe e as tasas e ela tava com umas bermudas cem calsinas.
  • Ela tem muitas clases e chusa e revirada tem armarios tem árvore de natal e um quadro.
  • Eu boto farinha ovo fermento açucar chocolate e boto mo forno e ligo e deixo achar e quando tapornto desligo o forno.
  • Eu gosto do natal porque eu ganho muito presente e eu queria queas pessoas pobres ganhase também quelas divesem dinheros para comprar presente.
Parte escrita
1993

  • E: Felipe... tens alguma coisa pra contar... que aconteceu contigo?
    I: sim... do::... tombo da minha bicicleta... eh... foi assim... ah... eu estava::... ali no::/ em frente ao colégio... Silva Paz... todos os meus amigos conseguiam pular um buraco... né? e eu fui tentar... aí... a roda/ a primeira roda da minha bicicleta... caiu no buraco... e::... e eu capotei... tchê...

  • E: e alguma história que te contaram?
    I: foi... o meu pai que contou que... que o tio... vinha vindo/ que o meu tio vinha vindo... e indo pra Porto Ale/ pro Porte Alegre... né? e::... quando ele ia indo pela estrada... um cavalo passou... e não deu tempo dele frear... aí o cavalo... bateu no vidro dele... e::... estragou todinho o carro... tchê...

  • E: e algum lugar que tu queiras descrever...
    I: a ca... a casa da minha avó... por causa que... tem uma sala... tem o quarto do meu tio... o quarto/ o quar/ o quarto da minha avó... né? a cozinha... e o banheiro...

  • E: e alguma coisa que tu saibas fazer?
    I: fazer meu leite...
    E: como é que tu fazes o teu leite?
    I: eu... eu pego o:: copo lá... eu boto açúcar... e Nescau... aí eu boto... leite... e depois mexo...

  • E: e::... qual a tua opinião? tens alguma opinião de algum assunto?
    I: tenho... sobre o policiamento nas ruas... porque eu estava acon/ na... na cidade de Rio Grande... está acontecendo muito assalto... né? aí eu queria que... botasse mais policiamento nas ruas...
    E: então tá... obrigada...
Parte oral
1993
  • Foi que no segundo dia que eu tinha ganhado bicicleta, eu fui pular um buraco e a primeira roda caiu no buraco e eu cai um tombo.
  • Meu tio ia indo para Porto Alegre quando o cavalo entrou na pista e não deu tempo para freia, o cavalo foi por cima do vidro.
  • A casa da vó: tem uma sala de estar e de jantar tem o quarto do meu tio e da minha avó e o banheiro.
  • Acontece assim: eu boto açucar e nescau no copo e leite e depois eu mexo.
  • Eu quero mais policiamento nas ruas, na nossa cidade [a:principalmente] estão acontecendo muitas assaltos.
Parte escrita
1993

  • E: Maria Cláudia... tem alguma história que aconteceu contigo que tu queiras me contar?
    I: tem... é que uma/ nesse verão... eu fui... no Arroio com a minha família... e eu fui... nadar... e como eu sou mui/ não sei nadar... eu fui dar um salto... de cima da ponte... que o meu sobrinho fez... e eu fui fazer também... aí... em vez de eu ir pra frente... pra mim pegar fôlego... não... eu vim vindo pra trás... vim vindo pra trás ((riso)) pedindo socorro e ninguém ((riso)) ninguém vinha... ninguém... ninguém assim... achava que eu estava me afogando... eu quase morri... aí o meu irmão pegou/ e ele viu que eu estava pedindo socorro... aí ele::... me atendeu... e a mãe/ minha mãe nem ligou assim... que ela achava que era brincadeira minha...
    E: tu quase morreste afogada...
    I: é...

  • E: Maria Cláudia... agora tem alguma história que alguém tenha te contado... e tu queiras contar?
    I: tem... é que::/ ela já está casada... uma::... amiga minha... que ela morava... do lado da minha casa... minha vizinha... aí::... ela uma noite... ela foi acampar com os escoteiros... que ela era dos escoteiros... e pulou um/ perto... era perto do Arroio também... e ela/ pulou um sapo ((riso)) em cima da mão dela... e ela fazia assim... fazia assim pro sapo sair... aquele sapo melequento na mão dela ((riso)) e... ela pegou... né? e acordou todo mundo e ninguém acreditou nela... achava que era mentira... que o sapo já nem estava mais... o sapo estava na mão dela... ela estava assim... né? ela estava dormindo... aí o sapo pulou assim... aí... pulou no ombro dela... pulou na mão dela... e ela sa/ que sapo gelado... né? e ela saiu correndo... acordou todo mundo... e depois... chegaram e... até deram uma licença pra ela... porque ela foi acampar... e acordou todo mundo e ninguém acreditou na história dela...
    E: [a:muito] bem... Maria Cláudia...

  • E: agora... tu queres me descrever um lugar?
    I: um lugar? eu/ é lá no Cassino... é um camping que tem lá... é Camping Dunas... é tri ( ) e é o go/ eu gostei muito... o lugar que eu mais gostei... daqui do Rio Grande... né? foi no Cassino... e no Cassino você tem praia ( ) que a gente vê todo ano... quando vai no Cassino... né? e eu fui naquele camping... eu nunca tinha assim visto um camping tão bonito... que eu já fui... no camping::... do Rio Grande... assim... do Cassino... tem muitos... né? e eu fui no Camping Dunas... e eu achei legal lá...
    E: e como é... este camping?
    I: ah... ele... ele é... ele é bonito... ele tem::... ele tem assim tipo um riacho que tem...tipo uma cachoeira... [a:só] que não é assim::... natural...e tem ( ) [a:todo] verde... tem um monte de árvore... e eu subi em cima das árvores com meus irmão... tri gostoso lá... fui eu... meus irmãos... minha familía todinha...
    E: [a:muito] bem... Maria Cláudia...

  • E: e agora tu queres me ensinar a fazer alguma coisa?
    I: eu vou lhe ensinar a contar piada ((riso))
    E: me ensinar a quê?
    I: a contar piada...
    E: tá...
    I:eu vou contar uma piada pra senhora [a:primeiro] ... aí se a senhora aprender a senhora aprendeu... se senhora não aprender a senhora não aprendeu... eu vou lhe ensinar... a piada... de um filme... não é/ não que eu vi num filme... é... é uma piada... que me contaram... que::... três rapazes... eles foram no cinema... aí chegou lá... eles estavam com um sino na mão... e o porteiro chegou pra eles dizendo/ e disse não... não pode... não pode entrar com esse sino dentro do cinema... e [s:eles] disseram um monte de coisa pra [v:entrar] [a:escondido] ... [v:pagaram] ... tudo [a:direitinho] ... mas não puderam entrar... por causa do sino... aí tinha uma... uma fogueira... tinha uma fogueira... na frente do cinema... e aí eles pegaram e... “ah... vamos nos desfazer desse sino... eu quero ver o filme..." e jogaram o fil/ o::... sino... na fogueira... qual era o nome do filme?
    E: não sei...
    I: Os Assassinos ((risos))
    E: [a:muito] bem... Maria Cláudia... mas tem alguma brincadeira...que tu gostes muito... algum jogo... alguma coisa assim... que tu [queiras] me ensinar?
    I: [brincadeira?] um jogo que eu gosto jogar muito é vôlei...
    E: e como é ? assim... como que tu faz para jogar vôlei?
    I: tem uma bola de vôlei... eu jogo com a bola... ora... reúno... umas cinco... sete pessoas assim... eu jogo...
    E: e como que tu estruturas o jogo?
    I: uai... eu faço/ lá na (minha) quadra a gente tem rede... aí... eu tenho uma bola... uma amiga minha dá a rede... e a gente/ se a gente tem::... seis pessoas... aí a gente pega e::... faz de três... três em cada campo... aí depois a gente/ sai... seis que estão no campo e entre mais seis...
    E: uhn:: [a:muito] bem...

  • E: Maria Cláudia… tu queres me dar uma opinião sobre alguma assunto?
    I: sobre a vida… que tem muita gente que::… assim… que com os tempos de hoje… estão se matan::do… por causa da miséria… não sei se pela miséria… pela violência… e a vida… a gente não pode fazer isso… porque a vida é feita pra viver…
    E: [a:muito] bem… [a:muito] obrigada… Maria Cláudia...
Parte oral
1993
  • Tudo aconteceu em uma tarde de domingo eu fui ao arroio com a minha família e tinha uma ponte que se chama a ponte dos trilhos o meu sobrinho se atirou da ponte eu fui me atirar e fui indo para o fundo e não para frente eu fiquei sem fôlego e quase me afoguei eu pedia socorro e ninguém me ouvia o meu irmão viu e me ajudou eu disse para minha mãe mas ela nem acreditou
  • Um dia a minha amiga me contou que ela foi acampar com os escoteiros e ela estava no saco de dormir e veio um sapo emsima dela ela acordou todos os escoteiros e contou a história que aconteceu com ela mas ninguém acreditou por que o sapo já nem estava lá
  • Uma vez eu fui acampar em um campinge estava [a:muito] legalo nome do camping era Camping Dunas lá tem arroio, morros, árvores eu aproveitei demais o passei foi demais
  • Querida professora eu vou lhe ensinar a jogar vôlei tem que ter uma rede e um número par de jogadores se tiver três ficam na reserva e três no campo precisa de uma rede e de uma bola e um juízé [a:muito] divertido é demais.
  • Eu acho que a violência, a miséria e a fome são as piores coisas que existem em qualquer lugar do mundo as drogas e os vícios estragam a vida e a vida é feita para viver.
Parte escrita
1993

  • E: Thiago... tem alguma história que tu queiras me contar? que [aconteceu] contigo?
    I: [tem] sim...
    E: então conta...
    I: uma vez... né? eu fui no... no Cassino... e fui andar a cavalo... quando eu fui... subir no cavalo... quando eu subi pelo lado caí pelo outro...
    E: ((riso)) que desastre... hein... nunca mais andaste de cavalo?
    I: ( ) ainda... causa que é a primeira vez que eu andei...
    E: uhn::...

  • E: e Thiago... e tem alguma coisa que alguém tenha te contado?
    I: ahn... ahn... o meu primo foi::... foi pra um lugar... né? e montou/ foi assim... tipo um rodeio... e montou num touro... e conseguiu ficar vinte minutos em cima de um touro...
    E: (foi) o maior sucesso ((riso))
    I: obrigada...

  • E: Thiago... tu queres me::... descrever algum lugar... alguma coisa?
    I: sim... eh::... Porto Alegre... um lugar que eu... que eu... gostaria de morar lá... e::... porque eu... tinha muitas/ tem muitas escolas... bonitas lá... e::... tem um lugar que eu gosto... que é o colégio lá do/ onde estuda o meu primo... que é o... Belas Artes...
    E: Belas Artes...
    I: Belas Artes...
    E: e como é essa escola?
    I: ah... é uma escola grande... tem... duas piscinas... e... lá tem o::/ como ( segunda a sexta série... e... vários jogos...
    E: uhn::... [a:muito] bem...

  • E: Thiago... tu queres me ensinar a fazer alguma coisa?
    I: quero... a jogar... futebol...
    E: então me ensina...
    I:futebol é um jogo simples é [a:só] ... ter uma bola... e::... e doze jogadores... daí vai... seis para cada lado... ou... ou se não... vinte e dois... daí vai onze para... pra cada lado...
    E: uhn... e como que... transcorre o jogo?
    I: ahn? cada ( ) jogadores... pega a bola... e::... não joga com a mão... [a:só] o goleiro joga com a mãoe os jogadores jogam com o pé... pra::... fazer o/ pra fazer o gol...
    E: é isto?
    I: é...

  • E: então... Thiago... tu queres me dar uma opinião sobre algum assunto?
    I: sim... sobre a:::... a violência...
    E: (então) conta... fala o que que [tu achas] da violência...
    I: [não...] eu não sei... eu não gosto de violência... por causa... que violência... já basta o::... que aconteceu com os... com os pobres de rua... que houve a:: chacina da Candelária...
    E: o que que tu achaste [daquilo?]
    I: [hein?] eu não... eu não gostei daquilo...
    E: por quê?
    I: porque...isso daí eles [a:só] fazem com [s:pessoas] que não têm... assim... que não têm como::... [v:viver] assim... [a:direito] ... como os rico...e depois eles... pagam pra... matar as pessoas pobre...
    E: [a:muito] bem... Thiago...obrigada...
Parte oral
1993
  • Uma vez eu fui andar a cavalo [a:junto] com os meus primose daí o meu primo o meu primo foi montar no cavalo e subiu porum lado e caiu pelo o outro.
  • O meu primo foi num rodeio e quiz se ezibir a montar num touro.Ele montou e logo já caiu.
  • A escola a onde o meu primo estuda!é em Porto Alegreé um lugar [a:muito] bonita.Este lugar tem varios ginásios e o nome da escola é Belas Artes.
  • Jogar futebol é [a:muito] simplesprecisa de vinte e dois jogadores e três auxiliares precisa de uma bola! [a:só] o goleiro pode agarar a bolae os outro jogadores jutam a bola.
  • Jacina da Candelária!a jacina é uma coisa que eu não gosto por que ela é e violenta,eles [a:só] fazem isso com os pobres que não tem comida e nem roupaisso eu não gosto.
Parte escrita
1993

  • E: [a:pronto] ... Fernanda?
    I: eu vou contar a história do perfume... um dia... eu me acordei... botei muito perfume e aí... aí eu fui almoçar... e... aí depois minha mãe/ depois do almoço... minha mãe... me mandou pro colégio... aí quando eu cheguei no colégio... eu vomitei::... na fila... e... uma mulher me levou pra secretaria a:: diretora me levou pro... pro refeitório... e... lá no refeitório me deram um chazinho... chamaram minha irmã pelo telefone... e ela veio me buscar e me levou pra casa...
    E: uhn tá... [a:só] isso?
    I: é...
    E: tá...

  • E: Fernanda... conta agora uma... uma/ alguma coisa que aconteceu com alguém e te contaram... tu estava falando na/ no sorvete?
    I: [é...]
    E: [é?] fala então...
    I: minha irmã me contou que... uma ami/ que ela foi sair com uma amiga dela na praia... e elas foram comprar um sorvete de casquinha... né? da Zum Zum... e aí na::/ elas compraram... aí depois na saída a amiga dela não... viu a escadinha... né? e... tropeçou... caiu... e::... e::... caiu o sorvete... né? derramou todinho o sorvete... estava cheio de gente... lá... E:é?
    I: é...

  • E: ô::... Fernanda... qual foi o local que tu escolheste pra descrever?
    I: a::... sala de aula...né? lá na minha sala de aula tem dois qua::dro... que é/ um... eh... minha tia passa as (família)... e outro ela escreve... e... lá tem as filha... é um guri... uma guria... um guri... uma guria...
    E: nas filas?
    I: é...
    E: tá...
    I: e... tem a::... sala de aula... né? tem a janela assim... daquelas tipo... sabe? [e::]
    E: [o tipo] qual o tipo de janela?
    I: aqueles/ como é que eu vou te explicar? ah...
    E: tá... são muitas janelas?
    I: é...
    E: tá...
    I: e... tem a porta... lá em cima no teto... sabe? tem um ventilador... só...
    E: só?
    I: só...
    E: então tá...

  • E: o que que tu vai me ensinar a fazer agora?
    I: como escovar os dente... a::... [a gen/]
    E: [como] o quê?
    I: escovar os dentes...
    E: uhn:: ((riso)) fala...
    I: a gente pega a escovinha... né? bota a pasta de den::te e depois... escova... deita a escovinha... escova trinta pro/ pra bai::xo... trinta pro outro lado... trinta pra cima... trinta pra cima... aí depois... fecha os dente assim e escova... (uns) trinta...
    E: tá... escova?
    I: pra um lado... aí depois pro outro... e na frente... sabe? e depois a gente só/ enxugo a boca...
    E: depois a gente o quê?
    I: enxuga a boca...
    E: enxuga?
    I: é...
    E: ah...
    I: deu?
    E: deu? tá...

  • E: ô::... Fernanda... como escovar os dentes... né? sobre o que que tu vai falar?/ ah... ((riso)) como escovar os dentes foi demais... sobre o que que tu vai falar? qual é o assunto que tu escolheste?
    I: criança e de rua... sabe? o governo devia de::/
    E: quem?
    I: o governo... devia de... construir uma casa pros pobre... né? e... quando eles fosse pedir assim... né? na... porta... a gente dar as coisinha pra eles... porque eles precisam mais do que a gente... a gente tem... né? eles precisam mais... só...
    E: uhn... uhn... só? não tinhas falado mais alguma coisa sobre escola pras crianças [também?]
    I: ah:: é... a:: escola... eles precisam da escola... que tenha pra::/ que tenha bastante... educação::... ensinar a eles... né? pra eles... ter educação assim como a gente...
    E: deu... Fernanda? [a:só] isso? [a:muito] obrigada... então...
    I: de nada...
Parte oral
1993
  • Um dia eu botei muito perfume e ai eu fui almoçar e ai minha mãe me mandou para o colégio com minha írmã na entrada eu fomitei na fila e uma mãe de uma coleguinha minha me levou para a secretaria e a diretora me levou para o refeitorio e mideram um chicara de chá e a diretora telefonou para minha írmã e minha írmã venho me boscar e ela levou para a casa.
  • Minha írmã me contou que ela foi com sua amiga e a amiga dela foi (com) comparar um sorvete de casqinha (e) na zum-zum e quando ela saiu da loja ela não viu a escada e (e) ela caiu e tava um mundareu de pessoas na rua.
  • Na minha sala de aula tem dois quadros e tem um monte de janelas e tem uma porta e no teto tem um (vemt) ventilador e tem as classes é um menino e uma menina.
  • Bota a pasta na escova e deita a escova (e) para escovar os dentes de traz (tri) e escova trinta veses os de traz e as da vrente e depois enchagoa a boca.
  • O goverrno devia de fazer uma casa para (eles) as crianças de rua e quando uma criança ir pedia na nossa porta a gente dar uma coisa para elas pirque elas pressigam mais choque a gente e o governo devia de botalas numa escola para elas ter bastante educaçasmo agente.
Parte escrita
1993

  • E: e::... Luana... tem alguma história que tenha acon... acontecido contigo que tu queiras me contar?
    I: tem...
    E: qual?
    I: (eu me lembro... né?) eu fui/ o meu pai tinha ido pra casa e eu tinha ficado na casa da minha avó... ( ) meu pai... minha mãe... meus irmão... aí... o meu pai esqueceu a mamadeira do meu irmão... lá na minha avó... aí eu fui correndo... e o cachorro pulou assim na minhas perna... foi um cachorro assim bem grandão... aqueles... assim... brabo... policial... aqueles... aí meu pai jogou areia na::/ nos olho dele... não adiantou... aí ele veio pra cima do meu pai... meu pai jogou um tijolão nele... aí ele foi pra dentro assim e o homem veio com uma arma... né? aí disse assim "se tu matar meu/ minha cachorra vou te dar um tiro..." aí... disse assim "tu vai ?" a minha avó veio... né? e... e disse assim "tu vai ( ) ... minha filha?" aí ele disse assim "não... ora..." aí disse assim "então experimente matar que tu vai ver que eu te entrego pra polícia..." aí acabou...

  • E: e... Luana... tem alguma história que alguém tenha te contado que tu queiras me contar?
    I: pode ser::... qualquer história?
    E: qualquer história...
    I: não precisa ser historinha assim::... de::... assim...
    E: historinha infantil?
    I: é::...
    E: não:: não precisa... a história que tu quiseres... que alguém tenha te contado e tu vais me contar...
    I: tá... minha mãe... né? me contou... que uma vez a minha avó estava... batendo na porta e saindo correndo e dizendo que era uma pessoa que estava batendo... né? aí a minha mãe disse... que apareceu um bicho... pra ele... né? aí ele saiu correndo pra baixo das coberta... e... e a minha avó... e a minha avó... e a minha/ a mãe dele disse assim... "viu como é bom... bater na porta? e... ese tu [v:bater] [p:de] [a:novo] vai aparecer..." aí:: ele... fica com medo e foi pra baixo das coberta...
    E: ((riso)) [a:muito] bem...

  • E: agora... Luana... tu queres me descrever algum lugar... alguma coisa?
    I: em algum lugar?
    E: algum lugar ou um lugar... qualquer coisa...
    I: se eu quero (escrever)?
    E: é... sim... tu vai... tu vai me contar como que é este lugar...
    I: como que é esse lugar?
    E: lugar que tu gos::tes...
    I: como aqui no colégio?
    E: pode ser...
    I: pode ser? que eu goste de escrever?
    E: não::... assim... ó... tu vai/ tu... escolhe um lugar que tu goste... de ficar...
    I: de ficar? aqui no colégio...
    E: tá.. e como que é o teu colégio? me conta... faz de conta que eu não conheço o colégio... eu não estou no colégio e tu vais me contar...
    I: o colégio é gran::de... bonito... ahn... eu gosto de::le... né? ele é um... bem bonito...a sala de aula também é [a:muito] grande a sala de aula... tem muitas turmas também... e...
    E: o que mais?
    I: tem muitas mesas assim... ah... tem cadeiras... tem a... a sala da di... diretora... tem a vice-diretora... tem um refeitório...
    E:uhn... [a:muito] bem...

  • E: Luana... e::... alguma coisa que tu queiras me ensinar a fazer? qualquer coisa...
    I: ditado...
    E: fazer ditado?
    I: é...
    E: então como é? me explica bem explicadinho pra mim aprender...
    I: tá... eu boto o número um... depois boto o número dois... depois boto o número três... depois boto o número quatro... depois bo... boto o número cinco... depois o... o número seis... depois o número sete... depois o número oito... depois o número nove... depois o dez... aí se for até vinte... né? aí a gente bota os pontinho do lado... aí a professora... dita as palavrinha e a genta bota do lado...
    E: vai escrevendo?
    I: é...
    E: [a:muito] bem...

  • E: e Luana... tu queres me dar opinião sobre alguma coisa... algum assunto?
    I: quero...
    E: qual assunto?
    I: qual assunto... ((gravação interrompida))
    E: pensa um assunto... que tu gostes de falar... que tu aches importante...
    I: eh... pode ser sobre os dentes?
    E: pode...
    I: os dentes... né? eles têm/ a gente tem que cuidar... escovar todos os dias... depois das refeições... por causa que... que se não... cria cárie... né? ( ) quetem uma cárie bem aqui assim... [a:só] que ela é... pequenininha... né? aí... tem que cuidar bem... também tem... a minha avó... ela é/ os dente dela é tudo cariado aqui... né? então...a cárie é [a:muito] ... assim... a/ os dentes são [a:muito] importante... a gente tem que cuidar bastante... tem que... escovar todos os dia... na hora de acordar::... depois... depois do almo::ço... depois... que a gente::... acor::da... depois que a gente... jan::ta... né? então... a gente tem que... cuidar bem dos dentes...
    E: [a:muito] bem... Luana... obrigada...
Parte oral
1993
  • éra uma vez u meu pai e aminha mãe estavão imdo para casa e os meus ermaos eles se esqueserão da mamadeira do meu ermou e eu fui levar a mamadeira e o cachorro pulou emmim e eu sai corendo e o meu pai ajogou areia no alhos do cachorro e não adiantou e ele ajogou um tijolo e o cachorro saiu corendo e o vizinho disse se ele machuca o meu cachorro eu vou limatar e a minha vo falou o cinhor vai sustenta a minha filha e ele disse não
  • aminha mãe disse Luana tu sabia que não se bate na porta o teu avo bateu na porta e sesustou e denoite apareseu um bicho para ele
  • aminha escola é [a:muito] bonitaetem 4 balreiro eles são [a:muito] bonitosna escola tem muitas salas de aula e tem tambem o refeitorioeu acho [a:muito] bonitoe tem as profesouras que eu gosto [a:muito] boa para mim
  • como se fais Dita pega e mota o numero um até dez e vailando as palavras
  • como se escova os deites pega a escova e bota pasta de deite e escova os deitesé [a:muito] empotamteescovar os deites
Parte escrita
1993

  • E: Rafael... tens alguma coisa pra me contar que tenha acontecido contigo?
    I: tenho...
    E: então... conta...
    I: ((silêncio))
    E: alguma coisa que tenha acontecido contigo...
    I: do meu tombo de bicicleta...
    E: como é [que foi]?
    I: [é que] eu estava andando de bicicleta... aí o Jonas veio... bateu em mim com a bicicleta dele... aí eu caí no chão.. aí ele ajudou a me levantar... fomos até lá em casa... depois eu fui lá na/ pro hospital... que eu tinha::... abrido aqui... e aí... depois eu vim... e passou... engessou...

  • E: e alguma coisa que te contaram?
    I: que assaltaram a casa do Jonas... que ele me contou... roubaram o vídeo-cassete... máquina fotográfica... ahn::... as duas bicicleta... aí depois... veio os policial... aí acharam os cara...recuperaram [a:só] a máquina fotográfica... e aí depois... passou...

  • E: e tens algum lugar pra decrever?
    I: um? tenho...
    E: o quê?
    I: ahn::... do apartamento da minha dinda...
    E: como é que é o apartamento da tua dinda?
    I: tem uma sala... ahn::... dois quarto... um banheiro... um corredor que vai pro banheiro... a varanda... só...

  • E: e alguma coisa que tu saibas fazer?
    I: suco...
    E: como é que tu fazes o suco?
    I: eu pego... espremo a laranja... eh...coloco... numa jarra... coloco açúcar... [a:pronto] ...

  • E: Rafael... tens alguma opinião... pra me dar?
    I: tenho... do Natal... ahn...porque o Natal é [a:muito] bom...eu comemoro o Natal lá na casa da minha avó... a gente faz uma festa... ahn... faz um churrasco... eeu ganho também muito presen/ muitos presentes... [a:pronto] ...
    E: o que que tu achas assim do Natal... além de bom?
    I: bonito...
    E: bonito? tá... obrigado...
Parte oral
1993
  • Eu tava andando de bicicleta com o - meu anigo Jonas cuando ele veio e bateu em mim e eu fui para o ospital - que eu abri qui oi pasou
  • que asaltaram a casa do Jonas irobaram o vidiocasete a maquina fotografica eai veio o pulisial - e pegou o cara eai pasou
  • A casada dinda tem uma sala - tem um corredor que vai para - o banheirro e tem dois cuartos - e uma cuzinha
  • Eu faço um suco asim pego uma - jarra espremo a laramja coloco - o açucar
  • O natal é bom porque nos ganhamos muintos presentes - e ele é lindo
Parte escrita
1993

  • E: Sisney... tem alguma história que aconteceu contigo que tu queiras me contar?
    I: como assim... histórias?
    E: uma coisa que tenha acontecido contigo...
    I: que a professora fale?
    E: não::... assim ó... (deu) em uma brincadeira... em alguma coisa... que aconteceu contigo e tu queiras me contar...
    I: eu quando eu... quando cheguei em casa... minha mãe olhou os meus cadernoss... né? em meus caderno eu errei... eu errei... três no ditado... né? aí minha mãe falou assim/ era de dez eu errei três... ela falou assim "que guri... quê?tu és [a:muito] burro..." e eu falei assim... "ah::" eu ta...eu ta... eu estava recém entrando no colégio... né? quando eu...quando eu entrei eu acertei... eu a... eu acertei/ sei lá... as palavras... né? as metades... e por a/ eu falei assim "eu errei três..." e a... e a minha mãe achou bonito o meu caderno... e... e... só/ e a unica coisa que eu tinha errado era o ditado... né? aí o::... o::... o meu pai olhou... olhou... olhou... não viu aquele ditado... né? que a mãe tinha arrancado da folha porque... não... não queria ver/ que o pai veja aquela folha... aí... a mãe falou assim "tu vai apanhar... guri...” e eu e eu falei assim "ah:: eu não apanhar..." e quando... quando eu falo... ia me dar... né? eu fugi... ( )
    E: ah... é isso? [a:muito] bem...Sisney...

  • E: e tem alguma historinha que alguém tenha te contado que tu queiras me contar?
    I: pode ser da::/ do Chapeuzinho Vermelho?
    E: pode...
    I: a... a... a... a mãe da ma/ da... da... da Chapeuzinho Vermelho... pediu pra ela levar umas... umas frutinhas pra vovozinha dela... aí ela foi... aí ela foi... e a mãe dela falou assim... "não vai pelo caminho da floresta..." ela falou assim "tá... eu vou..." tá? ela foi pelo caminho da floresta... né? aí no... no... no:: no::... coisa assim... né? ela encontrou um... um homem... né? que era o lobo mau... que ne/ que estava disfarçado... e falou assim "onde você vai... menina?" "na casinha da minha vovó..." aí ela falou assim... pra/ o:: lobo mau falou assim "pra onde que é?" "pra lá..." tá... “pra lá...” aí o lobo mau chegou na casa dela... pegou a vovozinha e enfiou dentro do... do... do guarda-roupa... e deixou a... a... a... Cha/ a::... a:: vovo/ ele se vestiu a roupa da vovozinha... e se deitou na cama... aí a Narizin/ a::... Chapeuzinho Vermelho chegou ((imitação de batidas na porta)) “vovó...” "abre a porta menininha... está aberta..." "eu trouxe esse/ essas frutinhas pra você..." e ela falou assim "ai... que bom..." aí ela falou assim "vovó... que nariz tão grande que a senhora tem?” “é pra cheirar você melhor..." "que mãos grandes a senhora tem?” "pra se abra/ pra... lhe abraçar melhor..." "que unhas grandes a senhora tem?” "pra pintar melhor..." "que orelhas grandes a senhora tem?” "pra escutar melhor..." "que boca grande a senhara tem?” "pra lhe comer melhor..." aí ela saiu correndo... e o::/ e a::/ e os caçadores pegaram... mataram o lobo mau... e aí terminou a história...
    E: [a:muito] bem...

  • E: e::... Sisney... tem alguma... alguma coisa que tu queira me descrever me s/ saber como é?
    I: ah... sobre a minha casa... sobre a escola... ((trecho de I sem descrição))
    E: e como que é o teu quarto?
    I: ah... eh... ele tem... a minha cama e a cama do meu irmão... né? aí... ah... tem a minha estante... que eu coloco minhas coisas... né? os meus brinquedo... lá em cima tem um armário que eu coloco o:: o meu/ as minhas roupa... e as do meu irmão... e o meu irmão... brinca com... com meus brinquedo... ( ) e eu arrumo ele e arrumo a casa... pra minha mãe...

  • E: e que que a pessoa tem que fazer pra andar sempre bem limpi::nha?
    I: tem que tomar banho...
    E: tu acha importante?
    I: escovar os dentes... a gente ganhou a escovinha e a... e a coisa... né? pra escovar os dentes... e o... creme dental... aí eu coloco um pouco de... creme dental e:: pasta de dente... né? que tem que colocar pra misturar e...escovar os dentes... isso… [a:só]

  • E: Sisney... o que que tu acha de pessoas assim como essa::... menina que ficava dizendo que a tua casa era fe::ia... o que que tu acha de pessoas assim?
    I: ela é... ela é nojenta... ela até/ ela... de vez em quando ela estava tirando... eh... muco do nariz... aí ela ( ) na boca assim... aí eu falei assim “ai cre:::do...”ela... ela é [a:muito] metida também... ela falou/ ela/ eu estava com meu pirulito... né? ela falou assim "aí ô... Quico..." ela me chamou de Quico... porque o Quico... anda sempre com aquela bolona grande e eu tenho uma igualzinha... e e eu ando sempre::... pegando um pirulito e::... chupando aqueles pirulito grande... assim... sabe? e eu/ e... e o:: Quico/ ela me chama sempre de Quico... eu não gosto...
    E: e me diz uma coisa... Sisney... tu disseste que ela tira o muco do nariz e põe na boca? e que que tu acha disso? essa falta de higiene?
    I: é porca... porca ((riso de E))
    E: e:: Sisney... tu ia nos falar sobre/ dar uma opinião sobre um assunto... qual é?
    I: qual assunto?
    E: é...
    I: como assim... assunto?
    E: um assunto... o que que tu::... pensaste em me falar?
    I: agora já me esqueci...
    E: já esqueceu? ((risos)) mas pensa noutro assunto pra me falares... pra me dizer o que que tu a::chas... que vocês conversaram em aula... algum assunto que tu conversou com a tia Eva...
    I: a tia Eva de vez em quando ela fa... fala coisas sérias... e ela falou pra... que não era pra contar pra nimguém... os assuntos sérios que ela fala...
    E: é? então tá... e tem algum assunto que tu achou importante? por quê?
    I: porque ela falou que tem que se escovar os dentes... todos os dias... e depois... e depois das refeições...
    E: uhn... por quê?
    I: ah... pra::... ficar limpo... né? os dentes... e:: não ter cárie...
    E: uhn::... [a:muito] bem... Sisney... obrigada...
Parte oral
1993
  • eu errei no ditado 3 e asertei 7 ea minha mãe olhou o meu caderno e achio [a:muito] bonitoe a minha mãe achou que eo es tra com medo escom deu o meu coderno e feo o tro rido do que achou bonito
  • a mãe do chapelzinho vermelo e falo para ir na casinha dar vovó e ela man dou a chapelzinho vermelho não ir pelo mato e a chapelsinho falou eu ir pela istrada eu vou levoe e chegou o lolo e flou para onde vais eu vou visitar a vovo visitar com doses gostosos e vou tar go a com tur e a chapelsinho vermelo fou que a casa e ro a diante [s:o lobo] [v:chegou] [a:pimeiro] e botou a vovó no armarioe vistiu a roupa da vovó e a chapesin vermelho chegou na cozinha da vovo pom pm pm quem e e a sua netina em tre javou es ta encosto que o rellar gar des vovozinha tem que bouca garande vo vozinha tem e para te comer melor ui ui ui ui veio o casador matou o lobo e tirou a vovó do armario e ganhou o premio de melor casador fim
  • como e o meu cuarto.ele e bonito cheio e adesivos no vittro do meu cuarto e tem a minha cama e a cama do meu irmãe e tem o meu guardar roupas- e a minhas roupas fica no lado direito e o do meu irmão e no edo: esquerdo
  • e emportamte secovar os demtes e eu vou imsinar a voce a es covar os dents e asim voce poca a es cova e coloa a pasta o creme demtal e escova parala e paraca em fim e depois que voce fico com os demti limpos vo tome agoa e cospe a agoa de vouta nabouca:
  • e emportamte lavo as mão e empotamte estovos os dentis e tomar banho tambem porque que voce aixa que eu gosto de fazer todas etas coisas posque eu gosto e faser estas coisas:
Parte escrita
1993

  • E: Carlos ... hoje nós vamos fazer uma:: narrativa de ... experiencial ... você pode me contar alguma coisa que você passou ... que foi bom ou foi ruim ... que conte como experiência sua ...
    I: é:: assim é ... eu vou contar um ... um ... um acidente que aconteceu comigo em setenta e três né ... uma coisa que marcou muito ... na minha vida ... é eu tinha seis anos ... aí nós saímos da ... nós morávamos em Nova Descoberta ... aí nós saímos de casa né ... a passeio durante o ... pela manhã ... eu ... eu ... meu irmão ... papai ... um motorista ... num jipe ... e a empregada que ia grávida também né ... a empregada lá de casa ... aí a gente foi pra Pium né ... aí a gente foi de manhã ... aí ficamo lá o dia todinho né ... aí o pessoal bebeu e tudo né ... foi na volta ... é:: à tardezinha aí ... a gente ia num ... num jipe né ... num jipe até velho sem capota sem nada ... de praia ... aí chegou em frente à Soriedem na BR ... aí um ... um ... um ônibus da ... da empresa Nordeste né ...nós vinha de lado esquerdo da ... da pista [a:geralmente] carros... pra:: é:: cortar outro ... corta pela esquerda né?
    E: hum ...
    I: ((carro passando)) aí ele veio no ... na ... na ... na ... na ((riso)) aí ele veio pediu ... pediu pra passar ...aí o motorista também tava [a:muito] melado né... aí passou ... aí na ... na ... na ... aí o motorista não deixou passar ... aí ele cortou pela direita e trancou a gente e jogou todo mundo na BR ... aí foi aquele aperreio todo né ... eu ... eu perdi logo os sentidos ... eu né ... num ...num me lembrei mais de nada né ... [a:só] quem ficou desacordado foi a empregada... papai ... meu irmão ... e o motorista lá ... ((carro passando)) aí ... foi sorte ... sorte da gente também porque apesar de ser um ...um horário ... [a:muito] movimentado né... a gente num ... a gente ... não passou né nen/ nen/ nenhum carro na hora ... porque a gente ... ficou todo mundo estendido na ... na ... na ... lá na BR ... na pista ... e passou algumas pessoas e prestou socorro à gente né ... prestou socorro à gente lá pro ... pro Walfredo Gurgel ... nesse tempo o Walfredo Gurgel prestava ((riso)) hoje num presta ((riso)) aí ... eu sei que foi todo mundo pra lá né ... aí eu fiquei ... aí o pessoal ... papai ... meu irmão e ... e ((carro passando)) ea empregada e o motorista sofreu [a:só] escoriações leves né... foram medicados e liberados né ... pra casa né ... e eu fiquei quase um mês lá internado né ... fiquei quase um mês sem dormir ((carro passando)) sem dormir porque muito ... muitas escoriações pelo corpo né ... isso aqui ... essa parte daqui ... daqui do ... do ... no meu rosto ... abriu ...
    E: parte superior ...
    I: sim ... abriu isso aqui ... ficou aqui pendurado aqui ...
    E: nossa ...
    I: aparecendo aqui a raiz dos dente e ... e os ossos aqui né ... todinho ... aqui também isso aqui ... é no meio do meu ombro também raspou na ... na ... na ... no asfalto ... e ficou ...também ficou quase no ... no osso né ... [a:praticamente] ...aí eu sei que [s:eu] fiquei esses dias todinho lá ... sem [v:dormir] [a:direito] ...coçava muito né ... aquele negócio sarando né ... aquelas ferida cicatrizando ... aí eu fiz uma plástica ... tive que fazer uma plástica aqui e aqui né ... e se tivesse sido até ... talvez se tivesse sido outro tipo de ... de ... operação ... tivesse costurado assim ... talvez hoje tivesse apa/ aparecendo a ... a marca né?
    E: [a:inclusive] isso que eu ia falar ...você não tem marca ...
    I: é e foi ...também [a:muito] bem feitoné?o médico lá era ... era [a:muito] bom...aí eu fiquei esse tempo lá e [a:só] no final de sema/ depois de um certo tempoé que ... que iam me visi/ que é ... eu pude receber visita né ... eu acho que duas ou três semana ... [NULL SUBJECT] num me [v:lembro] [a:direito] ... aí eu e o pior que eu não ... não podia ... não poderia receber visitas assim ... entrar em contato assim direto não ... com a pessoa não ... eu ficava num prédio e é minha família ficava lá do outro lado né ... mamãe ... papai ... ficava lá do outro lado ... como da/ da/ daqui ali na ( ) não ... pra cá um pouquinho assim ...ficava [a:só] falando de longe ...
    E: mas por que isso?
    I: e ... e eu num sei ... num sei ... até hoje eu num ... num entendi ... num entendi de jeito nenhum ... e eu fiquei tão ... é a ...ficou tão cheio de escoriações nas pernas [a:principalmente] ... que eu pensava que num ia andar mais ... num tinha quebrado nada ...mas tinha medo de andar ... aí fiquei quase esse tempo todinho que passei no hospital numa cadeira de roda ... tinha medo de ... de ... de ... de levantar e num poder andar ... interessante ... num sentia dor nenhuma mas eu ... eu tinha medo num sei por que ... aí fiquei nisso aí né ... todo e todo final de semana eu via o ... o ...meus parentes né ... [a:só] de longe né... a ... a sorte é que fui bem ... bem atendido tanto pelo médico como as enfermeira ... lá tinha enfermeira até que eu ... gostei muito né ... dela ... e a ... a empregada também ... depois de um certo tempo ... eu num me lembro quantos ... quantos mês ela tava de ... de ... de gravidez ... mas ela dormia lá em casa né ...aí o menino nasceu até em casa [a:mesmo]...
    E: devido o::
    I: é e foi prematuro né? aí o menino foi ... eu tava até dormindo ...dormia lá no meu quarto [a:só] ... lá com meu irmão ela lá dormindo...que ela era [a:praticamente] da família... aí eu escutei quando ... eu escutei à noite o berro do menino ((riso)) aí disse ... que é isso?
    E: num tinha nenê em casa ... ((riso))
    I: é ...aí o menino nasceu ... nasceu [a:aparentemente] bom né... mas quando foi pro hospital ... morreu no hospital ...
    E: ah ...
    I: foi o susto né? ela teve ...
    E: foi ...
    I: aí foi terrível ...o motorista [a:só] teve um corte na ... na ... na ... na testa aqui... ((pausa)) sim ... o motorista né? como eu ... como eu havia dito ...tinha ... teve [a:só] um ... um corte na ... na ... na testané ... e .... ficou fazendo os curativos né ... e depois recuperou-se né ... mas eu ... eu tive é ... apesar de ter ficado bom né ... com essa ... essa cirurgia que fiz ... mas tive seqüelas né ... fiquei com seqüelas como ...meus dentes ficaram num sei quantos anos ... [v:caindo] [a:sozinho] ... [v:amolecia] [a:sozinho] e caía...é [a:só] sem ver de que caíae também tive que ... eu tava ... tinha seis anos né ... me prejudicou também na ... na ... no crescimento né ... no meu desenvolvimento né ... no meu desenvolvimento também ... o médico disse ... que me prejudicou também ... e eu acho que em outras coisas também ... me afetaram muito sabe?
    E: e você sente o que ainda hoje?
    I: nada ...eu só ... eu só sinto ... é ... ((riso)) eu [a:só] tenho lembrança [a:mesmo] que ...((riso))
    E: os dentes não caem mais?
    I: não ... num cai mais não ... porque naquele tempo era dente de leite né ... ((riso)) agora eu recuperei todinho né ... se eu fosse adulto já aí ... ficava ruim ...ficava [a:todo] banguelo((riso)) é isso aí né?

  • E: Carlos ... hoje nós vamos ... fazer é:: a narrativa recontada ... você vai contar pra mim uma história ... ou um filme ou um livro ... que alguém ... tenha contado pra você ... quer dizer ... alguém contou pra você e você vai contar pra mim ... uma narrativa recontada ... o que que você vai me contar ou recontar?
    I: eu vou contar um filme né ... que o meu irmão assistiu ... gosta muito de filme de terror ... é mais suspense do que terror ... é esse filme é ... o nome dele é ... cemitério ... cemitério maldito né ... ele ... aconteceu no ... no ... no ... era ... era uma história de uma família ... que ia passar um tempo ... num sei ... ia sair da cidade né ... dos Estados Unidos e ia passar um tempo no interior ... numa cidadezinha ... que a ... tipo ... tipo um povoado né ... um povoado ... aí nesse ... nesse povo/ parece queera um negócio assim bem ... bem distante [a:mesmo] da capital... tinha é uma ... tinha a casa ... a casa lá que eles iam passar né ... passar um tempo lá e tinha uma avenida bem movimentada que passava no meio ... e do outro lado tinha outro casarão bem velho ... todas ... todas as duas casas eram grandes e velhas né ... bem velhas ... aí nessa ...nessa casa morava um velho né ... sozinho ... a casa grande ... mas [s:ele] morava é ... [v:morava] [a:sozinho]... é ... nessa outra casa ... tava desocupada né ... que eles iam ... num tinha vizinho pra lá ... aí era ... a família era um menino ... uma menina ... o pai dela ... a mãe dela ... e um gato ... ((riso)) um gato preto bem fofinho ((riso)) aí eles foram pra lá né ... chegaram lá no carro ... acho que era nas férias lá ... nas férias lá ... nas férias da ... da ... das criança lá ... dos filhos dele né ... aí passaram lá né ... muitos dias aí ... chegou esse velho lá na casa dele ... chegou esse velho na casa deles ... esse velho que morava em frente a eles ... na outra casa do outro lado da pista ... aí ... como é ... fez ... é pra ... chegou a eles ... pra fazer amizade com eles né ... aí ... [a:junto] a essa ... essas duas ... essas duas casas ... descendo assim uma ribanceira... tinha um ... um cemitério ... aí chamava cemitério maldito ... porque o velho ... o velho tava é:: porque o pai lá da ... das crianças perguntou ao velho lá ... por que esse cemitério ali né ... por que se chamava cemitério maldito né ... aí ele foi contar a história né ...era maldito porque [a:antigamente] ... é ... tinha ... [a:só] existia aquele cemitério alie a casa desse velho ...aí a ... a/ avenida era [a:muito] movimentada lá ...era não ... [a:exatamente] era [a:muito] movimentada ...ainda era no tempo que ele morava lá ...aí ... passava [a:principalmente] muitos caminhões... pesado né ... aí havia muito acidente ... havia muito acidente ... morria muita gente ...e a dos carro [a:mesmo] porque já que num morava muita gente lá num ... num atropelava ninguém não... era ... carro batendo no outro ... virava porquea velocidade era [a:muito] grande... tinha uma curva lá perto da ... da casa lá ...bem pertinho aí [a:só] andava em alta velocidade lá... aí no ... no meio da estrada não tinha onde enterrar né ... aí de tanto enterrar aquelas pessoas ali ... criou-se um cemitério né ...aí chamou cemitério maldito porque [a:só] morria pessoal dalida ... da estrada né ... da alta estrada ... aímas o cemitério era ... era [a:muito] ... muito ... era abandonado [a:mesmo]...apesar de tá as covas lá [a:direitinho] ... também esse cemitério também ... ele era chamado de maldito porque nesse ... nesse cemitério ... onde foi construído esse cemitério forçado né?
    E: é ... forçado ...
    I: forçado ...ha/ ha/ havia [a:antigamente] era uma ... uma tribo de índio né... aí você sabe que onde há essa ... essas tribo de índio ... há um ... um ... é:: local santo que eles chamam né ... ali num pode ser construído nada ... nem ... nem cemitério nem nada ... também né ... aí ... havia ... onde tinha a parte baixa do cemitério e a parte alta do cemitério onde os índios lá fazia ... os negócio dele lá ... os culto dele lá ... num sei o que é ... aí ... essa família né ... essa família ... gostou do local e ... no final de semana ... final de semana não ... todo dia ... eles tavam de férias lá ... chamava o ... à noite ... o pai dela ... os meninos ia dormir e o pai deles iam pra casa do velho lá ... tomar uma cervejinha e ... o velho con/ ficava contando as histórias que acontecia ali na estada né ...durante o dia eles faziam ... [a:geralmente] almoçavam né ... na ... na ... lá no gramadoque tinha ...era [a:muito] bonito o local... assim diz meu irmão ... ((riso)) aí ...
    E: ele que viu?
    I: é ... armava lá ... armava lá uma barraca lá ... e fazia tipo um piquenique né ... e chamava o velho lá ... esse ... o vizinho dele ... pra também compartilhar lá da ... da ceia lá né ... aí num acontecia muita ... muita coisa não ... era sempre essa ... monotonia né ... tinha telefone também lá na casa né ... de vez em quando ele se comunicava com outras pessoas da família lá na cidade ... pra saber como é que tava e tudo né ... aí um dia o pai deles ... o pai do menino resolveu ir pra cidade né ... parece que ele ia ... parece que ele ia dar um curso lá ... porque ele trabalhava na área médica ... aí ia dar um curso ... foi dar um curso de primeiros socorros assim né ... aí no dia ele dava curso de socorros ... no outro dia aconteceu um ... um ... tava havendo um jogo lá na ... na universidade lá ... [s:um menino] se machucou ... se [v:machucou] [a:gravemente]... num me lembro com o que ele se machucou ...aí eu sei que ele tava [a:muito] ... muito (avaliado) né...um rosto [a:muito] estragado... aí levaram lá os outros alunos o amigo dele ... levaram ele lá pra enfermaria lá ... e ele que tava lá teve que prestar socorro ao cara lá né ... aí eu sei que ele fez os curativos lá no ... no ... no cara todo ... era bem jovem o cara ... e o cara num ... num ... num ... num sobreviveu ... morreu né ... e deixou uma frase ... pra ele ...deixou uma frase aí [a:muito] interessantee ele ficou encucado ... com aquela frase ... num tô lembrado qual foi a frase ... mas ele deixou lá uma frase e ele ficou lembrando né ... o tempo todo aí é ... aí/ cobriu lá o corpo né ... e levou lá pra o ... o:: fazer a necrópsia lá né ... aí ele foi pra casa né ... eficou pensando [a:só] nisso né... como é que aquele menino havia morrido ... aí foi pra casa né ... aí quando foi à noite ... nessa ne/ nessa noite ... aí ele ... dormindo lá no ... no ... no quarto aí ... aí viu a:: o menino lá que tinha morrido ... ele viu lá na porta do quarto lá ... o menino lá com o mesmo rosto ...do mesmo jeito né ... [a:todo] estragado lá... e dizendo a mesma frase ...
    E: nossa ...
    I: e ele ... ele ficava assustado ... mas num tinha medo assim de ... de ... de ... de sair da cama correndo não ... ele ficava assustado lá ... e ficou durante dez dias ...esse menino vinha lá na porta lá ... [a:só] vinha na porta lá e dizia esse negócio né... uma mensagem ... num tô lembrado ... qual era a mensagem que ele dizia ... aí vinha aí contava a ... a mensagem ... dizia a mensagem ... aí o:: aí o ... aí o gato lá no durante ... uma história lá ... o gato foi atropelado por umas dessas carretas que passavam na ... na ... na ... lá na ...lá na avenida lá né ... [a:só] que quando ele foi atropelado... [a:só] tava o pai da menina em casa... o pai da menina em casa né ... a mulher dele e os dois filhos tinham ido pra cidade ... aí a filha dele gostava muito do gato né ... os filho dele gostava muito do gato ... aí chegou em casa ... aí perguntou lá ... pelo gato ... “cadê o ...” aí disse o nome dele ... num tô lembrado o nome dele também ... aí chamou ... aí o pai dele ... pai dela ... pai deles ... enrolou ... enrolou num é ... aí eles acreditaram pelo menos por enquanto ...
    E: enrolou em quê?
    I: enrolou ... disse ... inventou uma mentira lá que ... parece que ... inventou uma mentira lá que ... o velho lá que morava vizinho lá tinha levado o gato pra passear num canto ali né ... aí ... aí por enquanto acreditaram né ... mas também foi durante o dia ... mas quando foi à noite né ...foi [v:perguntar] [p:de] [a:novo] pelo gato né... ele num sabia mais o que dizer né ... aí tava na sala reunido depois da janta ... na sala de estar ... aí chegou ...o gato apareceu na janela ... [a:todo] sujo...sujo de óleo e assim [a:meio] caído...
    E: com um aspecto de atropelado ...
    I:é [a:exatamente] ...mas num tinha nada sangrando não nele né ... num tinha nada machucado nele ... aí a menina chamou pelo nome dele e ele pulou no colo da menina lá né ... e ele começou a analisar como é que a menina ... o gato tivesse vivo né ... se esse gato num tan/ num tava vivo ...
    E: é ...
    I: tinha aparecido também ... mas se bem que ele apareceu como se fosse vivo ... que ela foi pegar e tudo né ... e ele sem saber como é que foi aquilo né ... aí ficou com o gato ...mas [a:só] que o gato num ... num ... num estranhava... [a:só] se dava bem com as crianças... com o pai e com a mãe dele num ... num ... num se dava bem de jeito nenhum ... quando ele tava só em casa o:: gato pulava em cima pra arranhar né ... pra arranhar ele ... o ... o pai de/ pai dele tava ... tava tomando banho ... o gato apare/ o gato apareceu na ... na ... na janela lá do ... do ... do banheiro ... ele tava tomando banho na banheira ... ele pulou dentro e rasgou o ... o ... o pai dele todinho ...num matou não ... [a:só] fez arranhar né... depois ele pegou um cabo de vassoura meteu no gato eo gato foi embora ... [v:desapareceu] [p:de] [a:novo] ... passou o dia todinho fora o gato ... aí ele tinha ... tinha o porão ... onde guardava as ferramentas ... umas coisas assim tipo um ( ) né ... aí ele levava o ... tinha ... ele ia sempre lá pra pegar o material pra fazer limpeza esse negócio ... mas quando ele foi lá outro dia ... aí ele ...lá tava o gato lá né ... [p:de] [a:novo] [v:dando] aquele miado feio né... pra banda dele lá ... mas num atacava não ... aí ele pegou quando ele pegou lá um cano ... e saiu correndo atrás do gato meteu no gato eo gato [v:foi] embora [p:de] [a:novo] né ... aí ... a ... os menino resolveram num dia que tava sozinho em casa ... ir pra ... pra ... ir dar uma volta pra conhecer o cemitério ... vamo lá ver o cemitério lá que a gente num conhece ... aí quando entraram lá no cemitério né ... aquela fumaça ... aqueles negócio lá né ((riso)) de assombração ... aí ... ouvia também gemido e tudo né ... e as crianças começaram a ficar com medo né ... aí tentaram sair do cemitério ... foi que num acharam mais ...o cemitério era [a:muito] grande... num acharam mais a saída ... aí quanto mais eles iam andando maiseles entravam no cemitério ... era [a:muito] grande... aí subiram nessa parte assim né ... que é ... fica na parte de baixo e tem a parte alta e nessa parte de ... de ... deram lá na ... na ... num campo bem grande assim ( ) bem grande onde os índios fazia os negócio dele lá ... a ... as reza dele lá ...aí ficaram [a:muito] assustados... que era um negócio bem diferente assim ...ficaram [a:muito] assustado e voltaram pra casa... conseguiram sair de lá e voltaram pra casa num sei como ... como ... num sei como foi ... meu irmão disse que também num entendeu não como ... eles conseguiram voltar em casa e contaram lá ao pai dela né ... que tinham ido ao cemitério né ... hoje à tarde tinha ido ao cemitério e tinha visto aquilo e aquilo outro ... aí o pai deles brigou com eles porque eles tinham ido lá né ... num era pra ter entrado no cemitério ... e quando foi à noite ... [s:o cara] ... que tinha se acidentado [v:apareceu] [p:de] [a:novo] né ... chamando ele pra ir lá no cemitério o cara ... tinha um negócio pra mostrar né ... aí foi e seguiu né ... aí ele à noite né sozinho ... botou lá um agasalho ...tava [a:muito] frio... aí foi aí seguiu o cara né ... seguiu o cara ... ele tava sempre assim um pouco de longe ... uma certa distância ... aí seguiu até lá em cima né ... quando chegou lá em cima ... o cara desapareceu e ele levou um escorrego que foi bater lá em baixo ... ((riso))ficou [a:todo] arranhado também... mas num ... num teve nada não ... e também num ... num entendeu o porquê né? que aconteceu aquilo com ele ...mas [s:ele] resolveu [v:subir] [p:de] [a:novo] e viu lá o ... o cemitério lá... lá dos índios né ... aí voltou ... desceu né ... foi pra casa ...quando foi à noite foi [v:tomar] uma cervejinha com o velho [p:de] [a:novo] ... aí perguntou ao velho é ... o que era aquilo né ... que o velho não tinha contado muitas coisa sobre o cemitério ... sobre aquele lugar ... ele num tinha lhe contado aquilo ali ... aí ele falou ... tinha sido ... ali era ... era terra in/ indígena ... sagrado né ... ninguém podia ... ninguém ... ninguém podia construir nada ali ...num podia ser construído nada ... [a:principalmente] esse cemitério ... que foi feito esse cemitério né?aí ele ficou assim ... aí o ... o ...ele começou a ver depois desse dia ... [s:ele] começou a [v:ver] [p:de] [a:novo] esse cara e falou pra esse velho também que tava vendo esse cara e começou a falar né ... mas escondendo sempre alguma coisa da mulher e dos filhos né ... aí o velho disse que havia um jeito né ... pra acabar com aquele maldição toda né ... aí falou lá pra ele que ele era ... ir lá em cima na parte desenterrar lá um negócio que tava enterrado lá ... uma pedra lá ... uma pedra sagrada de cima ... aí ... ele foi armado e tudo né ... foi armado com ... com revólver ... com espingarda ... e um cassetete lá ... que ele num tinha muita arma ... aí chegou lá em cima ... aí tentou lá encontrar o lugar e num encontrou ...aí voltou pra casa e no outro dia e foi [v:fazer] [p:de] [a:novo] outro almoçoque tava lá naquele almoço lá do lado de fora ... na grama lá ... era perto da ... da avenida ...aí o menino que era [a:muito] fofinho ... [a:muito] bonitinho... o menino deles lá ... aí resolveram ... tavam ... tavam na ... intertido lá con/ conversando lá dizendo brincadeira ... aí resolveram sair lá de perto deles né ... aí foram lá pro lado da estrada né ... aí quando ... quando foi chegando lá perto da estrada lá ... foi que viram né ... o menino ia atravessar a rua e vinha um carro ... uma carreta ...
    E: era pequeno?
    I: era bem pequenininho ... aí chegaram na ... na ... na .... e gritaram pelo menino eo menino [a:muito] cri/ muito ... muito acriançado... num entendeu foi nada ... aí atravessou a rua e a carreta pegou ele né ... aí matou ... aí o cara ficou doido né ... todo mundo ficou doido ... a menina chorou muito também ... a irmã dele ... aí ele ...aí enterrou ... enterrou lá no cemitério [a:mesmo] ... resolveu enterrar lá no cemitérioné ... porque ele inventou de enterrar lá no cemitério porque ... viu que o gato também ficou enterrado lá no cemitério né ... foi enterrado no cemitério e o gato ressuscitou né ...((riso)) E:voltou ...
    I: ((riso)) voltou ... aí enterrou lá no ... no cemitério lá ... e ficou na esperança que o ... o menino também voltasse né ... porque o gato voltou ...[a:realmente] quando à noite o menino bate na porta lá e quando ele atendeu era o menino lá...era o filho dele né ... [a:todo] sujo também...não tava nada estragado não né ... [a:muito] sujo [a:só] ... igual o gato ...
    E: de areia né?
    I: hã?
    E: de areia?
    I:é ... da areia ... [a:exatamente] ... [a:muito] sujo... aí ... de/ aí chamando né ... aí chamando “papai” né ... chamando “papai ... papai ...” aí e pedindo pra salvar ele né ... [a:só] que ele num tava entendendo por que salvar né?aí abraçou o filho né ...e ele [a:todo] estanho...num ria nem nada ... [a:só] dizia “papai”... aí abraçou o filho né ... aí chamou ele pra casa pra tomar um banho né ... aí ele num quis tomar banho ... tomar banho ... porque num era ... num era o forte dele não tomar banho ... ((riso)) por isso que ele gostava do gato ... porque ele num gostava de tomar banho ... aí chamou pra casa né ... aí foi dormir né ... aí quando foi no outro dia que procurou o menino ... o menino tinha desaparecido ... o menino e o gato também desapareceu ... procurou lá no cemitério e também num encontrou ...aí foi [v:falar] com o velho [p:de] [a:novo] ... dizer o que tinha acontecido né ... aí o velho explicou que todo mundo que era enterrado ali ou todo animal que era enterrado ali voltava ... voltava porque ... mas num disse por que ... aí depois mais tarde foi que o velho disse que ... que era por causa daquilo ali do ... do ... do ( ) indígena ... aí os indígenas expulsavam ... os espírito do ... do ... dos indígena lá expulsava as pessoas que ... que eram enterradas ali né ...expulsava e [a:só] achando esse negócio lá deles lá... essas pedras lá que tinham ... desenterrando lá é que a/ acabava com a maldição né ... aí eles passaram um bocado de tempo lá recebendo esse menino ... todo dia recebia ... e de vez em quando o menino era ... era agressivo também né ... meteu ... uma vez pegou um ... um pedaço de pau e meteu na cabeça do pai ...
    E: quer dizer ... eles voltavam com outro ...
    I:é [a:exatamente] ...às vezes ele voltava bom ... às vezes voltava ruim né ... o gato também ... mas sempre o gato estranhava a mãe e o pai né ... mas ... mas a história girou sempre em cima do ... do ... do ...( ) do marido da mulher lá né ... a mulher quase num aparecia ... quase num aparecia ... aí ... apareceu ... aí tava um dia lá dentro de casa aí apareceu um carro buzinando ... aí foi olhar ... era um carro de ... da univer/ do hospital da universidade onde ( ) tinha morrido lá ... mas quem tava dirigindo lá era uma enfermeira né ... aí buzinou e num saiu do carro ...aí foi lá aí ... a mulher [a:toda] suja lá ...a enfermeira lá ... aí era uma mulher que tinha morrido também ... tava lá né ... disse que tinha vindo buscar alguma coisa ... disse assim ... “vim buscar alguma coisa” ... mas num disse o que era né ... e ele ficou perguntando ... olhando pra ela e perguntando o que erae ela esquisita [a:só] dizia isso ... “vim buscar alguma coisa... vim buscar alguma coisa” e num dizia o que era e nem pegou nada ... aí foi embora ... voltou num sei pra onde ...aí foi embora ... aí ele resolveu é ... [v:investigar] [a:direitinho] esse cemitério né...
    E: que horror ...
    I: aí ele foi lá com ... foi lá com o velho né ... investigou ... investigou e num ... não achou ... aí voltou pra casa ... aí ele ouviu umas pancadas lá dentro da casa do velho né ... resolveu à noite ir lá na casa do velho pra saber o que era aquilo ali né ... aí o velho havia contado uma história pra ele que não morava só ... tinha uma mulher e tinha um cachorro né ... e o cachorro foi atropelado na estrada e a mulher dele também foi atropelada na estrada lá ...
    E: e foi enterrada no ...
    I: é foi enterrada lá no cemitério ... aí ele olhou lá pela janela lá escondido ... aí lá tava o velho conversando com a velha ... e o cachorro lá também ... lá perto ...
    E: nossa ...
    I:e o velho também tava [a:todo] sujo...
    E: então ele também ...
    I: ((riso)) aí ele resolveu bater na porta né ... aí o velho ficou logo assustado né ... e tudo né ... aí perguntou e aí ele empurrou ele pra fora né ... empurrou o homem pra fora lá ... num quis entrar ... aí o velho expulsou ele de casa né ... porque num queria que ele visse é:: a mulher dele lá ... a velha lá e o cachorro dele lá ... um pastor alemão bem grande ... aí ele foi pra casa né ... e ficou encucado com aquele negócio ali ... e ficou pensando né ... aí no outro dia de manhã ... disse ... “ [s:eu] vou deixar chegar o outro dia de manhã pra [v:conversar] [a:direito] com ele” ... então quando foi no outro dia de manhã ele foi lá né ... aí o velho tava só ... aí o velho resolveu abrir o jogo ... aí o velho assim que recebeu ele ... mal tocou na porta ele disse a mesma frase que o cara que ti/ o cara que tinha morrido né ... aí ele disse se arrepiou logo todinho né ... “vixe maria ... então esse aí é ... tava morto também”... aí [a:pronto] ... mas ele entrou sempre num é... aí o velho “não vamos tomar uma cervejinha aqui” né ... aí ele abriu o jogo ... aí ele abriu o jogo ... aí ele abriu o jogo logo né ... “é ... eu também morri ... é ... nessa estrada ... e como eu tava sozinho ... fui o último a morrer ... aí voltei né ... como todo mundo que morreu voltou ... eu voltei aqui e fiquei na minha casa” ... aí começou a contar a história ... como ... como a ... como o cachorro dele tinha morrido ... a mulher dele também tinha morrido ... a ... aí o cachorro também ... foi pra estrada e também morreu do mesmo jeito né ... aí ele disse né ... que a mulher também dele foi ... tava correndo com medo do cachorro ... atravessou a rua e o caminhão pegou ...do mesmo jeito ele enterrou lá ... [a:só] que quando ele enterrou lá ... ele num sabia né... que o cemitério era maldito ... que a mulher dele ia voltar né ... aí a mulher dele voltou e num agrediu ele que nem o cachorro ... aí também ele num entendeu por isso ... porque algumas pessoas ficava e outras não né? também num entendeu isso ... sim ... aí a mulher né ... ele contou como a mulher tinha ... tinha ... sido ... tinha morrido né ... aí depois ele foi pra casa né ... ele foi pra lá depois ... combinaram também que ele também queria acabar com essa maldição ... num queria mais ver a mulher nem o cachorro né ... eo pai do ... do menino lá também sabia que o filho dele tava ... tava morto [a:mesmo] e o ... e o gato num interessava que era animal ... aí resolveu acabar com isso né ... aí o velho sabia onde era lá o local né ... lá no cemitério ... aí o velho sabia ... mas num ... num quis dizer ... num sei porque num quis dizer ... aí já levaram lá a ferramenta ... a pá e tudo pra cavar lá no cemitério ... foram lá ... aí a noite ... tinha que ser à noite ... meia noite ... aí foram lá ...aí ca/ aí desin/ desenterraram lá o negócio né ... tipo umas pedras assim ... desenterraram ... aí ... aí jogaram ... jogaram num lugar lá e tocaram fogo lá ... era tipo umas pedra mas num era pedra não ... se queimava ... aí ... tipo um ... uns ovos bem grande né ... aí ... queimaram lá o negócio quando foi à noite né ... aí num apareceu mais o filho ... num apareceu mais ninguém ... nem pro velho também num apareceu ... mas apareceu o gato ... né ... apareceu o gato ...
    E: eles tinham queimado ...
    I: é ... eles tinham queimado ... mas apareceu o gato ... aí ...ele ficou encucado aí [v:foi] lá no velho [p:de] [a:novo] e perguntou por que tinha ... tinha aparecido o gato né ... aí o velho disse ... “só se ficou alguma coisa ainda lá ... que a gente num tá sabendo” né ...
    E: como é que o velho também num ...
    I: e o velho ( ) aí quando chegou lá ele ... é ... então vamos voltar lá? é ... vamos voltar lá ... aí foi também levaram arma lá né ... quando chegou lá em cima ... o velho apontou a arma pra ... pro cara né ... aí é ... “o seu filho tá morto ... o gato tá morto ... minha mulher tá morta ... meu cachorro tá morto e eu também tô morto ... então você também vai morrer” ... aí quando ele foi ... quando ele foi atirando no cara apareceu ... o ... o ... o menino lá que tinha morrido lá ... e atirou no velho ... num sei com que arma também ... se ele tava morto ... ((riso)) num sei de onde ele tirou a arma lá né ... aí atirou e matou o velho né ... aí depois é:: eu sei que a frase que ele dizia ... é porque eu num tô lembrado ... a frase que ele dizia ... tinha alguma coisa a ver né ... com isso aí né ... que ele tinha que ficar ... que tinha sal/ que ele tinha tentado salvar a vida desse menino e ele ia ficar protegendo ele né ... como se fosse assim né ...mais ou menos isso aí ... [a:só] [NULL SUBJECT] num me [v:lembro] [a:direito] o que ele dizia... mas ele dizia que ... dizia que na frase ele tava dizendo uma mensagem como se tivesse dizendo que ... que ... a ... a ... que o filho dele ia morrer e o gato ia morrer né ... e que o velho tava morto e tinha recebido tudo resumido né ... mas era ... era uma assim mais resumida que ele dizia ... aí ...aí ele mo/ ele desapareceu né ... depois disso aí ... foi falando e andando assim e foi desaparecendo né ... aí ele vol/ aí o cara voltou pra casa né ... voltou pra casa ... e ... resolveu reunir a família lá né ... contou tudo que a mulher dele num sabia ... contou à menina também né ... contou a verdade do gato e tudo né ... que num apareceu ... num apareceu mais lá ... contou a verdade do cemitério né ... e ... acabariam já a folga dele lá ... aí ele pode voltar pra ... pra cidade né ...pra trabalhar lá ... aí [a:pronto] ... terminou nisso aí...é como todo filme ... [a:especialmente] filme de terror num tem fim...
    E: num tem uma solução ...
    I: é ... num tem ...

  • E: Carlos ... hoje nós vamos fazer uma:: na/ uma descrição ... você pode me descrever um lugar que você gosta de ficar ... um ... um ... até que você não goste ... mas você tem que descrever esse local bem minuncioso ... com bas/ bem detalhes ...você tem que desenhar esse local na minha cabeça né? depois eu vou lá e confirmo se é [a:mesmo] ((riso)) qual que ... o que que você vai descrever?
    I: é ... eu vou descrever a ... a UNIPEC né ... onde eu passo ... eu passo o dia todo em casa e eu ... o melhor lugar que eu acho pra ... o melhor lugar que eu passo durante o dia ...quando eu saio é na ... na ... lá na ... na faculdade [a:mesmo] ... onde eu tenho meus amigos lá e tudo ... é a UNIPEC ... são é ... é composto de três prédios ... quatro prédios ... sendo que três é num local e outro é ... um fora do ... do ... do local aonde a gente estuda né ... o primeiro prédio ... o primeiro prédio um ... chamado prédio um é o prédio velho ... ele na ... na entrada tem jardim bem grande né ... depois tem uma escada ... você ...chega lá na porta de entrada [a:mesmo] ... antes da porta de entrada tem umas escada ... aí você entra ... tem uma ... umas sala do lado direito e umas sala do lado esquerdo também ... sala de aula ... sim ... do lado esquerdo também tem uns laboratórios ... de computação ... bem grandes por sinais e ... tem primeiro andar também ... primeiro andar ... tem as escada também pra primeiro andar ... uma pro lado direito e outra pro lado esquerdo ... a sala do lado direito ... também são as ... são as sala de aula e laboratórios do colégio Objetivo ... é:: e o prédio ... aí depois tem o prédio ... aí depois você desce ... tem o prédio dois ... não ... tem é ... o ... a pracinha ... tipo uma pracinha assim ... do lado direito tem o estacionamento dos carros dos professores ... tem uma mangueira bem grande ... em baixo lá ... aí do lado esquerdo também tem uma quadra ...uma quadra lá [a:muito] ruim((riso)) tem aí depois que você sai desse ... dessa pracinha tipo essa pracinha ... aí tem o prédio dois ... o térreo do prédio dois ... que lá se encontra do lado direito ... assim que você entra assim ... tem uma ... tem um trailerzinho com sorvete ... tem sorvete ... depois ao lado tem uma por/ tem uma porta que essa porta já fica ao lado ... embaixo do prédio três ... tem uma porta é:: da biblioteca ... dá acesso à biblioteca ... depois mais pro lado esquerdo tem um ... tem é o auditório ... ao lado também tem o ... a sala dos professores ... e ... o prédio dois ... voltando pro ... pro prédio dois tem também a lanchonete ... do lado esquerdo também quando você entra ... lá ... tem é o auditório ... ao lado também tem o ... a sala dos professores ... e o prédio dois ... voltando pro ... pro prédio dois tem também a lanchonete né ... do lado esquerdo também quando você entra ... lá ... tem a lanchonete ... tem a secretari/ é secretaria ... tem a tesouraria ... é:: sim no prédio dois ... aí sim tem ... são três andares no prédio dois ... são três andares ... cada andar ... cada andar tem umas ... umas seis ... sete ou oito salas ... de aula ... ((barulho de carro)) umas (cinco) sala de aula ... primeiro andar ... primeiro andar tem ... tem a coordenação também dos cursos ... da a/ da área de humanas ... administração ... economia ... contábeis ... direito ... educação artística e ... qual é o outro? Executivo ...e o segundo andar só são ... [a:só] são salas de aula também ... [a:só] salas de aula também oito... umas oito salas ...no terceiro também [a:só] salas ... só sala de aula... aí sim ... fora o banheiro ... cada ... cada andar tem ... tem ... tem o banheiro e feminino ... né ... e agora no terceiro andar ou ... no terceiro prédio ... tem essa ... essas coisa que eu já lhe falei que tem em baixo né ...biblioteca ... auditório ... a sala dos professores ... aí tem ... são dois andares ... são três andares ...sendo que [a:só] funcionam dois...aí também [a:só] são salas de aulas... coordenação também ... ( ) segundo ... primeiro andar coordenação de alguns cursos ... que eu num tô lembrado qual é agora quais são ...é:: no segundo andar [a:só] são salas de aula também ... só sala de aula... mas o:: colégio objetivo e a UNIPEC ... ela fun/ é o ... a UNIPEC funciona em ... em três unidades ... uma é essa que eu falei que é composta de três prédios ... a outra é funciona no ... no ... na parte no noturno ... no Ferro Cardoso ... o colégio Ferro Cardoso ... que funciona ... os primeiros anos do ... dos cursos de humanas ... da área de humanas né ...
    E: por que é lá?
    I: porque a ... a ... as instalações ... é as primeiras instalações né ... lá do estudo ... são ... são pequenas né ... num oferecem estrutura pra ... pra os cursos agora que entraram ... entraram mais três cursos agora em noventa e três e num ... não ofereceu estrutura pra esses cursos ... então ... por enquanto está funcionando lá no Ferro Cardoso esse ... esses primeiros anos né ... desses cursos ... tem o ... a terceira unidade que funciona lá na ... na avenida Salgado Filho ... antigo Híper Veículos que é ... [a:só] o curso de biologia ... que funciona no ... nos dois turnos... o único curso que funciona em dois turnos ... o vespertino e o noturno e:: é ... lá tem né ... lá tem tudo que tem lá na ... na ... na ...na primeira unidade [a:só] que bem resumido né?sim ... fora os ... sim ... fora os laboratórios de biologia que num tem lá né ... mas tem laboratório de biologia ... as salas de aula né ... os banheiros ... o estacionamento ... dos professores ...os professores [a:só] da UNIPEC né... e ... lá ... essa ... essa unidade ... essa terceira unidade ... ((carro passando))ela também num tá ... tá funcionando [a:provisoriamente] ... apesar de ... apesar do curso vai é:: o curso vai continuar funcionando lá... mas ... ainda ... vai ainda ... vão ser feitas outras reformas né ... vai ser melhorada a ... as atuais instalações ... como também vão ser feita também as reformas no ... na primeira unidade composta de três prédios ... mas vai ... vão ser construídas mais um andar no ... no prédio três ... vão ser construídas ... construído também uma ... uma quadra né ... na parte esportiva ... vai ser construído também mais uma ... uma quadra ... um ginásio ... falam num ginásio aí ... num sei se vai ser lá ... lá dentro ou fora ... e também é ... andaram falando aí que vai ser construída uma ... uma unidade aqui no Jiquí ... né ... no Jiquí vai ... vai ser uma unidade ...vai ser construída uma unidade ... vai ser [a:futuramente] ... vai ser um complexo esportivo... também vai ter a parte esportiva ... vai ter a parte também de ... de ... dos cursos também ... não sei se vai ser uma ... uma continuação da ... da faculdade do colégio Objetivo ... ou se vai ... se vai se passar tudo pra cá pra ... pra aqui na zona sul ... mas lá vai ter tudo ... vai ter laboratórios melhores ... vai ter muito espaço ... porque num tem na primeira unidade ... tudo bem resumido ... num é? vai ter ... vai ter piscina ((barulho de carro)) vai ter piscina ... vai ter quadra ... vai ter gin/ vai ter quadra né ... descoberta ... vai ter ginásio ... vai ter pis/ vai ter pista de atletismo ... vai ter tudo lá né ... infra-estrutura muito ...
    E: melhor ...
    I: é ... bem melhor do que ... a que existe ... que também num é ... pra falar a verdade num existe ... complexo esportivo na UNIPEC não existe ... pra gente ... pra o pessoal treinar tem que ... se alu/ alugar o Palácio dos Esportes ... alugar o Sílvio Pedrosa ... outros lugares aí ... porque a gente num ... num tem aonde treinar ... o pessoal de lá num tem aonde treinar ... então com essa ...essa unidade aí que será construída ... [a:futuramente] ... no Jiquí vai melhorar muito... pra gente ... pena que eu num vou tá mais lá ((riso))
    E: como é uma sala da UNIPEC ... uma sala ... a cor do colégio ... como é isso?
    I: sim ... a ... a ... a unidade ... a primeira unidade ...ela é:: [a:basicamente] azul e branconé ... na ... na ... na ... predomina as cores do ... do colégio Objetivo ... a sala ... as salas do ... do ... do primeiro ... do primeiro prédio ...não são [a:muito] boas não... apesar de ser limpinhas e tudo bem conservado ... mas falta mais iluminação ... falta ventilação ... é ... enfim mais conforto para os alunos ... que estudam no ... no ... no prédio ... no prédio um ... mas ... mas a do prédio dois que são ... que entre os três prédios é:: é a melhor que tem ... são as melhores né ... ela tem tudo ... apesar da ... da ... da ...é quer dizer ...estrutura dela é bem melhor do que a do ... do ... do prédio [p:em] [a:geral] ... é bem melhor do que a ... a do terceiro e do ... e do primeiro ... ela tem ... ela as salas ... que tem salas de umas paredes menores e tem umas salas maiores ... as salas menores ela:: ela tem a capacidade mais ou menos de ... pra sessenta ou setenta alunos ... um aluno por metro quadrado folgado ... tem é::tem um quadro negro [a:muito] bom ... [a:muito] grande que abrange de um lado a outro... vai de um lado a outro da ... da sala ... tem aquela parte que os professores ficam ... aquele altarzinho que o ... que os professores ficam em cima que é:: pra melhorar a visão dos alunos né ... no professor ... pra o professor ... tem ... ((interrupção)) ... sim ... a ... a ... as ... sim ... as salas menores né ... é:: é isso né ... aí elas têm capacidade ... essa capacidade que eu disse pra sessenta ... é ... sessenta ... setenta alunos .... e a sala ... as salas maiores ... ela tem a capacidade pra cem alunos ... um aluno por metro quadrado ... folgado também ... têm a mesma estrutura que as outras têm ... do prédio dois ...também [a:antigamente] num sei se ainda funciona ... tinha ... tinha ... circuito fechado... num sei parece que desativaram ... nunca mais eu usei ... a gente usou ... é ... circuito fechado ... tem também no quadro ... no quadro tem uma parte no meio que você ... você abre ela tem ... a parte pra ... pra passar slides ...é transparência também dentro do quadro [a:mesmo] ...
    E: nossa ...
    I: ( ) é ... é a/além da ... da ... da faculdade [a:mesmo] oferecer ... outras ... outras opções de ... de ... de ... de aulané ... pra gente ... outros ... outros mecanismo de ... de pra gente apresentar aulas e ... e outras coisas mais ... é ... se resume nisso aí ...

  • E: Carlos ... agora você vai me ... você disse que queria des/ é:: relatar um procedimento ... você disse que ... a ... que gosta de cozinhar e que ... queria me contar uma:: receita né ... então ... como é esse relato de procedimento?
    I: eu vou ... eu vou lhe ensinar a fazer uma pizza ... ((riso))
    E: oba ...
    I: minha especialidade aqui é ... é ... fazer pizza né ... é:: [a:geralmente] eu faço aqui é ... de duas em duas ... eu sei a porção pra duas pizzas... faço duas depois se precisar fazer mais duas e ... congelo isso na geladeira ... é ...eu uso ... é ... [a:geralmente] ... pouco mais de meio quilo de ... de farinha de trigoné ...
    E: hum hum ...
    I: é ... dois copos ... é dois copos não ... um copo e dois dedos mais ou menos dois dedos de água ou leite ... depende ... como você queira que a massa fique ... fique mais macia ...
    E: tem é ... diferença?
    I: é tem ... a com a ...com a água [s:ele] tem a tendência a ... a [v:endurecer] mais [a:rápido]... ((barulho de carro))a se [v:perder] mais [a:rápido] né?fica logo dura a massa aí ... num ... num presta não ... mas se for pra ser consumido logo no mesmo dia num tem problema não ... é até melhor fazer com a água porque ... gasta menos né? [v:sai] mais [a:barato] ...mas com leite também é a mesma quantidade do leite ou ... ou da água né ... e a farinha do trigo ... ((barulho de carro)) o sal né ... o sal ... uma colher de sopa de sal ... eu uso ... depende do gosto ... [a:geralmente] eu faço com uma colher de sale ninguém reclama não fica bom né ... é ... duas de açúcar também ... duas colheres de ... de ... de sopa também de açúcar ... é:: o fermento né ... o fermento ... Frechman um tablete ... dissolve ( ) né ... a man/ manteiga duas ... duas colheres de ... de ... de sopa também de ... de ... de manteiga ou margarina né ... eu sei que a manteiga fica mais gostosa né? aí mis/ eu misturo tudo né ... vou colocando ... vou colocando aos poucos a ... [a:primeiro] eu coloco a água o ... a ... o fermento... o ... o sal e o açúcar e misturo tudo na ... na ... na ... na tigela assim no tacho ... misturo tudo até dissolver né ... depois eu vou colocando aos poucos a ... a farinha de trigo e mexendo com a ... com a colher ... mexendo quando tiver já bem assim um pouco consistente ... aí eu tiro a colher e mexo com as mãos né? ((barulho de carro)) fica melhor pra misturar né? aí eu vou colocando até ... bem dizer soltar das mãos ... ela fica:: ela fica ((carro em movimento)) ela fica pegajosa a massa ... aí eu vou ... eu vou colocando mais a farinha de trigo até soltar das mãos ... quando ... ela solta ... solta já das mãos ... aí eu deixo um ... uns trinta minutos de descanso né ... pra descansar ... a massa e vou é:: como que se chama ... ajeitar as formas né ... colocar a manteiga ou a margarina e colocar o trigo né ... pra num pregar no ... no ... no ... no ...
    E: untar né?
    I:é untar ... [a:exatamente] é essa a palavra que eu tava procurando... é ... untar as formas depois de trinta ... trinta minutos eu ... coloco na ... na ... na pedra lá ... é ... faço o rolo né ... pra estirar a massa né ... estirar a massa e eu calculo mais ou menos a ... a metade né ... da massa que já é pra eu fazer duas né ... a metade ... aí pego uma estiro a metade também ... estiro mais ... quando tiver bem estirada aí eu coloco na ... na ... na ... na forma ... corto o que sobrar né ... de ... de ... de ... de massa ... sobrar coloco na forma e [a:geralmente] quando eu faço duas ... sobra ainda massa né ... com essa massa aí eu já faço outra coisa... eu faço os enroladinhos né ... aí com a salsicha né ... aí eu corto em pedaços menores ... coloco a salsicha dentro ... enrolo e coloco lá no ... no ... no forno né ...e a pizza também é [a:só] ... coloca no fornoe dá uns dez ... uns dez minutos pra ela ficar pré-cozida ... num ... num ...num pode deixar [a:muito] cozida... ela fica dura ... a massa fica dura demais ... aí eu boto pra pré-cozer as duas ... e o ideal seria colocar num plástico que num entrasse ar né? pra colocar na geladeira né?no freezer não ... [a:só] se fosse a temperatura um pouco alta... [a:muito] baixa não porque fica também... ela congela e num presta não ... aí ela dura três ou quatro dias ... dentro do freezer né? e já o:: enroladinho não ... o enroladinho tem que ser consumido no máximo em dois dias ... se num for consumido em dois dias a salsicha ... num é nem a massa né?
    E: é ...
    I: a salsicha se ... se perde porque é conserva ... aí fica logo estragada e num presta ...
    E: e o rech/ o recheio a ... o molho da pizza ... você faz de quê?
    I: sim o molho ... o molho da pizza eu faço com ... é:: com alho ... às vezes é ...fica [a:muito] a gosto de cada um né?coloco molho ... molho inglês também ... às vezes pimenta ... catchup ... mostarda ... misturo tudo ... um pouco de óleo ... misturo tudo né ... vai pro fogo dá uma esquentadinha né ... e coloco em cima ... espalho sobre ela e depende do ... do ... do tipo da pizza né?eu [a:geralmente] faço aqui mussarela e presunto... é mussarela ... presunto e tem calabreza e outros ...mas [a:geralmente] eu faço [a:só] mussarela e de presunto aqui...

  • E: Carlos ... você disse que gosta de falar sobre futebol e ... é um tema que você gosta de discutir né? então ... é ... qual a sua opinião é sobre:: o futebol né ... que a seleção brasileira tá apresentando ... a/ ultimanente?
    I: é ... bom ...eu acho que ... a culpa não está no ... no ... no ... no ... na comissão técnica ... no ... do futebol apresentado pelo ... no Brasil [a:atualmente]...eu acho que vem de ... vem de cima né ... se ... se num houvesse essa politicagem toda né ... que há né ... em torno do ... do ... do futebol ... se cada um num ... num tivesse seu ... seu jogador na ... na ... na cabeça ... porque quem tá ... quem tá escalando o time não é o técnico ... da seleção ... quem tá escalando o time são os ... é são as pessoas que estão por fora né? ((barulho de carro)) quando eu digo por fora o próprio presidente da ... da ... da CBF né ... até pode ser até o ... o presidente da FIFA também ... o João Havelange também ... deve tá envolvido nisso aí ... cada um tem seu jogador na mente e impõe ao técnico que ... que deve ... deve convocar aquele ou aquele outro jogador né ... aí se o jogador tivesse ... é:: é ... liberdade pra convocar o time ... seria tudo ... be/ mais fácil né? mais organizado né? mas não ... aí que ... tem esse problema né? que num aconteceu em ... em ... em setenta e o técnico era João Saldanha né ... hoje falecido ... e depois ... ((barulho de moto)) trocaram ... depois mudaram o técnico tiraram ele ... e colocaram é ... o Zagalo ... o Zagalo continuou no lugar dele ...porque [s:ele] queria [v:comandar] [a:sozinho] né?ele que queria escalar a seleção e [a:realmente] foi ele quem fez a seleção de setenta... e entregou de ... de mão beijada pra ... pra Zagalo e foi campeão né ... em setenta ... mas é isso aí ... se é a partir do momento que derem liberdade pro técnico escalar a seleção ... [a:só] ... vai a tendência é ... é melhorar e também... também a ... por parte dos jogadores se houver mais vontade ... menos interesse pelo ... pelo dinheiro mas ... se ... se preocupar mais em jogar futebol do que em ganhar dinheiro né? como já aconteceu agora com ... com Careca eu acho que ele pediu dispensa né? pediu pra sair ... pediu pra sair e ... todo mundo sabe ... porque ele pediu pra sair ... porque ele já tem um bom contrato no Japão ... né? num vai ...num vai arriscar a cabeça ... [a:só] pra pertencer a essa seleção bagunçada aí... se o interesse dele é em dinheiro ele ... já tá com bom ... um contrato bom lá e num vai ... se preocupar mais com a seleção brasileira ... é isso aí ...
    E: e os jogadores em si?
    I: é ... os jogadores eu acho que ... a seleção ... não foi bem convocada né ... eu acho que ... os jogadores estrangeiros ... é que são considerados ... os que jogam fora ... os brasileiros que jogam fora na Europa ... não deveriam ser convocados po/ pois tem ... o Brasil tem grandes jogadores aqui dentro ... né ... ganham menos ... têm mais interesse de mostrar seu futebol num é? pra ... pra ... pra assim se promover e ... e ir pra fora também né? e ... é:: esses jogadores tão ... mais dizendo assim ...esses jogadores que tão fora ... tavam fora ... na Europa ... tavam de férias [a:atualmente] num...não estão bem [a:fisicamente] ... e o que num acontece com os jogadores daqui que estavam em plena atividade num é? se fo/ se fosse escalado os jogadores daqui ... convocado esses jogadores daqui ... que jogam aqui ... eu acho que estaria melhor também ...
    E: o ... com ... é:: você acha que ... o futebol brasileiro hoje virou empresa? como é isso?
    I: não ... eu acho que ... o ... o futebol quando virar empresa ... vai melhorar né? mas enquanto ... enquanto está essa situação ... num tem condições porque ... todos os jogadores ... cada um procurando ... cada um queria ganhar mais ... então ... é ... cada um procurando ga/ querendo ganhar mais do que o outro né ... por aí ganhar dólar na Europa e tudo ... então é a gente ver o exemplo do São Paulo hoje né? hoje em dia ...o São Paulo é hoje uma empresa e tá funcionando [a:muito] bemdesde da ... da ... da escolinha até ((barulho de carro)) o ... o time principal né? a partir da hora que todos os clubes é ... se consci/ se conscientizar disso ... que o caminho é por aí ... eu acho que o futebol do ... no Brasil vai ... vai desenvolver mais né? sim ... é o ... é como é:: é vinha é ... vinha dizendo ... o ... o Brasil ... a seleção brasileira de futebol se ... houvesse maior ... um maior entrosamento ... se é esse time ... se hou/ se fosse escalado ... fosse convocado jogadores como por exemplo do São Paulo ... tinha alguém jogando já há muito tempo ... e fosse já que tem seis jogadores do São Paulo vamo dizer ... convocado ... se colocasse esses seis pra jogar e comple/ e completasse esse time com outros jogadores de outros times ... eu acho que haveria entrosamento ... eu acho que não haveria uma ... um entrosamento melhor entre a seleção ... e ... eu acho que iria melhorar né? ia melhorar muito né? já que ...o entrosamento hoje em dia é ... é [a:muito] importante né?já que num é os treinamento também ... pra entrosar esse time ... se houvesse ou então é ... se convo/ em vez de convocar jogadores de um time e de outro ... convocasse um time que tivesse melhor no ... no ... no ... no:: no campeonato brasileiro ... e nesse caso o time mais entrosado e ... e melhor ... que vinha ... vem se saindo ... vem melhor ... se saindo melhor ... seria o São Paulo ... seria o mais lógico ... eu acho que já ... que estamos nessa situação ... uma única saída seria essa ...
Parte oral
1993
  • Eu ia para Pium em um jipe sem capota, aqueles de praia, com o meu irmão, meu pai, a empregada, que ia grávida, e o motorista.Fui pela manhã e quando cheguei lá o pessoal tomou umas cervejas o dia todo, quando foi à tarde,quase à noite nós saímos de Pium e quando vínhamos na BR 101 [a:próximo] à fábrica Soriedem aconteceu o acidente.Nós vinhamos à esquerda da BR e um ônibus da empresa Nordeste pediu para ultrapassar, porque as ultrapassagens são feitas pela esquerda, mas o motorista não passou pela direita, então o ônibus passou pela direita e trancou agente e jogou todo mundo na estrada.Ficou todo mundo espalhado pela BR 101, a sorte da gente foi que não passou nenhum carro na hora, apesar de ser um horário de muito trânsito.Passaram alguns carros e nos socorreram na hora.Meu pai teve escoriações leves pelo corpo, meu irmão, a empregada e o motorista também,apesar do [s:motorista] ter [v:sofrido] um corte na testa [p:de] [a:leve] .A empregada que estava grávida mais tarde teve o menino lá em casa, [v:nasceu] [a:vivo] e depois morreu no hospital, devido o susto que tomou.Eu fui o único que ficou internado no hospital Valfredo Gurgel com escoriações e pancadas na cabeça, tive que fazer uma cirurgia plástica no rosto que ficou aparecendo os ossos e as raízes dos dentes, no braço esquerdo também fiz uma plástica porque arrastou no chão e comeu a carne.Passei mais ou menos um mês internado, [a:só] recebia visitas uma vez por semana, eu ficava de um lado do prédio e os meus pais do outro sem poder se tocar.Fiquei em cadeiras de rodas, porque pensava que não podia andar.Depois comecei a [v:andar] [a:normalmente] .
  • A istória é de uma família que morava em uma cidade grande e resolveu passar um tempo fora.Era um lugar onde [a:só] havia duas casas grandes, um cemitério abandonado euma estrada [a:muito] perigosaquepassava [a:só] caminhões pesados em autavelocidade.Em uma das casas [v:morava] [s:um velho] [a:sozinho] , e a outra estava desocupada.A cidade era perto de onde eles moravam, tanto é que o dono da família trabalhava em uma universidade, como médico e ia trabalhar todo dia.A família tinha duas crianças, um menino e uma menina, o pai, a mãe deles e o gato.Certo dia o pai foi para universidade e foi chamado com urgência para socorrer na enfermaria, um menino que havia se machucado, não me lembro com que.Outros alunos o levaram para enfermaria, quando chegou lá foi medicado, mas morreu, antes de morrer ele disse uma frase para o médico.O médico foi para casa e ficou pensando no que havia escutado, mas não falou nada para a família.Quando foi à noite foi dormir pensando e no meio da noite acordou assustado com uma voz repetindo a mesma frase, abrio os olhos e lá estava aquele menino que havia morrido nos braços dele, na porta do quarto.Foi [v:dormir] [p:de] [a:novo] e quando acordou ficou pensando e saiu para trabalhar.O homem fez amizade com o velho que morava em frente e logo o velho começou a conversar e falou a istória do cemitério maldito, ele falou porque o cemitério era chamado de maldito.Ele foi chamado assim porque a estrada que ali passava tinha feito muitas mortes trágicas e começaram a enterrar as vítimas naquele local e assim se tornou um cemitério. [a:Só] que o velho não havia contado tudo, toda istória.Um dia à noite a família toda foram conhecer o cemitério, ficaram assustado quando viram os mocegos.Depois de alguns dias, o homem estava dormindo, quando ouviu a mesma voz do menino, abrio os olhos e viu o menino na porta do quarto, dizendo a mesma frase, foi dormir e no dia seguinte foi a casa do velho que costumava beber umas cervejas e contou tudo o que vinha acontecendo, ai o velho resolveu contar mais alguma coisa.Certo dia o homem ficou só em casa e a mulher dele e os filhos saíram para a cidade, o gato foi encontrado morto na beira da estrada, sujo, mais sem ferimentos nenhum, o homem pegou o gato e enterrou no cemitério.Quando foi à noite o homem estava em casa,quando o gato apareceu [a:todo] sujo e com miado esquisito, [a:muito] agressivo, e querendo agredir o homem, ele pegou um cano e assustou o gato.Quando foi no outro dia a família estava de volta e a filha dele foi logo perguntando pelo gato, o pai dela inventou uma istória para enganá-la, mas logo depois a menina ficou insistindo e ele dando desculpas.Quando foi à noite o homem foi outra vez perguntar ao velho o que estava acontecendo e contou que tinha visto o gato que havia morrido, aí o velho contou tudo, porque acontecia aquilo e disse que havia perdido a mulher também de atropelamento naquela estrada e havia enterrado no cemitério e ela tinha voltado pra ele de vez em quando e contou porque acontecia isso.Foi no cemitério com ele e disse que o terreno onde era o cemitério era indígena e portanto não poderia ser construído nada, para quebrar isso, acabar com essa maldição era preciso que fosse encontrado alguma coisa que estava escondido, umas pedras santas que estavam na parte mais auta do cemitério, foram lá, mais não encontraram e voltaram para casa, dizendo que iriam procurar outro dia, pois,já estava [a:bastante] tarde.Num dia [a:muito] ensolaradoa família [a:junto] com o velho foram fazer um pique-nic, numa parte que tinha muito verde.Levaram a comida para lá.Quando estavam conversando, brincando, distraídos o menino saio de perto deles e foi brincar perto da estrada, o velho viu e chamou o menino, o pai e a mãe também, mas foi tarde demais o menino foi atravessar a rua e um caminhão o atropelou.O pai sabendo da istória do cemitério enterrou o filho lá.A mãe e a filha foram passar uns dias fora.Quando foi à noite o homem escutou alguém batendo na porta, foi olhar quem era e viu o filho, abriu a porta e abraçou o filho.Colocou ele pra dentro e foi dormir mas quando acordou e procurou ele não o encontrou mais.Foi outro dia no cemitério com o velho, levando ferramentas para cavar, depois de muito procurar encontraram as pedras, sim mais antes disso o homem descobrio que o velho já havia morrido também e como essas istória nunca tem fim, termina assim.
  • Um dos lugares que eu gosto de passar algumas horas do meu dia é a UNIPEC, porque eu saio pouco de casa e lá eu estou todo dia.A UNIPEC é composta de tres unidades, a primeira, onde eu estudo, é composta de tres prédios, o primeiro e o mais velho, tem térreo e o primeiro andar, na frente para entrar existe uns batentes, você sobe e entra por uma porta estreita e velha, logo adiante tem uma escada que dá acesso ao primeiro andar.O térreo é formado por salas de aula e laboratórios de informática.No primeiro andar, também há salas de aula e laboratórios do colégio Objetivo.Aí você vai para o segundo prédio, antes existe um local com alguns bancos, tipo uma praça, do lado direito um estacionamento para os professores da faculdade, do lado esquerdo uma quadra de esportes,por sinal [a:muito] velha.No prédio dois tem o térreo, nele existe ao lado esquerdo um treiller de sorvetes, ao lado uma porta que dá acesso a biblioteca, mais ao lado, o auditório e vizinho a sala dos professores.A biblioteca, o auditório e a sala dos professores fica no térreo do prédio tres.Continuando no prédio dois é composto de tres andares, cada andar tem umas sete salas de aula mais ou menos.Existem umas salas maiores e umas menores.As salas são [a:bastantes] confortáveis.No prédio dois também funciona a coordenação de alguns cursos.As salas maiores tem capacidade para cem alunos, um aluno por metro quadrado.Há uma boa iluminação, com umas trinta lâmpadas fluorecentes, existe circuito fechado, não sei se está funcionando, porque faz tempo que não vejo funcionar.No prédio tres são dois andares, há salas de aula e coordenação de outros cursos.Existem mais duas unidades que funcionam, uma no colégio Ferro Cardoso, onde funciona os primeiros anos dos cursos de humanas.E a outra onde era o Híper Veículos, onde funciona o curso de biologia.
  • Eu uso [a:aproximadamente] meio quilo de farinha de trigo, um tablete de fermento para pizza flechman, uma colher de sopa de sal, uma de manteiga ou margarina, 2 colheres de sopa de açúcar, um copo e dois dedos de água ou leite, dependendo de como a pessoa queira a massa, mais macia ou mais dura, consistente.Misturo tudo em uma bacia e mexo com uma colher de madeira e vou colocando aos poucos a farinha de trigo, depois quando estiver mais difício para mexer com a colher,eu mexo com a mão para [v:misturar] mais [a:rápido] , até soltar da mão, depois coloco a massa para descançar uns 30 a 40 minutos.Depois pego a massa estiro na pedra com um rolo de estirar massa e corto em duas partes iguais.Vou untar a forma e coloco a massa nela e levo ao forno por uns 10 minutos para precozer, sim a sobra de massa eu aproveito para fazer enroladinhos com salcicha.Quando eu tiro a pizza do forno enrolo em um plástico tendo o cuidado para não deixar ar, isso se eu quiser guardá-la.Ela [a:só] dura uns 2 dias no máximo na geladeira.Eu [a:geralmente] faço dois tipos de pizza, a muzzarella e a de presunto.Eu preparo um molho para cobrir a massa.O molho é feito com ketchup, mostarda, sal, molho inglês, extrato de tomate e uma pitada de alho, coloco tudo numa panela e levo ao fogo para uma fervura rápida.A pizza eu coloco a massa cubro com o molho e em cima coloco o queijo muzzarela e o óregano.A de presunto eu coloco o molho e cubro com o presunto e em cima a muzzarela.
  • [a:Atualmente] o nosso futebol, [p:em] [a:especial] o da seleção brasileira não vai [a:muito] bem, devido a uma série de fatores como:falta de organização, de competência e [a:mesmo] de conciência de que não somos campeõesa muito tempo e já estamos em oitavo lugar no melhor futebol no mundo, embora haja exagero nisso, a situação está tendendo a isso.Se não tomarmos conta de que terá que haver uma mudança, não vamos sair do que somos.O futebol dos clubes, [a:principalmente] os clubes paulistas está melhor, pois, há uma organização, existe interesse de melhorar, de evoluir.A privatização dos clubes, seria uma das soluções, como é o caso do São Paulo, que transformou-se em empresa.Mas voltando a seleção brasileira, no tocante aos jogadores, não existe mais aquela vontade, aquele interesse em mostrar um bom futebol, em provar que está sendo bem remunerado e tem que jogar,hoje em dia [a:só] há interesse em ganhar dinheiro, ninguém se importa em mostrar o que sabe fazer.Do lado da comissão técnica,há interesse não [a:só] no dinheiro, mais também em agradar a terceiros, ou seja, pessoas que agem por trás, que manipulam o técnico, como o próprio presidente da CBF, Ricardo Texeira que buscando também interesses próprios,faz com que o técnico não possa convocar quem ele [a:realmente] querou escalar o time que ele acha o ideal.Há também interesses por parte do presidente da FIFA, João Havelange que também tem seus interesses.Mais daí surgi interesses em colocar nosso futebol no lugar de destaque, onde a cada ano vem perdendo mais e mais credibilidade por parte da imprensa internacional está difício.Na minha opinião os cartolas são os principais causadores dessa situação, pois, no Brasil é assim, você não pode trabalhar só, sem que haja gente manipulando por trás.Algumas pessoas acham que deveria mudar o técnico, mais pra que mudar o técnico?Se está em plena fase de classificação para a copa do mundo.Será que iria rosolver o problema?Será que mudando iria dar tempo para colocar as coisas nos eixos em tão pouco tempo de trabalho?A melhor alternativa ainda é trabalhar com o que tem, fazendo com que os jogadores tenham mais garra, mais vontade, pois, [a:só] assim iríamos conseguir amenizar essa falta de interesse, esses problemas que andam rondando a nossa seleção.
Parte escrita
1993

  • E: Diva ... tem algumas ... alguma experiência pessoal que você passou e que você poderia me contar ... alguma coisa que marcou você? uma experiência ... você poderia contar agora ...
    I: é ... tem uma que eu vivi quando eu estudava o terceiro ano científico lá no Atheneu ... né ... é:: eu gostava muito do laboratório de química ... eu ... eu ia ajudar os professores a limpar aquele material todo ... aqueles vidros ... eu achava aquilo fantástico ... aquele monte de coisa ... né ... então ... todos os dias eu ia ... quando terminavam as aulas eu ajudava o professor a limpar o laboratório ... nesse dia não houve aula e o professor me chamou pra fazer uma limpeza geral no laboratório ... chegando lá ... ele me fez uma experiência ... ele me mostrou uma coisa bem interessante que ... pegou um béquer com meio d'água e colocou um pouquinho de cloreto de sódio pastoso ... então foi aquele fogaréu desfilando ... aquele fogaréu ... quando o professor saiu ... eu chamei umas duas colegas minhas pra mostrar a experiência queeu tinha achado fantástico ... [a:só] que ... eu achei o seguinte... se o professor colocou um pouquinho ... foi aquele desfile ... imagine se eu colocasse mais ... peguei o mesmo béquer ... coloquei uma colher ... uma colher de cloreto de sódio ... foi um fogaréu tão grande ... foi uma explosão ... quebrou todo o material que estava exposto em cima da mesa ... eu branca ... eu fiquei ... olha ... eu pensei que eu fosse morrer sabe ... quando ... o colégio inteiro correu pro laboratório pra ver o que tinha sido ... o professor quando chegou viu que tinha sido eu que tinha feito o serviço ... aí ele disse que tinha sido ele fazendo uma experiência ... eu não tinha dinheiro pra pagar aquele material todo do laboratório ... aí ficou todo mundo ... “quem foi ... quem não ... quem não foi” ... e terminou ficando o professor com a culpa ... e depois toda a turma ... o colégio inteiro ... fez uma coleta ... todo mundo colaborou pra repor o material do laboratório ...
    E: e o professor ... como é que ficou nessa história?
    I: o professor ficou:: culpado ... né ... porque ... não culpado ... porque um professor fazendo uma experiência não tem nada ...não tem culpa no cartório ... né ... foi [a:só] uma...
    E: mas ele assumiu a culpa ...
    I:assumiu ... [a:bom] ... a experiência foi essa... que ficou ... assim ... na minha mente até hoje ... mil outras coisas que eu faço ... né ... porque eu tenho sempre uma pirueta pra fazer ...
    E: que pirueta?
    I: ah ... muita coisa ... a minha vida de estudante é cheia de história ... essa foi uma delas ...foi a que [s:eu] me [v:lembrei] agora ... assim [p:de] [a:imediato] ...
    E: uma outra o quê?
    I: uma outra experiência fantástica que eu passei ... foi o seguinte ... a escola pública em mil novecentos e oitenta ... não ... setenta e nove ... tava numa sacanagem tão grande ... a escola pública ... que resolveu adotar outro sistema ... colocaram diretores nas escolas ... diretores mais ... é ... rigorosos ... né ... então aconteceu que o Atheneu tava numa baderna tão grande que foram buscar um diretor famoso que tinha lá no Salesiano ... para assumir a direção do Atheneu ...então quando o cara chegou [a:simplesmente] botou chave em todos os corredores... todas as portas ... fechou ... depois das sete e quinze ninguém entrava mais ... [a:só] saía de dez e quinze... então nós tínhamos um professor que nós não gostávamos dele ... era um professor de mecanografia e ele era louco ...o professor era [a:simplesmente] louco... louco ... daquele de jogar pedra na lua ... aí um dia eu não tava muito afim de assistir aula dele ... né ... aí ... aí eu cheguei na turma e disse ... “olha ... Luiz Andrade mandou dizer que não ia dar aula hoje” ... todo mundo iria pra casa depois e ia repor essa aula ... quando o professor chegou à sala ... não tinha um aluno e eu estava do lado de fora ...eu [a:simplesmente] tranquei o professor na sala com a chave e deixei ele lá preso... e fui brincar ... né ... nos corredores ... porque eu sou uma eterna criança ... eu passo a vida inteira levando tudo na brincadeira ... e fiquei lá brincando ... conversando e o professor lá ... e eu olhava e ele só ... tranqüilo na sala ... na hora que tocou pro término da aula ... né ... dez e meia ... aí eu me lembrei que eu tinha deixado ... que eu tinha deixado um livro meu lá na sala ... né ... aí eu corri pra sala ... quando eu cheguei lá ... tava lá o professor sentado ... esperando que alguém fosse abrir a porta pra ele sair ...
    E: coitado ...
    I: aí eu não podia dizer que tinha sido eu que tinha trancado ele ... né ... que foi que eu fiz ... joguei a chave no lixo ... e saí feito uma louca ... na escola ... procurando o diretor ... procurando o supervisor ... procurando o porteiro ... alguém que tivesse a chave pra abrir a porta ... aí ninguém tinha a chave ... porque a chave eu tinha jogado fora ... terminamos quebrando a porta pra poder o professor sair ... essa foi mais uma das minhas experiências de estudante ... outra foi com esse mesmo diretor ... ele era terrível ... e com esse negócio de horário ... quando ele dizia assim ... “hoje tem que fazer uma coisa” ... tínhamos que fazer aquilo ... né ... aí nesse dia ... havia uma comemoração cívica ... era dia sete de setembro e a minha amiga Tâmara ... ela tinha um irmão que era taifeiro da marinha ...e cozinhava [a:muito] bem... então ela chegou lá e disse ... “aí ... hoje ...meu irmão fez um bolo de batata [a:muito] gostosoe a gente vai lanchar lá ... lá em casa” ... porque ela morava perto ... então todo mundo se animou pra comer o bolo de batata que o irmão de Tâmara tinha feito ... quando foi nove horas ... o diretor fechou todas as portas ... porque nós tínhamos que assistir à data comemorativa ... né ... e eu pensando ... “meu Deus ... como é que eu vou comer esse bolo” ... então eu combinei com as minhas amigas ... “olha ... vai duas pra sala de aula assistir à data comemorativa ... eu vou começar a chorar e vou dizer que estou doente ... uma vai chegar ... vai chamar o diretor ... vai dizer que eu estou doente pra poder ... você vai chamar as outras que estão no auditório ... que é pra me levar pro hospital” ... e assim foi feito ... foram duas pro auditório ... uma ficou lá embaixo e eu fiquei lá em cima ... aí eu comecei a sentir uma dor ... e era uma dor ... uma dor ... uma dor ... uma dor ... e eu comecei a chorar e era tanta lágrima ... e reuniu ... assim ... a ... e outra coisa também interessante é que eu era super querida pelo porteiro ... supervisor ... fachineiro ... todo mundo no Atheneu gostava de mim ... e eu comecei a chorar ... e juntou ... sabe ... e o diretor sabia que era mentira minha ... mas ele não podia fazer nada porque estava todo ... toda aquela classe que trabalhava na escola ... do meu lado ... super ... brigando ... porque ... olha ... eu doente ... como é que eu doente ia assistir um negócio desse no auditório ... [a:só] sei que aí começaram... eu comecei a chorar e era tanto choro ... eu chorando ... morrendo com a dor ...aí quando a minha amiga chega ... a que tava lá embaixo ... que foi ... foi ... espantada ... [a:toda] preocupada ...“e agora o que a gente faz? eu vou chamar Vilma ... porque Vilma tem um pai que trabalha aqui perto e tem um carro que vai levar a gente pro pronto-socorro” ... foram chamar Vilma ... lá vem Vilma super preocupada ... “o que aconteceu ... o que aconteceu? vamos chamar meu pai” ... e telefonou pro pai dela ... se a gente saiu ... não ... “a gente vai andando devagar .. porque o pai da menina trabalha logo do outro lado” ... aí ... e o diretor me olhava assim ... ele sabia que eu tava mentindo ... mas ele não podia fazer muita coisa porque as lágrimas e todo mundo do meu lado ... né ... então as meninas me tiraram do Atheneu como se eu tivesse doente e nós fomos para a casa de Tâmara comer bolo de batata com suco ... tem tanta história ...

  • E: Diva ... nós vamos fazer hoje uma narrativa recontada ... tem algum filme ou algum livro que você leu ... que você gostou e poderia recontá-lo pra mim?
    I: tem um filme que eu assisti que eu gostei muito ... chamado o décimo homem ... que é a narrativa ... ela começa falando da ocupação nazista na França ...esse filme é baseado é:: não [a:totalmente] na ocupação nazista ... mas de como ela foi feita... como é que aconteceu essa ocupação na França ... né ... então quando os nazistas ... existia ... na França ... existia aquelas famílias tradicionais ... né ... então tinha um advogado ... é a história desse advogado que ... era de família rica ... tradicional ... tinha um escritório ...tinha sua chácara no subúrbio e vivia [a:muito] bem... era um homem solitário ... mas que se completava ... né ... então nessa época ... acontecia ... com a ocupação nazista ... acontecia o seguinte ... todos os dias naquelas vistorias ... né ... a ocupação pegava transeuntes e levava pra confinamento ... né ... pra aquela prisão ... e chegando lá ... eles saíam é ... eliminando determinados indivíduos ... nesse dia ... esse advogado estava chegando ao seu escritório quando foi pego por essa ... pela ocupação ... né ... chegando lá nesse ... na cela ...tinha uma série já de outros ... [a:anteriormente] pegos... e nesse dia chegou o cara dizendo que dez ia pra o fuzilamento ... então ... eles decidiram fazer um sorteio ... quem era que ia ... então quando chegou o décimo do dia ... quem foi sorteado foi esse advogado ... que agora eu não lembro o nome ... ele ficou apavorado ... né ... com a idéia da morte ... ele apavorou e começou a vender ... comprar sua vida né ... então tinha um cara lá ... esse já era doente ... ele já era tuberculoso ... já tava com os dias contados ... que ele fez ... resolveu antecipar ... resolveu antecipar sua morte ... comprando ... vendendo sua vida a esse advogado ... então esse cara ... como advogado ... fez um pequeno testamento lá ... vendendo ... dando tudo o que era dele ... toda a sua fortuna em prol da família desse cara ... em troca disso ele ganharia a vida ... então logo após o fuzilamento ... né ... dos dez caras lá ... houve uma retomada da França ... então a ocupação nazista foi retirada da França ... então esse cara ficou na rua ... quando ele voltou ... ele não tinha mais nada ... ele não tinha mais escritório ... ele não tinha mais profissão ... ele não tinha mais fazenda ... a chácara dele lá no subúrbio ... então ele ficou desesperado ... vagando pela rua ... até que ele teve uma idéia de retornar à sua chácara para ver como estava ... nesse ínterim da ... da .. enquanto ele estava preso e após a morte do cara lá ... do que vendeu a vida ... a família do cara que vendeu a vida ... tomou posse dos bens ... no caso ... a chácara ... né e a fortuna em dinheiro ... e ... ela ... ela tomou posse ... no entanto ... essa família era revoltada com essa pessoa que vendeu ... e queria muito conhecer essa pessoa ... quando ele chega ... retorna à casa ... ele conhece que é ... a família do morto ... uma senhora bem idosa e uma filha moça ... então quando ele falou que conhecia o irmão ... né ... ela disse ... aí foi quando ele soube quehavia um antagonismo [a:muito] forte por parte da famíliaem relação à pessoa que vendeu ... que trocou a vida lá ... com ele ... então ele se faz passar por outro ... ele se faz passar por apenas amigo do morto e queesse morto tinha pedido para que ele as procurasse quando ele conseguisse sair da prisão e [a:realmente] ele foi lá...então pediu emprego e foi aceito como empregado da casa ... na sua própria casa ... [a:exato] ... e a partir do momento que ele foi vivendo com essa família...foi sentindo [a:realmente] a raiva... todo aquele sentimento que a família tinha em relação ao outro ... nisto ... ocorre que tem um assassino à solta ... um ... não era bem um assassino ... ele era um político que era do lado ... que ... parece que ele foi do lado ... ele ficava do lado da ocupação nazista ... e ele era procurado ... e ele também era um assassino ... né ... [a:só] que ele era ... sobrinho de um dos caras que estava presoe que sabia da história ... né ... que ... do cara que tinha trocado a vida pelo dinheiro ... vendido ... né ... então ele chega à casa da mulher lá ... e quando ele chega lá ... que ele faz ... ele diz que é a pessoa que vendeu ... que comprou a vida ... né ...então a família ... [a:mesmo] com raiva desse cara ... resolveu hospedar... como ele ... o advogado sabia que ele estava mentindo ... começou a pesquisar para saber quem era aquele cara ... aquele impostor ... e descobriu ... né ... e ao descobrir ... o outro também faz uma descoberta ... que ele era o cara tão odiado pela família ... o advogado ... né ... então resolve que vai fazer uma trégua .. né ... os dois ... se ele contasse pra família quem era ele ... o assassino ... o cara lá ... ele também contava que ele era o cara tão odiado pela família ... né ... que até então ele era um cara bem quisto ... né ... um trabalhador ... um cara honesto ... trabalhador ... morava com as meninas ...uma família e tudo ... [a:só] que a polícia tava se aproximando... né ... tá chegando ... tá fechando o cerco ... com esse cerco fechado ... o que aconteceu ... eles começaram a discutir ... né ... e aí a menina descobriu quem era ele ... a menina descobriu quem era o cara procurado pela polícia e ia entregá-lo ... quando ela ia entregá-lo à polícia ... ele a ameaçou de morte ... quando ele ameaça de morte a menina ... o advogado chega ... na hora que o advogado chega ... ele reclama ... “não ... não faça isso ... já sei quem você é” ... aí o outro diz assim ... “você já contou pra ela quem você é?” aí contou pra menina quem era o advogado ... nessa hora o advogado reage ... para livrar a menina e é morto por esse assassino ... né ... então no finalzinho ele diz ... quando a menina chega perto dele ... que vai perdoá-lo ... aí ele diz ... “eu [a:realmente] comprei a vida ... comprei a minha vida pela morte do seu irmão” ...
    E: sim ... como é que termina?
    I:termina ele morrendo ... [a:realmente] morrendo... como deveria ter morrido na época da ... da ocupação ...e esse filme é [a:muito] bom... você devia assistir ...
    E: o nome?
    I: o décimo homem ...

  • E: Diva ... você poderia me descrever ... assim ... um lugar que você goste ou que você não goste ... pode ser ... mas nos seus mínimos detalhes?
    I:é ... [a:só] se eu descrever a minha casa... né ... como é que eu chego à minha casa ... é ... eu moro na rua ... na quadra dezoito ... casa quatorze ... uma casa de conjunto ... primeiro andar ... ali no Village dos Mares ... né ... então a minha casa ... eu fiz uma reforma ... aí ela ficou um pouco diferente das demais ... tem ... ela é como se fosse um bloco ... tipo apartamento ... ela ficou quadrada ... tipo um apartamento ... não tem assim muito detalhes ... assim na frente ... né ...ela é [a:toda] gradeada ... né ... bem fechada... porque hoje em dia a gente não pode mais ser livres ... hoje nós estamos ... hoje nós estamos presos e os ladrões estão soltos ... então a minha casa tem dois portões ... um grande ... que é a garagem do carro e um mais estreito que é acesso ... social ... né ... então pra você entrar na minha casa ...você passa por um portão estreito ... de ferro [a:todo] marron... aquele ferro grosso ... você sobe ... tem uma parede em frente que é de mármore ... que faz com que você tenha que entrar à direita ... você sobe um degrau ... depois você está na:: você tem uma varanda ... né ... com cadeiras ... para conversar ... assim ... à tarde ... quando vai alguma amiga minha ou então quando estou sem fazer nada ...tem uma porta de madeira [a:muito] grande... né ... que ocupou quase toda a parede da sala e tem a sala ... você entra ... né ... você sobe mais um degrau nessa sala ... você entra na sala de estar ...na sala de estar ... é uma sala [a:relativamente] pequena... que ao lado direito tem uma ... a:: a sala de jantar né ... então quando você termina essa sala de jantar ... composta de mesa ... cadeiras ... e alguns quadros ... você pega um pequeno vão ... que fica perto da escadaria que sobe para o segundo pavimento ... então nós estamos falando ainda do primeiro pavimento ... então à direita nesse vãozinho ... à esquerda ... a gente tem um lavabo e à direita uma despensa onde eu guardo os mantimentos ... assim que ... saindo desse vãozinho você entra na cozinha ...uma cozinha [a:relativamente] grande... onde eu tenho freezer ... geladeira ... fogão ... uma mesa ... televisão ... à esquerda ... saindo dessa cozinha à esquerda eu tenho uma pequena cozinha auxiliar ... né ... pra ... lavar louça é:: todas essas outras coisas mais pesadas ... nessa cozinha tem duas portas ... uma à esquerda ... que dá pra cozinha auxiliar e à direita tem uma área de serviço ... onde tem máquina de lavar ... é ... a lavanderia ... o quarto ... a dependência da empregada ... isso forma a cozinha como um todo ... então a casa ... a área construída no primeiro pavimento é essa ... então depois ... a gente retorna para a sala de estar ...
    E: o que que tem na sala de estar ... que você não falou?
    I: na sala de estar? tem ... as cadeiras ... né ... tem um barzinho ... tem um som que eu deixo lá em baixo ... tem uns quadros né ... de algumas bailarinas ... tem uns arranjos né que a gente sempre coloca na sala de estar ... é uma sala simples ... né ... então quando a gente retorna pra essa sala ... de frente à sala tem uma escadaria que dá para o segundo pavimento ... né ... onde estão os quartos de dormir ... banheiros ... essas coisas ... quando você termina de subir a escada ... em frente ... tem o quarto principal ... né ... que é o meu quarto ... que é um quarto grande ... com suíte ... nesse quarto eu tenho a minha cama ... os dois criados mudos ... um guarda-roupa ... uma televisão ... uma rede armada pra eu me deitar de vez em quando ...tem meu banheiro ... né ... que é um banheiro [a:relativamente] grande... com box ... com aquela pia ... né ... com armários ... com um pequeno:: um pequeno ... como é que a gente dá o nome ... onde coloca plantas? ... eu sei que eu tenho uma série de plantas ... né ... um pergolado ... um pequeno pergolado onde eu coloco plantas para dar mais vida ao banheiro ... esse é o meu quarto ... saindo do meu quarto ... você à esquerda ... você tem um banheiro social ... que é o banheiro da minha filha ...também é um banheiro [a:relativamente] grande... com box ... com pia e como acessório de banheiro ... você saindo do banheiro ... você também cruza com um pequeno vão que separa meu quarto ... do banheiro social ... do quarto da minha filha ... do escritório ... então ...vizinho ao meu tem o quarto da minha filha ... é um quarto [a:relativamente] grande... com guarda-roupa ... com cama ... penteadeira e todas aquelas coisas da minha filha ... boneca ... brinquedo ... televisão ... um monte de coisa e uma grande janela que dá para uma varanda íntima ... que a gente faz de sala de televisão ... essas coisas ... saindo do quarto da minha filha ... você retorna pra esse vão e esse vão dá uma outra porta que é um escritório ... o lugar da gente estudar ... né ... que tem uma escrivaninha e que tem uma estante onde estão todos os nossos livros ... todo o nosso material de estudo ... saindo desse quarto ... você dá de frente para um outro quarto ... que esse quarto dá para a rua ... esse é um quarto que eu fiz como um quarto de hóspedes ... né ... de repente uma pessoa chega ... a gente tem onde acomodar ... composto apenas de uma cama ... o que também tem uma janela que dá para uma sala ... a varanda onde a gente faz a nossa sala íntima para ver televisão ... assistir filme ... essas coisas ... então lá tem duas cadeiras grandes e duas redes armadas para a gente ver televisão ... e tem uma mesinha com televisão ... vídeo ... essas coisas ... então essa é a nossa sala íntima que dá também pra rua ...com um grande portão de ferro ... [a:toda] fechada ... né ... porque hoje em dia tudo é fechado... a gente não pode deixar mais nada aberto ... essa construção todinha é a construção do ... da área construída ... né ... mas eu ainda tenho por fora disso ... um quintal ...esse quintal é [a:relativamente] grande em termos de coisas que eu plantei... mas em termos de área mesmo ele é pequeno ... então lá eu plantei o pé de anador ... lá eu plantei o pé de pimenta ... tem laranjeira ... tem um limoeiro e os varais posteriores ... né ... porque eu tenho varal interior e varal exterior ... então essa é toda a construção da minha casa ... como a minha casa é construída ...
    E: que cor?
    I: a cor da minha casa? ela é mesclada a minha casa ... né ... tudo o que você tem direito você tem ... porque a casa ... depois que eu comprei esta casa ... eu comecei a aumentar ... na hora que eu aumentei essa casa ... eu ainda ...a minha casa não está [a:totalmente] pronta... né ... agora é que eu vou terminar ... então a minha casa está mesclada ...a parte de fora da casa tem uma cor [a:meio] ... assim ... acinzentada... um verde ... quaze cinza ... a área ... de baixo né ... a varanda de baixo é branca e as salas são brancas ... a cozinha é toda de azulejo e não tem ... é de cor bege ...já a escadaria ... que [v:foi pintada] [a:posterior] à armação da cozinha ... ela foi pintada de uma cor ... de um amarelo quase bege... não chega a ser amarelo ... nem chega a ser bege ... tá entre amarelo e bege ... quase rosa ... os quartos são brancos ... e a área externa ... todinha é dessa cor ... desse verde que não é verde ... chega a ser quase cinza ... essa é a cor da casa ... e a casa também ... ela não tem assim ... feitios de uma casa né ... ela é quadrada ... ela é como se fosse um bloco ... como se fosse um apartamento ... bloco de apartamento ... não chega a ser uma casa com todos aqueles detalhes de casa ... é um bloco ... ela é como se fosse um quadrado ... parece um apartamento a minha casa ...

  • E: Diva ... é ... nós vamos fazer agora um relato de procedimento ... tem alguma coisa ... assim ... que você sabe fazer e que você poderia:: relatar pra mim como é que faz?
    I: posso lhe dizer como é que prepara um jantar né ... um jantar que eu fiz a semana passada pro meu marido ... que:: primeira coisa que eu faço assim ... quando eu vou ... me decidir a fazer alguma coisa ... é olhar o cardápio ... que tipo de comida que eu vou fazer ... né ... como a gente lá em casa gosta muito de peixe ...então [a:normalmente] quando eu vou preparar um jantar de peixe... eu tenho que ver que tipo de peixe que eu vou usar ... quais são os complementos ... né ... quais são a:: o que que vai completar ... porque a gente tem a carne como o básico e depois ainda tem os complementos ...então [a:normalmente] eu faço esse peixee tenho que me preparar pra ver o que eu vou ... cozinhar ... que tipo de peixe ... o que é que vai acompanhar ... esse peixe não tem nome específico ... né ... porque eu nunca pego uma receita e faço do jeito que está escrito ... [a:normalmente] eu faço uma arrumação para os meus gostos... né ... eu não gosto muito de peixe picante ... aí eu já tiro alguma coisa ... eu não gosto de determinada salada ... então eu já tiro essa salada ... então esse peixe ... que eu faço muito lá em casa é um peixe frito ... então a primeira coisa que eu faço é ... pegar o cardápio e ver o que que eu vou fazer ... olho o que que eu tenho em casa e o que eu não tiver ... vou ao supermercado ... então esse peixe ... eu compro a posta de peixe e boto no limão ... e no alho e no sal e deixo curti-lo ... enquanto isso eu cozinho umas batatas ... não é ... ainda na casca para ficar aquela::pra ela não ficar [a:muito] molhada... ela fica mais:: mole ... mas não fica molhada com água ... ela fica mole ... mas:: mole sem ser aguada como essa outra que cozinha na água ... então põe a batata pra cozinhar ... prepara o arroz ... né ... faz aquela limpeza total ... bem lavado ... preparo este arroz ... preparo um molho pra refogar esse arroz ... que eu coloco alho ... sal ... manteiga ... aí coloco cebola pra dourar ... nessa coisa ... né ... depois eu ralo cenoura bem ralada e também coloco pra ... nessa fritura ... depois eu pego tomate e pimentão e vou ... essas coisas eu vou colocando aos poucos ...depois que esse molho tá [a:todo] pronto ... eu jogo o arroz e deixo cozinhar o arroz... com a tampa ... né ... pra ele ficar mais abafado e não sair todo o cheiro e o sabor da comida ... não esvair ... assim no vapor ... então as batatas:: enquanto isso as batatas já estão prontas ... eu descanso as batatas ... corto-as ... bem cortadinhas ... aí faço um tempero para essa salada ... eu pego maçã ... eu jogo:: eu corto maçã picada ... eu pego passas ... eu pego abacaxi ... eu pego cebola ... tomate e faço uma salada dentro desta salada ... né ... coloco um pouquinho de azeite e coloco a maionese ... pouquinho ... depois eu pego um prato e:: cubro esse prato com alface e jogo essa salada por cima ... né ... e ponho na geladeira ... isso o peixe tá tomando gosto ... né ... esse arroz ... quando ele tá assim ... quase cozido ... eu pego ele ... passo manteiga numa forma de bolo ... essas formas redondas de bolo e coloco esse arroz e aperto ... soco ... ele fica bem socadinho que é pra quando eu virar ... ele fique em formato de bolo ... então o arroz tá quase pronto ... já tá sem água ... então eu retiro esse arroz da panela e coloco na forma e deixo ele esfriar bem socado ... né ... como eu já disse que é pra ele poder virar como bolo ... depois ... o peixe já está bem temperado ... eu seco esse peixe com um pano de prato ... bem seco ... deixo ele bem secadinho ... passo ele na farinha de trigo ... passo ele na farinha de trigo ... passo ele na farinha de rosca ... e deixo secar mais um pouco ... ao tempo ... né ... enquanto isso ... eu pego óleo ... bastante óleo e coloco numa frigideira ... própria pra fritar peixe ... porque você sabe que peixe tem uma característica própria ... um cheiro próprio e eu não gosto de colocar em todas as panelas ... né ... então eu pego essa panela e boto com óleo ...deixo esse óleo ficar bem quente ... bem quente [a:mesmo] ... então essa posta de peixe ... ela já tá pronta ... já tá sequinha ... né ... eu coloco essa posta de peixe ... eu coloco pra fritar ... leva um determinado tempo ... eu viro pra ela ficar bem frita ... depois eu retiro essa posta de peixe ... coloco pra secar num papel ... como é que chama ... papel:: que ... absorvente ... pra retirar o excesso de óleo ... então ele fica aquela posta de peixe bem seca ... então essa posta de peixe eu coloco num prato específico pra peixe ... corto umas cebolinhas ... isso ele bem quente ainda ... coloco umas cebolinha ... bem cortada ... bem fina em cima desse peixe ... umas coisas de tomate também ... que é pra ... e umas rodelas de limão ao lado do peixe ... porque determinadas pessoas gostam que ele fique mais puxado pro limão ... aí eu coloco ... então esse prato tá arrumado ... então eu ponho a mesa ... aí ponho a salada ... o arroz e o peixe ... posterior a isso tem pessoas que gostam de molhos ... né ... é o caso da minha filha ... vai comer peixe frito ... então eu faço um molho rosê ... que é aquele molho que você coloca catchup e maionese bem batido ... fica com aquele sabor é ... bem adocicado que contrasta um pouco com o sal do peixe ... contrasta com o sal do peixe ... né ... então eu coloco essas duas para preferência ... quem preferir o limão ... tem o limão ... e pra acompanhar esse peixe o certo então é um vinho branco ... um vinho branco seco ...mas lá em casa ninguém é [a:muito] chegado a vinho... então eu prefiro fazer uma senhora limonada ... porque não gosta de vinho ( ) ... porque lá em casa ... a gente mora aqui nesse clima ...então não é [a:muito] convidativo você ficar tomando vinho ... [a:mesmo] à noite ... [a:mesmo] que seja um jantar... pra você comer com esse peixe ... aqui em casa ... na minha casa ... no caso ...a gente não tem assim ... esse costume de tomar vinho ... [a:mesmo] porque vinho esquenta muito... eu não gosto ... meu marido também não ... então a gente prefere substituir por um suco e o único suco que eu acho ... assim ... mais adequado pra gente tomar com vinho é uma limonada bem forte ...
    E: tomar com peixe ...
    I: [a:exato] ... o peixe requer um vinho... mas ... nesse caso a gente prefere a limonada ... esse é o meu jantar especial quando eu estou com vontade de comer peixe ...

  • E: Diva ... você pediu pra parar porque tava vendo qual o tema que você gostaria de desenvolver né? então ... qual é a sua opinião sobre religião? já que você disse que é um tema que você ...
    I: eu acho a religião um tema bem complexo ... que não deve ser trabalhado ... assim ... como determinado ... sabe ... porque religião depende de cada um ... religião pra mim é uma crença ... faz- se necessário que qualquer indivíduo tenha uma religião ... porque ... porque ele precisa acreditar em alguma coisa ... tem que:: você tem que ter um ... você tem que ter um objetivo ... né ... não importa a religião que seja ... hoje ... o que eu entendo por religião é Deus ... então ... a forma como você vai buscar a Deus ... você é quem escolhe ... da maneira que você acha que vai se aproximar mais ... por exemplo ... a religião católica ... ela deixa muitos questionamentos ... você chega na rua e vê uma pessoa deficiente e você se questiona ... se Deus é tão bom ... por que aquela criatura sofre tanto? se Deus é tão bom ... por que essa divisão de classe ... se ele prega a igualdade entre os homens? se você vai pro:: pro:: pra religião protestante ... a protestante ... ela é mais diversificada ainda ... tem uma série de:: de conexões ... você sabe que a religião protestante ... ela é bem dividida ... né ... então ... você vê as coisas assim que não condiz com o clima de hoje ... você vê ... por exemplo ...uma Assembléia de Deus [a:totalmente] restrita... que corta assim ... todas as asas do indivíduo pensante ...sabe a religião da Assembléia de Deus ... [a:principalmente] ... ela não deixa o indivíduo raciocinar... ela lhe joga aquele pensamento dela e você não:: você apenas aceita ... sem fazer questionamentos ... mas na própria igreja protestante você já vê outras alas ... né ... uma Presbiteriana ... uma Batista que mostra um outro ... que mostra Deus mais acessível ... que as pessoas tenham mais condições de se aproximar dele ... você pode ... você pode até se questionar e você obtem resposta ... se você parte para o candomblé ... né ...a macumba ... [a:propriamente] dita... não deixa de ser uma forma de atingir Deus ...porque eles também falam em Deus ... [a:só] que sob outro aspecto... o candomblé também é dividido ... né ... eu não sou dessa religião ... não participo ... mas eu já li alguma coisa ... o candomblé ele tem uma nova concepção né ... é:: tem aquele que se direciona pro mal ... né ... você sabe que existe ... por mais que você queira negar isso ... existe ... e tem aqueles que apenas utilizam aqueles rituais que é uma forma também de se chegar a Deus ... e tem o espiritismo ...que esse eu acho [a:muito] parecido com a igreja católica... a única diferença que existe é que o espiritismo consegue explicar questionamentos que a igreja católica não consegue ... ela apenas faz ... ela joga as idéias ... que Deus é isso ... isso ... isso ... isso ... mas quando você se questiona se Deus é isso ... ela não consegue explicar ... porque ela não aceita esse questionamento ... você tem que aceitar que Deus fez o mundo assim ... assim ... assim ... mas não consegue argumentar sobre porque ele fez assim ... né ... aí ... eu diria até que você:: você pode até achar que eu tô tomando ... mais tendenciosa pro espiritismo ... não ... eu acredito em Deus ...eu sou católica ... [a:propriamente] dita... né ... mas que faço determinados questionamentos ... esó acho explicação no espiritismo ... [a:certo] ? porque ele consegueme ... me pôr ... ele consegue me mostrar esse Deus que a igreja católica prega ... esse ser superior ... porque você tem que acreditar que existe alguém superior ... existe uma vida central que eu chamo ... eu chamo a fé ... porque a fé ... a gente ... a ciência diz que a terra gira em torno do seu próprio eixo ... ou seja ... a terra precisa de algo para se segurar e a gente precisa dessa fé ... então a fé em Deus é a mola para o centro do mundo ... então você tem que acreditar que existe um ser superior que comanda tudo ... que comanda o universo a nível de tudo ... porque quando o homem descobre alguma coisa é porque Deus está ali na sua inteligência ... no seu raciocínio ... então o seu trabalho ... tudo aquilo que lhe foi dado como dom divino ... porque ninguém é nada a troco de nada ... a gente sempre tem é ... essa ... essa coisa que vem por trás de cada indivíduo ... dessa força superior que faz com que você se direcione pra determinado objetivo ... então ... o espiritismo ... eu sou mais tendenciosa a ele por isso ... porque ele me mostra ... me mostra é ... as explicações que eu questiono ... como é o caso dessas diferenças de classes ... essas coisas que a gente vê aí nesse dia-a-dia ... que a gente encontra por aí né ... é ... porque as coisas são assim ... porque as pessoas são assim ... uma outra coisa que eu acho assim ... divina ... na explicação de Deus é que todo ser humano não é igual ... ninguém é igual a ninguém ... a gente sempre ... tem sempre pessoas é ... que direcionam/
    E: pode continuar ...
    I: sim ... como eu tava falando da minha mais tendência para o espiritismo ... não significa que eu seja espírita ... né ...eu não sou [a:necessariamente] espírita ... eu sou católica... mas as minhas explicações são mais encontradas no espiritismo ... porque me mostra um Deus real ... um Deus real que determinadas é:: crenças ... determinadas:: é:: como é que a gente chama aquela conexão ... protestante ... por exemplo ... as suas ... o protestante ele tem uma série de ... de escolas ... né ...
    E: denominações ...
    I: tem a Batista ... Presbiteriana ... Assembléia de Deus ... aquela Reino de Deus ... Adventista do Sétimo Dia ... tem todos esses filamentos a serem seguidos ... eu não me conformo quando eu vejo um crente ... um protestante da Assembléia de Deus pregando um Deus grosso ... rude ... que não perdoa ... que ... sabe ... ou você segue aquelas coisas que são pregadas ali ... na íntegra ... ou você está à margem ... porque se você conhece alguém da Assembléia de Deus você vai ver que ...quem não segue aquela linha ... [a:propriamente] dita ... está à margem... não é aceito no reino de Deus ... e a gente sabe que não é assim ...se você estudar a bíblia ... [a:propriamente] dita ... estudar a bíblia com todas as suas... o que está escrito por trás:: porque a bíblia não é o que está escrito nas palavras ... a bíblia é o que está escrito por trás das palavras ... o que é que quer dizer com aquilo ... entendeu ... o que que eu tô querendo dizer?se você [v:ler] a bíblia [a:profundamente] ... você vai ver que Deus não é esse Deus que a igreja protestante prega... determinados grupos ... né ... Assembléia de Deus ... esse Reino de Deus ... essa Igreja do Reino de Deus também ... elas fazem uma mistura ...ela faz uma mistura de tudo e você não sabe [a:finalmente] o que é que é essa igreja... o que é que ela prega ... ela prega um deus camado ... cha/ na minha concepção de Deus ... Deus não é isso ... Deus é aquela paz interior que a gente tem ... a gente saber que existe um ser superior que:: que comanda todos os nossos ... nossos ensinamentos ... porque se você observar as pessoas que não têm um deus ... elas não têm um caminho ... elas são desgarradas de tudo ... elas não têm assim um ... elas não têm assim um direcionamento ... enquanto que as:: uma pessoa que tem Deus dentro de si ... não importa que caminho ela utilize para chegar a esse deus ...é por isso que eu digo que discutir religião é um problema [a:muito] complexo... porque cada pessoa tem a sua forma de chegar a Deus ... eu não costumo ir à igreja porque eu acho que Deus não está em muita gente ali ... porque a igreja passa a ser um ritual ... você vai todo domingo ... muitas vezes você vai e não está ali ... enquanto que se você estivesse em casa ... estivesse conversando com ele ali você estaria com ele ... então o importante é ter Deus dentro de si ... não importa o caminho que você utilize ... se é catolicismo ... se é ... como é que se diz? se é espiritismo ... se é protestantismo ... não importa ... pra mim importante é você ter Deus dentro de si ... muita gente discute porque acha errado ... você não vai à igreja ... você não faz isso ... você ... mas se você tá:: se você conhecesse Deus como você quer conhecer ... eu acho que isso que é importante ... não é você seguir uma linha ... uma diretriz ... eu vou conhecer Deus ... o que a gente vê demais e que tá sendo apregoado por aí é que a pessoa é ruim ... ruim ... ruim ... ruim ... aí resolve ficar bom e passa para outra religião ... né ... no caso ... tão procurando a Assembléia de Deus ... porque é a única que diz que na hora que você se arrepende de seus pecados ...você passa a ser bom ... [a:automaticamente] ... eu acho que não é assim... sabe Sheila? não é você chegar e dizer assim ... vou ficar bom agora ... e de repente ficar bom ... [a:primeiro] você tem que se descobrir ... esse lado bom que você tem...porque todo indivíduo é bom ... ninguém é [a:necessariamente] mau... todos nós temos nossas coisas boas ... e acredito no arrependimento ... claro que eu acredito no arrependimento ... mas não é assim ... de repente você vai entrar no reino de Deus porque mudou de religião ...você [a:só] vai entrar no reino de Deus se você [a:realmente] tiver arrependido... e esse arrependimento é intrínseco de cada um e não é público ... você chega e “ah ...eu me arrependi ... e [a:pronto] ... tô no reino de Deus” ... não é assim ... eu acho que existe um caminho a ser batalhado ... porque esse caminho é que vai ... suas provações ... de você mesma que também não deve ser imposta por ninguém ... essas provações que você passa não devem ser impostas por ninguém ... deve ser de você mesma ... você se descobrir ... que se arrependeu e resolver por si só passar por essas provações ... eu vejo também ... uma coisa que eu acho incrível é esse pessoal que vai de joelho não sei pra onde ... sobe aquela igreja da Penha de joelho ... aquela igreja monstruosa ... eu não acredito nisso ... porque não é o sacrifício que Deus quer para que você seja bom ...eu acho que Deus quer que você [a:realmente] busque ... busque nele tudo aquilo que você precisa... não precisa você se sacrificar para isso ... e você para agradecer basta você reconhecê-lo como tal ... isso que pra mim é religião ... religião pra mim não é a que igreja você segue ... que diretriz ... religião pra mim é a crença que eu tenho em Deus ...
Parte oral
1993
  • Quando eu estudava no Atheneu em 1980, eu costumava ajudar na limpeza dos laboratórios.Um dia o professor Edson me convidou para ajudá-lo e neste ínterim me mostrou algo mágico, ou seja, me mostrou como fazia fogo na água.Achei fantástico!Ele pegou uma pitada de clorêto de sódio em estado natural (pastoso) e pôs num pequeno becker com água foi aquele fogo desfilando dentro do becker.Muito curiosa eu convidei duas colegas e aproveitando a ausência do professor, peguei uma porção da substância e pensei, "se o professor com apenas uma pitada fez aquele espetáculo, imagine eu colocando uma porção maior, e assim o fiz, minhas colegas apenas observavam.O clorêto ao entrar em contato com a água fez aquele fogaréu, e foi aumentando, aumentando, até que se transformou numa grande explosão, dessa explosão o que restou foi um grande prejuízo para a escola, pois, todo material que estávamos limpando foi quebrado.Foi aquela algazarra na escola, todos queriam saber quem tinha provocado o incêndio,o professor como era [a:muito] meu amigo assumiu a culpa, pois ele sabia que não tinha como pagar.Houve uma coleta na escola para repor o material e até hoje não se sabe quem foi a causadora deste tremendo incendio
  • Esta narrativa relata a ocupação nazista na França .Na época da ocupação nazista na França, houve uma série de prisões e lá escolhiam-se dez homens para ser fuzilados como prova de força.O advogado de quem vamos falar era uma pessoa de renome,vinha de uma família tradicional e [a:muito] rica, tinha um escritório de advocacia no centro da cidade e morava numa pequena chácara no subúrbio Pariense.Um dia ao sair do escritório para um café, foi preso pela ocupação e levado à prisão, onde ficou sabendo que, em determinado tempo, haveria a seleção para o fuzilamento.No dia determinado, houve um sorteio e neste sorteio o advogado foi o décimo colocado;o pavor da morte fez com que o advogado comecasse a tentar comprar a vida.Dentre os prisioneiros havia um [a:muito] pobre e que estava [a:muito] doente, então ele resolveu vender sua vida em detrimento de uma vida saudável e rica para sua família (uma velha mãe e uma jovem irmã), assim o fez.Houve o fuzilamento.Após algum tempo, a França retomou o poder e libertou os prisioneiros.O advogado saindo da prisão se descobriu pobre e sem emprego, então tomou a resolução de retomar a sua casa e conversar com os habitantes.Chegando a casa e ao dizer conhecia o rapaz da prisão, descobriu que havia um antagonismo por parte da família em relação ao advogado;então ele resolveu esconder sua identidade e começou a trabalhar na casa e com isso foi ganhando simpatia da família.Algum tempo depois, chegou ao solar (casa) um homem que sabendo da história da prisão assumiu a identidade do advogado e pediu abrigo.Este era um traidor e assassino e estava sendo procurado pela polícia Francesa.O caseiro (no caso o advogado), ao descobrir a identidade do outro, começou a pesquisar a seu respeito e ao descobrir a verdade tentou expulsar o falso do solar, este mais esperto, descobriu a verdade daquele e ameaçou.Alguns dias depois, a polícia começou a fechar o cerco, e o falso advogado tomou a jovem como refén, o advogado que estava apaixonado pela jovem temeu sua vida e começou a descobrir a verdade, o falso que também estava apavorado por causa do cerco policial começou a brigar e nesta briga o advogado tentou matar o impostor e assassino, mas foi morto por ele, este ao tentar fugir foi pego pela polícia.O advogado moribundo confessou seu amor e pediu perdão por sua covardia e segundos depois faleceu.
  • Moro na quadra 18, casa 14 do conjunto village dos Mares.Para se chegar a minha casa, o melhor é vir nos ônibus 53 e 55, pois neles descemos mais perto possivel.Minha rua é larga e minha casa se situa a dois quarterões da parada de ônibus.A casa é quadrada, mais parecendo um bloco de apartamento;logo na frente, existe um velho tronco de uma árvore.Chegando a casa encontra-se dois portões: um largo e um estreito.Toca-se a campainha no estreito e uma pessoa vem abrir.Ultrapassando o portão sobe-se um degrau para a direita estamos na varanda;vizinho a garagem;na varanda encontra-se uma grande porta de madeira que introduz a sala de estar e a de jantar;a partir da sala de estar encontra-se um pequeno vão onde a direita está a despensa e a esquerda o lavabo,seguindo pelo vão surge a cozinha [a:muito] grande, nela encontra-se: um fogão, uma geladeira, um freezer, uma mesa com quatro bancos, uma fruteira e uma mesa com televisão;estando na cozinha, a direita está uma cozinha auxiliar e a direita a área de serviço com máquina de lavar, um varal de roupas e a dependência de empregada;este é o primeiro pavimento, para se chegar ao segundo retorna-se a sala de estar e sobe-se uma escadaria;após subir a escada, encontra-se à direita um banheiro social e em frente a escada o quarto principal composto por: uma cama, dois criados-mudo, uma televisão, um guarda roupa, uma rede armada e um banheiro.Saindo deste quarto vê-se o quarto vizinho que é o da minha filha, composto por um guarda roupa, uma cama, uma penteadeira, uma televisão, um criado e uma grande janela que da para a varandinha da televisão;saindo do quarto entra-se num terceiro que um escritório para trabalhos e estudos, onde se encontra: uma escrivaninha, uma cadeira e uma prateleira com livros;seguindo em frente o quarto de hóspede com apenas uma cama, ao lado deste quarto encontra-se a varanda onde assiste-se televisão e filmes de vídeo, lá encontra-se duas cadeiras e duas redes armadas.Esta é a área construída, mas existe uma pequena área sem construção que é o quintal, lá se encontra: um pé de anador, vários pés de pimenta, uma laranjeira, um limoeiro e um pé de louro.
  • A primeira coisa que faço é pensar no cardápio.Como minha família gosta muito de peixe, [a:normalmente] escolho peixe.Vou a geladeira para saber se tem tudo o necessário, encontrando começo o trabalho. [a:Primeiro] limpo bem o peixe e o tempero com sal e limão, deixo descansando enquanto preparo o que vai acompanhar.Limpo bem o arroz e o lavo, deixo escorrer um pouco, enquanto o arroz escorre, douro a cebola e o alho no óleo quente, descasco os legumes como: cenoura, repolho, beterraba e chuchu.Coloco os legumes ralados na panela com a cebola e o alho dourado, ponho o arroz e água até cobrir tudo.Em seguida descasco umas batatas e ponho para cozinhar;estando cozidas faço um purê com queijo ralado, manteiga, gema de ôvo, leite e as batatas bem amassadas.Neste ínterim, o arroz está semi-pronto, unto uma forma, redonda e furada no meio, com manteiga e ponho o arroz ainda quente socando-o.ponho no forno uns 10 minutos, retiro-o e viro num prato como se fosse um bolo.Ponho óleo no fogão para esquentar e quando está bem quente, ponho o peixe para fritar.estando frito retiro-o e coloco num prato forrado com alfaces frescas e rodelas de cebolas finas para ornamentar.Arrumo a mesa e está pronto o jantar.Para acompanhar esse jantar o ideal seria um vinho branco seco.Como em minha casa não temos o costume de beber vinho, faço uma boa limonada que todos adoram.
  • Discutir religião é [a:muito] complexo.Eu vejo a religião como a fé, a mola que rege a humanidade.Não importa que seguimento se utiliza.O importante é chegar a Deus, não importa como.A religião católica é boa, no entanto, não admite questionamento, ou seja, não consegue explicar determinadas coisas, como: se Deus é tão bom, por quê nas ruas encontramos pessoas deficientes sofrendo?se Deus prega a igualdade, por quê essa descriminação de classes?O protestantismo com seus vários seguimentos também tem como objetivo chegar a Deus, no entanto, alguns destes seguimentos prega um Deus castrador, como é o caso da assembléia de Deus, que obriga seus adeptos a aceitar o Deus que eles querem;deixando essas pessoas incapazes de raciocinar e ter dentrode si o Deus que cada um descubra e aceite.Já outros seguimentos como a Batista, o Presbiteriano são mais livres para aceitar e divulgar o Deus.O camdoblé também é uma religião com todos os rituais falando em Deus, claro que se sabe que neste seguimento existe aqueles que o utiliza para mal,sabe-se [a:muito] bem que esse mal existee que esse mal implica na não existência de Deus nessas pessoas.O que importa salientar é que cada indivíduo tem seu Deus dentro de si e dessa forma cada um deve seguir a religião que melhor se acomoda seu conceitos.Eu não sou espírita, no entanto, o espiritismo consegue com maior coerência me esplicar as coisas que o catolicismo não esplica.O Deus do espírita é um Deus é um ser bom, que deu a humanidade o dom necessário para que ela pudesse se desenvolver.E esse Deus não castra e nem gosta de sacrifícios como vemos muitos católicos sofrendo para agradecer uma graça alcançada.Ao meu ver o agradecimento que Deus quer, é que o indivíduo o reconheça e agradeça, segundo seus ensinamentos.Existe algo que eu acredito ser uma aberração, que é o arrependimento para determinados gupos protestantes.De repente alguém passou a vida mau, assassinando, roubando;então esse indivíduo de um momento para o outro resolveu se arrepender, e aceitando Cristo está salvo do fogo do inferno.Não é bem assim, não que eu não acredite no arrependimento, claro que acredito, Jesus acreditou e perdou;o que quero dizer é que não é dizendo que está arrependido e [a:pronto] está salvo, é preciso que dentro de cada um esse arrependimento tem que estar presente e que as provações serão deduzidas por cada um.O que se precisa, é que a humanidade comece acrêr em Deus por si só e que o deixe entrar [a:plenamente] , pois, o indivíduo precisa de Deus para ter um caminho, uma diretriz.Para mim Religião é Deus.
Parte escrita
1993

  • E: Glislaine ... hoje nós vamos fazer um:: uma narrativa experiencial ... o que que é isso? você vai me contar alguma coisa que você passou ... algum coisa que aconteceu com você na sua vida ... que ficou assim como uma::uma coisa que marcou ... uma experiência [a:mesmo] assim da sua vida...
    I: é ... eu vou:: tem uma experiência que marcou a minha vida ... foi no mês de fevereiro ... no feriadão do carnaval onde a gente fez um retiro para ... pra uma praia de Coqueiros ... fica depois de Touros ... [a:primeiro] ... de bom que aconteceu foi que eu não esperava por essa viagem né... de repente ... a gente vai ... num:: vai:: uma amiga minha ... “vamos” ... e eu ... “não ...num vai [v:dar] [a:certo] ... num quero ... eu num tô pronta pra ir” ...eu sei que finalizou na hora agá [a:mesmo] ... meus pais num queria deixar ... mas na hora agá ... aí eu digo ... “não ... eu vou” ... na última hora eu decidi e fui né ... no momento eu pensei que não ia ser bom ... eu num esperava né ... pensei que ia ser um pa/ um passeio comum ... como outros ... eu já tinha feito ... outros retiros mas:: em enganei ... a gente foi na:: na sexta à noite se eu num me engano ... foi na sexta à noite ... passou o sábado ... minto ... a gente foi no sábado à noite ... passou o domingo ... a segunda ... a terça e voltamos na terça à noite ... passamos num:: é:: esse feriadão ... nessa praia ... a gente ficou numa casinha que fica bem de frente ... bem de frente ao mar ... ficamos numa casa que ficava de frente ao mar ... a vista era ótima ... excelente ... né ... tinha uma hora da noite que a gente dava pra escu/ dava pra ouvir o barulho das ondas né ... quando a maré tá ... tá secando ... depois da manhãzinha quando ela tá enchendo ... então a gente dava pra sentir mais ou menos como tudo:: acontece no mar né ... aquela passagem da maré cheia e maré seca e o lual também que foi fantástico ... pela posição que a gente tava na casa ... e fomos em torno de trinta jovens ... mais ou menos ... e de última hora a gente também conseguiu uma casa ... e grande ... né ... que deu pra acomodar todo mundo ...o trabalho foi [a:muito] organizado... foi posto cartaz lá na casa pra obrigação de cada um ... cada horário .. hora de dormir ... hora de acordar ... hora de fazer leitura bíblica ... hora da gente ter os momentos de perguntas ... que tinha os estudos e tinha gente fazendo ...que ia fazer perguntas:: que era geral/ [a:geralmente] à tarde... é os cultos à noite né ... os debates sobre o:: é:: como ser jovem ... como comportamento ... todo ... é:: num esperava que fosse dessa forma ... passamos o domingo né ... o domingo a gente jogou né ... nunca ma/ fazia um bom tempo que eu num tinha jogado vôlei ... a gente jogou ... quanto a isso eu já esperava ... nesse ponto ... jogamos né ... futebol até uma hora da tarde ... ao chegar a tarde a gente parou ... se reuniu ... fomos fazer uma leitura e começamos a debater como ser jovem ... o que o es/ o que que o jovem tem de:: de ensinar pros adulto ... o que que os jovens fazem ... o que que os jovens faz:: que num é de acordo ...e eles não vê esses contrastes que [a:geralmente] existe na adolescência e já mais ou menos adulto... e a gente entrou no debate e aprendi muita coisa com isso e a gente entrou numa união ... os jovens começaram a se ... a se identificar um mais com o outro ... a gente começou a criar um laço de amor entre os jovens eera como se fosse todos irmãos ... [a:realmente] se convivessem ali há muito tempo ... era essa a impressão que dava... passamos o sa/ o domingo à tarde né ... chegou o domingo à noite ... todo mundo se reuniu ...fomos brincar ... fomos:: é:: o tipo assim ... todo lugar [a:junto] o tempo todo... num tinha assim uma divisão ... fulano pra cá ... né ... aquela ... uma assim ... turmas ... num se dividia ... era todo mundo junto ... se um ganhasse uma coisa era todo mundo ... pra todo mundo ... passou-se o domingo ... aí na segunda a gente sempre se acordava ... era um galo que despertava a gente ... era um despertador e o galo era um dos componentes né ... do grupo ... [s:ele] [v:imitava] [a:direitinho] um galo... né ... imitando ...aí a gente [a:só] a gente acordava com preguiçae ele ficava insistindo ... insistindo ... aí a gente não é ... num obedecia né ... ao ... ao toque de alerta pra todo mundo ir fazer suas obrigações ... aí ele colocava lá o:: som né ... um corinho ... bem acelerado que a gente num tinha condições de ficar mais deitada né ... a gente se levantava né ... cada um tinha hora também determinada pra ir ao banheiro ... né ... fazer suas necessidades ... depois ... não tomava café ... a gente ia logo fazer o culto doméstico ... né ... de manhã ... então nesse ... nessa consagração pela manhã ...não [a:só] eu senti como todo mundo sentiu... a gente tava lá ... e era um amor tão grande ... todo mundo assim sabe ... aquela união ... todo mundo dizendo pro outro que amava como:: como pessoa ... que a vida era maravilhosa ... cada um dando uma força de um conselho ... pra que viesse melhor ... era um amor verdadeiro ... depois disso a gente continuava o mesmo ritmo né ... tomava café ...descia pra praia ... brincava ... jogava ... [v:voltava] [a:novamente] ... à tarde... aí à tarde ... aí à noite também ... né ... fazia:: fazíamos as necessidades que qualquer pessoa normal ... aí o que:: agora eu vi o meu aprendizado ... o que eu:: muito:: nessa:: nessa viagem foi na despedida ... no último dia ... na terça-feira de manhã ... cada um foi agradecer ... foi assim ... cada um tinha a oportunidade de falar ... mas falar o que tava sentindo ... e como erauma roda [a:muito] grande muitos jovens... então era muito tempo pra cada um falar epensando que ia dizer o que [a:realmente] tava sentindo... então às vezes ele escolhia fulano ... fulano ... ninguém esperava né ... aí dizia “fulano de tal tem alguma coisa que mais sentiu ... que você mais aprendeu assim nessa viagem ...” então o que mais interessan/ o que teve de mais interessante é que quando falava assim ... “fulano ... fulano de tal diga o ... o que você mais aprendeu” ...então cada um [a:só] dizia essa mesma palavra...que tinha aprendido a amar [a:verdadeiramente] ao outro... entender aquele amor colegial ... aquele amor que vivia:: vivia incumbido dentro ... vivia incumbido ... né ... já tô voltando e que nunca tinha deixado isso passar pra fora enunca tinha entendido que era [a:realmente] ser um ser humano... em termos de amor ... de compreensão ... de solidariedade ... de fraternidade ...eles [a:só] viam essa frase...mas tinha aprendido [a:realmente] o que era ser fraterno... o que era ter um sentimento e deixar aquilo extravasar ... então era todos falava assim que:: é:: dizia um pra o outro::que amava [a:realmente] e que era grato a Deuspor aquele presente ... por cada um daqueles:: aquelas pessoas que estavam ali existirem ... cada uma agradeceu pela existência uns dos outros ... sabefoi um amor assim [a:muito] bonitoque num tinha como ninguém num tá sentindo ...porque foi [a:muito] bonito ... muito bonito... eu mesma num resisti ... eu chorei de tanta:: assim:: emoção porque eu nunca tinha visto uma coisa tão bonita ... todos sentiram ao mesmo tempo ... porque a gente vê mais isso assim ... eu sinto:: você sente:: você sente por mim eu sinto por você ... [a:só] existe mais:: o máximo duas pessoas... muitas pessoas ao mesmo tempo sentirem ... é difícil isso acontecer ... passou-se a de/ a parte da manhã né ...a gente voltou à tarde ... quando foi à noite [a:mesmo] foi a despedida... então todos fizemos um:: nós todos reunimos e fizemos um lual ... ( ) a fogueira ... ali a gente sentou ao redor ... começamos a bater palma e cantar corinhos ... cada um tinha a oportunidade de falar alguma coisa ... depois disso nós fizemos um círculo e todos começamos a cantar à noite né ... aquele clima gostoso ... frio ... e todos co/ começamos a cantar numa só voz ... num só tom ...e ali [s:a gente] começou a [v:sentir] [a:novamente] aquela coisa gostosa... né ... é:: porque é difícil de explicar ... como foi bom e ali eu:: eu me maravilhei com o que eu tava sentindo ... eu comecei a me descobrir ... eu comecei a entender qual era a minha finalidade ...de [a:realmente] ser um ser humano... eu descobri que você:: você:: você vive e passa por aqui e quando você passa por aqui você tem que deixar alguma coisa do que você aprendeu ... você tem que deixar aquilo que você tem mais vontade de ... de fazer e não esconder porque as outras pessoas pensam de você ... você é um ser humano e como você é um ser humano ... e como é ser humano ... é obrigação sua deixar:: é:: o que você tem de mais bonito ... sair ... se que os outros vejam as coisas ...os seus dons ... as coisas belas [a:realmente] que o ser humano possuie que às vezes o meio ambiente ou os seus amigos fazem com que você encubra isso ... esconda isso o máximo ... enessa viagem eu aprendi que o bom [a:mesmo] ... o bom mesmo da vida é você realizaro que:: o que a sua alma ... o que o seu espírito ...o que você [a:realmente] quer ... sair ... deixar liberar... aí a partir daí eu comecei né ... e eu agradeci a todo mundo sem vergonha de dizer que eu agradecia por eles existirem ... agradeci porque Deus permitiu que eles vivessem e que eles trouxeram uma experiência boa pra mim ... depois disso a gente veio pra casa ... depois a gente veio pra casa né e eu passei um:: um bom tempo sentindo a mesma alegria ... foi assim uma experiência ... assim ... extraordinária e até hoje eu:: num esqueci e guardo pra mim essa experiência e espero que se repita mais vezes ... melhores do que essa e que todo mundo aprenda também a mesma coisa e que botem isso em prática ... essa é minha experiência ...

  • E: Glislaine ... é ... hoje nós vamos fazer uma narrativa recontada ... você vai me contar uma história que alguém contou pra você ... alguém contou essa história pra você ... e agora você vai me contar essa história ...
    I: bem ... a história que eu vou falar pra você ... ela é de uma certa família ... que muito me tocou onde essa família vivia à procura de uma terra ... a procura de:: alimento ... e eu fi/eeu me sentia [a:muito] tristequando:: eu fiquei sabendo dessa história porque veja bem ... eles ... tiveram que deixar:: todos os seus parentes e foram em busca de um ... de um lugar pra se estabilizar ... e quando eles tavam no caminho ... porque eles moravam num lugar onde era:: num ... num tinha chuva ... no sertão ... e lá como você sabe no sertão chove:: chove pouco e as pessoas viviam ... moravam num:: no interior e lá num tinha onde eles é:: ter de que viver ... eles tinham que:: eles viviam da agricultura ... [a:só] como não tinha chuva ... não tinha nada... ele começaram a ir pra outra cidade ... aí no caminho quando eles vinham:: à procura de uma cidade e eles não sabiam que cidade era essa que eles queriam ... mas eles ia à procura ... o objetivo deles era chegar numa cidade ... porque eles acha/ eles tinham um pensamento essa família que:: em qualquer cidade que eles chegassem eles iam encontrar logo uma solução ... então eles iam à procura dessa cidade ... aí acontece o seguinte ... que no caminho devido a eles:: eles irem a pé né ... não tinham veículo ... é um dos filhos dele devido criança né ... tem pouca resitência andar tanto ... começou a passar mal ... e caiu ali na ... na estrada ... e chorando sem alimento ... sem ... sem nenhuma cobertura no:: sem nenhuma cobertura do sol e começou a se sentir fraco ... e nessa fraqueza ele caiu ...e ao cair ele:: [s:o pai dele] muito [a:grosso] né ... [v:disse] ... “levanta menino”... e ele:: e o pai dele mandou que ele se levantasse e quando eu:: nesse momento quando alguém é:: essa pessoa me falou dessa história me comoveu muito ... porque imagine você ... uma criança pobre ... mal nutrida ... ali no chão precisando de alguém que lhe levantasse ... que lhe desse uma força ... e ao invés disso não ... o pai dele chegou pra ele e disse ... “levanta menino” ... come se:: fosse ruindade daquela criança ... isso me tocou muito e eu fiquei imaginando que era uma crueldade ... e depois de um bom tempo ... o pai dele ficou né ... tirou a bainha ... a bainha ... foi me contaram assim que parece que ele tinha usado a bainha pra bater na criança ... imagine você ... pra bater na criança porque ela tava:: deitada ... mas depois com a repreensão da mãe ... ele foi pegou a criança ... botou nos ombros e levou a criança ... e foi seguiu né ... caminho ... [a:só] que passou muitos dias nessa caminhadae chegou um tempo que elesnum tinha mais nada ... [a:absolutamente] nada pra comer... o que é que fazem? parece que tinham animal ... tinham muito animal e mataram esse animal pra saciar a fome né ... sua fome ... mataram esse animal que era de muita estima ... pra eles ...mas eles num queriam saber ... com fome ... num queriam saber [a:mesmo] ... continuaram até que um dia eles encontraram uma casa ... encontraram uma casa e nessa casa ... [a:só] que pra eles era um ... um motivo de alegria... mas encontraram a casa e num podiam entrar na casa ...mas [a:só] em ter visto uma casa pra eles era...era [a:muito] bom... e aí eles forçaram a casae [a:só] o motivo deles terem uma sombra era ... era motivo de felicidade... eles foram por trás né ... o ... o pai de família né ... o pai dessa família entraram por trás ...ficou uns dias nessa casa ... [a:só] que continuava a deficiência de ... de alimento... eles num tinham alimento ... aí ... esse homem começou a procurar comida ... eencontrou um rio que [a:só] era lama ... só era lama... e ele teve coragem de tomar essa ... essa lama ... e tomou aquela água velha ... aquela água horrível ... eu nem imagino ... aquela água de lama ... e tomou essa né ... e ficou feliz né ... depois um animalzinho ... outro animalzinho que eles tinha ... conseguiu encontrar uma ... um alimento pra eles e era uma caça e essa caça ... esse animal tinha sangrado a caça ... e vinha com:: era um cachorro ... vinha com ...o cachorro vinha com a boca [a:toda] suja de sangue da caça... e a mulher desse homem ... a esposa dele ... ficou tão feliz com a caça ... tão feliz ... porque agora tinha alimento que começou a cheirar o cachorro ... a beijar e lamber o sangue pra aproveitar do cachorro ... horrível a necessidade né? o que que num faz e::depois pegaram a caça né ... se alimentaram e [a:pronto] ... estavam feliz...já tavam voltando a [v:sonhar] [a:novamente] com uma vida:: com direito a uma vida ... já tinham ... tavam tendo alimento ... né ... aí segue a história ... onde eles ... eles ... vão tendo mais alimento ... eles vão plantar ... começa a chover nesse terreno onde eles tão ... nessa ... nesse lugar ... começa a chover ... ele ... ele começa a plantar e cultivar aquilo ... as crianças começam a crescer e vão se desenvolvendo ... e chega um certo tempo em que ele é obrigado a sair lá da terra dele ... mas ele tanto faz que diz que trabalha ... vai fazer isso ... vai fazer aquilo e fica na casa ... ele começa a ter dinheiro ... mas sempre sonhando ... sempre sonhando em ter uma coisa a mais ... ele sonhava muito ter uma roupa nova ... um sapato novo ... a esposa dele também ... queria ter um sapato ... um vestido e uma cama ... o sonho dela era uma cama ... uma cama onde ela pudesse se deitar e o sonho dela era uma cama igual a de outro:: de um conhecido deles ... era um sonho ... e eles quando pegavam um dinheiro era a primeira coisa que ela dizia ... “eu quero uma cama” ... e ele ... “deixa de besteira” ...num sei quê ... e ele [a:só] queria co/ comer né... cuidar dos gados dele ... dos ... dos cavalos dele e ... do cercadinho dele né ... aí um dia ele vai pra uma cidade ... aí gasta o dinheiro em jogo ... quando ele ... e perde né ... o dinheiro e o soldado espanca ele ... eu também num sei por qual motivo ... sei que o soldado espanca ele ... eele fica [a:muito] tristeporque não:: trabalhou tanto pra ganhar um dinheirinho ... pra ganhar um dinheirinho e:: perde o dinheiro ... vai pra casa triste ... a mulher começa a brigar num sei o quê com ele ... porque ele tinha feito isso ... mas ... continuavam vivendo bem né ... aí um certo dia ... ele avista esse soldado que tinha espancado ele ... e a ... na mente dele veio a vontade de bater no soldado ... depois ele pensa e diz ... “não ... é melhor ... não bater” ... eu sei que o soldado já fica com medo dele ... porque o soldado também imaginava que ele fosse descontar o que ele tinha feito né ... mas não ... esse ... esse:: esse homem ... esse dono de casa ... esse:: forasteiro não espanca o soldado ... deixa passar ... vai embora né ... o que que acontece ... [s:ele] ... começa a [v:sofrer] [a:novamente] porque a chuva ... não vem ... não vem mais e os gados começam a:: a emagrecer começam a morrer ... os:: as cabras que eles também tinham criação de cabra ... começa a morrer também já que num tinha alimento ... num tem chuva ... a vegetação também começa a acabar e ele começa a ter mais necessidade de comida ... o patrão dele já não ... não quer mais ele na terra porque num tem mais pra que cuidar ... num tem o que cuidar:: pra que ele viver mais ali ... mas ele tenta pedir ao patrão né .. “deixe eu ficar ... deixa eu ficar” ... ele ... “mas num tem como” ... “mas eu trabalho no seu::” ele dizendo né ... “mas eu trabalho pro senhor ... vivo na sua fazenda” ... e esse:: esse proprietário da fazenda num tinha mais fazenda ... esse:: e ele pedindo né ... “deixe eu ficar” ... e o seu:: dono da fazenda não deixava ... que acontece? [s:essa família] ... teve que [v:sair] [a:novamente] à procura... começou ... voltou pra o que tinha iniciado ... porque no início como eu lhe falei da história ... eles vinham à procura de terra e encontraram ... mas começou a mesma falta de alimento ...e [s:eles] tiveram que [v:peregrinar] [a:novamente] ... e aí eles sai dessa terra ... vão pra outra cidade ...e [v:vão perdendo] tudo [a:novamente] e começa a história ... de onde:: e temina a história ... como:: com eles em busca de outra cidade e assim vai ... e o ... e o que eu aprendi dessa história foi que:: é:: o ser humano ele aonde ele é ... vive ... ele depende ... depende de um alimento ... depende de uma vida digna e que no sertão onde fica con/ me contada essa história e eu tô passando pra você ...as pessoas num vivem [a:dignamente] ... vivem sofrendo em busca de algo ... e que é preciso é:: de uma administração nesse mundo ... nesse Brasil pra:: consertar alguns defeitos ... pra consertar alguns defeitos na:: nas rendas né ... de cada ... cada estado ... cada interior ... cada:: porque todo ser humano é humano e todo ser humano precisa de viver ... não são como animais como foi contado que essa família viviam como animais ... chega até o momento em que eles se diziam que eram bicho e não gente e viviam em condições miserável como:: como animais e não como gente ...então é preciso que haja uma decisão nesse ... nesse nosso Brasil ... [a:pronto] ...
    E: quem contou essa história pra você?
    I: foi um:: professor de português ...

  • E: Glislaine ... hoje nós vamos fazer uma narrativa:: uma narrativa não ... uma descrição ... você vai me descrever um lugar que você gosta assim ... que você pode ter conhecido um dia ... tá?aí você pode me descrever com todos os detalhes ... [a:certo] ?
    I: bem ...eu vou falar sobre uma cidade que se chama Espírito Santo ... ela se localiza [a:próximo] a Goianinha... nessa região Oeste ... é uma cidadezinha pequenininha ... poucos habitantes ... mas já ... ela tem:: ela chama muito atenção ... tem muitos pontos turísticos ... é uma cidade onde cativa ... ela ficou no meu coração ... a sua entrada chama:: a rua onde:: é a entrada da cidade chama-se Bela Vista ... essa cidadezinha:: ela tem os pontos turísticos que é um rio e uma cachoeira ... possui duas pra/ pracinhas ... uma delas é situada na parte central ... é chamada Rua da Matriz ...essa Rua da Matriz é onde os casais se encontra ... [a:muito] movimentada... é onde:: se concentra todo o movimento ... as festas que existe lá é mais nessa rua onde tem:: essa Rua da Matriz ... subindo nessa cidade ... nós temos uma quadra ... nessa quadra nós encon/ nós encontramos uns jovens esportistas que todas as noites estão lá ... fazendo competições ... todas as noites tem uma competição ... e é onde chama a atenção do pessoal ... se concentra as lanchonetes e lá nós temos um cruzeiro ... um ponto ... marco histórico ... onde marca o início dessa cidadezinha que antes como as demais eram matos ... e ela se num ... se num me engano era Cruzeiro do Sul ... então ficou ( ) esse cruzeiro ... nós vamos descendo ... onde é essa quadra ... nós encontramos um ponto ... onde:: esse ponto marcou:: marcou a mu/ uma mudança na minha vida ... foi uma igreja ... que tem :: que tem por nome Assembléia de Deus e ela fica assim centralizada numa descida ... e ela fica bem no centro da rua ... muitos já quiseram tirar ...mas ela persiste lá ... [a:muito] bonita... depois dela nós vamos subindo ... encontramos o colégio ... onde ... onde tem até o segundo grau ...porque lá não é [a:muito] desenvolvido... mas esse é o melhor colégio ... lá tem ...três colégios ... um na Rua da Matriz ... que é [a:só] primeiro grau... tem um lá perto:: um colégio lá perto desse cruzeiro que eu fa/ que eu acabei de falar agora ... é mobral e esse colégio Joaquim da Luz ... que é nessa rua ... que essa rua se chama São Jo/ São José ... esse colégioele tem uma:: um descampado ... [a:próximo] a esse descampado:: é ... lá onde fica os parques... os circos ... os departamentos ... é ... de divertimento infantis ... lá onde as crianças brincam ... jogam também ... nessa parte fazia:: é lá onde se situa também:: é lá onde se situa também:: uma ... uma rua que dá descida pra um rio ... um rio ... o rio mais falado ... que é o rio de Jacú ... esse rio de Jacú ele tra/ é um meio de subsistência pra os:: pra habitantes de lá na época da enchente ... por ... tem mês né ... que chove mais ... tem mês que chove menos e no mês que chove mais esse rio ele ... ele tem muita água ... ele:: fica muita água da enchente ... no mês de junho ... um mês que tem:: um mês que tem mais chuva ... no inverno ... e muitas vezes acaba com as plantações ...com os animais né ... de lá ... [a:só] que quando passa dois dias... no máximo uma semana ... esse rio:: quando ele vai secando ... então ... vai tendo mais peixes e daí as pessoas vendem ... ajuda a plantações:: as plantações deles ... o meio de:: o meio de subsistência da maioria da população de lá é a agricultura ... tem um projeto lá que é o:: o prefeito né ... fa/ dá alimento o pessoal ... é:: a vaca leiteira ... um lhe dá a soja ... dá certos alimentos ... então todos os dias o pessoal tem:: tem esses alimentos ... então quando falta esse ... eles tiram da onde?tiram já desse rio né ... serve como meio da:: é:: meio da ... de subsistência [a:mesmo] ... serve pra subsistência esse rio ... essa cidade ... como eu fa/ como eu falei no início ... ela tem essa cachoeira ... essa cachoeira ... é mais ... mais visitada aos domingo ondeos jovens vão pra lá ... [a:só] que teve uma época que tava sendo proibidaporque tavam tirando é:: a manutenção da água pra cidade desse:: do:: da cachoeira ... foi proibido ... quando proibiram ... os jovens da cidade se deslocaram para uma barragem ... essa barragem ela é funda e gostosa de se ... de se banhar ... e todo mundo ia pra lá né ... fazia aquela festa todo mundo ... é:: lá as pessoas se divertiam o máximo ... achavam o vale das cascatas ... porque todo mundo ia pra lá ... se concentrava ... uns levava bebida ... num tinha um bar:: bar ... quem fosse levava bebida ... essas coisas ... né ... fazia::lá fazia um piquenique [a:mesmo] ... lá ... foi depois proibiram ... o pessoal achava o má/ o máximo era quando chegava policiais pra tirar né ... todo mundo ficava com aquela tensão ... aproveitava o máximo pra quando ... enquanto não chegava esse policial ... quando chegava todo mundo corria ... aí vol/ quando dava um tempinho que ele saía ... todo mundo via que ele saía ... aí todo mundo que tava escondido voltava de uma vez ... porque era o lugar nos mato aí dava pra se esconder ... era gostoso por causa disso ... com o tempo ... que viram que o pessoal gostava muito de banho ... né ... aí proibiram a cachoeira ... proibiram a barragem ... fizeram o quê? fizeram um:: fizeram um centro de lazer dentro da cidade ... um centro:: um dos centros de lazer fica próximo a essa Rua do Cruzeiro ... um dos centros ... e o outro fica na São José ... a que eu falei que tinha um colégio e:: e ficava os parques ... tem dois centros de lazer ... então agora a cidade tá mais:: mais desenvolvida né ... as pessoas num precisam tanto tá desobedecendo a lei ... no:: sim lá também possui dois:: possui dois:: dois clubes lá ... chama-se clube ... em alguns lugares se chama boate ... que fica também na Rua da Matriz e nesses dois clubes nota uma:: uma festa típica de lá ... é:: festa de janeiro ... que é uma padroeira de lá então eles têm por tradição ... são dez dias ... dez ... sete ... oito ...vai até dez ... mas [a:geralmente] é dez dias... [a:bom] é tradição ... eles têm a seqüência ... né ... da festa... quando chega ao último:: ao último dia eles pegam a padroeira né ... deles ... e saem pela cidade simbolizando o último dia e depois disso tem uma procissão no:: na ... no centro da cidade ... então vai de onze:: vai de onze horas da manhã ... eles fazem lá a adoração e de tarde ela ... a santa ... passeia ... a romaria passeia na cidade ... volta às quatro horas pra o altar da igreja e à noite já não tem mais nada ... foi dado por fim a festa ... aí todo mundo sai triste ... sai:: sai parques ... vai barracas que é o mês de movimento na cidade ... então quando sai:: é ... termina a festa ... ( ) todo mundo triste ... porque trabalhou muito ( ) aí diz e acabou ... pois então a cidade volta ao normalzinho ... é uma cidade pacata ... mas todo mundo se encontra ... então quando tem festa todo mundo vai lá ... se encontra ... todo mundo fica:: é:: num sei quê ... “como foi?”... aí “quando vai embora” ... aí todo mundo fica falando dasaforo ( )[v:volta] aquela vidinha ... [a:novamente] que todo mundo acha:: chato...né ... [a:pronto] ... é isso que eu queria falar dessa cidade... Espírito Santo ...
    E: você conheceu essa cidade?
    I: conheci essa cidade ...
    E: é ... né ... pra falar dela assim ...
    I: nas f'érias eu já ia ... já fui muitas vezes lá ... nas férias eu aproveitava ... quer dizer ... eu ia pros pontos mais turísticos ...mas [a:só] o que eu aproveitava [a:mesmo] lá como eu falei no início ... foi o que eu mais gostei ... foi essa igrejané ... onde mudou minha vida ...

  • E: Glislaine hoje nós vamos fazer ... você escolheu fazer um relato de procedimento né ... você vai contar pra mim como é que você faz alguma coisa ... se você sabe fazer um bolo ... se você sabe fazer qualquer outra coisa ... pintar ... qualquer coisa que você saiba fazer ...você vai me contar agora como é que faz [a:certo] ?esse relato chama procedimento ...
    I: eu ... eu irei lhe contar da receita de um bolo ... de um bolo ... bem ... eu começo ... como sempre eu começo com o açúcar ... eu pego o açúcar ... peneiro ... né ...o açúcar ... [a:geralmente] eu coloco um quilo de açúcar... mais ou menos isso ... pego o açúcar ... coloco dentro de uma vasilha ... açúcar peneirado ... ponho uma manteiga e mexo até que ele fique meia::ela se misture e fique [a:meia] cremosa... depois eu coloco mais seis ovos ( ) na mistura e bato ... bato bem até que ela fique aquele creme ... ela fica mole e fica até um cheiro gostoso ...porque [a:geralmente] o ovo ele tem um cheiro forte até que ele:: mistura tudo... depois eu coloco ... trigo coloco meia:: meio quilo de trigo ... mexo bastante e junto ao colo/ colocando o trigo ... eu vou colocando também um pouquinho de leitepra num ficar muito:: [a:muito] duro... porque tem muita coisa sólida e pouco líquido eeu também coloco um pouquinho de leite [a:junto] com o trigo e vou mexendo isso... colocando o trigo e mexendo ... né ... pra num ficar aqueles bolos ... coloco uma pitadinha de sal ... e mexo bastante até a massa dissolver pra que ela:: ela vá inchando ... depois da ( ) tá bem batido ... eu também coloco o fermento ... bato ... também muito ... tendo batedeira ... melhor né ... que a massa já vai::já vai se soltando das outras ... mas os que num têm ... vai na mão [a:mesmo] e se eu quiser colocar um recheio de chocolate ... aí depois do bolo já bem batido ... eu dissolvo o ... o chocolate em pó ... depois eu coloco:: quando ... depois de eu colocar na forma ... aí que eu coloco o chocolate em cima ... pra ele ficar bem no centro ... depois ... a antes:: quando a massa tá pronta ... antes de eu colocar no for/ no forno ... eu pego a ... a forma de bolo ... passo manteiga ... né ... pra ela num grudar ... passo manteiga ... passo:: eu polvilho com trigo ... pra ela também num queimar né ... na vasilha ... num ficar pregado na vasilha ... aí coloco o:: a massa ... né ... na:: na forma ... depois que eu coloco a massa aí é que eu vou ... coloco recheio ... aíeu coloco o recheio no centro do bolo ... pra ela ... ela ficar:: ficar na metade [a:mesmo] ... que aí quando leva ao fogo num dá tempo dela descer ... já vai esquentando e de preferência no fogo:: no fogo brando ... pelo menos nos vinte minutos de início no fogo brando ... aí depois é que eu es/ é:: aumento né ... a potência do fogo ... quarenta grau mais ou menos ...[a:pronto] deixo lá uns quarenta:: minutose depois ...é [a:só] tirar que tá um bolo:: ótimo... [a:pronto] ...

  • E: Glislaine ... hoje nós vamos fazer um relato de opinião ... você vai me dá sua opinião acerca de um:: de um assunto ... é ... você vai se posicionar contra ou a favor ... vai:: vai falar o que é que você acha desse assunto ... né ... e pela:: o que a gente vem conversando você:: qual vai ser a sua:: qual a sua opinião sobre a vida que leva um sertanejo ... essas pessoas que vivem na seca ... no ... nesses lugares onde há a seca ...
    I: o que eu tenho ... o que tenho analisado ... o que tenho visto quando você começa a conhecer de perto ...cada sertanejo ... cada pessoa nordestina ... aquela [a:mesmo] que sente a situação... que passa ... que passa o seu país e a vida que ela atravessa a cada dia ...você nota nos olhos dela a:: a:: a coisa precária [a:mesmo] como ele se encontra...pois a gente [a:só] vê isso quando passamos pra forae vemos uma condição melhor que o homem vive e que ao nordestino lhe é negado ... ele não sabe ... ele não sabe que ele não tem:: ele poderia viver melhor e ele se conforma com sua vida precária ... ele se conforma em sofrer ... e não levanta pra lutar ... porque lhe negaram também informação ... ao nordestino lhe é negado o direito de:: de aprender a se revoltare [s:ele] fica na vidinha dele ... [v:leva] aquilo [a:sossegado] é:: como a história que te falei ... daquela família nordestina que ele era obrigado a:: a sair de uma cidade pra outra e é assim que eu vejo o nosso país ... ele num sabe como recorrer ... como tirar suas próprias riquezas e ele vive correndo de um país a outro em busca de uma melhor condição e:: e fica abrindo as portas pra os outros países implantar:: seu dinheiro ... tirar mais dinheiro daqui ... da nossa terra ... ex/ nos explorar muito mais ... entrar nas nossas casas e fazer o que bem entender ... pois eu vejo que a gente somos um boneco da sociedade ... (a gente já faz aquilo o que a sociedade que nós somos dependentes quer) ... hoje nós vemos como a situação:: hoje o Brasil se encontra e como o Brasil se encontra ...pois nós somos [a:diretamente] afetados com isso... a:: o Ba/o Brasil ele ... ele enfrenta uma transformação [a:muito] grande agora... vem enfrentando ... agora vai tá piorando e a gente vê aí os brasileiros ... os nordestinos ... os sertanejos ... ninguém abre os olhos ... tá todo mundo iludido ... todo mundo pensando em como se divertir ... todo mundo pensando em ter amanhã o dia melhor ... mas num abre pra situação econômica ... que vai melhorar sua vida ... num vê ... num tenta enxergar o que tá na sua frente ... ele procura sempre não querer aceitar a responsabilidade que tá nas suas mãos ... eu posso até dizer assim ... é como se ele visse ... ele olhasse pra um lado ... olhasse pra outro e visse tá aqui a solu/ a solução ... tá nas minhas mãos ... a solução do país tá nas minhas mãos ...a solução dos meus filhos [a:futuramente] tá nas minhas mãos... mas ele tem medo de enfrentar ... de encarar a realidade ... de pegar o seu direitos de voto e dizer assim ... “eu vou usar essa arma” ... não ... eles se deixa enganar ... se deixa iludir por um dinheiro ... por uma cara bonita ... por um ... por um:: meio de comunicação como é a televisão ... ela bota um negócio lá ... uma fantasia e você:: você aceita ... então ele começa a se iludir ... ele vai se deixando se iludir e que o outro ponto que eu também vejo ... é como a televisão ... ela tem:: ela tem iludido as pessoas ... tanto nordestinas ... todos os:: todos os lugares ela:: ela tem iludido ... a gente vê que:: numa forma que a gente não nos valoriza:: tá na:: no cinema ... no cinema brasileiro ... a gente num dá valor o cinema brasileiro ...a gente deixa que as pessoas nos ... nos iluda [a:realmente] ... a gente tem medo de assistir os cinemas brasileiros porque eles nos despertam o:: a verdade do Brasil ... eles falam do que a gente é ... da forma miserável que a gente vive ... você vai assistir um filme brasileiro ...você [a:só] vê o quê? [a:só] vê droga ... você [a:só] vê destruição ... você [a:só] vê as pessoas se matando... aquela favela ... aquela prostituição ... aí a cara do Brasil ... as pessoas não go/ não querem assistir ... são elas ... são muito:: num é valorizado ... mas você vê né ... uma novela né ... é modelo americano ... um filme estilo americano ... tá todo mundo lá vidrado porque:: porque eles querem sonhar com a vida melhor ...mas eles [a:só] sonham... no entanto ... querem receber aquilo ... não vê e pra abrir os olhos é difícil ... é preciso que haja alguém que invista mais na educação ... das classes mais pobres que é a grande maioria pra que eles despertam mais que a gente possa ter um dia uma vida digna né ... aí vem aquela falta de consciência ... a gente vê que nos interiores ... quando chega a época de eleição ... o que é que faz? podem ter duas pessoas boas candidatas ... que acontece o seguinte ... eles compra o voto ... pega lá ... vai ... dá um dinheiro e diz “olhe ... vote em fulano” ... ele vai e vota ... num sabe pra quê ... mas vivem em condições miseráveis ... eles têm um dinheirinho a mais ... eles não vão negar ... quer dizer ... o ... daí já lhe tira o direito de ... de escolher o número melhor ... [s:eles] são obrigado a [v:viverem] [a:ruim] ... passam uns dias melhores em busca do dinheiro ... depois continua a na/ naquela mesma rotina de que num presta ... e num sabe mais como votar e depois mete o pau ... comentam ... se lastimam ... se amaldiçoam e num vêem mais nada eé preciso um despertamento [a:muito] grande::como hoje tive a oportunidade de saber o que o nosso país tá atravessando ... essa fase de:: de uma revisão na constituinte ... o Brasil num tá:: num:: ninguém tá nem aí ... ninguém sabe porque que tá isso:: ninguém tá preocupado porque:: tá acontecendo isso ... mas se falar pra todo:: falar em novela ... todo mundo:: tá todo mundo ligado nisso ... na copa ... nos:: nas novelas ... sei lá ... em todas as coisas eles se apegam ... se desprendem dos problemas e deixam ...vão deixando isso e amanhã ... [a:futuramente] ... meus filhos ... seus filhos ... vão tá nesse mundo sofrendofazendo a mesma coisa pior ou pior ainda ... que a gente num sabe onde é que vai ... onde é que essa situação vai chegar porque se hoje existe homens que não:: que governam e não sabem governar ... amanhã talvez num exista mais homem que governe ... porque nem ninguém confia mais em ninguém ... num dá mais pra se admitir ... se esperar ... não:: não temos mais esperança ... hoje o presi/ ontem o presidente Itamar esperando que o ... o ... o ministro da justiça chegasse pra dizer alguma coisa ... o ministro da fazenda também pra ver se ele dizia alguma coisa como é que ia fazer a economia ... um plano melhor pra economia ... quer dizer ... um sempre esperando e a solução num vem ... num tem mais ... é tipo assim ... um espera:: um senta e espera que fulano traga resposta ... fulano chega e diz ... “ah ... eu num sei ... vamos procurar outro fulano” ... chega também disso ...vamos buscar uma solução ... quando reúne as cabeças tudo [a:junto] ninguém mais sabe... entra em desespero e diz ...“vamos deixar [s:a corda] [v:correr] [a:solta] ” ou então demite ... se um tem uma idéia brilhante e num é de acordo com eles ... demite ... bota outro ... quer dizer ... há sempre essa rotatividade ... nós vemos que o nosso país é um país onde mais existe presidente ... onde reforma diversas leis ... onde a constituinte é elaborada agora ... tira bota outro ... emenda ... desmenda ... é um país onde:: num é ...a política:: num é coisa levada [p:a] [a:sério] ...onde [s:as pessoas] não [v:são levadas] [p:a] [a:sério] e como eu falei e vol/ torno a repetir ... na:: a nossa economia num é uma coisa ... num é uma brincadeira ... num é uma chupeta que bota lá na criança ... tira ...depois [s:ela] chora ... [v:bota] [a:novamente] ... num é um consolo ... e eu acho que o nosso país ... ele vai entrar num caos grande e que não há mais solução ... se tiver ...vai ser [a:muito] difícil ser encontrada...terá que ser uma revolução [a:muito] grandepra ele sair do abismo em que se encontra ...é uma revolução [a:muito] grande... ele pode até criar os pés e pular um degrau ... mas sair de onde ele tá ...eu acho [a:muito] difícil... é quase impossível ... é por isso que muitas pessoas dizem que não ... o ano dois mil ... tal ... num vai mais existir mais nada ... o fim do mundo ... num é bem por aí ... mas que o nosso país não tem mais jeito ... [a:sinceramente] essa esperança eu não tenho... essa minha:: essa minha opinião sobre o nosso país ... sobre o nordestino que é o mais afetado ... é o que mais sofre ... é o que mais dói no coração ... quando você vai visitar uma pessoa nordestina ... que a situação é pior do que o favelado ... porque o favelado ele já não tem mais esperança e o nordestinoainda tem uma esperança ... gente vive no sertão [a:mesmo] ... quer dizer ... é uma lástima grande...
    E: você diz o se/ o nordestino ou ... de modo geral ... ou aquele::
    I: eu digo:: eu falo do nordestino e falo do sertanejo ... daquele que vive lá dentro no:: no interior ... no sertão ... porque a economia como você sabe ... ela abrange tudo ... ela abrange tanto a nós que vivemos aqui Natal ... como ela abrange os outros interior ... como ela vai abranger também o:: o:: a parte centro-oeste ela vai:: ela ... ela abrange tudo ... a economia ela domina você aonde quer que você esteja ... então nós daqui ... vivemos aqui em Natal no nordeste ... nós sofremos mas vai a gente:: temos alguma coisa ... por exemplo você pode prestar o:: a sua força de trabalho ... ter algum dinheiro passa um tempo apertado mas tem alguma coisa ... mas lá não ... lá no sertão é pior ainda ... a situação econômica é três vezes pior porque eles ficam esperando pra plantar ... pra colher ... esperando a votação ... um tempinho de eleição que vai vir alguma coisa ... quando tem uma chuvinha ... se vier ... se num vier muita chuva que destrua ... ou se vi/ ou se num vier nada ... quer dizer ... ele tá sempre aflito e sempre passando fome e sempre vivendo em condição precária ... num tendo hospital ... num tendo segurança ... num tendo educação ... é como:: vivem animais e nós que vivemos aqui tem um pouquinho de:: ainda de indústria ... de educação ... estamos quase nos igualando a eles porque a gente não vê isso ... mas se nós formos analisar ... a gente tá vivendo numas condições que quase não temos mais educação ... o:: o estado tá andando como um:: aquele ... aquele animal é:: a preguiça ... andando em marcha de tartaruga ... ela:: ela anda ( ) da educação ...mal entra em greve ... [v:volta] [a:novamente] ... quer dizer ... você diz que tem direito de educação mas você não aprende ... você tem direito a:: a segurança ...mas [a:só] de palavras... mas no:: na realidade ele também te é negada a segurança ... a saúde nem se fala ... é:: de:: é direito ... a gente vê na constituinte ... é direito de você ter saúde ... mas te é negada a saúde ... se hoje você for a um posto de saúde ... te negam a saúde ... por quê? porque não tem quem trabalhe ... num tem quem pague ... então você é obrigado a pagar sua saúde ... você é obrigado a pagar sua segurança ... você é obrigado a pagar seu colégio e às vezes os particulares que exploram e num são bem dados ... quer dizer ... você é obrigado a tudo ... você não tem direito a nada evocê [a:só] tem direito a ser um cidadãose tiver é:: se você tiver saúde ... tiver uma educação e tiver segurança ... aí surge aquela pergunta ... então aquelas pessoas que ... como do sertão ... elas não têm direito à saúde ... a educação? ... são o quê? são gentes? são brasileiros?ou são [a:só] indivíduos?né ... quer dizer ... é um ... essa:: essa questão que eu tô te falando ...é uma questão [a:muito] polêmica... ela tem muitos porquês ... é:: um::é um assunto que é [a:muito] extenso...a economia [a:realmente] ... ela é um assunto que talvez se/ seja falado por muitos anose pra resolverr sejauma pessoa de pulso [a:muito] forte... pra que consiga dominar toda essa situação ...
    E: é essa sua opinião?
    I: é essa a minha opinião e eu espero que tenha solução ...
Parte oral
1993
  • Em um certo feriado de 1993 fomos fazer um retiro na praia de coqueiros, [a:próximo] a touros.Uma cidade pequena, [a:consequentemente] com poucos habitantes e com uma praia enorme, que tenho certeza que os nossos colonizadores de Portugal estiveram lá.A noite na praia é um encontro, ficávamos a cantar hinos e depois conversávamos, comíamos pipoca, sorríamos, enfim, tudo era gostoso.Ao amanhecer tínhamos as nossas tarefas a cumprir [a:só] que, antes disso fazíamos todos os dias uma consagração.Todos na sala cantava, lia a bíblia e [p:por] [a:último] um dos conselheiros terminava explicando a leitura feita.E então estávamos com a manhã disponível para o lazer.Iamos todos jogar vôlei e nos divertiamos bastante porque ninguém sabia jogar,mas nos entendíamos [a:muito] bem, embora alguns se sobressaiam na partida.Estava feita a família e ninguém conseguia destruir, era o amor brilhando nos olhos de cada um.A compreensão dominava a minha vida, comecei a ver como o ser humano tenta sujar o que ele tem de mais bonito, que é o amor.E quando ele assume a sua identidade de ser um humano e que precisa de outros, ele vai sendo liberto do egoismo da soberba da falta de compreensão, enfim, tudo muda.Não podemos fazer tudo aquilo que é bom [a:só] aos nossos olhose sem considerar o que é bom para quem está ao nosso lado.Já é tempo de todo mundo se unir, se dar as mãos para um mundo feliz.No último dia, a noite decemos à praia e todos tiveram a oportunidade de agradecer por estarem ali fazendo parte da família, depois fizemos um círculo, de mãos dadas se oramos a Deus agradecendo.E todos choravam de felicidade por momentos tão bons e que para mim valeu muito.
  • Uma certa família de peregrinos composta por: dona sinhá, seu esposo, 2 filhos e uma cachorra e um papagaio.Eram do sertão Nordestino.Viviam a procura de uma estádia, pois, já faziam muitos dias que a seca havia os expulsados de sua terra Natal.No caminho ocorreu um episódio que me deixou triste, comecei a refletir a dor de uma das crianças dessa história, quando ela caía na estrada por não ter mais capacidade física.E o seu pai era um homem severo, e de poucas palavras, [v:mandou] [a:imediatamente] o garoto levantar.Pensando ele que seu filho estava com manha.E a reação da criança era gemer, enquanto o pai se movia para pegar a bainha e bater contra aquele ser indefeso que se via sem objetivos.Pobre menino!não abria sua boca nem se quer para dizer que seu corpo doia, apenas esperava as reações do pai.A sua mãe ao perceber ordenou que seu esposo tomasse a criança nos braços, já que agora estavam mais próximo de chegar, onde?ninguém sabia.A situação piorava a cada dia, o cinto ia apertando.Tiverão então que se desfazer do seu amigo papagaio para suprir as sua necessidades naquele instante.Logo após, encontraram uma casa dezerta e fechada, a felicidade havia voltado.Pelo menos uma sombra para descansar os ossos fracos.A vida recomeçou, a chuva estava presente molhando a terra que iria trazer frutos, alimentos para ele, sua esposa, seus filhos e a cachorra.Lembrando que, a cachorra era como se fosse da família, pois, sempre estava [a:junto] deles.Em uma certa ocasião, quando estavam com fome, a cachorra trouxe uma caça e a sinhá ficou feliz, fazendo uma festa ao beijar a boca da cachorra.Chegaram a momentos gloriosos onde aquele pai de família pôde gastar seu dinheiro na cidade, e agora pudesse realizar o sonho de sua esposa, que era comprar uma cama igual a de seu Tomaz boladeira.Mas ele não teve sorte na cidade, pois, um soldado amarelo discutiu com ele e o espancou.No dia seguinte, voltou tristonho para casa, refez suas idéias, e não lembrará do acontecido.com o passar dos dias a seca voltará como uma peste, destruindo a tudo.E o seu patrão via-se obrigado a mandar ele sair da fazenda com sua família.Aqui recomeça a história dessa família de peregrinos, [a:só] que agora tinham menos, pois, lhes faltava o papagaio que haviam comido no caminho.
  • A cidade de Espirito Santo está localizada entre Goianinha e Várzea, e ambas [a:próximo] a Natal.Nessa cidade temos diversos pontos turísticos, um deles é uma pequena cachoeira e uma barragem da qual a cidade é abastecida.A entrada dessa cidade é estreita e a rua se chama Bela Vista, ao chegarmos nesta cidade sentimos logo a situação econômico da cidade.Indo ao centro onde se concentra a classe média alta e baixa.E temos uma pracinha onde os namorados se encontram e as crianças andam de bicicleta fazendo a maior zuada, essa avenida chama-se rua da matriz e nela todo ano acontece uma festa tradicional,onde pessoas de diversas cidades, [a:junto] c/ as Espirisantenses comemoram a existência de sua padroeira, e essa festividade dura 10 dias encerrando com o passeio da imagem de escultura em torno da cidade.Temos a rua do cruzeiro, onde o seu nome é derivado da cruz que esta no final da rua, encontramos uma quadra onde os jovens se encontram todas as noites e todas as manhãs.Indo de encontro a parte mais alta, encontramos a rua são José, enela está o maior colégio da cidade e [a:próximo] a ele temos uma parte vazia sem casas e nesse local é colocado os parques circos etc.Descendo, temos um rio que beneficia a cidade e chama-se rio do jacú.Durante a enchente ele fica repleto de peixe ajudando a população a se manter.
  • Ingredientes: - trigo, açucar, ovos, manteiga, fermento, leite, chocolate.Modo de fazer: Pega-se o açucar, de preferência estrela, mistura com os ovos e a manteiga até ficar parecido com creme.Coloca o trigo já peneirado [a:pausadamente] na mesma proporção do trigo vai colocando o leite.Sempre batendo, para a massa não grudar.Coloca-se o fermento desmanchado no leite e agora bate a massa a vontade até ela ficar cremosa.Agora leve a massa a uma forma que esteja untada com manteiga e polvilhada com trigo, dessa forma você não correrá o risco da massa queimar.Depois de colocar a massa na forma coloque o chocolate derretido por cima da massa e leve ao forno.Deixe o forno em fogo brando, após 40 min. estará proto para ser servido.
  • Brasil, pais cheio de contrastes e a zona mais afetada é o sertão do Nordeste, afetando a região litorânea do Nordeste e Sudeste ...Quero fazer algumas comparações com essas regiões.Sabemos que o mais sofrido é o sertanejo, que vive da agricultura e sem ajuda de nenhum governo fica a esperar pela chuvinha que vem meses indeterminados e quando vem provoca a enchente devido ao solo, e acaba com toda a sua plantação, em resumo vive sempre em completa miséria não tendo a quem apelar.E ele não vai para a cidade porquenão tem estudo suficiente para trabalhar e [a:mesmo] se tivesse não conseguiria emprego.Devido a essa fase de recessão existente.Em torno disto, temos uma classe que tem um pouco de conhecimento e que poderia usá-lo para ajudar a si próprio, ao seus filhos e ao seu próximo.Mas no entanto, todos se calam ao ver a crise, se acomodam em frente a uma televisão sonhando um mundo melhor de fantasias e esquece do seu mísero salário minimo.Por que se todos se concientizasem como tem sido difícil a sua sobrevivência (já que se acostumou) e que ele pode mudar, com o seu voto e com sua voz, daria o brado do direito de ser um cidadão digno.Ter dignidade é possuir seus direitos e usufruí-los.Estamos passando por momentos em que são criada leis, colocadas abaixo,no outro dia vem nova lei ou até a mesma e assim [a:sucessivamente] .O brasileiro se deixou levar pelo conceito dos outros, perdeu sua personalidade perdeu sua cultura é um robô da vontade dos outros.Em consequência, do outro lado o coitado do sertanejo nem sonha que isso tudo existe.Nem se quer ver que a sua rocinha poderia ser produtora em outro lugar e dar muitos frutos.Em oposição vem os latifundiários com muitas terras explorando os bóias-frias e expulsando os posseiros.Os contrastes Brasileiros nunca irão terminar, a não ser que ele empobreça de vez, assim os ladrões deixam de roubar, ou os administradores tomem vergonha, ou os militares tomem o poder, ou seja decretada a moratória por um governo sério.
Parte escrita
1993

  • I: Marcos ... a viagem ao Rio Grande do Sul ... foi da seguinte forma ... ((riso)) é:: [a:primeiro] eu tava sem dinheiro e nessa época eu não trabalhava... e ...eu participava de um grupo de jovens onde a gente tinha a oportunidade de ... de [v:colocar] as coisas [p:em] [a:comum] e ... alguns ... alguns amigos trabalhavam uns para os outros e quando alguém precisava fazer uma viagem ou estava com as necessidades financeiras ...e eu me lembro que nessa época eu fui [a:muito] ajudado pelos meus amigos... para essa viagem ao Rio Grande do Sul ...
    E: qual foi o ano?
    I: oitenta e cinco ... o ano em que eu trabalhei naquele serviço público federal né?
    E: sei ...
    I: então ... é ... chegou o dia da viagem ... é ... eu nunca tinha viajado de avião ... ((riso)) e ... estava uma ... eu tinha medo ... tinha ... existia uma certa expectativa ... uma ansiedade de ... pela primeira vez eu tive medo de sair de casa sabe? e fiquei ... mas ao mesmo tempo um medo com coragem ... porque era um desafio ... era um ... mostrar pra mim que eu já era homem ...que [s:eu] já podia [v:caminhar] [a:sozinho] ... longe de meus pais da minha ... da minha terra e tudo mais ... essa experiência que você viveu quando saiu de Fortaleza ...
    E: na época você tinha quantos anos?
    I: eu tinha vinte e três acho ... vinte e três anos ... vinte e dois ...
    E: você foi sozinho?
    I: sim ... sozinho ... ((riso))
    E: mas qual era o objetivo da viagem?
    I: o objetivo da viagem era ir trabalhar né ... porque eu tinha passado num concurso e tinha feito o curso em Brasília ... e quando voltei de Brasília já vim com a cidade é ... onde iria trabalhar né ... que era uma fronteira do Rio Grande do Sul ... sim ... mas no dia da viagem ... é ...eu me lembro de uma coisa [a:muito] interessantequando ... um amigo nosso foi deixar-nos no aeroporto ... eu ... mamãe e Isabela ... eu gostava muito de Guilherme Arantes nessa época ... então tocava uma música de Guilherme Arantes ... era meia noite ... meia noite e meia eu acho ... e:: chovia muito ((riso)) ... chovia muito e ... uma música de Guilherme Arantes ... enquanto a gente caminha/ enquanto a gente se direcionava pro aeroporto ... e ... eu disfarçava um pouco do ... do pessoal e começava e chorava assim ...eu sentia as lágrimas descerem [a:junto] com a chuva e enxugava... mas aí chegou o momento ... o grande momento de embarcar no avião e me despedir de todos e ... e enfrentar ... o estar só... estar só entre aspas ... porque lá eu iria encontrarpessoas também ... é [a:muito] ... muito interessantes que iriam se tornar quase ... novos ... novos familiaresmeus é ... os amigos que eu encontrei lá ...
    E: mas você ... é ... sabia de antemão quem você iria encontrar?
    I: não não ... foi ... foram ... foi uma conquista né? eu fui conhecendo esse pessoal assim que eu cheguei lá ... sim ... mas aí eu ... eu peguei esse avião ... chovia muito ... ((riso)) e o avião decolou ((riso)) sobre forte impacto de chuva ... raios e trovoadas ...
    E: de madrugada?
    I: de madrugada ... e:: eu tentei dormir mas ... não consegui ((riso)) nenhum momento ... quer dizer ... nenhum momento não ... eu fechava os olhos e ... tentava num ... num me ligar no ... no que tava acontecendo do lado de fora ... que era uma ... uma ... uma forte tempestade ... uma chuva forte ... e eu tava do lado da janela na asa do avião ... e ...e pra mim era uma coisa [a:muito] forteporque meu pai tinha muito medo de avião e ... eu acho que por tanto ele ter falado de avião de medo de avião que ... é ...um pouco desse medo transferiu-se pra mim ... e [a:inconscientemente] até eu acho... e ... quando o dia amanheceu ... ((riso)) nós já estávamos em ... eu acho que em ... em São Paulo ... e ... foi quando pela ... aí eu num ... foi inevitável olhar pela janela né? eu comecei a ver o movimento lá fora ... ((riso)) as nuvens ... as nuvens clareando ... o sol saindo de manhã cedo ...
    E: durante toda noite você evitou olhar?
    I: é ... mas aí ... o espetáculo da ... do ... do amanhecer foi fantástico ... é eu nunca me esqueço ... porque ... é uma coisa linda Marcos ... você ... eu acho que você já andou de avião e já deve ter visto essas coisa ... já/ já deve ter visto esse fenômeno ... a .. você vê a terra ... é ... o horizonte redondo ... e todo o ... como se todo o globo terrestre assim ... aquele ... aquela meia lua toda clareando assim ... é um fenômeno bonito eu nunca esquecerei daquele momento ... me lembra de Saint-Exupéry ... porque eu li muito Saint-Exupéry na minha adolescência e início da juventude ((riso)) e ele falava do amor que ele sentia pelas estrelas ... pelo pôr-do-sol ... pelo nascer do sol ... o pôr-do-sol ... aí passou o medo ...nessa hora eu olhei [a:mesmo] pra o horizonte... pras nuvens ... mas aí quando o avião já tava ... já estava próximo de ... se aproximando de São Paulo mesmo da cidade que ele ... ele ... como é que se diz ... ele perdia altitude né? ele baixava mais ... mais e mais e já se via prédios ... cidade ... arranha céus ((riso)) aí eu fiquei um pouco com medo pois eu comecei a sentir a fragilidade daquela máquina ((riso)) de metal ...aquele pássaro gigante [a:só] faltava bater as asas lá em cima((riso)) ...
    E: mas a primeira escala foi São Paulo?
    I: não Marcos ... houve é ... várias escalasmas que eu me lembro que marcou [a:mesmo] ... foi ... foi essa de São Pauloporque já tava amanhecendo entendeu?
    E: hum hum ...
    I: São Paulo vem antes do Rio?
    E: depende do vôo ... tem vôos que ... para no Rio ... depois São Paulo ... nesse que você foi ...
    I: mas na seqüência geográfica é São Paulo?
    E: é Rio ...
    I: é Rio né? então eu o ... eu acho que a primeira ... já tava amanhecendo quando a gente passou pelo Rio ... mas São Paulo foi que eu vi o sol nascer eu acho ... já ... já na ... na aterrissagem ... a quando ele tava próximo de São Paulo foi queeu vi esse fenômeno [a:muito] bonito do ... do amanhecer... sim ... de São Paulo ... sim ... aí teve uma história da conexão assim ... eu me sentia o ... como Jorge ...
    E: a conexão foi em São Paulo?
    I: teve essa conexão de São Paulo no Rio de Janeiro ... ((riso))
    E: conexão em São Paulo e no Rio de Janeiro? que vôo maluco ...
    I: é ... eu me sentia como Jorge ... lembra de Jorge? meu amigo no dia do meu aniversário aqui? ( ) aquele matuto que ... é ... admirado com a tecnologia ... com a ... como é que se diz ... com ... a rapidez da ... das ... como é que se diz do ... como é que eu quero dizer Marcos? é ...eu achava fantástico como [s:tudo] [v:acontecia] [a:rapidamente] ... minhas malas não precisavam ... ((riso)) eu num precisava carregar minhas malas ...porque [s:tudo] [v:acontecia] [a:automático] e eu ficava numa sala de espera e ... e ... a como é que se diz ... um ... um comissário de bordo dava o toque que já ... a gente já poderia se aproximar do outro avião e ... passava pro outro avião ... ((riso)) e ... eu achava isso fantástico ... e minhas malas ... a minha preocupação era as minhas malas ... ((riso)) eu chegaria com mala ou sem mala ... eu sei que ... tivemos um ... depois de São Paulo tivemos mais um ... um ... uma parada em Brasília ... é ... em Brasília não ... em Curi/ em Florianópolis se eu não me engano ...
    E: é ... deve ter sido ...
    I: depois em Curitiba ... em Curitiba ... Santa Catarina vem depois de São Paulo?
    E:não ... quer dizer ... pra ir pra São Paulo [p:com] [a:certeza] vem ...
    I: mas pra Curitiba o ...
    E: agora Curitiba ... Florianópoliseu num [v:sei] [a:exatamente] ... a seqüência...
    I:eu acho que é ... Santa Catarina ... [a:primeiro] ... eu sei que a gente parou em Santa Catarina... parou em Santa Catarina como se fosse um pássaro ... ((riso)) sim ... e o que eu achava mais interessante na ... na ... na ponte aérea São Paulo-Rio ... ou Rio-SãoPaulo ... eu acho que foi ... Rio-São Paulo ... nessa conexão que houve ... então entrou muita gente no avião ... o avião ficou lotado assim ... tinha gente até ... um pessoal artista que eu num consegui ... na época eu num ... eu num conseguia ... eu num rela/eu num tava [a:muito] relaxado não... no avião sabe? tava um pouco tenso e ... e aquele pessoal é ... super bem vestido e empalitozado ... aqueles senhores assim num dando a mínima pra aquele avião ... aquela máquina metálica ... ((riso)) entravam e puxavam seu jornal ao meu lado ... ne/ nessa ... nessa vez eu fiquei na cadeira do meio ... naquelas poltronas do meio do avião ... onde tem quatro poltronas e eu fiquei no meio de três pessoas ... duas pessoas de um lado e uma do outro ... eram pessoas lendo jornal ... e assisstindo e ouvindo música e ... aqueles senhores assim que num ... pareciam que num tavam nem aí ... pra o processo da história da ponte aérea ...
    E: e a alimentação durante o vôo?
    I: a alimentação ...
    E: [s:você] [v:comia] [a:legal] ?
    I: eu comia pouco ...apesar de [a:muito] bonita a alimentaçãoeu comia pouco porque eu tinha medo de enjoar ... ((riso)) mas nunca ... como é que se diz ... eu ... eu sentia tudo isso mas dentro de uma postura ... entendeu? [a:muito] clássica ... muito ... muito...como é que se diz é ... [a:muito] compenetrada assim...nunca deixava transparecer ... [a:só] algumas vezes já de manhã... nessa ponte aérea eu me lembro que esses senhores ... super relaxados lendo jornal ... como se tivesse na ... no banheiro ou sei lá ... na cozinha de casa depois do café ... ((riso))eu tava morrendo de sono porque [v:tinha passado] a noite [p:em] [a:claro] ((riso)) [s:eu] [v:tinha passado] a noite [p:em] [a:claro] e ... eu já tava morrendo de sono então eu num aguen/ eu me senti um pouco seguro no meio daquelas pessoas super relaxadas ... ((riso))
    E: você estava entre duas pessoas é?
    I: entre três pessoas ... duas de um lado e uma de outro ... eu me lembro que eram mais senhores ... então eu ... eu consegui nesse mo/ nesse período ... que era de quinze minutos eu acho ...a ponte aérea [a:só] dura quinze minutos... eu consegui dá uns cochilos e quando eu dava um cochilo Marcos ... acontecia um fenômeno ... eu ... eu ... eu num relaxava porque existia um ... um período de turbulência né? o avião ... passou por umas nuvens e ... houve uma certa trepidação ... então nesse momento eu tava com profundo sono ... mas eu num ...como eu num conseguia me [v:entregar] [a:totalmente] ao sono... eu ... é ... no meio do sono quando dava a turbulência ... eu acordava dum sopapo e ... aí eu perdia a classe sabe? ((riso))
    E: porque você tava tendo um sono intranqüilo ...
    I: eu acordava de um sopapo e as pessoas do meu lado ... aqueles senhores olhavam assim assustados ... porque eu dava sopapo na cadeira ... ((riso)) mas aí ... cada vez que vol/ recobrava a consciência eu ... tomava a minha postura séria ... usava aquele meu personagem quarenta e três ((riso))
    E: personagem quarenta e três? o que é isso?
    I: é a de um homem se/ é o homem ... que num tá nem aí pros perigos ((riso)) é ... eu acho que era o personagem que todos estavam usando ali ... e não tinham ... é ...e [a:só] eu tinha ... é essa consciência ou [a:só] eles sei lá... ou eles também ... eu num quero questionar isso ... mas eu sei que chegamos ... sim ... mas depois de São Paulo teve Santa Catarina e depois teve o Paraná ... mas o ... o grande tcham da ... da viagem foi a chegada no Rio Grande do Sul ... porque a última escala o ... eles avisam né? dessa última escala estamos chegando em Porto Alegre ... e eu senti uma alegria tão grande ... um ... um ... uma ... era como se eu retornasse a uma terra que eu nunca encon/ que eu nunca tinha deixado de estar lá ... porque ... eu num sei se eu já te falei ... Marcos ... é ... desde pequeno eu falo ... eu falava pra minha família do Rio Grande do Sul sem nunca ter ido ao Rio Grande do Sul ... ((riso)) um fenômeno paranormal aí que ... é ... hoje eu sei ... um pouco por onde é que passa essas histórias né ... mas eu me sentia como que ... chegando em Areia Branca ... minha cidade do ... na/ natal né ... e ... e então nessa hora eu olhei pela janela e eu contemplei uma paisagem linda ... que eu nunca mais vou esquecer na minha vida ... um verde ...Porto Alegre [a:todo] ainda adormecido... umas sete e meia da manhã eu acho ... minto ... oito horas ... oito e meia ... mas porque era inverno então dava idéia de cinco horas da manhã entendeu? era umas oito e meia ... oito ... oito e meia ... mas ... eu encon/ aí eu vi ... uma cidade linda Marcos ... Porto Alegre é lindo de cima ... eu já ... desde desse momento ... já me apaixonei pela cidade ((riso))
    E: o medo já não existia?
    I: não existia e ... a von/ aí ... o reencontro com o clima frio ... digo reencrontro ... reencontro porque eu acredito que foi um reencontro ... eu acho que em alguma dimensão ... eu já havia morado no Rio Grande do Sul ...e isso depois eu vou [v:conversar] mais [a:profundamente] com você que não cabe falar agora... mas então cheguei em Porto Alegre ... sim ... aí a porta do avião abriu-se ... e eu ia me sentir ... é ... pela primeira vez naquele vôo seguro porque eu ia pisar em terra firme e não iria mais voltar até o avião ((riso))
    E: você tinha alguém esperando lá ... alguma coisa?
    I: não ... não tinha ... meu tio mora em ... morava ... mora ainda ... os filhos dele ainda moram lá ... moram em Rio Grande ... a quatro horas de Porto Alegre ...
    E: mas como era o esquema de trabalho ... num tinha nenhum ...?
    I: sim ... espere ... você quer saber do tabalho ... o que que eu ia fazer?
    E: não ... não ... da viagem ... você tá falando da viagem ...
    I: sim ...
    E: mas eu achava que pelo fato de você ter ido assumir um emprego ... tivesse alguém esperando você ...
    I: não não ... não ... isso aí eu vou te explicar ... eu tive que ir sozinho e já sabia para onde ia ... sabia a cidade onde ... onde ... onde era ... onde estava lotado ... e sabia a quem me dirigir ... o local a que eu deveria procurar quando chegasse nessa cidade que era Santo Ângelo ...Porto Xavier ... [a:próximo] de Santo Ângelo... nas missões ...mas eu teria que ir sozinho ... fazer esse percurso sozinho ... [a:pronto] ... mas como eu cheguei no final de semana em Porto Alegre... é ... sim ... então eu cheguei no aeroporto ... sim ... a porta do avião se abriu ... pela primeira vez eu ... eu reencontrei aquele clima do ... do ... como é que se diz ... aquele clima ... temperado ... era como ...era [a:muito] friomas eu sentia uma doçura em respirar aquela ... aquela ... bruma ... Porto Alegre adormecida numa bruma ... um ... um ... um ar assim super puro Marcos ... que eu nunca havia respirado em lugar nenhum ... talvez aqui na via costeira em Natal tenha um ar igual no inverno ...mas [a:muito] agradável o ar e uma imensa rajada de frio... porque eu tinha ... eu pensava que tinha ido bem agasalhado ... que tinha levado os cober/ é ... os casacos certos ... a luva certa ... mas eu vi que meu casaco era insuficiente pra aquele frio ... ((riso)) mas aí eu tive que me agüentar até ... até Rio Grande porque eu num tinha ... num saberia comprar em Porto Alegre um casaco e num tinha ... eu ... num era aquele momento de ficar em Porto Alegre ... então eu cheguei no aeroporto ... peguei ... pela primeira vez eu vi minhas malas ... ((riso))
    E: depois que você saiu de Natal ... a primeira vez?
    I: fui à alfândega ... peguei minhas malas e tomei um táxi e fui pra ... rodoviária ... em Porto Alegre ... no centro de Porto Alegre ... o ...o motorista de táxi [a:muito] receptivo... perguntou de onde eu era e ... super ... super hospitaleiro assim ... me deixou bem à vontade e me explicou alguns trechos ... dali do centro como eu deveria ... se ... se eu voltasse a Porto Alegre sozinho como eu deveria ... é ... pegar ônibus e táxi ... onde era os lugares mais fáceis ali do centro ... então comprei a minha passagem pra Rio Grande ... ainda esperei uma hora e meia na ... na rodoviária ... não ... uma hora ... porque ... eu queria ... eu tava com muita fome porqueeu num tinha comido [a:muito] bem no avião... então a rodoviária de Porto Alegre tem umas lanchonetes assim super apetitosas ... umas tangerinas ... uns ... uns bolos super transados ... com glacês e tudo mais ... ((riso))o pessoal tem um bom gosto pra comida [a:muito] grande... sanduíches ... meals e bolos confeitados ... pastéis super quentinhos e leite quente ... chocolate quente ... aí como eu tinha uma hora ... comprei a passagem e ...deixei minhas malas num lugar seguro lá na rodoviária ... no porta-malas ... [a:lógico] ...e ...fui com/ tomar um café [a:merecidamente] ... um bom café... comi tudo que tinha direito ((riso))
    E: com os pés no chão?
    I: com os pés no chão comi tudo que tinha direito ... doces ... bolos ... salgados ... tangerinas ... sucos ... leite ... muito leite ... eu tomei muito leite e ... quando eu terminei esse café eu acho que faltava uns dez minutos pra pegar o ônibus ... ((riso)) e eu super à vontade já assim ... me sentindo assim um Porto Alegrense ... ((riso)) já até assimilava o sotaque gaúcho ... ((riso)) e falava com desenvoltura né ... que eles nem ... não é? que eles falavam assim ... não é? e falava bem tchê ... barbaridade ... ((riso)) é ... peguei um ônibus com calefação ... até Rio Grande ... nesse ônibus eu relaxei bastante e dormi ...
    E: mais ou menos qual o tempo de viagem?
    I: passamos por uma reserva linda é ... o tempo de viagem de Porto Alegre a Rio Grande ... é:: são quatro horas ... três horas e meia às quatro ... mas foi ... parecia que aquele dia era o dia de bem com a vida de todo mundo porque ... as pessoas se olhavam e ... se cumprimentavam ... e ... bom dia ... pra lá ... bom dia pra cá ... no ônibus um clima super é ... amistoso ... o motorista conversava com os passageiros que entravam ... deixava todo mundo super à vontade e dizia que tinha cobertores em cada cadeira ... num sei quê ... o pessoal tão educado Marcos ... parece que você tá no primeiro mundo ... ((riso)) e ... eu tentei dormir uma hora ... uma hora mais ou menos no ônibus ... mas eu queria ver a paisagem porque era bela demais ... bela demais ... e a cada quinze minutos ... vinte ... uma cidade ... de Porto Alegre a Rio Grande ... tem umas quatro cidade importantes ... tem Pelotas ... tem Esteios se eu não me engano ... Pelotas é uma cidade quase do tamanho de Natal ... linda ... linda ... linda ... linda ... sim ... tem uma reserva ecológica linda ... Reserva do Taim ... no percurso entre Pelotas e Rio Grande ... essa reserva é ... é a coisa mais linda que eu já vi assim ... é um ... é ... é tudo plano ... tudo plano mas você vê bichinhos é ... castores ... é animaizinhos roedores assim ... vê patos ... gansos ... marrecos ... pássaro pra todo canto nessa reserva sabe? tava super verde ... depois eu ... eu soube que ali na seca ... existe uma grande ... é ... como é que se diz ... muitos animais são ... sacrificados quando há ... existe seca no Rio Grande do Sul naquela reserva ...
    E: mas por qual motivo?
    I: porque seca tudo ... as reservas de água secam e eles vão ... vão se acabando ... ficam pouquíssimos animais ...
    E: sei ...
    I:aí depois [s:eles] [v:proliferam] [p:de] [a:novo] ... quando vem o inverno...
    E: [s:eles] [v:morrem] [a:naturalmente] ?
    I: é ...
    E: [a:certo] ...
    I: sim ... então é ... o ponto mais alto acho que dessa viagem ... foi Esteios ... ou ... a Reserva do Taim ... a Reserva do Taim ... uma cidade também que eu tinha muita vontade de conhecer fica logo próximo de Rio Gande assim ... Rio Grande ... quando chega ... quando chega em Rio Grande ... aí você entra assim ... é ... como é o nome daquela cidade meu Deus? esqueci agora mas é uma cidade linda ... é fronteira com o Uruguai ... [v:esqueci] agora [a:completamente] ... o nome... sim ... mas aí chegamos em Rio Grande ... o meu tio ... não me lembro se o meu tio tava na rodoviária me esperando ... não ... num estava ... ou estava? não me lembro mais ... eu acho que estava ... então ele estava lá com a esposa dele ... me levaram pra casa dele e eu dormi a manhã inteira porque tava super frio ... ((riso)) a tendência foi esfriar mais ... pensava que o sol ia subir ... iria esquentar ... mas no inverno lá num existe isso não ...
    E: chegou quase à tarde já né?
    I: eu cheguei de manhã Marcos ...
    E: não ... eu falo nessa cidade ...
    I: sim ... em Rio Grande?
    E: Rio Grande ...
    I: eu cheguei em torno ... foi à tarde ...
    E: é ... porque se você chegou oito da manhã ... são mais ou menos quatro horas de viagem ...
    I: esperei mais uma hora e meia na rodoviária né?
    E: à tarde ...
    I: é ... cheguei no fin/ quatro horas ... quatro horas e meia ... aí tava já frio rapaz ... frio ... muito frio ... aí lá ... é ... no outro dia ... sim ... nesse dia eles colocaram bastante cobertores pra mim ... eu me deitei na sala ... no lugar mais quente ... ((riso)) tinha uns cobertores ... com lã especial é ... uma lã de carneiro que aquece bem à noite ... e ... eles tiveram o maior cuidado comigo nessa noite ... e de manhã cedo ... eu fui com ... a Marilene ... a ... a esposa do meu tio ... pessoa super agradável ... comprar um casaco ... que vergonha ... ((riso)) que esse casaco serviu até pra o Francisco Pereira ir pro Canadá ...ele me trouxe esse ano de volta ... ((riso)) [a:só] que para o frio do Canadá... aquele casaco é chá pequeno Marcos ... o casaco que eu emprestei a Francisco ... lá faz trinta negativo né?
    E: ele comentou isso?
    I: ele disse ... “ó ... isso aqui ... é pra primavera do Canadá ...” ((riso))
    E: meu amigo ...
    I: sim ... aí eu passei o final de semana com eles porque eu cheguei num sábado eu acho ... aí passei ainda o domingo com eles ... e na segunda-feira eu retornei a Porto Alegre ... pra é ... me dirigir à cidade onde ... teria que me apresentar né ...Santo Ângelo ... Porto Xavier ... fronteira com Argentina ... já [a:próximo] das missões... Santo Ângelo fica nas missões e ... Porto Alegre fica vizinho na fronteira onde passa o rio Uruguai ... tudo mais ... desemboca ... uma paisagem linda ... sim ... mas aí eu comprei a passagem pra Santo Ângelo ... pra Porto Xavier ... e a viagem pra Porto Xavier Marcos ... é a coisa mais linda do mundo ... eu adorava ... depois eu te conto isso ... mas aí eu comprei a passagem e viajei ... dezesseis horas ... eu acho dezesseis horas ... Para Porto Xavier ...
    E: puxa é distante rapaz ...
    I: de Porto Alegre para Porto Xavier porque ... Porto Alegre fica no litoral né? e ... e Santo Ângelo e Porto Xavier fica aqui no extremo ... já no extremo do mapa aqui tá?
    E: sei ..
    I: no ...fica no oeste [a:mesmo] ... aqui na fronteira com a Argentina ... se você tem isso aqui do mapa Porto Alegre fica aqui e Porto Rico e Santo Ângelo já fica na ... no extremo assim ... do outro lado do mapa do Rio Grande do Sul ...
    E: fico imaginando ... dezesseis horas de viagem?
    I: então eu viajei dezesseis horas ...
    E: duas vezes ...
    I: ah ... nessa viagem ... aconteceu cada coisa engraçada ... ((riso)) mas uma das mais engraçadas meu amigo ... você vai saber logo mais ... ((riso))
    E: pode contar agora não?
    I: não ...eu quero te contar que ... [a:primeiro] a gente ... sim ... nessa ... quando a gente sai de Porto Alegre ... nessa ... nessa viagem pra Santo Ângelo... a gente passa um pouco pela ... uma serra gaúcha né ... ainda vai por é ... chega até ... Este/ Esteio aí depois ...Garibaldi ... é ... passa bem [a:próximo] da serra gaúcha... é ... Vacaria ... aquele ...aquelas cidadezinhas ... bem altas [a:mesmo] do ... do frio maiordo Rio Grande do Sul ... rapaz cada ... coisa linda ... Marcos ... [a:muito] fria a viagem também...ainda tava [a:muito] frio... e eu acho que eu viajei à noite o maior percurso ... a maior parte do trajeto foi à noite ... a ... foi à noite porque eu saí às seis horas de Porto Alegre ... às seis não ... minto ... eu saí às ... eu saí de tarde cedo ... eu saí de tarde cedo ... e cheguei no outro dia de manhã ... dá pra entender?
    E: dá ... dá sim tudo bem ... tudo bem ... foi mais de doze horas ...
    I: cheguei no outro dia de manhã bem cedinho em Porto Xavier ... em Porto Xavier ... sim ... mas uma coisa interessante nesse percurso ... ((riso)) foi que ... sim ... a primeira ...as mulheres lá do Rio Grande do Sul são [a:muito] bonitas...Marcos ... [a:mesmo] que ... o cara que ... [a:mesmo] que num goste de mulher ... ((riso)) [a:mesmo] que ele num tenha tendência nenhuma ... encontrando-se com uma mulher daquelaele ... faz a cabeça ... ((riso)) rapaz olhe ... aquele tipo de Xuxa polaca ... com cabelo loirinho ... olho verde ou azul é o tipo mais comum Marcos ... nesse percurso que eu fiz ...
    E: tinha muitas mulheres no ônibus?
    I: não ... poucas ... mais famílias assim ... de trabalhadores ... é ... nesse percurso também muitos estudantes indo pra ... pra suas cidades ... é ... voltando pra suas cidades ... eu não sei por que mas naquela época eles estavam voltando pra casa ... eu acho que era ... era meio de ano ... então eles estavam voltando ... eu acho que era umas férias assim de colégio ... de trabalho ... então tinha alguns estudantes ... mocinhas ... rapazes ... voltando pra casa ... mas a maioria do ... da lotação era ... eram famílias ... famílias e crianças ... mas é ... a viagem foi a ... foi se ... se ... transcorreu-se e ... nesse ... nessas dezesseis horas entra muita gente e sai muita gente do ônibus entendeu? que eles vão ... ficando naquelas cidadezinhas ... cada cidade ... uma mais bonita do que outra ... e ... e ... e entra muita gente também ... e num dessa ... numa dessas levas de entra e sai ...entrou uma garota [a:muito] bonita... um ... um tipo ... eslavo-polaca ... sei lá ... loira de cabelo ... cabelo bem amarelinho e loiro ... sentou-se ... era meio da noite já assim ... umas dez hora da noite né ... então essa garota entrou e sentou-se ao lado de um senhor que tava bebendo ... cada parada na rodoviária ele bebia né ... e esse homem ... ele já tinha bebido muito ... eu acho que bebia mais vinho ... porque o pessoal de lá bebe muito vinho né?
    E: vinho quente ...
    I: é ... pra ...por causa do inverno ... tava [a:muito] frioe ...e [a:mesmo] a calefação do ônibus num ... num adiantava muitonão ...sentia muito frio nos pés e nas mãos ... e [a:mesmo] agasalhado com colcha e tudo... e ela sentou-se ... eu tava sentado ... é ... na cadeira do corredor ... lá na frente ... na primeira cadeira do corredor ao lado do mortorista ... e assim do lado do motorista ... e ela sentou e ... também na primeira cadeira do ... do meu lado oposto aqui ... onde tinha um senhor bêbado né ... e ... essa garota lá pras tanta ... umas onze horas ela começou ...eu [a:só] via ... eu sentia ela incomodadaporque ... o senhor começou a cochilar e ... a cabecinha caía no ombro da garota ... ((riso)) a um dado momento ela ... ela olhou pra mim e disse ... “você não tem pena de mim não? você num me oferece esse lugar não?” disse ... “olha eu já tava querendo fazer isso ... você não quer sentar-se aqui do meu lado não? que eu acho que você vai ficar mais confortável ... e ... você vai ... e ele vai também ficar mais confortável ... porque ele vai de/ derrear e vai tentar deitar-se aí se acomoda nessa cadeira ... a gente cobre ele” ... e ... foi o que ela fez ... ela ... passou pro meu lado ... o homem ... se acomodou lá ... nem sentiu que ela saiu ... e ela sentou do meu lado e a gente conversou umas duas horas ... sobre tudo e sobre nada ... ((riso))
    E:ela era ... de lá [a:mesmo] ?
    I: ela era uma colo/ ela era filha de ... de agricultores ... agricultores donos de propriedade né ... que morava ... que ... que trabalhava numa cidade em Novo Hamburgo ... cidade do sapato ... porque era uma cidade maior e mais ... onde ela tinha condições de trabalhar e de estudar e ser independente e ... e ... e não estar mais ligada ao campo né ... porque lá o jovem ... a preocupação é essa ... sair do campo e ir pra uma cidade mais ... desenvolvida do Rio Grande do Sul ... pra estudar e trabalhar ... eles adoram trabalhar e estudar ... assim ... é do sangue ... os mais novos já querem trabalhar e estudar e ... serem independentes ... e ... as cidades do Rio Grande do Sul e as pousadas .... a ... a ... os albergues ... é:: as ... os ... as pensões de senhoras ... são cheias de garotos super jovens ... morando em cidade ... longe dos pais ... pra estudarem e trabalharem ... porque eles não querem ser ... ser colonos ... e ... isso é uma preocupação pro Rio Grande do Sul ... eu acho ... eu acho uma preocupação pro pessoal antigo ... porque eles querem deixar as terras para os filhos ... mas os filhos estão evadindo ... eles num querem preser/ num estão tão preocupado na preservação desses laços de cultura ...do estar [a:junto] à terra... do ... do arar a terra ... aquela coisa que os pais deles têm ainda ... esse cuidado entendeu? alguns ficam com os pais ... mas a maioria dos filhos vão pra cidade estudar ... sim ... se ela me contou dessa ... dessa experiência dela de que estava trabalhando ... de que estava gostando muito e que tava voltando pra ... rever os pais ... e iria passar ... a semana com eles e iria voltar em seguida e eu falei da minha história é ... que tava indo trabalhar e ela me falou ... é ... “olha na sua ... na cidade que você vai morar vai ... tem muito pretos” ... e eu num entendi ... “meu Deus será que eu vou encontrar muito negros lá?” aí ela dizia ... “olha tem muito pretos” ... a única coisa que ela ... a coisa mais marcante que ela dizia era ... pretos ... “tem pretos lá na ... nas sua ... na cidade onde você vai morar” ... e ... eu chegando ... desculpa o parêntese ... quando eu cheguei nessa cidade ... em Porto Xavier ... eu procurava os pretos e num encontrava ... encontra uma pessoa negra aqui e acolá ... mas ... normal como em toda cidade ... e no passar do tempo eu perguntei ... “porque que as pesso/ uma garota me advertiu que aqui teria pretos e eu num encontro tanta gente preta?” aí o ... esse meu colega Vargas ... de trabalho ... depois me falou ... então “preto é quem tem cabelo preto aqui” ... ((riso)) “negro é quem tem cabelo preto ... você é negro” ... ((riso)) “eu sou negro” ... ele era ... italiano mas tinha o cabelo preto ... era preto ... não teve o cabelinho de palha de milho ... era considerado preto ... negro ... sim ... mas aí eu conversei pra ela das minhas coisas ... das minhas histórias ... da ninhada deixada de ... da minha saída de Natal ... ia deixar a minha família e ... todos os meus laços afetivos aqui em Natal ... e ... lá pras tantas ... não tínhamos mais do que conversar ... ((riso)) resolvemos dormir ... mas não conseguimos dormir porque ...o frio tava [a:muito] grandeMarcos ...
    E: tô interessado nessa história ... ((riso))
    I:eu [a:muito] encabulado... meu Deus ... o que que essa garota pode pensar ... se a minha mão deslizar ... e cair sobre sua perna ... ((riso)) o que que ela pode ... mas ... enquanto eu pensava isso a cabeça dela já derreava no meu ombro ... e ... o braço dela já passava no meu pescoço ... ((riso)) e ... alguns momentos ou alguns minutos ...mais tarde eu acho que nós estávamos nos braços um do outro ... namorando [a:mesmo] Marcos ... e aquecendo ... e aquecendo um do ... daquele frio ... ((riso))
    E: você nunca tinha me falado disso rapaz ... ((riso))
    I: e ... mas aí quando amanheceu o dia ... dessa viagem ... quando acabamos de namorar ... é:: cada um virou pro seu lado ... e tentou dormir um pouco ... descansar ... e quando eu ... pensava que ... porque tava amanhecendo o dia a gente ia começar a conversar ... ela disse ... “olha ... logo mais eu vou descer ... já está próximo da minha parada e ... eu vou descer ...foi [a:muito] bom te encontrar” ... aquelas despedidas né? aí eu disse ... a ... “quem sabe eu não venho aí na tua cidade ... é tão fácil” ... eu gravei tão bem o lugar onde ela desceu né ... “e a gente se encontra ... eu vou ficar em Santo ... em Porto Xavier” ... ela dissse ... “mas eu vou voltar pra Novo Hamburgo ...eu [a:só] vim aqui ver meus pais... vou passar uma semana” ... aí ficou aquele vazio assim ... a gente se olhava mas ...
    E: num tinha o que dizer ...
    I: não tinha o que dizer ...tinha sido [a:muito] bom ... a noite tinha sido [a:muito] boa... todos estavam morrendo de medo de estar só ... entendeu? e eu acho que naquela noite ... aquela garota preencheu muito a minha solidão e eu preenchi a solidão dela ... porque ... a um dado momento que a gente namorava ... ela chorou ... e eu senti vontade de chorar ... porque a gente conversou muito ... a gente ... a gente fez muitos mergulhos nas nossas conversas entendeu? sim ... mas aí ela desceu do ônibus e ... eu dei tchau pra ela ... e foi a última vez que eu a vi ... ((riso))

  • E: é ... é Ítalo Emanuel né?
    I: é ...
    E: experiência recontada ... dia 27 de setembro de 1993 ... fala ...
    I: Marcos ... é ele ... Jorge tinha ... foi pra Recife com a família né ... ele trabalhava com um pessoal ...ele trabalhava com um pessoal ... são [a:muito] rico aqui de Natal ... [a:muito] influente... então ele ... ele era rapaz pobre de família ... de família bem humilde e ele um dia ... seu ... seu Jorge ... seu Carrilho ... chamou ele para acompanhá-lo numa viagem a Recife e eles tiveram que ... o Jorge teve que ir num carro super é ... conversível né ... aqueles carros é ... bem transados ... bem ... bem luxuosose Jorge como era amigo da família e trabalhava há muitos anos pra eles ... aceitou o convite e [v:foi] [a:junto]... quando chegou lá ... o senhor Carrilho foi pra uma loja comprar um material pra casa que ele estava construindo ... uma mansão aqui em Natal ... ele com/ queria comprar tudo da melhor qualidade possível naquela época pra ... pra construir a mansão dele aqui em Natal e ...ele mantinha contatos com (o banco mais próximo) [a:justamente] com esses fornecedores lá em Recifeque tinham os materiais de primeira pra construção né ... e seu Jorge ... e nesse dia seu Carrilho foi com Jorge e Jorge acompanhou a/ acompanhou-lhe até o local onde o fornecedor distribuía o material pra construção ... então o ... chegando lá ...o seu Carrilho é um senhor rico mas [a:muito] simples... de veste comum ... um homem comum assim ... bem povão a forma dele se trajar ... e o cara não reconhecendo o ... o seu Carrilho ... ((riso)) o dono da loja ... depois de muito tempo de ... de chá de cadeira perguntou ... “e o senhor aí ... já foi atendido?” o homem mais rico de Natal ...
    E: mas Jorge tava com ele?
    I: é ... tava com ele ... aí Jor/ aí seu Carrilho disse ... “não ... ainda não fui atendido ... eu gostaria é:: de quando o senhor tivesse um tempo é:: o senhor me desse uma certa atenção que eu tô precisando é:: ver um material aí” ... ele disse ... “olhe ... o senhor me desculpe mas é porque hoje talvez num vá ... num vá ter tempo não pra ... resolver ... esse seu pro/ e a gente num vai ter tempo pra resolver pequenos ... pequenos clientes não” ... ((riso)) “a gente tá com muitas vendas de material e ... ehoje a gente tá [a:só] fazendo a distribuição geral pra os grandes é:: (compradores)” é ... então é ... o doutor Carrilho que tava comprando todo o material lá né ... pra mansão dele disse ... “olhe ... o senhor sabe com quem tá falando?” ((riso)) aí o homem disse ... “não ... num sei não e ...num deve ser coisa [a:muito] importante não” ... E:porque( )
    I: é ... o cara foi super grosso aí ... aí Jorge já tremeu nas bases que ...percebeu que ia acontecer alguma coisa [a:muito] ... muito séria né... aí o doutor Carrilho se apresentou ele disse ... “olhe ... pois eu sou o doutor Carrilho e você fique sabendo que isso não vai ficar assim não ... viu meu amigo? você é apenas vendedor aqui ...você deveria [v:tratar] as pessoas [p:por] [a:igual] ... sem discriminação... como vendedor essa não foi uma atitude sensata sua ... se você soubesse quem eu era ... vo/ meu tratamento teria sido ... um outro tratamento ... um tratamento diferenciado ... mas como você me ... me ... me” ... como é que se diz ... “qualifi/ comparou a qualquer um outro comprador ... o tratamento foi outro ... eu quero falar com o:: o:: dono desse negócio aqui ... o gerente ... o ... o representante mesmo ...porque você é [a:só] um vendedor” ... aí o doutor Carrilho era muito ( ) segundo Jorge ... esse ele era quando mais jovem era muito é::um homem [a:muito] também ... polêmico...gostava de encrenca [a:mesmo] ... se ... comprava uma briga ... se fosse o caso pra defender o território dele ... e ele foi falar com o dono e esse homem parece que foi despedido ... e Jorge tremeu nas bases ... porque aconteceram coisas queagora também não me lembro [a:muito] bem... sim ... mas isso foi apenas uma parte desse episódio porque ... depois Jorge teve que ir para um hotel de luxo em Recife ... ((riso)) com o senhor Carrilho porque eles teriam que pernoitar num ... (em Recife) ... e esse hotel ... segundo Jorge ... era um hotel que ele nunca tinha visto na vida dele ... ((riso)) ele ... ele descrevendo o hotel pra mim ele dizia que o hotel tinha é:: colunas em mármore ... é ... piscina ao ar li/ ao ar livre dentro do próprio hotel ... tinha é:: ele disse que tapeçarias assim riquíssimas espalhadas pelos salões ... coisas que ele nunca tinha visto ... cristais assim ... é verdadeiros colossos em ... em ... em candelabros nas escadarias do hotel ... ele ... ele disse ... hein?
    E: Jorge nessa história ...
    I: então ele ... ele ... ele ... lembrando um outro fato que ele tinha me contado ... ele disse que lembrou a ... tinha um recorte de jornal que quando criança ele tinha encon/ ele lia através de recorte de jornais sabe?a educação dele foi [a:meio] assim ... folhetim... então ele pegava pedaços de jornais e ia ler ... e um desses pedaços de jornais que ele leu um dia na ... na infância delefoi [a:justamente] é:: a aventura de ... de Pedro ... Pedro Malazarteou Pedro Capitu e:: num sei aonde ... na cidade de num sei aonde ... ((riso)) aí ...
    E: ele se sentiu o próprio ...
    I: aí ele se sentia ... ele disse que se sentia o próprio Pedro ... Pedro Capitu ... Pedro Malazarte lá em Recife vivendo aquilo ... porquenessa história de Pedro Malazarte ou Pedro Capitu que [s:eu] num me [v:lembro] bem [a:direito] o nome...Pedro era um ... um homem pobre e [a:todo] desengonçado e atrapalhado também... que foi convidado pra um ...um jantar e nu/ numa casa [a:muito] ricae fez a maior vergonha lá nesse jantar né ...porque ... é:: na hora da ceia [a:toda] pronta ...ele sentou-se na mesa eo pessoal [a:muito] fino comendo com aqueles garfo fino... aquelas pratarias ... aqueles cristais ...ele:: o Pedro Capitu não sabia como se servir e [a:todo] atrapalhado derrubou o cristale ... e o botão da camisa dele enganchou ... ((riso)) na renda da mesa ... na ... no ... como é que se diz ... no labirinto da ... da toalha da mesa e quando ele se levantou puxou a ... a ... a ...
    E: a toalha ...
    I: a toalha da mesa e caiu tudo que tinha na mesa ... ((riso)) quando ele se levantou ... e:: a experiência que ele vivia na ... no hotel com o doutor Carrilho era mais ou menos aquela de Pedro Capitu ... o ... o ... um pobre ... um pobretão dentro de uma situação rica ... que tinha que se sair bem senão iria ser um ... um fracasso pra ele como ser humano né?
    E: passar vexame ...
    I: é ... passar vexames ... então ele disse que começaram a descer os pratos finos ... e começaram a chegar as bandejas quentes e os salgados ... isso era um almoço né ... e:: e ... vinha o ( ) para as bandejas salgadas ... os chás que acompanhavam cada prato num sei que ... ou o vinho ou num sei que e tinha cálice pra aquilo ... cálice pra aquilo outro ... sim ... e tinha um menu que ele deveria escolher qual o prato é ... o cardá/ os cardápios do dia ... ele deveria escolher qual do ... do ... dos cardápios deveriam ser servidos pra ele ... porque ele se sentou numa mesa à parte da família Carrilho ... uma ele ... a família Carrilho preencheu uma mesa e ele ficou numa outra mesa com o motorista ... e ... eles tinham que escolher essa comida né ... o motorista ... ele disse que o motorista tava super ... num ... num sabia o que pedir porque todos os pratos do cardápio eram ... eram estranhos o ... o nome e ele num sabia o que viria na hora que fossem servir eele tava com medo de comer algo [a:muito] estranhoe Jorge muito na dele ... resolveu é:: ficou:: é:: contornou a situação pedindo os pratos e não que/ não se apavorando em nenhum momento sabe? viesse o que viesse pra ele ... fosse servido o que fosse servido naquele momento e:: ele ... começaram a chegar os pratos ... ele pediu lá um car/ um ... alguma coisa do cardápio e começaram a chegar os pratos e Jorge começou a comere logo em seguida começou um pia/ [s:um piano] [p:ao] [article:] [a:vivo] a [v:tocar] e ... e:: Jorge começou a se lembrar mais ainda da ... da história do Pedro ... Pedro Capitu ... Pedro Malazarte ... e::
    E:mas [v:deu] [a:certo] o pedido do prato?
    I: sim ... aí o pedido do prato ... é:: ele começou a comer a:: eele disse que a comida era [a:muito] estranha... vinha aqueles pratos finíssimos de lagostas é ... como é que se diz ... enroladas ... empanadas ... e ... e:: e vinha ... ele pensava que ia acabar e num acabava ... ((riso)) cada prato diferente ... então ele resolveu ... ele ... como ele viu que ia descer muita coisa ainda no ... naquele almoço ... ele resolveu ir comendo pequenas porções para não passar vergonha ... de cada prato que iam servindo ele ia comendo pequenas porções ... ele saiu um aristocrata pelo que eu pude perceber ...ele se saiu [a:muito] bem nesse almoçoporque ele é:: ele conseguiu contornar essa situação ... é ... comendo com moderação cada prato ... cada ... cada novidade que vinha aos olhos dele né? e ... o amigo ... o motorista que vinha ... com ele ... não ... quando vinha os pratos não comia nada porque ele não conhecia nada e ... pediu ... acabou é:: se apoquentando lá ... e pediu um ... que lhe servissem é ... um feijão com arroz ... ((riso)) e no final um cafezinho né ... e Jorge ou quando Jorge ficou sozinho ... parece que teve um momento em que Jorge ficou sozinho porque [s:o rapaz] [v:comeu] [a:rapidamente] ... o motorista ... e saiu e Jorge ficou sozinho na mesa e mas ... mas vinha à lembrança dele a situação ... daquela historinha que ele tinha lido de recorte de jornal né ... e parece que teve um momento em que o doutor Carrilho chamou ele pra sen/ ficar na mesa com o pessoal porque tinha vagado o lugar e ele foi pra mesa e ... e doutor Carrilho perguntou a ele como era que estava se sentindo lá naquele ambiente e ele disse ... “olha doutor Carrilho ... eu me adapto a todo ambiente e mais ... eu me lem/ eu estou me lembrando aqui de uma historinha que eu li ... ((riso)) quando na minha alfabetização eu ... eu peguei um recorte de jornal ...” aí contou a história de Pedro Malazarte né ... aí todo mundo caiu na risada e foi a maior gozação ...
    E: mas em relação à compra do material ... fizeram na mesma loja?
    I: sim ... aí ele com/ eles ... parece que o doutor Carrilho no outro dia ... no mesmo dia ele conseguiu falar com o gerente principal e:: teve um negócio desagradável como ... puxar arma ... um negócio assim sabe?
    E: chegou a isso?
    I: é ... teve um negócio assim bem desagradável no momento ... que eu num tô lembrado e que Jorge me falou ...
    E: [a:certo] ...
    I: mas ... na hora em que o doutor Carrilho perguntou ... “você tá ... você tá ... sabe com quem tá falando?” amigo ... teve uma coisa mais desagradável no momento que eu não estou lembrado ... num sei se foi ... alguma coisa de arma ... de .... de ... que depois é ... sim ... o ... o dono da loja ... procurou o doutor Carrilho que ainda estava em Recife ... e pediu que pelo amor de Deus esquecesse o acontecido ... e:: voltasse atrás e ... que o rapaz iria ser punido ... iria ser ... como é que se diz ...
    E: censurado ...
    I: censurado ... é ... iria ter um castigo pra ele o vendedor e ... que ele levasse o material porque ele era um dos maiores compradores daquele ... daquela época pra ... de material pra ... pra construção ... mas aí teve um outro momento também que dessas viagens... que Jorge fez ... ele disse que conheceu uma ... ele disse que já morou em Petrópolis no Rio né ... através dessa família do doutor Carrilho ele um dia foi convidado pra morar seis meses em Petrópolis ... e ele morou numa casa Marcos ... uma casa que ele disse ... uma casa que deve ter sido é:: da época do imperador né ... uma casa ... uma casa tombada né ... em Petrópolis ... e ele con/ e ele descrevendo essa casa é uma coisa linda sabe? ele disse que tinha um:: é:: porque Jorge tem um bom gosto espetacular né ... e tem uma ... uma ... um senso de estética assim fantástico ... ele disse que essa era ... ela era uma casa do início do século né ... do século não ... na colonização né ... e quando da família real no Brasil ... e parece que moraram alguns nobres por lá ... e essa casa que ... que da ... que agora é da família ... era da família do ... naquela época era da família do doutor Carilho ... e ele descrevendo os cômodos dessa casa é ...uma coisa assim ... [a:muito] bonita... eles é:: ele conta que a casa é:: o assoalho todo de madeira de lei ... é:: se/ ele disse que as pessoas entram ... na ... na porta da casa e deixam os sapatos porque a ... a ... o assoalho é tão lustroso ... tão brilhoso que ... há problemas ... ((riso)) que é uma coisa séria Marcos ... ((riso)) ele disse que tem um ... tinha um fogão nessa casa ... um fogão do ... ((riso)) um fogão daqueles antigos das pernas é::
    E: torneadas ...
    I: arqueados em ... em ágata eu acho ... aquele material branco sabe? vindo de Portugal que esse fogão era a coisa mas linda do mundo ... ele descrevendo ...o fogão ele é [a:todo] trabalhadoé ... é ... segundo ele ...é [a:todo] trabalhado em ... como é que se diz ... em alto relevoé:: rosinhas coloridas entendeu? metálicas ... tipo um ... tipo:: ele disse que tem um ... um ... é um fogão assim ... é ágata e prata segundo ele ...um fogão [a:muito] grande... do tamanho dessa mesa aqui ... ele ... ele fazendo a medida pra mim ... “Ítalo ... era um fogão enorme” e esse fogão agora ele servia de objeto de decoração da sa/ do grande salão lá da sala né ... e aquele fogão tava sendo recuperado ... por uns especialistas lá em arte ... antiga né ... em objetos antigos ... e ele contando como era esse fogão ele ... ele disse que era uma coisa muito ... “é:: um fogão grande de seis bocas como o seu ... “ ((riso))
    E: quem mora nessa casa?
    I: é:: essa casa me parece que depois que o:: segundo o Jorge me contou ... depois que os ... esse pessoal foi dono é ... foram os donos ... os Carrilhos ... então eles ... é ... a casa foi tombada e foi devolvida ao patrimônio histórico de Petrópolis e tudo mais ... mas ele conta que os objetos de artes daquela casa ... é as ... as peças ... em prata ... é os quadros são todos em molduras douradas com folheamento a ouro né ... é:: como se diz ... tem também trabalhos no teto da casa em madeira ... em madeira de lei é claro ...
    E: e Jorge passou quanto tempo nessa casa?
    I: ele passou seis meses nessa casa e ...
    E: fazendo o quê? perdão ...
    I: ele fazia um trabalho de mordomo né ... tipo um mordomo ... um jardineiro ... e ele foi fazer um:: uma experiência pra ver se ... é:: morava mais tempo ... mas a família foi transferida ... algum um ... as pessoas que moravam nessa casa foram para ... morar na Europa ... foram estudar e ... e ... a casa foi ... ficou fechada e ele teve que voltar pra Natal ... mas ele contando a ... os arredores dessa casa ... ele disse que essa casa ficava assim ... em frente à casa tinha um ... um:: a casa tinha um pátio imenso ... segundo ele né? ...a casa tinha um pátio imenso ... [a:muito] bem tratadoque ele cuidava desse jardim também ... com plantas lindas de todos os ... os lugares do mundo ... um ...uma Casa da Dinda da vida ... [a:só] que em estilo antigonum é?e logo ... logo [a:próximo] dessa casa ... essa casa fica numa... numa ... numa ... uma ... no cen/ ela fica rodeada de outras casas que formam no centrouma praça [a:muito] bonita... e que existe um lago ... um lago ... num sei se é artificial ... porque Petrópolis é serra né? ele conta que ... ne/essa praça é [a:muito] bonita é::tem:: pedalinhos no ... no ... no (lago) ... é pedalinhos ... barquinhos pra você ... pontes é ... sobre o ... o lago pra você passear com a família ... finais de semana ... ele disse que lá é super frio ... é ...é [a:muito] frio a região... então tinha que andar sempre bem agasalhado e ele gostava muito de caminhar nessa pracinha porque ... ele gostava de ver os cisnes que tem nesse lago né ... são ... ele disse que são espécimes raríssimos assim que ... o ... a ... a próprio ... os próprios moradores ali da região cuidam de/ de/ de/ desse patrimônio ... ecológico né ... e ele disse que é uma das partes mais bonitas do Rio-Petrópolis né ...
    E: e a relação dele com o pessoal da família foi legal?
    I: sim ... sim ... o pessoal da famí/
    E: já o conhecia não?
    I: o pessoal da família o conhecia há muitos anos já ... ele trabalhava há muitos anos desde ... ele foi bem garoto pra essa família né ... trabalhar ainda garoto ... chegou bem novo lá ... eu acho que uns vinte e um anos ... e ficou até a/ agora aos cinqüenta e sessenta anos ... quase sessenta anos que ele tem ...
    E: uma vida inteira ...
    I: é ... então é:: eles ... ele trabalhou ... esse tempo mas ele teve que sair porque ele casou ... sim ele casou e ... segundo ele é ... e também ele começou com uns problemas de bebida ... o Jorge bebia muito ... ele me disse que bebia muito e começou uns desentendimentos com ...ele começou [a:mesmo] a se sentir envergonhado da condição delede beber e tá trabalhando na família que respeitava tanto ele ... que ... que ... que tinha um é ... uma certa confiança nele ... e que ele num tava atendendo àquela expe/ àquela expectativa naquele momento difícil da vida dele num é? então ele ... antes de que acontecesse qualquer coisa mais grave assim ... um desentendimento ... maior ou um desagrado maior por causa da bebida dele ... ele pediu pra sair ... mas a amizade permaneceu ... ele ainda vai hoje ... segundo ele ... ele ainda vai lá na família e a família ainda se aconselha com ele ... quando chega uma filha do doutor Carrilho da Europa ou ... de qualquer lugar do mundo ... manda chamar ele porque quer revê-lo e quer conversar ... contar as histórias e botar as coisas em dia ... e ... eu acho que é mais ou menos isso Marcos ...
    E: tudo bem ... obrigado ...

  • E:você tem feito cooper? [a:ultimamente] ?
    I: Marcos eu ... durante a semana tenho corrido aí na praia ...eu corro dois dias e três dias eu faço exercícios parado ... localizados [a:mesmo] ... porque nós temos muitas barras aí ... nós temos paralelas é ... o ... alguns garotos levam é ... material de halteres ... e então a gente faz é ... um trabalho localizado e na ... eu no meu caso ... quando quero ... eu corro ... eu sinto necessidade de correr também ... na ... na ... aí na orla marítima ...
    E: é o local ... preferido da Via Costeira a orla marítima?
    I: é ... não ... o meu local durante a semana preferido de correr ... é a praia aqui ... a praia que eu moro ... a Praia do Meio ... eu corro daqui da Praia do Meio até a praia ... é ...a Praia de Areia Preta ... que ali [a:próximo] do Farol de Mãe Luiza... e de lá volto até ... o Forte dos Reis Magos ... onde não tem mais lugar pra gente adiantar então a gente faz o retorno e volta pra ... e eu volto pra Praia do Meio ... faço um descanso e ... depois faço uma série pequena de exercícios ... e isso no final de semana ... no final de semana ... eu corro é ... eu costumo correr na Via Costeira ... que são em torno de ... dez quilômetros de extensão ... eu saio dali do Chaplin na Praia dos Artistas ... em torno de três e meia ... quatro horas e ... corro até o marco inicial da Via Costeira lá em Ponta Negra ...que é depois daquele restaurante chinês ... o Shan ... Thin Shan é? não ...
    E: não ... é o Guinza ...
    I: Guinza é ...
    E: por que que essa ... que essa região é boa pra fazer cooper?
    I: Marcos olha ... eu acho ... eu gosto de correr aqui na ... na praia ... tem um amigo aqui que sempre me ... me chama pra correr lá no ... no Campus Universitário ...mas ali eu já acho [a:muito] urbanizado... e o ... um dos ... um ... um ... uma das ... é ... porque eu prefiro é ... correr na Via Costeira ... porque eu acho mais amplo ... o ar é mais puro ... menos ... menos é ... carbonizado porque ...você correndo [a:próximo] de ... de ... de pistas ... é ... onde trafegam muitos carros... você corre o risco de tá ... de tá ... jogando pro seu pulmão tudo que é gás nocivo né ... processado pelo ... pelos automó/ processados pelos automóveis ...
    E: e na Via Costeira ...
    I: na Via Costeira o ar é puro ... puro ... cem por cento puro ... além de uma paisagem é ... inesquecível cada recanto da Via Costeira é ... você se depara com ... é:: eu ... eu pelo menos é ... me sinto como que ... cada vez que eu vou correr lá ... como chegando num lugar novo ... porque cada vez que você passa você ... você verifica um lugar diferente ... um ... um recanto diferente ... um árvore que você não tinha prestado atenção ainda ... é:: alguns declives é na ... na formação do terreno que você não tinha ... percebido ... tipo um ... uma diferença de coloração numa determinada rocha ... ou num determinado ... falésia daquelas ... então ... eu que sou ... que gosto de ... de apreciar belezas naturais ... porque depois eu a ... as transfiro pra telas ... é ... eu ... eu ... eu acho um ótimo banco de dados a Via Costeira ... dados naturais assim ... colhidos in loco ...eu tenho recordações [a:muito] boasde acontecimentos é assim ... naturais na Via Costeira ... eu me lembro que outro dia eu ...eu fui com o intuito [a:somente] de fotografar a Via Costeirae ...nós colhemos materiais assim ... importantíssimos ali na fauna ... da ... da ... da vegetação [a:principalmente] ... da vegetação... a Via Costeira é rica em ... em ... você pode não acreditar mas tem bosques ... tem bosques ... é::com vegetações já [a:muito] altasassim em torno de oito metros de altura ... você sobe uma duna e quando desce é um bosque ... um bosque ... assim ... às ... às vezes você pensa até que nunca foi pisado por alguém ... que foi é ... que foi violado por ... por ser humano porque parece é ... ainda ... ainda selvagem aquele lugar ... então é ... nesse di/ nesse dia que a gente foi fotografar a Via Costeira ...nós começamos ali [a:próximo] daquele ... primeiro hotel depois o Farol de Mãe Luiza... onde tem uma curva perigosa ... que eu estou esquecido o nome ...mas tem enchova ... [a:geralmente] vêm artistas cantar lá... ali em frente temumas falésias vermelhas com amarelo [a:muito] bonitas... e tem uma ... uma ... tem um branco também natural da duna ... da areia da duna que ... contrasta com o vermelho das falésias ... então ... a gente faz fotografias belíssimas tomando assim é:: enseadas ... de cima de alguma enseada de alguma falésia ... onde nós pegávamos vegetação ... falésia e duna ...tinha uma fotografia [a:muito] bonita... porque eu ia ... ainda num te mostrei esse trabalho ... qualquer dia quando ... tiver oportunidade eu vou te mostrar ...
    E: agora ... quando você fala em Via Costeira ... você menciona mais o lado ... direito ... né? de quem vai ( )
    I: isso ... o lado direito é ... é ... é o lado mais preservado da Via Costeira ... mas o lado esquerdo ainda existem belezas a serem é ... observadas como as falésias ... que são ...elas são ... a formação delas é ... mais ou menos um barro argiloso ... cor de rosa com amarelo ... tonalidades de amarelo e ... e terra siena queimada ... que significaum vermelho carmim fechado ... [a:muito] bonito essa ... essa variaçãoque fica do lado dos hotéis ... esse ... essa ... esses ... isso que eu tô te falando ... fica do lado dos hotéis ... tem ainda dunas e ... pequenas vegetações ... é:: que são nativas ainda daquele local que eles ... por enquanto está preservado ... mas logo mais eu acho que aquilo vai ser dizimado ... porque eles num têm o menor senso de preservação daquela área ... e pelo que eu soube ... isso vai fugir um pouco o assunto ... mas pelo que eu soube eles estão vendendo o outro lado da Via Costeira ...
    E: é ... eu também soube disso ...
    I: isso também me preocupa muito porque ali você ... se você num sabe ... existe um ... um manancial de águas ... é ... uma reserva de águas ...subterrâneas ... que abastece todas as lagoas da cidade ... ali é o ... como se diz ... o nosso oásis ... é o nosso posto de sobrevivência ... esse posto de sobrevivência encantado fica na Via Costeira ... toda aquela área verde da Via Costeira do lado direito ... existe um lençol freático ... um len/ um ... um lençol de água ... água mineral eu acho ... eu acho que é até mine/ é mineral a água ... toda água de Natal é quase mineral ... e ... esse ... esse reservatório alguns urbanistas não têm é ... eles não têm cons/ é nem conhecimento desse de que existe ... eu acho que num têm ... ou fazem vista grossa ... pra defenderem os interesses é:: pecuniários ... então é ... eu nunca ... ah ... nesse dia que a gente foi fotografar ...a gente [a:só] entrou cinqüenta metrosda ... do lado ... do lado direito ...
    E: existe alguma cerca ... alguma coisa?
    I: tem cerca ... tem cercas ... e não tem nada indicando ... que num ... que num pode ser é ... violado ... num pode levar galhos ... num pode tirar plantas ... num pode tirar animais ... mas nós sabemos que é ... a da existência de até campeonatos de motocicleta lá dentro daquelas dunas ...
    E: é absurdo ...
    I: é ... eles entram ali pra ... com suas máquinas ... com suas motos e ... destrói a vegetação ... alguns animais são mortos ... ( ) aranhas ... formigas ... que isso ... se ... se alguns não sabem ... eles ajudam a equilibrar o ambiente ... e se morrem as formigas é ... ou as aranhas ... pode haver um desequilíbrio ... uma proliferação de vespas e ... as vespas é ...
    E: isso já aconteceu ...
    I: ...é invadirem a cidade ... ou ... ou ... ou [a:mesmo] insetos nocivos a gente ... eles podem invadir a cidadee ... e ... disso não se tem conhecimento porque não existe é ... como é que se diz ... uma educação ecológica ... uma educação voltada pra essa noção de preservação ... mas ... nesse dia da fotografia a gente ... a gente ...depois dessa primeira fotografia que a gente fez é ... [a:próximo] a esse hotel... nós andamos é ... andamos mais uns ... mais uns três quilômetros ... andamos mais uns três quilômetros e ... e encontramos uma árvore linda ... um tronco ... um tronco belíssimo e eu fiquei apaixonado por ele ... então eu chamei a minha amiga logo pra gente registrar aquele ... aquele achado ...
    E: aquela fotografia ...
    I: é ... aquela fotografia ... que nós batizamo-na de tronco de São Sebastião ... porque ali o tronco ... parecia que ele tinha sido esculpido ali sobre a duna ... o tronco na altura de dois metros ... dois e vinte ... e ele tinha uma beleza ... um assim ... indescritível ... parecia que ele tinha sido ... fixado ali ... que a árvore não tinha morrido e algum teria ... mas tinha sido um processo de ... é ... envelhecimento mesmo da árvore e ficou aquele tronco belíssimo ... e nós fo/ e nós registramos essa ... essa ... esse achado ... mais na frente encontramos uma árvore com a raiz toda exposta ...uma árvore imensa ... [a:inclusive] eu te presenteei ... né ... com aquela fotografia?é a:: não sabíamos o que era mais belo ... se a copa da árvore ou a raiz ... porque a raiz parecia é ... parecia é ... ser maior do que a própria copa da árvore ... pelo ... pelas dimensões que ela ... conseguia atingir ... porque a duna foi escavada ... eu acho que também muito ... muito pelo ... as pessoas caminham lá ... dentro da duna e ...fizeram um caminho [a:próximo] a essa árvore e a areia foi cedendo da duna... e a ... e foi descobrindo a raiz todinha da árvore ... formou um cenário bonito mas a gente sabe que aquela árvore está ... condenada a ... a ... a morrer ... daqui a algum ... a ... a alguns anos né? porque ela não vai sobreviver porque a maior parte das raízes estão sobre a ... estão fora da terra já e num tem como ela ... é ... receber o ... os materiais necessários né ... os minerais necessários da terra ... fi/ os poros de absorção ficam bem menores ... por estar a raiz quase toda exposta ... ea árvore num vive [a:só] de ... de oxigênio né... ela ... oxigênio? é ... ela também vive de minerais da terra ... sim ... então registramos também essa árvore ... lá nessa árvore nós encontramos um tipo de formiga que me assustou Marcos ... uma formiga gigante ... é ... uma formiga de uns seis centímetros ... preta e ... nós tentamos fotografá-la mas ... tava um já ...
    E: dentro de uns seis centímetros ...
    I:é [a:considerável] grande ... uma formiga grande ... eu fiquei ali é ... a ... assim impressionado de existir formigas também desse tamanho...
    E:é bem grande [a:realmente] ...
    I: é e ... nós a ... contemplamos um pouco ... falamos um pouco com essa formiga ... ((riso)) demos nossas é ... nossas é ...congratulações ... pedi licença a ela ... de estar invadindo o terreno dela ... a área dela ... e fomos mais à frente e fizemos umas fotografias belíssimas sobre uma duna ... sentamos sobre uma duna ainda o sol ... ainda estava se pondo ... ainda tinha ... ainda tinha luz do sol ... e ... eu me sentei numa duna e Mira caminhou a uns dez metros de ... de onde eu estava sentado ... e ela conseguiu é ... fotografar-me é ... de um ângulo que ainda pegava um ra/um rastro de sol assim ... bem forte sobre ... sobre a minha cabeça [a:principalmente] ... e foi ali também sentado naquela duna que ela bateuumas fotos de ... de perfil meu ... minhas ... ((riso)) [a:muito] interessantes...
    E: eu vi as fotos ...ficaram [a:muito] boas...
    I: retificando ... ((riso))
    E: eu te disse rapaz ... ((riso))
    I: rapaz é ... aconteceu um negócio bonito nesse dia ... sim ... começou a chover nesse dia e ... a duna logo ficou muito ...subiu uma cor [a:muito] forte na dunae um cheiro de terra molhada que eu nunca tinha sentido aqui em Natal ...só havia ... [a:só] numa outra cidade que eu já vivi... mas ... nós sentamos sobre essa ... mais à frente ... entramos mais um pouco depois dessa duna e andamos um pouco mais é ... mais de cinqüenta metros ...e ... [v:sentamo-nos] [a:próximos] a uma vegetação de uns três metros de altura... mas à frente teria uma mata densa ... bem mais alta ... uma floresta ... ficamos escutando o barulho dos pássaros ... porque nessa hora eles começam a ... a voltar pra ... pra mata né ... começam a voltar pra ali pra aquelas dunas ... e elas faziam um canto lindo sabe? a gente ficou ouvindo o:: sussurrar dos pássaros ... o piu-piu de cada um ... de cada espécime rara chegando e ... e se despedindo do dia né?
    E: Ítalo ... mas me diz uma coisa é ...aquela área ali num é [a:muito] barulhenta não... quando começa o movimento dos carros?
    I: não ... Marcos ... é ... quando nós entramos cinqüenta metros da ... da Via Costeira ali da ... no lado direito ... nós já não ouvimos nada dos carros ...
    E:é ... [a:certo] ...
    I: num ... num dá pra ouvir nada ... e carro passa ali é ...no final de semana passa [a:muito] espaçado... carro ...passa pouco carro ... a não ser em período de festa ... de carnaval mas no .... [p:no] [article:] [a:geral] a Via Costeira é [a:muito] tranqüila...eu costumo correr ali no inverno ... e ... [a:dificilmente] passa um carro no inverno ali... no sábado ...no domingo à tarde ... passa [a:muito] pouco carro...
    E: e em relação à segurança ... porque costuma dizer que acontece assaltos com freqüência ... isso acontece ou não? faz parte da ...
    I: Marcos ... olha ... a Via Costeira ela fica próximo a Mãe Luiza né?
    E: [a:certo] ...
    I: e ... de vez em quando ... a gente se depara com grupo saindo de dentro de uma duna daquela e ... se encaminhando ao asfalto ... às passarelas de acesso pra corrida pra bicicleta ... eo importante nesse ... nesses encontros é você cumprimentar as pessoas ou ... [v:passar] [a:normal] ...
    E: ou seja ... você não acha que se trata de uma re/ de uma região perigosa?
    I: é perigosa ... é perigosa ...
    E: [a:pronto] ... é isso ...
    I: já morreram turistas ali ... já foram assaltados vários turistas e ... e já ... já mataram alguns turistas ali ... mas eu não sei se é porque eles já conhecem as pessoas que são da terra ... então ...eu noto que eles são [a:meio] indiferente a essas pessoas que correm... que estão passando ali com freqüência ... [a:só] uma vez me assustou... quando eu corria era inverno ...eu corria ali [a:próximo] já o centro de convenções... e tem uma área deserta grande com ... tem até vegetação tipo caatinga ... de mandacaru ... xique-xique aqui acolá tem um ... tem uma vegetação dessa ...e eu ouvia um ... [a:nitidamente] um PSIU né ... bem alto assim de ... enigmático ... de dentro daquelas dunas... então fica/ [s:eu] ficava preocupado de [v:correr] ali [a:sozinho] mas ao mesmo tempo ... ficava tranqüiloporque ... eu num tinha nada pra ser roubado ... e se ele viesse ... se alguém viesse conversar comigo eu entraria ... eu tentaria entrar num acordo ... com essa pessoa ... até chamá-lo pra correr também ... ((riso))
    E: Ítalo ... é ... nessa parte que você fotografou tem já alguma estrada ... determinada?
    I: tem caminhos ... é ... já delimitados pelos próprio andarilhos ali das dunas né ... o pessoal ... mas pelo pessoal de Mãe Luiza porque eles têm ... eles têm preguiça de ... de caminharem pelo asfalto ... então eles saem de Mãe Luiza por dentro da ... da vegetação das dunas né ... e formam trilhas ali dentro daquela ... daquela ... daquela região das dunas né ... eles formam verdadeiras trilhas ... você ... entra e vê uma trilha ... entra por um lugar e vê outra trilha ... é difícil você saber qual a trilha vai dar em algum lugar ...porque são muitos caminhos ... [a:só] eles mesmos que conhecem né...
    E: tem muitas árvores altas?
    I: tem árvores altíssimas ... tem ... você ... tem trilhas dentro de bosques assim ... você vê uma duna e outra e ... porque lá pra dentro tem uma duna e outra assim ... aí dentro ... entre uma duna e outra tem um ... um precipício e dentro desse precipício nascemárvores ... enormes assim ... gigantes ... grandes [a:mesmo] ... eu acho que é res/resquícios da Mata Atlântica né eu acho ... a nossa antiga Mata Atlântica ... que ficaram registradas ali né? pequenas ... uma coisa que ... também me ... que eu lembro como um fato curioso e bonito ... comovente que me emocionou muito ... foi ...uma vez eu corria ali mais ou menos [a:próximo] do ... daquele ... daquela colônia de férias... Vale das Cascatas é?
    E: é ...
    I: então ...ali tinha uma árvore [a:muito] bonita...uma árvore antiga que hoje em dia [a:só] existe ... pedacinhos dela...porque ela foi corroída pelo tempo ... e eu acho que [v:deu] cupim [a:rápido] ...e existia [a:só] o tronco seco... e como depois que eu tô correndo na Via Costeira eu ... eu acompanhei esse processo de destruição natural dela ... é ... ela foi é ... quebrando galho por galho ehoje em dia [a:só] restam pequenos pedaços de tronco... mas um dia quando ela ainda era inteira etava ainda [a:muito] bela... era uma tarde linda e ainda tinha uma réstia de sol sobre ... as galhadas secas ... Marcos eu vi um pássaro ... um pássaro ... amarelo com marrom e branco com uma crista assim sobre a cabeça ... um cocar assim de penas ... rapaz que pássaro lindo ... ele cantou um canto ... que me parecia um lamento ou sei lá um ... uma alerta à natureza de que ele ... de que ele tava sendo ameaçado na sua ... na sua vida ... no seu processo de sobrevivência ... eu parei a minha corrida e ... pedi desculpas a ele por todos nós ((riso)) de não compreendermos sua linguagem ...mas eu [v:compreendia] [a:profundamente] naquele momentoe pedia desculpa a ele por todas as agressões ... que a nossa Via Costeira vinha sofrendo e que ele tava sentindo naquele momento e tava cantando daquela forma ... ele cantava um canto assim triste ... parecia um canto de ... de que ... de salvar ... de salvamento ... “me salve pelo amor de Deus” ... cara ... era um ... eu parei e me emocionei ... eu num corri mais bem ... corri emocionado todo o tempo ... e ainda tinha um longo percurso pra correr ... mas aquela cena eu num esqueço jamais ... depois outro dia eu encontrei um pássaro daquele no quintal daqui de casa é ... nesse pé de pitanga ... essa semana ... porque minha irmã coloca milho e alpiste no quintal ... pra os pássaros comerem e outro dia eu vium pássaro igual daquele aqui ... [a:todo] deslocado querendo comer o milhoe alpiste aqui no nosso terraço ...
    E: e lá naquela região tem muitos pássaros?
    I: lá tem muitos pássaros ... eu te disse como ... como eu te disse naquele ... no dia que nós fomos fotografar ... e que nós nos sentamos ... nós ficamos observando os cantos né ... os cantos dos pássaros lá é ... naquele ... naquela região das dunas ... então tinha cantos variados Marcos ...cantos assim ... que você [a:só] vê em filmede é ...aquele aventureiro lá muito fa/ Spielberg ... [a:pronto] ... Indiana Jones ...cantos lindos de pássaros lindos que eu num imaginava existirem em Natal e que podem sucumbir ... ou diminuir bastante com essa ... com essa rota do turismo né? porque eles querem construir o outro lado da Via Costeira e isso me preocupa muito ... e essa é ... um dos meus projetos no ... para o futuro éparticipar de algum movimento ecológico em Natal ... fazer algum trabalho de ecologia sério [a:mesmo] ... me empenhar é ... tomar partido ... eu diri/ eu disse a você um dia que eu nunca mais iria vestir bandeira ... nem partido nenhum ... nem camisa de partido nenhum mas ... eu sinto necessidade hoje em dia de ... de fazer alguma coisa que ... pela preservação dessas praias ... da natureza e ... a gente tem que defender uma bandeira e a minha bandeira vai ser a bandeira da ecologia ... a bandeira da ... da vida sabe?
    E: eu num sei como é que você consegue correr ... nesse trecho ... que você falou ...Forte ... Areia Preta ... porque é um trecho [a:normalmente] [a:muito] movimentado...
    I: é muito ... mas Marcos ... a co/ é ... num sei se é devido à praia ... e ... mas ... a praia ... eu acho que a praia ... o mar tem um poder sobre mim ... de ... um poder mágico sobre mim que quando eu estou nele eu me transporto pra ... uma outra dimensão ... eu acho que é uma outra dimensão que eu atinjo porque quando eu corro ali ... eu quase não vejo ninguém ... eu não vejo ninguém ... eu estou tão é ... absorvido no que eu estou fazendo ... correndo ... e já se torna um processo de desopilação mental ...porque eu consigo fazer viagens ... [a:mesmo] correndo ... porque eu já estou viajando correndoné ... mas naquele processo de corrida eu consigo me ... transportar a lugares que eu ... o lugar que eu imaginar eu vou ...
    E: mas tem tantos naquela região que ...
    I:e aqui [a:mesmo] na ... na zona urbana ... nesse perímetro urbano... eu consigo ... eu consigo esse ... esse afastamento ...
    E: mas em termos assim é ... de aspectos de algum ponto que você ... que te chame atenção ... da mesma forma como a vegetação ... o canto dos pássaros ... te chamou naquelo outro trecho da Via Costeira ... nessa parte mais urbana tem algum aspecto ... tem algum lugar ... que você ... que agrade a você?
    I: que me agrade ... ah tem sim ... olha ... outro dia eu tava super tenso ... super carregado ... eu tinha conversado com uma senhora ...uma amiga minha ... [a:muito] amiga minhaque eu quero o maior bem a ela ... mas ela tinha me vampirizado ... porque ela tinha me falado uns assuntos assim super barra pesada da vida dela ... e última ... nos últimos ... nos últimos encontros nossos ela sempre falava essas coisas e nesse dia ela estrapolou e falou muito ... e eu já tava com uma carga da semana acumulada é ... por outros ... por outros acontecimentos ... então fiquei baqueado e eu desci pra praia nesse dia ... e o lugar que eu procurei aqui na minha praia ... Praia do Meio ... Praia dos Artistas ... eu fui ali pra Praia dos Artistas em frente mais ou menos a uma casa ... é:: de tijolo preto ... com umas toras de madeiras assim ...uma casa [a:muito] bonitade primeiro andar que tem ali ... mais ou menos ali na Praia dos Artistas ... uma senhora mansão ... então naquelas imediações tem uns rochedos ... num chega a ser rochedos ... são pedras que se formaram de ... é ... destruição de calçadas e foi restando e foram ficando ali aqueles entulhos de calçada e formaram ... eu chamo aquilo de pedra ... uma espécie de ... de ...
    E: banco ...
    I: é ... de banco de cimento ... formaram-se bancos de cimento tipo arrecifes ...então eu me sentei ali e ... e [v:relaxei] [a:profundamente] ... a ... a lua tava cheia né ... era noite e a lua tava cheia ... o mar quebrava sobre o ... assim ... sobre o ... o rochedo que eu estava sentado ... sobre a pedra que eu estava sentado ... então eu num precisava nem tomar banho ...de vez em quando eu descia o rochedo e tomava um banho de mar [a:mesmo] ... mas eu sentado ali ... a onda vinha ... quebrava e batia e me molhava todo e me refrigerava toda a alma ... todo ... todo o espírito ...
    E: esse lugar já é próximo do Chaplin não?
    I: é não ... fica ... antes ... antes ... não ... fica depois do hotel Reis Magos e antes do Chaplin ... uma mediana entre esses dois ... tem até um grande esgoto lá próximo ...
    E: eu sei ... eu sei onde é ...
    I: um esgoto ...eu tomei banho [a:meio] apreensivo... mas nesse dia o esgoto não estava ... derramando seus dejetos e ... o mar estava super cheio ... e eu a ... e eu tomei banho ...
    E: era noite?
    I: era noite ... é ... e tinha uma lua linda sobre o mar ... eu acho uma das partes mais bonitas dessa praia que ... pra se ... divagar ... meditar ...
    E:e [a:próximo] do ... do Forte?
    I: do Forte? sim ... é um lugar lindo ... excelente ... ideal também pra você ... é:: relaxar porque lá você tem ...além de uma brisa [a:muito] forte ... [a:principalmente] naquela passarela ali... você caminha uns ... uns oitenta metros e ... e está dentro da passarela já em frente à Redinha ... e você tem uma ... uma panorâmica da Redinha ... da Redinha Nova e Santa Rita ... depois Genipabu ... você vê todas aquelas praias então ... eu sempre costumava ir pra ali à tardinha ... e ficar sentado ... tomando banho naquela praia ... que dá pra o lado da Redinha ... mas é ... de alguns tempos pra cá ... às cinco horas aquele pe/ aquele ... aquele trecho ali ... tá tra/ tá fechado né ... porque aquilo ali é área militar ... então a gente não pode assistir o pôr-do-sol ali ... porque ... os militares é ... vetam essa passagem a essa praia ...mas eu adorava ficar ali no ... no ... [a:próximo] do Forte dos Reis Magos olhando o anoitecer do rio... no rio Potengi ... e o pôr-do-sol ali belíssimo né ... nem se fala ... assisti várias pescarias ali ... e em frente a ... ao ...ali [a:próximo] ao Forte... voltado para a Redinha né ... eu assisti pescarias lindas ali ...
    E: aquela ... aquela região antes do Forte ...

  • E: Ítalo ... Ítalo Emanuel Duarte num é?
    I: sim ... Alexandre ...
    E: Duarte Alexandre mas ... você ia falando do seu final de semana ...
    I: ah ... o meu final de semana ... deixe-me ver ... foi tranqüilo ...
    E: sete de fevereiro não ... o seu aniversário ... data de nascimento?
    I: sete do dois do sessenta e três ...
    E: você é mais novo do que eu rapaz ...
    I: naturalidade de Areia Branca né isso ... Areia Branca ... Areia Branca ... Rio Grande do Norte ...
    E: endereço ...
    I: rua Pedro Afonso 44 ... Quadra B ...
    E: Pedro Afonso?
    I:é ... caneta tão chique que num sabe nem [v:escrever] [a:direito] ...
    E: num é minha não ...
    I: rua Pedro Afonso número 44 ...então foi [a:só] pra me impressionar né... que você veio com ela?
    E: não ... num quero impressionar você ... por nada nesse mundo ... rua Pedro Afonso número 44 ... Quadra B ... oh ... fiz besteira ...
    I: tem problema você repete ...
    E: complemento aqui ... vou botar ... Natal ... Rio Grande do Norte ...
    I: Natal é aqui ó ... Natal ... Rio Grande do Norte aqui ...
    E: fiz muitas besteiras ... o bairro é que é Praia do Meio né?
    I: isso ... mas bote aqui ó ... Natal ... Rio Grande do Norte ... como eu disse ... disque 2228597
    E: eu não liguei depois daquele dia pra almoçarmos ... estudar ... escolaridade ... sexo masculino ... escolaridade ... escola pública ... depois eu preencho ...
    I: fiscal da natureza ...
    E: [a:legal] ... deixa eu explicar a você uma coisa ...
    I: minha profissão é essa Marcos ... fiscal da natureza ...
    E: ótima profissão ...eu [a:só] num sei se ela tá cadastrada...
    I: num me interessa ... ((riso))
    E:ô Ítalo ... eu já tinha falado pra você sobre isso [a:certo] ? mas eu vou repetir... a gente vai fazer ...
    I: sim ... qual a pesquisa dessa ...
    E:é aquilo que eu já tinha dito pra você [a:certo] ? é ... uma pesquisa de Lingüística... lá na universidade ... eu sou bolsista ... então a gente já passou uma fase ...trabalhando com ... é ... material escrito ... [a:certo] ? a gente ... fez um levantamentoem jornais ... aqui da cidade e também numa revista científica lá da universidade ... a revista Vivência ... que você disse até conhecer ... então ... essa fase da pesquisa agora ... tá se ... a gente vai trabalhar com a fala ... então cada informante ... é ... nós iremos trabalhar com ...
    I: salamatieus ... ((expressão utilizada pelo informante para reclamar a demora do entrevistador))
    E: com cinco tipo de narrativas ... tudo bem ... daqui a pouco você vai começar a falar um bocado ... então ... é isso ... são cinco tipos de narrativa ...nós vamos ter que trabalhar com os cinco tipos ... [a:certo] ? então...eu queria [a:inclusive] ... discutir com você... agora você resolve ... a gente começa por qual tipo ... de narrativa ... os cinco tipos são ... narrativa de experiência pessoal ... narrativa recontada ... é aquilo que eu falei pra você ...que você pode [a:inclusive] falar sobre um filme... sobre uma peça de teatro ... um concerto que você assistiu ... coisas do tipo ... é texto descritivo ... relato de procedimento e relato de opiniões ... eu vim pensando numa coisa evou ser [a:meio] autoritário agora... tá registrado assim ... da gente começar hoje com relato de procedimento ... eu acho que seria uma conversa interessante ...
    I: sobre o quê?
    E: relato de procedimento ... o que que é isso? pois é ... eu vou tentar explicar ... é você falar ...sobre alguma coisa que você faz ... que você ... trabalha [a:manualmente] ... digamos assim ... então como você trabalha com pintura ... a gente podia falar sobre isso ... eu já vi que você é ... alguns dos teus trabalhos ... são é ... digamos cópias num sei se ... o termo melhor pra usar é esse ... são cópias de ... de fotografias ... de desenhos de pinturas que já existem ... então ... a gente podia falar sobre ... esse procedimento ... quais são os passos que você utiliza ... para copiar uma figura ... uma ... o que que você acha?
    I: pode ser ...
    E: pode ser?
    I: [a:só] num sei se existe muito o que falar...
    E: a gente começa ... tá certo? e vê o que que vai dar ...porque esse ... esse último você tá trabalhando agora com esse ...esse último trabalho teu é [a:exatamente] isso né?
    I: é fotografia eu ... há muito tempo que eu namoro esse ... esse retrato nessa ... nesse livro que eu tenho né? de fotografias e ...eu não me achava [a:muito] capaz de pintar essa ... praia né?por causa do ... do desafio dos pássaros tem muito pássaro sobrevoando a praia e ... no ... no final do ano passado eu me coloquei como meta tentar pintar essa fotografia ... e ... é ... uma das técnicas que eu ((riso)) ...
    E: diga ...
    I: Marcos ... fotografia é observação ...
    E: você ... você apagou né? você tinha falado que ia ajeitar ...
    I: sim é ... eu tinha eu ... pensei que tivesse concluído o trab/ concluído o trabalhomas quando cheguei na parte em que eu achava que ia dar nó [a:mesmo] ... que seria essa parte de registrar os pássaros... no último momento eu ... eu dei uma borrada que ... é ... comprometeu a cor da ... do céu né?e [s:eu] tive que [v:refazer] todo o céu [a:novamente] ... por ... por conta dessa borrada ... tive que refazê- lo todinho ... é porque não é fácil de encontrar o mesmo tom ...na mistura das tintas ... [a:inclusive] esse azul da roxa com o branco é ... na ... na proporção exatavocê encontra a mesma cor do céu entendeu? então eu tive que ... que inventar uma ou/ uma cor próxima da que eu tinha pintado ... e refazer todo o céu ... passei ...pintei [a:totalmente] por cima das gaivotase ... pretendo quando enxugar passar outra mão de azul-céu com branco com ...pra depois [v:pintar] [a:novamente] as ... as gaivotas...
    E: você sempre que faz isso ... você se preocupa ser fiel às cores do original ou ...
    I: fiel às cores do original eu ... eu ... quando eu me interesso por um ... por uma determinada fotografia é porque ... tudo nela me ... é deve ser transposto pra o trabalho ... se tiver alguma coisa incompleta eu já num quero aquela fotografia ... e eu fico nessa busca ... é de um trabalho completo de fotografia que eu num precise ... criar em cima dele ...que eu num precise criar muito em cima dele ... e essa fotografia aí ... eu ... eu quis é ... reproduzi-la tal qual o ... o ... o ... quero dizer ... quis reproduzir o quadro tal ...tal qual está na fotografia ... [a:inclusive] usando os mesmos tons é ... [a:meios] sombrios...
    E: esse ... esse tipo de trabalho você ... vocês ... têm o curso de desenho aos sábados ... num é isso?
    I: é ... eu faço um curso de ... de pintura ao sábado ... de desenho eu fiz no início do ... do meu aprendizado ...
    E: e vocês discutem esse tipo de técnica ... é copiar ou trabalham mais com a criação ... digamos assim ... que não seja cópia ...
    I: não não ... fica ... fica ... o aluno fica livre pra levar o tema que ele ... quiser e ... quando ele ... porque a maioria do pessoal já ... já tá bem desenvolvido eu sou um dos mais ... é ... dos mais retardatários ... porque eu cheguei quando ... quando o curso e a turma já ... já tinha um bom tempo de ... de andamento ... aí eles ... eles já são muito é ... já trabalham muito por conta ... a orientação do professor é mínima ... do mestre né?então [a:só] quando surge alguma dúvida assimde ... porque o aluno ... sente dificuldade de fazer um mar ou ... um quebra-mar um negócio assim ... um ... um animal que num tava acostumado a pintar ou uma árvore ... uma tonalidade que ... que ele não sabe como ... aí ele chama o professor ... Lavoisier ... e ... o professor dá um toque ... ó ... faz assim ... assim ... mistura essa cor com essa que você vai obter esse resultado ... e [s:a pessoa] [v:trabalha] [a:praticamente] [a:sozinho] ... na sua ... na sua criação...
    E: mas o professor ... ele nunca opinou sobre essa questão de você fazer a cópia e não estar desenvolvendo um trabalho mais teu ... o professor já falou sobre isso alguma coisa a respeito?
    I: não porque ...a técnica de fotografia é [a:justamente] isso...você ... retratar [a:fielmente] o que o tra/
    E: sim ... mas você num trabalha com fotografia trabalha com pintura ... é ... é porque tem algumas pessoas ... é que ... que ...
    I: sim ... tem pessoas que criam suas telas mentais é ... e num precisam de ... de ... de referencial nenhum ... talvez a gente por ... por sermos ... por ser todos inicien/ iniciantes ... sintam essa necessi/ essa ... essa ... necessidade de ... de ... de um referencial ... que seria uma fotografia ... é ... talvez a gente esteja nessa fase de aprendizagem ...
    E: e como é ...quais são os passos assim você ... pega o desenho ... vai fazendo o que [a:primeiro] ...
    I: a gente pega o fotografia ...
    E: a fotografia aliás ...
    I: e ... pensa é ... quais ... quais seriam os traços principais daquela fotografia a serem é ... trans/ transportados pra tela né? os traços em ... em grafite né? ou qualquer ... qualquer objeto que ... que delimite ... qualquer lápis ... qualquer tipo de lápis que também não deixe marcas posteriores na ... na tela né? tem que ser um material leve ... que quando a tinta ... é ... seja colocada num ... num deixe nenhuma ... nenhuma impressão né? sobre ... sobre o trabalho ... então você delimita os traços principais da fotografia ... e quando você é ... na colocação das tintas ... você vai é:: puxando ...
    E: você delimita na tela?
    I: na tela ...
    E: na tela ... e num precisa desenho também?
    I: no desenho?
    E: sim ...
    I: não ... não de um desenho anterior?
    E: é ... porque eu já vi alguém trabalhando assim ...
    I:desenha [a:primeiro] a fotografia?
    E: não ... é ... ele coloca vários traços delimitando ... tanto no desenho original ...como na tela então vai copiando ... vai transferindo na verdade ... [a:certo] ... porque seria cada qua/ quadradozinho da ... da fotografia... ele estaria copiando na tela ... você não faz dessa maneira?
    I: não ... alguns ... quando é um trabalho de fisionomia talvez precise ... eu já fiz isso ... eu delimito a fotografia ... e pego a fotografia milimetro todinha sem ... sem danificar a ... a fotografia ... eu faço isso até com linha sabe? é ...
    E:ah ... eu acho que já vi ... [a:inclusive] ...
    I: coloco linha sobre a fotografia ... e delimito espaços iguais na fotografia que depois eu ... eu ... eu como é que se diz ... faço um trabalho de ampliação pra tela ... né? numa escala bem maior ...
    E:isso ... [a:exatamente] ...
    I: aí eu vou reproduzindo cada de/ cada detalhe daquele quadrinho no quadro maior que eu ampliei ... que eu estou querendo ampliar a fotografia ...
    E: é eu ...
    I: isso é mais quando ... quando é fisionomia mas ... paisagem ... o ... ela se torna tão sim/ ela é tão simples o ... o ... os traços principais de uma paisagem ... que num requer esse ... esse ... essa técnica de ... de dimensionar a fotografia antes ...
    E: você tava falando é ... de ser fiel à fotografia ... porque seria um momento desse aprendizado ... essa coisa ai que você falou ... mas é ... quase todos os teus desenhos as tuas ... as tuas pinturas ... pelo menos as que eu conheço ... tem essa história do alto-relevo ... quejá é uma inovação em relação ao original ... original [a:claro] ... por se tratar da fotografia não tem ... é já é um passo ... é uma cri/ uma criação tua ...
    I: mas Marcos ...o alto-relevo ele acontece na ... na pintura ... [a:mesmo] que a gente não queira... porque a gente tá usando camadas de tinta ... então pra obter um determinado resultado é ... tipo um ... uma luz no tronco de árvore ... como aquele quadro que eu te presenteei ... é:: você precisa passar várias mãos de tinta ... pra obter uma luz por exemplo ... sobre a um determinado tronco que se encontre na paisagem que a gente esteja reproduzindo ...
    E: quer dizer que esse alto você acha que esse alto-relevo é uma coisa ocasional ... não é?
    I: não ... não é proposital não ...ele acontece ... é [a:justamente] pra dar o efeito da ... da fotografia... uma onda que a gente queira reproduzir a gente ...é [a:muito] difícil que num tenha bastante pasta de tinta...
    E: você sabe que ... aquela fotografia eu contei isso pra você né? uma amiga minha falou ...comparou você a Van Gogh [a:exatamente] por conta desse... porque é Van Gogh né? que utiliza muito esse recurso? aí você dizer pra mim que não é uma coisa proposital ...
    I: não ... não é proposital não ...
    E:e porque [a:exatamente] na ... na ... um naquela pintura ali... você tem uma ... uma onda ... quebrando né?por que que é [a:exatamente] ali o alto-relevo?e por con/ é porque ali é que tá a tinta?
    I: é porque é ...
    E: você num tinha a intenção de fazer aquele alto-relevo ali?
    I: não ... eu o máximo que eu puder simplificar é ... reduzir essa camada de tinta ... eu ... eu reduziria ... isso é até surpresa pra mim sabia?
    E:é [a:realmente] ... e em relação às cores ... quando você pega a fotografia ...e começa a perceber que você [a:dificilmente] vai conseguir aquela tonalidadeisso é motivo pra você deixar de lado a fotografia ... e partir pra outra?
    I: não ...
    E: porque você procura ser fiel também às cores né?
    I: também é as cores da fotografia mas num ... num existe uma cor ... eu acredito na ... na natureza que o homem ainda num tenha inventado essa pigmentação ... na ... nas mis/ nas misturas que o pintor vai fazendo ele vai obtendo aquelas tonalidades ... e quanto mais ele conhece o ... o manuseio das tintas né? isso quanto mais ele conhece esse manuseio das tintas ...
    E: e a facilidade em encontrar essas tintas ... de comprar essas tintas?
    I: são as cores básicas ... você vai misturando e obtendo tons é ... intermediários ...
    E: e ... esse material é fácil comprar é ... você encontra com facilidade no comércio?
    I: material de boa qualidade é difícil mas ... no Bra/ aqui no nosso país a gente encontra materiais de segunda e terceira qualidade ...
    E: [p:com] [a:certeza] deve dificultar né? o trabalho?
    I: um pouco ...
    E: [a:principalmente] quando se trata de cópia...
    I: e ... é ... no caso desse quadro aí ... eu tive que refazer esse céu ... já é a se/ quinta camada de tinta que ele apanha ... porque o azul da prússia dessa tinta nacional ... a (gato) preto ... ela ... ele é:: ele é falsificado ... quando a gente passa a mão e pensa que o trabalho tá concluído e obtém um efeito belíssimo no ... no ... na tela ... sobre a tela ... quando ela seca ... começa a ... os poros da tela ... começam a abrir ... abrir ... deixa pequenos é ... poros e espaços que ... que num dá um ... um resultado final agradável aos olhos ...
    E: mas será que isso é por conta da ... da tinta ou da tela?
    I:da tinta ... [a:principalmente] da tinta... as tintas escuras dessa marca (gato) preto ... elas têm esse problema ... ou racham ... ou dão essa impressão de ... de descuido do ... do artista no trabalho final ...
    E:as cores ... [a:inclusive] da montanha são pelo menos aproximadas a da fotografia?
    I: são ...eu ... eu procurei ao máximo ... [a:inclusive] eu tive um ... um ... eu tive um pouco de dificuldade pra fazer esse maraí porque marinha tem sido ... tem ... tem sido um dos ... um dos primeiros trabalhos sozinho assim ... sem a orientação do mestre né? e eu ...eu chamei o meu professor aqui [a:só] pra ele ... pra ele dar umas coordenadas na pinturadesse mar aí ... porqueeu tava [a:meio] inseguro de pintar o mare ... quando ele veio aqui disse ... “Ítalo ... falta algumas ... alguns detalhes nesse mar ... é:: dá um ... falta ... dá uma idéia de volume a essa onda ... o é:: talvez você jogar um azul da prússia aqui mais forte ... um mais claro ali ... e um mais claro ali ... você consiga ... obtenção desse volume que você quer dar à onda” ... e ... quando ele veio aqui ... aí ele ... aí ele ... ele ... ele observou alguns detalhes que eu não tinha observado ainda ... tipo o reflexo da montanha lilás sobre ... sobre é ... na ... sobre as ondas ... as ondas mais próximas da montanha e dessa e ele disse ... “olha ... talvez fosse bom se você é ... espelhasse essa montanha aí sobre essas ondasficaria um efeito [a:muito] bonito” ... e eu aproveitei essas idéias gerais que ele vê ... que ele deu e ... e tentei melhorar o trabalho ...
    E: mas ... em relação às marinhas você já tinha pintado Ponta Negra ...
    I: sim ... eu pintei Ponta Negra mas ...eu num considero Ponta Negra uma obra [a:só] minhaporque ... quando eu pintei todo os detalhes de Ponta Negra ... a ... a duna e ... e a vegetação e as barraquinhas e tudo mais ... quando eu cheguei no mar ... eu me perdi todinho e eu disse ... “Lavoisier ... o que que eu faço aqui?” ... aí ele ... tem alguns toques dele ali naquele mar ...
    E:mas isso [a:direto] [a:mesmo] assim ele pintando?
    I: [a:direto] ... ele dizia ... “não ... Ítalo ... não é assim ... faz assim”... aí eu chegava lá e dava uma ... uma retocada ...
    E: você ... você ... você levou a tela ...
    I: eu fiz essa tela lá com ele ...
    E: Ponta Negra?
    I: é ...
    E: essa ... essa outra não?
    I: não ...essa [s:eu] [v:fiz] [a:sozinho] ...Ponta Negra [a:inclusive] foi um ... um dos primeiros trabalhosde marinha e ... o pessoal ficou é ... a ... a elogiou muito ... porque ninguém conseguiu pintar Ponta Negra ainda assim com tanto detalhes ... lá no ... na escolinha ...
    E:você sabe que eu considero um trabalho [a:muito] bom né?
    I: sim ... ((riso)) sim ... ((riso))
    E: fazer um pouco de ... vou fazer um pouco de publicidade do seu trabalho ... ((riso))
    I: pena eu num ter feito sobre um ... um material tão resistente Marcos ... o material não é de boa qualidade ... é uma tela sobre ... é um qua/ um quadrado sobre ... um pano sobre um quadrado ...
    E: que pano? que tipo de pano?
    I: um ...é um pano [a:mesmo] usado pra pintura... mas ... teria sido mais ... ele ... ele ia durar mais se tivesse sido feito com um reforço de ...
    E: eucatex ...
    I: ... eucatex por trás sabe? eaí ele tá [a:muito] vulnerávela ...
    E: mas aí esse em relação a esse pano ... você chega numa casa de pintura e diz ... eu quero pano ...
    I: não ... mas essas ... essas eu tenho comprado preparadas ...
    E: preparadas como?
    I: por alguém
    E: já vêm cortadas ... como é que é?
    I: é ... já ... ele já traz ela pronta com a camada de tinta e gesso ...
    E: mas você não sabe dizer que tipo de tecido?
    I: é morim ...
    E: morim ... isso tambémeu era [a:completamente] leigo... tem uma camada de gesso ...
    I: é ... tem uma camada de gesso tinta e cola ...
    E: tinta branca ...
    I: tinta branca ... pra tapar os poros do tecido ...
    E: e o que é que ... por que é que tem um tipo diferente do outro? por que que é melhor pra pintura?
    I: sim ...no caso essa Ponta Negra ela teria ficado é ... [a:muito] bemse tivesse ... é sido ... colada sobre um eucatex ... entendeu?
    E: ah tá ... a questão não é no pano em si ... é ... o reforço ...
    I: é ... é o reforço que deveria ter tido e não teve ... e depois de pronto o trabalho ... talvez pudesse comprometer entendeu ... o trabalho ... e estragar o trabalho se a gente tentasse colar sobre um eucatex ...
    E: e sem esse eucatex não compromete também a moldura? num fica complicado?
    I: não porque tem o quadro dimensionado ... o quadro na extremidade do pano ...
    E: que é madeira?
    I: é ... que fixa o pano ...
    E: você mandou fazer onde esse ... a moldura de Ponta Negra ?
    I: a moldura é um senhor ... seu Carlos ... eu ... descobri esse ... esse ... esse senhor ... sim ... a ... a moldura de Ponta Negra?
    E: sim a moldura ...
    I: foi Lavoisier ... Lavoisier ele não trabalha bem como com ... com ... a moldura ...
    E:a moldura [a:mesmo] ... o final ...
    I: ah ... o trabalho final de moldura foi seu Carlos ... um senhor que eu descobri por um acaso uma vez na ... numa livraria ... eu tinha ido comprar um ... uns livros e uns pincéis ... e ... nesse ... nessa minha visita à livraria eu encontrei um ... um ... um ... umas telinhas assim ... su/ ... su/ ... já prontas pra pintura ... e eu disse ... “esse trabalho aqui é [a:muito] bom... quem ...” eu perguntei ao rapaz da loja que era meu conhecido ... da minha ... da minha cidade ... nós somos conterrâneos ... eu disse ... “Edson ... quem ... quem fez esse ... essa ... essas ... essas telinhas?” ele disse ... “olha isso aí é um senhor ... que faz e deixa aqui pra vender ...mas ele aparece [a:muito] pouco aqui” eu disse ... “olha Edson ... esse é o de melhor qualidade que eu já vi até hoje no mercado ... essa pessoa gosta muito de fazer esse trabalho ... então ... você não teria o telefone desse senhor pra ... pra eu entrar em contato com ele porque eu ... eu gostaria de comprar alguns quadros desse pra pintar” ... então eu fiquei com o telefone desse senhor por muito tempo guardado e ... é ... um dia ... conversando com uma colega minha da ...da escola de pintura ... eu ... eu disse a ela que eu tinha esse telefone ... e a gente ... a gente se propôs a ir lá ... depois do trabalho ... dar uma passadinha lá no seu Carlos ... chegando lá encontramos um ... uma verdadeira oficina de ... de ... de quadros e nos tamanhos que você quisesse ... porque a esposa dele é pintora ... uma pintora do Paraná ... dona Marly ... e tem trabalhos belíssimos e ele nos apresentou a esposa dele ... e nos deixou à vontade ... e depois eu vim a saber que ele fazia essas molduras também ... confeccionava todas as molduras do ... dos quadros da mulher dele ... aí desse dia em diante a gente disse ... “olha ... seu Carlos ... qualquer trabalho de moldura a gente vai trazer pro senhor ... [a:inclusive] eu tenho uma Ponta Negra que eu gostaria que o senhor é ... bolasse comigo... a melhor moldura pra aproveitar o trabalho que parece ... me parece bom ... um dos trabalhos ... melhores que eu fiz “
    E: ele mora onde?
    I:ele mora em ... [a:próximo] do Castelão ... é Lagoa Nova é?
    E: num sei ... eu acho que é ... pro lado de Candelária não?
    I: do lado direito daquela pista ...
    E: do lado da Potiguar ...
    I:não ... do Castelão e na Prudente ... pelo lado direito ... [a:próximo] daquelas flores ... ali ... mercado de plantas...
    E: ah sei ... tá ... tudo bem ... e aí você tem sempre procurado esse senhor ...
    I: ah sim ...ele se tornou um amigo da gente e [a:inclusive] eu vou láé ...
    E: ele fez algum comentário dos seus trabalhos?
    I: ele gosta muito dos trabalhos ... ele diz ... aqui mora um grande pintor ... ((riso)) em potencial porque eu num me acho essas coisas toda não ainda ... ((riso))
    E:mas ... [s:eu] vou [v:dizer] [a:novamente] ... eu gosto muito dos seus trabalhos...
    I: ô ... você é meu amigo ... você é suspeito a falar qualquer coisa ... ((riso))
    E: rapaz ... eu sou seu amigo mas sou honesto cara ... sou honesto ... no dia que você fizer uma coisa que eu não gostar eu vou dizer ... “olha Ítalo ... isso aqui eu não gosto” ... como eu já falei que não gostava daquela montanha ... né? mas por se tratar ...
    I: eu acho que ela não ... você não gosta dessa montanha por causa da cor ... a cor ... a cor não ... deve ser uma cor que te espanta um pouco ... que te ... que te mexe ...
    E: sabe ... é a cor .. tudo bem ... tem ... tem isso sim ...agora as camadas dessa montanha eu acho [a:muito] estranhas...num entendo porque que elas tenham essas camadas ... com cores diferentes ... [a:inclusive] por se tratar de uma fotografia... eu fico pensando ... existe uma montanha desse jeito?
    I: a luz tá incidindo sobre elas e dando essa variação de cores ... desse tipo aí ...
    E: se eu fosse ...
    I: a luz vem lá de trás dessa montanha ... tá bom?
    E: por sinal ... Ítalo ... aquela parte mais clara ... por que aquilo ali?
    I: é uma luz ... ainda um resto de luz que resta nessa tarde aí ...e tá incidindo [a:diretamente] sobre essa cadeia de montanhase sobre algumas partes da areia na praia ...
    E: [a:certo] ... certo ... e os pássaros que eu tanto gostava... por enquanto estão ...
    I: ((riso)) escondidos ... eu preciso recriá-los ... repensá-los ... sobre um outro céu ... porque aquele céu não me agradou ...
    E: recriá-los? você vai alterar alguma coisa?
    I: é ... eu vou recriar ... todo o processo é um ...
    E: sim ... mas você num trabalha com cópia?
    I: ... é um parto Marcos ... ((riso)) é um parto sofrido ... cada pássaro que eu vou colocar nessa praia ...
    E: mas vai conservar aquela mesma disposição ... com aquela distribuição do espaço?
    I: acredito que sim Marcos ...porque eu sou [a:muito] ... é ... perfeccionistae eu quero é ... reproduzir tal qual o pássaro da conta ... ((riso))
    E: não pensa em tirar nunca a montanha?
    I: hein?
    E: você não pensa em tirar a montanha?
    I: não Marcos ... a montanha será para um outro trabalho sem montanha ... ((riso))
    E: porque eu ...fico olhando pra tela e [a:só] imagino essa tela sem a montanha... mas além desse ... você tá pintando outra coisa?
    I: não ... eu tava brincando com um quadrinho pequeno aí que tava logo abaixo da ... desse quadro ... e eu ... eu pintei um perfil meu .. de uma fotografia que eu tenho minha ...
    E: há algum tempo atrás você falou que ia se dedicar a isso ... a pintar fotografias ...tinha [a:inclusive] feito já uma seleção... abandonou esse projeto?
    I: é ... esse trabalho de fotografia é ... o interesse surgiu mais quando eu tava na ... é ... desenvolvendo o desenho ... a carvão e a grafite né ... mas é um trabalho que eu tenho que retomar porque eu tenho ... eu pretendo no futuro trabalhar com ... pastel e pastel requer muito ... muita técnica em desenho ...
    E: pastel é algum tipo de tinta?
    I: pastel é uma espécie de ... de lápis de cera refinado ... uma cera importada ...e [a:muito] delicadaque você é ... [a:só] risca sobre papel e vai dando... é ... os efeitos de uma pintura a óleo ... quem trabalha muito com isso aqui em Natal é Lavoisier ...
    E: Lavoisier seu professor ...
    I: não ... quero dizer Lavoisier não ... é ... Josué Flor ...
    E: e aí você pode misturar ...tinta e pastel ou tem que ser [a:só] uma coisa?
    I: não ... não ... se você vai trabalhar com pastel ...você tem que trabalhar [a:somente] com aquele material... num dá pra misturar com tinta a óleo não ... talvez tinta a óleo ... num sei ma/ talvez dê pra misturar um pouco com aquarela ... é uma técnica complicada que eu num ... não me ... atraveria agora ... mas ... pastel ...
    E: você ... você já me presenteou ... uma tela sua ...
    I: no final ... eu gostaria de saber se você já colocou numa moldura aquele ... trabalho ...
    E: ainda não ... estou esperando ... a bolsa do CNPq ... ((riso))
    I: essa conversa é velha ...
    E:não ... mas [s:eu] [v:vou colocar] ... prometo a você que ... [p:em] [a:breve] ...
    I: onde é que ele está guardado? tá bem guardado pelo menos?
    E:[a:muito] bem guardado ... muito bem guardado...
    I: tá embalado?
    E: tá ... tá ... por conta da poeira ... e eu estou preocupado ...
    I: se bem que ... é ... esses quadros ...
    E: ele é de ... eu não me lembro mais que material é ... é eucatex é? ou é pano? ((interrupção para virar a fita))
    E: ... quadro empoeirado por que razão?é por que [s:eu] nunca [v:percebi] [a:direito] ...ou é por que ... a tinta absorve um pouco a poeira?
    I: é ... o óleo num absorve muito a poeira ... mas eu acredito também que os seus donos zelem um pouco né? porque de vez em quando eu dou uma pin/ uma limpada nesses quadros assim ... eu noto um pontinho de mosca no quadro ... então eu vou lá com cotonete e com água e dou uma limpada ...
    E:água ... água [a:mesmo] ...
    I: é ... com cotonete e água e dou uma limpada ...
    E: isso não prejudica ...
    I: o trabalho não porque é óleo né ... se fosse pastel já comprometeria alguma coisa ...
    E: mas é ... pelo fato de ser um tecido ...
    I: ah mas é uma suavidade de água assim ... [a::só::só::aunnsn] um ... o cotonete embebido num pouquinho de água...
    E: se você ...se você chegasse num quadro teu e visse que ele tava empoeirado ... ele [p:por] [a:completo] ... como é que você faria?você não poderia pegar ... uma flanela e [a:simplesmente] ...
    I: por completo Marcos?
    E: sim ... sei lá ...
    I: primeiro procedimento ... eu ... eu ...
    E: [NULL SUBJECT] começava a [v:chorar] [a:desesperado] ...
    I: choraria muito ... ((riso))
    E: eu falo assim tá ... você há pouco tempo teve uma construção aqui na tua casa ... construção é uma coisa que ...
    I: ah você num sabe o trabalho que eu tive pra ... preservar alguns quadros que eu tinha aí ...
    E: é isso que eu estou falando ...
    I: então ... eu corria com os quadros pra um lado pro outro ... quando o homem vinha pra um cômodo da casa eu ... corria com todos os trabalhos pra outro cômodo externo da casa ... ((riso))
    E: e conseguiu?
    I: e sempre com bastante jornais e panos é ... envolvendo esses quadros pra que num ... num ... num ... num pegassem tanta poeira porque ... depois de todo o processo de pin/ de pintura e construção aqui em casa ... eu notei que ainda tinha ... eles tinham absorvido muita poeira ... uma poeira fina mas ...
    E: eu falo isso ...eu falo [a:exatamente] disso...
    I: ... mas muita poeira e eu tive que remover essa poeira ... eu removi com panos secos ... porque era uma poeira de ... de calissa ... uma poeira branca ... uma poeira quase de giz né ... que não ... que num danificou o trabalho ... se fosse uma poeira preta ... teria sido mais ... complicado o processo de limpeza ... mas como era branco ajudou muito ... pontos brancos é difícil de identificar do que pretos ... eu acho ... num trabalho de pintura é mais difícil ...
    E: mas deve existir alguma técnica ... própria pra fazer essa limpeza?
    I: olhe ... Lavoisier ... o meu orientador do ano passado ... em pintura ele disse ... ele sempre limpa os quadros dele a óleo com ... com água ... água e sabão ...
    E: sabão também?
    I: é ... mas eu num teria coragem de ... de limpar um quadro meu com água e sabão não ...
    E: eu também não ...
    I: porque eu ti/ aqui em casanós tínhamos um quadro [a:muito] antigode um ... de um pintor da nossa terra ... Antônio Tavernar ... e quando eu tentei fazer essa técnica aí ... de água e sabão com o quadro ... um quadro ... uma tela pintada sobre eucatex ... quando eu pintei ... o ... a ... a sujeira saiu todinha com a água e o sabão ... mas é ... todos os tons de tintas ficaram no ... sobre um tom mais claro ... depois desse ... depois dessa lavagem ...
    E: ficaram alterados ...
    I: ficaram alterados ... mamãe pede muito que eu ... refaça esse trabalho todinho com tintas mais vivas porque o trabalho ficou ... super claro ...
    E: você pensa em fazer isso?
    I: não porque eu acho um trabalho medíocre ... eu acho um trabalho ... que eu ... eu poderia ... fazer coisa melhor ...
    E:Ítalo ... agora ... [a:realmente] uma curiosidade ... bem grande... é você tá terminando filosofia ... e depois do curso ... a dedicação vai ser maior à pintura ou ao campo da filosofia?
    I: Marcos ... eu não pretendo ... por enquanto fazer mestrado em filosofia não ... eu pretendo fazer um outro curso aí na universidade que será ... o educação artística ... eu acho ... eu acho que eu ...
    E: ligado a tua atividade de pintura né?
    I: é ... de pintura ... eu acho que filosofia foi é ... um curso de ... de realização pessoal ... eu fiz dois cursos é ... é ... não conclui na universidade por/ e ... não ... porque não me encontrei neles ... eu ... eu fiz dois cursos que num tinham nada a ver comigo e num dado momento eu me acordei fazendo coisa que eu num queria na vida ... é ... tanto no campo profissional como no campo ... no campo profissional como no campo de estu/ é estudantil ... né ... eu ... eu tava ...eu tava [a:meio] perdido nos meus objetivos de vida... é:: eu comecei a questionar todos esses meus é ... pontos de apoio ... que eu tinha naquele momento ... tipo um curso que eu ... de economia ... que eu num sabia nem pra onde ir com economia ... um trabalho que num tinha nada a ver em oitenta e cinco comigo ... que você sabe né? qual ... que trabalho era ... e quando do racha com o trabalho que foi o mais ... o ... o processo mais difícil de ... de desligamento meu ... eu resolvi ... começar a desligar tudo que num tinha nada a ver comigo e nesse processo entrou o curso ... entrou ... entrou ... é::até [a:mesmo] mudanças de comportamento... ((riso)) consideradas mudanças de comportamento aconteceram em mim ... que não ... que ... que num ... não estavam é ... de acordo com aquilo que eu queria para minha vida ...
    E: mas você tá satisfeito é ... com o fato de estar concluindo filosofia?
    I: ah sim ... porque eu depois desse processo todo eu disse ... “meu Deus ... o que é que eu ... na verdade que curso me completaria ... que curso teria a ver comigo ... que curso eu teria ... eu teria como ... dizer ... meu Deus ... eu fiz um bom curso ... eu ... eu ... eu estou me realizando como um ... como um indivíduo da sociedade” ... [a:mesmo] que ... dentro do ... da nossa sociedade um curso de filosofia num ... num valha muita coisané ... dentro do nosso mercado de trabalho ...
    E: você acha que essa satisfação que você ... é sente ao concluir filosofia vai acontecer também com educação artística?
    I: vai ...
    E:sua expectativa em relação à educação artística ... é essa ... [a:principalmente] relacionada com essa atividade de pinturaque eu queria que a gente ...
    I: vai porque complementa ... vai porque filosofia era um ... um lado do meu ser que reclamava por conhecimento ... por respostas a questionamentos que algumas eu ... algumas eu tive ... e de outras eu vou sair do curso sem ob/ sem tê-las obtidomas [a:muito] felizporque ... eu me dei ao luxo ... o ... ao direito de optar por essas ... reflexões ...
    E: educação artística?
    I: sim ... e ... educação artística seria ... não sei se seria um ... um ... talvez nessa ... nesse ... nessa área eu ... eu me propusesse a ensinar ... a ... a .... a desenvolver a atividade profissional ...
    E: eu acho até que há uma coisa natural a acontecer ... você faz plano de se tornar um profissional nessa atividade de pintura? ou você já se sente assim ...
    I: não ... eu não me sinto nada ... me sinto ... ((riso)) ... eu me sinto um buscador ... um cara que quer é:: que quer ser útil em alguma coisa ... que quer desenvolver alguma coisa que lhe ... que lhe ... eu quero sim desenvolver alguma atividade que me satisfaça e pintar está incluído ... como filosofar está incluído ...
    E: você tem mais ou menos quantas telas prontas?
    I: Marcos ... eu não tenho idéia porque a maioria dos meus trabalhos eu tenho presenteado ...
    E: é isso que eu ia perguntar ... eu pensei que eu fosse exclusivo ... mas tá bom ... tem um monte de gente que já viu o trabalho do Ítalo ... e eu falando assim ... olha esse aqui ... [a:só] eu tenho o Ítalo Emanuel em casa... ((riso))
    I: mas esse ano como ... é ... um ... eu me coloquei como um projeto ... como uma meta a atingir esse ano ... visto que eu saí do banco né ... que eu trabalhava o ano passado ... é .... pintar é:: em série ... sei lá uns vinte quadros ... e expô-los sem vender ... sem ... sem ... sem presenteá-los ... entendeu?
    E: [a:certo] ... é bom saber disso...
    I: então ... ah ... tem sido ... eu tô trabalhando em cima disso ...seu Carlos [a:inclusive] está me ajudando... ele está confeccionando as telas né ... e eu tô precisando de muito tempo comigo ... pra que saiam bons trabalhos ...
    E: esse projeto já é pra esse ano?
    I: sim ... esse ano todinho ...
    E: [a:muito] bom...fico [a:muito] feliz em ouvir isso...mas verdade [a:mesmo] ... é eu acho que é uma forma de você tá ... divulgando teu trabalho... mais pessoas irão conhecer ...
    I: será que eu poderia ligar o ventilador aí?
    E: poderia ... depois a gente vê aí como é ... pode ligar ... ligue ... tá com calor?
    I: pouquinho ...
    E: ah isso é importante ... ligue ... pode ligar ...
    I:vamos ver o barulho ... não ... é [a:muito] alto...
    E: é a gente ... faz um esforçozinho ...
    I: depois a gente liga ... você deve tá suado ...
    E: não ... até que não ... eu transpiro com facilidade mas hoje até que o suor está ajudando ...
    I: gostou do visual do meu quarto?
    E: gostei ... sua janela é belíssima ...
    I: ela está às suas ordens ... quando você tiver um caminhão para transportá-la ... ((riso))
    E: não ... eu vou querer o desenho dela ... o desenho dela ...eu faço questão [a:realmente] ... mas como eu falei pra você ... num vai ser um projeto pra agora não...
    I: lógico que não ...
    E: eu vou mexer em outras coisas ...
    I: é ... você tem muitas outras prioridades ... do que uma janela agora né?
    E:é ... [a:inclusive] porque eu preciso fazer outras reformas na casa... pra receber essa janela ...
    I: sim mas ... o entrevistado sou eu ...
    E: é verdade ... vamos lá ... a parte do mar tá acabado?
    I: é ...
    E:você vai mexer agora [a:só] no céu?
    I: é ... o céu eu devo refazer mais uma ... mais uma vez e ... colocar também pela última vez esses pássaros ... é ... tem Marcos é ... já tem três meses nesse quadro e ... num acho que esteja saindo um bom trabalho ...
    E: eu num sei ... eu já falei pra você ... é ... eu gosto dele com exceção da montanha ... ele é perfeito ... eu gosto do azul ... talvez ...
    I: pois ollhea coisa que mais me ... me atrai nesse quadro é [a:justamente] a montanha e aquela luz lá atrás... o resto pra mim é ... lugar comum ... em qualquer lu/ em qualquer tela você encontra ... esses ... esses detalhes de mar ... e pássaro e ( )
    E:eu num conhecia ... [a:honestamente] ... essa disposição de pássaro que você tá dando... aliás que a fotografia registra ...eu acho [a:muito] bonito... tá bom ...
    I: você acha que reproduziu alguma coisa da fotografia ... tem algum ...
    E:é perfeito eu acho ... é uma reprodução perfeita ... [a:ótimo] ...eu ia dizendo a ... como você é fiel às cores ... por isso que eu perguntei a pouco pra você ... essa dificuldade de reproduzir ... as cores tais quais estão na fotografia ...
    I: por que essa curiosidade em ... se eu continuarei na área de filosofia ou não?
    E: por que essa curiosidade ... porque é ... pintura ... filosofia ... dá pra fazer as duas coisas ao mesmo tempo?
    I: a ... as duas ao mesmo tempo ... se ... se Natal tivesse faculdade suficiente eu acho que sim ...
    E:faculdade suficiente ... mas eu falo [a:profissionalmente] ... enquanto atividade profissional... enquanto ...
    I: não Marcos ... enquanto atividade profissional ... eu teria que optar entre filosofia ou arte né?
    E: por isso que eu fiz a pergunta ...
    I:Marcos e ... [a:sinceramente] eu acho que eu já ... é ... matei toda a minha curiosidade no campo da filosofia... no campo da filosofia ...eu estou [a:muito] satisfeito ... eu fiz o curso que eu gostaria de ter feito...tô feliz ... vou [v:terminar] [a:muito] [a:feliz] ... talvez eu num terminasse em nenhum outro curso aí ... mas vou terminar dizendo assim ... estou realizado ... tô feliz ...fiz o curso que eu [a:realmente] queria... e agora educação artística é como ... essa coisa de manusear com as mãos ...isso vem de [a:muito] longe... desde pequeno que eu noto que eu tinha uma tendência natural pra fazer trabalhos manuais ... casinhas de papel ... é autorama de papel ... é fortes de palito ...sempre uma habilidade [a:muito] grande...uma noção [a:muito] grande de dimensão de cores... de ... de perspectiva ...
    E: em um outro ... em um outro período da sua vida ... é ... você iniciou essa atividade de pintura?
    I: não ... eu ...
    E: isso é recente ... isso num é de ...
    I: é de uns três anos pra cá ...
    E: de uns três anos pra cá ... e ... sem interrupção?
    I: é ... na minha adolescência eu notei que eu tinha um potencial bom pra desenho porque eu ... olhava uma coisa e desenhava e ... eu criava muito ... hoje em dia essa parte de criação eu ... eu vejo pouco ... é ... criar desenhos ...porque os desenhos que eu criava eram [a:meio] ... meio desarmoniosos... num ... num cabiam ... hoje não caberiam no novo homem que começa a nascer dentro de mim ... não ... não ... não dizem respeito à ... à ... à nova pessoa que começa a ... a despertar dentro de mim...
    E: você tem mais trabalhos é ... cópia ou mais criações tuas? você tá entendendo o que é que eu tô chamando de cópia?
    I: eu sei ... pra ... olha ... na área de ... quando eu comecei é ... quando eu ... quando eu decidi ... ou quando eu vi que eu tinha um potencial e que eu deveria desenvolver ... como a filosofia ... um fazer uma escolha como a ... como eu fiz da filosofia na minha vida ... então eu ... eu comecei a me dedicar e ... esse trabalho de desenhar ... de pintar ...você tem que ter algum referencial [a:primeiramente] ... depois é que você vai se soltando... eu ... enquanto eu tô pintando uma tela dessa ... eu ... eu tenho certeza que eu pintaria praias até bem mais bonitas do que essa fotografia aí ... mas eu quero ser fiel nesse primeiro momento ... porque quando eu tiver traba/quando vier a fase de [v:trabalhar] [a:sozinho] ... vai vir muitas idéias também geniaise muito ...eu acho que vem trabalho [a:muito] bonito pela frente...mas [a:primeiramente] eu acho que ... seria importante eu ... eu ... me controlar e não dar vazão a esses impulsos de criação... ser fiel à fotografia ...
    E: [a:certo] ... mas essa exposição que você tá pensando... os trabalhos ... serão cópias?
    I: talvez sim ... serão fotografias ... trabalhos de fotografias e trabalhos de criação ... já tem assim ... enquanto eu estou pintando esses trabalhos ... esses últimos trabalhos agora ... já me vem na tela mental ... trabalhos que eu poderia desenvolver ... que são já criações ... independentes ... minhas ... e não mais ... e não existem mais em fotografias e em quadro nenhum ...
    E: você pretende é ... ter um tema numa temática ... por exemplo ... marinhas ... é ..a tua exposição será [a:só] de marinhas ou...
    I: não ... vai ser variado ...
    E: variado ...
    I: eu acho que vai ter fisionomia ... vai ter marinha ... vai ter Van Gogh ... vai ter tudo ... vai ser uma salada ... eu num gosto de uma linearidade ... nessa área não ... no campo ... talvez em outras áreas sim ... mas nessa área pra mim ainda é cedo ... escolher um estilo entendeu?ainda acharia [a:meio] precipitado me fixar num estilo...
    E: essa exposição você ... sozinho?
    I: num sei Marcos ... eu num sei se vai ser nem uma exposição ... vai ser uma exposição aqui na minha casa ... porque eu vou pintar todos os meus quadros e vão ficar aqui ... fixados nas paredes da minha casa pra que os amigos venha e dêem as suas notas ... ((riso)) e se quiserem algum trabalho ... vão ter que comprar porque eu num vou dar não ...
    E: [a:muito] bem ...
    I: enquanto eu ... e enquanto eu presenteava era uma fase de afirmação assim ... ainda ...
    E: opa ...
    I: ((riso))
    E: eu acho isso ótimo ... sabe o que é você ter um quadro de um pintor famoso na fase de ...
    I: afirmação ...
    E: de afirmação? já pensou daqui a alguns anos ... a fortuna que eu terei em casa?
    I: Marcos ... você é meu amigo ... você é suspeito ... ah ... rapaz ... qualquer comentário nesse sentido aí ...
    E: a turma que trabalha contigo ... é ... faz esse curso contigo que tá conversando sobre ...
    I: a maioria são senhoras ... senhoras que ... é ... já com uma profissão definida ... ou dona ... ou seja ... dona de casa ... é ... ou ... ou profissionais autônomas como ... dentistas ... é ... advogadas ... mas a maioria são mulheres ... porqueo preconceito nessa área é [a:muito] forte... e ... a partir do final do semestre do ano passado foi que sur/ começou a surgir muitos homens e ... chegaram homens assim já de profissões definidas também ... senhores ... rapazes que estão chegando e fazendo o curso ... talvez esteja havendo uma mudança de comportamento sutil na nossa sociedade ... nós não estando ... não estejamos percebendo ... que o homem tá se abrindo pra essa ... tá se abrindo mais e se desligando mais desse tipo de preconceito que existe na área ainda ... no nosso país ...
    E: e você conversa com essas pessoas sobre essa possível exposição?
    I: não ... eles não têm conhecimento por/ nem eu ... nem eu tenho conhecimento porque ... Marcos eu tô sem trabalhar então ... o ... o projeto que eu me coloquei esse ano foi pintar dez ... dez a vinte quadros ... sem é ... o ... sem a:: expectativa de no final desse ... é ... desses trabalhos ter que expô- los ...eu num me acho é ... na qualidade de expor trabalhos ainda ...
    E: modéstia sua ... modéstia ...
    I: eu não me acho ainda ...logo me acho [a:muito] pequeno... tenho muito que aprender ainda nessa área ...
    E: mas é ...eu acho que [a:inclusive] que ... numa exposição é ... pode-se construir um momento de aprendizado... porque você vai ouvir ... você vai ter oportunidade de ouvir a opinião de muitas pessoas ...
    I: é ... eu tenho que me acostumar com essa idéia de um dia ... pintar pra esse povo ... porque eu quando eu comecei a pintar e a desenvolver esse potencial ... eu ... eu ... eu pensava em pintar pra mim ... pra alegrar minha casa com temáticas suaves ... tranqüilas ou fotografias que tivessem a ver com a minha vida ... é ... fizessem parte da minha afetividade maior também ... esses ... esses quadros que fazem parte da minha afetividade maior ... que são ... as pessoas amigas é ... uma pessoa da minha família ... o meu pai ... a minha mãe ... a minha irmã ... eu na infância ... eu gostaria de ter esses quadros na minha memória ... um pouco vivos dentro de mim e a forma ... uma forma de eternizá-los ... talvez fosse pintá-los em quadros ... em ... num sei ... torná-los eternos entre aspa ... é através de quadros ... de coisas que me lembrassem e tornar minha casa um ... um ... um lugar ... é ... que me reportasse a esse ... a ... a essas é... memórias saudáveis ... da ... da ... da ... da minha vida ...
    E: esse ... esse procedimento continua? tá certo que você mudou em relação a sua postura comercial ...digamos assim ... em relação à coisa ... [a:certo] ? mas essa... a ... a ... o ... o que que te leva a escolher determinados ...
    I: temas?
    E: temas ...
    I: [a:só] a necessidade de ampliar conhecimentos... de aperfeiçoar técnicas ... porque num trabalho de fotografia como eu já te disse ... a gente tem é:: a gente ... a gente tá ali se disciplinando ... porque você tá olhando a fotografia e você tá querendo captar ... todas as nuances daquele ... daquela imagem ... entendeu? todos os detalhes daquela imagem ... uma onda que se quebra aqui ... que se parte ali ... que se desdobra em três ... duas ali na frente ... ou uma árvore que está refletida de cima pra baixo ... de baixo pra cima ou uma cascata que vem ... bate numa pedra e depois desvia num ... num tronco e ... esses detalhes você vai se disciplinando ... porque você vai reproduzindo cada coisa e no final você tem é ... um material ... um acervo é ... um no seu arquivo é ... um no seu arquivo mental ...pra trabalhar com esses elementos ... até [a:mesmo] a ... a ... a ... a nível de criação... porque você vai é ... quando for criar ... meu Deus ... e agora ... o que é que eu boto aqui nesse meu quadro ... é:: um pássaro ... mas que pássaro ... mas que pássaro eu devo botar? aquele daquela praia ... quem sabe aquele ... aquela espécie ... aquela suavidade daquele pássaro daquele quadro que eu pintei de uma fotografia ... ((riso))
    E: então é ... a escolha se dá muito por conta dos detalhes?
    I: é ...
    E: quanto ... quanto maior ... o número de detalhes ... mais a fotografia te ... te ( )
    I: é ... eu gosto de ... de temas ... de poucos detalhes ... o pessoal lá no curso me ... é:: eles fazem uma certa brincadeira comigo porque eu ... eu me perco em tantos detalhes ... e eu passo muito mais tempo num quadro do que eles ... enquanto eles fazem três trabalhos em um mês ... eu faço meio trabalho em um mês ... ou passo ... como esse quadro faz três meses que eu tô pintando ele ...
    E: eu acredito que ... nessa fase de aprendizado como você acha que está ... embora você tá muito mais ... você tá além disso ... é ... é vantagem né ... você trabalhar com detalhes ... é importante pra você?
    I: demais ... demais ... demais ... ou senão você fica pintando trabalhos pequenos e ... sem muito é ... sem muita riqueza visual ... entendeu?você pode [v:pintar] uma praia [a:rapidamente] ... pá ... pá ... pá ... pintar de cima a baixo ... taí ... tá completo o trabalho e ...em um dia você pinta ... mas se você quiser um elaborado de re/ é que ... que uma pessoa amiga chegue e te diga ... “não ... [a:realmente] isso aqui é uma praia...olha [a:só] a gaivota ... olha [a:só] o matinho aqui...olha [a:só] essa cor refletida sobre a água ... [a:realmente] aqui teve ... todo um estudo de cores... de ... de ... de dimensões ... de perspectiva” ...
    E: você deve gostar muito de sombras né? no desenho?
    I: não ...
    E: a ... a ... as sombras num dão ...
    I: elas acontecem porque ...
    E: mas num são desafios?
    I: não ... são coisas fáceis de serem colocadas ... são detalhes fáceis ... de serem colocados ...
    E: eu num imaginava isso ... porque você tem sombras nesse desenho ... você tem muitas sombras na tela que me presenteou ... eu imaginava que fosse uma coisa mais ou menos ... de escolha proposital sua ...
    I: porque se ... num ... num sei Marcos ... eu tô nessa fase ... eu acho que ... sombra e luz num quadro eles são essen/ elas são essenciais ... se ... se você não as coloca fica um quadro é ... infantil ... entendeu? ou incompleto ... se você quer reproduzir uma é ... uma imagem ou uma paisagem é ... é difícil você ... reproduzi-la sem é ... esse contraste de luz e de sombra ... de claro e escuro ... é difícil você dar volume às cores se num houver ... essa ... essa ... como é que se diz ... essa percepção de luz ... sobre ... incidindo sobre uma face do teu rosto por exemplo ... e sobre outra não ... é isso que vai dar a idéia de volume na ... no trabalho de pintura ... ou ... ou na fotografia ... numa revelação de uma fotografia ... é a luz incidindo sobre os objetos ... que ... que vai modelar é ... esses ... esse ... esses objetos ...
    E: você tá lembrado dos detalhes da ... da tela que você me presenteou?
    I: mais ou menos ... já faz tanto tempo ... é um bosque ...
    E: é um bosque ...
    I: com um sol lá no fundo ...
    E: são dois planos ... [a:exatamente] por isso que a pintura de sombra...
    I: a primeiro ... o primeiro ... o último plano é uma ... um vale né? assim ... e no primeiro plano uns pinheiros ...
    E:isso ... [a:exatamente] ... aliás são três planos na verdade...
    I: é ... é ... tem o intermediário ...
    E: tem o intermediário ... tem o bosque que é intermediário ... tem os pinheiros e atrás ... eu gosto demais ... gosto muito ... você ainda vai ...
    I: eu gostaria de pedir a sua permissão pra um dia ... pintá-lo no ... em outros tons assim de lilás ... sei lá ...
    E: pois não ... pois não ... está a sua disposição ...
    I: no inverno ... sei lá ... pintá-lo no inverno ...
    E: é porque ali é ...
    I: o verão ...
    E:o verão [a:exatamente] ... é ensolarado... o quadro ...
    I: e eu e ... quando eu pensei em presentear você ... com aquele quadro porque eu ... o sol ... me lembra muito você ... ((riso)) essas cores quentes ... as cores quentes também né? você gosta de cores quentes ... do dia ... da luz ...
    E: mas é ...
    I: eu deveria ter dado um dia mais claro ... mas ali era um final de tarde e tinha o sol ... o seu ... talvez o seu ...
    E: astro guia?
    I: astro guia ... ((riso))
    E: mas eu ainda pretendo ter uma marinha sua ... que é uma coisa que eu gosto muito também ... eu acho que depois do sol é o mar ...e eu acho que você faz com muita competência ... com muita competência [a:mesmo] ...

  • E: ( ) ... é com Ítalo Emanuel Duarte Alexandre ... ah ... o tipo de relato ... é ... relato de opinião ... e o assunto vai ser sobre televisão ... houve um pequeno problema ... durante a gravação ... é porque quando nós fomos checar ... a fita ... verificamos que o i/ que havíamos perdido o início da entrevista ...não [v:sabemos] [a:exatamente] ... por qual motivo... então o que vai acontecer ... é que esse início da fita ...vai haver um pequeno espaço em branco ... para [p:de] [a:imediato] a entrevista [v:ser iniciada] ... é claro que com isso ... nós perdemos algumas falas iniciais ...mas acreditamos [a:inclusive] pelo fato da ... da entrevista ter durado [a:aproximadamente] meia hora ... acreditamos que o material coletado vai ser suficientepara os fins desejados ... vamos aproveitar o ... o espaço ... para fazer alguns registros ... hoje é dia 23 de fevereiro de 1993 ... e essa é a terceira entrevista que fazemos com Ítalo ... a primeira delas ... aconteceu no dia vinte e cinco de janeiro ... o ... foi o relato de procedimento ... que ele falou sobre pintura ... a segunda ... dia dez de fevereiro ... narrativa experiencial ... onde ele narra uma viagem à Santa Catarina ... o Ítalo conforme ... ficha de identificação de informante ... nasceu no dia sete de fevereiro de sessenta e três em Areia Branca ... Rio Grande do Norte ... e quanto a isso é ... bom fazer uma observação ... apesar de Ítalo ter nascido em Areia Branca ... ele aos oito anos de idade ... é ...se mudou com a família para Natal ... ou seja ... já [a:aproximadamente] ... vinte e cinco anos...ele reside em Natal ... e por isso [a:mesmo] é ... compreendemos que ele pode ser tomado como um falante da região... é ... e nas três entrevistas o local ... o local da entrevista ... se deu a partir da escolha do próprio informante ... apesar de algum tipo de ruído ... no local escolhido ... nenhuma entrevista foi prejudicada ... e ... de forma que a ... a transcrição acreditamos ... será feita sem maiores problemas ... é ... uma retificação ... quanto à narrativa experiencial a viagem não foi à Santa Catarina e sim ao Rio Grande do Sul ... ainda com o Ítalo ... nós vamos aproveitar o outro lado da ficha ... da fita para produzir o texto descritivo ... e o local escolhido foi a orla marítima de Natal ... dando realce à ... à Via Costeira ... esse ... esse texto é ... vai ser ... vai ser desenvolvido no mesmo dia que nós desenvolvemos é ... o relato de opinião ... ou seja ... dia 23 de fevereiro de 1993 ...
    I: é ... esse é o lado positivo da gente saber o que tá acontecendo do outro lado seja bom ... de uma guerra ou um ... um acontecimento de paz como esse que eu vi ...
    E: a informação é imediata ...
    I: a informação é imediata ... agora ... uma coisa que me preocupa ...hoje em dia na TV ... é ... os programas infantis [a:principalmente] ... eu vejo que as crianças elas... assistem e copiam esse modelos da TV né? e a maioria dos personagens dos ... dos ... dos seriados infantis são hoje em dia ... eles são ... estão todos armados entendeu? tem ... eles têm armas até na boca pra se defenderem do seu é ... provável inimigo ... ou seja ... continua aquela ... dicotomia do bem e do mal ... sendo passada por um meio que poderia já ter superado essas diferenças ... essa ... essa ... essa questão ideológica né? do ... de formar um homem bom ... um homem mau ... existe um homem bom e um homem mau ... então é ... e você tem que combater o seu ... o ... é ... esse homem mau ... que é um semelhante seu ...eu acho isso [a:meio] perigoso porque as crianças elas ... não entendem ainda bemo que seja ... ser um homem bom ou um homem mau e ...copiam esses modelos [a:equivocadamente] ... se enchem de armas a ... na defesa é ... às vezes até copiando modelos de ... personagens más ... de vilo/ vilões né? e se tornam crianças agressivas até ... ao ponto de ... de ... de entrarem em ... em ... como é que se diz ... em ... em desarmonia na sua ... nas suas próprias casa com os pais ... os pais num entendem porque os filhos tão ficando tão ... agressivos ... tão revoltados ...
    E: e existe toda uma fábrica de brinquedo também atrás disso ...
    I: é ... existe uma fábrica de brinquedos atrás disso ... essa semana é ... porque é carnaval né ... então ... tinha ...tinha o Ório filho da Mira e Cristiane filha de uma amiga [p:em] [a:comum] da gente... eu tinha que escolher um presentinho pra ele e pra garota ... e eu procurava os personagens que eram mais suaves da TV pra ... pra comprar uma máscara né ... pra esses garotos e ... juro que eu senti dificuldade porque ... cada máscara era mais horrível do que a outra do ... dos personagem entendeu? e cada máscara vinha acompanhada de uma espada ... de uma faca ... de um revólver ... ou seja ... sempre é ... obrigando a cri/ a ... desenvolvendo na criança os elementos de agressividade ... é ... as brincadeiras ... os desenhos são ... são de conteúdos agressivos ... grande maioria ... grande maioria ... e eu acabei comprando um ... uma máscara do Bart Simpson pra o garoto ... é ... e uma da que eu acho o desenho mais inteligente da TV no momento ... é ... apesar de ... do garoto ... ser super agressivo e tá ... mas ele questiona ... ele ... ele ...ele é inteligente é um personagem [a:muito] inteligente ... [a:inclusive] ... quase todos os personagens desse desenho animado é ...são [a:muito] inteligentes... entendeu? e ... e eu comprei esse ... essa máscara pensando ... num comprei daqueles monstro ... daqueles homens lá é ... que eu num sei dizer nem o nome deles ... ((riso)) porque eu ...e [a:inclusive] o garoto gosta ... por ... por uma influência minha também... ele gosta do Bart Simpson né ... porque a ... o primeiro presente que eu dei a ele assim significa/ que tinha alguma coisa a ver com ... com que ele assistia ... que ele ... que ele gostava de ver ... foi também um xampu do Bart Simpson ... ((riso)) dei também um xampu do Batman né ... um xampu do Batman que tem ... é ... um boneco do Batman ... eu sou fã do Batman desde criança né ... é ... não deixa também de ser agressivo né ... o Batman ... mas é ... mas era uma coi/ era uma agressividade bem humorada sabe Marcos? o Batman ... o mocinho bom ... é ...
    E: a própria dupla dinâmica ...
    I: a dupla dinâmica ... a cumplicidade da amizade dele com o Robin né? isso me agradava e ... tinha algumas ...alguns personagens divertidos [a:meio] bobos... os vilões bobos ...hoje os vilões são [a:muito] inteligentesentendeu? eles são destruídos mas eles morrem é ... pregando aqueles credo de maldade deles entendeu? e isso me a/ e isso me ... até a mim que sou adulto angústia um pouco ver vilões irredutíveis no ... no que eles ... naquilo ... no ... naquilo que eles defendem e uma criança assistindo àquilo meu Deus ... que ... que influência ela não pode receber pra formação do seu caráter ... que a formação do caráter de uma criança até os sete anos ... depois disso ... segundo a psicologia e a ... como é que se diz ... as crianças é ... espirituais que eu tenho ... é meio ...é [a:meio] impossível de se formar um caráter de uma criança...é até os sete anos e [a:pronto] ... [a:só] se fizer mais sete anos de análisepra ... ((riso)) pra anular o que ela ... mas é ... sim ... então o garoto gostou da ... mas eles ... eu notei que ... um certo desencanto ... porque eles queriam personagens mais agressivos ... queriam que eu tivesse presenteado eles com coisas mais horripilantes ... que causassem maior impacto ... e eu ... e eu num dei e a mãe deles também ... eu acho que num teria gostado que eles recebessem isso ... porque ela têm também essa mesma visão que eu tenho ...
    E: eles vêem muita televisão?
    I: pouca televisão ... o Ório ... ele ... ele assiste ... ele gosta muito de video game ... pode ... isso poderia ser incluído no ...?
    E: [a:claro] ...
    I: Ório passa quatro horas no video game ... assim ... a manhã inteira no video game ... quando ele tá de férias ou final de semana que ele tá em casa ... [s:ele] [v:vê] video game [a:direto] e num quer nem que ninguém fale na salapra num atrapalhar ou então ... às vezes eu ... eu tô lá na casa dele e ... nós ouvimos ele ... “ô meu Deus ... né possível” ... aí eu chego lá perto ... “o que foi Ório?” “eu num consegui matar esse homem ... eu num consegui matar” ...
    E: é ...os jogos do video game também são [a:muito] violentos...
    I: é ... “ele não conseguiu morrer ... eu perdi ... eu perdi” ... é aquela história de perder ... de matar ... de ... sabe? é ... de formar um super homem ... de formar um ... sei lá ... eu acho muito ...
    E: e em termo de filmes que a televisão apresenta ...
    I: filmes ... amigo ... filmes ... muitos anos que eu num assisto um bom filme na TV ... o que se vê ... é ... uma série de enlatados americanos ... que você num tem ... eu sempre adormeço ou desligo Marcos ...
    E: esse tipo de sessão da tarde ... né ... essas coisas ...
    I:não ... da noite [a:mesmo] ... esses filme da noite são ... você sabe ... você assiste cinco minutos de filme e já sabe no que vai terminar ... entendeu? ou já ... já capta o enredo geral do filme porque não tem diálogo ... os filmes não têm ... não têm profundidade ... os diálogos são superficiais e são mais filmes de ação ... sem muito questionamento do que eles estão fazendo ... ou se aquilo que eles estão fazendo é certo ou errado ... isso eles não questionam nada ... os personagens ... são sempre ... é:: bobos querendo provar sua força ou ... ou sua capacidade de matar ou destruir alguém ...os filmes da TV ... [a:infelizmente] hoje em dia ... num sei se isso é um ... recurso que eles usam pra que a gente consuma vídeo... que a gente compre nossos vídeos e ... a ... passemos a alugar os ... os filmes que nos interessam ...
    E: num sei se é impressão minha ... ou se você também observou ...mas as comédias também têm sido muito exploradas [a:ultimamente] ... você tem observado isso?
    I: não ... eu ... eu num tenho observado não Marcos eu ... depois ... se tem passado algumas comédias são tão bobas que eu num ... eu num tenho assistido ... eu num tenho nem ... num tenho estômago pra assistir ... o que mais eu poderia falar da TV ...
    E: em relação a esses programas de entrevista tipo Jô Soares ...
    I:sim ... [a:pronto] ... programas inteligentes... algumas horas da noite podemos sintonizar num que esteja passando um programa inteligente tipo Jô Soares ... às vezes nós encontramos pessoas é ... de:: como é que se diz ... de muita responsabilidade nesses horários ... eo Jô Soares tem levado entrevistas [a:muito] boas... pra o programa dele ...
    E: você acha que esses programas passam num horário tarde da noite por qual motivo?
    I: Marcos eu não sei não ... talvez ... porque já este/ já tenham chegado todos do trabalho ... já tenham chegado todos da universidade e ... casais ... pessoas com um nível ... um certo nível cultural ... se interessem de ver ... de dormir ... de assistir antes de dormir ... um pouco desses programaspra se informarem do que [v:tá acontecendo] é ... [p:de] [a:novo] no Brasilouo que [v:tá surgindo] [p:de] [a:novo] ... os movimentos é ... de tendências novasporque sempre tá aparecendo alguma coisa ... uma ... outro dia ... tinha uma entrevistada o ano passado ... do ... do nosso ... da nossa cidade aqui ... uma mulher que cultiva ... que cria minhocas e ... e ...
    E: do Jô Soares?
    I: do Jô Soares ... é ... e essas minhocas ela ... elas ... elas ... o material orgânico delas é aproveitado pra ... pra fazer adubo de plantas né ... eé um adubo [a:muito] fértil... então ele aproveita o ... a entrevista e faz uma chacota ... uma brincadeira em torno do ... do assunto que tá sendo é ... é ... explorado no momento né ... e nesse dia era minhocas ... ((riso)) e essa mulher ela ...ela era [a:muito] é ... como é que se diz ... bem humorada... ela viajou na ... na idéia do programa né ... o Jô descontraiu bastante ... é um programa inteligente ... eu gosto ... algumas entrevistas eu gosto ... a maioria das entrevistas que vão pra lá são entrevistas bem inteligentes ... eu gosto do Clodovil ... quando ele tá é ... sério ...tem dia que ele tá [a:muito] brincalhão... muito ... muito ... como é que se diz ... [a:muito] dengoso ... [a:muito] ... muito femininoassim aí fica ... aí deslancha ... aí ... é ... fala como mulher e ... a ... a turma gosta né? eu já ... já tenho outra opinião sobre isso ... mas eu gosto da ...ele é uma pessoa [a:muito] espiritualizadae eu gosto ... às vezes eu gosto de ouví-lo ... ele tem ...fala coisas muito ... com muita sabedoria às vezes ... quando [s:ele] [v:fala] [a:sério] ... mas não leva é ... entrevistas do nível de Jô Soares não ... num chega a ser ao nível do Jô Soares não ... o programa dele é mais ... frenesi assim ... mais ... deixe eu me lembrar uma outra programação interessante ...
    E:é difícil falar de televisão sem falar de novela né? [a:principalmente] televisão brasileira...
    I: sim ... novela é ... as novelas hoje em dia são tão de ... sem pé e sem cabeça rapaz ... a ...o horário nobre das oito ... [a:geralmente] tem vindo é ... nos últimos tempos ... temas tão ... tão fora da realidadeassim tipo é ... aquela novela pedra sobre pedra ... que tinha um ... rapaz ... que ... é urinava numa árvore e essa árvore ... depois crescia no outro dia ...um negócio assim [a:meio] irreal ... meio ...
    E: fantástico ...
    I: [a:meio] fantástico ...e aquela ... como é que se diz é:: os personagens é femininos que se voltam pra aquele homem que se torna um ... como é que se diz ... um ...
    E: um Dom Juan ...
    I: um Dom Juan ... um mito ... um ... um ... como é que se ... um João Conselheiro do feminino né? um modelo assim ... pras fantasias femininas daquela sociedade ... da ... daquela cidade ... então é achar ...achei um tema [a:meio] irreal ... meio ... [a:meio] desfocado da realidade... quan/ numa quando vivíamos um período tão delicado ... um momento nacional tão conflitante ... uma novela tão alienada entendeu? tão fora do que nós passávamos assim ... na pele ... melhor que passasse uma novela de senhores ... senhores de ... feudais ... que a gente saberia que isso era compatível com a nossa realidade ... sabemos que existe ainda ... feudos de dominação ... sociedade de dominação ... é:: dentro do nosso país ... do que uma novela daquela ... mas se bem que num deixavam de ter seus personagens feudais como o Senhorzinho Malta era? não é ... aquele lá o Lima Duarte e a ... e a ... Renata Sorah ... eram senhores feudais mas ... diluídos dentro de um tema ... dentro de um tema ... banal que era o de Jorge Tadeu né?
    E:a novela das sete [a:normalmente] a ...
    I: sim ...aí a novela das sete passa para um tema ma/ [a:meio] carnaval... meio ...
    E: oba oba ...
    I: oba oba ... as ... um ... sim ... uma ... uma das coisas que mais me preocupam na te/ na ... na ... na novela brasileira é ...é a questão conjugal ... é ... [s:eles] [v:trocam] [a:muito] [a:fácil] de ... de ... de pares ... de companheirosentendeu? isso passa pra o telespectador como uma coisa natural ... você ... é ... desgosta de alguém e ... já está inserido dentro de um outro contexto e aquele ... uma família é diluída em duas semanas e ... reconstruída em ... em dois dias ... por ... por um personagem ... ou seja ... a ... a soltura dos relacionamentos hoje em dia que se passa na TV ... e que eu acho uma coisa séria ... um ... é:: uma mi/ vai minar ... já está minando eu acho ... tem minado a família brasileira ... eu acho que tem minado essa questão da estrutura família ... que é uma coisa super importante e que deve ser preservada se nós quisermos é ... ter noção do que formos daqui algum ... do que somos a algum tempo ... nós temos que preservar esses laços ... algumas pessoas têm que permanecerem casadas ... o casamento não é indissolúvel ... também não acredito nisso ... existem incompati/ incompatibilidades e ... se elas forem ao ponto de uma não ... é ... de uma não convivência ... sei lá de um ... de uma incompreensão geral em todos os âmbitos mas existe ... toda relação tem dificuldades e elas devem ser superadas no convívio ... num acredito que ... o casamento ... que se resolva alguma coisa fugindo de um relacionamento ... é ... onde já existam é ... outras pessoas é ... comprometidas com esse rela/ envolvidas nesse relacionamento ... tipo crianças ... filhos ... que são os mais prejudicados quando vem a romper ... e a televisão coloca isso com a maior facilidade ... é ... casou ...não [v:deu] [a:certo] ... muda-se de parceiro ... e você vê um personagem passar por quatro ... cinco pessoas ...
    E: durante a novela ...
    I: durante a novela ... e isso na vida real não acontece ... e ... e pode acontecer porque ... nós copiamos modelos ... vivemos de modelos e ... vai se tornando ... se a televisão passa porque na minha casa não pode acontecer uma mudança dessas? eu acho que deve ser essa mentalidade que corre por aí ... para que os níveis de relação e ... e os ... e a frouxura que se existe diante do compromisso do casamento hoje em dia ... a ... as pessoas num tão encarando com tanta seriedade mais o casamento ... então já se casa na perspectiva de ...se num [v:der] [a:certo] ... vai um pro ladoe um pro outro e tudo bem ... eu não acho que seja por aí ...talvez nesse ponto eu seja [a:meio] conservador... e acho que a família deve ser preservada ... uma sociedade sem esses ... sem esses ... princípios básicos ... a família eu acho que é sagrada ... se ela deixar de existir a humanidade vai ... vai sucumbir ... entendeu? que existam suas variações ... seus é ... é ... discordâncias é ... pessoas cheguem a se separar ... mas que não seja uma tendência ge/ geral ...porque se isso se tornar uma tendência geral ... eu acho que a gente pode viver um caos ... viu?
    E: e existe também um tipo de programa que é ... tipo documento ... né? como documento especial na Manchete ... o Globo Repórter ... na Rede Globo ... você assiste esses programas? [a:normalmente] traz uma temática...
    I: assisto ... eu acho importan/ eu acho é ... interessante esses programas ... eu assisto na Manchete às vezes o Documento Especial né ... é da Manchete?
    E: é ... acho que é da Manchete ... acho que agora tá com o nome de Documento Verdade ... num tenho certeza ...
    I: é ... eu acho que é ... outro dia ... eu assiti ... eles sempre botam temas assim bem é ... é ...
    E: polêmicos ...
    I: ... polêmicos ... outro dia eu assisti é ... um negócio com a minha mãe sobre é ... a noite em São Paulo ... parece o seu sábado é ... é ... a noite do sábado na ... no Brasil ... aí pegava as cidades principais ... Rio ... São Paulo ... ali o eixo todo do Brasil ... e ele pega/ iam nos bares e mostravam como a noite poderia se tornar ... um ... a ... o seu sábado pode/ o seu sábado à noite poderia se tornar num sábado super ... como o jovem brasi/ mostrava mais os jovens ... como os jovens se divertem no sábado à noite ... então meu amigo ... eles foram no ... nos lugares mais assim ... nos barzinhos ... nos ... nos guetos e trouxeram pra gente cenas assim ... de a/ de arrepiar sabe?
    E: algumas pessoas acham que ... o programa tipo documento especial ou documento verdade ... algumas vezes eles apelam um pouco em relação ao sexo ...
    I: é ... outro dia ... o ... eu acho que faz um ano mais ou menos ... eu assisti um filme sobre ... um documento especial sobre travestis né ... então foi ... barra pesadíssima ... outro di/ esse ano parece que já passou também sobre aqueles homens da noite ... que dançam ... os striptismos masculinos né? eu achei barríssimo ...eu assisti [a:só] um pedaço e saí... alguns programas eu não tenho estômago pra assistir não ...
    E: mas você acha que esses programas deveriam estar sendo apresentados?
    I: veiculados? eu acho que sim Marcos ...a verdade ela tem que ser ... mostrada [a:mesmo] que incomode ... [a:mesmo] que alguns ... num tenham estômago pra assistir... ((riso)) mas outros terão ... e ... e às vezes eu me ... eu me obrigo a assistir pra saber do que está acontecendo e ... e ter a minha ... minha própria opinião formada sobre esse ... sobre o que está acontecendo no ... no país ... eles ...é [a:só] isso...
    E: mas é ... você ... assiste com freqüência a televisão?
    I: não Marcos ... eu ... eu gosto mais de ler ... eu fico mais lendo ... o ... tempo que eu tenho é à noite pra assistir TV e ... e ...eu [a:só] assisto se tiver passando alguma coisa interessante... e eu ouvir aqui do meu quarto ... alguma coisa que ... gosto de assistir o jornal das oito ... assisto ... assisto é ... o jornal local também ...
    E: na Rede Globo?
    I: é ... não ... a gente assiste todos os jornais pra ter uma ... uma idéia geral ...a gente bota [a:primeiro] no da Globo... não ... a gente começa a assistir na Bande/ na do Sílvio Santos ... depois na Globo e depois na Manchete ... depois a gente pega o canal cinco ... assiste uns pedaços de novela ... que minha mãe assiste Dona Beija ... é ...
    E: você acha que tem é ... alguma diferença entre esses jornais ... esses telejornais?
    I: [a:claro] ... tem sim... o ...a Globo omite ... é ... notícias que não ... [a:principalmente] a nível é ... internacional assim... que ... envolva o ... eu acho a questão ... a ... a ... essa questão da ... da dominação é sempre disfarçada pela Globo entendeu? não sei por que razão ... ou nós sabemos por que razão ... mas ela ...ela é sempre [v:colocada] de uma forma disfarçada ... ou sutil ou muito [a:rapidamente] e o outro jornal ele ...alguns jornais são imparciais e [v:mostram] [a:cruamente] o que tá acontecendo do outro lado do mundo... como na guerra do Golfo Pérsico a gente via que ... estavam morrendo milhares de pessoas e eles diziam ... morreram vinte pessoas num bombardeio ... a gente botava num outro canal e dizia ... que famílias inteiras tinham sido dizimadas num alojamento de guerra ... num alojamento anti-bombas né ... explodia com pessoas ... milhares de pessoas .... e ainda hoje a gente vê né? quando ... quando é alguma coisa do interesse é ... dominante ... da classe dominante eles ... [s:eles] [v:disfarçam] ... [a:novamente] o ... eles quiseram entrar em conflito agora no início do ano com a posse do novo presidente dos Estados Unidos ...e [s:eles] [v:passavam] as notícias [a:novamente] [a:todas] distorcidas ...chegaram até invadir ... [v:jogar] bomba dentro ... [p:de] [a:novo] em ... lá no [Iraque]...
    E: e em relação a ... a propagandas ... você acha que são criativas?
    I: propagandas ... ah meu Deus ... as propagandas ... Marcos elas são super criativas ...
Parte oral
1993
  • Minha viagem ao RS aconteceu em 1985.Eu acabara de passar num concurso público e a cidade na qual deveria trabalhar situava-se na fronteira deste Estado.Porto Xavier: uma pacata e diminuta cidade à beira do rio Uruguai.A Argentina ficava logo do outro lado.Eu nunca tinha andado de avião e aquela seria a primeira longa viagem.Umas economias e a ajuda de alguns amigos deram-me condições para comprar a passagem.No dia da viagem chovia muito em Natal e um amigo que tinha carro prontificara-se a deixar-me no aeroporto.Minha mãe e irmã acompanharam-me até o embarque e o percurso foi tranquilo, apesar da chuva incessante.O rádio ligado tocava uma canção do Guilherme Arantes e eu embalado na melodia apanhava-me nas minhas lembranças, desde as mais remotas até às mais recentes.Despedi-me. [s:Tudo] [v:correu] [a:rápido] , dos abraços à entrada no avião.A decolagem aconteceu e fui dando-me conta da realidade que me circundava.As pessoas aparentavam calma e eu fui aos poucos incorporando aquele clima.O vôo teve duas conexões e horas depois desembarquei, [a:finalmente] , em terra firme.Porto Alegre estava fria e já eram dez horas da manhã. [v:Dirigi-me] [a:imediatamente] à Rodoviáriaonde deveria comprar passagem para Porto Xavier, nas Missões.Como o ônibus sairia [a:somente] as quatorze horas, resolvi colocar minhas bagagens no Porta-malas da Estaçãoe dar umas voltinhas no centro da cidade que ficava no mesmo bairro da Rodoviária.Tinha tentado comer, durante a viagem de avião, o mínimo possível para não me sentir mal e àquelas alturas não me aguentava de fome.Sentei-me no primeiro café e pedi um leite quente com torta e fatias de pizza.Terminado esse lanche, retornei.O ônibus já se preparava para o embarque.Dali em diante enfrentaria mais dezesseis horas de estrada, visto que a cidade onde iria morar ficava no extremo oeste do Estado.A viagem teria sido tranquila, não fosse o frio forte que fez quando anoiteceu.Uma garota que viajava numa poltrona ao lado de um senhor bêbado pediu-me licença para sentar-se na poltrona do meu lado porque não conseguia repousar com a inquietude do seu vizinho de poltrona.Eu, [a:muito] [a:educadamente] , consenti sua estada ao meu lado.A noite transcorreu, na medida do possível, [a:agradávelmente] .Apresentamo-nos e conversamos até esgotarem-se os assuntos.Fiquei sabendo que ela era filha de imigrantes alemães e seus pais moravam no campo.Ela, como a maioria dos jovens de suas redondezas, trabalhava numa cidade maior, Novo Hamburgo.Segundo ela , chega uma idade em que o jovem tem que decidir se continua a morar com os pais tendo como futuro ser um agricultor ou se vai para uma cidade mais desenvolvida tentar estudar e trabalhar.Ela havia escolhido a segunda alternativa e, por isso, ia de vez em quando visitar seus pais.A sonhadora colona alemã desceu duas cidades antes da minha.Despedimo-nos e hoje a única lembrança que tenho dela é o de um rosto branco mal iluminado com um olhar claro e amedrontado.Eu nunca tinha estado naquela cidade mas ao mesmo tempo a impressão que tinha era a de familiaridade.Cada esquina que dobrava parecia que ia encontrar-me com um amigo ou parente.Respirar o ar daquele lugarejo era como se remontasse a um tempo perdido sabe lá Deus aonde.Não tive dificuldades de encontrar o lugar onde trabalharia, aliás não perguntei a ninguém.Dirigi- me como um teleguiado ao local onde iria permanecer durante todo meu tempo de estadia naquela cidade.Era espantoso, mas eu já conhecia tudo: a cidade, o rio, o antigo quartel restaurado para as instalações do posto da Polic. Federal - lugar onde deveria trabalhar e morar.Talvez tenha sido a época que mais viajei na minha vida.Pois quando trabalhava num mês sem parar tinha direito a uma folga no final de semana que me dava direito a viajar a qualquer lugar.Eu escolhia Porto Alegre porque tinha amigos lá.Passava a noite viajando e, ao amanhecer estava eu na grande metrópole.Sentia-me renascido caminhando pelas ruas com os seus Ipês lilazes.Fazia uma feirinha no super mercado para contribuir com as despesas no apartamento que me hospedava.Depois era [a:só] passeio com os amigos.Rodízios de pizza, chocolates, sorvetes com suspiros coloridos era uma grande pedida no Mercado Modelo no centro de Porto Alegre.Tinha sempre uma feira de livros acontecendo em alguma rua do centro ou uma coletiva com livros, quadros e música com cantores da música pop gaúcha.Por fim tive que retornar à Natal por inadaptação ao trabalho que desempenhava, mas no meu íntimo, nunca mais fui o mesmo.Não sei definir o que mudou em mim depois dessa expêriencia.Talvez um exemplo possa dar alguma pista do que experimentei: é como se eu tivesse em minha casa um quarto cujas paredes fossem de espelho e que nunca tivesse sido permitida a entrada de nenhuma pessoa e eu tivesse violando este regulamento.Já imaginou o que pode ter-me acontecido ...eu diante de eu mesmo refletido infinitas vezes?
  • Jorge é um senhor amigo meu que, vez por outra vem à minha casa para batermos um bom papo.Ele é um contador de estórias por natureza.Tudo que lhe acontece transforma-se num rico material para suas conversas incansáveis.De tudo ele consegue tirar um proveito e enxergar o lado positivo e negativo nesse processo.É um homem de origem humilde e de poucas letras, mas, para mim, ele está incluído no rol daquelas pessoas sábias que não precisam frequentar escola para entender o mundo que lhe circunda.Entre as estórias que ele já me contou,lembro-me de uma [a:muito] engraçadaque se deu com ele como personagem principal.Jorge trabalhou muitos anos na casa deuma família [a:muito] ricaem nossa cidade.O dono da casa viajava muito e, numa dessas viagens, resolveu levar o Jorge como acompanhante.A cidade que eles deveriam ir era Recife e permaneceriam por lá durante um dois dias - tempo que seria o suficiente para o seu patrão resolver todos os compromissos.Eles ficaram hospedados num hotel de luxo; coisa que o Jorge nunca havia imaginado um dia conhecer, visto sua simples condição.Abro um parêntese nesta estória para dizer que Jorge me falou que aprendera a ler com muita dificuldade.E sua literatura, quando de seu aprendizado, resumiu-se a leituras feitas em recortes de papéis avulsos, tais como: pedaços de revistas, literatura de cordel, papéis de jornal que serviam para embrulhar o sabão comprado na bodega, etc.Num desses seus acervos literários, ele guardara um pedaço de papel que lhe impressionara muito quando lera na adolescência que era a estória de um moço pobre - não me lembro bem mais o nome, mas vamos chamá-lo de Chico Malarzarte - que era empregado deuma família [a:muito] ricae também houvera sido convidado a fazer uma viagem à capital acompanhando essa distinta prole.Chico Malarzarte, apesar de pobre, era metido a bacana; um pobre exibido, melhor dizendo.Acontece que a família que o Malarzarte acompanhava ficou hospedada no mais luxuoso hotel da cidade e este teve a honra de, pela primeira vez na sua vida, pisar num ambiente tão requintado.Instalada a família, bem como o Chico Malarzarte, trataram de providenciar o jantar que era servido num rico restaurante, no próprio hotel, dentro das maiores normas de etiqueta vigentes naquela época.Chico Malarzarte, sentado [a:junto] aos patrões, servia-se com a dificuldade que era de se esperar para uma pessoa que nunca houvera participado de uma refeição tão cheia de requintes.Seus embaraços no servir-se das comidas eram contornadas pelos gentis patrões.Apesar de toda a dificuldade, ele não perdia a pose por nenhum momento e seus embaraços no servir-se dos pratos refinados eram contornados pela paciência de seus patrões, que procuravam fazer "vista grossa" às gafes dadas pelo dito cujo empregado.Até que, num dado momento,o Chico Malarzarte, [a:muito] exibido, resolveu levantar-se para apanhar uma sobremesa que se encontrava do outro lado da elegante mesa.O que ele não percebera - enquanto comia naqueles pratos de pura porcelana chinesa e copos do mais fino cristal, bem como talheres de pura prata - é que um dos botões de sua camisa tinha se enroscadona toalha da mesa [a:toda] feita em desenhos com arabescos do mais puro linho.Não é preciso nem dizer do estardalhaço quando Chico Malarzarte levantou-se arrastando, de cima do rico móvel, todos os pratos, travessas, candelabros e cristais à sua volta.Esta estória contada pelo Jorge teve um sentido [a:muito] divertidoporqueele soube animar [a:muito] bem a personagem do Chico Malarzarte.Aliás, quando ele quer,sabe [a:muito] bem explorar o lado cômico de uma prosaeeu me lembro que ele me fez rir por umas horas contando-me [a:somente] esse caso.Mas voltemos à estória principal que é a do passeio do Jorge com a família para qual ele trabalhou muitos anos.Chegando a Recife eles ficaram hospedados num luxuoso hotel de cinco estrelas - o Pálace Hotel, naquela época - eJorge também foi convidado para fazer refeições [a:juntamente] com seus patrões.A descrição feita pelo Jorge do luxo do ambiente deixou-me ter uma idéia parcial do requinte daquele hotel.Todos os salões [a:muito] bem decoradoscom os mais belos lustres, o mármore dos pisos eram todos em tons de branco marfim com rosa; acompanhando também as escadarias e jardins.As cortinas todas do mais fino tecido; todas em tons sóbrios combinando cada uma delas aos respectivos ambientes.Obras de arte se distribuiam por todos os cômodos [a:devidamente] estudadas.Espelhos de puro cristal francês adornavam o salão de refeições.Jorge, dentro de todo esse aparato, começou a lembrar da estória do Chico Malarzarte, lida há alguns anos atrás eficou [a:intimamente] fazendo a mesma relação:"Meu Deus, o que estou fazendo aqui nesse ambiente grã-fino?estou me sentindo o próprio Chico Malarzarte". [a:Diferentemente] da estória, Jorge conseguiu sair-se [a:muito] bem ao lado da famíliaque muito lhe estimava.Não cometeu nenhuma infração às normas de etiquetapor ser um homem [a:muito] educado, respeitoso e sem afetação; visto que o ambiente onde ele entra, seja qual for, enche-se de brilho e magia pela sua simplicidade e alegria espontâneas.E assim foi que fiquei sabendo de mais um epsódio bem humorado na vida desse meu amigo que tanto tem me ensinado com a sua maneira feliz de bem viver cada momento.
  • A Via-Costeira é, sem sombra de dúvida, um dos lugares mais sagrados da cidade do Natal.Moro há vinte anos na Praia do Meio e sempre que posso dou umas voltinhas à beira-mar.O meu lugar preferido é a Via-Costeira.Ela compreende um espaço que vai do Farol de Mãe Luiza ao Centro de Convenções em Ponta Negra.São oito kilómetros de [a:muito] verde e muita beleza.O passeio pode ser feito das formas mais variadas possíveis.Tem rodovia, ciclovia, calçadão, beira- mar e dunas.Nos finais de semana, sempre que posso, faço coopper na Via-Costeira.É um percurso tranquilo, longe do barulho dos bares da Orla Marítima e o ar é de puríssima qualidade.O tráfego é menos intenso também.As autoridades locais bem como a população [p:em] [a:geral] muito falam da preservação deste verdadeiro pulmão verde [a:praticamente] dentro da cidade.Eu não diria [a:somente] pulmão, mas sim o coração.Temos ali, bem no meio daquelas dunas,não [a:somente] um parque verde com vegetação de encostas, mas também um dos maiores lençois freáticos do perímetro urbano.E devemos considerar como um verdadeiro crime à natureza qualquer tentativa de modificação predatório em nome de um pseudo progresso naquela área.Há pouco menos de um ano foi liberado a construção de um posto de gasolina no início desse santuário ecológico.Assistimos inertes e com o aval das autoridades à descabida construção.Onde iremos parar?Não sei. [a:Só] temos é que estar bem atentos as essas transformações sutis e constantes antes que o pior, em termos ambientais, aconteça-nos.Outro dia, [a:juntamente] com uma amiga, saímos à cata de fotografias em lugares de pouca movimentação.Deparámo-nos com a bela Via Costeira.Conseguimos imagens do que há de mais belo naquele lugar.Fizemos, [a:primeiramente] , fotos nos dois kilómetros iniciais.Falésias de um colorido espetacular que variam do amarelo acre ao terra avermelhado.Mais à frente conseguimos localizar um lugar fantástico.Fica a uns cem metros da pista.Deixamos o carro e subimos uma duna, com vegetação, até o seu topo.Qual não foi a nossa surpresa quando [v:olhamos] [p:para] [a:baixo] e encontramosum bosque de árvores [a:muito] altas, algumas sem folhas.Parecia um lugar encantado com vestígios de mata atlântica.Cantos de pássaros os mais variados.Fizemos uma foto daquele lugar e prometemos que voltaríamos ali outras vezes.Já bem quase nas imediações do Hotel Vila do Mar encontramosuma árvore imensa não [a:só] na copa mas também na raiz.O mais impressionante é que a árvore se mantinha de pé [a:mesmo] com sessenta por cento da raiz descoberta.Fizemos novas fotografias aproveitando ângulos onde fossem destacadas mais as raízes.Bem [a:próximo] dessa planta encontramos um formigueiro que jamais tínhamos visto numa cidade.Eram formigas gigantes.Não vou dizer o tamanho porque não dispúnhamos de régua mas era o equivalente a uma caixa de fósforo das pequenas o corpinho delas.Metiam medo pelo tamanho e pelos afiados ferrões.Um dos momentos mais emocionantes foi quando subi uma duna de areia, sentei e fiquei observando os últimos raios de sol sobre a vegetação mais à frente.Inesquecível essa imagem.Procuramos, depois, um lugar bem confortável, deitamo-nos sobre uma relva bem ralinha e ficamos ouvindo o barulho das folhas, do vento, dos pássaros se aninhando e do mar a uns trezentos metros.
  • Pintar é, antes de mais nada, um chamamento interior, uma tendência natural que o homem trás latente consigo.De posse deste dom, cabe ao pintor-artista descobrir, através do manuseio com as diversas técnicas, quais as que melhor lhe convêm.O exercício primeiro de um recém-aprendiz é a observação de objetos os mais variados possíveis.A preocupação que vem [a:inicialmente] é o estudo detalhado das formas e os efeitos da luz sobre o objeto escolhido.Um trabalho monocromático pode, por exemplo, recorrer ao uso do grafite ou do nanquim.Este tipo de trabalho, como podemos imaginar,necessita [a:somente] de um bom papel, de preferência um de textura média ou correspondente, onde o grafite ou o nanquim deslizem sobre sua superfície sem muita alteração da sua trama.Este é um outro ponto importante, isto é,cada papel, [a:principalmente] os de melhor qualidade oferecem uma tramaque é o correspondente à disposição dos fios de um tecido de algodão.Quanto melhor for o papel, obsevaremos ainda mais tal detalhe.Se optarmos por uma policromia teremos então uma série de técnicas à nossa disposição, tais como: o guache e a aquarela que são tintas que devem ser diluídas em água.Essa técnica é [a:muito] utilizada quando o pintor vai apanhar modelos no campoou ao ar livre e precisa de muita rapidez para acompanhar os movimentos da paisagem.Se o foco é uma marinha, o cuidado deve ser redobrado pois o mar muda de cor a cada momento, de acordo com a luz do sol, os ventos, bem como a formação de nuvens.Por isso o trabalho mais indicado, neste caso, são as pinceladas rápidas e sem muita precisão obtidas pelas aquarelas e guaches.Já se optarmos pelo Pastel, precisaremos de um lugar com melhores condições de trabalho, tal como uma sala arejada ou um atelier onde as condições físicas do ambiente não tenham muitas variações.É uma técnica de muita precisão, tal como um desenho onde o resultado final tem a semelhança de uma pintura a óleo.Como sabemos, o Pastel é um lápis de cêra especial e não é diluível como o guache e a aquarela. [v:É aplicado] [a:diretamente] sobre o papele os efeitos mais ressaltados neste trabalho são os de luminosidade e opacidade.Minha pretensão não seria a de apontar todas as técnicas de pintura,visto ser um campo [a:muito] vasto a ser exploradoe o que requereria uma explanação maior de minha parte, onde colocaria as diversas tendências e a possibilidade de junções de técnicas onde o artista num único trabalho pode utilizar mais de um material e obter resultados que fogem do convencional.Esta é uma tendência contemporânea que tem apanhado seus adeptos nas diversas escolas do Ocidente.Se eu pudesse hierarquizar -o que é [a:muito] pretencioso de minha parte- tomaria a pintura a óleo como o carro-chefe que ao longo dos anos, desde o seu surgimento por volta do século XV, difundiu-se e influenciou toda a História da Arte até os nossos dias.A tinta a óleo requer, antes de tudo muita habilidade por quesua secagem é [a:muito] lenta.Daí que o pintor deve trabalhar por etapas estudando [a:meticulosamente] quais as áreas de prioridade à iniciação do trabalho.Antes de mais nada, deixe-me dizer do material a ser utilizado.Depois de escolhidas as tintas a serem usadas, o material básico é o seguinte: um bom cavalete para apoiar a tela; paleta; pincéis em abundância; óleo de linhaça para diluir as tintas, se for necessário; querosene ou benzina para limpeza do material utilizado e um bom pedaço de pano para limpar os pincéis à cada vez que se fizer necessário.O material para a tela é opcional, isto é,o pintor pode pintar sobre um compensado [a:devidamente] preparado, um encarte, um eucatex ou um pano esticado por uma armação de madeira.A preparação de quaisquer um destes materiais é a seguinte:uma camada de uma mistura [a:previamente] preparada de tinta branca de parede, gêsso e cola.Uma primeira camada seria com este materiale [p:por] [a:último] uma camada [a:somente] com tinta branca.Deixe secar a tela, o compensado ou eucatex e, se preciso for, passe uma lixa para tirar os excessos de tinta ou de gêsso.Feito isso, pode- se começar o trabalho de pintura [a:propriamente] dito.Quanto à escolha do tema isto é [a:muito] abrangente.No meu caso, trabalho mais com fotografia,visto achar [a:muito] exaustivo o trabalho de campo.Escolho uma fotografia que me agrade, enamoro-me alguns dias de sua imagem e o resultado final é a transferência, no máximo de fidelidade possível, daquilo que apreendo da paisagem, do objeto.Dependendo do meu estado de espírito a paisagem pode tomar um aspecto esvoaçado e daí a utilização de pinceladas soltas à lá Van Gough ou, quando num dia sereno e tranquilo, harmonizar ao máximo as tintas e o trabalho final ser um quadro com maiores detalhes, isto é,siluetas bem definidas e pinceladas [a:esmeradamente] alisadas.Não criei ainda um estilo.Gosto de passar pelas diversas escolas e dentro desse emaranhado encontrar as que melhor refletem minha pessoa.
  • As opções para se assistir um programa de televisão são muitas.Quase todos os canais oferecem o mesmo produto: jornais, novelas, filmes, seriados, musicais, etc.Quando a escolha é a de assistir um filme, no final da noite, temos que fazer uma jornada através dos canais à cata daquele que irá preencher o nosso tempo. [a:Pessoalmente] , acho as programações de filmes [a:muito] fracas, no que diz respeito à qualidade.A maioria dos filmes que são oferecidos são os famosos "enlatados" americanos onde a temática se desenvolve num misto de lutas violentas ou tramas macabras. [a:Raramente] encontramos um cujo desenrolar tenha um mínimo de falas inteligentesou mesmo que explore o lado psicológico dos personagens.Se voltarmos nosso interesse para as novelas assistimos as oscilações de bons trabalhos e aqueles de média e pequena qualidade.Quando temos, por algum tempo, uma novela que chame atenção pela trama, fotografia, bons artistas , etc, logo em seguida somos bombardeados por uma outra de fraca consistência onde o enredo desemboca numa repetição de temas que, de tão explorados, não despertam curiosidade alguma aos telespectadores que não vêem outra opção senão assistirem esses maus momentos que a tv brasileira nos oferece.É um processo tímido, mas nos últimos cinco anos temos assistido pequenos indícios de mudanças quanto aos aspectos de qualidade.As novelas que têm ido ao ar estão melhorando de qualidade nos seus enredos.Excessões existem.E são dessas novidades que estou querendo falar.Se dermos uma olhada no ano de mil novecentos e noventa, deparar-nos-emos com a novela "Pantanal" que parece ter sido como um marco inicial para essa onda de qualidade que, de repente, vimos passar através de nossos aparelhos.A trama conseguia envolver o telespectador não [a:somente] pelo seu caráter intimista, como também os recursos geográficos colocavam, a "deixa" no ar para uma outra linguagem;esta agora [a:muito] mais plásticaporque a natureza como que adentrava, através do enredo, pelo nosso vídeo e se nos apresentava como um personagem vigoroso na sua maior forma.E o telespectador vagava entre um misto de contemplação versus religiosidade, bem como que parecia haver um resgate profundo de imagens do inconsciente coletivo.O telespectador, sentado na sua cadeira, projetava-se naquelas cenas e como que reencontrava seu elo com a natureza.Seguindo essa mesma tendência, a novela "Renascer", exibida pela Rede Globo de televisão, conseguiu uma boa audiência por ter fugido um pouco do convencional e ensaiado técnicas inéditas de fotografia.Os personagens misturavam-se à terra, aos costumes e a resultante deste processo era a identificação em massa dos telespectadores com os traços de nossa cultura.Parece que aos poucos estamos saindo de um período de trabalhos inexpressivos para a entrada de uma nova era;haja vista a participação do público - pequena mas significativa - quando da escolha do final de um programa que é o "Você Decide", também exibido pela Rede Globo.O certo é que onde existem trabalhos de qualidade ali se encontra a maior audiência; ou vice versa.O telespectador brasileiro não está mais tão passivo na escolha de uma boa programação de televisão.E, para mim, esta talvez seja a maior transformação que consigo detectar.
Parte escrita
1993

  • E: Gerson ... é::as pessoas [a:geralmente] passam assim por experiências né na vida pessoale essas experiências ficam assim guardadas é ... na nossa vida e a gente gosta de contar ... né? você já deve ter passado por algumas e::você poderia assim me contar uma que [a:realmente] marcou?pode ser que não tenha marcado mas que vai ficar muito tempo como uma experiência da sua vida ...
    I: a mais recente foi uma experiência que eu tive no congresso da:: da JUBALESTE né ... a juventude batista da associação leste ... né ... no ... na semana santa ... eu tava ...eu num tava [a:muito] interessado... tava interessado a princípio ... mas depois ... quando foi chegando perto eu num ... num tava acreditando que ia ser bom ... né e tudo ...
    E: onde foi?
    I: num ... foi em Canguaretama ... aí ... então quando eu che/ conheço muita gente nas outras igrejas e tudo ... gosto de fazer amizade e tudo mais e sem interesse nenhum assim depois de ... de ganhar qualquer coisa em troca por essas amizades ... mas ... voltando ao assunto eu tava desanimado né e quando eu cheguei no ônibus ... o ônibus lotado e tudo e já tinha algumas amigas minhas ... tavam lá atrás e foram logo me chamando ... “Gerson ... vem pra cá ... pra cá cantar” ... não sei que ... não sei que mais lá ... e eu tava com um menino ... o Sandrinho ... né ... o Sandrinho tava com o violão e com Hélio também ... aí:: tava com o Sandrinho ... com o Hélio no violão né ... então eu já puxei o Sandrinho e tava sem violão lá atrás e tudo no ônibus ... e eu puxei Sandrinho pra lá e comecei a cantar corinho e tudo ... cantar música lá do Catedral e tudo mais ... aí a galera foi começando já ... a me conhecer e tudo mais né ...tinha gente que eu nem conhecia e falava comigo [a:só] por eu conhecer algumas músicase essas pesso/ e essa pessoa me conhecer ou essas pessoas conheciam e eu ... eu não conhecia e por aí ia né ... aí foi ... pegando mais amizade com o pessoal e tudo ... nisso a gente chegou lá e tudo ... ficou por ali ... foi pro culto logo do início e tudo e a gente tem sempre um negócio de:: de ficar sempre contente ... eu pelo menos tenho um negócio de sempre ficar contente ... de cantar muito ... de:: de mexer muito quando eu tô cantando e tudo ... aí por isso as pessoas já começavam a me notar ... já começavam a olhar pra mim e não sei que e falava ... “mas Gerson tu é doido ... ficar dançando nessa ... com essas músicas”... e tudo mais ... aí ... eu posso ... eu tenho que explicar porque as pessoas ...
    E: eu quero saber por que eu num fui no congresso ... eu quero saber ...
    I: não ... mas eu tenho que explicar porque as pessoas me criticavam?
    E: tem ...
    I:não ... [a:bom] porque ... me ... me criticavam algumas pessoasou então estranhavam porque ... num é comum dançar em música evangélica ... né .... se mexer em música evangélica ... bater palmas ... fazer coreografia e tudo mais ... no entanto eu faço isso ... né ... efaço e num ligo pra quem tá olhando pra mim ... [a:mesmo] porque eu num tô fazendo pra ... pra quem tá do lado pá olhar... pra quem ... tá do lado ver e qualquer coisa desse tipo ...e se tá incomodando ... se [v:incomoda] [a:gravemente] aí eu paro... mas se num incomoda ...é [a:só] uma questão de ... de ... de ... de conceito que cada um tem... eu num ... num tem pra que parar ... então eu continuo e tal e na primeira noite a gente dançando lá ... eu ... Mirtes também ... Júnior ... algumas pessoas lá se mexendo e tudo mais ...aí o pessoal já começava a estranhar ... mas [a:mesmo] assim continuava a amizade com a gente... daí por aí foi o congresso todinho eu querendo fazer amizade com todo mundo ... certo que tem ou ... que tem vez que eu brigo e tudo mais ... brigava com algumas pessoas ... com uns meninos lá ... que:: que tirava brincadeira sem graça comigo ... aí eu brigava ... discutia ... ficava sem falar com o cara ... teve um cara até que:: que brigou comigo ... de Parnamirim ... brigou comigo mas depois veio pedir desculpas e tudo mais ... não sei que mais lá ... eu também pedi e por aí foi ... né ... a rasgação de seda danada ... mas ... foi aí ... aí:: o que que eu ia dizer ... sim ... aí tem umas pessoas que briga ...tem outras pessoas que faz amizade e tudo mais ... mas ... [a:geralmente] é as meninas... né ... pou/ pouca gente ...poucos meninos fazem amizade comigo ... [a:geralmente] as meninas e tudo fica brincandoeeu sou [a:muito] palhaço... brinco ... faço piada com tudo e não sei que e solto piada com o pessoal da minha igreja e tudo mais ... aí por aí vai e sempre passando o tempo ... passando o tempo e eu querendo participar mais ... de mais coisas e tudo ...
    E: do congresso ...
    I: do congresso ... participando das coisas do congresso ... participando de peça ... de tudo ... teve uma peça lá que eu fui ser o diabo ... aí no ensaio ... fingindo ... né ... que ia ser o diabo ... e no ensaio eu fiz muita palhaçada e tinha gente assistindo o ensaio e começou a rir e tudo mais ... e o presidente da:: da JUBALESTE é:: acompanhando isso tudo e tudo e olhando ... observando e eu sempre trabalhando porque eu tenho o prêmio da melhor UNIJOVEM ... né ... eeu sempre trabalhando ... batalhando pra [a:justamente] a UNIJOVEM... a minha ... a minha UNIJOVEM ganhar esse prêmio ...
    E: o que é UNIJOVEM?
    I: UNIJOVEM é uma união de:: de jovens da igreja né ... UNIJOVEM do Satélite ... é união dos jovens da igreja do Satélite ... da igreja batista do Satélite ... aí por aí vai ... aí ... aí ... nisso tinha a premiação pra UNIJOVEM e eu tava trabalhando pra conseguir isso aí ... mas nunca pensando em coisas pra mim e tudo mais ... a única coisa que eu queria ganhar com aquilotudo era [a:só] amizade pra mim ... [a:só] isso [a:mesmo] e é ... é ... é:: participava de algumas coisas como eu tava falando ... né ... participava e tudo e muita gente brincando comigo ... “mas ... Gerson tu é doido [a:mesmo] ... participa de tudo e mexe com isso e mexe com aquilo... e tudo mais” ... e eu sempre brincando ... às vezes eu tinha que carregar umas coisas com o pessoal da minha igreja ... do grupo jovem da minha igreja e eu sempre ficava reclamando ... “mas eu sou burro de carga dessa igreja ... sou burro de carga dessa igreja” ... mas ...pelo jeito eu gostava de fazer aquilo porque é o meu jeito [a:mesmo] de ficar ajudando os outrose tudo mais ... não é ... olha aí ... é:: aí ... mas ... eu sempre falava aquilo brincando ... eu falava que era burro de carga ... reclamava ... mas ... brincando ... no fundo ... no fundo ... eu até gosto de ajudar... tomara que eles não ouçam eu falar isso porque senão ... porque senão vão querer botar as coisas em cima de mim ... mas ... de todo jeito ... aí por aí ia ... né ... e no final das contas ... já no último dia ... eu fiquei sabendo quea gente tava concorrendo com três igrejas [a:só] ... né ... de várias igrejas ficamos mais perto de ganhar... né ... a minha igreja e mais duas igrejas e ... e ... aí já começou a ficar mais animado e tudo porque eu queria esse prêmio de todo jeito pra ela ... lá pra igreja ... né ... no último dia já tinha acontecidouma coisa ... já [a:muito] interessante pra mimporque eu queria participar do cargo ... quer dizer ... abriram ocasião lá pra um cargo pra presidência da diretoria da JUBALESTE ... que todo congresso tem uma eleição ... né ...
    E: JUBALESTE ... é?
    I: juventude batista da associação leste do estado ... aí ... sempre todo congresso tem uma nova eleição ... né ... e nesse ... sim ... tava tendo lá ... né ... a gente tinha uma chapa que de última hora desistiu um cara lá ... Ribamar ... aí desistiu e começou a eleger ... quer dizer ... teve uma discussão lá pra ver se colocava um cara no lugar de Ribamar ou se não ... se o plenário na sessão indicava a pessoa e tudo mais ... e teve uma pessoa que chegou para mim e perguntou ... “Gerson ... você aceita ficar no cargo e tudo” num sei que ... eu disse ... “não ... num aceito não porque ... eu num tô achando que ... acho que num tô preparado para esse cargo não” ... no entanto ... eu tinha vontade de participar e tudo ... fiquei arrependido de ter dito ... né ... porquetambém num gosto de ser [a:muito] convencido não... sabe ... eu pensei em dizer ... “não ... pode botar que eu quero e sou capaz de fazer isso” ... num gosto de ser assim não ... mas ... aí fiquei na minha ... né ... aí daqui a pouco um cara que num ... que não ... me perguntou se eu queria ou não ... chegou e indicou ... “eu indico o nome de Gerson e tudo ... da igreja do Satélite” ... tudo mais ... e ...eu fiquei calado também num recusei né ... num [v:recusei] [p:em] [a:público] e tudo fi/ aceitei a ... o cargo ... o cargo ... aí depois foi votado com outro menino lá ... Edirlei ... e eu findei ganhando ... acabei ganhando o cargo e tudo ... a eleição lá ... uma mini-eleição pra cargo e fiquei no cargo ... isso já foi uma coisa bem interessante ... né ... que aconteceu ... aí ... mas a surpresa maior foi à noite ... né ... ( ) a gente tava conversando ... tava conversando com Regina e tudo mais ... aí a gente perguntando ... que ela era uma das pessoas responsáveis pela comissão lá que decidia ( ) e Regina se ... se podia ... se ... se ela sabia de alguma coisa sobre a UNIJOVEM ... se a UNIJOVEM tava na frente ou qualquer coisa desse tipo ... aí ela disse ... “eu num vou dizer nada não ... eu já sei quem foi que ganhou ... eu num vou dizer não ... e vocês vão ter uma surpresa” ... tava conversando eu e a Elis ... minha sobrinha ... com ela ... aí ... aí a gente ficou assim ... eu fiquei ... eu fiquei curioso pra saber ... mas eu também não deixei ela falar ... pa ... pa ... pra curiosidade ser melhor ... aí ... chegou à noite ... pra gente naquela formalidade toda ... teve culto e tudo mais ... aí começou a entrega do prêmio e tudo mais ... aí entregou para o campeão de futebol de salão ... sim ... um detalhe ... teve uma social lá na sexta- feira à noite teve uma social e tudo ... foi o maior agito ...modéstia à parte ... agitamos demais ... né ... cada um com seu grupo ... né ... eu findei perdendo mas fiquei satisfeito por ter agitado toda a galera ... é ... no sábado começou aquela formalidade e tudo ... entrega de prêmio e tudo mais ... aí ... de repente o cara disse ... “esse ano ...” o presidente ... né ... o Daniel ... ele é quem faz o balanço ... “vocês esse ano vão ter uma premiação diferente ... não como todos os outros anos ... mas ... tem esse ano ... eu quero o congressista modelo... não é ... o congressista que mais participa ... que tava presente em tudo ... que tá sempre ali ajudando a algum jovem ... a organizar as coisas ... as outras ( ) e tudo mais ... então eu observei isso em uma pessoa ... aí a gente queria entregar o prêmio a uma pessoa ... a gente vai chamar o pastor Martins que é pastor da igreja pra entregar o prêmio a essa pessoa” ... aí Regina chegou e disse bem assim ... “é Gerson ... pastor Antonio Martins não sabe quem é não?” aí eu pensei que era Júnior ...
    E: por quê?
    I: porque Júnior tinha ganho o vestibular ... bíblico ... teve o vestibular bíblico e Júnior tinha ganho ... e Júnior é da minha igreja ... né ... aí ... eu pensei que era júnior ... mas no fundo ... no fundo eu ainda dei uma pensadinha que era eu ... mas aí eu num ... num veio nem na mente ... pensei até ... eu num acreditei que ... o pastor ... tivesse sido chamado lá para frente para entregar um prêmio para uma pessoa da igreja dele ... entendeu ... poderia ter sido de outra igreja e tudo mais ... era o pastor da igreja que tava ali ... ele poderia ter chamado qualquer outro pastor ... aí quando ele disse ... “eu vou chamar o pastor Martins porque ele é pastor dessa pessoa” ... aí eu já fiquei tremendo nas bases ... aí ... é ... ele disse bem assim ... “todo mundo já sabe quem é?” aí a galera ficou calada e não sei que ...aí eu [a:só] olhei para ele e [a:só] faltei chorar... fiquei emocionado e tudo mais ... a galera aplaudindo e tudo mais ... e eu fui lá ... receber um livro e tal ...agradeci lá [a:todo] envergonhado... a galera pegando no meu pé e tudo mais ... mas ... é:: eu acho que foi isso aí ... a última coisa que aconteceu de importante na minha vida foi isso aí ... é:: uma coisa bem gratificante ... que é um ... eu num esperava ... foi uma coisa de surpresa ... eu num procurei nada disso ... num tava pensando em fazer isso ... porque quando a gente procura ... tem aquela ansiedade de ser o melhor ... nunca consegue ... né? mas ... quando a pessoa ... quando a pessoa esquece ... num liga para essas coisas ...aí ... foi isso [a:mesmo] que eu aprendi... né ... que ... quando a pessoa não liga pra certas coisas ... aí ... acontece sem a pessoa nem ... mais nem ... esperar ... sem interesse nenhum e findei lucrando com isso ... né ... questão de prêmio num poderia me dar nada ... nem um confeito se num me desse nada ... bastava ganhar a homenagem ali ... que num ... eu num queria aquela:: quer dizer ... eu num esperava aquela homenagem não ... mas foi interessante e até hoje eu num esqueço ... né ... da homenagem que o pessoal fez lá para mim ...
    E: qual foi a lição que você tirou para sua vida?
    I:foi isso [a:justamente] ...que ... quando a gente quer ... quando a gente quer alguma coisa e fica naquela ansiedade toda ... e ... e tudo ... querendo passar por cima de todo mundo ... porque tem gente que quando sabe que tem um prêmio desse ... fica naquela ansiedade ... quer passar por cima de todo mundo ... quer derrubar acaba não sendo o melhor ... acaba sendo ... é:: é:: como é que chama? criticado ... é ... é ... odiado ... o pessoal fica com raiva daquela pessoa porque ele quer ser o melhor e tudo mais e:: e acaba num conseguindo aquilo que quer ... né ... e quando a pessoa nem liga ...nem mais espera ... tá ali ... por tá ... fazendo porque quer [a:mesmo] ... num tá com interesse nenhum... aí é que consegue ... entendeu ... eu acho que ... o que eu aprendi é isso aí ... a simplicidade ... a ... como é que chama ... deixar tudo pra ... você passa tudo que ... que ...
    E: que está a seu alcance ...
    I:é [a:exatamente] ... sem interesse nenhum... tem que fazer ... se ... se você tem vontade de fazer ... faça ... se for uma obrigação você não faça se você não quiser fazer não faça ... tá entendendo ... e em determinadas ... em determinadas ... em determinadas coisas ... né ... porque tem umas coisas que é obrigação ... você não quer fazer mas você tem que fazer ... mas ... esse tipo aí de coisa aí que ...
    E: você pode escolher ...
    I: ou se quer ou não ... entendeu ... porque você:: eu sabendo do prêmio ...eu poderia [a:muito] bem escolher se eu queria ganhar ou não... se eu queria batalhar ou não ... então se você:: se fosse uma coisa à força ...se você quisesse ajudar uma pessoa à força [a:só] para ganhar o prêmio... nem faça ... porque você acaba sendo falso ... então ... qualquer coisa assim .... foi isso que eu aprendi ...

  • E: Gerson ... tem:: às vezes assim nós assistimos um filme oulemos um livro que é [a:muito] interessante... né ... e depois a gente guarda aquilo na nossa mente ... se alguém pergunta pra gente se você viu aquele filme ... aí você diz que sim e conta ... né ... para essa pessoa tudo que aconteceu naquele filme ou no livro ... ou até uma história que você tenha ouvido ... você tem assim alguma:: algum livro que você tenha lido ou algum filme ou uma história que alguém tenha te contado que você poderia recontar pra mim? I:é um livro que eu li ... faz tempo ... né ... eu era bem mais novo ... o nome do livro é a marca de uma lágrima ... num sei se você conhece ... conhece?
    E: conheço ... ou melhor ... já ouvi falar mas não li ...
    I: pois é ... então esse livro fala de uma menina que se achava:: se achava assim inferior ... né ... tinha muito complexo de inferioridade e tudo porque era gorda ... então ela se achava feia e tudo ... ao contrário de mim ... eu me acho feio porque sou magro ... então é:: ela sempre tinha esse negócio ... né ... se achava enjeitada e tudo mais ... eita ... esqueci ...
    E: pode continuar ...
    I: não ... mas é que:: sei que no colégio ela ... se eu não me engano ... ela presenciou um crime ... né ...se eu não me engano e:: foi isso [a:mesmo] ?foi ... [a:exatamente] ... ela presenciou um crime... então ... é:: o filme ... ou ... o filme não ... determinados capítulos ela passa o filme todinho fugindo ou então querendo resolver esse crime ... né ... solucionar ... querendo prender o assassino .... assim ... ajudar a prender ... mas o que eu:: o que mais me marcou assim ... por causa de um primo dela ... que ela conheceu na festa ... eu num lembro ... sei o nome dela é Isabel ... mas ... o nome do primo eu não lembro não ... mas ... numa festa que ela ... que ela pensava do primo dela se apaixonar por ... por uma amiga dela e tudo ... acabou se apaixonando por ela ... né ... e ela num sabia e a amiga dela ... aliás ... foi assim ... o primo dela tava interessa/ ela se apaixonou pelo primo dela e o primo dela pela amiga dela e a amiga dela por esse rapaz ...por esse mesmo rapaz ... então ... [a:muito] amiga dela... ela pediu pra:: ela pediu pra Isabel ... essa menina pediu pra Isabel ficar escrevendo cartas com poesias e tudo mais para dar para esse rapaz ... né ... e:: e quando ele começou a receber as cartas ... né ... ele chegou pra Isabel ... esse rapaz chegou pra Isabel pra pedir pra ela responder as cartas pra amiga ... né ... então ficou naquele negócio ... ela fazia as cartas pra pessoa que ela gostava eainda tinha que [v:responder] [p:de] [a:novo] pra amiga...
    E: ela respondia as próprias cartas ...
    I:é ... [a:exatamente] ...as cartas dela mesmo ... então ... é:: eo rapaz sempre se mostrava [a:muito] apaixonado pela amiga delae ela com isso ficava sofrendo ... né ... passou um tempão sofrendo e tudo mais com isso aí ... nisso aconteceu o negócio do assassinato e ela tinha que:: que ... ficava as duas coisas na cabeça etudo e era uma paixão assim [a:muito] grande e sofria muito... agora ...eu achava interessante várias poesias que tinha no livro e tudo ... porque [a:praticamente] eu gosto muito de poesia... mas ... e:: e tinha algumas poesias tristes e tudo por causa que ela sofria ... então ... achava interessante sabe porque:: não sei ... eu gostei muito dessa história e no final ela acaba ... é:: num lembro muito porque faz tempo que eu ... que eu ... que eu ... que eu li ...num tenho muito como detalhar não ... mas ... é [a:basicamente] isso aí... é:: aí no final ele ... ele consegue através de umas car/ uma carta ... aí ele vai ... chegando ... se a/ se aproximando e tudo mais perto ... pegando mais amizade com ela ... não tinha ... né ... com a prima dela ... com a Isabel ... dele com a prima dele ... Isabel ... a amizade que ele não tinha ... né ... aí vai pegando ... vai ficando mais íntimo e tudo ... começa é ... ir na casa dela e tudo mais ... por amizade ... e ... descobre que ela ... que é ela que escrevia ... as cartas ... pela letra conheceu a letra e tudo ... e algumas coincidências que ela falava um negócio e ele dizia ... como é que você sabe disso? e tudo mais ... entendeu? algumas coincidências ... ele foi juntando as coisas e foi descobrindo ... e no final o assassino ... no caso ... o assassino da história ... né ... que ela presenciou ficou atrás dela ... né ... descobriu que ela tava querendo ( ) aí ela pra fugir desse assassino e também pra fugir desse:: desse amor todo ... né ... desse sofrimento ... ela acabou tomando comprimido e tudo pra morrer e nisso ele descobre e ela deixou um bilhete pra ele e qualquer coisa assim ... foi um bilhete pra:: dizendo que ia se matar por isso ... por isso ... aí então ele descobriu ... foi correndo logo no apartamento dela e tudo ... aí conseguiu salvar ... salvá-la e tudo ... aí terminaram juntos ... né ... ele deixou a prima dela ... ele já tava se apaixonando por ela ... pela amizade que eles tinham e tudo e pelas coisas bonitas que ... às vezes ... ela falava pra ele ... então por isso ele já tava se apaixonando por ela ... né ... e aí juntou tudo ... depois que ele descobriu que as cartas eram dela ... ela que escrevia as cartas ... aí juntou tudo e se apaixonou ... e no final ela consegue ajudar a prender o assassino lá ... que ... se eu não me engano ... ela presenciou o crime na ... numa ... na biblioteca lá ... não ... no laboratório de biologia ... um negócio assim ... sei que tava escuro né ... na época ... na hora ... e ela viu ... por isso que não viu o assassino ... sei que tinha como descobrir foi ... juntando ... juntando ... juntando ... as ... as pistas e tudo e ajudou a ... a ...a descobrir ... o interessante do livro porque mistura duas coisas assim [a:totalmente] opostas... né ... o trabalho de detetive que num tinha nada a ver ... de uma menina romântica ... né ... que ... sofria por paixão ... num tinha nada a ver ... mas ... o ... o ...
    E: o conflito ...
    I: [a:exatamente] ...essas duas coisas que foram colocadas no livro ... acho que tornou o livro mais interessante ainda ... né ... a história mais interessante ainda por num ter nada a ver ... talvez ... num sei ... eu num sei se é porque eu gosto muito das duas coisas ... né ... aí ... quer dizer que ...só foi isso [a:mesmo] que ... foi uma história que eu nunca esqueci... foi ... na minha infância e se identifica muito comigo esse negócio de complexo ... sei lá coisa assim ... dizem que eu sou complexado ... mas ... eu num acho não ... sou apenas ... acho que sou realista ... né ... mas ...
    E: é::
    I: diga ...
    E:o assassinato foi [a:exatamente] de quem ... o assassino matou quem?uma estudante?
    I: num sei ... se eu não me engano ... o assassino ... não ... o assassino se eu não me engano ... foi o diretor da escola ... aí num sei se ele matou um professor ... se foi uma professora ... sei que o assassino mesmo num foi um estudante não ... ele não ... quem morreu num foi um estudante ... sei que o assassino foi o diretor da escola ... foi uma confusão danada para descobrir ... mas ... no final descobriu ...
    E: e a garota que no final ficou sem o ( )
    I: olha ... não:: não ... assim ... no finalzinho da história já não se falava mais nela ... não sei se ... não lembro se eles tinham acabado o namoro ... não ... num tinha não ... acabado o namoro não ... mas ... não se falava mais nela não ... já começou a ... ela quase ficou esquecida ... né ... aquela personagem ... aí por isso que num falava muito dela ... num falou muito do final que ela teve no livro não ... né ... na história não ... mas ... creio que ela tenha se magoado ...
    E: é porque os principais ... né ... são ...
    I: é:: Isabel e o outro ... sei que o nome da menina ... da amiga dela era ... Roseane ou era Rosane ... um negócio assim ... mas o cara eu não lembro como era o nome dele não ...
    E: isso aí foi um livro ... né ... que você leu e teria assim um filme mais recente que você assistiu e que está bem fresquinho na sua cabeça ... aí ... que você poderia dizer ... pra mim?
    I: tem ... de volta para o futuro dois ...
    E: diga lá ... eu não assisti também ... eu comecei a assistir ... mas ... eu dormi ...
    I: você assistiu o um?
    E: não ... mas ... eu sei mais ou menos a história ...
    I: resumindo o um ... o um é:: o doutor lá ... doutor Brown consegue ... ou ... cria lá uma máquina do tempo ... né ... uma máquina do tempo e por acidente eles voltam ... aliás ...eles não ... ele ... né ... Michael Jein Fox ... que no caso é Martin ... faz o papel de Martin ... é:: consegue:: volta para o passado ... né ... e tem uma confusão danada porque a mãe dele se apaixona por ele e tudo isso fica arriscado a ele mesmo desaparecerporque ia [v:alterar] [a:totalmente] a história né... do marido dela ter:: do pai dele ter casado com a mãe dele e tudo ...ter tido filhos e [a:conseqüentemente] ele ter nascido... né ... então alteraria toda a história ... então a confusão danada e:: no final ele consegue voltar pra o ano mil novecentos e oitenta e cinco ... ele tinha voltado para o ano de mil novecentos e cinqüenta e cinco ... não é ... trinta anos antes ... então ... é:: ele consegue voltar a mil novecentos e oitenta e cinco e consegue mudar alguma coisa da história ... tem um personagem lá que é:: Biff ...que é o malvado da história ... ele [a:praticamente] dominava ... fazia o pai dele de besta... né ... o pai de Martin de besta ... no filme um ... então quando ele volta ele consegue mudar alguma coisa no passado que acaba ... o pai de Martin acaba sendo superior a Biff ... né ... quando volta eles são superiores ... então ... o finalzinho do filme ... do um ... é:: o doutor Brown deixa ele lá ... deixa ele no:: no ... em mil novecentos e oitenta e cinco e vai para o futuro ... quando volta do futuro ...mas ... no filme [a:mesmo] ele volta e diz que tem algum problema com os filhos dele... deles dois ... dele e da namorada dele ... aí acaba aí ... no dois ... aí já começa daí ... né ... o doutor Brown chega e diz a mesma coisa ... né ... e eles vão para o futuro ... né ...aí chegam lá e resolvem o problema lá do filho dele ... mas [a:só] que o Biff... o vilão da história ...quando ele no:: no filme:: é esse filme é [a:todo] complicado... no um quando ... quando a nave voa ... sai voando assim ... o Biff tá catando lixo e vê ... catando lixo não ... assim arrumando alguma coisa ... limpando o carro e tudo ... e vê a nave ... a nave saindo ... então ele fica com aquele negócio na cabeça ... e no futuro as naves/ as ...os carros flu/ voam ... né ... num [v:andam] [a:normalmente] na pista não... aí quando ... Biff tá bem velhinho ... já ... é bisavô de:: do ... do filho de Martin né ... quer dizer é bisavô do ... do ... ai ... meu Deus ... que que eu posso fazer ... tem um vilãozinho lá ... que é guri lá que é bisneto de Biff e esse filho ... esse filho que ele vai lá ... é:: como é que se chama:: é bisavô de ... de ... bisneto de ... de ... do pai dele ... né ... do Martin ... então quando Biff vê isso ai ... no futuro ele chega lá e vê cenas assim próximas a ele que Martin vai ... Martin e o doutor Brown ficam assim na frente dele com a máquina ... então ele lembra daquilo ... aí então eles dão uma bobeira lá e saem da máquina ... não é ... da máquina do tempo ... aí Biff pega essa máquina ... sim ... tem um negócio de um almanaque ... aí tem um almanaque é:: esportivo que dá resultados do ano de mil oitocentos e cinqüenta e cinco até o ano dois mil ... eles vão para o dois mil e quinze ... então até o ano dois mil ... aí no ano dois mil dão um almanaque com o resumo de todos os fatos históricos ... assim ... esportivos ... né ... Biff pega esse almanaque ... pega a máquina do tempo e volta para o passado ... né ... para mil novecentos e cinqüenta e cinco ... né ... que foi o dia que ele voltou no um ... foi o dia que ele voltou no um ... então Biff volta ... Biff velho ... bisavô ... volta e dá para ele mesmo no passado ... dá aí esse almanaque e diz para ele que aposte em tudo que:: em tudo que tiver ali no coisa ... ele aposte antes daquilo acontecer que ele vai ganhar dinheiro ... então quando eles resolvem o problema do filho de Martin ... ele volta para mil novecentos e oitenta e cinco ... aí quando volta tá tudo mudado ... o pai dele tinha morrido ... a mãe dele tinha casado com Biff ... então tava tudo mudado ... por quê?porque [a:justamente] Biff voltou para mil novecentos e cinqüenta e cincoe começou a ganhar dinheiro e ficou sendo o marajá da cidade ... né ... aí o que acontece? ele tem que descobrir como foi que Biff conseguiu isso aí ... aí ele consegue descobrir que foi por causa do almanaque ... entendeu ... aí ele tem que:: que recuperar esse almanaque ... né ... tem que voltar para o passado ...
    E: para mil novecentos e cinqüenta e cinco ...
    I: para mil novecentos e cinqüenta e cinco ... para pegar o almanaque antes que Biff comece a apostar e ganhar dinheiro ... entendeu ... que aí no caso mudaria o restante da história ... aí ele volta para o passado com o doutor Brownaí vai atrás do:: do ... do ... de Biff ... [a:certo] ... o interessante é que::
    E: esse que vai como é o nome?
    I: Martin ... é Michael Jein Fox ... o interessante é porque o filme dois se passa no um ... não é ... ele tava::
    E: é uma retomada ... né?
    I:é ... [a:exatamente] ...ele vê o filme um ... entendeu ... ele tá vivendo dentro do filme um ... de volta para o futuro um ...
    E: [a:só] quando ele vai pro futuro é que ele tá no dois ...
    I: é ele tá no dois ... entendeu ...aí quando ele volta para [a:justamente] para recuperar...aí ele vê as cenas acontecendo ... [a:justamente] o que aconteceu no um... entendeu? e ... quase que ... tem horas lá que quase ele altera essa mesma história ...ia dar uma confusão maior ... entendeu? mas [a:finalmente] ele não consegue alterar isso aí...então tem uma perseguição lá [a:muito] interessanteque Biff corre atrás dele e tudo ... é::e ele com o almanaque de Biff e tudo ... aí [a:finalmente] ... ele consegue recuperar esse almanaque... né ... e ele ... do ano de mil novecentos e oitenta e cinco ... ele leva um jornal dizendo que o pai dele foi assassinado ... né ... e o doutor ... que é amigo dele ... levou outro jornal para o passado que dizia que ele tinha sido preso por:: acusado de insanidade mental ... né ... de doido ... qualquer coisa assim e tinha sido internado ... aí ... é:: quando ele volta ... quando ele volta ... aí consegue recuperar esse almanaque ... né ... aí o:: o negócio do filme ...ele teria que queimar esse almanaque porque aí eliminaria toda a história que Biff modificou ... né ... as apostas que Biff ia modificar ... então antes de fazer qualquer aposta ele conseguiu pegar o almanaque ... queimou ...aí quando [v:queimou] [a:imediatamente] a manchete do jornalmudou de:: de ...
    E: de notícia?
    I: de notícia ... tinha é:: George Mike Fly ... que é o pai dele ... é assassinado ... aí mudou para George Mike Fly é homenageado e o doutor lá que tinha ... doutor Brown internado ... aí mudou para outra matéria lá que:: né ... então nisso quando ele queimou ele viu:: o doutor Brown não ... ele tava no chão ... né ... e o doutor Brown tava no:: voando na nave ... eles se comunicavam com walk- talk ... aí quando ele queimou ... aí começou a chover ... né ... aí começou a soltar raios e tudo ...aí Martin chegou e disse: “desça se não um raio vai pegar o senhor e tudo ... vai lhe derrubar” ... né ... aí ele chegou e disse: “espera aí que eu vou descer” ... quando ia descer ... a nave ia pousar ... aí um raio atingiu a nave ... aí desapareceu ... né ... aí nisso ... aí ele ficou desesperado ... chorando ... porque pensou que ele tinha morrido ... né ... que o doutor Brown tinha morrido ... aí nisso chegou um carro ... aí é:: é dizendo que:: com um cara perguntando se ele era Martin ... né ... chegou na estrada ... então perguntando se ele era Martin ... aí ele disse ... “é ... sou eu mesmo” ...ele disse ... “ [a:pronto] ... eu tenho uma correspondência para lhe entregar... agora eu tenho essa correspondência ... o correio está com essa correspondência há setenta anos” ... então ... é:: é:: quando ele abre a correspondência ... aí a correspondência é do velho ... do doutor ... então o doutor tinha voltado a mil oitocentos e cinqüenta e cinco ... um século atrás ... né ... ele tinha voltado ... não aliás ... ele tinha voltado há alguns anos ... a mil oitocentos e noventa ... a mil oitocentos e oitenta ... por aí ...
    E: mais ou menos por aí ...
    I:é ... [a:exatamente] ... setenta anos mais ou menos... então tinha voltado:: aí então ele ficou contente e tudo ... ah ... ele tá vivo e tudo mais ... é::
    E: quando a nave desapareceu ... ele tinha voltado pro::
    I: é ... mas ninguém sabia ... né ... aí ele ficou contente e tudo mais ... aí chegou e disse ... tem uma pessoa que pode me ajudar e tudo mais porque no um ...ele [a:só] volta através de uma tempestade ... que [a:justamente] é nesse dia... que tá chovendo ... que há tempestades de raios e tudo mais ... com trovões e raios ... então ... ele:: no umele [a:só] consegue voltar para mil novecentos e oitenta e cincopor causa desse raio ... porque eles sabiam que ia cair um raio na torre da igreja ... então eles fizeram uma canalização com ... com uma ligação elétrica lá ... né ... um fio que ligava no carro né ...que dava [a:justamente] para chegar na horah ... aí o carro tinha que tocar aquele fio ... aí quando tocasse ... aí por causa do raio ... né ... a potência do raio ... levaria o carro para o futuro ... né ... por causa que não tinha mais combustível ... aí:: é:: ele sabendo disso ... né ... ele voltou pra:: pra praça da cidade ... o lugar que tinha essa igreja ... né ... na hora que ele leu essa correspondência ... ele voltou e disse ... tem uma pessoa que pode me ajudar ... quando chegou lá ...era [a:justamente] na hora que ele mesmo estava indo para o futuro... que é no filme um ... entendeu ... não é ... no filme um ele não volta para o futuro ... né ... então ... é:: é:: no dois ... nesse finalzinho ele tá chegando na hora que ele mesmo está voltando ... entendeu ... aí quando ele volta ... que o carro desaparece ... o doutor fica ... e ... o doutor do passado ... né ... que fica comemorando e tudo mais ... aí ele chega e diz ... “doutor Brown [s:eu] [v:estou] aqui [p:de] [a:novo] ” ... aí ele disse ... “num acredito ... acabei de mandar você para o futuro ... como é que você tá aqui?” ele disse ... “não ... é porque eu voltei” ... aí o doutor desmaia ... aí o filme acaba aí ...porque [a:justamente] tem o três... entendeu ... que aí ele vai ... ele deve querer:: deve pegar a máquina e voltar para o passado ... né ... construir outra máquina para voltar para o passado pra:: pra modificar alguma coisa ...pra [a:justamente] pegar o doutor Brown que está no passado... entendeu o que eu quis dizer ... aí o filme acaba aí ...o filme acaba com esse negócio aí ... [a:justamente] para você assistir o três...
    E:é [a:meio] confuso ... né?
    I: é confuso demais ...
    E: esse jogo ... quem assistiu o um entende ... esse jogo de ficar lá e cá ... lá e cá ... retomando uma idéia lá ... né?
    I:é [a:muito] interessante ... é muito interessante... [a:muito] bem bolado o filme... sabe ...agora é ... [a:realmente] é para quem ... é pra quem ... é pra quem não ... é para quem assistiu [a:mesmo] ... para quem assistiu mesmo o um ... né ... se num assistiuo um é ... se ele num tirar o olho da televisão ... você num di/ num entende o dois ...que é [a:muito] complicadoe tudo ...

  • E: Gerson ... é::hoje você vai me descrever um local ... [a:certo] ... é:: você:: tem algum lugar que você goste muitoou até que você não goste desse local ... mas ... que você poderia me descrevê-lo ... tem?
    I: é ... eu vou descrever um:: um local mais fresco na minha memória que é onde eu passei o congresso ... a semana santa ... né ... Canguaretama ... é interiorzinho ... a gente ficou no centro da cidade ... então ... é bem fácil de descrever e eu gostei do local porque é um local pacato e:: simples ... né ... então a gente chegou e foi para uma escola ... né ... então uma escola ... aliás ... são duas escolas que pelo menos eu vi lá ... uma mais perto da igreja católica ... perto de uma praça ... é:: e uma mais afastada dessa igreja ... mais ... assim uma distância de uns quinhentos metros entre uma e outra ... uma e outra escola ... então a gente chegou ... foi para uma escola bem organizada ... com banheiros limpos e tudo ... é:: bem pintada ... é:: organizada ... o espaço físico era bem agradável ... da escola ... dessa escola ... não é ... e:: a fachada era também era bem grande e:: nessa rua ... na rua da escola tinha várias casas também ... era uma avenida longa ... grande ... na mesma rua ... né ... aí tinha várias casas ...então é:: algumas ruas ... é:: [a:praticamente] um conjunto lá...é:: o centro da cidade ... então ... então veja [a:só] ... a escola era amarela...a fachada assim ... algumas:: aliás ... era [a:toda] pintada de amarelo... né ... e a sala de aula que foi transformada em quarto para a gente dormir é:: eram brancas por dentro ... né ...grandes ... [a:muito] grandes as salas de aula...tinha um:: uma espécie de teatro [a:próximo] ao banheiro... assim ... atrás de um banheiro ... acho que é onde o pessoal se reunia para debate ... qualquer coisa assim e tinha uns dez metros quadrados ... e ... nos banheiros tinha::tinha um banheiro grande ... né ... [a:muito] grande... que era um coletivo masculino ... é:: mais ou menos quatro boxes e três chuveiros e tinha também ... dois banheiros individuais que ... um masculino e outro feminino ...onde não tinha coletivo feminino ... tinha [a:só] o masculino...então acho que da escola era [a:só] isso [a:mesmo] ... pelo menos o que eu vi... né ... algumas salas ... num ...eu não contei as salas ... [a:basicamente] é isso aí... então na rua tinha casas de várias formas ... algumas ... creio ... de famílias bem sucedidas ... né ... então as casas são mais bonitas e outras casas mais pobres ... né ... mas ( ) ...num era separado não ... a gente sentia [a:mesmo] que era gente mais pobre e gente mais rica... assim ... né ... com mais condições de vida ... e algumas:: a gente percebeu também porque várias casas ... acho que na:: sessenta por cento dos casarões da:: da cidade é:: tinha antena parabólica ... é uma coisa que pouco tem aqui em Natal ... né ... tem pouco ... existem algumas ... mas ... lá são ... é exagero ... então ... num sei se é porque o pessoal extrapola ... acha que antena parabólica é chique e que quem tem antena parabólica é dono do mundo ... então o pessoal mete antena parabólica no quintal ... então ... isso a gente viu:: tinha algumas lojas ...por exemplo loja de surfe ... com artigos de surfe ... [a:só] tinha uma na cidade... então eu acho que aquela uma era:: se entrasse outra ... nenhuma das duas ia vender ... talvez a que entrasse depois fosse vender menos ainda ... né ... porque a freguesia já era daquela outra ...então [a:só] tinha uma... acho que eles fazem isso ... quer dizer ... quem quiser abrir um negócio ... num vai abrir do mesmo jeito que ... que um que já tem ... né ... porque aí não vai adiantar porque a população é pequena ... num dá ...a cidade é [a:muito] pequena... então ... [a:só] tinha por exemplo loja de surfe [a:só] tinha uma... é::padaria eu [a:só] vi duas... né ... isso tudo ... essa loja de surfe é em frente à praça ... as duas padarias ... uma em frente à praça e uma na rua em frente à praça ...porque essa praça é [a:justamente] o centro... então ... saindo ... você saindo de frente da igreja católica ... quea igreja católica é no centro da praça ... uma igreja grande ... [a:muito] grande [a:mesmo] a igreja e a praça bonita ... arborizada em frente à igreja ... né ...que [a:geralmente] tem aqueles telões lá que o pessoal do interior fica assistindo televisãode noite e tudo ... e lá tinha ... né ... no centro da praça ... a praça com alguns bancos ... né ... pro pessoal:: canteiro lá com ... com ...era [a:muito] bonita a praça...eu num prestei atenção não ... eu sei que era [a:muito] grande [a:mesmo] ... então ... acho que aqui em Natal num tem uma praça daquele jeito ... num tem de jeito nenhum ... então ... é:: se você sair de frente para a igreja ... em frente da igreja católica como ao norte ... né ... rumo ao norte você ... acha ... que não anda:: você anda seiscentos metros sai da cidade ... né ... agora já para o lado a distância é maior ... né ...mas ... é isso aí ... a cidade é [a:muito] pequena ... [a:muito] pequena [a:mesmo] ... então você anda seiscentos metros da porta da igreja para frente ... você andando seiscentos metros ... você sai da cidade ... né ... assim eu digo cidade ... casas construídas ... né ... que deve ter terreno lá longe que os donos moram na cidade né ... então ... o quintal da casa da pessoa é um terreno da pessoa ... então ... esses seiscentos metros é de casa construída ... né ...
    E: tem mais ou menos quantas casas?
    I: casas? casas eu num sei ... mas ... são poucas demais ... são umas ruas ... eu acho que ... num sei:: num chega nem à metade da terceira etapa da Cidade Satélite ... num chega nem à metade a cidade ...eu acho que é isso aí ... então ... [a:muito] pequena [a:mesmo] ... então ... como é que chama ... é:: sim ... tinha essa igreja na frente ... por trás da igreja tem o auditório onde a gente ficou ... é um auditório acho que já deve ser público ... né ... porque tem essas coisas no interior ... é:: um auditório ... né ... onde a gente ficou ... foi um salão bem grande ... com cozinha ... banheiro ... acho que dois banheiros ... um feminino e um masculino ... a cozinha ...os alojamentos grandes ... maior [a:mesmo] era o salão e [a:realmente] era salão para programações desse tipo... aí ... por trás desse salão tinha a rodoviária ... a rodoviária acho que do tamanho da praça mais ou menos ... né ... tinha alguns ônibus estacionados ... é:: por trás ... assim ... eu digo ... eu tô dizendo por trás ... como se eu tivesse entrando na cidade pela frente da igreja ... né ... você tá entrando numa casa ... você num entra pela entrada da frente ... então você tá entrando na cidade pela igreja ... pela frente da igreja ... aí por trás da igreja tem ... nas costas da igreja ... né ... rumo a:: você indo para trás da igreja ... atrás do salão ... atrás da rodoviária tem outra escola ... a escola que eu disse que tem uma distância de quinhentos metros ... de trezentos metros ... entre uma escola e outra ... né ... aí tinha uma escola ... já um amarelo mais ... mais como chama ... mais forte ... né o amarelo ... e essa ... essa ... essa escola eu num prestei atenção em termos de sala não ... porque a gente foi lá ...entrou [a:só] para pegar::engraçado ...eu pelo menos ... outras pessoas foram para outras salas ... mas ...eu [a:só] vi minha sala...as salas são menores que a da outra escola ... a dependência [a:mesmo] é menor que a da outra escola... né ... quanto à sala ... agora ... cadeira ... mesa ... esses negócios ... tudo bem organizado ... tudo bem novo e tudo ... agora ... as paredes eram sujas ... mas ... mesa ... cadeira ... tudo inteiro ... aí por trás dessa escola ... sim ...o quintal dessa escola era bem grande né ... [a:muito] grande [a:mesmo] ... acho que daria para construir mais ou menos um outro prédio daquele tamanho ... [a:só] no quintal da escola ... é ... e por trás tinha a quadra pública... né ... uma quadra de esporte pública né ... e quadra organizada demais ... com receptor ... com banheiros chique ... parecia até o palácio dos esportes aqui de Natal ... e ... com vigia tomando conta ... trancado e tudo mais na grade ... e protegido assim para o pessoal num balançar ... num quebrar as coisas e tudo ... e a gente tinha carta branca porque o congresso a cidade todinha ficou sabendo que a gente tava na cidade ... aí ... a gente do congresso tinha ... carta branca para entrar lá ... quer dizer em certas horas ... pra ficar jogando lá e tudo ... aí a gente ficava até uma hora ... duas horas da manhã jogando e o vigia não reclamava ... né ... as arquibancadas também eram grandes ... bonitas ... por trás da estradas tinha a/arame ... né ... a cerca para proteger a bola ... as traves em perfeito estado ... a pintura da quadra boa ... a drenagem da quadra tinha uma canalização ... uma calha que ... que tirava água da quadra ... a quadra deveria ter alguma atividade lá para os quatro placar né ... para os quatro né ... hã:: que que eu posso mais descrever? sim ... aí ... mais pra perto da igreja tinha muita casa chique ... né ... agora já descendo pra:: pro lado da ... dessa quadra ... e ao redor da casa/ da quadra tinha muita ... muita casa pobre ... que a maioria era de casa pobre ... né ... num sei porque ... mas ... devia ... se alguém comprou terreno ali num quis constru/ é alguém comprou terreno e escolheu perto da praça ... e construiu os casarões lá perto da praça ... né ... porque pra baixo era ( ) ou ( ) ... aí era o pessoal mais pobre ... nessa ... nessa parte da cidade ...no caso era [a:só] isso [a:mesmo] que eu tinha ... tinha ... para descrever...
    E: como é o nome da cidade ... hein?
    I: Canguaretama ...

  • E: Gerson ... você poderia me relatar assim ... alguma coisa que você saiba fazer ... é:: um procedimento ... né ... pode ser uma receita ... pode ser alguma coisa que você goste de fazer ...
    I: eu vou relatar um:: como se faz::descrever como é que se faz o tratamento de uma água ... né ... numa estação [a:totalmente] de água... você quer abastecer uma cidade com água tratada ... você pega a água ...faz um tratamento e lança pra cidade ... [a:bom] ... primeiro passo é recolher do manancial... manancial pode ser um rio ... pode ser um lago ...qualquer canto que tenha água ... que tenha muita água ... [a:lógico] ... para abastecer esta cidade... você calcula antes ... tem um projetista que calcula quanto de vazão você vai precisar pra cidade ... isso se calcula através da população você tem que saber qual população ... quanto de água a pessoa gasta ... a população vai gastar ... [a:geralmente] é medido em litro por dia... né ... tanto em per capita ... se chama per capita ... e você calcula isso tudo ... calcula a população ... calcula é:: a vazão ... que é a quantidade de água quevocê vai ter que distribuir ... [a:certo] ... então você ... através disso... é que você vai calcular o diâmetro da tubulação que vai conduzir a água do manancial até a estação de tratamento d'água ... segundo passo ... ela chega bruta ... né ... chega sem nenhum tratamento e:: são canalizações com diâmetro bem grande ... né ... ea vazão é [a:muito] alta... né ... a estação de Botafogo ... que é a que eu vou descrever ... fica em Recife ... ela é pequena ... uma estação pequena ... a vazão é pequena ... mas ... pra quem nunca viu tanta água ... chegando num lugar só ... ela é grande ... né ... então ... ela chega e:: e entra numa espécie de calha ... mas ... isso tudo é de cimento ... é como se você tivesse é:: uma calhazinha ... numa parede de cimento de um lado ... outra de outro ...e a água vai por aquilo ali ... [a:certo] ... então:: aí você vai num nível só ... a água ...vai num nível [a:só] ... [a:certo] ... tem uma:: um lugar nessa calhaque tem uma rebaixa ... ela faz uma queda d'água assim ... como se fosse uma queda d'água ... como se fosse uma onda quebrando ... né ... então ... quando a onda quebra ... ela dá uma ... é natural isso ... ela bate no chão e volta ... né ... ela faz:: tem um refluxo ... né ... então esse balanço da água ... é que vai interessar na hora do tratamento ... então você vai colocar naquela rebaixa ... em cima daquela rebaixa tem um::um ferrinho assim ... né ... com uma:: um cano [a:mesmo] partido ... no meio...um cano assim com diâmetro pequeno [a:mesmo] ... cano de esgoto branco ... né ... partido no meio e ... então ... nesse negócio tem uma fórmula ... né ... que o:: o ... por exemplo pode-se colocar o cloreto de sódio ... entendeu ...a substância química que se pode colocar ali ... [a:certo] ... então naquela calhaque é uma:: é como se fosse uma telha ... né ... sendo de cano ... formada de cano ... então naquilo ali tá:: tem uns furinhos que aquela substância química ... em forma de líquido ... vai cair naquela rebaixa que a água vem ...a água bruta vem ... [a:certo] ... aí isso chama calha de Pachalou então calha de Pacha ... sei lá ... mais ou menos isso aí ... essa rebaixa que é como se fosse uma onda quebrando ... né ... vai fazer com que misture esse:: essa substância química que está descendo da calha de Pacha ... né ... uma substância ... então ... você vai ter que misturar para manter o mecanismo que gasta energia girar e misturar água ... então ... eles fazem essa rebaixa ... aíporque a água faz BUUMM ... vira ... né ... e mistura [a:mesmo] com aquela substância que vai descendo... depois dessa mistura a água ... aí ... entra por debaixo da terra ... né ... do cimento que eu digo ... vai subterrânea ... aí ...já depois diminui a velocidade ... [a:certo] ... diminui a velocidade dessa água... [a:certo] ... por que diminui essa velocidade... quer dizer ... como diminui a velocidade? eles diminuem o diâmetro é:: da:: o diâmetro da canali/ por exemplo a canalização fica com um diâmetro aí de duzentos de ... é:: quer dizer num sei de cor assim o diâmetro não ... mas ... fica um diâmetro grande ... então ... na hora de entrar por um subterrâneo para ir para a terceira fase ... né ... essa segunda fase:: a primeira fase é captação ... a segunda fase é coagulação ... né:: é ... coagulação ... que você aplica coagulante que é o sulfato de alumínio ... dióxido de sódio ... né ... aí ... daí para essa segunda fase ...eles fazem o que:: uma parede [a:mesmo] por onde a água vai entrar ... menor do que aquela tubulação que a água tá chegando... então ... vai ter ... vai bater na parede e vai diminuindo a velocidade ... então ... a água vai bem mais lenta quando for para terceira fase ... a terceira fase são os floculadores ... né ... nesses floculadores a substância que é aplicada no coagulante ... ela vai:: na fase de coagulação ... quer dizer ... o coagulante ... ela vai ajudar ... a fórmula química ... vai ter uma reação química na água ... que a sujeira na água vai formar flocos ... flocos de sujo ... entendeu ... aí vai ficar sólido aquilo ali ... por exemplo a poeira que você ... a areia por exemplo que você não ... lodo ... qualquer coisa assim ... que você não vê na água e num pode ... às vezes não pega porque é fino demais ... com aquele coagulante ... aquele dióxido de sódio ... ela vai formar flocos e daí você pode tirar ... você pode até pegar no floco ... então ... aí entra pro floculador ... quando entra pro floculador já tá uma mistura ... mais ou menos uma mistura ... né ... com a calha de Pacha ... que é onde aplica ... aí ... nesse floculador é o seguinte ... é um sistema rotativo ... né ... um negócio mecânico que tem lá ... aí eles vão rodando ...girando como se tivesse girando uma colher dentro de uma sopa ... né ... como se fosse girando [a:mesmo] ... então tem uma palhetinha lá:: quando eu digo palhetinha ... uma palheta de ferro ... né ... então esse floculador é acionado e ele vai girando ... aí é uma velocidade maior ... quer dizer grande ... menor em relação do que vem:: da água que vem da primeira ... da segunda fase ... então ele vai girando e isso ... essa mistura lenta ... essa velocidade diminuída e essa mistura que ela vai fazendo ... vai ajudando a formar os flocos que eu disse ... né ... aí ... ele passa para o segundo floculador ... isso ele chama floculador um ... floculador dois em diante ... aí passa pro dois ... aí o dois ... a velocidade do giro do dois ... do floculador dois vai ser menor do que do um ... por quê ? porque na hora que passa pra dois e ... o floco já tá se formando ... então se a velocidade for a mesma ... o foco ... o floco que se forma num:: vai se destruir ... né ...é [a:muito] fracoe vai findar quebrando ... né ... então se reduz a velocidade do giro lá do mecanismo ... aí vai pro terceiro floculador ... floculador trêsaí a velocidade é menor ainda ... mas é bem pequena [a:mesmo] a velocidade...você mesmo vê assim a água girando bem devagarzinho ... [a:certo] ... entra pro quatro... [a:geralmente] tem quatro ... né ... pode ter cinco ... seis ... dependendo da vazão que ele tiver... né ... então lá tinha quatro ...na estação Botafogo tinha quatro floculador [a:só] ...então quando chega no quatro a velocidade é mínima [a:mesmo] ... então ele ainda tem uma reba/ aí ele vem ... aí os flocosvocê já pode ver os flocos assim bem grandes ... [a:certo] ... formado... aí vai para a quarta fase que são os decantadores ... né ... a fase de decantação ... né ... então ... para chegar ... nessa fase de decantação ... do mesmo jeito que foi da segunda para a terceira ... ele entra de uma forma ... por uma forma subterrânea né ... você num dá para ver onde é que é ... aí para entrar ali ... ele tem uma redução de diâmetro do mesmo jeito ... mas ... são vários furos na parede ... viu ... para a água entrar ... aí ... a água entra numa vazão pequena e bem devagarzinho ... isso tudo é controlado através de cálculo ... né ... aí ele entra na fase de decantação ... é o seguinte ... são umas pranchetas assim ... como uma régua ... né ... então a água entra dentro dessa régua assim ... mais ou menos ... de uns trinta centímetros é:: deixa eu ver como é que eu posso fazer ... quando você junta as mãos assim ... formando mais ou menos um::
    E: uma bacia?
    I: isso ... uma bacia ... a água vai correr no meio dessa bacia ... é como se fosse:: pegasse uma piscina ... no comprido da piscina e inclinasse a piscina assim ... como se fizesse um funil ...
    E: uma cuia?
    I:é ... [a:exatamente] ...agora num é redondo não ... é assim ... então a água vai entrar aqui no meio ... no meio desse:: dessas duas paredinhas ... dessa piscininha que eu digo ... daí a largura é de trinta centímetros mais ou menos ... é trinta centímetros ... então ... aliás cinqüenta centímetros ... então a velocidade é bem pequena ... o floco vai ... vai andando também ... então o que que vai acontecer ... quando a velocidade é pequena o floco é pesado ... ele vai::o floco vai decantar ... [a:certo] ... por isso que chama decantador... o floco vai decantar ... lógico que é mais pesado que a água ... então ele vai afundar o floco ... vai pro fundo do decantador ... entendeu ... vai passando aqui ... aí a água tá aqui né ... o floco tá aqui em cima boiando ... aí a velocidade é pequena ... aí vai descer ... aí é que chama decantar ... entendeu ... aí essa água chega lá ... você tá no começo da piscina ... a água vai ... quando bate na parede ... não tem mais pra onde a água seguir ... aí ela vai pro lado do decantador ... aí sai:: daí vai para quarta:: quinta fase ... mas deixa eu explicar o negócio do decantador ... então ... é:: o floco desce ... fica armazenado lá embaixo ... lá no dacantador ... isso depois de um tempo ... quando o decantador tá sujo ... aí eles vão ... fazem uma limpeza ...tem um mecanismo lá que [v:abre] [p:por] [a:baixo] ... às vezes ... eles param todo o sistema ...cortam a água ... né ... a entrada de água e por lá com peneira [a:mesmo] ... [a:manualmente] ... eles limpam lá o decantador... tiram aquele floco que fica sujo ... aí quando ele desce ... eu digo a você que ele vai por exemplo ... aí ele esborrota pro lado ... então essa água que passa ...é a água que você tá decantando ... [a:lógico] ... sai para a terceira fase de uma forma subterrânea do mesmo jeito... tem a queda na parede ... ela entra ...você não vê ... [a:só] vai ver a água saindo lá nos filtros... que é a fase de filtração ... a quinta fase ... né ... são filtros grandes ... do tamanho de uma casa ...e é um sistema [a:mesmo] de filtro que você tem em casa...a construção de filtro normal [a:mesmo] ... então... é:: como que eu posso explicar ... a água entra ... né ... aí ela vai ... lógico que o filtro é como se fosse uma peneira ... né ... o filtro é como se fosse uma peneira ...então ele vai descendo ... a água vai descendo ... [a:lógico] ...aí vai entrar numa canalização lá [p:por] [a:baixo] ... vai ser subterrânea do mesmo jeito ... né ... então a água vai descendo ... vai descendo ... vai descendo ... é como se fosse coar um leite numa peneira ...a nata num fica na peneira ... [a:bom] ... na fase de decantação... eu disse que o floco decanta evai lá pra baixo ... agora [a:só] que passa ... alguns flocos passam... por isso que tem o filtro e o resto da decantação ... vai ficar no filtro ... pelo menos tem que ficar ...aí a água vai descendo ... vai entrando água e vai descendo ... [a:lógico] ... aí vai descendo ... vai descendo e o sujo vai ficar no fundo do filtro ... a água passa como se fosse numa peneira ... aí vai pro sexto ponto que daqui a pouco eu explico ... eu parei agora porque tem que explicar a lavagem dos filtros ...tem que se lavar os filtros porque veja [a:só] ... vai chegar ao ponto de o sujo vai entupir os filtros... num vai ter condições mais de passar a água porque se passar a água ... entendeu ... ou se passar a pressão da água vai empurrar o lado que fica no filtro e vai passar a água e o sujo ... entendeu ... e vai passar a água e o sujo ... então ... é::se você não lavar aí vai ficar entupido aquilo ali ... [a:certo] ... então o que que acontece... o que acontece ... é:: você calcula ... não ... esse cálculo aí num ... num interessa muito nesse processo não ... tem uma tubulação que ... a água chega ... a água a ser tratada chega ... que é uma água que vem de baixo para cima ... não é ... então quando você quer lavar ... por exemplo ... a ordem é para lavar o filtro quatro ... né ... então eles param ... eles fecham a comporta ... como se fosse uma comporta de represa ... fecha ... daquela água que vem do decantador ... entendeu ... ele fecha ali para num entrar mais água flocada ... então o que que acontece ... aí abre uma tubulação que vem de baixo pra cima do filtro ... debaixo do filtro pra cima ...[a:primeiro] ele joga uma camada ... uma quantidade de ar...joga [a:só] ar nessa tubulação... aí o sujo que tá armazenado lá em cima ... vai subir ... né ... como se estivesse soprando ... como se tivesse farinha numa peneira e você soprasse de baixo para cima ... a farinha não vai subir?
    E: vai ...
    I: aí sobe ... quando sobe ... aí você vê na água lá o sujo subindo assim ... a água fica como se fosse barrenta ... depois que sobe tudinho ... você vai jogar água ... fecha o ar e joga água de baixo para cima ... aí a água vai subir ... essa água ... é água ... é água ... não ... não é tratável essa água ... pode ser a mesma água que você recolhe de lá ... por quê? eu vou explicar já ... você joga é ... essa água pra cima ... então a água suja ... a água que tá suja lá de poeira ...vai ... vai .. vai e o filtro vai esborrotar ... é como você tivesse jogando numa piscina a água de baixo pra cima ... então assim embaixo da sua piscina ... aí a piscina num vai esborrotar pro lado ... vai sujo ... vai água quevocê jogou também ... mas ... [a:só] que essa água ... essa água ... ela não vai na mesma tubulaçãoque a água tratável ... vai pra outro lugar ... pode ir até pra uma lagoa diferente ... pode voltar até o manancial por exemplo ... você não recolhe no começo ... você num recolhe no rio ... essa água que você lava o filtro ... pode ter uma tubulação debaixo da terra que volta até pro rio ... entendeu ...aí volta a [v:ser tratada] [p:de] [a:novo] ... então você num perde a água nunca ... tem lugares que essa água de lavagem de filtro não é tratada ... mas ... já tem outros lugares que a água volta pro manancial aí faz o mesmo processo ... e tem outros lugares que a água vai pra uma lagoa de estabilização ... que ali ele vai decantar ... aí vai criar lodo ... aí eles aproveitam como adubo e aí a água volta pro manancial ... é mais ou menos isso aí ... agora vai pro sexto processo que é o processo de cloração ... esse é o último processo ... é uma canalização ... vai por debaixo da terra ... na estação de Botafogo dá pra ver a tubulação que leva essa água ... então você vai ... entendeu ... é o mesmo processo da coagulação ... na coagulação você não aplica o coagulante numa calhinha e tal ... então ... você calcula ... você tem que calcular a quantidade de cloro numa forma líquida também ... aí:: é:: como é que chama ... aplica o cloro ... a quantidade de cloro que você precisa ...você tem que aplicar sete TPM de cloro ... [a:certo] ... pra abastecer aquela cidade... então você tem que:: calcula isso aí tudo ... né ...a quantidade de líquido que vai entrar naquela hora ali no coisa aí [a:pronto] entrou nessa tubulação...a água vai passando ... você vai aplicando ... [a:igual] [v:aplicou] lá no coagulante... [a:basicamente] é isso aí... então a água já vai tratada ... você pode ver lá ... olha assim pra água ... a água é límpida ... límpida ... límpida ... é::
    E: num é destilada ... mas ... é límpida ...
    I: num é destilada não ... mas ... é limpa né ... aí ... é:: pronto ... depois da cloração ... aí já parte pra distribuir ... já parte pra distribuição ...
    E: que é a água que a gente recebe ... né?
    I: é ... é a água que a gente recebe ...
    E: você faz na escola?
    I: saneamento ...

  • E: Gerson ... você acha que o vestibular é a forma assim mais correta ... pra uma pessoa entrar na universidade ... seria um modo de avaliação correta pra pessoa entrar ... na faculdade?
    I: o sistema ... a princípio o sistema de forma ou de prova é ... eu num ... num sou nada contra ... tem questão de provas ... uma objetiva ... outra subjetiva ... isso aí ... sem dúvida acho que está certo de se fazer ... mas ... se tem que ter o vestibular ... tudo bem que seja dessa forma porque outra forma ... muita gente passava no chute e pessoas que tinham estudado e tudo ... sem macete nenhum ... acabavam por conta do nervosismo ... perdendo um ano da vida estudando pro vestibular ... e:: questão de se ter prova ou não ...eu sou contra sim ... por mim ... é:: se [v:fazia] [a:igual] nos Estados Unidos ... terminava a escola...terminava o segundo grau e estrava na faculdade ... [a:diretamente] na faculdade... eu acho que assim ...se bem que nos Estados Unidos [a:lógico] ... num sei se a cultura ... a cultura [a:lógico] é diferente... mas também pelas condições de ... se:: seas universidades dos Estados Unidos é:: são [a:muito] mais desenvolvidas ... são [a:muito] melhorese:: mas ...aqui precisa [a:muito] mais do que tem... então ... é:: precisa melhorar muita coisa aqui ... a princípio ...o que eu acho é isso aí ... veja [a:só] ...porque nos Estados Unidos lógico que tem [a:muito] mais condições de fornecer empregopra todos os universitários ... né ... mas em compensação ... enquanto no Brasil num tem né ... essa condição ... é questão da política e tudo ... porque acho que nos Estados Unidos ...porque tenho quase certeza deve ser assim ... é isso [a:mesmo] ... é a lógica... as melhores notas ... quer dizer ... por exemplo ... tem supor de:: terminando a escola ... terminando o segundo grau ... duzentos e cinqüenta têm que ir pra universidade ... então você passa o segundo grau todinho estudando ... aprendendo ... né ... [a:só] assim pode entrar na universidade... então acho que aí vem a questão de política no Brasil ...porque o pessoal num investe na educação ... né ... é brasileiro é ... [a:principalmente] político né ... começa pelos grandes... querem mais que ... a gente que tem estudo ... que conhece ... sabe o que quer ... eles querem que a gente ... num tenha capacidade de discernir o que é certo e o que é errado ...então ... por isso [a:mesmo] eles não vão investir numa classe...tem que ser uma pessoa [a:muito] de bem ... [a:muito] esclarecida... que pense ... que pense ... que:: pense o seguinte ...eu vou passar cinco anos aqui e [a:mesmo] que eu num volte ... vou [v:ganhar] meu dinheiro [a:honestamente] ... vou fazer alguma coisa pelo meu país ... sem querer ganhar mais alguma coisa ... então ... é ... eu acho que ...a pessoa tem que ser desse jeito ... não sei ... [a:muito] superior... assim ...uma pessoa [a:muito] ... muito ... é:: como é que chama ... boa ... para fazer um negócio desse... pode ser o santinho que aparenta ser ... não sei ... seu irmão pode tá aqui:: ah ...meu irmão [a:muito] querido... não sei que mais lá ... agora seu irmão quando vê o sucesso subindo ... a fama subindo ... né ... então vai passar por cima de você ... e alguém vai querer ganhar mais do que alguém e finda ... e finda:: como é que chama:: aí ... meu Deus como é? finda roubando ... aí por aí vai ...por isso eu acho que tem que ser uma pessoa humilde ... [a:muito] :: né... pra dar um jeito ... aí a pessoa vai investir em saneamento básico ... que aqui se necessita muito e em educação ... e acho que mais ou menos são essas coisas que mais interessam e aí por isso que eu acho que essa falta de consciência do que é a educação ... acho que por isso que ... que defasa ... faz a defasagem né ... do ... do ensino universitário ...mas por mim eu ficaria [a:mesmo] com o sistema dos Estados Unidos... [a:mesmo] que fosse para entrar... de todo jeito teria um certo número de vagas na universidade ... se na universidade ... esse ano ... entra dois mil alunos ... no mesmo sistema entraria dois mil alunos ...
    E: mas ... vem cá ... esse negócio de terminar o segundo grau e entrar logo ... com as melhores notas ... como é que ia ficar?porque um aluno que [a:só] tira dez... dez ... dez num colégio particular pode ter o mesmo nível de um aluno que tira sete ... cinco num colégio público porque tem a defasagem do ensino público ... né?
    I: com isso você quer dizer que ... sete e cinco são as melhores notas do ensino estadual ou público né ... sete ... seis ... cinco ... enquanto dez ... nove é do ensino particular ... né? a média é mais alta ... isso aí eu já sei que muitas coisas tem nas duas coisas ... ensino público e ensino particular ... mas acho que tudo ... eu num sei se ... mas é ...é [a:muito] difícil::mas essa seleção é [a:muito] ... muito relativa essa seleção...se você for levar por esse lado e fazer essa seleção pro vestibular é [a:muito] relativo...então acho que se tem ... [a:justamente] ... é questão de ter investimento na educação...se investisse mais na ... na ... no ensino público ... [a:obviamente] teria:: porquea capacidade desse pessoal é a mesma do particular ... [a:inclusive] ... tem professor que ensina em colégio particular e em colégio público...então ... [a:só] que agora em colégio particularele recebe muito mais ... dá vontade de ensinar ... e no público não ... então ... se tiver esse incentivo ...aí tem a questão política que eu te expliquei ... [a:só] que não se tem... mas se de todo jeito ... se o sistema é esse de que cinco ou sete são as melhores notas do ensino público ... é:: e ... e:: como é que chama? e de oito a dez são as melhores médias do ensino particular ...acho que deve se dar chance a essas pessoas ... mas [a:só] que ... veja [a:só] ... o ensino público é [a:muito] mais escolas... então há uma:: uma cultura e tudo ... então ...você tem que formar [a:primeiro] a base para melhorar estado... município ... e:: instituto federal ... escolas federais ... então ... é:: você vai melhorando isso aí ...[a:só] assim vai melhorando as médias...mas em todo caso tem [a:muito] mais escola pública do que particular...então veja [a:só] ...se:: é:: se sessenta por cento das escolas públicas ... é:: é:: das escolas públicas ... aliás ... se ... se tem sessenta por cento de escolas públicas de uma global de cem por cento ... sessenta por cento dessas pessoas vão da escola pública para a universidade enquanto quarenta por cento ... vai ... quarenta por cento que é de escola particular vai de todo jeito para a escola ... entendeu o que eu quero dizer? tem sessenta por cento do total de cem por cento ... tem sessenta por cento de escola ... ((interrupção)) ... bem é o negócio do sessenta por cento ... se tem :: eu achava o seguinte ... uma forma o seguinte ... se tem sessenta por cento de escola pública e quarenta por cento de escola particular ... fazia um total de alunos com as melhores notas ... sessenta por cento desses alunos teria que ser da escola pública e quarenta por cento da escola particular ... mas uma forma mais simples ainda é essa ... existem alunos na escola pública que podem tirar as mesmas notas ou melhores que os alunos da escola particular ... então ... você faria uma média de seis a dez ...entra na faculdade [a:só] se for de seis a dez... então de seis a dez o aluno vai ter que tirar ... se tirar menos ... pode ser a maior nota do colégio público ... mas não sendo de seis a dez num entra na faculdade ... então acho que é uma forma simples e eficaz ... eu acho que:: quer dizer ...eu concordo [a:plenamente] com o sistema dos Estados Unidos e achava que aqui deveria ser assim também no Brasil...
Parte oral
1993
  • A última experiência que vivi foi na última Semana Santa e foi uma das mais gratificantes que já passei.A cada dois anos se realiza na Região Leste do Estado um congresso de jovens organizado pela diretoria da "jubaleste"(Juventude Batista da Associação Leste), denominado conjubaleste Nesse congresso existe variás premiações entre elas a de melhor "unijovem"(união de jovens), como todo mundo, eu estava trabalhando para ajudar a minha unijovem a ganhar o prêmio.Eu tenho muita facilidade de fazer amizades e gosto disso, e antes de chegar em Cangaretama (local do congresso) fui logo fazendo amizades com a turma das outras igrejas que estavam comigo no ônibus.Com várias programações no congresso eu me animava mais ainda, e sempre participava de todas e as pessoas, meus amigos, gostavam das minhas brincadeiras.Em nenhum momento, no congresso, procurei buscar ou ganhar algum prêmio para mim, sempre pensando na minha unijovem.Esse ano criaram um novo prêmio para ser dado no congresso, o de congressista modelo.Este prêmio é dado para aquele congressista que mais se destacasse durante o congresso e eu fui escolhido o melhor.Esse prêmio foi surpresa para muita gente [a:inclusive] para mim.O mais interessante nessa história toda, é que eu não procurei meu próprio interesse, e sim o do grupo da minha igreja, talvez por isso tenha sido tão significativo para mim.A lição que aprendi é que quando agente menos espera acontece as coisas com agente,basta não sermos egoístas e não buscarmos nosso próprio e [a:certamente] Deus vai nos conceder o que queremos
  • Esse livro conta a história de uma menina com muitos complexos.Ela se achava feia por ser gorda e ter muitas espinhas no rosto.Isabel se apaixonou por seu primo ele por uma amiga dela, a Rosana.Depois de um tempo Rosana também se apaixona pelo primo de Isabel.Isabel inspirada no seu sofrimento começa a fazer poesias para desabafar.Rosana sabe que ela tinha esse dom de escrever pede para Isabel escrever poesias para o seu primo no seu nome.Ricardo se apaixona mais ainda por Rosana e, querendo retribuir as cartas e poesias pede para a mesma Isabel escrever outras cartas para Rosana.Isabel, não querendo magoar nenhum dos dois, vai fazendo as cartas e sofrendo cada vez mais.Como se não bastasse há uma determinada hora na história queacontece um assassinato o de um professor [a:muito] querido dos alunos da escola.Em um de seus ataques de ciúmes Isabel vai para um laboratório da escola.Lá ela vê o assassinato do seu professor e fica no dilema de entregar o assassino e, talvez, ser assassinada também.O assassino no final é descoberto pela polícia, era o próprio diretor da escola.Já o romance de Isabel e o primo foi mais complicado.O Ricardo consegue ver a letra de Isabel quando ela, num ato de desespero total, tenta um suicídio e deixa um bilhete para Ricardo.Como ele já tinha acabado o namoro fica louco e corre para salvar Isabel, depois de ter comparado a letra da carta e das poesias.Ele se declara para ela, já recuperada, e ela também confessa sua paixão por ele e [a:finalmente] acabam juntos.
  • Vou descrever a cidade de Canguaretama, onde estive na última Semana Santa.A cidade é simples, pequena, [a:muito] organizada e limpa.Quando chegamos ficamos em uma escola [a:relativamente] grande.Essa escola era amarela, com salas pintadas de branco por dentro e essas salas são [a:bastantes] grandes.A escola possui dois banheiros individuais, um masculino e outro feminino, e um banheiro coletivo masculino.No centro da cidade existe uma igreja dentro de uma praça, daquelas praças com bastante árvores e que as pessoas se reunem para assistir televisão à noite.Da porta da igreja você seguindo em frente não anda 1 km e acaba a cidade, porém para os lados ela é maior.Por traz da igreja existe um salão, creio que construído apenas para ocasiões especiais que necessitassem de um espaço grande.Por traz desse salão existe a rodoviária, essa rodoviária é pequena, talvez o tamanho satisfaça as necessidades da cidade.Ainda por traz da rodoviária existe outra escola, do mesmo tamanho, mais ou menos,da mesma cor [a:só] que o amarelo mais escuro.Atraz dessa escola tem a quadra de esportes. [a:Bastante] organizada, tem banheiros grandes e limpos,vigia toda a noite, as arquibancadas perfeitas e o mais interessante, um sistema de drenagem para evitar poças de lama quando chove.A cidade tem poucas lojas, mas as que tem não concorre com nenhuma outra.Exemplos disso sãoas lojas de surf e de esporte que tem lá, [a:só] existe essas de cada ramo, talvez por causa da concorrência se outra pessoa colocar outra loja do mesmo ramo vai arriscar ficar sem freguesia.A cidade é misturada entre casas bonitas, de pessoas com melhor condições de vida, e casas mais pobres, com condições de vida inferiores.
  • Vou explicar como se faz todo o processo de tratamento d'água por que eu faço saneamento na ETFRN e conheço o processo.Vou descrever como se faz, baseando-se na estação de tratamento d'água de Botafogo em Recife.O primeiro paço é a fase de captação, é feita em qualquer manancial e pode chegar até a estação por recalque ou por gravidade.A segunda fase, a da coagulação, é feita de uma maneira bem simples.Em uma especie de piscina a água chega, em uma velocidade ainda pequena é aplicado um coagulante que é uma substância química que vai reagir com a sujeira da água e vai ajudar a formar flocos de sujeira.Esses coagualantes podem ser NaOH, SAl, etc.A fase da floculação, a terceira, é feita de uma forma mecânica.Dentro de uma especie de piscina fica, no centro, um rotor que vai girando e misturando a água e iniciando a formação de flocos.Existe vários floculadores a diferença entre eles éa velocidade que diminui de um para outro [a:exatamente] para não quebrar o floco formado.Depois desta fase vem a decantação, a água entra em um compartimento bem mais fino e vai seguindo com uma velocidade mínima.A água vai enchendo o decantador,é semelhante a uma piscina, [a:só] que funda, enchida até virar a borda.O floco já bem formado vai decantar, ou seja, vai afundar e se alojar no fundo do decantador.A água passa do lado depois de esborrotar e vai para a fase seguinte.Na fase seguinte, a filtração é o processo mais simples.É semelhante uma peneira.A água chega ainda com flocos e esses vão afundar no filtro ea água passa a última fase quase [a:totalmente] limpa.A última fase é a cloração, nessa é feita a aplicação de cloro da maneira mais simples.A água passa e o cloro e pingado na quantidade certa é feita do mesmo modo que a coagulação.Depois de aplicado o cloro, a água pode ser lançada na rede de distrilbuição e ser distribuída para a população.
  • Eu não concordo com o vestibular que acontece no nosso país.Na minha opinião deveria ser como nos Estados Unidos, onde quando você termina os estudos normais, dependendo das suas notas, entra logo na universidade.Agente pode pensar que não é possível acontecer isso aquí por causa da qualidade das nossas escolas e universidades.Então agente volta para a questão política.Se [s:os políticos] [v:levassem] [p:a] [a:sério] a educação, seria bem melhor.Não existe investimento por que o interesse dos políticos é que fiquemos sem uma opinião concreta, continuemos ignorantes.Podemos pensar que é injustiça, por que os alunos dos colégios particulares teriam vantagens, pois o estudo nesse colégios é melhor.Isso é [a:muito] relativo, [a:primeiro] porque pode se melhorar as escolas públicas, outro meio é que existe alunos nas escolas públicas que tem notas melhores do que alunos de outras escolas.Por esses motivos acho que não deveria ter vestibular no nosso país.
Parte escrita
1993
  • E1: Gustavo ... terceiro ano da escola particular ... é ... relato ... experiência pessoal ... né ... Gustavo ... tem algum/ tem alguma coisa assim que:: alguma experiência que você tenha passado e você poderia me contar agora?
    I: eu acho um fato interessante ... né ... foi como meu pai e minha mãe vieram se conhecer ... né ... que ... minha mãe morava no Piauí com toda família ... né ... meu ... meu avô ... materno no caso ... era maquinista ...ele sofreu um acidente ... [a:infelizmente] morreu...minha mãe tinha cinco anos ... né ... e o irmão mais velho dela ... meu padrinho ... tinha dezessete e ele foi obrigado a trabalhar ... foi trabalhar no banco ... e ... ele foi ... o banco ... no caso ... estava ... com um número de funcionários cheio e ele teve que ir para outro local e pediu transferência prum local mais perto de Parnaíba que era a cidade onde eles moravam e por engano o ... o ... escrivão entendeu Paraíba ... né ... e meu ...e minha família veio parar em Mossoró que era [a:exatamente] o local mais perto onde tinha vagapra funcionário do Banco do Brasil e:: ela foi parar na rua do meu pai ... né ... e começaram a se conhecer ... namoraram onze anos ... né ... pararam algum tempo ... brigaram ... é lógico ... porque todo relacionamento tem uma briga ... né ...e eu achei esse fato [a:muito] interessanteporque foi uma coincidência incrível ... né ... como vieram a se conhecer ... namoraram e hoje ... e até hoje estão juntos ... dezessete anos de casados ...E1: eles ... os dois eram de? do Piauí ... né?
    I: não ... minha mãe era do Piauí ... meu pai já morava em Mossoró ... entendeu ... aí minha mãe foi para ...pra Mossoró por causa do erro ... né ... [a:exatamente] ... meu ... meu tio foi trabalhar... no banco em Mossoró e ela foi morar vizinha a meu pai ... aí se conheceram e começaram a namorar ...E1: foram as circunstâncias ... e você ... tem alguma coisa relacionada a você ... que ...
    I: não ... eu não acho que ... não ... minha vida é uma vida normal ... né ... eu nunca tive nenhuma experiência assim ... que ...que pelo menos eu me lembrasse ... que me [v:marcasse] [a:realmente] ... né ... são várias coisas que acontecem ... mas ... num tem nenhuma coisa mais ... forte ...E2: ô ... Gustavo ... e quando o seu pai e sua mãe se conheceram ... você disse que eles namoraram onze anos ... eles pararam ... mas foi como assim? quem acabou?
    I: não ...E2: eles brigaram ... separaram ...
    I: é ... por causa ... problemas ... né ... que houve ... né ... ciúmes dela ... dele ... né ... sempre ... nunca ...é [a:muito] difícil você permanecer onze anos com uma pessoa sem brigar... né ... sem ter nenhum atrito ... até por diferença de personalidade ... né ... de um e de outro ... mas ... e ... eles sempre se gostaram muito ... né ... pelo que eu ... pelo que eles me contam ... né? mãe sempre gosta de contar essa história pra mim ... né ... é uma história que me marca ... eu acho superinteressante ...E2: mas nunca teve interferência da família ... no caso?
    I: não ... não ... meus avós se ... se dão super bem até hoje ... são todos vivos fora o meu ... meu avô materno ...
  • E1: Gustavo ... tem algum fil::me ou algum livro que você tenha lido ... e algum filme que você tenha visto e que você tenha gostado e poderia recontá-lo pra mim? é uma narrativa recontada ...
    I: [a:claro] ... tem um filme que eu assisti... faz algum tempo ... mas me marcou muito ... que foi o sociedade dos poetas mortos ... né ... conta a história dos jovens que estudam num ... colégio interno ... né ... como todo colégio interno é rígido ... né ... esse num fugia à regra e eles ... tem um professor que ... que ... que é formado ... né ... que é o novo professor deles ... que foi aluno desse colégio e esse professor de certa forma ... ele revoluciona ... né ... pelo jeito de ensinar ... que é um professor ... um pouco mais liberal ... até pelo fato de ter estudado lá e sentido na pele ... né ... todo drama ... e com ... o desenrolar do filme ... o professor vai adquirindo a confiança dos ... dos alunos ... né ... e vai criando um clima superagradável entre eles ... e um determinado grupo desses alunos ... né ... descobre que o professor fazia parte ... quando aluno ... de um grupo de ... de alunos que se reuniam às noites numa caverna ... pra ler ... pra debater poesias ... né ...esse grupo era chamado sociedade dos poetas mortos ... [a:exatamente] o nome do filme... e esses alunos resolvem reviver ... né ... essa sociedade e ... desenrola o filme ... no final do filme ... o professor ... é demitido ... né ... e ... é um momento que eu acho mais bonito no filme ... né ... que os alunos prestam uma ... uma homenagem ao professor ... todos se levantam e falam ... “oh ... captain ... my captain” ... né ... que eles demonstram nessa frase ...ó capitão ... meu capitão ... né ... toda a devoção deles ... todo o:: todo o:: como é que eu posso dizer? toda a simpatia pelo professor ... né ... esse filme me marcou muito ... achei um bom filme ...E1: e por que essa simpatia do professor ... por que que ele foi:: expulso do colégio?
    I: olhe ... o motivo da expulsão eu acho que era pelo próprio ... por ele fugir à regra ... né ... do colégio ... que o colégio era um colégio rígido ... né ... e ele ...ele era contra ... [a:totalmente] contra aquele ... aquele sistema de ensinoe por ... [a:exatamente] ... por esse motivo ele atraiu o ... o ... a confiança dos alunos... né ...E1: o que que ele fazia lá dentro?
    I: ele era um professor mais liberal ... ele revolucionava ... num era aquele professor metódico né ... era um professor bem extrovertido ... brincalhão ... né ... desenvolvia as atividades físicas dos alunos ... era como se fosse mais um confidente dos alunos né ... um professor superinteressante ... né ... é isso ...E2: e co/ como:: eram as aulas ... assim ... o filme num mostrava como é que ele dava as aulas?
    I: mostrava ... era ... eram aulas bem ... bem diferentes ... né ... que vai fazer tempo que eu assisti ... num lembro mais de detalhes ... mas ... eram aulas diferentes ... num era aquela aula metódica ... né ... eles ... expunham ... certas vezes os alunos a debater ... né ... fazer tipo um debate ... né ... e isso fugia à regra do internato que era um colégio onde todos ... todos ... é ... tinham que ficar calados ... né ... ouvindo o professor ...como era um colégio interno era [a:muito] rígido...
  • E1: Gustavo ... agora... é:: você tem um :: um ... conhece um lugar ou já passou por um lugar que você:: possa descrevê-lo pra mim? pode ser um lugar que você goste muito ... a tua casa ... o colégio ... ou algum lugar que você nem goste ...
    I: olhe eu ... eu num sou de andar muito né ... eu sou um cara um pouco caseiro ... mas ... eu conheço uma cidade do interior aqui do Rio Grande do Norte ... cidade próxima a Mossoró ... fica a uns trezentos e poucos quilômetros daqui da capital ...e eu considero a cidade [a:muito] interessante... né ... conheci ... eu a conheço porque meu pai nasceu lá e sempre leva a gente lá porque tem alguns familiares por lá ... né ... chama-se Martins ... né ... fica no pé da serra de Martins ... né ... ((telefone toca)) o clima é superagradável ... é uma cidadezinha ... pequena ... né ... como toda cidade do interior ... faz frio ... né ... e acho que até por isso me atrai porque foge aos padrões ... né ... do Rio Grande do Norte que é um estado quente ... eé uma cidade superagradável ... cidade interiorana ... né ... tem [a:basicamente] um centro da cidade... né ... uma igreja ... é ... um comerciozinho pequeno ... né ... corresponde ao tamanho da cidade ... que é pequena ... e tem algumas fazendas próximas ... entre elas a fazenda da ... minha tia-avó Guiomar ... né ... que é um ambiente superagradável ...uma casa pequena ... né ... pequena e rústica ... né ... poucas coisas ... casa bem interiorana [a:mesmo] ... né ...e o terreno [a:muito] ... muito amplocom muitos ... muitos ... muita fruta ... né ... muita siriguela ... jaca ... tem pé de tudo o que você imaginar e eu sou ... eu gosto muito de natureza ...sou [a:muito] apegado a issoe acho que é por isso que essa cidade me ... me encanta ... tem um hotel também ... né ... o único hotel ... que é um hotel também superagradável ... fica no pé da serra ... que dele pode ter uma visão ... total da serra ... e ...o ... próprio caminho até chegar à serra é [a:muito] interessante... né ... tem muita natureza ... e tem várias pedras ... várias rochas ... né ... tem delas ... tem a ... uma dessas rochas tem a imagem de Jesus Cristo ... desenhada na rocha ... né ... com o tempo ... a erosão desenhou o ... o rosto de Jesus Cristo ...e é [a:muito] bonito ... o caminho da serra...E1: a casa onde você fica ... como é o aspecto físico dela? rústica você já falou que é ...
    I:casa interiorana né ... pequena ... tem [a:basicamente] uma sala ... três quartos ... uma cozinha... né ... e tem ... é tão antigo que o banheiro é separado ... não é na casa ... é ... é ... [a:recentemente] foi que fizeram um banheiro na casa... até um tempo atrás você num tinha um banheiro ... tinha separado ... né ... como ... cidade do interior ... tem um galinheiro próximo ... né ... onde meu tio-avô que gosta de criar galinha ... de ter sua criação de galinha ... meu ... meu ...o filho dele cria pássaros ... né ... gosta também ... e ... é [a:basicamente] isso... tem ... fica numa estradazinha de barro ... né ... e ...é uma casa [a:meio] isolada da ... do centro da ... da cidade... né ... e fica próxima ao pé da serra ... sim ... a cidade ... ela ...a casa ... é amarela ... [a:toda] amarela ... [a:certo] ? tem ... uma televisão... tem um radiozinho de pilha ... né ... e tem a cadeira de balanço do meu tio ... né ... que ele gosta também ... tem a mesa ... tem ... o armário da minha tia ... que ela ((riso)) cuida muito ... né ... e o meu primo tem ... tem algumas coisas ...tem ... posters de time de futebol e tem um armariozinho também ... uma casa bem simples ...
  • E2: Gustavo ... você poderia falar de uma coisa que você gosta ... ou sabe fazer ... e como você faz isso?
    I: é ...eu gosto de várias coisas ... né ... que são [a:muito] interessantes... mas ... uma coisa que eu ...aprendi a fazer desde pequeno e gosto muito é nadar ...eu comecei a nadar [a:basicamente] porque eu tinha um problema de saúde... né ... alérgico e a médica recomendou que eu nadasse ... isso desde os seis anos de idade ... né ... até os doze eu nadava por nadar ... mais por causa do problema ... quando eu fui chamado para participar da equipe do América e comecei a ...a entrar no clima ... [a:realmente] ... de competição... né ... num clima de equipe ... né ...passei a encarar o negócio não [a:só] mais como um ... um ... hobby ... mas como um esporte [a:realmente] que eu tinha que me dedicar... né ... e eu acho superinteressante a natação ... né ... dentro do quadro da própria natação você tem vários é:: atletas ... né ... e cada atleta se especializa em um nado dos quatro ... né ... do crown ... do costa ... do borboleta ...e do peito ... eu ... me ... me es/ me especializei no crown ... né ... e dentro do crown você tem as provas de cinqüenta ... e de cem ... duzentos ... quatrocentos ... várias distâncias ... né ... e eu ... me especializei em ser fundista ... né ... provas de oitocentos e mil e quinhentos metros ... né ...que são provas [a:totalmente] diferentes das provas de cinqüenta... né ... atéa própria preparação pra você nadar numa prova de oitocentos é [a:totalmente] diferenteporque você num vai dar toda sua velocidade na prova de oitocentos ... você num pode estourar todo o seu ... sua energia ... né ... você tem que guardar ... tem que saber guardar ... né ... eu treino:: treino no América ... é ... cinco vezes por semana ... de segunda à sexta ... das sete às nove da noite ... pelo menos treinava ... até ano passado ... agora eu tô treinando na ASSEN ... apenas três vezes por causa do pré-vestibular ... né ... que eu num posso mais me dedicar tanto quanto antes ... e o treino tinha bastante aquecimento e você dava vários tiros ... pega tempo ... você faz um alongamento fora da piscina ... né ... você tem ... de vez em quando você tem uma aula fora da piscina ... você tem um ... discute com seu técnico ... né ... você tem que ver seus erros ... em ... próprio vídeo ... você vê ... e você tem que tá bem preparado pra nadar porque ...num importa [a:só] a condição física do atleta... tem que ter condição ... toda uma condição psicológica ... né ...tem que superar o nervosismo ... que é [a:muito] grande... né ... você tem que dar tudo de si e ... tudo isso você tem que tá bem preparado ... tem que se alimentar bem ...a alimentação antes da prova não pode ser uma alimentação [a:muito] reforçada... né ... tem que comer ... é bom sempre mel ... né ... que tem muito açúcar ... e isso tudo é ... unido a ... ao próprio treino ... né ... que você pratica ...porque é muito treino [a:realmente] e você não pode quebrar a seqüência ... é um dos esportes é ... que você não pode quebrar a seqüência ... você treina ... treina ... treina ... se você parar de treinar durante um determinado tempo ... você perde tudo aquilo que adquiriu ... né ...porque é [a:só] aquele ... aquela prova... você num tem ... num pode errar ... eu gosto muito da natação e é a única coisa que eu sei fazer ...
  • E2: Gustavo ... vamos passar para o relato de opinião ... o que você acha sobre a pena de morte?
    I:olha ... é um assunto [a:bastante] polêmico ... né... um dos mais polêmicos e que ...você tem que [v:analisar] ... [a:friamente] ... muita gente se deixa levar pela emoção... né ... você tem que ver coisa por coisa ...eu sou [a:totalmente] contra a pena de morte... eu acho que num tem cabimento ... você matar uma pessoa porque ela matou outra ... acho que no momento que isso acontece você tá se equivalendo ao assassino ... faz a mesma coisa que ele fez ... num tá diferindo em nada dele ... né ... e você tem ... tem que ver vários aspectos também ... um deles é que a pena de morte é aplicada nos Estados ... nos Estados Unidos e isso num:: reduz a criminalidade ... eu acho que ... num tem nada a ver ... você num intimida o ... o cara quando tem que matar ... o cara mata ... você num vai intimidar ele dizendo que ele vai morrer ...ele num pensa na hora de matar ... ninguém pensa [a:realmente] ... é um ... você tá com a cabeça a mil ... e eu acho que em vez de matar por que não você ... fazer com que essa pessoa trabalhe pra família da pessoa morta ... por que você num põe esse cidadão ... em vez de por ele num presídio ... no caso outra coisa pra pensar são os presídios ... o cara fica lá dentro mofando ... torrando dinheiro ... nosso dinheiro ... o dinheiro que a gente paga o nosso imposto ... o cara fica torrando ... por que num põe o cara pra trabalhar na agricultura? coloca o cara pra produzir? tem exemplos de presídios agrícolas ... presídios industriais ... faz com que ele aprenda uma profissão ... porque no momento que esse cara fica ... cinco anos preso sem fazer nada ... quando ele sai ... do presídio ... ele num sabe fazer nada ... então ... que que ele faz ... ele vai voltar a roubar ... vai voltar a matar ... entendeu?eu sou [a:totalmente] contra ... e num:: num ... num sou a favor não da pena de morte... eu acho que ... que é uma brutalidade ... eu num seria ... eu num seria capaz de matar ninguém ... e também num seria capaz de matar nem o assassino ... eu acho que depois ... [a:só] em você pensar no ... na frieza... se ele matasse um familiar meu ... eu poderia até ter vontade de matá-lo ... mas ... será que dois dias ... três dias depois ... essa vontade ... eu ainda teria essa vontade? eu num taria arrependido? eu acho que ... pela própria lei de Deus ... eu sou uma pessoa que ... eu sou católico ...eu acho que ... é [a:totalmente] contra as leis de Deus...E2: ô ... Gustavo ... você falou ... é:: no ... preso trabalhar ... trabalhar pra família do ... da vítima ... no caso ... o assassino trabalhar para a família vítima ... você poderia falar mais um pouco sobre é ... como seria isso ... seria durante a vida toda? e como você acha que ... que essas famílias ... iriam reagir?
    I: não ... eu num ...num quero dizer que você vai botar o preso em contato com a família [a:propriamente] dita... eu acho que você poderia colocar ele pra trabalhar ... no próprio presídio ... e tudo aquilo que ele produzisse ...a parte daquilo que ele produzisse ... [a:certo] ... ele ... daria... seria remetido pra família ... entendeu? pra amenizar o sofrimento que aquela pessoa que foi morta causou ... porque aquela pessoa devia ter algum ... dar uma ajuda financeira na própria família ... então ele supriria essa ajuda ... entendeu? e ... e ... no .. no ... é ... poderia ficar trabalhando ... dependendo do crime ... né ...quantos anos fossem necessários ... [a:claro] ... é ... quanto mais ele trabalhassequanto mais ele produzisse ... poderia ser diminuído da pena ... né ... em caso de extremos que tem prisão perpétua ... ele trabalharia até a morte ... eu ...eu acho que ... que ele sofre muito mais com isso do que ... você [a:simplesmente] matá-lo...eu acho que ele num sofre nada ... [a:certo] ... é o meu ponto de vista... eu acho que ...E2: e no caso dos assassinos que já foram presos ... e voltam a cometer cinco ... dez ... quinze vezes ... o mesmo ... a mesma ... o mesmo crime ... e não adianta nada?
    I: não ... tudo bem ... [a:exatamente] porque nos presídios é:: de hoje em dia... você ... a pessoa mata ... você põe ela no presídio ...ela entra em contato ... às vezes ... com pessoas [a:muito] mais perigosasque ...que [a:só] ensinam ela a matar... eu acho que se você puser essa pessoa pra trabalhar ... no momento que ela trabalha o dia todo ... que ela tem uma ocupação.... um serviço ... ela passa a esquecer ... ela passa a se preocupar com aquele trabalho dela ... entendeu? eu acho que é uma experiência válida até porque ... e tem muitos casos que as pessoas são doentes mentais ... você num pode é ... é ...é responsabilizar as pessoas pelos atosporque a pessoa é [a:totalmente] doente mental... então ... nesse caso vai para o sanatório ... eu acho ...
Parte oral
1993
  • Uma experiência que considero interessante e a dos meus pais, que por uma incrível coincidência se conheceram.A família da minha mãe é toda do Piauí e nunca tinha saído de lá, minha avó materna era dona de casa e cuidava de seus 8 filhos, meu avô era maquinista.Meu avô veio a falecer quando seu filho mais velho tinha l7 anos e minha mãe 5, o irmão mais velho da minha mãe foi obrigado a trabalhar pra sustentar a família e foi para o Banco do Brasil, aconteceu que no Banco do Brasil de parnaíba, onde eles moravam estava sem vagas e meu tio pediu transferência para o Banco mais próximo de parnaíba, mas o funcionário entendeu Paraíba, com isso os meus tios e minha avó vieram para mossoró, que era a cidade com vagas mais próxima da Paraíba.Minha mãe então foi morar vizinho ao meu pai, aos l4 anos minha mãe começou a namorar com meu pai, durando 11 anos o namoro, casaram-se então aos 25 e já estão com l7 anos de casamento, tudo por causa de um erro.
  • Um dos filmes que mais me marcou foi "Sociedade dos poetas mortos" que conta a história de um grupo de jovens que estudam num colégio interno, que como os demais era rígido, e esses jovens estão diante de um professor novo, jovem e que fora aluno do colégio, esse professor é mais liberal que os outros e no início causa até espanto nos jovens, mas com o desenrolar do filme o professor consegue aos poucos cativar os alunos, que descobrem queo seu professor [a:antigamente] , quando ainda aluno, [v:participava] , [a:juntamente] com os seus colegas de uma sociedadeque [a:periodicamente] [v:fugia] a noite para uma caverna para lerem e discutirem poesias e outras coisas, um grupo de alunos do professor gosta da idéia e revivem essa sociedade, quando a amizade entre esse grupo de alunos e seu professor está bem forte o professor é despedido e uma das melhores partes do filme está na despedida dos alunos e da homenagem deles ao seu professor, que em uma frase mostram que o professor tinha conseguido a admiração do grupo: "oh captain, my captain".
  • Apesar de não viajar muito,posso dizer que conheço lugares interesantes e [a:muito] bonitos, um desses lugares não fica tão longe, é proximo da divisa do Rio Grande do Norte com o Ceará e ao contrário do que pode parecer não é sempre quente, pelo contrário, à noite a temperatura beira os 10 graus.Esse local é uma cidadezinha do interior do estado, que fica a uns 380 kilômetros de natal e se chama "Martins", fica no topo de uma serra, enão é [a:só] o jeito simples e sereno de martinsque me atrai e me impresiona,o caminho para chegar até a cidade natal de meu pai também é [a:muito] belo, na subida da serra encontramos muito verde e pedras belíssimas e em uma dessas pedras visualizamos a face de jesus cristo, uma das visões mais belas que presenciei, além disso a serra tem grutas belíssimas, é uma cidade pequena,com apenas um hotel, por sinal [a:muito] agradável, com um clima bem rústico que também me atrai, apesar de tudo,nesta cidade [a:aparentemente] fria de diao sol castiga pra valer, o que nos convida para um agradável passeio pela serra, ou seja,é [a:realmente] uma boa pedida para quem quer natureza e tranqüilidade.
  • Apesar de não apresentar muitos dons naturais, é também bem verdade que sou um pouco preguiçoso, mas gosto de fazer um pouco de tudo, adoro me divertir, conversar com os amigos, sair pra passear e adoro muito praticar esportes, apesar de não levar jeito pra todos, tento sempre que dá, praticar e aprender novos esportes, para mim é uma maneira de distração, relaxamento e diversão.De todos os esportes, desde cedo tem um esporte que pratico: A natação, e posso dizer que é uma das coisas que faço menos ruim é nadar, no começo nadei por necessidade, devido a problemas respiratórios, aos 6 anos de idade, com o tempo me acostumei com a piscina, já no 1o grau eu nadava para não fazer educação física eaté hoje pratico natação, competindo [a:somente] de uns 3 anos para cá.Na natação ganhei preparo, pois é um dos esportes mais completos, mexendo com todos as partes do corpo, lhe dá resistência e dinamismo e também para aqueles que aproveitam lhe dá uma incrível experiência de vida, consegui na natação muitos amigos e descobri que tudo deve ser feito com carinho e dedicação.Das competições levei que não basta saber, tem que ter condições psicológicas, além dos físicos, pra vencer e que devemos saber vencer, não menosprezando quem foi derrotado,pois um dia ele pode te superar, [a:principalmente] na natação, que precisa de sequência de treinos.Das várias provas da natação, me especializei nas provas de longa distância, 800 e 1.500 metros, que são das mais exaustivas e nelas não importa muito velocidade, tem que se ter resistência e saber dosar as energias, para chegarmos ao melhor tempo precisa dedição, paciência e garra, o que não é fácil, mas logo vem a recompensa.
  • Um dos temas que considero mais polêmicos e que sempre terá duas vertentes que defenderão seus pontos de vista é a pena de morte.É um assunto que pode parecer simples, muito se deixam levar pela emoção, mas esse tema deve ser olhado e analisado com muito cuidado.Devemos levar em conta que a justiça não é perfeita, e muito menos os presídios, nos quaisos presos que entram [a:só] pioram, as vezes aprendem a matar lá dentro,além de não produzirem [a:absolutamente] nada, esses presídios deviam ser agrícolas ou industriais, para que estes presos produzissem para compensar os crimes bárbaros que foram cometidos.Por mais bárbaro que tenha sido o crime, será que esse preso não seria mais útil se trabalhasse para ajudar o estado e a família do criminoso?Essa é uma questão que causa duvida, muitos dizem que isso é teórico e não se realizaria na prática, para mim isso não é motivo para não se tentar.Será que um homem não poderia [v:ser morto] [a:injustamente] , isso seria um erro irreparável, além disso um homem não tem o direito de tirar a vida de ninguém, nesse caso estaria se equivalendo ao criminoso.Por esses motivos e outros, eu sou [a:totalmente] contra a pena de morte, apesar dos vários crimes bárbaros que acontecem todo dia pelo mundo,para mim o criminoso seria [a:muito] mais útil a família do assassinado, e sofreria mais, sem dúvida, se fosse trabalhar para a família dessa vítima até o último dia de sua vida
Parte escrita
1993

  • I: eu vou contar duma viagem que a gente fez ... hoje faz quinze dias ... lá pra casa de minha avó ... sabe? Bom Jesus ... aí quando meu pai chegou lá ... no Bom Jesus começou beber umas ... né ... deu assim uma hora da tarde aí ele veio almoçar ...e:: [a:só] dormiu um pouquinho depois do almoço...num foi suficiente pra ele ficar bom ... né? lúcido [p:de] [a:novo] ... aí a gente veio ... no caminho ... o carro ficava no meio da pista ... no meio da pista e a gente tudo preocupado ... parecia que eu que vinha dirigindo sabe? ficava bem atenta ... aí eu batia assim no meu irmão dizendo que ele tava no meio da pista ... o carro ...aí ele voltava ... meu pai ... depois [v:vinha] [p:de] [a:novo] o meio da pista... minha ... isso minha mãe olhando pra trás ... pra ver se vinha algum carro ... né ... atrás ... e eu olhando pra frente e Emerson também ... menina ... um aperreio tão grande ... eu sei que meu pai ... ainda cochilando no meio do caminho ...
    E: dirigindo?
    I: dirigindo ... aí na hora minha mãe ... bateu assim nele ... aí ele ... que foi? minha mãe ... tá cochilando ... eu não ... mas menina a gente ficou super aperriado porque ...no meio da pista ... imagine [a:só] ... se viesse assim de bêbo... que às vezes você tá ... numa ladeira ... isso nas ladeira ele ficava no meio da pista ... eu sei que eu cheguei assim ... e eu com figa toda hora ... toda hora ... com medo de acontecer alguma coisa ... porque ... parece que é uma coisa ... toda vida que a minha mãe tá esperando um filho ... acontece um acidente ... porque quando ta/ tava grávida de Patrícia ... minha mãe tava grávida de Patrícia ... aconteceu um acidente ... ela com oito meses ... e quando ela tava me esperando ... também aconteceu outro acidente ...
    E: você pode contar como é que foram esses acidentes?
    I: o meu ... que já foi contado né? porque eu tava dentro da barriga ... ((risos))
    E:é ... [a:realmente] ... o seu você não sabe...
    I: mas aí minha mãe me contou que foi assim ... e ela já tava sentindo dores ... né ... pra ganhar ... minha mãe já tava com nove meses completo ... tava sentindo dores ... então ... minha vó ... a mãe dela ... tava lá em São Paulo ... que ela mora aqui em Bom Jesus ... pra passar uns dias com minha mãe ... porque quando ela ... quando eu nascesse ...ela ia ajudar ... né? [a:só] que a minha avó tava na casa do primoda minha mãe ... quando eles foram buscar minha vó ... aí almoçaram e tudo ... e na volta ...esse meu ... primo da minha mãe tava [a:meio] bêbado... mas insistiu e trouxe minha mãe ... isso já era de noite ... minha mãe ... meu pai ... meu tio ... irmão da minha mãe ... e minha tia também ... irmã da minha mãe ... eu sei que minha família ... dentro do carro ... aí quando vinha ali no rio Tietê ... num sei se você conhece ... já ouviu falar ...lá de São Paulo ... quando vinha lá do rio Tietê ... tava chovendo muito ... a pista escorregadia ... né? aí ... o carro perdeu o controle ... o motorista perdeu o controle ... né ... aí na hora que ele viu o carro começou a ... do lado pro outro ... quando ele viu que o carro ia cair dentro do rio ... aí ele ... colocou o carro num:: assim ... pra cima de outro carro ... que tava um casal de namorado assim ... namorando ... assim fora sabe? tava chovendo muito ...mas parece que tavam conversando [a:só] ... quando viu que o carro vinha pra cima... aí saiu o casal ... aí o carro bateu no outro ... foi assim que ainda num caiu no rio ... o carro ia cair no rio ... aí eu sei que minha tia se machucou todinha ... que ela vinha no banco da frente ... aí quando meu pai viu que o carro ia virar ... aí ... virar não ... que ia bater ... aí ... segurou a barriga da minha mãe ... e empurrou o banco da frente que minha tia estava ... o empurrão foi tão grande que ela entrou pra dentro das ferragens do carro ... aí eu sei que ... e ela ficou dentro do ... das ferragens do carro ... fratu/ fraturou a perna ... sabe? foi uma luta pra tirar ela de dentro do carro ... o motorista ... primo da minha mãe quebrou ... o ... a cara toda ... o rosto ... sabe?ficou [a:só] os pedaços...
    E:deformado ... [a:praticamente] ...
    I: deformado ... num sabe? teve que fazer uma plástica ... porque ... era assim os pedaços do rosto dele ... sabe? que o vidro ... na hora ... bateu todinho no rosto dele ...minha mãe [a:só] machucou o joelho... porque meu pai segurou ... na hora né? minha vó ... que ... que minha vó também vinha dentro do carro ... até esqueci de falar ... aí quebrou os lábios todinhos ... também ficou assim ... caiu os pedaços ... minha vó também tava sem enxergar ... porque ela tinha ido fazer uma operação também ... porque ela ... no momento ... agora ... tá sem ver ... porque fez a operação mas não deu resultado ...porque ela levou uma pancada [a:muito] grande...
    E: será que hoje ... ela é cega né? será que é por causa ... foi efeito também?
    I: foi ... porque o médico disse que ela não podia levar nenhuma pancada ... ela já tava enxergando um pouquinho ...mas aí ... com essa pancada ... aí [a:pronto] ... acabou com tudo... sim ... aí minha mãe ... meu pai também tava ... aí ... machucou na testa ... meu tio também ... aí na hora minha mãe foi pro hospi/ começou a sentir dor ... meu pai levou ela pro hospital ... aí me ganhou no mesmo dia ... minha mãe ... e da minha irmã ... a gente tinha ido pra:: Baixa Verde ... aí lá tinha uma vaquejada ... meu pai foi ... começou a beber ... começou a beber ... isso a gente tinha um passat ... sabe? começou a beber ... e minha mãe morrendo de medo porque ... ele ia beber muito epra voltar ... de noite era [a:muito] perigoso...mas [a:mesmo] assim ... a gente veio ... pra Natal... mas na vinda a gente passou em Cearamirim porque ... minha vó mora lá ... sabe? e minha tia tava com a gente ... aí a gente passou lá ... quando chegou lá dentro eu chamei uma tia minha ... vó insistiu muito pra gente dormir lá ... mas meu pai queria vim de qualquer maneira ... aí viemos ... quando vinha em Maçaranduba ... que é bem pertinho já aqui de Natal ... num sei se você conhece ...
    E: já ouvi falar ...
    I: aí eu sei que o carro ... o eixo do carro quebrou ... aí meu pai não teve controle e capotou quatro vezes ... quatro vezes ... eu ... fraturei o braço ... machuquei o rosto ...porque eu levei uma pancada [a:muito] grande... porque eu vinha dormindo ... o Emerson num teve nada ... meu irmão ... e:: minha tia ... essa do primeiro acidente ... que entrou nas ferragens ... vinha no carro ...
    E: [p:de] [a:novo] ...
    I: [p:de] [a:novo] ... [v:fraturou] a cabeça ... dessa vez os osso saiu pra fora... do crânio ... aí ... e minha mãe se machucou toda ... menos a barriga ... e meu pai ... caiu dentro dos matos ... minha filha ... vinha embriagado ... né? se machucou todo assim ... as costa ... porque na hora ele saiu rolando ... aí teve que ... arranjar uma luz de gás ... porque em Maçaranduba ... nessa época não tinha luz ... sabe? energia elétrica ... aí eu sei que ... foi o maior sufoco ... o meu pai espumando sabe? porque ele tava embriagado ... pensava que ele já tava morto ... aí a gente ... minha mãe pedindo socorro no meio da rua ... [a:só] quem ficou assim ... acordada foi minha mãe e o Emerson ... e a gente tudo morto... como mortos ... minha mãe pedindo socorro ... aí passou um carro de reportagem ... ó ... foi logo tirando fotografia de todo mundo ... aí a gente viemo pro Walfredo ... eu fiquei dois dias internada ... meu pai ficou também ... dois dias ... minha mãe foi pra casa ... e ficou meu irmão e minha tia ficou internada ... foi um sufoco ... aí a Patrícia nasceu com um mês ... depois ...
    E: é:: você bateu com a cabeça ... seu pai também ... num teve nenhum problema não?
    I: não ... ele bateu com a cabeça ... aí foi uma pancada interna ... por isso que ele ficou internado ... mas saiu antes do dia ... foi um sufoco ... ele passou muitos dias assim ... sabe? aéreo ... pessoa chegava lá em casa ... tudo bem Bigode? aí ele ia dar dinheiro pra pessoa ... você acredita? era desse jeito ... e quando ele:: ele saía assim de pé descalço ... sabe? pra todo canto ... e num dizia pra onde ia ... saía sem camisa ... ia pro supermercado fazer feira ... ia assim por instinto ... sabe? num dizia nada pra ninguém ... passou quase uma semana ... e desse mesmo jeito ele foi pra Belém fazer um curso ... porque ele trabalhava na Mol Sul nessa época ... é uma firma ... contratada pela Petrobrás ... aí ... tava tudo marcado pra ele ir pra Belém ... sabe? antes do acidente ...ele foi [a:mesmo] assim... passou no curso ... doido desse jeito ... sabe?porque ele tava doido ... todo mundo dizia que ... tava doido [a:mesmo] ... o pé desse tamanho ... ficou inchado ... ele calçou o sapato e viajou ... e passou no curso ... minha mãe dizendo ... agora ele num passa não ... do jeito que ele tá doido ... mas foi assim ... a situação ... minha mãe já passou por poucas e boas ... aí depois desses dois acidentes ... ela fica com medo ... né? qualquer coisinha assim ... ela fica ...
    E:e [a:justamente] agora que ela tá grávida...
    I: [a:exatamente] ... não pode ... facilitar não...
    E: a sua tia teve o osso ... também saiu foi ... e ela num ficou com nenhum problema não?
    I: não ... fez uma cirurgia na cabeça ... lá no Walfredo ...e aí [v:deu] tudo [a:certo] ... mas ... ela tinha o cabelo lindo ... sabe? mas aí teve que raspar todo ... porque ... cirurgia você sabe como é que é né? foi bem aqui no meio ...
    E:no meio [a:mesmo] ...
    I:no meio [a:mesmo] ... ela ficou como morta ... sabe?ninguém dizia que ela ia escapar não ... porque na cabeça minha filha ... num é mole não ... hoje em dia ela tá aí ... firme e forte ...
    E: ela andava ... tava no carro ... nesse dia ... nessa última vez não ... né?
    I: nesse dia não ... não ... graças a Deus não ... mas graças a Deus correu tudo bem ... porque ... viche ...eu vinha com o coração na mão ... sabe? na mão [a:mesmo] ...porque é [a:muito] triste a pessoa ...se eu soubesse dirigir ... por isso que é bom ... a pessoa saber dirigir ... né? porque numa hora dessa ... “pai vá pra trás que eu vou aí pra frente” ... [v:trazia] o carro [a:tranqüilamente] ... mas num sei ... num sei nem pra onde é que vai ... sei algumas coisas ...mas assim pra trazer o carro ... de repente ... ia ser [a:muito] pior...
    E: você que ia bater ... e ele não admite você ... é:: dizer pra ele não beber numa ocasião dessa ...
    I: não ... tá certo ...que beba ... mas ... na hora ... assim ... [a:pronto] ... ele chegou lá em Bom Jesus era umas oito horas... aí começou a beber de oito a uma ... sabe? quer dizer ... oito horas ... quando desse doze ... “não ... vou almoçar ... vou tomar um banho ... almoçar e vou dormir” ... porque quando ele acordar assim umas quatro horas ... já tava ... bom ... né? porque já era tempo suficiente pra ele ficar bom ... mas não ... ele num dormiu nem meia hora ... [a:só] deitou aí quando acordou... “vamo embora ... vamo embora” ... é assim ... aí minha mãe num podia dizer nada ... porque se a gente disser que não vem ... [s:ele] deixa a gente lá e [v:vem] [a:sozinho] ... é ... é assim ... quando ele quer fazer uma coisa minha filha ... num tem quem empate ...meu pai tem um gênio [a:muito] ... ele não gosta de ser mandado... sabe? eu acho que eu tenho algumas coisas dele também ... porque ... minha mãe às vezes fica ... “onde é que tu tava” ... num sei quê ... porque eu vou pro colégio ... às vezes ... pro colégio não ... pro trabalho ... aí já saio de seis lá ... às vezes eu chego de sete e meia ... oito horas e minha mãe já fica perguntando ... “onde é que tu tava?” me dá uma raiva ... né? porque ... olha ... eu detesto essas coisa ... eu num admito também ... que mãe ... namorado ... fica ... sabe? pressionando ... é ... controlando ... “o que que você fez? por que você fez isso? pra onde você vai?” eu num gosto disso não ... me sinto mal ... eu sou uma pessoa assim que quero viver assim ... depen/ independente ... sem ninguém assim ... porque me dá logo raiva ... se eu casar com um homem assim ... eu acho que eu me separo logo ... logo porque ... porque ...é [a:muito] triste...a liber/ a liberdade é uma coisa [a:muito] importante... você viver assim ... dando satisfação a ... a tudo ... bom a pessoa ter confiança em você ... tanto a mãe ... como o namorado ... qualquer pessoa ... que confie em você ... não ... toda hora perguntando ... pra onde é que você vai ... o que você fez ... o que deixou de fazer ... isso é triste ...
    E:é [a:mesmo] ...eu já sou o contrário ... eu já gosto ... eu já gosto de ... por mim mesma dou satisfação ... do que eu faço ...
    I: e dá?
    E: dou ... eu mesma ... assim ...
    I:pois eu não ... [a:pronto] ... numas partes eu concordo com você...você dá porque você quer ... [a:pronto] ... tem dia que eu chego e... “mãe eu ... tal lugar” ... mas tem dias que eu num gosto de dizer ... sabe? porque eu já tô abusada ... já sabe de onde é que eu venho ... aí fica perguntando aí ... aquilo vira rotina sabe? e é ruim porque você bota em costume ... e ... eu coloquei costume na minha mãe ... sabe? tudo que eu faço ... digo a ela ... às vezes ela ... chega até a ... me aborrecer ... porque às vezes ela não concorda e fica soltando piada ... num sei o quê ...sabe? aí eu num gosto dessas coisas ... porque se a pessoa num concorda ... diga uma coisa assim ... que vai lhe ajudar ...dê um conselho que vai lhe ajudar ... que você vai ver [a:realmente] que ... que num é certo... né? mas você ficar criticando você não vai a lugar ... a lu/ a lugar nenhum ... pelo contrário ... você vai se irritar e dizer ... “eu vou fazer [a:só] pra ver se ...
    E: [a:só] de ódio ...
    I: [a:só] de ódio... aí eu já botei muito costume na minha mãe ... sabe? eu namorei muito tempo com:: esse vizinho aqui ... lá da outra casa ... ela num queria ... sabe?mas [a:só] em tanto ela dizer que não queria...aí que [s:eu] [v:namorava] [a:mesmo] [a:escondido] ... [NULL SUBJECT] [v:namorava] [a:escondido] [a:mesmo] ... apanhei por causa dele... sabe? tudo ... tudo por ele ...e não valeu a pena ... [a:realmente] ... num valeu... mas pelo menos eu fiz o que eu queria ... isso é que im/ importa pra mim ...sabe? porque a vida num é ... num é um mar de rosas ... né?se você ... se fosse era [a:muito] bom... porque tudo que você ... você fizesse ...você tivesse certeza que ia [v:dar] [a:certo] ...era [a:muito] bom... mas você não ... você tem que ...passar por aquilo pra ver ... se [v:der] [a:certo] ... melhor ainda ... se num der né? levantar a cabeça e seguir em frente ... foi o que aconteceu comigo e ele ... sabe?mas eu fazia tanta loucura ... sabe? por ele ... [NULL SUBJECT] [v:namorava] [a:escondido] ... mentia pra minha mãe ... disse que ia ... dizia pra ela que ia prum lugar ... num ia ... sabe? ia me encontrar com ele ... era o maior chafurdo ... e assim a gente passou um ano e cinco meses ... nesse sufoco ... muito tempo né? mas ... depois que:: porque ... o namoro da gente foi assim se defasando porque eu não podia sair com ele ... sabe? minha mãe me prendia muito ... era um namoro assim ... muito ... no dia que dava ... dava ... no dia que num dava ... num dava ... porque ... eu num podia tá ali ... perto dele ... toda hora sabe? se fosse um namoro assim ... que minha mãe não ligasse ... que eu pudesse sair com ele ... como eu saio com esse de agora ... já tô até noiva né? dele ... é uma coisa assim mais ... madura ... sabe? saio com ele ... minha mãe nem liga ... aí a convivência é maior ... mas com esse outro ... pra você ver ... um dia desseeu tava me lembrando ... ontem [a:mesmo] ... eu tinha vergonha de comerna frente de Alexandre ... às vezes a gente ia lanchar ... e eu ficava entalada ... era ... e com ele não ... o Tarcísio ... sabe? nem sinto vergonha ... pelo contrário ... como ... aí como ainda mais ... mas com ele ... uma vez eu fui lanchar com ele ... ali no Pits Burg onde era ali no shopping ... é:: Cidade do Natal ... né?
    E: Cidade Jardim?
    I: não ... aquele em frente ao Híper ...
    E: sei ...
    I: o Híper Bom Preço ... é:: shopping ... num sei o que Norte ...
    E: Natal Shopping ... CCAB Norte ... não?
    I: não mulher ...
    E: mas eu sei qual é ... eu não sei o nome ...
    I: é esse ... é esse ... aí o Pits Burg era lá ... antes ... agora tá mais pra frente ... é ali na Prudente de Morais ... mais lá pra frente ... aí a gente foi lanchar ... ele pediu vitamina de abacate e um hamburguer ... menina ... quando chegou ... era eu e ele ... um ficou olhando um pra cara do outro ... nenhum tinha coragem de comer ... sabe? e a gente conversando ... inventando assunto ... e o sanduiche esfriando ... aí ele ... “num vai comer não ... você?” digo ... “não ... é porque eu tô sem fome” ... e eu morrendo de fome sabe? tinha saído do colégio ...louca pra [v:comer] aquele sanduiche assim ... [a:sozinha] ... e ele ali na minha frente ... e a gente um olhava pra cara do outro dizia ... sabe o que é isso ... é a convivência ... porque a gente num ficava muito tempo junto ... aí a gente tinha vergonha um do outro ... e eu com o Tarcísio não ... a gente vai pra trailer ... vai pra lanchonete ...pizzaria ... come que [a:só] ... minha filha ... num tô nem aí sabe?e nunca tive vergonha dele ... eu num tenho vergonha não ... falo o que penso ... sabe? num tem esses negócios ... com Alexandre era ... pisando em ovos ... e ele não ...
    E: falava o que não pensava que era pra ...
    I: é ... pra num ... sabe?mas foi uma ... um namoro [a:muito] bom... hoje em dia eu tava ... um dia desse tava me lembrando ... uma coisa assim de adolescência ... né? qua/ treze ... quatorze anos ... é uma coisa muito ... é uma lição de vida ... porque eu me ... eu aproveitei muito ... sabe? saía ... porque nesse tempo o pai dele ... ainda tem né ... uma locadora de bugre ... ele pegava o bugre e a gente ia pras praias ... sabe? às vezes eu dizia pra minha mãe que tinha aula no sábado e num tinha ... ligava pra ele e a gente se encontrava ... mas era uma coisa tão infantil ... sabe? a gente nunca ... assim ... pensou assim ... em ir mais longe ... era uma coisa assim ... mais ... sabe? mais criança ...a gente era um amor assim ... infantil [a:mesmo] ...a gente ... eu tinha ele como um amigo ... um irmão ... uma coisa assim ... aí ... hoje em dia eu tô noiva ... ele também ... a gente se fala assim ... mas nunca mais eu avistei ele ... um dia a mãe dele passou aqui e disse ... “cadê Rose ... um dia desse Alexandre tava perguntando ... nunca mais tinha visto ela ...” num sei o quê ... sabe? aí teve um dia que eu fui na casa dele ...ele tinha ficado noivo [a:recentemente] ... mas eu fui conversar com a mãe dele porqueeu sou [a:muito] amiga de Carmen sabe?aconteceu tudo isso ... da gente ter terminado o namoro ... porque ele colocou chifre em mim ... aí ... eu também coloquei nele ... foi ... porque ele dizia assim ... fazia ... fazia ... porque vizinho você sabe como é ... quando ele saía eu avistava ... quando ele saía ... né? sei que eu sabia ... quando ele saía e tudo ... aí eu dizia ... “no dia que você ... brincar comigo ... eu faço do mesmo jeito ...” ele não acreditava ... sabe? mas aí minha filha ... no dia que eu soube que ele tinha me colocado ... num quis conversa ... não fiz nada ... sabe? nenhum ... um drama assim ...fui cobrar nada dele ... [a:simplesmente] ... aqui em Natal num podia sair... era daqui de casa pro colégio ... de casa pro colégio ... eu ... “mãe eu vou pro interior ... pra casa da minha vó” ... tinha uma festa lá sabe? aí a mãe ... “pode ir” ... quando eu cheguei lá ...eu já ia com o intuito de ir [a:mesmo] pra ... passar um chifre... aí ... quando cheguei lá ...fui pra uma festa ... [a:inclusive] ... era dia primeiro ... aí no dia dois era meu aniversário... aí eu fui pra lá ... cheguei lá ... fui pra festa ... aí arranjei um namorado ... e isso minha filha ... pra você ver ... e disse pro rapaz ... que eu tinha um namorado ... que gostava muito dele ... sabe? e ele sem entender nada ... como é que gosta dele e tá botando chifre ... né? mas aí ... fiquei com ele e ele aceitou ... aí quando foi noutro ... noutro dia ... que eu me encontrei com o Alexandre ... aí ele ... “é ... você foi pro interior nem me disse ... num sei o quê ... eu acho que você passou chifre em mim” ... desse jeito sabe? aí eu ... “passei” ... bem cínica assim ... olho ... sabe? aí ele fez ... “eu num acredito” ... que ele pensava que eu nunca ia ter coragem ... sabe?pensava que ... era [a:só] farofa... aí eu disse ... “fiquei com outra pessoa” ... aí ele fez ... “eu não acredito” ... ficou branco ... sabe? não acreditava ... aí foi bem na hora que eu toquei nesse assunto ... que a gente começou a conversar ... da minha viagem ... aí minha mãe me chamou pra entrar ... que também tinha essa cena também ... toda noite era nove horas ... sabe ... pra mim entrar ... nove horas “Rose” ... aí eu já entrava ... aí eu sei que ... aí ele ficou sem entender nada ... “ah Alexandre ... eu vou entrar” ... aí ele disse ... “mas não pode ... você ter botado chifre em mim” ... eu digo ... “acredite se quiser” ... foi a única palavra que eu disse e entrei ... sabe? aí no outro dia de manhã ... isso foi num domingo ... quando foi na segunda-feira ... quando eu cheguei no meu trabalho ... ele já tava na porta do meu trabalho ... aí ... quando eu olhei assim ... fiquei admirada né ... eu disse ... “que foi meu Deus ... que aconteceu ... esse menino ... acho que ele num dormiu não ...” desse jeito ... e eu firme e forte dizendo que tinha colocado ... sabe? eu não ia mentir ... né? depois ele ia saber ... ia ser pior ... num ia tapar o sol com a peneira ... aí eu sei quando eu cheguei ... aí ele foi e disse ... “Rose ... olha ... eu não dormi ontem à noite” ... e foi eu disse ... “por quê?” aí ele disse ... “porque eu acho que você não colocou chifre em mim ... eu acho que é mentira ... diga que é mentira” ... tu acha que eu ia dizer que era mentira ... eu disse na cara dele ... “eu não posso dizer que é mentira uma coisa que aconteceu ... depois você vai saber a verdade e vai ser pior ... vai doer mais ...eu num vou dizer [a:só] pra ... aliviar” ... eu sei que ele chegou de oito horas ... sabe que hora ele foi sair? lá eu saio ... eu saía de doze né ... pois ele saiu comigo ... foi almoçar comigo ... foi pro colégio comigo ... no mesmo assunto ... “Rose ... diga que é mentira ... diga que é mentira” ... menina ... chega ... foi me deixar no colégio ... nesse tempo eu estudava de uma às cinco ... aí quando chegou no colégio ele ...“Rose ... quer dizer que não é mentira [a:mesmo] ... né?”eu digo ... “não ... é verdade verdadeira ...” eu não ia mentir ... se fosse mentira eu já tinha dito ... eu já tinha ... né ... cansado ... aquela pessoa todo ... toda hora ... “Rose ... diga que é mentira ... diga que é mentira” ... que você pra se livrar dizia ... “é mentira” ... digo ... “se fosse mentira eu já tinha dito” ... aí ele fez ... “é ... então tá certo ... já que não é mentira ... eu não posso passar por cima do meu orgulho ... então ... a gente termina por aqui” ... e fiz ... “tá certo” ... mulher ... eu era tão cínica ... sabe? ele sempre disse pra mim queeu era [a:muito] fria assim ... calculista... eu não me rebaixava sabe?dizia ... “não meu filho ... tá certo” ... [a:toda] fria ... como se não ia fazer falta... num fosse fazer falta ... até hoje ele diz sabe?diz que essa namorada dele é [a:muito] ... meiga e eu era [a:muito] ... tinha a personalidade [a:muito] forte ... sabe? [a:realmente] eu nunca me dobrei pra ele ... sabe?nunca me dobrei ... já com esse meu namorado não ... e às vezes eu penso que vale mais a pena a gente ser como eu era com o Alexandre do que com ... agora com o Tarcísio ... porque eu botei muito o costume nele ... sabe? [a:muito] assim meiga ... tudo ...tudo que ele queria eu tava ali sabe? até hoje eu sou assim ... às vezes eu quero mudar ... mas eu não consigo porque eu já me acostumei a ser assim ... sabe? gosto muito de agradar a ele ... numas parte ele até merece ... mas o Alexandre num merecia não ... mas ... aí Tarcísio ...eu acho uma pessoa [a:muito] boa... sabe?gosto muito dele [a:mesmo] ...e aí aquele amor que eu sentia por Alexandre que eu não podia dar o braço a torcer ... nem demonstrar ... porque ele não reconhecia ... passou tudo pra ele ... pro Tarcísio ...
    E: você transferiu ...
    I: transferi né? e ainda aumentou mais ... porque ... ele fez com que eu tivesse oportunidade de desenvolver né? que ... que:: queele é [a:muito] prestativo né... teve uma ... eu já tava nessa casa ... não ... tava na outra ...tive uma crise de garganta super ... sabe? forte [a:mesmo] ...daquela que ... você num pode engolir ... nem a saliva ... eu num podia nem engolir a saliva ... você acredita? nem um ... nem um tiquinho de água ... num podia ... porque a garganta doendo ... foi o tempo que ele deu a maior assistência a mim sabe? e ele pro médico ... todo ... todo dia ele ia pro médico comigo ... pegava o carro emprestado da irmã ... ia pro médico comigo todo dia ... pra mim tomar injeção ... ficava comigo toda hora ... sabe? aí quando ele teve catapora eu fiz a mesma coisa ... pegava o ônibus doze horas ... pra ir pro Pirangi ... dois ônibus ... né? dois pra ir ... dois pra voltar ... mas vinha lá dar maior ... quando ele ficou ...
    E: num pegou catapora não?
    I: peguei nada ... porque eu já tive ... eu já tive ... sabe? aí a vó dele ... “Rose ... você vai [v:pegar] [p:de] [a:novo] ” ... eu digo ... “se pegar tem nada não” ... porque foi uma retribuição ... né ... porque ele deu o maior apoio a mim ... aí ... ele com catapora eu num ia ... na casa dele ... eu fui ... a maior assistência ... ele sofreu muito ... sabe? ficou ... até na garganta ele criou catapora ... não podia engolir nada ... e emagreceu ... acho que uns dez quilos ... com a catapora ... porque catapora de adulto ... parece que ... é mais difícil ... sabe ... da pessoa ... lidar ... porque criança não ...criança tem o organismo [a:muito] fácil... né? pra sarar as coisas ... pra cicatrizar ... mas adulto ... esse homem sofreu tanto ...num tinha um lugar ... que a gente colocasse o dedo ... [a:todo] cheio de catapora...
    E: tem quanto tempo ... que aconteceu isso?
    I: acho que já faz uns quatro meses ...
    E: ah ... você já tava aqui ...
    I: não ... da garganta era lá ... agora da catapora ... eu já tava aqui ... na ... no meu caso da garganta eu tava lá ... mas da minha garganta eu sofria demais ... menina ...eu [a:só] vivia dormindo ... porque aí eu não sentia fome... nem sede ... nem nada ...mas foi uma luta [a:muito] grande... tomei umas seis injeções ... meus braços já tava tudo dolorido ... e eu morro de medo de tomar injeção ... mas dessa vez eu me acostumei ... porque foi tanta injeção ... que:: já tava ... já tava no cotidiano ... sabe? já tinha me acostumado ...mas foi um caso [a:muito] sério... minha garganta ...eu tenho o maior medo que [v:aconteça] isso [p:de] [a:novo] ... quando eu sinto ... que minha garganta tá seca ... eu já começo a tomar remédio ... e é --muito triste a pessoa num poder comer nada ... e quando eu comecei a comer as coisa pastosa ... minha mãe passava ... meu almoço no liquidificador ...aí dava pra comer ... mas bem devagarinho ... sabe? bem devagarinho [a:mesmo] ... [a:muito] triste...

  • E: é:: narrativa recontada ... Ro/ Rose ... você:: alguém assim ... já pode ... alguém pode ter te contado alguma coisa ... e que você:: lembre de ... dessa ... desse relato que a pessoa te fez ... ou um filme ... [a:geralmente] a pessoa quando vê um filme ... guarda né?
    I: [a:exatamente] ...
    E: guarda ... aquilo que o filme disse ... você teria assim alguma coisa ... algum filme que você gostaria de contar ... um filme que você tenha visto ... ou alguma coisa que alguém ... te contou?
    I: um filme que eu vi ... que eu gostei muito ... mas ...me lembro poucas coisas ... sabe? num [v:lembro] assim [a:totalmente] ... [a:só] as coisa mais importante... foi ... uma linda mulher ... eu assisti lá na casa do meu noivo ... era louca pra assistir ... uma amiga me recomendou ... né ... aí eu disse ...“vou ver se é bom [a:mesmo]...a história é [a:muito] boa [a:mesmo] ... tocante [a:mesmo] ... é assim ... uma prostituta ... essa ... a atriz principal é até Júlia Robert ... e ...um homem [a:muito] rico... já ... mas eles moravam em cidade diferente num sabe?e esse homem [a:muito] rico ... parece que ele tinha... tomado posse de algum ... de alguma coisa assim ...eu num me lembro [a:muito] bem... aí ... eu sei que eles se encontraram nessa cidade ... ela levava uma vida super diferente da dele ... era prostituta ... saía toda noite ... né ... pra ver se faturava dinheiro eele era [a:muito] rico... aí ... nunca tinha dirigido ... imagine ... ele nunca tinha pegado num carro ... sempre teve motorista né ... aí ele pegou ... quando foi na época dele dirigir ... ele num sabia nem ... como pegar nada ... sabe? aí se encontrou com ela no ... na rua ... aí gostou do jeito dela ... né? aí ela disse ... ela não ... se num me engano foi assim ... ele parou ... pra:: porque ela ... assim na avenida ... né? rodando bolsinha ... aí eu sei que ela ... ele parou ... né? aí ela disse ... “quer sair comigo?” num sei o quê ... essas coisas ... né? aí ele mandou ela entrar no carro ... aí na hora que ele entrou no ...que ela entrou no carro ... [a:só] falando sobre carro ... o carro era bonitonum sei o quê ...e ele [a:só] rindo ... com o jeito dela que era bem extrovertida... sabe? aí ... ela disse ... “você num passa disso?”que ele era botando bem devagarinho ... o carro super ... sabe ... ve/ veloz e ele ... bem devagarinho ... aí ela ... “pera aí ... vamo trocar de lugar” ... aí ...mas corria tanto ... sabe? velocidade [a:mesmo] ... aí eu sei que eles começaram a se conhecer e tudo ... aí depois ... ele levou ela pro hotel ... o hotel super chique ...e ela [a:toda] desarrumada assim ... brega [a:mesmo] ... né?quando chegou lá ... ele tirou o casaco ...que ela tava [a:muito] exposta ... tava com uma saia curta ... e uma mini-blusa... aí ele tirou o casaco dele ... e colocou nela ...mas ela [a:muito] bonita ... ela é [a:muito] bonita [a:realmente] ... né?bem magrinha ... bem alta ... aí ... eles entraram ... todo mundo olhando assim pra ela ... porque era uma coisa super diferente ... o povo todo alinhado eela com casaco daquele jeito assim ... [a:todo] por fora... sabe?aí foram pro apartamento ... chegando lá ... tudo [a:muito] chique né?é ... engraçado foi a ... na hora que ... ela queria seduzir ele ... mas ele não queria daquele jeito ... uma coisa ... mecânica ... né? ele queria que no/ que:: no passar do tempo ... começasse a sentir alguma coisa por ela e ela por ele ... aí ela começava acariciar ele mas ele num queria nada com ela ... assim ... sabe? queria que o tempo ... se arrumasse ...
    E: então por que que ele levou ela pro motel?
    I: pro hotel pra ficar com ele ... mas num foi pra isso ... queele gostou dela [a:mesmo] ... como pessoa ... pra fazer compahia ... não pra outras coisas... e ela já tava pensando em outra coisa ... que ele tava ... querendo ela pra ... o que os outros queria ... uma prostituta ... aí eu sei que ... ele ... deixe eu ver se me lembro de mais alguma coisa ... ela pegou e:: andava com camisinha ... sabe ... era colorida minha filha ... ((risos)) aí deu pra ele e ele num quis nada com ela né ... ela disse ... o tanto pra ele pagar pra ela ... “quanto é que você vai me pagar pra mim ficar com você?”aí ele disse o valor ... era [a:muito] alto ... sabe?e isso ela tava numa banheira de espuma ... na hora que ele disse o valor ... ela caiu com tudo ... assim ... sabe? na banheira ...foi [a:muito] alto ... o valor... aí eu sei queeles começaram a se gostar ... o jeitão dela [a:mesmo] ... ela sentava na mesa... sabe? ele comendo assim ... ela sentava na mesa ... botava os pés na mesa ... oh ...ele ficava [a:só] olhando ... o jeito dela... mas ele gostava ... no ... no final das conta ele gostava do jeito dela ... aí eu sei queele começou a se apegar ... a ela ... [a:só] que ... pelo ... pelo ... que ela era... né? ... uma prostituta ...aí ficava [a:muito] difícil pra ele...ele tinha um amigo [a:muito] ... assim ... preconceituoso... ele era casado ... né?aí na hora ele ... confiou [a:muito] no amigoe disse ... que ela era uma prostituta ... aí ele se aproveitou da situação ... sabe? quando ele tava afastado ... dela ... dessa ... dessa prostituta ... aí o amigo queria se aproveitar ... queria sair com ela ... porque tem muitos amigos assim ... né? que às vezes ... você ... conta confiando ... mas ele quer se aproveitar da situação ... porque sabia que ela era uma prostituta ... uma mulher fácil ...quando num tivesse perto dele ... [v:sairia] com outro ... [a:facilmente] ...aí eu sei que pegou e esse amigo dele ... disse a ele ... que ela tinha ... mentiu ... ele mentiu ... dizendo que ela tinha aceitado sair com ela com maior bagunça ...
    E: [a:só] que ela não saiu?
    I: num saiu ...ele fez [a:só] pra ... pra ele ficar com raiva [a:mesmo] ... aí eu sei que no final das contas dessa briga toda ... ela foi pra casa dela ... onde ela morava ... antes ... e ela sempre dizia ... quando tava com ele ... que ... que sonhava com um príncipe encantado ... que ... fosse na casa dela ... num cavalo branco ... essas coisas sabe? aí no final do filme ... aí ele ... vai ... sente falta dela né? uma coisa ... monótona ...porque ela era [a:muito] engraçada... sabe? menina ... eu ri tanto ... é porque a gente esquece do ... dos detalhes ... que já faz muito tempo ...
    E: mas ele teve saudade dela por quê? por que eles se separaram?
    I: foi ... ela foi pra casa ... depois dessa confusão toda ... que o amigo dele aprontou ... ela se sentiu mal ... porque ele começou a desconfiar dela ... né? aí ela foi pra casa dela ... onde ela morava antes de conhecê-lo ... aí ... ele começou a sentir muita saudade ... lembrava muito dela ... aí foi pra casa ... foi ao encontro dela ... nessa casa ... que ela morava antes de conhecê-lo ... aí chegando lá com cavalo ... do mesmo jeito que ela dizia a ele ... no cavalo ... branco ... parece com uma espada ... sabe ... e ela morava num lugar tão esquisito ... assim ... pra sair ... era cheio de ferro assim ... saía pela porta dos fundo ... era uma coisa super ... interessante ... aí quando ele chegou ... buzinou ...porque [a:só] ia um motorista com ele... e ele no cavalo ... aí chegou buzinou que ela olhou era ele ... foi super interessante ...
    E: ele foi com carro ... foi um carro ...
    I: o motorista foi com carro ... e ele no cavalo ... sabe? aí ele buzinou ... quando ela olhou na janela ... que viu ... ficou super feliz porque ... ele realizou um sonho dela né? que ela já vinha ... uma fantasia ... que ela já vinha dizendo desde quando conheceu ... ele aí ele ... realizou ...
    E: como era o nome dela?
    I: eu não me lembro ...
    E: nem dele?
    I: nem dele ...
    E: onde ... onde é que se passava essa ... onde é que se passou esse filme ... em Nova Iorque ... China?
    I: ah minha filha ... faz tanto tempo que eu vi esse filme ... que eu não me lembro ... acho que foi no meio do ano passado ...eu [a:só] assisti uma vez ... uma vez [a:mesmo] ...outro filme que eu gostei muito foi Ghost ... adorei ... da primeira vez foi super engraçado porque ... eu não usava óculos na época ... aí ... sentei atrás ... né? no cinema ... não via as letras minha filha ... e o povo ria ... e eu ria ... o povo ficava sério ... eeu ficava séria ... eu [a:só] via a imagem... aí eu peguei e pedi pro meu noivo trazer né? o ... a fita de vídeo ... pra mim ver ... mas eu chorei muito ... chorei ... aí parecia um bebezinho ... logo no final ... assim que eles se encontram ...
    E: como foi esse filme?
    I:esse aí eu me lembro [a:muito] mais que esse outro... foi assim ... eles namoravam ... agora o nome eu também não sei ... nem dela ... nem dele ... aí ... eles ... como eu disse eles namorava ... aí tava procurando apartamento ... acharam ... aí ... começa assim ... eles arrumando o apartamento ... pintando e botando os móveis ... aí ... e em seguida ... queeles arrumam o apartamento e já [v:tão morando] [a:junto] ... eles vão ao cinema ... parece que é ao cinema ... ou é ... ou é ao cinema ... ou é ao teatro ... um desses dois ... quando eles vão saindo ...aí ... já [a:muito] tarde da noite... aí vêm dois caras ... né? super mal encarados ... atrás dele ... dos dois ... nisso ... eu esqueci até de comentar ... ele tinha um:: aquele negócio de computador ... como é o nome?
    E: disquete?
    I: sim ... disquete ... duma conta dum ... dum lugar que ele trabalha ... sabe? do local que ele trabalhava com esse rapaz ... o namorado dessa ... do namorado dessa ... dessa moça ... é porque eu num me lembro o nome ... aí fica tudo ruim a gente contando um filme assim ... sem saber o nome ...
    E: num tem problema não ... pode ...
    I: aí eu sei que ... um ... um desses amigos tinha ... do trabalho ... do local do trabalho ... do trabalho dele ... tinha inveja ... sabe? parece que tinha inveja dele ... aí ... sabia que ele tinha esse disquete ... tinha ... porque o disquete tinha um segredo né? um número ... uns números né?
    E: deve ter nesse disquete né?
    I: é ... porque parece que era um banco ... que ele trabalhava sabe? aí eu sei que ... ele contratou esses dois cara pra pegar o disquete ... esses dois cara mal encarado ... aí matou ... matou ... no lugar de pegar o disquete e deixar com vida o rapaz ... não ... ele matou ... aí na hora que ele matou ... a namorada dele começou a chorar ... a chorar e o espírito dele saiu sabe?e ficava [a:só] olhando ele morto... ele não acreditava ... aí olhava assim pra ele e ... dizia “eu tô aqui ... eu tô aqui” ... ela num via ... que era um espírito né? aí ... eu sei que ele ficou olhando pra cara de um e de outro e ninguém ... avistava ele e nada ... aí eu sei que a namorada dele foi pra casa ... e esse tal amigo ... falso ... que mandou ... né? os cara ... pegar o disquete e matá-lo ... aí foi ... foi consolar ... sabe ... a ... a noiva dele ... aí eu sei que ... e dando em cima dela ... sabe?ele [a:só] do lado ... o espírito dele ... [a:só] do lado dela sabe?pro/ dizendo assim ... “não ... num acredite nele” ... num sei o quê ... e ela não escutava ...
    E: foi o amigo que mandou matar?
    I: foi ... não mandou matar ... mandou pegar o disquete ... mas os cara ... mataram ... porque na hora ele não se encontrava com o disquete ... o disquete tava na casa dele ... aí eu sei que ... ele começou a ... a sempre tá do lado dela ... mas era mesmo que nada ... né? ela num avistava ele ... aí tinha uma ... uma vidente ... uma espírita ... que ela ... enrolava o povo sabe? aí ... tem uma parte que ela tá ... falando assim ... tá com os clientes ... né? falando ... “olha eu tô recebendo um espírito” ... num sei o quê ... aí ele ... desce ... esse espírito ... o espírito do rapaz fica lá do lado ... [a:só] pra assombrar... porque ele sabia que era ... que era ... maracutaia ... sabe? aí começou ... até ela se assustou ... quando viu que tinha um espírito ali ... sabe? até ela num acreditava ... ele dá chute nela ... menina ... tão engraçado ... que ela bem engraçada essa atriz ... e ela ... “ah ... o que que tá acontecendo” ... num sei quê ... menina ... foi a maior bagunça ... aí ele começou a ... se comunicar ... com essa morena ... ela era até morena ... parece que o nome dela parece que era morena ... a gente num disse o nome dela ... eu vou identificar assim ... morena ... eu sei que ... ele começou a se comunicar com ela e tudo ... aí explicou que tinha ... uma ... uma noiva ... e que queria se comunicar com ela que desse um jeito pra eles ... pra ele penetrar dentro dela ... pra começar conversar com ela ... aí ela não acreditou ... essa noiva dele sabe? dizia que ... era mentira que ... num tinha capacidade dele tá dentro dela ... num sei o quê ... aí ela começou a mostrar ... essa nega ... essa morena ... algumas coisas que ele ... que ele fazia ... pra identificar ... sabe ... parece que uma moedinha de um cruzeiro que ... que ele tinha dado pra ela ... ela mostrou ... aí ela começou a ver que ela não tava mentindo ... aí ... eu sei que teve ... quando ela tomou con/ conhecimento que a moça não tava mentindo ... essa morena ... essa morena ... aí ... ela convidou ela pra ir na casa dela ... aí tava preparando pra receber sabe? o ... o espírito dele ... aí eu sei que ele ... viche acariciou ela ... sabe? como se ele tivesse sentindo muito ... aí eu sei que no final das contas ... o ...esse amigo dele que mandou matá-lo ... morreu ... e o espírito dele ... todos esses homens que morreram ... sabe? esse amigo dele que mandou matar ele ... e os dois caras ... que mataram ele ... aí no final morreram ... e o espírito deles não ficaram na terra ... porque foram logo pro inferno ... vinha logo aquelas sombras buscar ... sabe? e ele não ... porque ele era um espírito bom ... por isso que ele ficou na terra ... até um certo ponto ... aí no final ele vai embora ... aparece uma luz ... assim bem ... bem bonita ... aí puxa ele ... sabe? ela ... ele dá um beijo nela ... começa a tocar a música ... aquela música ... hum ... aí eu chorei demais ... menina ... parecia uma manteiga derretida ... aí meu noivo começou a rir ... disse ... “menina como é que pode ... uma pessoa chorar desse jeito” ... e no cinema eu não chorei ... porque eu não entendi a história ...isso eu tô contando [a:só] por cima porque a gente num lembra ... das coisa assim com detalhe... cada parte ... e outra coisa ... eu sou tão ruim nisso pra filme ...eu [a:só] me lembro das parte assim... uma coisa tão distante da outra ... agora pra lembrar tem gente que é bom ... né? do filme ... lembra de tudo ...
    E: aí essa ... essa vidente foi ... ficava fazendo contato entre ele e ela ... sempre?
    I: sempre ... depois da primeira vez ... aí começou ... né? começou a acreditar mais ... aí ... fazer contato sempre ...
    E: e ele teve que ir embora por quê?
    I: porque chegou ... o tempo determinado ... que ele num podia ficar pra sempre na terra ... o espírito dele ... vagando ... né ... dos outros iam logo porque eles ... eram espírito mau ...que eles praticaram [a:muito] mal na terra... e ele não ... ele ficou até um certo tempo ...mas foi [a:muito] bonita a ida dele... foi uma coisa muito ... o sol apareceu assim ... e ele começou a desaparecer ...
    E: e como é que ela ficou?
    I: aí ela chorou ... né? chorou ... mas ela se conformou ... porque sabia que ele ia pra um lugar bom ... menina ... foi uma coisa assim ... e ela teve todos os momentos com ele depois que ele morreu ... sentiu ... né? ela sentiu a mão dele ... assim ... e era a mulher que tava ... passando a mão ... mas ela sentia ... a mão dele ... sabe? o corpo dele ...o calor dele ... foi [a:muito] emocionante... eu assisti muitos filmes ... eu gosto muito de filme ...mas pra contar assim ... eu conto [a:só] pela metade...
    E: Rose ... de tudo isso que a gente gravou ... né ...eu [a:só] ... não entendi uma coisa...aí eu queria que [s:você] me [v:explicasse] bem [a:direitinho] ... porque eu não entendi... você ...
    I: que coisa?
    E: a narração do ... da ... a narrativa recontada ... de uma linda mulher ...eu senti que foi um filme bem interessante ... mas eu não [v:entendi] como foi [a:direito] ... você podia repetir ...como é que foi essa ... esse filme ... [a:só] esse filme?
    I: uma linda mulher ... como eu lhe contei ... porque antes de contar e disse a você ... [a:realmente] eu não me lembro dos detalhes... [a:só] contei por cima num foi?no dia? mas eu vou ver se eu me lembro de mais alguma coisa ... além daquilo que eu lhe contei ...
    E: você fala passo por passo ... assim como é que foi ...
    I: passo por passo?
    E: assim ... o que você lembra ... é claro né? como é que começou ...
    I: começou ... começou ... é porque eu num sei dos nome das pessoas ... aí fica difícil né? de ... de identificar ... mas eu vou ... vou tentar ...começou assim ... começou [a:primeiro] ... é um rapaz ... um rapaz...um jovem ... [a:muito] rico... como eu disse pra você da outra vez ... e ele tinha que fazer uma viagem ... uma viagem ... é ... parece que era ... pra ... Nova Iorque ... e:: no momento não tinha motorista ... pra segui-lo ... com ele nessa viagem ... então ... ele foi de avião ... mas o motorista ... ele ia precisar quando chegasse lá ... pra andar no automóvel ... então ele foi de avião ... chegando lá ... já tinha um carro super chique pra ele ... então ele teve que:: botar ... arregaçar as mangas e dirigir ... então ele ... saiu pela cidade ... saiu do aeroporto ... se eu não me enga/ se eu num me engano ... aí saiu pela cidade ... nisso ... é:: tinha uma ... em Nova Iorque ... residia ... uma jovem ...que tinha uma vida [a:muito] difícil... vivendo ... era uma prostituta né ... vivendo assim ... por noite ... saía com um ... saía com outro ... e assim que ela sobrevivia ... e então ... nessa noite ela ... se arrumou toda ... e foi pra rua ... né ... pra ver se arranjava alguns clientes ... então na rua que ela estava ... esse rapaz passou ... esse que eu disse a você ... que tava ...era [a:muito] ricoe vinha sem motorista ... tinha ... teve que pegar o carro e ( ) assim ... aí ... quando ela che/ quando ele passou na ... na avenida que ela estava rodando bolsinha ... aí ele parou pra perguntar ... pra perguntar sobre ... uma rua ... era um hotel que ele ia ficar ... porque ele não conhecia nada por lá ... então ela disse ... aí ela disse assim ... “eu posso levar você lá” ... então ... aí então ela ... levou ele até o hotel ... aí quando ela entrou no carro ...achou o carro [a:muito] bonito... né ... uma coisa super interessante ... aí ... ele dirigindo assim ... quase num saía do lugar e ela ... acostumada a dirigir né ... pediu pra levar até lá ... pediu pra dirigir ... então quando ela pegou o carro do jeito que ele queria ... super veloz ... minha filha ... botou ... pé na tábua ... aí levou ele até o hotel ... aí chegando lá ... é:: como ela era prostituta ...ela vestia umas roupas [a:muito] extravagantes... escandalosas assim ... curtas ... mini- blusa ... aquelas calça bem coladas ... sabe? aí o hotel era super chique ...todo mundo [a:muito] bem vestido né ... [a:muito] bem trajado... aí ...e ele também de paletó [a:todo] bonito né ... [a:todo] bem trajado... então ele tirou o casaco dele e colocou nela pra pelo menos disfarçar um pouco ... a extravagância ... aí ... aí ele ... eles entraram no hotel ... subiram pelo elevador ... o elevador ... o elevador super chique ... sabe? o sofá dentro e tudo ... e ela ficou as/ assim ... né ... fora de ambiente porque tudo super chique ea vida que ela levava ... vivia ... tudo [a:muito] simples...[a:pronto] ... ela [a:só] olhando assim pros outro... pra roupa dos outro ... o jeito ... né ... o hotel ... parecia uma ... uma doida ... uma barata tonta ... aí chegando lá ... no apartamento ... no:: apar/ apart hotel ... né ... dele ...aí tudo [a:muito] chique e tudo... e ele começou a gostar dela ... aí pediu ...porque ela foi [a:só] deixar ele né ... no hotel ... mas aí ele insistiu [a:muito] pra ficar... esses dias com ele ... aí ela disse que cobrava tanto ... se eu num me engano é assim ... que ela cobrava ou então ... depois que ele deu o dinheiro a ela ... mas parece que ela ... cobrou ... ele pediu pra ela passar uns dias ... parece que era três dias ou quatro dias ... aí ela disse ... aí disse ... “por quanto você fica?” aí ela disse ... “tanto” ... parece que ele deu mais do que ela pediu ... aí eu sei que passaram uns dias ... tudo bem ... aí quando ela tava tomando banho de espuma ... já tava bem habituada né? bem íntima dele ... aí já tava na banheira de espuma ... e tudo tomando um belo de um banho ... aí ele chegou e disse ...[v:propôs] [p:de] [a:novo] pra ela ficar... [a:mesmo] os três diase disse ... aí ela repetiu ... “eu fico por tanto” ... aí ele disse ...“eu dou tanto”... ela ... [a:muito] mais do que ela pediu... ela chega caiu assim na espuma sabe? aí ficou super contente ... aí ele começou a ... tomar amizade né? conforme a convivência ... com ela ... aí ... eles ficaram ... foi pra uma loja comprar roupas ... agora eu tô me lembrando ...ela tinha as roupas [a:muito] extravagante e tudo... ela foi na casa dela buscar as roupas ... pra ... vestir lá no ambiente que ela tava ... no caso ... um apartamento ... um apartamento ... o hotel de luxo ... então ele viu as roupa dela tudo escandalosa né? ela usava uma peruca ... ela era ruiva ... o cabelo em camada ... ela usava peruca loira ... e ele ... quando ele viu ela sem peruca ele achou ela linda ...porque aquela peruca era [a:muito] artificial... quando ele viu ela sem peruca ele se apaixonou ... aí ela disse que ia buscar as roupa dela em casa e tudo ... aí foi buscar ... quando chegou que ... nos dias né? do cotidiano vestindo ...aí ele viu e disse que num [v:dava] [a:certo] aquelas roupa... aí deu um dinheiro sabe?pra ela ir nessa loja ... [a:inclusive] nessa loja que ela foi comprar as roupas chiques...ela chegou [a:toda] mal trajada ... que ela num tinha roupa né?aí ela começou a olhar ... e as vendedora tudo de olho pensando que ela ia roubar ...e ela [a:só] escolhendo... parece que foi assim ... ou então ela olhou ... olhou ... e não comprou nessa loja ... foi noutra e passou na frente delas ... na frente das vendedora ...
    E: porque achavam que ela não tinha dinheiro ...
    I: não tinha dinheiro né? então ela olhou ... olhou ... e num achou nada bonito parece ... se eu num me engano ... foi assim ... então ela foi numa loja vizinha ... comprou tudo e mandou embalar e passou de frente das vendedoras ... parece que foi assim ... aí ... elas ficaram olhando sabe? mas ... cada roupa linda ... ficou uma princesa sabe? princesa ... quando ele avistou ela ... todo dia era uma roupa mais bonita que a outra ... e ela tinha que ir ... pros lugares com ele né? é:: acompanhá-lo em todos os ambientes ... aí ... ele foi convidado pra ir pra um jantar ... e um parece que era um sócio dele ... do ... do setor que ele trabalhava ... que ele era dono né? aí tinha um sócio ... aí ele levou ela pra ir ... chegando lá ele pediu um prato ... que ela foi enfiar o garfo e o negócio voou ... que num era pra comer com garfo ... era coisa assim tão simples de comer ... ela enfiou o garfo e parece que foi assim ... ela enfiou o garfo e o negócio voou ... tão engraçado a situação sabe? e ele no final achou foi engraçado ... porque ... parece que o homem num fez o negócio que ele queria ... foi um negócio ... depois ela tomou uma ... pediu uma taça de sorvete e veio ... acho que ela fez outra bagunça ... parece que foi assim ...
    E: é como se o cara tivesse descontado em cima do ...
    I: é ... aí ele achou foi bom porque ... ela fez isso ... aí ...eu sei que ela [a:só] vivia em festas com ele né?festa de alto nível ... aí eu sei que um dia ele tava super triste ... super triste ... assim ... num hotel ... aí tinha um ... num sei se era refeitório ... ou era um salão de festa ... aquele lugar ... ou um salão de festa não sei ... eu sei que era ... um ... um local lá do hotel que ele tava super triste ... tocando piano ... aí ela chegou ... e começou a beijá-lo sabe? aí eu sei que ficaram o maior amor lá ... deixe eu ver mais se eu lembro de mais alguma coisa ... sim ... em seguida ... como eu disse a você que eles iam pra várias festas ... foram pra um ... pra uma festa assim ... diurna ... durante o dia ... é:: [a:inclusive] essa festa era de um amigo dele ... [a:muito] amigo [a:mesmo] ... mas um pouco safadinho ...era casado e tudo ... e achou ela [a:muito] bonitaquando chegou com ele né?ela ... [a:realmente] era [a:muito] bonita... aí ... ele perguntou quem era ela ... num sei o quê ... aí ele disse ... como ele confiava muito nesse amigo ... disse que ela era ... uma prostituta ... ela era uma prostituta ... mas que tava gostando dela ... considerando ... tava gostando muito dela ... cada vez mais ... aí eu sei que esse cara ... escutou né? ele e tudo ... quando foi no ... dia seguinte ele apareceu lá no hotel ... no apartamento que eles estavam ... e:: querendo seduzir sabe? a ... a moça ... mas ela não aceitou sabe? ele querendo abraçar ela ... beijar ela ... mas ela empurrava e tudo ...então ele ... ficou [a:muito] chateado com a reação delaporque por ela ser prostituta ele ia pensar que ela ia ... aceitar ... né? que num tava gostando dele ...tava querendo [a:só] a grana dele...o amigo dele pensava que ela tava [a:só] com ele por causa da grana... que não gostava ... que qualquer homem que se aproximasse ... quisesse alguma coisa com ela ... ela ia ceder ... mas aí ele se enganou ... aí ele ficou revoltado ... aí foi falar né? pro ... pro dito cujo ... aí ... ele pegou e acreditou no amigo ... era um amigo de vários anos de amizade ...num ia ... [a:realmente] ele num ia ... é:: duvidar ... né?porque se eu sou sua amiga ... você ... há muitos anos ... você diz uma coisa pra mim ... você acha que eu vou duvidar? eu vou acreditar mais em você do que numa pessoa que eu conheço há pouco tempo ... eu sei que ele acreditou ... quando chegou lá ... no ... no hotel ... começou a perguntar coisas pra ela ... ela disse que não era ... que era mentira que tinha rejeitado ... mas ele não acreditou ... aí ela se sentiu assim ... é:: humilhada ... porque ... acreditar mais no amigo do que nela que tava vivendo com ele ... né? aí entãoela começou a arrumar as coisas dela ... [a:só] as roupas que ela tinha ... trago sabe? [a:só] aquelas mesmo ... michuruca [a:mesmo] ...num levou nada de luxo ... [a:só] levou as ... as roupas que ela vinha [a:mesmo] ... pegou ... [NULL SUBJECT] [v:botou] tudo na mala ... bem [a:direitinho] ... e foi pra casa... pra velha casa ...e tava satisfeita já que num [v:tinha dado] [a:certo] ... tinha que né? levantar a cabeça e seguir em frente ...num [v:deu] [a:certo] ... e nisso ele ficou naquela solidão ... porque ele já tava se apegando a ela ... tava gostando muito dela ...aí ficou [a:muito] triste... logo foi atrás dela sabe? não aguentou ... eu acho que passou uns dias ... aí ficou ... já a ponto de ... não aguentar mais ... a única coisa que ele queria era procurar ... aí foi na casa dela ... mas o engraçado ... o estilo que ele foi né? porque durante o tempo que eles estavam juntos ...ela era [a:muito] sonhadora... aí dizia pra ele que queria ... que um príncipe ... um príncipe encantado ... viesse buscar ela num cavalo branco e com uma espada ... então ... quando ele tava sozinho com ela ... lembrando das coisas que ele tinha passado ... aí lembrou dessa parte ... aí pegou e ... disse ... pensou ... “eu acho que eu vou atrás dela é desse estilo” ... porque ia se realizar um ... um sonho ... uma fantasia que ela tinha ... aí eu sei que ... ele foi ... foi ... ele foi num cavalo ... imagine ... em Nova Iorque ... num cavalo branco ... uma espada ... todo no estilo de príncipe ... e ... um motorista dele ... nesse tempo ele ... num era ... num era um motorista dele não ... era do hotel ... porque ele ficou sem motorista como eu disse a você no começo do filme né? [s:ele] tinha que [v:dirigir] [a:sozinho] ... aí foi acompanhando ... aí quando chegou lá ...na casa dela que era ... um apartamento bem ... michuruca [a:mesmo] sabe?bem ... ruim ... aí ela ... ele mandou o motorista buzinar pra ela ver ... pra ela escutar né? quando ela escutou ... acho que ela conheceu o ... a buzina ... aí saiu na janela ... quando ouviu ...quando ela saiu avistou ele ... no cavalo ... [a:todo] de branco com a espada... aí ela desceu com tudo ... pela ... entrada de serviço ou saída ... que era ...o elevador assim todo ... [a:só] as ferrugem [a:mesmo] ...aí ela saiu ... [a:toda] alegre ... porque tinha realizado aquela fantasia... e não acreditou que era ele quando ela viu ...
    E: ela pensou que fosse um príncipe de verdade?
    I: [a:claro] ... e nossa ...e ficou ... aí num acreditou ... porque era uma coisa impossível ...era [a:só] uma fantasia... ela pensava que num ia ter condições nunca de ser realizada ...quando ela viu ... começou a rir ... aí [NULL SUBJECT] [v:desceu] bem [a:rápido] ... e começaram a se beijar... e ele dizendo que tava com muita saudade dela ... aí terminou o filme ... sabe? desse jeito ...

  • I: é:: eu vou dizer minha opinião sobre a pena de morte ... na minha opinião a pena de morte deveria ser adotada aqui no Brasil ... porque há muitos crimes bárbaros ... né? como houve com ... a Daniela Perez ... Mirian ... a garotinha .. eu fiquei super ... horrorizada ... e com pena de morte ... antes de:: qualquer pessoa ... cometer algum crime ... de assassinato ... ele ... pelo menos eles pensariam ... “não ... eu vou pagar por isso com a minha vida” ... e sem pena de morte não ... eles levam uns anos de cadeia ... têm bons advogados ... você sabe que ... até pra criminosos ... os advogados ... né? tem bons advogados ... de repente sai da cadeia ... mata do mesmo jeito ... como o crime de Daniela Perez foi muito ... cho/ chocou todo mundo ... né?
    E: hum hum ...
    I: e têm pessoas que é contra ... contra ... contra esse ... essa pena ... de morte aqui no Brasil ... também tem o seu lado negativo ... que [a:só] quem poderia pagar ... se ... se fosse adotado [a:mesmo] a pena de morte... também é::seria possível assim [a:só] quem fosse pagar os pobres... quem não tivesse condições de botar um advogado ... de provar que não ... tinha sido a pessoa que tinha assassinado ... mas também a gente tem que ver ... que:: pelo menos era uma solução ... pra diminuir o crime ... os crimes bárbaros ... pessoas sequestram ... de repente você ... a família fica ainda com a esperança que ... a pessoa esteja viva ... né? e eles ficam embromando ... embromando ... depois tá morto ... e os pedaço cada um de um lado ...isso é um crime [a:muito] bárbaro... e vai continuar ... você vai ver ... vai continuar cada vez mais esses crimes ...
    E: tem quem diga ... que ... há países ... né? que a pena de morte é adotada ... e nem por isso ... os crimes diminuiram ... você acha que aqui no Brasil iria diminuir?
    I: eu creio que sim ... como eu falei pra você a pouco ... pelo menos eles iriam pensar mais ... ficar na cadeia ...né? tá certo que na cadeia assim ... num tem tanto privilégio assim ... né?sofre muito ... mas pelo menos tá com a vida lá feita ... tá lá ... né? [v:comendo] ... [v:dormindo] ... [a:mesmo] [a:ruim] ... mas tá ... né?
    E: planejando como é que vai sair ... né?
    I: planejando como às vezes escapa da cadeia ... como eu ouvi na revista que ... parece que Paula ... a assassina de Daniela Perez ... o advogado tava querendo que ela saísse da cadeia porque ele tá grávida ... num tem nada a ver ... matou ... mate ... tem que morrer os dois ... filho e mãe ... pra mim é assim ... sabe? matou tem que pagar do mesmo jeito ... morrendo ... pra saber como é que ...
    E: como a pessoa se sentiu ...
    I: [a:exatamente] ... tem que ser assim... sabe? bateu ... levou ... eu acho que se o Brasil adotasse essa lei ... essa pena de morte ...a ... criminalidade ia diminuir bastante ... sabe? bastante [a:mesmo] ...porque não tem cabimento ... se não tomarem uma providência ... já ... cada vez vai aumentar ...
    E: e:: quem ... você diria com ... quem é digno da pena de morte? seria qualquer crime? como é que::
    I:qualquer crime ... sendo assassinato ... [a:principalmente] assassinato ... seqüestro também... porque seqüestro você vê ... né? todo ... [a:dificilmente] passa assim um intervalo ... assim de um mês ... dois mês sem ... ter seqüestrado uma pessoa... todo ...é [a:muito] difícil ter assim dois meses ... três meses de intervalo que num seja uma pessoa seqüestrada... [a:constantemente] tá sendo seqüestrado pessoas... e eles num querem saber não ... apanham ... né? essas pessoas ... ficam em ... em lugares super ... super desconfortáveis ... apanhando ... e até matam ... num quer nem saber ... então seqüestro também ... era pra ser pena de morte ...
    E: um exemplo de quem foi seqüestrado que você mataria?
    I:uma pessoa que foi seqüestrada ... [a:pronto] essa Mirian ... essa menininha de cinco anos... me chocou bastante ... sabe? porque os pais pensavam que ela ainda tava viva ... ia vender tudo ... né? tavam vendendo todas as suas ... os seus bens pra ... resgatar a menina ... e a menina morta ... e o crime foi bárbaro ... porque ainda mataram e separaram as partes da menina e enterraram em lugares diferentes ...
    E: queimaram ...
    I: e ... parece ... disseram que ... queimaram? disseram que ... enterraram num ... cada parte num lugar ...
    E: num sei ... eu ouvi dizer que queimaram ...
    I: é porque nessas ... quando tem assim um seqüestro cada um diz uma coisa ... né? mas aí ... eu fiquei horrorizada com aquele crime ... sabe? o pai da menina ...
    E: da menina ...
    I: o pai da menina ... disse que acha que um dos seqüestradores ... um não ... foi o homem ... aquele ... porque parece que era um homem e duas mulheres ou era um casal ... num me lembro bem ... que seqüestraram a garota ... que ele estrupou ... a garota ... a menina ... parece que ela tem cinco anos ... né?
    E: é ...
    I: estrupou e depois de estrupar ... matou e enterrou ...isso é um crime [a:muito] ... irracional ... sabe?eu acho que a pessoa ... porque a pessoa que faz uma coisa dessa ... é irracional ... não tem ... não tem sensibilidade ... é uma pessoa ... um monstro ... a mesma coisa foi com Daniela Perez ... quando eu cheguei em casa ... eu tinha ido buscar um exame da minha mãe ... quando eu cheguei que minha mãe me disse eu não acreditei ... que ela tinha morrido ... sabe? porque eu achava impossível uma coisa daquela ... uma pessoa tão cheia de vida ... né? de repente morrer ... por uma falta de ... de raciocínio daquele homem ... um amigo de trabalho fazer uma coisa dessa ... ninguém sabe o que tava rolando entre eles ... né? mas eu acho que a mulher foi a mais culpada ... e ele tá protegendo ... tá encobertando tudo pra não descobrir que ela que foi a ... a autora do crime ...
    E: e pra ele você ... você mataria também ... né?
    I: já tava morto ((riso)) ... já tava morto há muito tempo ... porque foi um crime bárbaro ... você viu como é que foi né?
    E: mas você num acha ... assim ... que a pena de morte também é uma forma ... um crime? você tá tirando a vida de outra pessoa ... né? mas que que você acha disso? tem muita gente que fala ... né ... “ah você tá brigando pela vida de uma pessoa ... mas tá matando outra ...”
    I: não ... mas isso num ... eu num pensaria dessa forma ... matou tem que morrer ... num é que ... eu sei que você tá querendo dizer ... que não vai trazer a pessoa de volta matando o assassino ... mas pelo menos é uma forma de justiça ... né? é uma forma de ... de você reparar o erro ... pelo menos é a minha opinião ... todo mundo tem uma opinião ... porque são cabeças diferentes ... né? mas eu penso assim ... tem que morrer daquelas injeções que a pessoa ... que aplicam ... né ... na pessoa ... que a pessoa morre devagarinho ... tem que ser daquele jeito ...
    E: eu acho que a injeção é menos mal ... viu?
    I: não ... mas pelo menos vai morrendo aos poucos ... é o que ... o melhor é esse ... é morrendo aos poucos ((riso)) ... é ... tem que ser assim ... ele matou num foi aos poucos ... né?porque matam ... uma violência [a:mesmo] ... mas ele tem que morreraos poucos ... pra sentir ... sabe?
    E: se no Brasil é:: a justiça ... né ... fo/ fosse menos falha ...se [a:realmente] a pessoa fosse condenada a trinta ... quarenta anos de cadeia... nem sei se tem quarenta anos ... mas se cumprisse os trinta ali ... você acha que seria ... seria ... a ...
    I: válido?
    E: é ... seria válido mais do que a pena de morte ... porque hoje é assim ... ele pega trinta anos ... trinta anos ... mas porque é primário ... por isso ... por aquilo ... com bom comportamento finda até trin/ três anos ...
    I: três anos e vai diminuindo ...
    E: vai diminuindo ... você acha que se no Brasil isso não existisse ...se [a:realmente] ... a justiça não fosse falha ... você ainda seria dessa opinião ... de ter a pena de morte?
    I: seria ...
    E: não tem perdão?
    I: não tem perdão ... sabe? é::é [a:muito] relativo ... sabe?tem pessoas que dizem que não ... que não é a favor ...porque [a:realmente] têm pessoas que qualquer coisinha que fizesse ia pagar com a pena de morte... mas ia pensar antes de fazer ... não é? não importa o que fez ... sabe? fez algum crime ... sabe que a pena de morte taí ... vai ser julgado com pena de morte ... então pense antes de fazer ... porque depois que tiver feito ...minha filha ... é morte na certa ... e por isso [a:mesmo] que eu acho que ia [v:dar] [a:certo] ... sabe?porque as pessoas iam pensar mais ...num era [a:só] matar ... “não ... eu vou ficar um pouco na cadeia ...”tem gente que cadeia ... minha filha ... é uma ... é como se fosse um lar ... ((risos)) num é não? esses ... esses acostumado assim ... criminosos ... adoram ir pra cadeia ... minha filha ... é o lar deles ... sabe ... quando sai da cadeia ... querem voltar ... porque lá eles têm comida ... né? tem dormida ... mal ou bem mas tá lá ... então ... e morte não ... tem que morrer ... tem que morrer ... tem que ser assim ...eu sei qui isso é [a:muito] radical... mas tem que ser assim ... o brasileiro ... o brasileiro ... tem que ser levado assim ... sabe? na rédea ... sabe? porque se num for ...eles são [a:muito] folgosos... eu sou brasileira e sei ... eu acho que todo brasileiro é assim ... você mesmo pense bem ... você tem assim uma ... uma possibilidade de ... num sei você ... mas tem muitas pessoas que ... que são assim ... de ter uma pessoa pra pagar tudo ... de fazer tudo ... você num vai achar bom?é [a:muito] difícil uma pessoa ser assim... é:: responsável ... que num quer nada de ninguém ... “não ... quero negócio do meu trabalho”... então ... brasileiro é assim ... quando tem uma folguinha ... minha filha ... quando tem uma ... uma brechinha pra ... levar vantagem ... não são ... num são todos ... mas tem uns ... minha filha ... que é em excesso ... ((riso))
    E: voltando ao assunto da pena de morte ...
    I: é ... porque às vezes eu escapo um pouquinho ...
    E: até pra menor ... porque tem muita cri/ muitos adolescentes aí que ...
    I: que aproveita ... né ? as circustâncias ... porque é menor ... que num vai pagar ... até o menor tá no meio ... isso ia ser difícil ... porque é menor ... faz ... vai pra FEBEM ... né? esses negócios ... um órgão competente ...passa uns dias ... depois [v:foge] [p:de] [a:novo] e vai fazer a mesma coisa... porque foge ... num tem pra onde sair ... tinha que morrer também ... matou ... morre ... do mesmo jeito ...
    E: no estatuto da criança e do adolescente ... passa muito a mão na cabeça deles ... né?
    I: [a:exatamente] ...
    E: que você acha disso?
    I:super errado ... [a:só] porque é de menor ... num tem nada a ver... quando foi pra praticar ... quando foi pra praticar num teve nada disso não ... são menores ... mas têm a mesma capacidade de um adulto ... num fez? tem que pagar ... num tem isso de menor não ... né? esse que é o erro ... porque é menor ... não vai pra cadeia ... vai pra FEBEM ... porque é criança ... num sabe o que tá fazendo ... sabe sim ... criança que num sabe o que tá fazendo é três ... quatro anos ... cinco ... dez ... catorze ... dezesseis ... dezoito ... sabe o que tá fazendo ... num é nenhum ... um idiota não ... sabe o que é certo e o que é errado ... [a:principalmente] essas pessoas ... essas crianças de rua ... sabe mais do que ... sabe o que é certo e o que é errado... eles fazem porque quer ... esse negócio de ... de cheirar cola ... essas coisas ... eles fazem porque gostam ... vício ... num é porque é pra ... pra disfarçar a fome não ... porque têm muitos menores que ... pra num fazer isso ... pega qualquer serviço pra pegar um prato de comida ... né? pra ganhar um prato de comida ... e outros não ... preferem roubar ... então sabem o que tá fazendo ... não querem trabalhar ... não querem engraxar um sapato ... num querem fazer nada ...
    E: eles acham que ...
    I: querem roubar ... acham mais fácil roubar ... e quando é na hora de pagar ... que é ... ir pra cadeia ... essas coisas ... pelo menos passar uns dois ... três dias ... um mês ... mas pelo menos aprender que vai pra cadeia ... mas não ...
    E: mas pra roubo você né a favor da ... da ... da pena de morte não?
    I:não ... da pena de morte não ... [a:só] assassino... assassinato eu sou ... porque isso é um crime que não ... que eu não me conformo ... sabe? a pessoa tirar a vida de outra assim ... sem pensar ... né? sem pensar ... porque ... eu acho que um assassino ele tem descendentes ... tem filho ... tem tudo ... né? então ele tem que pensar nisso ... que pode acontecer com ... um dos ... dos parentes dele ...
    E: mas e se a pessoa matou pra:: pra se defender ... de alguma coisa?
    I: mas num tem isso não ... não ... matar pra defender ... aí já vão julgar essa ...porque foi pra defender ... né? mas [a:mesmo] assim ... num precisava matar... então se matar pra defender vai morrer os dois ... porque um ... por exemplo assim ... matar pra defender ... deixe eu dar um exemplo ... e se morrer os dois na hora ... um matar ... o outro mata também ((riso)) ... os dois se matarem ... aí num tem mais nada que julgar ... né? mas pra defender ... eu acho que eu abriria uma ... uma ... uma exceção ... né ... porque a pessoa morreu pra defender a própria vida ...
    E: é ...
    I:é um assunto [a:muito] ... E: delicado ... I: delicado ...né?
    E: porque você às/às vezes ... a pessoa mata e diz que foi por:: defesa ... aí investigam ... investigam ...e chegam à conclusão que [a:realmente] foi ... mas não foi... aí a pessoa culpada não é morta pela pena de morte ...
    I: é ...
    E:vai que uma pessoa [a:realmente] ... foi:: foi por defesa ... né?aí investigam ... investigam ... e dizem que não foi ... e matam o inocente ...
    I: [a:exatamente] ...
    E: esse é o caso que eu falei pra você ... do pobre e do rico ... porque um rico tem condições de subornar ... né? ele ... o rico num tem dificuldade não ...eles fazem tudo que ... que provem que [a:realmente] ele não foi culpado... mas um pobre não tem condições ... né? um pobre não tem ... não tem condições financeiras de ... fazer com que tudo prove ... a favor dele ... aí então por isso ... quem ia sair perdendo com essa pena de morte era os pobres ... porque os ricos nunca pagam pelo que faz ... porque eles têm ó (( a informante faz sinal de grana)) grana ... pra comprar quem quiser ... e tem muitos ...muitas pessoas que são compradas assim ... no ato ... por dinheiro fazem qualquer coisa ...e no país que a gente vive ... né ... que a situação financeira é [a:muito] difícil... claro que eles num vão enjeitar uma graninha a mais ... num é?
    E: a justiça é corrupta?
    I: é ... demais até ... minha filha ... [s:dinheiro] [v:fala] mais [a:alto] em todos os campos...todos os setores dessa vida [s:o dinheiro] [v:fala] mais [a:alto] ... você tendo dinheiro ... você ... faz o que quiser ... você bagunça ... você num vê esses filhos de papai? bagunça ... batem em ... em autoridade ... num sei o quê ... e no fim ... num fica tudo bem entendido? vá um pobre fazer isso ... vai pra cadeia ... vai passar uns tantos anos ... num sei o quê ... é assim ...é uma situação [a:muito] difícil ... sabe?mas a pena de morte é um assunto:: [a:muito] polêmico... porque tem muitas ... tem muitos lados ... é porque eu sou radical nesses par/ nessas partes sabe? quando eu vejo uma pessoa sendo assassinada ... como eu vi esses dois casos que me impressionaram... [a:pronto] ... eu já fico assim ... [a:radicalmente] ... sabe? horrorizada... e digo logo ... tem que morrer ... e num quero nem saber ... aí não penso nos outros lados ... né? que pode ser assim ... que pode acontecer dessa forma ... dessa outra ...não penso ... [a:só] penso que tem que morrer...
    E: [a:pronto] ... é a emoção... você chegou num ponto crucial ... a emoção ... a emoção faz coisa que se ... você de cabeça feita ... você num vai ... né? será ... até:: uma ... um crime que abalou assim ... o país todo ... que foi o caso de Daniela Perez e o dessa menina ... o bra/ o brasileiro ficou mais ...
    I: emocionado ...
    E: emocionado ... e ficou mais a favor da pena de morte ... naquela época ... você acha que se depois que isso ... apare/ isso passar ... tá passando ... mais assim né?
    I: depois que a areia assenta ... e já faz já uns três ou quatro meses ... que Daniela Perez faleceu ... que Deus o tenha ... aí o pessoal tá mais calmo ... né ... já pensa com mais raciocínio ... e não com tanta emoção ... mas eu também não tomei conhecimento ... assim ... não sei o que que o povo tá pensando ... no começo falava muito em pena de morte ... né? que o Brasil ... ia adotar ... num sei o quê ... tava pensando ... hoje em dia ... quer dizer ... já ... esses assunto já sumiu ... um pouco ... num sei se eu tô desatualizada ((riso)) ... mas sumiu um pouco ... num foi? já pararam um pouco de falar ... mas antes ...
    E: talvez depois do plebiscito volte ...
    I: também isso ... né?tem agora esse assunto do plebiscito ... aí [a:pronto] ... já é outro assunto pra ... pra ocupar a cabeça do brasileiro... né?
    E: tem ... é:: os deputados ... né? o congresso ... querem deixar que o povo decida ... se tem a pena de morte ou não ... vai ser como um plebiscito ... decidir ... parlamentarismo ... presidencialismo ou monarquia ... aí vai ser ... pena de morte ... sim ou não ... você acha ... que é que você acha a respeito dessa jogada de responsabilidade pra cima do povo brasileiro? porque é o povo que vai decidir ... qualquer:: qualquer fracasso ... tanto pro sim ... quanto pro não ... foi o povo que decidiu ...
    I:isso é uma responsabilidade [a:muito] grande ... sabe?e que vai refletir bastante ... né?
    E: vai ...
    I: porque depois que tiver tudo bonitinho ... já vigorando ... né ... aí as pessoas ficam arrependidas ... o mal é esse ... sabe? porque ... eu pelo menos eu assim ... se eu decidir uma coisa vou até o fim ... eu não digo que tá errado não ... ((risos))
    E: mas o que você acha?
    I: é:: eu votei sim ... então vai ser sim ... pronto e acabou-se ... eu num vou fazer nada ... agora ... isso também ... tem o seu lado negativo ... uma pessoa da sua família comete um crime ... aí já pesa ... mais um pouco ... você gosta daquela pessoa ... então você não vê com os mesmos olhos que eu tô vendo agora ... né? que é um estranho ... tem que morrer ... num sei o quê ... quando é uma pessoa da família ... próxima ... você gosta ... cometeu um crime ... mas às vezes tava no seu estado ... num tava no seu estado normal ... né ? tava bêbado ... porque ... a pessoa bêbada comete crimes assim ... num instante ...tá bêbado ... estranha outro ... [a:pronto] ... mete a faca... aí depois ... aí nesse caso você já ia pensar ... “pôxa ... eu votei sim ... e agora se fosse ... o momento de votar eu ia votar não ... porque ... fulano ... matou uma pessoa e vai ser ... crucificado por isso” ...
    E: a mesma forma é o pessoal que votou não ... morre uma pessoa da família ...
    I: aí ... exa/é uma coisa [a:muito] ... olhe ... é um assunto tão ... complexo... porque tem vários ... por isso que é ... a pessoa tem que pensar muito pra poder votar ... porque é uma decisão que não dá pra voltar atrás ...
    E: se isso tiver uma votação né ?
    I: [a:exatamente] ... mas vai ter... você vai ver ... do jeito que anda as coisas ... minha filha ...
    E: porque o governo tá jogando pra cima do povo a responsabilidade ...
    I: é ... mas é bom ... num ... num lado é bom que jogue pra cima do povo ... eu acho que tudo devia ser assim ... o povo decidir ...porque se [v:der] [a:errado] ... foi o povo que decidiu... como Collor ... né?não [v:deu] [a:certo] ... então foi o povo que quis assim ... agora ... minha filha ...é levantar a cabeça ... teve impeachment ... né? [a:pronto] ... vamos ver agora o que é que vai ser... mas tem que ser o povo ... eu acho que tudo deveria ser o povo ... sabe?
    E: se a pena de morte ... digamos que a pena de morte seja implantada ...aí se num [v:der] [a:certo] ... desimplanta?
    I: é ... ((risos))se num [v:der] [a:certo] ... aí a gente tem que lutar pra ... pra desimplantar ...
    E: isso aí pra mim já é bagunça ... aí vai ficar ...
    I: mais bagunçado ainda ... mas é ... isso é Brasil ... minha filha ... tudo pode acontecer ... já tá ... se num der ... olha ... a pessoa é:: bota um presidente ...num [v:dá] [a:certo] ... pode tirar ... é uma coisa assim ... é uma democracia ... isso é democracia ... né?num [v:dá] [a:certo] ... tira ... bota outro... é assim ... vai tentando ...até um dia [v:dar] [a:certo] ... é melhor do que você ficar ... sem ... sem chance de tirar ... né? ficar agüentando até aquele ... aquele regime acabar ... ou que seja bom ... ou que seja ruim ... você num pode fazer nada ... tá com a mão ... as mãos atadadas ... tem que ficar agüentando ... mas você vai ver ... ou mais cedo ou mais tarde a pena de morte vai ser adotada no Brasil ... porque esses crimes tão sendo ... bárbaros ... olhe ... crime no Brasil é o que você mais vê ... é pai matando mãe ... assim ... casal ... casais ... né? o esposo ... a esposa ... qualquer coisa ... mete a faca ... mata ... mete o machado no pescoço ... e rola tudo ... como é que pode? é o fim do mundo ... é o fim da era ... menina ... num tem como escapar não ...é o fim da era [a:mesmo] ...minha filha ... porque ... é homem virando mulher ... é mulher virando homem ... é uma história ... sabe? nunca vi ... é gente ... é parente matando parente ... num é? é uma coisa tão ... é filho estrupando ... é pai estrupando filha de cinco meses ... eu não cheguei a ler a reportagem sabe? eu não cheguei a ler a reportagem ... mas ... mas ... me contaram sabe? um pai estrupou a filha ... estrupou a filha ... com o dedo ... você acredita? na vagina da criança ... e matou ...
    E: esse deveria ...
    I: morrer ... da pior forma possível ... um pai ... fazer isso com a própria filha do próprio sangue ... isso é imoral ... tem ... tem filho que ... que quer fazer coisa com a mãe ... menina ... é uma coisa sabe? como é que pode?eu fico [a:só] imaginando assim... como é que pode uma mãe ... você foi gerado dentro da mãe e quer fazer ... coisa com a mãe? é uma situação assim ... que você não sabe o que pensar ...por isso [a:mesmo] ... por isso ... que eu digo... tá no fim do mundo ... a gente vai ter tanta coisa feia daqui pra frente ... e a gente tem que se pegar com Deus ... cada vez mais porque ... a gente vai sofrer muito daqui pra frente ... vai ter tanta coisa feia ... gente passando fome ... gente sem ter água pra beber como a gente tá vendo agora ... a seca no sertão ... ninguém tem nada pra comer ... come ... rato ... come xique-xique ... come ... a fome faz tudo ... come até gente ... daqui a pouco o pessoal vai comer o outro ... aí a pena de morte tá aí ... presente ...
    E: quer dizer que você acha que a ... a pena de morte é uma solução?
    I: em certos casos sim ...como eu disse ... [a:radicalmente] eu disse ... que eu sou a favor... porque na emoção você diz que é ...mas se você for pensar ... for raciocinar [a:realmente] ... ponto a ponto você fica em dúvida... em casos sim ... outros não ... aí fica no problema ...
    E: mas você num ... você acha que é uma solução ou que ia amenizar muita coisa?
    I: que ia amenizar muita coisa ...
    E: ela num ia acabar com tudo que tá acontecendo agora né? porque ...
    I:é assim ... [a:imediatamente] não ... mas pelo menos ia adiantar alguma coisa... pelo menos ia diminuir um pouquinho ... eu acho que ia ... sabe? mas também não ia ser uma solução ... porque senão não ia haver nenhum nem ... um índice de criminalidade ... mas ... mas que ia amenizar a situação ... que ia diminuir pelo menos um pouquinho assim ... ia ... mas nada é solução sabe? acho que nada é solução ... você num pode encarar assim ... “não ... vou adotar essa medida porque é a solução ...” nada é solução ... você vê que a gente adota um pre/ elege um presidente ... ele não é solução pros nossos problemas ... pelo contrário ... a gente pensa que vai ser ... mas aí dificulta mais as coisas ... o salário diminui ...as coisa aumenta ... [s:a inflação] sobe lá pra cima ... [a:pronto] ... [v:sobe] lá pra cima... olha que coisa ... vai subir pra onde? pra baixo? mas ... a ...é uma situação super difícil sabe? super difícil [a:mesmo] ... imagine a gente fica assim ... horrorizada com a situação ... imagine os familiares dessas pessoas que foram assassinada ... fica assim ... com as mãos atadas ... não sabe o que fazer ... como a mãe de Daniela Perez ... coitada ... e o marido ... que situação triste né? ela sofria pelos dois ... eu passei muito tempo impressionada ... quando eu via aquela novela ... é ... que aparecia as imagem dela ... né? ela tão ... cheia de vida ... eu ... num dava pra ... pra mim entender ... essa menina morreu ... num dava ...
    E: podia ser você né? ou eu ...
    I: podia ser qualquer uma de nós ... né? por isso que a gente tem que pegar muito com Deus ... porque a gente tá aqui conversando eu e você ... amanhã a gente num sabe ... se a gente vai tá aqui ... de repente acontece alguma coisa ... você ... planeja tanta coisa pro seu futuro né? diz assim ... “não ... eu vou fazer isso ... vou me formar ... vou ser isso ... vou ter aquilo ... vou ter isso ...” e às vezes dá tudo por água abaixo ... você morre e num se realiza tudo ...
    E: que mórbido ...
    I: é ... é uma coisa assim ... parece um castelo de areia num é não? você planeja ... faz um projeto da sua vida ... e você num consegue realizar nada ... morre antes do tempo ... e foi isso que eu imaginei ... quando a Daniela ... quando ela morreu ... quando ela morreu eu pensei ... tantos planos que ela deveria ter né? tantos planos que ela deveria ter né? Daniela Perez ... e a menininha ... a Mirian também ... tão jovem né? tanta coisa pra viver ... e ... morreu antes de realizar tudo isso ...

  • I: eu vou descrever ... o local onde eu trabalho ... né?Clínica Asclepíades Oliveira ... na frente ela é [a:toda] cinza ... com bordas vermelhae tem um nome na frente com as letras ... como é que se diz ... com as letras ...
    E: e como são é:: metais?
    I: quase metais ... é essa coisa que você pegou ... quase dessa cor ... mulher ...
    E: ah ... letras douradas ...
    I: é ... esqueci ... letras douradas ... Clínica Asclepíades Oliveira ...tem uma área [a:muito] grande... um portão vermelho ... na recepção ...o piso é [a:todo] ... cerâmica ... claro ... cerâmica begezinha... as paredes combinando ... o esto/ o estofado também bege ... dois estofados ... um maior e aquele menor ... um de dois lugares e outro de três ... o birô também bege ... com marrom ... e ... uma cadeira ... isso na recepção ... a cadeira onde eu me sento ... uma máquina ... uma mezinha pra apoiar a máquina ... né? um sonzinho ... que vai mais velho do que eu ... acho que tem uns sete anos ... desde que a clínica foi fundada ... tem hora que ele quer parar ... sabe? me dá uma raiva tão grande ... e também tem ... tem:: o consultório do médico ... lá dentro tem uma maca ... um birô ... uma cadeira ... onde se senta ... as paredes são beges também ... e:: tem uns quadro na parede ... esse negócio de diploma ... sabe? diploma dele ... do ... período que ele tava se formando ... cursos que ele fez ... deixe eu ver o que tem ... tem duas cadeiras ...quando os paciente chegarem né? sentar ... e:: na sala ... no consultório [a:só] tem isso [a:mesmo] ... tem um aparta/ tem um apartamento que tem duas camas ... mas ele num interna não sabe? lá ... [a:só] pra quando o paciente ... que ele faz pequenas cirurgias...
    E: é de quê? é:: clínica de quê?
    I: é cirurgia plástica ... mas ele faz vários ...num é [a:só] plástica ... né pro cor/ reconstrutiva e estética... aí ... às vezes muito paciente faz pequena cirurgia ... como extração de sinal ... de cisto ... sabe? aí às vezes querem ... ficar um pouco deitado ... né ... num quer ir embora antes ... da ( )mas internar [a:mesmo] a gente num interna não... aí tem duas camas ... tem uma mesinha que a gente coloca o telefone ... e tem:: dois banquinhos assim ... beges também ... e tem um centro cirúrgico ... lá dentro tem uma mesa cirúrgica ... e:: aquele aparelho pra você mostrar assim ... leitura ... num sei o nome dele ... desse aparelho ... aqueles aparelho que faz cirurgias ... sabe? e::tem o ar condicionado ... [a:inclusive] tem o ar condicionado no centro cirúrgico e no consultório... onde ele atende as consultas ... deixe-me ver mais ... tem um armário onde ele guarda os medicamentos ... de duas portas ... e é branco ... e tem ... vários aparelhos de cirurgia ... sabe? que eu não sei assim ... o nome ... assim descrever nome não... e tem o banheiro com:: sanitário ... um bidê ... box ... um chuveiro ... pia ... o piso é branco ... e os ... e as louças do banheiro são azuis ... e tem os azulejos com ... os detalhes nos desenhos ... e tem a cozinha também ... a cozinha bem grande ... e na cozinha tem ... uma estante ... onde a gente guarda os materiais assim ... folha ... papel ... e ... tem a geladeira ... tem uma mesinha também com os medicamentos ... tem uma mesa redonda ... com quatro cadeiras vermelhas ... tem uma maca que a gente coloca ... coloca lá também ... coloca lá também ... e:: deixe-me ver mais ... a pia bem grande ... embaixo tem um armário ... um armário pra colocar as coisas ... material de limpeza ... o que a gente quiser colocar ... e também tem um quin/ um quintal ... bem grande também ... um pouco ...um pedaço acimentado ... o resto ... areia [a:mesmo] ...etambém tem um quarto lá atrás ... que é vago ... [a:inclusive] moram umas pessoas atrás... que eram primo ... do médico ... aí pra vigiar também a clínica ...porque ali é [a:muito] esquisito ... o local... aí:: aí ... é::é até bom ele morar por lá [a:mesmo] ... o quarto é enorme ... ele coloca algumas coisas lá ... do pertence dele ... esse sobrinho ... esse primo do meu ... Dr. Asclepíades ... são dois quartos ... um ele mora ... que é o menorzinho ...
    E: o primo?
    I: é ... o primo dele ... que vigia a clínica ... mora ele ... a esposa e os dois filhos ... uma menina e um menino ... aí ... nesse quarto menor ... ele moram nesse quarto menor porque não fica de frente ... o maior fica de frente ao portão ... então dá pra ver o movimento ... né? e entra e sai ... por isso que eles moram no mais ... escondido da ... da entrada ... da clínica ... mas ... o maior que era o ideal pra ele morarem ... podia até repartir ... assim ... cada um compartimento ... e lá é muito pe/ ah é um sacrifício ... num sei como aquele povo mora ali não ... né? porque ... quatro pessoas ... é ... é desse tamanho aqui ... o quarto que eles moram lá ...
    E: nossa ... e faz ... a cozinha ... tudo junto?
    I: num tem cozinha lá ... é a cama ... a cama ... a mesinha ... a televisão em cima ... um bocado de coisa ... eles se ajeitam ... eles ajeitam cada coisa incrível ...eu fico [a:só] imaginando ... como é que um pessoal pode morar num lugar desse... num tem conforto ... sabe? e ... o meu patrão minha filha ... é super chato ... super exigente ... já ... ainda é uma descrição ... né? vou descrever agora o meu patrão ... como é chato ...
    E:e [a:fisicamente] ... como é que ele é [a:primeiro] ?
    I: [a:fisicamente] ... ele é baixo ... bem baixinho ... meu namorado chama ele de ... meu ... meu noivo chama ele de que meu Deus ... tamborete de forró... nem pode dizer muito ... porque ele é quase da mesma altura dele ...mas é porque ele é [a:muito] chato ... sabe?gordo ... tão gordo minha filha ... que se você visse a bunda dele ... eu dou um ... olhe ... eu dou duas dele ... você acredita? dessa largura ele ... tem cinqüenta anos ...
    E: não ... ele é que dá dois de você né? ele é duas vezes você ... de novo ((risos))
    I:sim ... é [a:mesmo] ...mas é ... ave maria ... e chato sabe? [a:todo] exigente ... sim... cabelo preto ... bem pretinho ... tem cin/ tá completando ano hoje dia nove ... cinqüenta anos ... mas num tem um cabelo branco ... sabe? mas o rosto dele a gente já vê ... as rugas vão aparecendo ... baixinho ... gordinho ... enjoado ... chato ... sabe? porque ... reclama de tudo ó ... falando em dinheiro ... pra ele ... é o ponto fraco dele ... sabe? você quer machucar ele ... é você querer tirar dinheiro dele ...
    E: aí como é que você faz ... é:: descreva assim ... o ... o caminho que você faz ... da entrada da firma até o seu local de trabalho ...
    I: a entrada?
    E: é ... você passa ... como é que é?
    I:lá dentro [a:mesmo] ? da clínica?
    E: é ... descrever o ...
    I: é minha história que eu chego ... porque a recepção é o primeiro local que ... que a pessoa entra ...quando vai entrar na clínica ... [a:primeiro] a gente tem o portão ... o terraço mesmo da frente... aí depois vem o portão da área ... são dois portões ... um pequenininho na frente ... e ... aí a gente anda um pouquinho ... acho que uns ... anda um pouquinho ... aí depois entra na ... na área ... que é bem grande ... bem espaçosa sabe?aí tem uma porta ... branca assim ... de la/ lateral ... [a:pronto] ... chega na recepção é onde eu trabalho... eu sou ... recepcionista ... secretária ... faxineira ... tudo ... ((riso)) é ... porque minha filha ... lá eu faço tudo ...

  • I: ... aí vou aproveitar ... e fazer um relato do procedimento ... como é meu trabalho lá ... né ... o que é que eu faço ... o que é que eu faço lá dentro ... lá eu faço de tudo um pouco ... atendo telefone ... atendo telefone quando toca ... aí lá vai ... Clínica Asclepíades Oliveira boa tarde ... boa ... aí tem dia que eu ... sabe? troco ...porque às vezes eu tô ... eu tava [a:muito] de tarde... aí ia atender de manhã ... disse ... boa tarde ... já acostumada ... ainda bem que foi meu noivo que tinha ligado pra mim ... e ... também ... atendo telefone ... limpo a clínica ... porque até isso tem que fazer ... e não reconhece ... e ele não reconhece ... limpo a clínica ... é:: atendo os pacientes ... como assim ... convênios ... aí tem que preencher cada papel ... são doze convênios ... quer dizer ... cada convênio é um procedimento diferente ... tem que preencher ...os papéis ... com coisas [a:completamente] diferente... e depo/ quer dizer ... tava onde? atendia os pacientes ... que mais ... atender os pacientes ... marcar consulta ... sabe? marcar consulta ... e quando os pacientes chegam ... minha filha ... aí que o trabalho aumenta ... porque um quer água ... aí lá vai eu pegar água ... outro quer café ... lá vai eu fazer café ... uma pessoa só pra várias funções ... né?aí ele me chama ... “Rose” ... [a:pronto] ... aí eu fico doidinha...mas sei que são várias funções ... sabe mulher ... várias [a:mesmo] ...
    E: quando alguém liga pra:: marcar uma consulta ... quem .. qual é ... o que que você faz ... que que você faz ... tudo ... até essa pessoa ser consultada ... como é que ... qual é o seu trabalho nisso tudo?
    I: [a:primeiro] ... a pessoa liga ... né ... pra marcar consulta ... porque com antecedência ... quando [v:vem] [a:direto] ... é:: já é outro ... já é o segundo ... caso né? por telefone ... a gente marca no caderno ... na agenda ... pega o nome do paciente ... telefone pra contato ... porque pode haver algum imprevisto ... do médico ter ... o ... o plantão ... de repente uma cirurgia de urgência ... e não vim poder atender ... a gente liga pro paciente ... pra avisar ... pro paciente num dar viagem perdida ... então a gente marca ... coloca o nome do paciente ... telefone ... e:: espera o dia do paciente vim ... quando o paciente chega ...se for consulta particular ... [a:pronto] ... a gente diz o valor e eles dão o dinheiro... e a gente dá o recibo de que foi pago ... então o paciente é atendido ... se for por convênio ... então vou pedir a carteira do convênio ... e vou preencher a planília de consulta e pedir pro paciente assinar ... e depois ele é atendido ...
    E: e se num for por convênio?
    I: é ... particular ... dinheiro ... [a:atualmente] tá custando quinhentos mil a consulta...
    E: e eles têm alguma ficha ... alguma coisa ... como é que você preenche ... assim?
    I: não ...quando é particular você [a:só] dá o recibo... consulta quinhentos mil e pronto ... carimba ... coloca a data ... e aquilo serve como recibo ... quando você pagou a consulta ... pra você provar que pagou ... né? aí o paciente ... faz a ... a consulta ... se for pra fazer a cirurgia particular ... ele vai dá o orçamento ... pra assim ... ele divide em até duas vezes ...se for num valor [a:muito] alto... né? dá ... a entrada no ato da cirurgia ... e depois com trinta dias ... dá o resto ... e ... por convênio ... vou preparar solicitação ... pro convênio autorizar a cirurgia ... porque se ele não autorizar a gente não pode fazer ... [a:só] faz com autorização... porque autorizando a gente tá com crédito ... pra cobrar tudo ... a cirurgia ... a taxa de sala ... taxa de curativo ... curativo ... o que for necessário ... sabe? então é assim ... mas há vários casos de queimado ... sabe? queimado ... acidente assim ... sim ... continuando o caso da queimadura ... como eu tava lhe dizendo ... já quando é queimadura ... coisa urgente ... não pode ... né ... pedir autorização ... é logo atendido e depois é que a gente pede autorização no correr do tempo ... aí é uma insegurança ... né? porque de repente se o paciente ... se o convênio da pessoa ... não der direito a tratamento de queimado ... como o Bradesco Saúde ... ele ... ele é assim ... a pessoa tem o número ... do telefone pra gente ligar ... pra pedir a senha se aquela pessoa tem cobertura naquela cirurgia ... aí no caso de queimadura ... como é que a gente ... né? é uma ... uma ... inse/ uma coisa ... que não é segura ... porque de repente num pode dar ... o paci/o paciente num tem direito né ... vai ter que [v:pagar] [a:particular] e você quer fazer um tratamento... tudo ... aí isso é ... e também cortes assim ...como [a:recentemente] foi um ... um rapaz que machucou no serviço... ele trabalha na Petrobrás ... na máquina ... comeu ... o começo assim do dedo ... sabe? o começo do dedo ... a cabeça do dedo ... como dizem ... né? aí foi fazer o tratamento lá ... não foi bem um caso de urgência ... porque já tinham dado ...tomado os primeiros cuidados lá [a:mesmo] na Petrobrás... fizeram curativo e tudo ... e em seguida ele foi lá no doutor Asclepíades porque ia ficar com defeito ... sabe? ia ficar ... comido ... o começo ... tem muita gente que tem acidente de trabalho ... perde o dedo né? e lá não ... ele faz enxerto ...
    E: mas você nesses trabalhos todos ... assim ... você realiza alguma função de enfermeira?
    I: não ... nunca entrei lá no centro cirúrgico ... porque eu não poderia ... num tinha condições ... porque ... quando o doutor Asclepíades tá fazendo uma cirurgia eu tenho que tá lá na recepção ... porque tá chegando gente toda hora ....tem dias que che/ tem dez ... onze pacientes ... [a:pronto] ... ele tava fazendo uma cirurgia... toca telefone ... eu tenho que atender ... chega paciente eu tenho que atender ... fazer ficha ... aquelas coisas ... né? e tá ali ... pro que der e vier ... “quero água ... onde é o banheiro?”esses negócios ... né ... que acontece ... aí [a:pronto] ... aí tem o instrumentador... que o vigia que eu falei pra você ... que vigia a clínica ... ele também instrumenta as cirurgias ... aí como eu disse a você ... cirurgia pequenas ele faz na clínica ... mas quando é média ou maior ... ele faz em outros hospitais ... como mama ... abdôme ... sabe? aí ele já passa pro Papi ... Itorn ... e:: qual é o outro meu Deus? São Lucas ... o que o paciente desejar ... porque também tá a critério do paciente ... se ele gosta já do hospital ... já conhece o serviço ... claro que ele vai querer ... “não ... eu vou pro Papi” ... né? mas se não gosta ... aí já pede outro hospital .... aí vai nisso sabe?
    E: e você atende ... lá ... quantas pessoas por dia?
    I: tem dia ... que eu atendo onze ... no máximo ... até agora ... que eu tô trabalhando faz cinco meses ... à tarde ... que à tarde que tem esse movimento ... pela manhã ...é [a:só] pra marcar consulta... essas coisas ... sabe? limpar a clínica ...até agora foi onze ... doze ... e o menor [a:mesmo] é quatro... sabe? o menor número assim ... que atende por dia é quatro ... porque lá também é assim ... segunda ... quarta ... e sexta ... a gente atende os pacientes ... e terças e quintas a gente resolve a parte burocrática da clínica ... sabe? assim ... botar em dia os papéis ... de convênios que às vezes ele ... ele opera em outros hospitais ... por exemplo ... pela Petrobrás ... aí ele vai dizer pra mim o que que ele tá fazendo lá ... pra mim proceder na folha ... visita ... cirurgia ... curativo ... que dia foi ... como foi ... sabe ... essas coisas ... aí tem que botar em dia ... aí a gente pega terças e quintas pra fazer isso ... porque aí num dá ... a pessoa atender todos os dias ... aí atrasa o trabalho burocrático ... e coisas que tem que resolver ... assim no banco ... essas coisas ... entregar contas ... tudo sou eu que faço ... entregar contas em banco ... porque a gente tem convênio com Caixa Econômica ... o Banco do Brasil ... Petrobrás ... tantos convênios ... aí a gente tem que entregar ... eu entrego as contas ... pago conta em banco ... quer dizer ... office-boy também ... pago conta em banco ... entrego conta ... resolvo assim ... por exemplo ... uma entidade manda uma carta lá pra clínica ... dizendo que:: que tá abrindo credenciamento pra médicos ... aí eu vou ter que saber o que que precisa pra gente se credenciar ... pegar relação de documentos e resolver ... sabe ... até ... a gente ter o credenciamento ...é muita responsabilidade ... sabe? é muita [a:mesmo] ... porque num é todo mundo que agüenta esse rojão não ...porque se você faz [a:só] uma coisa...é [a:muito] bom... tem vários funcionário ... cada um tem sua função ... é bom demais ... mas você fazer tudo ... você tem que ter uma agenda ali ... bem certinha ... sabe? e num esquecer de nada ... porque se esquecer ... é carão na certa ... pra pagar ... pra pagar o patrão num quer nem saber ... tem que pagar o que ele quer ... mas na hora que quer as coisinha pronta ... num quer saber não ...minha filha ... é [a:muito] triste ... sabe ... você trabalhar ... minha filha ... pra patrão... é coisa ... todo dia você tem aborrecimento ... pra trabalhar pros outro ... agora você trabalhando pra você ... não ... no dia que você faz ... tudo bem ... no dia que você num faz ... ninguém vai ficar pegando no seu pé ...
    E: [a:só] tem você na clínica?
    I: tem eu ... pela tarde ... [a:atualmente] eu tô ficando os dois horários... mas a partir de terça-feira eu acredito que vai ficar ... uma à tarde ou ... pela manhã e eu à tarde ... e também tem o vigia ... são três pessoas ... três funcionários ... duas secretárias e um vigia ... mas o vigia também ... coitado ... faz os dois trabalhos ... dois não ...
    E: isso que eu ia dizer ... além de ser vigia ainda ...
    I: faz mais coisas ... olhe ... ele ... o que quebrar lá na clínica ele tem que consertar ... sabe? e também instrumenta cirurgia ... às vezes ele vai pagar coisa em banco ... quando eu não posso ir ... que tem muita coisa pra fazer ... ele é que vai ... entregar conta ... ele que vai também ... pode fazer isso ... porque às vezes eu tô ... tem muitos pacientes ... no dia que tem muitos pacientes ... eu não posso me ausentar ... da clínica ... porque de repente uma pessoa ... que tá marcada ... “olhe eu queria tirá uma dúvida” ... num sei o quê ...se [a:só] eu que posso dá... porque ... também tem esse ponto ... você liga pra uma clínica de cirurgia plástica ...e um homem atende ... fica [a:muito] anti-es/ assim ... fica ... num fica estético... né? porque uma voz de mulher é outra coisa ... como secretária ... e homem não ... né? é logo estranho ... aí vai ficar ... pra ele ficar lá e eu sair pra resolver ... num compensa ... aí eu fico e ele sai ... o coitado também sofre demais ... sete anos que ele trabalha lá ... sete nada ... sete faz uma sobrinha dele ... faz doze anos que trabalha com ele ...
    E: você tem quanto tempo?
    I: três ... doze anos ... mas ele ... minha filha ... ganha super mal ... sabe? e faz muita coisa ... trabalha muito ... e ganha super mal ...
    E: então resumindo ... você faz o que lá na ... na ... na ...
    I: tudo ... tudo que ... que der pra fazer eu faço ... de tudo eu faço um pouco ... né? [a:só] ... no momento que eu não posso fazer... porque já tem várias coisas pra fazer que ele vai ... José ... o nome dele ... do vigia ... mas tudo eu faço ... sabe? tem isso comigo não ... quer dizer ... eu num posso dizer assim ...eu sou [a:só] secretária ... eu sou tudo ... secretária ... faxineira... faxina eu faço lá ... você acredita? coisas que não era pra mim fazer ... porque ele podia [a:muito] bem pagar uma faxineira... mas eu faço faxina ... no decorrer da semana ... lavo banheiro ... lavo área ... passo pano ... sabe? espano ... faço tudo ... tudo ... tudo que você imaginar eu faço ... lá dentro ... num posso dizer assim ...eu sou [a:só] secretária ... sou tudo lá na clínica ... tudo [a:mesmo] ... pois é ... mas ninguém reconhece ... né?
    E: [a:só] isso?
    I: só ...
Parte oral
1993
  • A quinze dias atrás, eu e minha família fomos a Bom Jesus e nessa viagem, meu pai tomou umas e outras e ficou bêbado;e quando nós viamos p/ casa,meu pai cochilou na pista e nós ficamos [a:muito] preocupados com essa situação, mas graças a Deus nós chegamos bem em casa.Minha mãe esta grávida de 6 (seis) meses;e quando ela estava me esperando houve um acidente de automóvel em São Paula nas aproximidades do Rio Tiete.Quando minha mãe e meu pai da casa do primo da minha mãe, onde minha vó, mãe, da minha mãe, se encontrava.Estava chovendo muito e a pista estava escorregadia, quando o carro começou a dançar na pista e o motorista perdeu o controle e o carro foi para a direção do outro onde um casal de namorado estavam;dessa maneira ele impediu que o carro caisse no Rio Tiete.Todos ficaram feridos uns mais do que outros, mas graças a Deus acabou tudo bem.Quando minha estava grávida da minha irmã que agora tem 8 anos de idade, aconteceu outro acidente de automóvel em massaranduba, município de Ceará Mirim, e no outro mês minha mãe ganhou a minha irmã.Todos que vieram no carro se feriu;minha mãe, meu pai, eu, meu irmão e minha tia.Meu pai e [a:muito] teimoso, não escuta ninguém, por esta razão temos muito medo que isso se repita.Em alguns pontos eu tenho algumas características parecidas com meu pai, por exemplo, não gosto de ser mandada e nem de dar satisfação.Minha mãe as vezes pergunta muito sobre o que eu faço e o que eu deixo de fazer e [a:realmente] eu não gosto dessas coisas.Eu tive um namorado, meu vizinho, que minha mãe não queria, e por este motivo eu não conseguia de deixar de namorar este rapaz, fiz muita coisa que hoje eu não faria, mentia; apanhei por causa dele, mais não valeu a pena porque hoje nós estamos com outras pessoas;já estou noiva e amo o meu noivoele é uma pessoa [a:muito] legalmerece toda a minha atençãoe também e [a:muito] atencioso comigo.Eu tive uma crise de garganta [a:muito] grande, daquelas, que eu não podia engolir a saliva e nessa fase ele me deu muito apoio e eu pude retribuir quando ele teve catapora, sofreu muito e eu, fiquei ao seu lado até o fim;e ficarei até o resto da minha vida porque eu o amo.Foram triste estas fases; mais foi uma lição de vida.
  • Eu assisti um filme que o seu título era uma linda mulher.Este filme falava de uma prostituta que morava num lugar não [a:muito] confortávele em seu destinoencontrou-se com um rapaz com o meio de vida [a:completamente] diferente do dela.Ele se encontrou com ela na Rua rodando bolsinha, seu carro parou e ela se ofereceu p/ passar a noite com ele.Ele pediu que ela entrasse no carro e foram p/ o hotel.O interessante e que [s:ele] não sabia [v:dirigir] [a:direito] , porque estava sempre acompanhado de um motorista;e assim que ela entrou no carro começou a admirá-lo e pediu p/ levar o carro, e pé na tábua.Ao chegá-las no hotel o rapaz tirou o seu casaco e colocou-o nela, porque o seu traje não estava adequado p/o ambiente, que [a:só] existia pessoas bem vestidas.O rapaz tinha um amigo [a:muito] preconceituoso, mas ele tinha muita confiança, então ele contou que sua namorada era uma prostituta;então seu amigo começou a dá em cima dela, mais ela não aceitou, mas seu amigo contou-lhe uma estória mentirosa e assim ela voltou p/ sua casa, onde morava antes de conhecê-lo;e ele sentiu muito sua falta, então foi a sua procura, da forma como ela lhe contava em sua fantasia: montado em um cavalo branco c/ espada.Em seguida eu contei outro filme que eu gostei muito e que na primeira vez que eu assisti no cinema e que fiquei lá atrás, e estava sem os óculos, mas não queria admitir que não enxergava bem, e não entendi nada do filme.Então pedi que meu noivo alugasse esse filme que se chama Ghost,e então eu entendi [a:muito] bem.Eram um casal de namorados, no qual o rapaz morria logo após ao ir ao teatro ou cinema;eseu espirito permanecia na terra [a:junto] a sua namorada.Ele foi vítima de um assinado a mando de seu amigo de trabalho que estava interessado em um disquete que estava em seu poder.No final do filme seu amigo morre e os homens que mataram ele.E sua noiva consegui se [v:comunicar] [a:livremente] com eleatravés de um espirita e logo apósele se vai de uma forma [a:muito] bonita.
  • Eu vou descrever o meu local de trabalho;na frente ela é cinza com as bordas vermelhas e tem um quadro com as letras douradas, escrita: Clínica Asclepíades Oliveira cirurgia plástica, os portões são vermelhos,tem uma área [a:bastante] espaçosa [a:toda] bege [a:inclusive] o piso.A recepção tem dois estofados um com dois lugares e outro com três de cor bege, tem um biró, tem uma máquina de escrever e uma banca de apoiar a máquina, em seguida vem o consultório que tem uma maca, um biró, três cadeiras, quadros na paredes que são diplomas e curso do médico.Logo após vem o apartamento com duas camas, um telefone, uma mesa p/ colocar o telefone e dois banquinhos;depois vem o centro cirúrgico com uma mesa cirúrgica, aparelhos cirúrgicos, um armário, onde ele guarda os materiais cirurgicos,um ar condicional que [a:inclusive] no consultório também tem.No banheiro tem um sanitário, um bidê, uma pia, uma cortina no box, azuleijo e piso branco;vem a cozinha nela tem uma estante, onde guardamos as papeladas, uma mesa redonda, a geladeira, uma maca e uma pia;logo após vem o quintal e os dois quartos o que o vigia mora, e um que esta vago, o maior deles.
  • Vou relatar como é o meu trabalho na clínica;eu atendo telefone, marco consulta, vou a banco, entrego contas, atendo os pacientes,preencho os formulários dos pacientes, faço faxina e [a:diariamente] lavo banheiro a varanda, limpo os moveisfaço tudo, ou seja, de tudo um pouco.Em alguns momentos, o vigia da clínica, José, me auxília ou então faz alguma coisa no meu lugar nos momentos em que eu não posso me ausentar do meu trabalho, então ele vai em bancos e entregar contas médicas no meu lugar.Como secretária eu sigo os seguintes passos: Eu atendo o telefone marco a consulta, pego nome e telefone do paciente, porque se houver algum imprevisto do médico ter que realizar alguma cirurgia de urgência ou plantão no Walfredo, nos temos como entrar em contacto com paciente.Quando o paciente chega à clínica eu peço a carteira do associado p/ preencher os dados, quando é pelo convênio, então preencho tudo e em seguida o paciente entre no consultório se consulta;e quando o paciente vai realizar cirurgia eu preparo a solicitação e espero que o convênio autorize, p/ dr. Asclepíades poder autorizar.Quando o paciente e particular, ou seja, a consulta, o mesmo paga a consulta eu dou-lhe o recibo e, em seguida, o paciente se consulta, depois da consulta, se o paciente for realizar cirurgia, ele divide a mesma, em duas vezes, a entrada no ato da cirurgia e o resto c/ 30 dias.O médico também atende pacientes queimados e acidentados no trabalho, estes são cirurgias reparadores, e atendemos sem autorização prévia.
  • Na minha opinião a pena de morte deveria ser adotada no Brasil, porque esta havendo, nos últimos tempos,um índice [a:muito] grande de assassinato a sangue frio;por exemplo: A morte da atriz Daniela Perez e Míriam, uma criança de 5 anos de idade.No assassinato de Daniela, eu fiquei horrorizada quando fiquei sabendo, logo porque, o principal suspeito era o seu companheiro de trabalho que contracenava com ela, na novela de corpo e alma.No assassinato de Míriam,eu também fiquei [a:muito] chocada, porque o assassino confessou que matou a criança porque ela estava chorando demais, mas o seu pai acha que ele a estuprou e depois matou, dividiu as partes do corpo e enterrou em lugares diferentes. [a:Realmente] estes dois assassinato me fez ser a favor a pena de morte aqui no Brasil;pode ser que eu esteja sendo [a:muito] radical e não esteja analisando as circunstâncias em que pode se encontrar o assassino a sangue frio.No imediato do assassinato eu fui [a:radicalmente] a favor da pena de morte, e ainda sou, [a:só] assim estes assassinos iriam raciocinar, antes de matar, porque depois ele ñ iria pegar anos de cadeia, ele iria pagar o seu crime com sua própria vida.Tenho fé, que a pena de morte será adotada e elegida pelo o povo, e com o direito de voltar atrás, se não for justa, ou seja,se houver injustiça, [a:principalmente] com os pobres, porque o rico tem condições financeiras de subornar qualquer pessoa, [a:principalmente] aqui no Brasil com essa crise econômica, fica ainda mais facil de subornare prova que foi cometido o assassinato por defessa, e o pobre não tem essas condições e será punido, até por não ter culpa de ter cometido o assassinato por legítima defessa.Essa é a minha opinião sobre a pena de morte um pouco radical;por este assunto ser [a:muito] complexo.
Parte escrita
1993

  • E: é ... Solange ... às vezes é ... nós vamos assim a algum lugar ... ou acontece alguma coisa na vida da gente que ... fica na nossa ... na nossa:: passa assim uma experiência da nossa vida né? por acaso tem assim alguma coisa que te aconteceu ... há muito tempo ... ou há pouco tempo ... que tenha ficado assim como uma experiência na sua vida ... que você tenha gostado ... e que poderia me contar?
    I: é:: o congresso que a gente foi a ... é ... agora na ... semana santa ... não é? o congresso dos jovens batistas aqui de Natal ... a gente realiza de dois em dois anos ...é [a:geralmente] na semana santa... e agora foi lá em Canguaretama ... foi ... a gente saiu daqui ... nós saímos daqui na quinta-feira ... quinta-feira à tarde ... à tarde não ... à noite né ... tava marcado pra sair à tarde né ... mas atrasou um pouquinho e saiu à noite ... quinta-feira à noite e:: a gente chegou lá no máximo sete ... sete e alguma coisa ... sete e meia ... a programação foi boa ... foi um congresso assim bem organizado ... nós falamos muito sobre o jovem né ... que foi o tema ... era o jovem ... e a bíblia ... o jovem e a bíblia ... e o congresso todo girou sobre isso né ... enfatizando bem a vida do jovem que deve ser dirigida pela bíblia ... o estudo né ... que devemos ter ... aprender da bíblia ... enfatizando os jovens a estarem lendo a bíblia ... aprendendo mais ... nós ficamos lá hospedados num colégio ... num colégio que era próximo do local onde acontecia as reuniões ... as reuniões aconteciam no clube né ... e o:: onde a gente tava hospedado era num colégio que era próximo ... lá na cidade ... a cidade é pequena ... é tudo próximo ... a:: foi ... foi interessante ... não é ... a hospedagem ...quanto à hospedagem a única coisa que a gente tem a reclamar ... [a:mesmo] foi quanto a ... tinha um pouquinho de muriçocasné ...e [a:geralmente] dá uns problemas no ... no banheiro... por ser muita gente ... às vezes acaba a água e tal mas ... foram problemas assim que às vezes a gente fica pensando que ... talvez se não tivesse eles tinha sido um pouco sem graça né ... por incrível que pareça no congresso quando tem essas coisas ... até fica ... depois ... é ... anima mais ...
    E: vocês chegaram lá na quinta-feira à noite?
    I: na quinta-feira à noite ... na quinta-feira à noite teve a abertura do congresso ... lá no clube ... eu não lembro bem o nome do clube ... mas tinha um bom grupo de pessoas né ... foram ... parece que foram oitenta e oito pessoas aqui no ônibus ... se não me engano e lá também tinham os jovens de Canguaretama e de Goianinha né ... juntou ... foi um grupo bom ... e também tinha pessoas ... lá da cidade ... visitantes e ... teve a abertura no caso ... um grupo ... o grupo Agraphos dirigiu a música ... o cântico oficial né ... do congresso que falava sobre o tema né ... falava sobre a bíblia ... e dirigia ...não vou falar agora a letra do cântico não que é [a:muito] difícil... mas ... o grupo Agraphos né ... da igreja de ... Santarém e Jordão ...eles dirigiam esse cântico [a:inclusive] foi um dos componentes... dos componentes que fez ... e ... nós tivemos ... durante a abertura ... pregando também né ... que no caso foi o pastor ... assim o ... o orador oficial que foi o pastor ... Orivaldo ...
    E: Pimentel?
    I: Orivaldo Júnior ... é ... é da primeira igreja batista de Natal ... e teve cânticos ... teve louvores ... foram músicas ... né ... que nós cantamos ... cânticos foram dirigidos pelo grupo Vida ... lá de Canguaretama ... um grupo animado ... né ... nós/ e ... teve a programação ... a programação encerrou ... acho que ... por ela começar tarde né ... devido o horário que a gente chegou ... encerrou já tarde lá a programação ... eu não lembro bem a hora ... e nós voltamos lá pro ... pro alojamento né ...
    E: quantas pessoas ficavam no quarto?
    I: lá no meu quarto ... no quarto que a gente ficou ... quantas? deixa eu contar ... tinha o grupo lá ... três ... quatro pessoas né aqui da igreja ... na faixa de nove pessoas no meu quarto ... no quarto que nós ficamos ... no outro dia ... a programação pela manhã ... não é ... foi grupo de interesse ... no caso eram divididos em grupos ... e no ato de inscrição a gente escolhia o grupo que ia ficar ... os grupos tinha ... bíblia ... ler ... viver e crescer ... né ... era os temas dos grupos ... tinha ... a bíblia no contexto social de hoje ... que foi o que eu fiquei ... tinha ... o espírito santo à luz da bíblia ... tinha bíblia ... estudo e crescimento ... né ... como estudar a bíblia ... métodos né ... melhor pra estudar ... pra estudar ... pra entender ...que se fosse um número [a:muito] grande de pessoasnesse ... nesse grupo... [a:pronto] ... eu falei quantos?quatro ... né? era esses os grupos que tinha ... todo mundo ... por exemplo ... assim o que a gente soube ... ao contrário dos outros congressos né ... no caso ... foi assim ... os grupos de interesse ... foi a parte mais forte ... né ... do congresso ... ao contrário de outros congressos ... é foi bom ...foi [a:muito] interessante... e na parte de ... depois nós tivemos debate ... fizemos um debate sobre ... bíblia e cultura e a gente teve que usar assim um assunto ... pra não estender muito também mais por causa da hora no caso a gente usou a dança ... né .... o que que a gente entendia ... o que que a gente sabia sobre ... sobre isso ... o que que a gente achava ... o que que a gente pensava ... o debate foi dirigido pelo pastor Adson da primeira igreja ... à noite ... quer dizer ... à tarde teve um ... no congresso na sexta-feira à tarde ... nós tivemos ... tivemos ... um grupo saiu pra fazer ... turismo né ... por lá na praia ... Barra do Cunhaú ... e a gente no caso ficou ensaiando uma peça que foi apresentada à noite ... nós apresentamos uma peça ... a ... é:: a ... o:: a peça falava ... né ... a história de ... alguns ... de ... de jovens né ... de jovens normais que eu digo assim ... o que a gente considera normal né ... que no caso quer dizer ... que as pessoas consideram ... jovens assim usando ... bebidas ... que bebem e ... fumam ... usam drogas ... homossexual ... que mais ... eticétera ... eticétera ... eticétera ... prostitutas e ... ladrões ... então ... coisas que acontecem no nosso dia a dia ... e aí nós tivemos né ... essa ... uma peça falando sobre isso ... mas que na verdade ... a gente sabe que isso não é ... não é o correto ... não são as atitudes corretas ... e aí a gente fez o que ... durante a peça a gente mostrava uma solução pra isso ... uma solução pra essa situação ... o que que ia fazer pra essa pessoa ... por exemplo ... pro homossexual mudar de vida ... pra um alcoólatra e ... um:: uma prostituta ... um ladrão ... como que ia mudar isso né ... ea gente sabe que a solução no caso ... era Jesus né ... [a:só] que tava faltando pessoas fortes pra dizer isso né... e então no caso ... as pessoas que deveriam ... né ... passar essa mensagem para essas pessoas eram ... os crentes ... né .... os evangélicos ... as pessoas que têm um conhecimento maior na bíblia ... [a:justamente] por isso que a gente enfatizou tanto o conhecimento da palavra de Deusné ... porque a gente sabe que é a verdadeira e as outras pessoas precisavam o que era certo né ... pra suas vidas ... e aí a gente fez ... essa peça ... tinha ... na ... a peça foi apresentada na sexta-feira à noite ... e esse culto foi culto dos talentos espirituais ... ou seja ... as pessoas têm seus dons ... aquelas coisas que gostam de fazer né ... e à noite elas iam lá ... e apresentavam aquilo né ... ou ... falavam alguma coisa ...ou ensinavam algum cântico ... teve a peça ... efoi um momento uma noite [a:muito] boa... né ... foi gostosa ... a gente cresceu ... aprendeu muito ... nesse mesmo dia ... na sexta-fe/ foi na sexta? foi na sexta-feira ainda né ... quando a gente saiu lá do clube ... da programação né ... da noite terminou ... a gente foi pra quadra ... e lá na quadra ... a gente ... fez uma ... uma ... uma espécie de social ... não é ... que no caso tinha brincadeiras ... tinha ... tinha brincadeiras ... é ... uma espécie de ... esportes né ... à noite ... a gente fazia lá ... fez essa social ... foi ... a gente ficou mais ou menos até ... meia noite ... brincando né ... as brincadeiras interessantes ... dividimos em grupos ... e ... depois também a gente ... ficou conversando alguns assuntos lá né ... com um dos preletores do grupo ... Atelmo ... e a gente ficou lá conversando com ele mais sobre o grupo ... o que que o grupo dele estava estudando né ... que no caso era como estudar ... como entender a bíblia ... então a gente ficou lá mais ou menos umas duas horas conversando na quadra ... depois nós voltamos ... no mesmo dia aconteceu uma coisa interessante porque ...as muriçocas [a:só] paravam de aperriar quando a gente... de encher o saco ...quando a gente deixava a luz acesa ... [a:só] que com a luz acesa a gente não conseguia dormir... então a gente terminou passando a noite toda acordada ... a gente foi lá pra fora pegou um lanche e foi lanchar lá fora com os meninos ... e ... ficamos conversando ... até mais ou menos quatro horas da manhã né ... e nesse intervalo os meninos foram sujar os outros lá de pasta né ... teve a brincadeira lá de sujar de pasta ... pegaram pasta e foram entrar nos quartos para sujar o pessoal ... e sujou todo mundo ...e quatro horas a gente conseguiu dormir um pouquinho né ... dar um cochilo ... e de seis [s:a gente] [v:acordou] [p:de] [a:novo] ... pra ... no sábado ... né ... fazer no caso ... as reuniões né ... o encerramento dos grupos de interesse ... e teve o vestibular bíblico ... que a gente ... o vestibular foi sobre a vida de Paulo ... e ... teve vestibular bíblico ... no caso aqui na igreja quem ganhou foi Júnior né ... que ele ganhou o primeiro lugar ... do vestibular bíblico ...ganhou uma bíblia [a:muito] bonita... depois do vestibular bíblico ... nós tivemos o quê? à noite ... não ... à tarde ... teve o vestibular bíblico ... sim ... teve a eleição ... da nova diretoria ... e a tarde a gente teve livre ...
    E: passearam?
    I: não ... mais ou menos ... não teve muito lugar pra passear lá ... e ... à noite foi o encerramento do congresso ...foi uma programação [a:realmente] interessante e a nossa igreja... ganhou no concurso ... que era a unijovem padrão né ... as reuniões de jovens que funcionam na igreja dia de domingo à noite né ... lá no congresso tinha uma que ia se destacar ... então a nossa igreja conseguiu ganhar em segundo lugar ... né ... então foi uma coisa assim porque ... nós ganhamos primeiro lugar ... quer dizer .. o Júnior ganhou em primeiro lugar ... no vestibular bíblico ... mas ele era da nossa igreja ... e no concurso de unijovem padrão segundo lugar também ... então é uma coisa boa ... interessante né ... também foi bom o congresso porque a gente conheceu muitas pessoas ... foi diferente dos outros ... porque o grupo que foi a maioria se conhecia né ... eu acho que por não ter ido tanta gente ... então foi interessante ...porque a gente conheceu [a:praticamente] ... falava com todo mundo ... conhecia todo mundo... então ficou melhor né ... pra ... na união ... no envolvimento ... conheceu mais um pouco né ... outras pessoas ...também foi uma oportunidade [a:muito] grande pra mim crescernisso aí ... à noite foi o encerramento ... [s:o pastor Orivaldo] né ... [v:encerrou] [p:de] [a:novo] ... e a gente voltou pra casa na caravana ... voltou pra casa acho que era umas nove horas ... dez ... nove ... dez? por aí ...
    E: você já participou de outros congressos né? vários congressos ...
    I: já ...
    E: o que que diferenciou esse congresso dos outros? que pelo o que eu sei você gostou muito desse ...
    I: em primeiro lugar isso que eu falei né ... porque eu não sei se por ter poucas pessoas ... quer dizer ... não era tão poucas pessoas assim ...com relação aos outros ... [a:só] que esse grupo que foi pra esse congresso se conhecia mais... sabe? então foi bom nisso aí ... que a gente conhecia todo mundo ... falava com todo mundo ... tem congresso que não ... você não conhece bem as outras pessoas né ... você tem a oportunidade de conhecer algumas ... mas não todas ... não é ... não dá ... e quando você já vai ... você já fala ... já conhece ... você já vai conhecendo né ... elas ...então quando você chega lá tem [a:só] aquela oportunidade de tá junto... de aprender ... de conversar mais um pouco ... já que você conhece né ... então foi interessante nisso aí ... eu acho também na organização do congresso ... quanto a ... foi um pouco mais organizado do que o outro a nível de CONJUBALESTE né ... daqui de ... de Natal ...eu [a:só] fui a um ... a um outro que eu me lembro... é do ... do ... de Natal foi mais um que foi o de Goianinha ... né ... é o que eu me lembro ... então acho que com relação ao programa esse aí ... ao programa ... o que aconteceu durante os dias né ... foi mais interessante ... também os ... grupos de interesse ... não é ... porque foi bem assistido ... todo mundo participou ... né ... todo mundo que foi se inscreveu ... nos grupos de interesse ... participaram né ... então foi assim o ponto forte ... do congresso foi os grupos de interesse ... enquanto nos outros congressos não acontece né ... tanto no CONJUBALESTE quanto no CONORDESTE ...CONJUBARN ou CONACIONAL ... não acontece muito isso ... esse interesse quanto aos grupos de interesse ... foi bem melhor ...o debate também foi [a:muito] bom... o debate sobre dança ...
    E: quem falou?
    I: quem falou foi o pastor Adson ... da primeira igreja batista de Natal ... e::e foi [a:basicamente] isso o congresso...
    E: vai ficar na sua experiência ... pra sua experiência né?
    I: é ...

  • E: Solange ... você poderia me contar ... um filme ou um ... um livro que você tenha lido? é ... chamada a narrativa recontada ... se algum livro ou um filme que você leu ... que você gostou ... você poderia me contar ... né? isso aí ...
    I: eu vou contar um filme ... que eu assisti faz pouco tempo ... um ... o filme ... eu assisti no cinema ... é ... mudança de hábito ... ele narrava a história de uma ... de uma mulher ... né ... que cantava à noite ... cantava em boates ... e ela tinha um ... um caso né ... com um homem ... que ele ... é ... trabalhava ... mexia assim com drogas ... não é ... com tráfico ... um ladrão assim ... né ... e ... eticétera ... pra conseguir o que ele queria ... ele matava ... né? fazia de tudo ... e um dia ... ela quando saiu do ... do ... da boate de noite né ...ela foi [a:inclusive] devolver um ... um casaco de peleque ele tinha dado a ela ... né ... porque ele tratava ela ... era assim do tipo de pessoa que tratava bem ela ... mandava presentes quando queria conseguir alguma coisa ... né ... e ela tava na dele e tal ... e ela foi lá deixar esse casaco de pele ... disse que não ia aceitar ... né ... porque sabia que era ... que aquele presente que ele tava dando a ela era porque ele tava interessado em alguma coisa ... e na hora que ele chegou lá na casa dele ... um apartamento ... ela viu quando ele ... e os capangas lá dele estavam pra matar um homem ... né ... porque ele não tinha ... num tinha feito lá um serviço direito ...o rapaz ... [s:o homem] ... não [v:tinha feito] o serviço [a:direito] ... então ela viu ... não é ... na hora ... ela escutou ... na hora que eles estavam brigando com o rapaz ... na hora que ela abriu a porta ... foi na hora que eles deram o tiro e mataram o cara ... então comoo que ele sentia por ela não era de verdade ... né ... era [a:só] [a:mesmo] ... brincando ... ele ... ele ... colocou né ... os capangas dele... ficaram todos atrás dela né ... eele era uma pessoa ... assim ... super procurada né ... [a:muito] procurado pela polícia do estado e tal ... [a:muito] conhecido... aí ela foi na delegacia de polícia e contou ... não é ... o que tinha acontecido ... disse o nome dele ... que eu não tô me lembrando do nome dele agora ... mas falou o nome dele lá na delegacia ... e ... eles sabiam né ... que esse homem ... ele ia querer ... ia tentar ... ia tentar ... e se ela não ... se não dessem um jeito de esconder ela ... eles iam conseguir matar ela ... né ... iam conseguir matar a mulher porque ... tendo em vista assim o que ele era ... né ... eles conheciam ele ... ele ia procurá-la ... não ia deixar ela ter visto assim ... uma ... o que aconteceu tudinho ... no caso eles não iam permitir que ela testemunhasse ... né ... contra eles ... então eles iam procurar ela e matá-la ... então eles ... ela ... eles queriam escondê-la em algum lugar ... mas não conseguiram né ... não iam mudar ela de cidade ou de estado ou de país ... porque eles iam atrás ... então a única maneira foi colocar ela num convento ... separado da cidade ... talvez fosse o único lugar que eles não fossem ... procurar ... e isso a ... a mulher né ... ela era ... era negra e era super ... assim ... a maneira dela ...o jeito dela era assim [a:muito] doida sabe ... [a:muito] bagunçada...se vestia [a:muito] bem à vontade... um dia tava de um jeito ...outro dia tava de outro [a:totalmente] diferente... fazia umas loucuras no cabelo ...as roupas assim [a:totalmente] ... cheias de detalhes... pulseira ... de anel ... [a:muito] bem pintada... e ... colocaram ela no convento ... a madre de lá ... a princípio não queria né ... devido ao jeito dela e também porque ela era negra ... né ... é ... as noviças ... as mulheres lá ... as freiras lá ... todo mundo branco eeles não queriam né ... porque [a:primeiro] ela ia se destacar né ... a madre não queria de jeito nenhum a presença dela lá... mas aí o ... o pessoal lá da polícia ... eles ofereceram um dinheiro né ... como uma oferta pra ajudar lá no ... pra ajudar no convento né ... e nas obras lá de caridade deles ... então o padre ... o padre não ... o chefe lá da freira sabe ... que eu esqueci o nome ... mas aí ele falou com ela e disse que tinham que aceitar né ... tendo em vista que eles estavam oferecendo tanto dinheiro pra eles ... aí eles aceitaram né ... ela contra a vontade né ... mas aceitou ... então ... a ... a mulher não queria ficar lá ... não é ... é porque a madre chegou pra ela e disse que se ela fosse ficar lá ... ela ia ter que agir como as outras noviças né ... tinha hora pra acordar e elas acordavam lá de cinco horas da manhã ...porque tinha aquele negócio de [v:tomar] café da manhã ... tudo na hora ... tudo [a:certinho] ... a hora de se alimentar... não podia dormir até tarde e tinha que ir todos os dias pra missa ... pra rezar ... não sei o que ... quer dizer ... todo um regime ... coisa né ... que não dava ... que ela não fazia de jeito nenhum ...ela dormia de madrugada e acordava no outro dia tarde ... de meio dia ... quer dizer ... [a:totalmente] diferente de como ela vivia... mas aí como ela tinha que ficar lá né ... pra poder viver ... aí os policiais acharam melhor ... convenceram a ela ficar lá ... no primeiro dia que ela foi passar a noite .. ela não conseguiu ... era dez horas não é ... ela ainda não tinha dormido ... se eu não me engano a hora que eles dormiam lá era oito ... parece ... e ... eram dez horas e ela tinha chamado uma noviça né ... uma ..uma menina que tinha entrado fazia pouco tempo lá e tava [a:meio] em dúvidaporque tinha ido parar num convento né ... não sabia ... não tinha certeza da vocação dela ... mas entrou lá a noviça ... então ela chamou ela e começou a conversar ... falando pra ela como é que era ... no convento ... e aí ... é ... foram dormir tarde né ... que a luz do quarto tava acesa e mandou a menina pro quarto dela e ela foi dormir né ... no outro dia ... que era pra acordar às cinco horas da manhã ... ela não tinha acordado ... então tiveram que ir lá chamar ela ... e foram né ... teve a missa né ... mas isso tudo ela com dificuldade né ... e como o filme é uma comédia ... era uma comédia o filme né ... tinha aquela parte engraçada né ... mais de ... ela não estar adaptada àquele estilo né ... do que acontecia ali no convento ... então isso tudo era super engraçado né ... as coisas que aconteciam lá ... e ... a ... tinha um coral né ... um coral grande né ... um coral de senhoras lá de freiras do convento ... nos dias que ela entrou lá ... tava um pouco desanimado sabe ... acho que ... é ... que por causa da nova regente ... [s:ela] não tava sabendo [v:reger] [a:direito] ... não sei que ... então ela foi a um ensaio um dia ... foi no ensaio um dia né ... a noviça chamou ela pra cantar no coral ... então quando ela chegou lá ela já tava enturmada com música ... era cantora e tal ... aí ela viu né ... que a noviça né ... a freira que dirigia ... a regente do coral ... tava errando lá um monte de coisa né ... quando ia ... dar as notas pra pessoa ... não dividia o coral em vozes né ... soprano ... contralto ... esse negócio todo ... então ficava assim ... uma saía lá na frente ... outra saía atrás ... [s:outro] [v:cantava] mais [a:fino] ... [s:outro] [v:cantava] mais [a:grosso] demais ... tudo desafinado... aí ela conversou lá ... ela disse que era cantora ... e a freira ... a noviça lá ... conversando com elas tudo ... descobriram né ... isso dela ... que ela era cantora ... cantora de boate ... aí a ... ela começou ... sem querer né ... na hora do ensaio ... ela ia se metendo em tudo ... né ... e a regente começou a ficar chateada e aí entregou né ... o cargo dela pra ela ... aí ela disse ... não ... não ... mas eu não quero não ... falando né ... que ela tava se sobressaindo ... que tava querendo ser melhor do que ela ... então ela fosse ... pegasse né ... o cargo de regente do coro ... e ela começou ... agora o interessante é que ... quando ela cantava em boates ... as músicas que ela cantava ... [a:geralmente] tinha assim ... aqueles temas de ... é ... por exemplo... deixa eu lembrar uma das músicas que tinha ... eu te amo né ... você é o meu homem ... assim ... coisas desse tipo ... e aí no ... quando ela começou a reger o coral ... ela pegou as mesmas músicas e mudou um pouco as letras ... né ... no caso ela dizia ... eu te amo Deus ... mudou assim ... as letras ... era super engraçado né ... aí o coro mudou o estilo ... porque eles iam cantar na capela ... lá tinha ... coral de missa né ... igreja católica ... tinha que ser aquele negócio super bem formal ...elas [a:praticamente] nem se mexem né ... e ... elas mudou um pouco o estilo...a primeira vez que as freiras foram cantar lá ... [v:cantaram] [a:muito] [a:bonito]... a primeira vez que ela foi cantar depois do ... da ... que começou a reger ... e aí ... a primeira música que elas foram cantar já teve um arranjo de dança ... de palmas ... de tudo ... né ... então a madre e o padre lá ficaram ... assim ... um pouco cismados ...mas tava [a:muito] bonito né... o coro ...e foi [a:muito] engraçado a maneira como elas dançavam... sabe ... as freiras ... aí depois ... apareceu uma ... elas continuaram ... continuou ensaiando esse coral ... interessante também é que a igreja ... era vazia ... né a igreja lá do convento ... tinha uma igreja grande que era aberta pra comunidade ... e era vazia ... né ... e o povo chegava ... lá e na hora que o coro tava cantando ... aquele desafinado ... o padre falando ... ficava todo mundo dormindo né ...o povo não ligava [a:só] que depois que começou aquela animação do coro... por incrível que pareça ... começou a chamar mais gente né ... pra igreja ... aí ... e ela continuava ensaiando esse coro né ...as irmãs gostavam muito e eram [a:muito] animadas... participando ... super animadas participando do coral e ... e enquanto isso tava o rapaz lá o ... o ex-namorado dela tava ... o ex-amante né ... tava procurando ela ... e a polícia investigando e tal ... pra descobrir pistas de onde ele tava ... como fazer pra prendê-lo e tal ...aí eu [a:só] sei que ...como ela continuou trabalhando no convento né ... tendo essas mesmas dificuldades de adaptação ... e aí eles começaram ... ela disse que ... ((virou a fita)) bom ... então o noivo dela continuou ...continuava né ... na procura dela ... [a:só] que era uma dificuldade pra ele achar já que ela tava num conventoe ele não imaginava nunca que ela fosse parar num convento ... e ela continuou ajudando lá no coral né ... era super animado ... as freiras gostavam ... gostavam muito ... ela conversava muito com as freiras ... era super amiga das freiras ... e aí ela falou pra madre que a igreja tinha que fazer um trabalho na rua ...pra assim ... pras pessoas conhecerem ... tendo em vista que participavam poucas pessoas na igreja ... né e tinham que fazer assim ... um trabalho na rua de ajudar a comunidade ... pra a comunidade conhecer a igreja ... e aí eles começaram a trabalhar numa ... assim ... ajudando o pessoal ali que não tinham condições né ... é ... ajudavam ... davam ajudas financeiras e as freiras né ... elas saíam na rua e as casas que estavam assim ... esculhambadas ... elas íam ... ajeitavam ... consertavam ... pintavam ... e ... limpavam carros né ... tudo ... convidavam ... e ...a gente vê que ... que [v:dava] [a:certo] porque à medida que isso ia acontecendo... ia aparecendo mais gente na igreja né ... já que as freiras estavam saindo ... um dia ... é ... o cara descobriu né ... que ela estava no convento ... procurou ... porque ela deu um telefonema ... pra delegacia ... não é ... e eles tavam ... caiu ... é linha cruzada que chama ?
    E: grampeado ...
    I: é ... grampearam né ... e aí viram né ... o telefonema dela e descobriram ... ela deu um telefonema pra casa do delegado ... o cara lá ... o policial ... que tava ajudando ela nesse caso ... e eles estavam com o telefone grampeado ... aí descobriu onde ela tava né ... aí foram atrás dela ... e ... isso antes ... antes disso acontecer ... de descobrir onde ela tá né ... ela conseguiu algumas noites ... porque ela não agüentava ficar ali né ... porque aí ela não podia beber né ... ela era acostumada ... assim ... a beber né ... bebia muito uísque esse tipo de coisa ... aí teve um dia que ela saiu à noite ... conseguiu sair e levar a noviça né ... uma noviça do quarto ao lado novinha ... aquela que eu disse que não sabia porque tinha parado no convento né ... não tinha certeza da vocação ... aí ... não ...ela [a:primeiro] saiu ... entrou numa boate né ... à noite um lugar lá...agora onde ela entrou [a:só] tinha homens... sabe ... foi o primeiro lugar que ela encontrou ... aí quando chegou lá ... pediu uma bebida e tal ... entrou ficou lá ... isso com a roupa de freira e tudo mais ... né ...e [s:o pessoal tudo] [v:olhando] [a:espantado] ... e daqui a pouco entra noviça né ... e ela nunca assim ... nunca tinha visto aquele negócio ... aquela música toda ... achou interessante né ... o som né ... de lá ... que o povo chama de ... a radiola né ... deles ... era assim um lugar um pouco antigo ... era aqueles que tinha que colocar uma ficha aí você botava a música que queria ... né ... e a ... a noviça chegou ... olhou aí foi e colocou uma música ... pegou ela e começou a dançar ... fizeram a maior festa dentro da boate né ... pegou os homens lá ... começou a dançar ... maior bagunça ...
    E: vestidas de freira?
    I: sim ... vestidas de freira ... e a madre que tinha né ... tinha desconfiado ... aí veio atrás e descobriu né ... onde elas estavam e colocou elas pra dentro ... e aí sempre acontecia esse tipo de coisa dela sair e a noviça ir atrás ... né ... querendo fazer as coisas que ela fazia ...porque ela era [a:meio] doidinha da cabeça... a noviça ... e quando o rapaz conseguiu ... quando ele grampeou o telefone conseguiu descobrir onde ela tava ... ele foi atrás ... né ... no ... no... foi atrás dela e conseguiu raptá-la ... né ... raptou ...no caso ela tava [a:junto] com a noviça... e ... ele ... o rapaz pegou as duas né ... mas aí a noviça caiu no meio do caminho ... caiu do carro ... eles empurraram a noviça ... ela abriu a porta e empurrou a noviça ... a freira ... é ... eles descobriram o local lá né ...onde ela tava um ... local que ela morava ... que ele tava né ... prédio assim grande ... tinha ... o lugar que eles tavam tinha muita gente ... era uma espécie de ... de algumas ( ) era um local ... queeles tinham entrado [a:mesmo] pra procurar despistar ... despistar a polícia... despistar pra sair ...então tinha ... era uma espécie de um comércio assim grande ... mas fechado ... aqueles lugares né ... de ... de Nova York ... sei lá ... e tinha uns prédios ... assim ... grandes ... e tinha ... dentro tinha restaurantes ... lojas ...
    E: galeria ... né?
    I: é umas galerias assim grandes ... mas era como se fosse tudo junto né ... isso aí era super lotado ... e ... eles entraram lá com ela né ... aí a noviça falou pra onde é que eles tinham ido né ... ela tinha caído no meio do caminho ... e o carro da freira vinha atrás ... ela falou pra onde eles tinham ido né ... a freira chamou ... no caso a madre né ... que ela não gostava muito dela ... mas com o passar do tempo ela foi né ... gostando dela ... foi passando a se acostumar com ela ... com o jeito dela e tal ... então a madre foi e chamou todas as freiras né ... pra irem lá ... pra irem tentar salvar ela né ... e entrou aquele montão de freira dentro do local ... já era super cheio ... cheio de gente né? invadiu assim pela porta aquele montão de freira pra procurar ela ... aí se espalharam ... quando acharam ela né ... o rapaz tava com ... ela conseguiu se afastar um pouquinho ... aí outras passaram no lugar ... [a:só] sei que conseguiu enganar o ...os rapazes lá que tavam com ela presa ... e ... misturaram tudo aí conseguiram ... conseguiram livrar né ... e o rapaz foi morto ... eles mataram ele ... o delegado lá ... matou ele ... e aí a última parte né ... que ... fala assim do coral né ... porque falava né ... a respeito dessa fuga dela e também mais sobre ... a mudança né ... que aconteceu na igreja depois que ela chegou né ... no coral ... a mudança dos hábitos né ... dali de dentro da igreja e tudo ... também a mudança dela né ... porque ... o cara disse que ela podia sair de lá assim que conseguiram livrar ele ... ela podia sair de lá né ...mas ela disse que não ... que [a:só] ia sair quando tivesse completado o serviço dela... que no caso ... era preparar o coral ... pra quando viesse o papa né ... ia lá naquela igreja ... naquela cidade ... e escolheu aquela igreja pra visitar e tal ... e ela ia preparar o coral né ... pra cantar no dia ... fazer assim uma coisa ...bem bonita ... e ela conseguiu né ... nesses mesmos estilos de música ... ela mudando as músicas que ela usava ... né ... em boates à noite ... mudava um pouquinho a letra ...colocava algumas coisas ... mudando assim bem o ritmo né ... as freiras dançavam e tocavam ... batiam palma ...a freira lá do piano [a:só] faltava cair lá do banquinho... mas ficou uma coisa assim bem interessante ... então no final ... é ... apareceu né ... elas tocando lá no coro ... e interessante é porque a maneira que tava chamava assim os jovens ... lá tem muito aqueles tipos de jovens né ... é ... dark ... esses grupinhos assim lá em ... nos ... é nos Estados Unidos têm muito dessas coisas e eles ... eles começavam a atrair esse tipo de jovem pra dentro da igreja né ... com as músicas ... aí apareceu né ... entrando esses jovens né ... [a:inclusive] na hora lá que eles estavam o povo também levantava... batia palma ...cantava também ... dançando e ... terminou [a:mesmo] nisso... a igreja grande ... crescendo e [s:o coral] voltou a [v:cantar] assim ... bem [a:animado]... e parece que o papa gostou também ... e o pessoal ... então é esse o filme sabe ...o engraçado nele é [a:justamente] isso...é como fica a vida dela depois que ela passa por ali ... assim ... as coisas que ela tem que se adaptar né ... a vida dela que ela tem que adaptar àquele estilo de vida ... [a:só] pode ficar ali dentro se for daquele jeito... e também as coisas que acontecem quando ela não consegue cumprir alguma norma e tudo ... as coisas que acontecem ... também a noviça às vezes querendo seguir né ... alguma coisa que ela tava fazendo ... então isso foi o mais engraçado do filme ... também o coral lá das freiras ... as freiras dançando ... quando tavam ensaiando as vozes delas né ... pra ficar afinadas ...então o filme foi [a:muito] bom... foi super engraçado ... a gente ... super animado ... eu gostei muito ...

  • E: Solange ... você poderia descrever um lugar que você goste de ficar ou até que você não goste ... um lugar que você já foi ... qualquer lugar ...
    I: é ... o meu colégio ... o Ferro Cardoso né ... ele ... eu gosto ... eu gosto de ficar lá né ... apesar de ser um prédio pequeno ... mas eu gosto e ... também porque eu já passei muito tempo estudando lá e eu já me acostumei né ... com o prédio ... é ... ele fica ali na praça André de Albuquerque né ... em frente à praça e ao lado dele tem o ... o Museu Câmara Cascudo né ... o Memorial Câmara Cascudo ... ele toma o ... o lado da praça ... não é ... que no caso é as costas do colégio né ... e a frente dele fica na outra rua né ... uma rua mais estreitinha que eu não tô bem lembrada agora ... mas ele na entrada ... tem uma assim ... um espaço ... uma espécie de ... de galpão ... uma área lá ...onde [a:geralmente] a gente fica sentado... com os bancos de cimento né ... uma área quadrada ... e ... logo na entrada tem um quadro de avisos ... né ... a porta da frente dele é de vidro ... a porta do colégio ... não é assim tão grande o galpão ... né ... eu não sei mais ou menos medir ... assim quantos metros ... também não ... não tenho condições de mostrar aqui o tamanho dele né ... porque aí não dá pra você ver né ... eu falando né ... mas ... eu acho que ... o normal de uma sala ... uma sala de aula normal ... sabe? ele deve ter mais ou menos esse tamanho ... talvez um pouco maior né ... de uma sala de aula normal ... um pouco maior ... o espaço dele vazio ... onde tem os bancos ... assim em volta ...é um pouco maior ... [a:claro] ... tem à esquerda né... de quando a gente entra ... tem é ... a gente entrando à esquerda tem um corredor né ... que leva a alguns banheiros ... e ... e na outra sala tem um ... e na outra sala tem o ... uma ... nesse corredor né ... quando você entra à esquerda dele ... no corredor tem al/ tem é ... três salas ... né três salas grandes ... quando você entra logo à esquerda tem um corredor que tem três salas grandes do lado esquerdo ... do lado direito tem dois banheiros e mais a biblioteca do colégio ... mais no fundo ... não é ... quando você entra também ... você subindo à esquerda logo ... você vê a escada ... né ... a escada no primeiro andar ... quando você sobe ... tem mais duas salas ... não é ... duas salas grandes ... é ... tem cerca de ... sessenta cadeiras né ... a outra tem um pouco mais ... setenta ... que no caso era a que a gente ficava ... e no final do corredor né ... assim logo de frente ... assim que você termina de subir a escada ...tem a sala onde fica ... onde funciona a tesouraria ... a tesouraria do colégio ... quando é ... quando você termina de subir a escada no primeiro andar né ...se [s:você] [v:for] [a:direto] tem esse corredor que tem as salas... mas você dobrando à direita tem mais uma escada ... né ... que leva ao segundo andar ... e tem um ... tem mais ... tem as três salas ... né ... no mesmo estilo do primeiro andar ... como o colégio assim tudo inicia né ... pelo um lugar só ... você no caso quando você entra no colégio ... né ... você andando à direita ... entrando à direita ... não é ... tem outro corredor ... ele tem o colégio ...não é assim [a:muito] grande ... mais assim por corredores [a:mesmo]então ... você entrando nele à direita né ... você ... vai ver assim no lado esquerdo do corredor ... a cantina do colégio ... tem uma sala não é ... logo após vem uma ... uma sala de ... uma sala de professores né ... a sala de professores ... tem ... é ... onde fica mais um lugar onde fica dois banheiros né ... mais isso os dois banheiros são divididos em várias partes ... são grandes né ... são divididos em três ... não é ... é um banheiro grande ... que é dividido em três né pequenos ... divididos em três ... homens ... mulheres né ... e logo depois tem outra sala maior ... que no caso é a sala que eu estudo ... né ... tem uma sala grande ... bem maior do que as de lá de cima né ... tem muito mais do que setenta cadeiras apenas ... ela é bem mais larga ... logo após vem a sala ... vem a sala ... a hemeroteca né ... é a sala onde tem as projeções de filme ... e ... no final desse corredor né no caso ... a gente vê logo a secretaria ... né ...então [a:basicamente] o colégio é isso... ele não é ...num é tão grande e não é [a:muito] largo né... ele é mais ... ele é um pouco alto ...
    E: cresceu pra cima ...
    I:é ... cresceu pra cima ... [a:só] tem lugar ... espaço pra cima né ... aos lados não tem... ele é verde e branco ... né ... a frente ... a pintura dele é verde e branco ... por dentro também né ... os bancos de ... de cimento que tem não é ... são ... também são verdes ... né ... e a cor dele toda por dentro são verde e branco ... as salas são brancas né ... as carteiras são verde claras né ...e dentro das salas ... [a:geralmente] tem o quadro grande... não é ... é ... as carteiras são ... são pregadas no chão né ... são aparafusadas no chão né ... eu acho que ...eu acho assim [a:inclusive] isso um ponto ... um ponto ruim do colégio... por elas serem aparafusadas né ... às vezes a gente quer fazer um trabalho em grupo e dá um pouco de dificuldade ... mas aí ... mas ... ela possui ... as cadeiras aparafusadas ... e na parede mesmo assim do lado ... do lado esquerdo né ... da sala tem o ... do lado esquerdo assim quando a gente senta né ... nas carteiras ...tem um localzinho assim pregado na parede [a:mesmo] né ... uma espécie de uma banquinha móvel né... onde os professores colocam lá seus livros ...é [a:basicamente] isso...em cada andar tem um ... no andar de baixo tem um bebedor né ... no corredor à esquerda ... no corredor à direita que já é perto da minha sala e é perto da sala do ... dos professores ... tem uma ... tem mais dois bebedores né ... no primeiro andar tem mais dois bebedores e no segundo andar tem mais dois né ... então tem ... tem bastante bebedores lá ... bem divididos ...é [a:praticamente] isso ...
    E: são quantos andares?
    I: são dois andares ...
    E: com o térreo né? são dois andares com o térreo?
    I: tem o térreo e tem mais dois né ...

  • E: Solange ... tem alguma coisa assim que você gosta de fazer ... na cozinha ou ... você gosta de bordar ... fazer alguma coisa ... pintura ou alguma coisa que você pudesse me contar como é que faz ... você poderia me relatar esse procedimento?
    I: na cozinha ... e uma coisa que eu tô acostumada a fazer ... faço é o mais fácil ... é o que eu sei assim ... em mente ... que no caso o que eu faço é sorvete de ... sorvete ... sorvete cremoso ... sorvete caseiro aí:: é o procedimento ... né? a gente coloca ... faz ... passa no liquidificador ... a gente prepara o sorvete com um litro de leite ... faz o suco ... suco de alguma fruta ... né fruta que você queira fazer ... o sabor o que você quer o sorvete ... ou cajá ou manga ... caju ... que quer que seja ... prepara o suco ... depois do suco pronto ... [s:a gente] [v:passa] [p:de] [a:novo] no:: liquidificadorcom meia colher de ... uma colher de café pequena de um ... de liga neutra ... é um ... um pozinho que a gente coloca no sorvete pra ele não ficar ... duro ... assim como gelo ou dim-dim ... picolé né .... coisa desse tipo ... aí a gente preparabota uma colherzinha de liga neutra e [v:passa] no liquidificador [p:de] [a:novo] ... o suco e mais essa ... a liga ... aí depois bota no recipiente e leva pro congelador ... e deixa passar duas ... três horas mais ou menos até ele ficar um pouco firme ... sabe? não duro demais ... e depois que passa duas ... três horas tira ... aí ... bota uma colher de sobremesa ... de emulsificante que é o ... o:: uma pasta que ... essa o ... que faz o sorvete no caso ... ficar um pouco mais cremoso ... sabe? ele cresce e fica ... fica cremoso né ... ele não vai ficar ... não tem perigo de ficar duro ... a gente passa na batedeira durante dez minutos ... não é ... o suco que fez antes com a liga e mais essa sobremesa ... depois que tira do congelador ... e volta pro congelador e espera dar o ... o ponto certo ... não é? isso é a receita básica ... aí pode fazer com essências ... compra essências ... a gente já compra essências nas casas apropriadas ... aí tem todo tipo de essência tem essência de morango ... tem ... o sabor que você quiser ... aí você faz a mesma coisa ... você bota no caso ...a quantidade de essência que coloca [a:geralmente] é uma colher de sopané ... pra qualquer sabor ... uma colher de sopa da essência ... com um litro de leite ... aí passa no liquidificador e o processo de liga neutra e ... e ... emulsificante pra ficar é ... cremoso ... crescer ... é a mesma coisa ... um litro de leite dá três litros de sorvete ... depois que a gente coloca o emulsificante ... né ele cresce e dá três litros de sorvete ... é:: no caso ... o sorvete de chocolate ... flocos ... creme de leite ... ameixa ... né que é um processo diferente ... que antes de passar no liquidificador ... tem que fazer uma espécie de um ... tipo um mingau ... sabe? a gente bota no ... leva ao fogo ... a mesma quantidade de leite ... açúcar ... e maisena ... sabe? aí prepara o mingau ... e no caso de flocos ... passa no liquidificador com claras ... tem o de creme que passa com creme de leite ... o de ameixa que no caso no fogo bota ... a calda de ameixa né ...no mingau ... prepara ... [a:pronto] [a:basicamente] é essa a receita ...
    E: você costuma fazer de quê?
    I: de ... morango ... morango e ... é ... é o que eu costumo fazer mais ...até quando eu tinha a essência dele ... [a:geralmente] de frutas ... natural...
    E: frutas?
    I: é ... porque é natural né ... aí fica melhor ...

  • E: Solange ... é ... qual é a sua opinião assim ... a cerca da ... da religião ... hoje a gente vê que ...a ...os jovens não tão [a:muito] interessados assim com as coisas ... é:: de igreja... de Deus né? como é que você vê isso?eu sei que você tem contatos com pessoas que ... que [a:realmente] estão envolvidas com igreja... e também tem contato com aquelas pessoas que não tão nem aí né ... pra Deus ... com a religião ... o que que você acha disso? faz aí um paralelo dos dois ... dos que estão interessados ou não ... e não estão interessados na religião ...
    I:eu acho que ... [a:ultimamente] ... assim pelo que a gente vê no pessoal... as pessoas têm um certo medo ... sabe? quanto à religião ... mas ... pelas coisas que acontecem às vezes a gente ouve tantos ... tantos escândalos ... tantas conversas ... críticas sabe? o pessoal tem um pouco de medo de se chegar um pouco à religião ... eles ... às vezes prefere ...porque na verdade a gente ... confia [a:mesmo] em quem nós devemos confiar...devemos crer né ... e seguir é Jesus ... [a:só] que as pessoas ... elas não entendem isso... né ... [a:justamente] porque isso que passaram de religião é tão forte... né ... que a religião é o que importa ... né ... que a religião é que é o certo ... que a religião é que pode ... te levar ao céu ... que a religião pode te dar salvação ... e o pior é que essa religião tantas vezes tem ... causado escân/ a gente tem visto ... escândalos né ... e aí as pessoas têm um certo medo ... quanto a isso ... outras ... usam né ... bastante isso pra criticar ...outras não têm o mínimo interesse [a:mesmo] ... não querem saber de Jesus... quanto mais de religião ... então elas usam esses tipos de escândalos essas coisas que acontecem pra criticar ... né ... criticam bastante ... agora ... tem o outro lado que a gente vê assim nas pessoas não-crentes ... eu acho que ... nas pessoas ... eu creio que elas ... que elas têm um certo medo ... na verdade ... de reconhecer o que elas são ... sabe ... eu acho que as pessoas lá fora ... elas têm medo de ... de repente dizer que estão erradas ... né ... então elas preferem não crer ... preferem não acreditar ... enganar os outros dizendo que não acreditam ... porque na verdade ... acho que num tem ...essa história de uma pessoa ... assim ... [a:completamente] ateu... às vezes eu tenho as minhas dúvidas ... porque aí numa hora que você tá num sufoco danado ... você faz ... ai meu Deus ... me ajuda né ... até os próprios ateus ... ateus entre aspas ... eu acho que eles não ... não existem ... sabe ... eu acredito que eles não existem não ... os ateus ... agora ... quanto à religião ... a minha opinião sobre ela é que ela não existe ... é:: não é ... não é fundamental ... não é tão importante ... religião né ... agora ... o que interessa sim ... é Jesus ... é o que você pensa sobre ele né ... o que você conhece dele ... o que você pode aprender ... o que ele pode fazer por você ... se você aceita ou não ... o que ele pode fazer ... no caso você acreditar que ele veio ao mundo ... morreu ... morreu por você ... e aí ... isso é o que importa ... você aceitar isso ... e mudar de vida né ... e religião assim não é tão importante ... a gente vê que ... a gente aprende ... vê na própria bíblia né ... que é de onde sai várias religiões ... néa bíblia [a:infelizmente] é utilizada pra isso ... pra ... sair assim várias religiões dela ... porque as pessoas não entendem... não lêem como devem ... então pegam aqueles versículos assim ... soltos ... um versículo ali ... um versículo aqui ... e aí formam religião ... aí de repente surge ... espiritismo né ... surgem seitas ... tudinho porque na verdade ... elas não usam ... não lêem a palavra de Deus como deveriam ler ... né ... agora ... quanto o que as pessoas pensam sobre religião ...acho que é isso [a:mesmo] ... elas têm um certo medo né ... agora falando assim bem na parte ... na parte espiritual ... assim no relacionamento delas com Jesus ... elas também têm um medo de aceitar que elas estão erradas ... que o comportamento delas são errados né ... que o comportamento é errado ... e aí ... elas ... preferem também não dar a mínima ... né ... preferem não dar a mínima pra bíblia ... pra palavra de Deus ... porque a gente fala sobre ... sobre Jesus né ... elas preferem não acreditar ... [a:justamente] sobre esse medo que elas têm... elas não querem aceitar que são ... que tão erradas ... que esse comportamento tá errado ... que aquele comportamento não tá de acordo com o que Deus quer ... com o que Jesus quer pra gente ... e ... o que mais que você quer saber?
    E: a diferença entre jovens que ...
    I:ah existe assim uma diferença [a:muito] grande entre jovens que... é ...tem uma diferença ... entre jovens que são [a:realmente] ... transformados ...que são ... é ... que foram transformados por Jesusné ... que ... e os não ... os que não foram ainda né ... que não querem essa transformação ...em grande parte a maneira de ... desses jovens pensarem ... [a:geralmente] é ... pelo menos não deve existir assim... na vida dele ... deles não é ... as coisas que existem na vida dos outros ... dos que não foram transformados ...porque há uma mudança [a:totalmente] ... né ... eles se tornam uma nova pessoa ... uma nova criatura ... uma nova vida né ... a maneira de pensar é outra ... eles pensam ... é ... eles pensam assim ... segundo a vontade de Deus ... né ... os jovens evangé/ é ... que foram transformados né ...cristãos de verdade ... né ... aqueles que [a:realmente] procuram seguir ... fazer o que Jesus mandouné ... no caso o que ele veio fazer ... as coisas que ele ensinou ... as coisas que ele pregou ... que ele falou ... então esses sim são os cristãos de verdade ... então esses ... os jovens ... os cristãos ...eles têm um comportamento [a:totalmente] diferenteporque eles tentam ser ... é ... iguais a Jesus ... né ... tentam praticar aquilo que ele ensinou ... o ... o ... já quando você não é cristão ... ou seja ...quando você não procura seguir [a:realmente] aquilo que Cristo ensinou... que ... quando você não procura ser né ... o que Jesus ensinou ... se a gente pega a bíblia ... a gente lê ... a gente descobre o que ele quer pras pessoas ... não é ... descobre que nós devemos ... amar a Deus ... devemos fazer não é o que ele manda ...se a gente ama [a:realmente] a Deus... se a gente crê de verdade ... ((virou a fita)) ... quando você é cristão ...você procura [a:realmente] fazer o que Jesus quer... o que ele deseja ... as coisas que ele ensinou ... não é ... saber a vontade de Deus ... no caso que foram ditas através de Jesus ... Jesus mostrou pra gente ... e os não-cristãos ... num têm interesse ... eles num têm interesse nisso ... em fazer essa vontade né ... agora ... quando eu falo em você ser cristão ... é cristão de verdade ... aquele cristão verdadeiro ... é aquele que procura né ... como eu já falei ... seguir o que Deus quer ... e os que não são cristão são os que não fazem ... né ... são os que de repente não têm o mínimo interesse em abrir a palavra de Deus e saber o que ele quer ali pra nossa vida ... e quando você é cristão de verdade ... você ama a Deus e você obedece ... eu ia falar uma frase que eu tava vendo uma vez num livro ... que diz que ...aquele que crê ... [a:somente] o que crê obedece ... né ... e [a:somente] o que obedece é o que crê né... então quer dizer ... se de repente você ... você diz que crê em Deus mas você não faz alguma coisa ... então na verdade você não é cristão ... se você não faz alguma coisa pra demonstrar que você crê ... né ... quando a gente faz pesquisas por aí a fora ... a gente pergunta às pessoas ... se você acredita em Deus eles dizem ... né ... então se a gente chega numa penitenciária e a gente pergunta ... se eles crêem em Deus ... eles vão dizer que crêem ... né ... eu creio em Deus ... né ... [a:só] que eles dizem que até antes [a:mesmo] de praticar o que praticaram ... eles também criam em Deus... não é? [a:só] que aí não fazem [a:exatamente] aquilo... não ... não ... a prova que eles não ...não crêem [a:realmente] em Deus... é que eles não obedeceram o mandamento quando fala que nós devemos amar o nosso próximo ... né ... e aí eles colocam como desculpa pra isso o fato de ... no caso de pessoas ... de presidiários ... o fato de praticarem um crime ou fizeram uma outra coisa porque tavam com fome ... tal ... mas isso num é desculpa ... você tem que amar a pessoa acima de tudo ... e se nós amássemos ... não é ... a Deus ... se amássemos as pessoas ... a gente num vivia esse mundo que a gente vive ... né? num vivia com tantos problemas sociais ... econômicos ... isso não aconteceria ...porque a vontade de Deus pra gente é [a:totalmente] diferente dessa realidade que tá aí... e ...o que ele ... que ele quer [a:mesmo] ... é que a gente tenha uma vida...é:: uma boa vida ... [a:economicamente] falando né... também um bom relacionamento com as pessoas ... [a:só] que isso não acontece porque a maioria das pessoas ainda não crêem [a:verdadeiramente] em Deus... se elas não crêem ... elas não obedecem ... então por isso que o nosso mundo tá aí ...então o jovem cristão ... cristãos ... os adultos ... as pessoas [p:em] [a:geral] ... cristãs ... elas têm essa preocupação... não é ... têm essa vontade ... esse desejo ... né ... em obedecer tudo ... é ... as coisas ... todas as coisas que Deus quer que nós façamos ... [a:justamente] porque nós temos o interesse de viver num mundo melhor... de ter uma vida ...de viver num mundo onde [a:realmente] ... possa ter vida melhor ... onde você possa ter mais liberdade... onde você possa confiar mais nas pessoas que estão ao seu lado ... onde você num possa ...onde você não precise sair com medo ... né ... [a:só] que isso [a:só] acontecequando o homem [a:realmente] ... reconhecer que a solução [a:mesmo] está em Deus....então a religião ... ela causa [a:infelizmente] hoje em dia ... muitos problemas ... muitas preocupações...porque as pessoas ... na verdade ... tão [a:muito] preocupadas em religião né... nessa palavrinha ou em outras seitas sei lá ... mas na verdade esquecem o principal disso tudo que é Jesus Cristo ... né ... que é Deus ... então surgem muitas religiões ... mas muitas dela ... muita dela ... mas muitas não têm ... é ... num têm interesse ... em falar sobre a vontade de Deus ... não têm interesse de mostrar sobre ... a vontade de Deus ... de mostrar o que Deus quer pra nossa vida ...e se ... religião [a:realmente] fosse ... se religião fosse ... se ... é ... uma espécie de... se religião levasse ... uma pessoa ... apenas essa palavra religião levasse alguma pessoa assim ao caminho é ... é ... eu acho que é ... não existiria tantos ... se essas religiões que essas pessoas fazem fossem da vontade de Deus ... religião quando eu falo ... eu falo mais assim a respeito de seitas de ... que as pessoas chamam religião ...porque as ... chamam seitas né de religião e eu acho uma coisa [a:meio] esquisita... mas ... se isso fosse verdade ...se fossem religiões ... se fossem [a:realmente] uma religião...porque eu acho que [a:só] deve haver uma religião que é Jesus Cristo... e se essas seitas na verdade fossem religião ... acho que não existiriam tantas ... tantos santos ... tantas ... tantas opções assim tantos deuses pras pessoas acreditarem ... há uma ... é ... a religião verdadeira né ... que é o amor ... o amor que você tem a Deus ... o amor que você tem a seu próximo ... agora … [a:geralmente] as seitas ... elas não têm interesse de mostrar ... de ... de mostrar ... a verdade... não é ... de mostrar Deus ... e aí você ... por exemplo ... como eu já havia falado ... você vê nas seitas ... vários deuses ... vários tipos de santos ... né ...quando na verdade isso é [a:totalmente] contra os ensinos de ... de Deus... tem também aquelas ... é ... vários rituais que ... na verdade ... num po/ num podem ... trazer uma verdadeira felicidade às pessoas ... fazem rituais e mais rituais querendo ... pedir perdão ... ou querendo mudar alguma coisa ... mas na verdade elas não ... num levam ... né ... num vão a lugar nenhum ... as seitas elas são ... elas enganam muito ...acho que ... [a:geralmente] quando as pessoas falam assim quando existem muitos escândalos... que as pessoas generalizam e diz logo que são ... que são evangélicos ... né ... acho que às vezes na verdade eu fico ... eu fico em dúvida ...se eles [a:realmente] são cristãos... quando existem ... não é esse tipo de escândalos ... assim porque não há ...
    E: ó ... a gente vê muito em jornal né? a ... evangélico mata não sei quê ... ou então ... igreja rouba não sei quanto de fiéis ... né? você acha que a descrença das pessoas com relação à igreja ... com relação a Deus ... está por aí? por causa disso né ... até como o pessoal fala ... por causa desses maus testemunhos né?
    I:é ... [p:com] [a:certeza] está ... é a ... a descrença das pessoas... o fato delas não acreditarem ... não ... acharem que essa história de ser cristão né? como falam ...não tem nada a ver é [a:justamente] por isso...por esses escândalos que existem ... [a:só] que eu acho que essas pessoas que ... muitas vezes causam escândalosesse tipo de coisa ... tem alguma coisa errada com elas ... alguma coisa de errado com elas ... porque ... quando você recita aquele vercículo ... aquela passagem da bíblia que fala ... em que nós devemos amar a Deus de todo o coração ... de toda a mente ... de toda a alma ... e ao nosso próximo né ... assim como a nós mesmos ...eu acho que quando isso [a:realmente] é cumprido ... quando esses dois mandamentos são cumpridos ... num existe desse tipo de coisa... então eu acho que quando acontece esse tipo de escândalo ... das duas uma ... das duas coisas uma ... ou você ... na verdade nunca ... nunca teve uma transformação ... nunca foi convertido ... como a gente fala ... né ... na verdade você apenas se convenceu de alguma coisa ou ...você nunca [a:realmente] teve uma experiência assim com Jesus... de quem ele é ... o que é que ele pode fazer na sua vida ... ou então se você ... se você já teve ... você esqueceu ... você ... deixou aquilo de lado ... você se afastou ou então você num entende bem o significado desse amar a Deus de todo o coração ... que na verdade é você obedecer ...se você [a:realmente] obedece a Deus ... né ... então você num ... você num sai por aí matando uma pessoa... porque você sabe que isso tá errado ... né ...se você [a:realmente] obedece Jesus ... você num sai por aí tirando a vida de ... de alguém ... [a:mesmo] que ... tenham tirado a vida de um parente próximo seu...ou [a:mesmo] que ... é ... tenham seqüestrado uma pessoa amigatua ou parente ... tenham ... matado aquela pessoa ... quer dizer ... isso num ...num acontece se você [a:realmente] ama a Deuse ... também com relação a ... a roubar ... né ... quando colocam aí ... roubar dinheiro ... né ... de fiéis ... na verdade eu acho que essas pessoas ... nunca foram transformadas ...nunca foram [a:realmente] cristãs... por isso que acontece esse tipo de coisa ...nunca tiveram [a:realmente] uma transformação em suas vidas... sabe? nunca passaram a ser cristãos verdadeiros ... podem ser crentes ... num é ... podem apenas ... saber que ... que ... existe um Deus ... mas na verdade elas não crêem que esse Deus pode fazer ... tudo ... tem uma certa ... reserva quanto a isso ... tem uma certa ...
    E: elas brincam de cristãos ...
    I: é ... brincam de cristãos ...
    E: e a bíblia?
    I: a gente vê por exemplo que ... as pessoas aí fora ... não ... não ... não querendo ... criticarmas se bem que posso até ser ... sair [a:mesmo] com uma crítica... alguma coisa assim pra ser lançada né ... como questionamento ... quando você fala com pessoas ... é ... católicas né ... ditas é ... que se dizem católicas ... às vezes a gente pergunta ... o que é que você é? aí ... às vezes elas dizem que são católicas outras vezes dizem que são cristãs ... né ... mas aí eu fico com uma certa ... a ... uma certa ... um pé atrás quando elas falam que são cristãs ... eu não acredito sabe? quando elas dizem que são cristãs ... porque ... na verdade ... a palavra de Deus mostra que eles não são ... elas continuam fazendo a mesma coisa ... sabe?
    E: que coisa?
    I: continuam é ... levando aquela mesma vida que levavam ... a mesma vida de ... num tem uma transformação na vida delas ... não é? se antes elas bebiam ... elas continuam bebendo ... porque elas precisam de alguma coisa externa pra ... pra haver alegria ... se antes elas procuravam ... é ... se antes elas machucavam alguém ... se antes elas ... antes elas magoavam o próximo ... muitas vezes elas continuavam fazendo ... sabe? e se não fazem isso ... se elas tentam sempre tá ajudando os pobres é como elas falam né ... através de boas obras ... tudo ... porque querem chegar ao céu por causa disso ajudando as pessoas ... mas às vezes o que leva elas a fazerem isso num é o amor ... num é? no caso ...amar ao próximo ... é [a:só] [a:mesmo] por interesse ... assim como se fosse um escape...se por acaso [a:realmente] Jesus vier e voltar outra vez então eu vou ao céu... eu vou ... eu vou pro céu porque eu ajudei né ... num é nisso que elas crêem num é? então eu acho que quando elas falam cristão ... é ... ser cristãs ... na verdade tem alguma coisa errada aí ... porque as primeiras pessoas que foram chamadas de cristão né ... foi os cristãos primitivos ... os primeiros cristãos ... a vida deles num eram assim ... né? eles por exemplo ...acreditavam em Jesus ... e acreditavam [a:realmente] ... obedeciam a ele e quando eles ajudavam as pessoas ... ajudavam os pobres ...num era no interesse de se [a:futuramente] Jesus viesse ... eles iriam pro céu por causa daquilo... mas era porque ... eles faziam aquilo porque eles amavam ... não é? porque tinham misericórdia ... sentiam pena daquelas pessoas ... sentiam amor ... então ...isso é quando [a:realmente] ama a Deus... sabe? quando isso acontece ... quando você ajuda uma pessoa por amor ...então você [a:realmente] ama a Deus... né ... agora quando você ajuda uma pessoa por amor e também quando você ama a Deus de verdade ... a ponto de obedecer não é ... em tudo que ele quer ... e fazendo o possível pra obedecer ...
    E: e ... e a bíblia né ... tem gente que ... diz que não acredita em religião ...você acredita que ... [a:mesmo] sem acreditar em religião ... a pessoa acredita na bíbliapor exemplo ... que vocês crentes ... nós né? falamos que é a palavra de Deus ...
    I: olha ... é ... a gente encontra várias pessoas aí ... por exemplo teve um dia que eu tava falando com um homem ... que ele disse que ... a bíblia pra ele era como qualquer outro livro de história né ... mas existem pessoas que por exemplo ... que não acreditam em religião ... e ... elas dizem que ... elas dizem que acreditam na bíblia ... né? dizem que crê ... e ... fica uma certa ...eu tenho uma certa dúvida quanto a isso se elas acreditam [a:realmente] ... sabe? elas dizem que ... acreditam ... que acreditam na bíblia ... mas a minha dúvida é que se acreditassem ... se acreditassem na bíblia ... né ... elas ... tinham alguma mudança de vida ... nisso ... nosso mundo seria talvez bem melhor ... né ...se elas [a:realmente] acreditassem na bíblia ... [a:mesmo] essas pessoas que dizem que ... não acreditam... por exemplo ... não ... eu não acredito em religião não ... mas ... você crê em Deus? creio ... creio em Deus ... você acredita que a palavra de Deus é verdade?acredita que [a:realmente] tudo o que tem na bíblia é verdade?acredito ... num é? mas ... num procuram ler ... num procuram estudar ... num procuram entender ... né? não procuram seguir nada do que tem ali ...então eu fico com uma dúvida se elas realmente ... se elas [a:realmente] crêem ... acredita na bíblia... e ... às vezes eu fico ... achando que não ...eu fico achando que elas [a:realmente] não crêem ... [a:mesmo] elas dizendo que acreditam... elas na verdade não crêem ... porque se cressem ... elas obedeciam ... se cressem na bíblia ... elas creriam em Deus ... quando você crê em Deus de verdade ... você obedece ... você ama a Deus ... você ama as pessoas ... o seu próximo ... ama a pessoa que tá ao seu lado ... procura obedecer tudo o que Deus faz ... então quando a pessoa diz que acredita em Deus ... ela pode até crer ... pode até ser uma pessoa crente ... é eu acredito e tudo ... mas se não obedece ... num é um crer de verdade sabe?num é um amor a Deus ... acredita ... [a:pronto] ... acreditam ... mas não amam a Deus... eles podem até crer que ele existe ... mas não amam ...
    E: é possível que na igreja ... cristãos ... cristãos ... na igreja protestante ... evangélica ...tenha pessoas assim ... que brincam ... [a:só] de cristão?
    I: a prova que é possível ... que existe tantos escândalos ... tantas coisas ... né? que muitas vezes levam as pessoas não acreditarem ... né ... na ... na ... na igreja evangélica ... né? se bem que nas outras religiões ... têm isso ... mas nas outras religiões ... nas outras seitas ... mas quanto a elas a gente não precisa nem ficar surpreso ... né? porque se ... por exemplo ... existe uma seita que ... não vem de Deus sabe ... e as pessoas não acreditam isso então de repente existe ...o escândalo quanto a isso é o mínimo que poderia acontecer no meio onde as pessoas não seguem [a:realmente] ... a Deus... mas no meio evangélico existe ... existe muitas pessoas que querem se aproveitar ... querem se aproveitar do nome ... para conseguir alguma coisa né ... existe ... existe políticos dentro da igreja querendo ganhar votos ... querendo se candidatar ... existem pessoas que ... querem vender ... que querem ganhar um pouco mais de dinheiro ... existem ... todo tipo de gente existe ... né? existem pessoas que querem escapar de ... de ... da ... de pressões lá fora ... e entram dentro da igreja mas ... é a prova que existe esse tipo de gente ...que na verdade não crê [a:realmente] em Deusou então que não amam a Deus ... né ... que existem tantos dos escândalos por aí ...
Parte oral
1993
  • O conjubaleste é um congresso de jovens evangélicos batistas que é realizado de 2 em 2 anos.Esse ano ele aconteceu na Semana Santa e na Cidade de Canguaretama.Pra mim foi um congresso que me fez crescer muito, pelas palestras, estudos, mensagens e músicas.A começar da Caravana foi um congresso gostoso pela união que havia entre os congressistas.A abertura do congresso foi [a:muito] bonita, havia muitos jovens e a presença de várias pessoas da cidade.As reuniões aconteciam em um clube da cidade, mas nós ficamos hospedados em um colégio próximo.Por ter início na quinta-feira, à noite, nós não tivemos muito o que fazer no mesmo dia.Na sexta-feira pela manhã nós tivemos grupos de interesses, com assuntos diferentes, à nossa escolha e também c/ preleitores diferentes.Os assuntos dos grupos foram: Bíblia ler, viver e crescer; O Espírito Santo à luz da Bíblia; a Bíblia no contexto social de hoje e Bíblia, estudo e crescimento.Como se vê, o congresso deu ênfase a vida do jovem e o estudo da Bíblia.Fiquei feliz, ou melhor, ficamos felizes, porquê a nossa Igreja conseguiu 1o lugar no "vestibular bíblico" e 2o lugar no concurso da "Unijovem padrão".Na sexta-feira à noite houve a Noite dos Talentos, onde não houve um programa, porquê foi algo espontâneo, eles apresentavam o que sabiam e faziam de melhor: cantavam, tocavam, recitavam poesia e teve a apresentação de uma peça.A peça falava sobre jovens drogados, homossexuais, prostitutas, bêbados etc...E o que poderia transformar a vida dessas pessoas era o conhecimento e uma experiência de amor com Jesus.E como a Bíblia fala tudo sobre Ele, sua missão, e amor por nós,a peça [v:retratava] [a:exatamente] a tentativa de mostrar a esses jovens a verdade da Bíbliae também a grande batalha entre anjos e demônios,enfim foi uma peça [a:muito] bonita, emocionantee que fez cair lágrimas porquê falava de nossa realidade e quando um teatro fala sobre a nossa realidade,a influência dele sobre nós é [a:muito] maior, [a:principalmente] se ele também nos passa, nos mostra solução.Aprendi muito com os debates e com as outras pessoas que estavam ali.Como ficamos em um colégio, a divisão nos quartos (salas) era de no máximo 10 pessoas, o que eu fiquei tinha nove (9).Tivemos um problema com os banheiros, por que havia muita gente e por isso um fila enorme e também muriçocas, se bem que elas foram incentivadoras p/ novas amizades, por que na última noite as luzes precisavam ficar acesas para as muriçocas não incomodarem tanto e o geito foi ficar lá fora, comendo doces e biscoito e curtindo um bom bate- papo,se divertindo ao ver todo mundo ser sujo de pasta, [a:inclusive] líderes e missionários, sem dúvida foi uma noite super divertida.No congresso destaco: os grupos de interesse e amizade ...mas, pra não ser injusta destaco também "as muriçocas".
  • A minha narrativa será a respeito do filme: Mudança de hábito.O filme é uma comédia e narra a história de uma "cantora da noite", ela cantava em casas noturnas dos Estados Unidos, e que uma noite presenciou o seu amante, (queera um traficante [a:muito] procurado e conhecido pela polícia) matando um homem por não ter feito um serviço direito e também por estar devendo-lhe dinheiro.Ela abriu a porta do apartamento na "hora" e na mesma hora fechou, por isso o seu amante com medo que ela contasse pra polícia e testemunhasse contra ele em um processo que ele já tinha nas costas.E ela saiu de lá e foi p/ a delegacia contar o que tinha acontecido.O delegado sabia que o traficante iria procura-lá aonde quer quer que fosse, por isso o melhor local para escondê-la foi em um convento.A madre do Convento, a princípio não queria a preseça da cantora láe [a:só] aceitou depois que ofereceram uma quantia em dinheirop/ ajudar nas obras sociais do convento.O engraçado do filme começou quando ela tinha que se adaptar a todos os horários e obrigações do convento que não tinha nada, ou melhor, nenhuma relação com o seu jeito de ser.Enquanto isso o seu ex-amante continuava procurando a cantora.Ela foi convidada a participar do coral da igreja, que tinha a regência de uma freira antiga, mas que não entendia tanto de música, notas e etc ...A cantora foi ensaiando e ao mesmo tempo "se metendo" no trabalho da freira.A freira, chateada com o que estava acontecendo entregou o coral nas mãos da cantora.Nas casas em que ela trabalha, as músicas que ela cantava era se referindo à homens, amor e etc ...No coral ela mudou algumas palavras e usou estas músicas para o coro.O engraçado era as freiras cantando em rítimo mais agitado, batendo palmas e dançando.A cantora começou a preparar o coral para a vinda do Papa.O ex-amante da cantora, grampeou o telefone do delegado e no dia em que ela ligou para ele, o traficante descobriu o esconderijo da cantora e a raptou.Eles entraram numa espécie de galeria onde tinha muitas lojas, restaurantes e muita gente.A noviça que estava sempre ao lado da freira "cantora" descobriu onde ela estava, seguindo-os de carro e avisou p/ a madre.A madre que já estava se tornando amiga da freira, convocou todas do convento e ela entraram na galeria conseguindo enganar o traficante e seus capangas, a polícia então conseguiu matá-los.O coral ficou pronto para a apresentação da chegada do Papa enesse dia ao contrário dos outros a Igreja estava cheia, [a:inclusive] de jovens que participavam de gangs.O engraçado do filme ficou por conta do comportamento da cantora no convento e as mudanças que houve no mesmo.
  • A descrição que vou fazer é do colégio em que estudo: Ferro Cardoso.O colégio fica em frente a praça André de Albuquerque e ao lado do Memorial Câmara Cascudo.A frente do colégio fica na rua atrás, uma rua estreita.Logo que entramos no colégio a gente encontra um espaço vazio, uma espécie de salão ou galpão rodeado por bancos de cimento.A esquerda da entrada tem uma escada que leva aos andares superiores, e um corredor que à esquerda também possui 3 salas grandes e do lado direito 2 banheiro c/ 2 divisões e mais a biblioteca.Logo que a gente entra no colégio, em frente tem a coordenação.À esquerda da entrada há um outro corredor que logo no início tem a cantina do colégio, depois há uma saula de aula, após esta sala fica a sala dos professores, dois banheiros divididos em dois, mais uma sala de aula, a hemeroteca e sala de proj. de filmes e no final do corredor há a secretaria.Em cada andar tem dois bebedores.No 1o e 2o andar tem 3 salas de aulas.A cor do colégio é verde e branco.
  • Ingredientes: 1 l. de leite fruta à gosto ou essência.açúcar 1 colher (café) liga neutra 1 colher (sobremesa) emulsificantePreparo: Fazer o suco c/ o leite ou utilizar 1 colher (sobremesa) da essência desejada.Depois que o suco estiver pronto, passar no liquidificador com 1 colher (café) de liga neutra, colocar em uma tigela e levar ao congelador até ficar firme (2 à 3 hs).Retirar do congelador e bater na batedeira por 10 min. com 1 colher de sobremesa de emulsificante. [v:Leve] [a:novamente] ao congelador até o ponto desejado.OBS: A liga neutra serve p/ não deixar o sorvete duro.O emulsificante p/ deixá-lo cremoso e fazê-lo crescer.1 litro de leite dá 3 litros de sorvete.
  • Eu acredito que religião não é capaz de trazer alegria, amor e paz para as pessoas.Ter religião não significa que você já tem o perdão de Deus pelos “pecados” (tudo o que desagrada a Deus), que você está livre.As pessoas, cada vez mais estão esquecendo Deus, estão se afastando de Deus, pelos enganos que acontecem, que ocorrem nas religiões, que na verdade não são verdadeiras, por que a religião verdadeira que é Jesus, não causa engano, brigas, mortes, angústias, tristezas e mentiras.A prova que não são da vontade de Deus; que elas muitas vezes não tem o mínimo interesse em Deus é que pregam santos e tantas outras coisas como deus, mas que é na verdade contra os ensinamentos de Deus, quando fala que nós devemos crer Nele apenas.“Quando você ama a Deus de verdade, você obedece, e [a:somente] quando você obedece é que você crê [a:realmente] ”.Se uma religião cumpre isto, então ela é a verdadeira, e para saber o que Deus quer que nós façamos, basta ler a Palavra de Deus, mas pedindo p/entender [a:realmente] o que Ele quer, ou então pode surgir mais uma religião.Jesus é a religião verdadeira, por que foi o único que [v:fez] a vontade de Deus [a:totalmente] e por isso é a Ele que nós seguimos.
Parte escrita
1993

  • E: Emerson ... é ... você teria assim alguma experiência pessoal que você tenha passado assim e que você ... gostou e poderia me contar ... ou até que você não gostou né ...que você poderia me [v:contar] assim bem [a:detalhado] ... o que ... pelo que você passou?
    I: tenho ... foi um acampamento ... de um curso que eu estava fazendo ... um curso de preparação militar ... esse acampamento todos os meus amigos foram ... da minha sala ... também de outra sala ...foi um acampamento [a:muito] bomporque ... apesar de tudo ... foi uma grande ... foi uma grande experiência pra mim ... porque foi a primeira vez que eu dormi fora de casa ... foi a primeira vez que eu ... tive mais contato com as pessoas assim ... muito tempo ...foi uma experiência [a:muito] gratificante... o acampamento teve início assim na base de umas três horas ... por aí ... e ... a gente foi caminhando ... do local de ... de encontro até ... aonde nós ...o objetivo final ... que era dentro de uma mata [a:muito] fechada... e a gente passaria ali quase vinte e quatro horas ... que era uma região militar ... então quando foi ... uma base de ... quatro horas ... começou a caminhada ... chegamos na mata umas seis horas ... e tinha que encontrar um local agradável que pudesse ... que pudesse ser ... que pudesse acampar ... e a gente tirou umas duas horas ...então a gente chegou umas oito horas no local e [a:pronto] ... então feito uma fogueira... depois da fogueira ... as pessoas sentaram ao redor formando aquela roda ... e começou a divisão de alimentos ... cada um levou um alimento na sua mochila ...pensando que ia [v:comer] [a:sozinho] ... mas quando chegou lá ... o tenente que era o chefe de todos ... que ... era militar ... ele começou a revistar as mochilas se ia tirando das mochilas as comidas ... e juntou tudo dentro de uma bolsa ... quando chegou no acampamento ... ele pegou a comida que tava tudo junto e dividiu ... sendo que ... cada pessoa comia de cada coisa uma ... ou seja ... o que eu levei ... [s:eu] não [v:comi] [a:sozinho] ... eu tive que dividir com todos os amigos... depois disso ... teve a noite onde foi escolhido o grupo de cinco pessoas mais ou menos ... que durava uma hora ... enquanto os outros dormiam ... é o chamado sentinela ... de manhã ... houve um café da manhã ... não ... não um café da manhã tão bom assim ... apenas macaxeira e batata doce ... que passou a noite sendo cozinhado na fogueira ... depois teve instrução física ... depois reconhecimento de área ... depois ... teve combate por isso que era preciso ... por isso que era preciso ... fazer reconhecimento da área ... para que mais tarde ninguém se perdesse ... depois teve o combate ... onde era escolhidos grupos que iam lutar contra si ... mas não luta corporal ...era [a:somente] tomar uma fita que estava presa no pé do inimigo...o meu grupo não foi vencedor [a:infelizmente] ... mas ... ele não foi o pior... quem conseguisse pegar mais fita do pé dos inimigos ... era vencedor ... depois veio o almoço ... um almoço não tão bom quanto o de casa ... mas ... pra mim foi um lanche ... porque foi apenas um pedaço de pão com mortadela ... uma coisa que ... eu não tô acostumado a fazer ... porque o meu almoço é super ... reforçado ... depois ... descansamos um pouco ... um pouco mais tarde ... teve mais educação física ... depois arrumamos a nossa mochila para ... voltar ao local de partida ... durou mais ou menos umas ... duas horas até o local ... de onde nós tínhamos partido ... então chegando lá foram dispensadas as pessoas ... todo mundo veio pra casa ... e eu tratei logo de vim pra casa porque ... num aguentava mais a fome e vinte e quatro horas sem tomar banho ... quase vinte quatro horas ... quando eu cheguei em casa tomei aquele banho ...foi uma experiência [a:muito] boa... apesar de todo os sacrifício ... de todas as frustrações ... de todos os ... de todos os ... as dificuldades ... foi um bom ... uma boa experiência ...

  • E: Emerson ... tem assim algum filme que você assistiu e você gostou ... que você poderia recontar esse filme pra mim?
    I: tem ... Batman o retorno ... o filme se passa ... na cidade chamada Gotan City ... o filme já ... já diz o nome ... Batman o retorno ... a segunda parte do Batman um ... o filme começa quando ... o nascimento de Pinguim ... um dos personagens do filme ... ele nasce deficiente ... a família dele com vergonha ... por pertencer a uma alta sociedade ... decide jogá-lo no rio ... é ... e joga-o no rio ... então esse rio tem uma forte correnteza e leva ele pra bem longe ... ele vai parar numa gruta ... essa gruta é habitada por pinguins ... daí os pinguins vão adotar ... vão começar a criar ele ... mais tarde ele vai surgir ... como o aterrori/ o aterrorizador da cidade ... outro personagem é a Mulher Gato ... ela surge como ... ela é uma secretária comum ... e tem o seu patrão ... é empresário que tem um plano de ... construir a ... usina nuclear ... não para gerar energia ... e sim sugar da cidade ... ela ... esquece alguns papéis no escritório e volta ... e descobre qual o plano do seu patrão ... o seu patrão também volta ao escritório à noite ... no momento que ela está lá ... quando abre a porta ... vê ... vê ela mexendo nos seus documentos e já sabe que ela está por dentro de tudo ... então ele resolve matar ... matar ela ... empurrando pela janela do escritório queficava num alto edifício e ela cai no meio ... era [a:muito] altoe bate com a cabeça e fica inconsciente ... alguns gatos que estão por ali ... começam a lamber o sangue dela ... por esse motivo ela fica com algumas características dos gatos e acha isso estranho depois que volta a si ... porque ela começa a ficar ... igual a gato ( ) é ... tem hora que ela tem vontade de miar ... e assim por diante ... tudo que um gato faz ela tem vontade ... daí ela vai surgir como Mulher Gato ... o Pinguim ele tem um plano de pegar os pinguins que faziam parte da turma dele ... e colocar bombas nas suas costas e levar todos ao centro da cidade e detonar essas bombas ... como se fosse uma ação suicida ...ele ia arriscar sua vida ... [a:principalmente] a dos pinguins... então pra ele conseguir esse plano ele tinha que ter o apoio do presidente ... que também ... que também fazia parte dessa máfia ... então ele vai ficar é ... atormentando a vida do presidente ... seqüestrando a filha dele ... mexendo com toda a vida dele ... pra ver se ele conseguia ... o seu ... a sua vontade ... fazendo o que ele queria ... depois de muito tempo o presidente vai ceder à chantagem dele ... ele começou a dar lojas pra ele ... tudo o que ele queria ele vai ter ... escritório ... tudo ... Batman ... como defensor da cidade de Gotan City não podia deixar isso acontecer ... tinha que começar ... a fazer tudo para defender a cidade ... sabendo desse golpe do Pinguim ... a Mulher Gato por sua vez ... ela vai unir-se ao Pinguim para derrotar Batman ... porque ela não gostava do Batman ... nesse jogo todo ... Batman se apaixona pela Mulher Gato ... e os dois assim ... vivem um romance ... ela sem saber ... ela pensando que era um rico milionário ... que era assim um sujeito normal ... e ele pensando que ela era uma simples secretária ... não sabia que ela era a Mulher Gato ... então aí começa o plano ... o Pinguim faz uma gruta ... começa esse plano e ... não fica amigo do presidente ... prende o presidente ... todos ficam procurando o presidente ... sem saber onde ele está ... então o Batman descobre o plano dele ... e daí vai tentar desmascarar Pinguim ... tem uma noite que eles tão numa festa ... e nessa festa Batman fica sabendo que a Mulher Gato é aquela secretária que ele estava gostando e essa Mulher Gato fica sabendo que o rico milionário é Batman ... nessa festa ... já era o começo do plano do Pinguim ... ele queria fazer uma armadilha para despistar Batman da cidade ... e quando Batman se distanciasse da cidade ... ele poderia levar todos os pinguins para o centro da cidade ... e no centro da cidade detonaria as bombas e assim acabaria com Gotan City ... então ele chegou na festa quebrando tudo ... os seus capangas ... ele vem do céu com uma máquina que ele tinha e chega quebrando toda festa ... Batman volta para a bat-caverna ... se veste ... pega o seu ... a sua ... seu automóvel também ... e começa a procurar ele pela cidade ... enquanto isso ... o Pinguim volta pra gruta ... e na gruta começa a colocar seu plano ... a agir seu plano ... colocando todos os pinguins para o centro da cidade ... esses pinguins ... eram domesticados e eram ... e ele comandava os pinguins através de ondas ... é ... através de vibrações ... então Batman ... depois de muito procurar pela cidade toda ... por outros territórios longe da cidade ... descobre que era apenas armadilha e volta pra cidade ... a ponto de ainda conseguir ... deter o plano dele ... com os pinguins quase todos perto da cidade ... se aproximando ... que o desejo do Pinguim era estar no centro da cidade ... Batman consegue chegar ao ponto de descobrir que os pinguins estavam sendo levados por vibrações ... então Batman interfere nessas vibrações ... mandando outras vibrações ... então os pinguins começam a voltar pra gruta e Batman vai seguir os pinguins e vai chegar até à gruta ... quando chega na gruta ... Batman encontra o presidente ... da cidade de Gotan City ... que está enjaulado ... enquanto Pinguim também já tinha outro plano para deter Batman ... e ... Batman liberta o presidente ... nesse momento ... chega a Mulher Gato ... quando a Mulher Gato chega ... esse presidente não gostava da Mulher Gato ... porque ... foi ela que ... impediu que ele colocasse a usina nuclear ... construisse essa usina nuclear ... então ele começa a dar tiro nela ... dá o primeiro tiro ... dá o segundo ... terceiro ... quarto ... e quando chega no quinto tiro e num mata ela ... então sem ela morrer ela sai ... ela tinha duas vidas ... nesse meio tempo Batman ... vai atrás de Pinguim ... ainda na gruta ... e aperta o botão que explode tudo ... ele se suicida e tenta matar ainda ... Batman que ainda está vivo ... mas Batman entra dentro de um tipo de cápsula ... que o Pinguim tinha de restaurar suas forças ... Batman descobre e entra dentro dessa cápsula ... na hora do ... da explosão e ele consegue se libertar ... a Mulher Gato não teve a mesma sorte e ficou no meio da explosão ... depois que já estava tudo ... tudo calmo ... o Pinguim morreu ... então Batman saiu de dentro da cápsula e procura a Mulher Gato ... que ele já sabia que ela era aquela secretária que ele tanto amava ... e procura no meio dos escombros ... mas não consegue achá-la ... então ele vai embora pensando que ela está morta ... depois de algumas ... algumas hora mais tarde ... depois de estar vestido ... vestido como um rico milionário ... que ele é ... sem ser Batman ... ele é rico milionário ... então ele está passeando sem seu carro ... com seu chofer ... pela cidade ... e vê de repente aquela sombra passando de um gato ... ele manda parar o carro ... e vai atrás ... quando ele vai atrás ele vê apenas um gato ... ele pega o gato ... entra no carro e vai embora ... depois de muito tempo ... aí aparece a Mulher Gato ... detrás do carro dele ... sem que ele veja ... e diz que ainda tem uma vida ... por isso que ela está viva ... ela tinha cinco antes da explosão ... com a explosão tinha seis ... e a última que restava ... ela estava aí ... então esse é o final do filme Batman o retorno ... que foi a segunda parte do Batman ... o Batman primeiro ...

  • E: Emerson ... você poderia ... descrever assim ... um lugar que você gosta de ficar ... pode ser qualquer lugar ... pode ser a sua casa ... a sua escola ... o que você quiser ...
    I: posso ... éa minha casa ... ela é [a:toda] murada ... na frente da casa ... tem um muro... um portão ...dois portões ... quer dizer ... um ... [a:especialmente] para carros...que é [a:bastante] grande...e o outro [a:exclusivamente] para pessoas... no quintal da casa se encontra algumas plantas ...algumas plantas [a:somente] ornamentais... [a:só] pra enfeitar... logo na frente ... e atrás ... no quintal ... tem algumas plantas frutíferas ... algumas árvores ... que dão frutas como ... goiaba ... manga ... côco ... o quintal também ... no quintal também se encontra um quartinho que a gente usa mais como despensa e a garagem ... que ... não ficam colados com a casa ...pois o quintal é [a:muito] grande... a casa ...a casa por si ... é [a:toda] branca ... pintada de branco... é forrada ... é dividida em ... em seis compartimentos ... uma área ... uma sala ... dois quartos ... a cozinha e um banheiro ... na área ... a gente vai encontrar ... um portão como se fosse uma grade de ferro ... não é fechado o portão é aberto ... na área também tem umas cadeiras aonde ... as pessoas vão se sentar .... as visitas e as pessoas de casa também ...saindo da área ... só tem duas ... [a:só] tem dois lugares/lugares pra você ir... ou você vai ...para a cozinha ou para o quintal ... ou de frente para a entrada ... se você for para a cozinha ... você tem que passar pela sala ... na sala ... a casa é toda pintada de branco ... a sala também ... o assoalho da casa todinho ... de vermelho ... tipo uma cerâmica ... na sala ... nós vamos encontrar uma enorme janela ... da porta pra sala existe uma divisão ... onde tem uma grande porta ... pintada de marron ... vamos encontrar também ... um conjunto de estofados ... uma estante onde está a televisão ... o aparelho de som ... alguns livros e também bibelôs que minha mãe ... gosta muito ... saindo da sala ...a sala fica encostada à cozinha ... [a:muito] próxima... na cozinha ... nós vamos encontrar uma porta ... uma janela também ...essa porta [a:só] é aberta ... [a:só] é fechada por fora... não pode ser fechada por dentro ... fechada por dentro ... quer dizer ... não fechada por fora ... porque ela é apenas trinco ... não tem fechadura ... nós vamos encontrar na cozinha ... uma mesa ... quatro cadeiras ... geladeira ... também uma pia ... e o fogão ... saindo da sala e da cozinha ... se quisermos ir para o quarto ... temos que passar por um corredor ... onde ... onde é obrigatório a passagem se quisermos ir para o quarto ... para o banheiro ... e no banheiro fica duas portas ... de lado ... uma do lado da outra ... que é a do quarto e a do banheiro ... no banheiro nós vamos encontrar ... um espelho ... um box ... onde é o local que a gente toma banho ... vamos encontrar um espelho ... uma prateleira ... onde fica os utensílios pessoais ... vamos encontrar também um cesto de roupas ... que é claro que a pessoa vai ter que se despir ... e a roupa suja vai para o cesto ... para depois ser lavada ... vamos encontrar ... uma pia ... um chuveiro e também um ... um vaso sanitário ... vamos encontrar ... um banheiro ... uma janela também ... e uma porta é claro ... saindo do banheiro ... de frente ao banheiro fica um quarto ... esse quarto é o que as minhas irmãs e eu dormimos ... vamos encontrar duas camas de solteiro ... vamos encontrar .... um guarda-roupa ... uma cômoda ... vamos encontrar também ... uma janela e uma porta ... no quarto ... também tem várias coisas ... em cima do guarda-roupa é cheio de brinquedo da minha irmã ... tem alguns quadros pintados ... pintados não ... de fotos que minha irmã arranja e bota na parede ... a pequena ... vamos encontrar algumas bonecas dela também enfeitando o quarto ... um ventilador ... e outras coisas ... perfume ... em cima de penteadeira ... várias coisas ... saindo do quarto ... do primeiro quarto ... vamos para ... o outro quarto ... onde nós vamos encontrar ... uma cama de casal ... que é o quarto em que minha mãe dorme ... vamos encontrar também ... um guarda-roupa ... uma janela ... um ... uma porta ... vamos encontrar também um ventilador no quarto ... onde ele fica pendurado na parede ... vamos encontrar também ... algumas coisas da minha irmã ... porque minha irmã onde passa a gente vê uma coisa dela ... em toda a casa ... a casa ... a sua área é a área padrão ... pois a casa pertence ao conjunto ... não foi construída por conta própria ... pertence ao conjunto ... um conjunto habitacional ... ao redor da casa ... é encimentado ... mas o quintal todo não é encimentado ... algumas partes é ... como por exemplo ... desde o portão até a garagem é encimentado ... na garagem ... é grande dá pra dois carros ... tem uma luz ... perto da garagem tem um ... tanque etambém [a:próximo] à cozinha tem outro tanque ... [a:só] que minha mãe lava mais roupa no ... perto da garagem... pois a água não vai pra fossa ... e assim não fica ... fácil de encher ... ah corre por um ... por um fosso que a gente faz ...e [s:ele] [v:vai] [a:direto] pras plantas... assim é bom pras plantas ... e não ... e não enche tanto a fossa ... algumas partes do quintal ... como disse ... é encimentada outras não ... as que num são ... é toda ... a parte que num é encimentada ... é ... coberta por um tipo de grama ...que deixa o quintal bonito ... [a:todo] verde... a casa ... em todos os cômodos tem uma lâmpada ... algumas lâmpadas têm lustre ... e tem ... no quintal tem ... cinco luzes ... uma na frente ... uma de um lado da casa ... outra atrás da casa ... outra do outro lado da casa ... e outra que fica de frente ... do lado da cozinha ... mas é claro que a gente num acende todas ... sem contar também que ... na casa toda ... a casa toda é feita de ... tijolo ... como uma casa normal ... não é feita nem de madeira nem de ... é como uma casa normal ... nos quartos vamos encontrar algumas escapas para armar rede ...nós vamos encontrar também ... alguns ... alguns ... como é [a:mesmo] ? alguns ganchos para botar... qualquer coisa ... aparelho ... pra colocar aquelas plantas ... pra enfeitar aqueles ganchos ... nós vamos encontrar várias coisas ...a casa toda por si ... ela não é [a:muito] grande nem [a:muito] pequena ... normal... todas as janelas têm grade de ferro ... contra roubos ... todas têm grade de ferro ... e também ... desde a área até ... a janela do banheiro ... o banheiro também tem janela ... e todas são gradeadas ... sem deixar nenhuma passar ... então tudo isso foi a definição ... sobre a minha casa ...

  • E: Emerson ... você sabe fazer alguma coisa? talvez você não saiba fazer nada na cozinha né? mas alguma coisa que você gosta de fazer e você poderia me relatar ... o procedimento disso?parece que você gosta de desenhar e sabe desenhar [a:muito] bem... então você pode me dizer como é que você parte pra fazer um desenho?
    I: posso ... [a:geralmente] ... eu costumo desenhar pessoas ou rosto de pessoas... e também eu costumo ampliar desenhos ... a parte arquitetônica ...desenho arquitetônico ... desenho mecânico ... eu num sou [a:muito] chegado... eu gosto mais ... de desenho artístico ... em que a pessoa pode trabalhar com a mão livre ... você pode fazer o que você quiser ... você tem mais chance de passar um sentimento ... uma idéia através do desenho ... enquanto um desenho arquitetônico não ... tem medidas ... tem ... tudo ... enquanto no desenho artístico ... você pode fazer o que você quiser ... quando eu vou desenhar rosto de pessoas ...eu [a:geralmente] costumo desenhar [a:primeiro] o formato da cabeça... depois do formato da cabeça ... eu desenho os olhos ... depois o nariz e depois a boca ... porque ... eu costumo desenhar assim ... de cima e vou descendo ... a partir daí vai descen/ vou descendo ... ao desenhar eu vou descendo cada vez mais ... se for um corpo ... eu prossigo do mesmo jeito ... descendo ... até chegar ... aos pés ... isso se for uma pessoa ... um corpo humano é claro ... quando eu vou desenhar paisagens ... aí ... eu procuro na paisagem ... um ponto ... um ponto que eu possa ... um ponto inicial ... onde dali eu vou tirar todo o desenho ... se tiver uma árvore no meio de muitas ... eu vou ter que escolher uma árvore ... e daquela outra árvore eu vou conseguir é ... tirar a noção das outras ... se uma é maior que a outra ... se uma é mais fino o caule ... essas coisas ... então é assim que se faz ... é assim que eu costumo fazer desenho ... na hora de ampliar ... eu vejo o desenho como um monte de traços ... traços e linhas ... onde cada uma tem que dar ... tem que estar na mesma posição do desenho que eu estou ampliando ... porque se apenas uma linha tiver diferente do outro desenho ... o desenho que eu estou ampliando não vai ficar igual ... e na ampliação do desenho ... a perfeição ... é fator fundamental ... também costumo fazer ... desenhar letras ... e nas letras ... já tem o uso da régua ...mas [a:mesmo] assim tem a sua imaginação... porque você pode criar ... diferentes tipos de letras ...a letra não ... [a:pronto] ... eu tô dizendo o formato das letras ... então através do desenho ... pode se passar várias mensagens... uma idéia ... um sentimento ... e depois de desenhado ... aí vem a pintura ... que tem um papel fundamental no acabamento do desenho ... na pintura ... eu costumo ... usar ... muitas cores ...eu não gosto da ... de usar [a:somente] uma cor com vários tons... que é a onocronia ... eu gosto mais da policronia ... porque eu acho que ... existe mais a diferença entre uma cor e outra ... e o desenho se torna mais real ... então desenho pra mim é coisa fundamental ... é a coisa que eu mais gosto de fazer ... ampliar ... é cópia ... sendo que não botar papel em cima do desenho e fazer ... ampliar o desenho ... pode ter um de dez centímetros e transformar em trinta centímetros ... e também ... sem esquecer os animais ... eu não costumo desenhar animais ... mas ... quem desenha ... desenha tudo .... então pra mim desenhar animais é como desenhar qualquer objeto ... porque o desenhista ... qualquer coisa que vem na frente dele ... ele consegue desenhar ... porque ... a gente não vê assim ... ali é uma pessoa ... ali é um animal ... a gente vê como se fossse ... a gente vê como se fosse linhas ... e essas linhas têm que sair perfeitas e semelhantes no papel ... eu vejo assim ... e a pintura ... como eu já disseé a parte fundamental ... que não pode faltar no desenho ... que torna [a:muito] real... se não tiver a pintura ... pode ser um trabalho apenas de lápis e o sombreamento ... ou seja ... aquelas sombras que aparecem ... que fica um lado mais escuro ... um lado mais claro que ... dá vida ao ser ... porque ficar apenas no risco ... se for o rosto de uma pessoa vai ficar parado ... vai ficar igual desenho animado ... e tem que mostrar que ali é uma pessoa real ...e [v:desenhar] também [a:livre] ... sem ... sem olhando pra uma pessoa ... pra uma paisagem... pra um objeto ...eu também costumo desenhar ... [a:só] na base de noção...alguns desenhos que eu já ampliei ... eu consigo [v:fazer] sem dificuldades [p:de] [a:novo] ... então eu faço com minha própria imaginação ... eu consigo fazer um desenho sem estar olhando para a paisagem ... para uma pessoa ... para ... ampliando desenhos eu também consigo fazer meus próprios desenhos ...não é [a:muito] difícil... você tendo uma noção ... você tendo uma base de desenho você consegue cada vez ... porque cada vez mais que você desenha ... mais experiência você aprende ... como qualquer outro ... qualquer outro emprego ... qualquer outra profissão ... a prática é o melhor processo que você pode ter ... para melhorar sua profissão ...

  • E: Emerson ... qual é ... a sua opinião acerca da pena de morte? você acha que é um ... uma forma correta de ... de ... punir por um crime? você acha que se a pessoa comete um crime bárbaro ... até hediondo como a gente ... como a gente vem ... tem ouvido falar ... e você acredita que a pena de morte é ... é uma solução?
    I: eu acho que não ... há pouco tempo ... há pouco tempo atrás houve dois casos que ... fez com que ressuscitasse a polêmica da pena de morte no Brasil ... foi o assassinato da Dan/ da atriz Daniela Perez e de uma menina que foi seqüestrada e depois queimada ... as pessoas ... pela emoção ... achavam que deveria ser implantado a pena de morte ... mas cada caso é um caso ... porque se de repente fosse implantado a pena de morte ... por causa desses dois casos ...para [v:retirar] [p:de] [a:novo] não seria fácil... então ...deve ser [a:muito] pensado esse assunto...é um assunto [a:muito] polêmico... porque não é através de dois assassinatos ... que podemos julgar os outros que vão vim por aí ... eu sou contra ... a pena de morte porque ... não é a saída para acabar com a criminalidade ... no Brasil já teve uma época ... depois ... depois foi ... depois foi extinto essa ... pena ... em alguns países ainda existe ... e nem por isso ... os criminosos deixam de matar ... assassinar ... [a:muito] pelo contrário ... eles mata mais do que ... nos países que não têm pena de morte... e se por acaso for adotado ... a pena ... eu seria a favor apenas da prisão perpétua ... não da forca ... da câmara de gás ... da cadeira elétrica ...em que o assassino tem uma morte [a:muito] instantânea...onde ele não paga o que ele [a:realmente] fez... enquanto na forca e outras ... enquanto quer dizer ... na cadeira ... na ... enquanto na prisão perpétua ...ele vai [a:realmente] sofrer...ele [a:realmente] vai pagar os seus pecados... de pouco a pouco até ... o dia de sua morte .. e eu acho que a partir do momento de que uma pessoa ... assassina ou seqüestra outra ... ou tem problemas mentais ... uma péssima educação ou às vezes também ... pode ser também por condição de vida ... eu acredito na educação ... e também em melhores condições de vida para acabar com a criminalidade ...existe país por aí ... em que a educação é super ... [v:levada] [p:a] [a:sério] e as pessoas têm boas condições de vida e quase não existe criminalidade ... então eu sou super contra a pena de morte ... e tambéma pena de morte [a:só] pode ser adotada em país em que a justiça [a:realmente] é super eficiente... não é o caso do Brasil ... em que a justiça é falha ... onde ela bota muita vez nas cadeias as pessoas que são inocentes ... às vezes pessoas que roubam ... um saco de feijão ... um relógio ... tá na cadeia ... enquanto que outros que deu prejuízo à sociedade ... milhões e milhões ... bilhões até ... de dinheiro que foi tirado da população e tá aí à solta ... por quê? porque tem dinheiro ...onde a justiça do Brasil [a:só] é válida para os pobres ... não para os ricos... então a pena de morte de jeito nenhum poderia ser adotada no Brasil ... porque eu garanto que morreria muito inocente ... a pena de morte não pode ser adotada no Brasil de jeito nenhum ...porque a justiça é [a:realmente] falha... eu acho que ao invés das pessoas sair na rua ... pedindo para ... ser implantado a pena de morte no Brasil ... deveria estar lutando por outras ... por outros métodos ... outros objetivos ... de melhores condições de vida ... de melhor educação para os seus filhos ...onde as pessoas poderiam viver num país bom ... [a:certo] ?onde [a:realmente] iria acabar com a criminalidade... que eu num acredito que uma pessoa que tenha ... tudo em casa ... faltando nada ... tenha alimentação ... a saúde ... tudo garantido ... trabalho ... tenha educação para os filhos ... uma educação digna ... num vai sair para matar uma pessoa ... seqüestrar outra ... a num ser que tenha problemas mentais ... mas a pena de morte jamais ... podia voltar ao Brasil ... eu acho que deve acabar ... essa pena em outros países que ainda está predominando ... deve acabar ... de qualquer maneira deve acabar ... temos que fazer um movimento para acabar com a pena de morte ... não implantá-la ... esta ... esta é a minha opinião sobre a pena de morte ...
Parte oral
1993
  • Das várias experiências que eu passei houve uma que eu nunca esqueço.Foi uma experiência onde eu aprendi [a:realmente] o que é solidariedade, e foi também a primeira vez que dormi fora de casa.Esta experiência foi um acampamento de caráter militar, onde foi válida a seguinte frase: "Um por todos, e todos por um".Eu estudava num curso de preparação às escolas militares, e os responsaveis pelo curso tiveram a ideia de nos levar a um acampamento.Quando e eu e os meus amigos chegamos ao local de partida, todos estavam alegres pensando que tudo não ia passar de um simples piquinique.Todos nós trouxemos uma mochila, dentro dessas mochilas havia mais comida do que utensilios pessoais.Mas, ainda no local de partida teve um momento em que o tenente do curso, começou a resvistar nossas mochilas.As mochilas que tinham comida dentro, foi retirada toda a comida.Algumas pessoas até protestaram.Ao anoitecer, começou a caminhada, onde o destino final era um local dentro de uma mata fechada.Andamos cerca de quatro quilómetros ate chegarmos ao local desejado. [a:Finalmente] chegamos ao local, já era quase meia-noite.Depois de tudo organizado, foi feita uma fogueira.Quando o fogo já estava sem risco de apagar, fizemos uma roda ao redor da fogueira.A comida que foi retirada das mochilas, juntaram tudo e foi dividida para todos.A comida não foi em abundância, foi pouquissima para cada um.Á noite, enquanto o agrupamento dormia um grupo de seis pessoas, ficava de sentinela.Este grupo era revizado por outros.Pela madrugada, todos foram obrigados a acordar, pois iria começar as instucões.Parecia que estávamos em uma guerra, a gente se arrastava, pulava, caia, corria.No café da manhã, todos se frustaram.Aqueles que pensavam que iria ter frutas tropicais se iludiu.O café da manhã foi apenas macaxeira e batata doce, que passaram a noite sendo conzinhados.Após a primeira refeicão do dia houve o reconhecimento do local, para mais tarde acontecer o combate.O combate consistia no seguinte, o agrupamento seria dividido em três grupos; os componentes do grupo tinham no tornozelo uma fita amarrada.O objetivo era desamarrar esta fita que significava a morte do inimigo.Meu grupo, [a:infelizmente] não foi o vencedor.O grupo vencedor era aquele que trouxesse mais fita.Na hora do almoço todos com fome vem outra frustacão.Cada um teve direito a um pão com mortadela.Depois do almoço ainda fizemos educação fisica, e depois disso, começamos a arrumar o nosso material para iniciarmos a caminhada de volta.Quando chegamos ao local de partida, estávamos despensados.Eu não via a hora de chegar em casa e tomar um belo de um banho, [v:comer] [a:dignamente] e cuidar dos meus calos, os quais os meus pés estavam cheios.Para mim foi uma lição de vida.Foi a partir daí, que eu comecei a dar valor a tudo que eu tenho.Valeu a pena, foi gratificante.
  • Eu assisti a um filme que eu achei o máximo, tanto pela história quanto a produção.Este filme foi Batman, o retorno.Este filme conta uma história onde tem trama e ação.Tudo começa com o nascimento do Pingüim,ele nasceu [a:totalmente] deficientee a sua familia era da alta sociedade.Os seus pais com vergonha dos outros decidiram jogá-lo num rio.A correnteza do rio o levou para uma gruta habitada por pingüins.O drama começa quando a secretária de um empresário descobre que o seu patrão quer construir uma usina nuclear, não para gerar energia, e sim para sugar energia da cidade.O patrão chega [a:repentinamente] no escritório e flagra a secretária mexendo em seus documentos.Temendo ele que a secretária resolvesse contar a todos, ele tratou de matá-la empurrando-a pela janela do escritório queficava no andar [a:muito] alto de um edificio.A queda da secretária foi amortizada pela neve, [a:mesmo] assim esta ficou fora de si.Havia alguns gatos próximos dali, alguns se aproximando começaram a mordê-la.Após algum tempo ela começou a se sentir anormal, como tomar leite em tigela no chão [a:junto] com gatos.Pouco a pouco a simples secretária se transformou na "mulher gato".Depois de algum tempo a mulher gato junta com o Pingüim começa a pertubar Gotham City.Pingüim não era conhecido por todos, até o momento em que ele começa a ameaçar a vida do presidente de Gotham City pedindo que o presidente apoiasse-o.O presidente de Gotham City cede aos caprichos do Pingüim.A partir daí, Batman vai aparecer para salvar Gotham City do mal que estava por vim.O climax da história acontece no momento em que Batman se apaixona pela mulher gato.Sendo que, os dois não sabiam a sua identidade secreta.Pingüim por sua vez tem um plano para detonar Gotham City.Este plano utilizava os pinguins como arma secreta, ondecada pingüim levava um míssel que [v:seria detonado] [a:automaticamente] .Chega o momento tão esperado em que numa festa, está Batman como, o rico milionario que era sua identidade secreta, e também a mulher gato como uma secretária.Há um momento na festa em que os dois, Batman e mulher gato, se beijam debaixo de um ramo em que Batman diz a seguinte frase: "Beijar debaixo desse ramo dar azar".Nesta Pinguin aparece com uma entrada triunfal derrubando tudo que estava na festa para chamar a atenção de Batman.Batman cai na armadilha e persegue o Pinguim.Pingüim volta para a gruta e aciona o seu plano liberando os pinguins para a cidade através de uma frequencia de sons.Mas Batman que ainda estava a procura de Pingüim, percebe o seu plano macabro e lança também o seu ataque.Batman percebeu que os pinguins eram levados por vibrações, logo ele interferiu nessa frequência e os pinguins voltam a gruta.Aproveitando a chance, Batman os perseguem.Chegando na gruta Batman encontra o Pinguim e o presidente de Gotham City.Ele liberta logo o presidente.Pinguim tenta fugir, já que não consegue vai em direção a um botão que exploderia tudo, Batman impede, mas não consegue e tudo explode.Batman se livrou, pois entrou dentro de uma cápsula gigante.Com os escombros Batman procura a mulher gato, mas não a encontra pensando que esta está morta.Ele vai embora.Ainda nos mesmo dia desta confusão, ele andando na sua limosine, como o milionário, ele se ver diante de uma sombra de gato.Pára mas, era apenas um gato.Ele entra no carro e segue a viagem.Mas a mulher gato não morreu afinal gato tem sete vidas, e ainda lhe resta seis.
  • Na minha casa tem um quintal [a:muito] extenso [a:todo] amurado, na frente tem dois portoes de cor marrom.Um dos portões é para entrar carro, e o outro [a:exclusivamente] pessoas.O quintal tem algumas plantas logo na frente, e algumas árvores frutiferas atrás.Tem uma garagem e um quartinho que serve como despensa, os dois não são ligados a casa.A casa por fora e por dentro é pintada de branco.Ela é dividida em 6 compartimentos: a área, a sala, a cozinha, banheiro e dois quartos.A área tem uma grade de ferro, como se fosse um portão, na área tem algumas cadeiras para as pessoas sentarem-se,o assoalho é [a:todo] de cerâmica vermelha.Saindo da área é obrigatorio passar pela sala, onde tem uma porta marrom e uma enorme janela de madeira e vidro.Na sala também se encontra um conjunto de 3 estofados de cor cinza, uma estante com uma televisão, um aparelho de som, alguns livros e também bibêlos, o assoalho é o mesmo da área.Dentro da sala fica o interruptor que apaga e acende as luzes da sala, da área e a da frente da casa;fica na sala também o medidor do consumo de energia.Na cozinha, tem uma pia não [a:muito] grande, uma mesa com quatro cadeiras, uma geladeira, um fogão.Na mesma, também se encontra uma enorme janela,uma porta pintada de marrom, a qual [a:só] se fecha por dentroporque a mesma não tem chave, é fechada apenas por trincos.A pintura, é [a:toda] branca;o assoalho é vermelho como o da sala.Para chegarmos aos quartos e ao banheiro, temos de passar por um corredor, onde na sua parede encontra-se um interruptor que acende a luz que clareia o mesmo.O primeiro quarto que vem em seguida, após ao corredor, encontra-se duas camas de solteiro, um guarda-roupa e uma cômoda.Na parede deste quarto estão dois quadros com fotos dos filhos da donos da casa.Na entrada para o quarto está uma porta, o assoalho do quarto também é vermelho.Ao lado desse quarto está o banheiro onde tem uma pia, um vaso sanitário e um boxe onde está o chuveiro.Na parede [a:toda] branca, com exceção da parte de azulejo que fica dentro do boxe, está uma prateleira onde é colocado utensilios pessoais e um espelho.O assoalho também e vermelho.No chão tem um cesto onde é colocada roupas sujas.Na entrada encontra se uma porta.Proximo ao banheiro esta o outro quarto, onde se encontra uma cama de casal, um enorme guarda-roupa e um ventilador que fica pendurado na parede por um prego.Encontra-se uma janela e tambem uma porta, e o assoalho de cor vermelha.A area da casa é padrão pois pertence a um conjunto.Ainda existem dois tanques, um fica ligado a casa próxima a porta da cozinha e o outro, fica atrás da casa próxima a garagem.
  • Eu adoro desenhar.Desenhar é um dos meus passatempos prediletos.Quando estou sem fazer nada lá estou eu desenhando.Eu costumo fazer mais desenhos artisticos, pois é melhor para você passar uma mensagem, um sentimento. [a:Geralmente] eu sempre faço desenhos quando estou inspirado.Quando eu vou desenhar o rosto de uma pessoa eu comeco pelo formato da cabeca, depois os olhos, o nariz e a boca,o cabelo eu costumo deixa [p:por] [a:último] .Se for um corpo o mesmo processo, começo de cima e vou até embaixo.Ao [v:desenhar] [a:totalmente] , começo a dar um toques finos como o sombreamento que na minha opinião é o que dar vida ao desenho.Quando se trata de uma paisagem, sempre escolho um ponto inicial, e a partir desse ponto eu dou prosseguimento ao desenho.Dependendo do ângulo, a paisagem pode se tornar mais bonita ou mais feia.Eu não sou acostumado a desenhar animais.Mas, tudo que pintar eu desenho.Pois eu trato o desenho como um conjunto de traços.Onde um depende do outro.O meu forte [a:mesmo] , é ampliar desenhos.Onde eu acho um desafio.Pois eu tenho de tentar chegar a perfeicão.O meu objetivo e fazer um desenho mais parecido o possivel daquele outro.A partir do momento em que eu amplio um determinado desenho eu consigo repeti-lo varias vezes sem dificuldade.A pintura tem papel [a:muito] importante no acabamento do desenho.Pois as cores vão dar realidade ao desenho.Ás vezes quando fico sem fazer nada, eu começo a desenhar alguns desenhos que vem na minha cabeça e posso fazer um desenho livre.O desenho livre tem uma grande vantagem, pois o desenhista pode passar emoção, uma ideia, assim como o cantor passa através da musica.Às vezes, eu costumo fazer letras também.É [a:muito] engraçado pois você usando sua imaginação, você pode desenhar varias letras passando uma ideia.Sem dúvida e [a:muito] gratificante desenhar, e mais ainda quando alguém reconhece a sua arte e o seu talento.
  • Há pouco tempo átras dois barbaros assassinatos, o da atriz Daniela perez e o da menina que foi queimada pelos sequestradores ressuscitou a polêmica da Pena de Morte.As pessoas deixando a emocão [v:falar] mais [a:alto] sairam às ruas pedindo a volta da pena de morte no Brasil.Na minha opinião a Pena de Morte não e a saida para acabarmos com essa onda de criminalidade que assola o Brasil.Eu ainda acredito na força da educação.A partir do momento em que uma pessoa decide, assaltar, matar e sequestrar algum motivo ela tem.Ás vezes e por problemas mentais ou até [a:mesmo] condicões financeiras desfavoráveis.Uma pessoa que é contra a violência, jamais poderá ser a favor dessa pena.Imagine você ser condenado a morte, ter hora para morrer, local e um carrasco para executar a sua morte.Num país como o Brasil onde a justica é falha nunca poderá implantar a pena de morte.Muitas pessoas morreriam inocentes e [a:só] morreria os pobres.Pois a justiça, [a:principalmente] no Brasil está não impõe a sua autoridade aos ricos.Ninguém tem o direito de tirar a vida do outro, [a:só] Deus.Eu sou [a:totalmente] contra a pena de morte instantanea, como a cadeira elétrica, a câmara de gas, a forca, e outros.Mas sou a favor, dependendo do crime, a pena de morte onde o réu acusado ficará na prisão até morrer, ou seja, prisão perpétua.É dessa maneira que o individuo sofre [a:realmente] .Em alguns países ainda existe essa pena.E nem por isso, a criminalidade acabou.Eu acho que a partir do instante em que uma pessoa vai para a cadeia, ela vai sair pior do que entrou.Ao invés de pessoas sairem a rua pedindo a implantação da pena de morte, deveriam reivindicar melhores condicões de vida e uma melho educão.Falem o que falar, eu sempre serei contra a implantação da pena de morte.
Parte escrita
1993

  • E: Gerlândia ... tem assim alguma:: coisa ... algum fato assim:: que você passou na sua vida ... e que ficou:: assim como uma experiência na sua vida ... você começou a me contar aí de um passeio ... né ... com a sua tia ...e então você pode continuar ... desde do... do comecinho [a:mesmo] ...
    I: [a:certo] ... foi o seguinte... quando eu tinha dez anos ... e fazia a quarta série num jardim ... chamava-se Pica-Pau esse jardim ... teve um passeio no dia das crianças ... que eu tive que ir com a minha tia ... porque ... minha mãe ... estava ocupada ... num podia ir ... e o resto do pessoal trabalhava ... aí organizei tudo ... eu e minha tia ... a gente organizou tudo ... era num sábado o passeio ... nós fomos pro Vale das Cascata ... a saída foi no colégio ... no ônibus ... o pessoal se reuniu todo mundo ... fizemos fila né ... todo mundo fez fila ... e depois ... cada um em suas cadeiras ... aí ... seguimos a viagem ...foi tudo [a:muito] bom... a bagunça lá ... a turma todinha ... chegamos no Vale das Cascata ... tivemos que fazer um exame médico ... porque ... num podia entrar na piscina antes ... se tivesse algum tipo de doença num podia entrar na piscina ... na piscina ... e antes de entrar ... tinha que fazer o exame médico e depois ... tomar um banho de chuveiro né ... frio ... depois ... todo mundo foi liberado pra tomar banho de piscina ... todo mundo tomou banho de piscina ... depois teve a hora do almoço ... cada um tinha su/ a sua mesa ... né ... na sombra ... a árvore ... todo mundo teve a sua hora de almoço ... almoçamos e depois ... continuamos à tarde ... jogando bola ... lá tinha um campo de futebol ... o pessoal ... os meninos se reuniam numa turma ... cada um dividia uma turma ... um professor e os meninos iam jogar bola ... as meninas ... ou tinha uma aulazinha de ginástica ... é:: aula de vôlei também ... a gente jogava vôlei também ... tinha um timezinho pequeno de vôlei ... tinha aula de educação física ... e:: pra mim isso aí ficou ... de marcar ... porque:: eu tinha apenas dez anos ... minha mãe ...ela num deixava nem eu ... eu sair assim [a:só] ... a única pessoa que ia ... comigo podia ser minha tia... porque eu não tenho irmãos ... sou filha única ... e pra mim ficou como uma experiência ... até hoje nunca esqueci ... e outra também ... e outra experiência que eu tive ... foi ... deixa eu ver ... quando ... na/ quando eu fiz a quinta série que eu tava ... quase ia sendo re/ reprovada né ... aí quase ia sendo reprovada ... precisava de dez em matemática ... passei o ... o resto do bimestre todinho estudando ... em dezembro ... se num passasse ficava de castigo ... passei ... precisando de dez ... fiz trabalho valendo três ... prova valendo sete ... pra mim também foi uma experiência porque eu achava que nunca ia passar ... e pra mim foi ...acho que a melhor coisa da minha vida [a:só] por ter passado né... também ganhei vários presentes ... eu era doida por um ... era doida por uma boneca ... a boneca da barbie né ... ganhei uma bonequinha da barbie ...e ganhei várias outras coisas que num dá nem pra lembrar mais ... pra mim ... [a:pronto] ...as únicas experiências que eu tive assim [a:só] ... pelo menos... ao lado da minha tia foram essas né ... ela foi pegar meu resultado também ... ela morava aqui em casa ... ela foi buscar o resultado ... aí pra mim foi uma alegria ...
    E: você tava pra ser reprovada?
    I: tava pra ser reprovada ... acabei passando ... fiz a prova va/ valendo dez ... valendo sete ... tirei sete ... o trabalho valendo três ... tirei três no trabalho ... aí passei ...
    E: foi histórico porque você nunca ... ((risos))
    I: é ... aí eu achava nunca que ... não ia nem passar né ... fiquei com tanto medo que pensei que num ia nem passar ... pra mim foi uma surpresa ... aí ficou ... até hoje nunca esqueci também ...

  • E: Gerlândia ... é:: você já deve ter assistido a um filme ... ou ter lido assim ... um livro que você gostou ... né? e que você poderia me recontar ... esse livro ou esse filme ... o que que você assistiu ou leu ... que você poderia me contar agora?
    I: bem ... ano passado eu fiz um trabalho ... que o professor de português passou ... a gente tinha que ler um livro ... e o nome desse livro ... o texto ... é a serra dos dois meninos ... a história conta ... que:: eram dois meninos ... dois meninos é:: fizeram uma aventura ...combinaram de fazer uma aventura ... um passeio ... pra ver o que [a:realmente] tinha ... tinha numa serra... que eles observavam ao longe e de repente deu na telha né ... de ...irem lá naquela serra ver o que que [a:realmente] tinha lá... de tão importante ... aí ... o pai deles tinha uma fazenda ... e isso ... essa serra era uma fazenda ... situava-se numa fazenda ... o pai deles tinha uma fazenda ... e quando chegou as férias de meio de ano ... reuniu a família todinha e foi todo mundo pra essa fazenda ... se agruparam todo mundo né ... arrumaram as malas e tudo ... e foi todo mundo pra fazenda ... chegando lá ... a fazenda tava ...a casa tava [a:muito] suja e tudo... e foi todo mundo arrumar a casa né ... limpar e tudo mais pra ... se alojarem ... no dia seguinte ... tomaram café ... foram brincar lá no pátio né ... com a ... foram tomar conta das vacas ... porque tinha uma festa lá que chamava ferra do gado ... que:: tinha que ferrar o gado pra ... com as iniciais da letra do dono né ... do gado ... e depois ... como é ... ficaram na fofoca ... os dois meninos se juntaram ... ao lado da cerca e ficaram na fofoca ...querendo saber [a:realmente] o que que tinha naquela serra... e:: querendo saber ... como é que eles iam fugir ... porque tinha que fazer uma fuga ... o pai num ia deixar eles irem né ... se eles pedissem o pai num ia deixar ... aí foi o que aconteceu ... quando chegou a noite ... aí todo mundo foi dormir ... esses dois meninos ... arrumaram ... arrumaram alguma coisa ... alguma bagagem ... e foram ... saíram no meio da mata ... e acabaram se perdendo no meio dessa mata ... aí pra chegar na serra ... eles cortaram caminho por dentro da mata e acabaram encontrando ... pelo menos ... o pé da serra né ... pra começar a subir ... chegando lá ...começaram a subir ... e [a:realmente] chegaram à serra... onde eles queriam né ... pra saber qual é ... a novidade que tinha lá ... chegaram lá ... acabaram se perdendo ... não sabiam mais voltar pra casa ... não tinha como ... não tinha o que comer ... levaram pouca coisa dentro de uma bolsa ... né ... pra dormir era pior ainda ... com medo de cobra ... quando amanheceu o dia ... acabaram adormecendo em cima de uma árvore ... fizeram ... tipo uma rede com um galho de árvore ... e acabaram dormindo lá ... adormeceram nessa árvore ... quando foi no outro dia ... que amanheceu do dia ... eles já queriam voltar pra casa ... né já desesperados pra voltar pra casa ... sem saber ... como ... iria voltar ... porque já tinham se perdido no meio da mata ... e o pessoal ... todo mundo louco ... atrás ... procurando ... e isso nada deles encontrar como voltar ... e de repente ... eles ouvem ... um ruído ... esse ruído era uma onça ... que vinha dentro da mata né ... as folhas secas ... aí eles ... sem saber o que é ... e ao mesmo tempo querendo ir ver ... mas ao mesmo tempo com medo ... sem saber né ... quando viram ... a onça já vinha correndo em direção a eles ... aí ... um subiu ... conseguiu escapar ... e o outro saiu correndo na mata ... sem saber o que fazer ... num conseguiu se agarrar em nada né ... aí acabaram os dois se perdendo um do outro ... depois passaram vários dias ... vários ... vários dias ... todos dois separados dentro da mata ... naquele sufoco ... sem saber o que ... sem ter o que comer ... sem nada ... aí depois ... como é ... se juntaram ... um ... acabaram descobrindo o outro porque ... o que tentou escapar ... ficou em cima da árvore ... na hora que a onça já vinha em direção ... fez um:: uma fogueira e com essa fogueira a fumaça subiu né ... e quando subiu aí o outro ... o outro ... porque ... eles tinham combinado se acontecer alguma coisa ... nesse caso aí que eles se separaram ... que eles se perderam um do outro ...aí fazia um sinal de qualquer jeito né ... aí [a:pronto] ... o outro soube... o nome do outro era até Marquinhos ... e um era Ricardo ... aí o Ricardo foi o que conseguiu escapar ... subiu na árvore ... e quando foi no dia seguinte ... ele fez o sinal dessa fogueira né ... e o Marquinhos acabou encontrando o Ricardo por causa desse negócio ... dessa fogueira ... a fumaça que subiu ... aí se encontraram os dois ... pra voltar pra casa ... foi um sufoco ... porque num sabia como é que iam ... num encontravam o caminho pra irem pra direção do ... da fazenda né ... de volta pra casa ... e os pais ... todo mundo preocupado ... mandou o capitão ... o pessoal que trabalha na fazenda com o pai ... mandou ... eles irem atrás dos meninos ver se encontravam ... e nada ... depois vários dias passou-se ... bem umas duas semanas e eles dentro dessa mata ... sem saber como voltar pra casa ... aí acabaram encontrando um caminho ... chegaram em casa ... o pai brigou ... e disse que ... as férias as próximas férias que eles tivessem ... eles nunca mais vinham pra fazenda ... porque ... depois de uma barbaridade dessa eles não podiam ir mais pra fazenda ... e acabaram encontrando o caminho de casa ... e foram pra fazenda ... aí o pai disse que ... não fossem ... não ... as próximas férias que tivesse de meio de ano ... férias de final de ano ... eles não iam mais pra fazenda ... por causa disso ... iam ficar de castigo ...
    E: e qual era ... afinal ... o segredo da serra?
    I: bem ... era ... era apenas uma cachoeira que tinha ... na serra ... aí eles queriam descobrir ... porque ... a rotina ... essa ... a ... era como se fosse ... essa ... essa cachoeira banhava a fazenda né ... aí eles queriam descobrir ...de onde [a:realmente] vinha a água... que eles tomavam ...porque a água era [a:muito] limpa e cristalizada né...e eles queriam saber de onde [a:realmente] vinha aquela água...aí foram atrás da serra ... porque [a:realmente] lá que tinha a cachoeira... aí eles foram querendo saber ... a finalidade era essa ... de onde vinha aquela água ... que eles bebiam ... aí acabaram indo e se perdendo na serra ...

  • E: Gerlândia ... é:: você poderia me descrever um lugar ... assim ... que você goste ... ou até que você não goste ... mas você poderia me descrever assim ...com bastante detalhe ... bem ... é ... com bastante detalhe [a:mesmo] ...
    I: bem ..eu vou descrever ... a minha escola ... é [a:bastante] simples... mas tem ... muita coisa que eu posso falar ... em primeiro ... é:: em primeiro lugar eu vou começar a dizer o seguinte ... a minha sala é ... não é tão ... não é tão grande ... mas também não é ... não é tão pequena ... é um tamanho adequado né ... que dê pra quantidade de alunos ... como esse ano o ... colégio que eu estudo perdeu muito aluno ... é:: que foi ... teve muita gente ...por causa do negócio do preço ... mensalidade ... ficou [a:muito] caro... aí o colégio perdeu muito aluno ... aí a minha turma ... tem ... vinte e três alunos ... a turma super ... super legal ... e ... ao lado da minha sala ... tem o banheiro dos meninos ... e seguindo mais um pouco à frente tem o das meninas ... todo mundo reclama lá no colégio porque ... ninguém suporta o cheiro ... o mau cheiro por causa do banheiro dos meninos ... porque os meninos são tudo desleixados ... num liga com nada ... deixa as portas aberta ... quebra descarga ... quebra tudo ...aí mais à frente é o das meninas ... [a:bastante] organizado... porque a gente tá sempre organizando o banheiro da gente ... é ao lado da minha sala ... do outro lado ... do lado esquerdo ... tem ... tem dois cômodos né ... e esses cômodos ... dentro desses cômodos tem ... foram feitos pra colocar planta ... aí a diretora quando mandou construir ... colocou ... nos cômodos ... nesses dois cômodos dois espaçozinhos de areia ... e dentro desses espaçozinhos de areia ela colocou umas plantinhas ... que elas são bem ... elas são espinhentazinhas ... mas ... depois que elas ... com o tempo elas começam florir ... dão umas rosinhas vermelhas ... dá umas rosinhas vermelhas né ... aí dentro da sala ... o piso ... eu nunca gostei daquele piso não porque o piso é ... é ... como é que se diz ... acimentado ... não é ...não é cerâmica ... não é ... é [a:só] ... o cimento [a:mesmo] ... aí já tá ficando esburacado ... sabe? ficando esburacado dos meninos ficarem se balançando nas carteiras ... fazem as carteiras da ... da sala como se fosse uma cadeira de balanço ... e ficam se balançando nas carteiras ... aí já tá furando ... tá furando já tá furando já o piso ... o quadro ... também ... a gente num gosta muito do quadro não porque ... eu num gosto né ... a maioria do pessoal da sala não gosta muito do quadro porque é daqueles ... na parede né ... na parede ...não é esses quadros negros de [a:antigamente] ... que é de madeira ... agora é na parede [a:mesmo] ... no cimento... aí quando chove às vezes ... aí fica ruim de escrever ... a gente escreve ... aí fica o giz ... o giz fica como se fosse pregado ... sabe? a gente escreve aí fica como se fosse pregado ... pra apagar é ruim ... tem que passar uma bucha molhada ... qualquer coisa ou então um pedaço de pano molhado ... aí ... ao lado da ... do ... do quadro ... tem ... a:: o birô ... o birô do professor né ...e não é nem [a:justamente] birô ... é:: uma espécie de uma carteira... carteira de jardim né ... aquelas carteiras pequenininha de jardim ... preta ... como uma banquinha ... e às vezes como é preciso a gente precisa assistir ... assistir fita de vídeo ... aí eles têm que levar ... tem que ... levar a da nossa sala ... porque a única sala que tem ... essa ... essa banquinha é a sala ... a minha sala ... a que eu estudo ... aí o pessoal vai e tira ... aí o professor tem que pegar uma carteira que o aluno tá sentado ... uma carteira que esteja vaga ... ou então mandar buscar em outra sala um birozinho com uma banquinha ... aí ... tem dois ventiladores ... aí a diretora tá até combinando com a gente ... de fazer agora no mês de junho né ... a festa da gente dia dezessete ... do pessoal do ginásio ... pra ver ... se ... como é ... com o dinheiro do balaio o pessoal arrecadava ... dinheiro pra colocar mais ventiladores na sala ... já tem dois ... mas aí a gente começou a dizer que era desculpa esfarrapada ((risos)) da diretora ... porque ... ela veio com essa conversa né ... de que seria pra colocar o ventilador ... mas já tem dois ... acho que ... dois já é suficiente e às vezes faz até frio dentro da sala ... a gente fica reclamando que faz frio dentro da sala ... fica as janelas aberta ... tem duas janelas ao lado ... porque ... fica o banheiro dos meninos de um lado ... aí no mesmo lado tem as janelas da sala né ... aí são duas janelas ... aí a gente fica ( ) porque s duas fica aberta ... aí fica o ventilador ... quem senta embaixo do ventilador já fica com bastante frio ... faz bastante frio dentro da sala ... ela num gosta que a gente feche a porta ...a porta tá [a:meia] quebrada... o trinco ... já roubaram num sei quantas vezes várias coisas lá da sala ... das meninas ... dinheiro ... caneta ... tudo ... o que a gente colocar ... num pode ... sabe por quê? senão o pessoal leva ... e ninguém nunca descobriu quem é ... porque o trinco tá quebrado né ... aí ... debaixo das carteiras ... aqueles araminhos debaixo das carteiras não existe ... aquilo ali ... porque os meninos arrancam pra brincar ... eu num sei como é aquilo ... eles arrancam ... num tem onde a gente colocar os livros ... se a gente num deixar em cima da carteira ... no braço da carteira né ... porque as carteiras de lá são aquelas de braço ... também se a gente não deix/ se a gente num colocar ali ... não tem onde colocar ... ou no chão ...ou então tem que ser em cima ... no colo [a:mesmo] ... assistir aula com livro no colo... porque embaixo das carteiras não tem ... os aramezinho pra colocar ... já tá tudo quebrado ... as paredes ... no começo do ano eram brancas ... hoje em dia tão todas riscadas ... rabiscada pelos meninos ... que risca tudo ... é lá na sala ... pelo menos as meninas num faz nada desses negócios ... agora os meninos ... risca as carteiras ... tem dia que a gente limpa as carteiras ... deixa tudo branquinha ... quando chega no outro dia ... pessoal ... a turma de de tarde ... porque à tarde funciona a quinta série ... na sala da gente né ... funciona a quinta série ... aí como tem menino pequeno ... aí bagunça tudo ... quebra as carteira ... a gente chega já tá com cadeira quebrada ... a diretora botava a culpa em cima da gente ... aí pronto ... bota a culpa em cima da gente ... e diz que foi a gente que quebrou a carteira ... e a gente às vezes sai da aula tarde ... porque a gente fica limpando as carteiras pra num deixar suja ... aí quando chega lá tá tudo sujo ... riscado ... porque o pessoal risca ... aí apesar de tudo isso ... dessa luta todinha assim ... mas eu gosto do pessoal lá da sala ... bem ... pelo menos a turma é pequena ... tem vinte e três alunos ... na hora da aula a gente conversa ... antes da aula quer dizer ... a gente conversa bastante ... mas aí quando chega a hora da aula todo mundo é na sua ... cada um presta atenção ( ) no professor ... conversa ... e tá bom demais ... eu pelo menos acho legal a sala ... a minha sala ... apesar dos defeitos ...
    E: e o resto do colégio ... como é?
    I: bem ... o pátio num é também ... num é tão grande ... num é esse exagero todo ... mas ... ao mesmo tempo todo mundo reclama ... também porque ... num tem pra onde ir ... a gente ... sei lá ... num tem o que ver ... sabe? de tão apertado que é num tem nem o que ver ... a hora do intervalo ... a gente fica sentado ... conversando ... ou conversando ou se tiver dinheiro pra lanchar ... lancha ... também se num tiver ... bem ... e pra ... como é:: quando o pessoal leva lanche né ... o colégio ... a turma fica reunida no colégio ... aí quando o pessoal leva lanche ... todo mundo lancha ... ou então ... fica todo mundo no pátio conversando ... reúne-se no pátio ... porque tem três bancos lá ... bem grandes e o pessoal se reúne e fica todo mundo conversando ... é bem legal ...

  • E: Gerlândia ... é:: você sabe fazer assim alguma coisa na cozinha ... ou outro lugar ... que você poderia me relatar ... o procedimento dessa:: dessa coisa né? pode ser uma receita ... qualquer coisa que você saiba fazer ... e que você poderia me dizer como é que se faz ... isso?
    I: olhe ... hoje eu vou ... eu vou ... bem ... o que eu sei fazer é receita ... alguma coisa na cozinha ... aí o que eu vou dizer hoje a você ... é uma receita de uma torta ... o nome dessa torta é torta nobre ... chama-se torta nobre ... os ingredientes são o seguinte ... duas xícaras de chá de farinha de trigo ... uma xícara de chá de maisena ... uma xícara de chá de açucar ... uma colher:: de fermento em pó ... dois ovos inteiros ... três colheres de margarina ... uma de chá de baunilha ... uma de chá de leite ... e o recheio é o seguinte ... são quatro ovos ... meio ... meia xícara de leite ... uma lata de creme de leite sem soro ... duas de açucar ... uma colher de sopa de margarina ... uma colher de sopa de raspa de laranja ... ou limão ... três colheres de sopa de farinha de trigo ... um copo de requeijão ... três colheres de sopa de passas ... sem sementes ... e:: cinco colheres de sopa de ameixa preta picada ... é:: o modo de preparar ... também é bem simples ... é o seguinte ... colocar todos os ingredientes da massa ... numa tijela grande ... de batedeira ... e:: você tem que bater ... tem que colocar tudo na/ na/ na tijela né ... da batedeira e tem que bater com os batedores e:: como é ... para massa leves ... porque tem vários batedores ... aí você tem que colocar ...o que é pra ... [a:realmente] bater massa leve... e juntar tudo e bater ... e:: ligar né ... na velocidade ... na velocidade total da batedeira ... até a massa ficar homogênea ... despejar numa assadeira número três ... untada e polvilhada ... e reservar ... e o preparo é o seguinte ... coloque oito ... os oito primeiros ingredientes do recheio ... na tijela grande ... da batedeira ... e bata com os batedores ... para massa ... para massa leves ... ligue na velocidade baixa até ficar homogênea ... depois ... é ... você vai distribuir sobre a massa ... e espalhar por cima ... as passas e as ameixas ...leve para assar em forno médio por trinta e cinco minutos ... [v:sirva] [a:frio] ...o tempo do preparo é de quarenta minutos ... [a:aproximadamente] ... rendimento ... doze porções ...
    E: você já fez essa receita antes?
    I: não ... porque isso eu aprendi faz pouco tempo né ... aí eu ainda vou ver como é que vai ficar ...pra mim ver ... se [a:realmente] ... [v:dá] [a:certo] ... se é gostosatambém né ...porque eu aprendi faz pouco tempo ... ontem ... aí pra ... assim ... [a:só] de vista... dá pra perceber que é gostosa ... mas vou fazer ainda ...pra ver se vai [v:dar] [a:certo] ...
    E: e receita de bolos simples ... sem ser nobre?
    I: bem ... bolo simples ... eu tenho o bolo de ovos ... porque bolos mais ... cheios de ... tem mais ingredientes ...eu já num sei [a:muito] bem ... fazer não... sempre tem que tá ... lendo alguma coisa né ... pelo menos ... assim ... pela receita ... tem que tá lendo ... aí tem bolo de ovos ...é a única que eu sei fazer assim [a:só] ... sem decorar ... sem nada... aprendi assim ... e pronto ...

  • E: Gerlândia ... qual é a sua ... opinião ... sobre o vestibular? você acha que ... é uma ... você num vai fazer vestibular agora ... mas você acha que é uma maneira certa de avaliar um aluno pra entrar na universidade? qual é a sua opinião?
    I: bem ... é:: é o seguinte ... como hoje em dia ... já que antes ... bem ... bem antes ... né ... o pessoal já fazia vestibular ... pra ... pra exercer um cargo né ... que ... já que a pessoa quer ser alguém na vida como diz o ditado ... se a pessoa quer ser alguém na vida ... a gente deve estudar bastante ... e pra ... e já que inventaram esse meio ... esse meio que a gente diz assim ... o seguinte ... pra gente mostrar os outros como a gente ... o estudo da gente hoje em dia vale alguma coisa né ... pelo menos isso ... aí o meio que pelo menos inventaram ... que hoje pelo menos ainda tá ...ainda [v:dá] [a:certo] ... hoje em dia é o vestibular... pelo menos ... na minha opinião ... eu acho bem ... interessante ... porque ... no mundo de hoje em dia né ... nesse mundo que a gente vive hoje em dia ... tem muitas pessoas inteligentes e:: que poderiam até inventar outro meio de ... de provar como alguém pode ... como é demonstrar o que aprendeu né ... durante a vida todinha de estudo ... e ... como é ... mas como num apareceu ainda esse que inventasse outro meio diferente de ... da pessoa demonstrar o seu ... o seu ... o seu interesse ... ou então o seu aprendizado ... o melhor método que tem hoje em dia é o vestibular ... e:: como é ... é um meio também assim ... eu acho também super interessante porque é um meio que você ... deve se preparar ... é o seguinte ... você ... o preparamento que a gente tem pra poder ... entrar numa faculdade ... pra fazer vestibular deve ser o seguinte ... é:: terminar né ... o terceiro ano ... daí ... deve fazer um cursinho ... que lá eles preparam ... todo tipo de matéria ... você vai renovar aquelas matérias ... a sua experiência ... você vai renovar né ... de ... de ensino e aprendizado ao mesmo tempo ... e depois ... deve continuar ainda o aprendizado até ... que chegue a época do vestibular ... porque aí você vai ter ... vai se ... como é que se diz ... vai se especificar no ... naquilo que você aprendeu ... vai ter que mostrar como você aprendeu e vai ter que exercer aquele cargo no que você aprendeu ... e o vestibular também ... existe vários ... como é que se diz ... vários métodos ... a pessoa escolhe o que vai querer ser na vida né ... porque ... eu acho até que ... um dos mais escolhidos assim ... o pessoal escolhe mais ... um dos cursos mais concorridos no vestibular ... é a parte de medicina ... medicina ...esse negócio de odontologia também ... é [a:muito] interessante... e eu acho até que ... por enquanto ... o meio mais correto que tem de se ... entrar na faculdade hoje em dia é pelo vestibular ... porque ... podia até ... já ter inventado outro método ... mas ... por enquanto ... eu acho que esse aí é bem ... já bem interessante assim ... porque ... às vezes tem gente que ... estudou a vida todinha ... infância ... adolescência ... termina ... faz curso ... se prepara pro vestibular ... chega ali no dia ... quando vai ver ... num tem passado ... num tem alcançado né ... a sua média pra passar no vetibular e acaba ...vai [v:repetir] tudo [p:de] [a:novo] ... pra ver se consegue né ... e pelo menos ... já ... eu tenho um professor ... que eu até falei um dia a você ... que o nome dele é Júnior né ... fez faculdade ... foi ano passado ... passou-se vários anos estudando pra faculdade ... ele sempre chegava lá no colégio falando que tava cansado ... isso e aquilo ... porque tava estudando ... pra batalhar ver se formava em Letras né ... conseguiu ano passado ...foi uma festa [a:muito] bonita... ele pelo menos ... chamou a turma todinha lá do colégio pra ir assistir ... mas até que ... eu nem fui nesse dia ... porque ... adoeci ... num tive condições de ir ... aí ... pra ele né ... já que ... pelo menos o que ele conversava comigo ... pra ele foi ... acho que uma das melhores coisas que aconteceu na vida dele né ... e ele também ... ele também me dizendo também ... que achava ... que achava ... que vestibular hoje em dia pelos menos ainda é um dos melhores métodos que tem ... pra ... a gente demonstrar ... mostrar os outros o que a gente aprendeu durante a infância e adolescência todinha da gente ...
    E: e:: o que você acha daquele método ... que:: em outros países né ... que o aluno é avaliado durante todo o seu período de ... escolar né ... dependendo das notas que ele obteve em to:: do esse período ... ele entra ... ou não na universidade ... você num acha que seria um incentivo maior pras pessoas estudarem?
    I: bem ... eu acho que sim ... porque ... aqui no Brasil ... pelo menos lá ... seria até ... já que lá já existe né ... é até ... o pessoal já tá acostumado ... aí já deve dar ... valorizar né ...mas acho que aqui no Brasil num [v:daria] [a:certo] ... porque ...se já existe vestibular ... que é um método [a:muito] importante... o pessoal ... tem gente que não se interessa ... a maioria da população do Brasil num se interessa ... imagine se ...poderia até ser que se o método de lá viesse pra cá ... poderia até [v:dar] [a:certo] ... o pessoal se interessasse mais ... mas eu acredito que não ... porque ... se já existe aqui no Brasil o vestibular ... pelo menos né ... é um método também interessante ...eu acho que ... como é ... eles ... [a:mesmo] assim ... num ... num [v:daria] [a:certo] porque ... o pessoal ... a maioria do pessoal...a população é toda desinteressada ... [a:principalmente] em negócio de estudo... é ...eu acho que não [v:daria] [a:certo] não ...
Parte oral
1993
  • Quando tinha 10 anos eu fazia a 4a serié no jardim Escola pica-pau Amarelo.durante o ano letivo os organizadores organizaram um passeio do dia das crianças pagamos uma pequena taxa em dinheiro para alugarmos o ônibus isto ocorreu num Sabado e fomos para o vale das cascatas.Como a minha mãe não podia ir eu fui com a minha tiapassamos todo dia [a:só] retornamos a noitefoi tudo um barato para mim foi uma super Experiencia.Outro tipo de experiencia que passei foi Quando fui fazer a 5a serié os 1o bimestres foi super bem mais quando chegou o final do ano eu tinha ficado em recuperação para mim foi outro tipo de experiencia pois assuntos que aprendi nunca tinha visto na Matemática.Assisti as aulas estudei bastante e acabei passando.
  • Quando fazia a 7a serié o meu professor de Português passou um trabalho para fazermos a finalidade deste livro era descobrir o quanto e importante ler uma aventura.Esta aventura conta o que Marquinhos e Ricardo aprontaram durante as ferias do meio do ano.quando foram para a fazenda do pai.Chegando lácomo a casa estava fechada estava tudo [a:muito] sujo.eles reuniram-se e foram limpar a casa.Chegou a noite eles foram a uma festa na fazenda que se chama a ferra do gato e como uma vaquejada onde os vaqueiros devem pegar o gado do patrão com as suas iniciais.Enquanto isso os meninos num canto da cerca faziam os planos para fugirem para descobrir de onde vinha a àgua que eles usavam.Quando todos foram dormir eles foram em direção a cerra chegando lá perderam-se dentro da mataQuando chegaram na cerra foi pior acabaram-se perdendo no meio da cerra quando acharam o caminho de volta para casa chegando lá levaram varios carões e ficaram com a promeça de que não iriam mais a fazemda por terem feito isso.
  • Bem pra começar vou falar sobre minha sala de aulapra começar o piso não e ceramica e de cimento [a:mesmo] Os meninos pegam na hora da aula ficam bagunçando e fazem das carteiras verdadeiras cadeiras de balançoo chão como e de cimento já está ficando [a:só] os baracas.Como ano passado a diretora mandou fazer reforma e aproveitou mandou construir um comongois ao lado das salas de aula ficando estes para fora da salaOs quadros não são como aqueles de [a:antigamente] que eram de madeira o da minha sala e na parede [a:mesmo] e todos reclamam por que quando e dia de chuva o quadro fica frio e quando a gente escreve fica o giz pregado e para apagar tem que se passar algo molhado para sair.temos tambem dois ventiladores que as vezes fazem até frio dentro da sala temos tambem duas janelas a porta está com o trinco quebrado e já roubaram até as coisas do pessoal e nunca que descobrimos quem roubaram Já o patio não e tão grande existem apenas 3 bancos feitos de cimento pintados de azul escuro - tem pequenas caixas de Som espalhadas pelo corredor das salas de aula e o patio para podermos escutar música ou algo importante que a diretora queira falar.tem tambem um pequeno portão onde divide o patio e as salas da alfabetização jardim I e jardim II neste espaço que o portão separa existe uma mangueira onde o pessoal senta num acimentado para conversar.
  • os ingredientes são os seguintes2 xicaras (chá) de farinha de trigo 1 xicara de maizena 1 colher de fermento em pó 2 ovos inteiros 3 colheres de margarina 1 colher chá de Baunilha 1 xicara de leite l xicara de açucar o recheio e bem simples são 4 ovos 1/2 xicara de leite 1 lata de creme de leite sem soro 1 colher de sopa de margarina 1 colher de raspa de laranja ou limão 2 latas de açucar 1 copo de requeijão 3 colheres de sopa de farinha de trigo e 3 colheres de passas sem carosos e 5 colheres de ameixas pretas picadasagora o modo de preparo e o seguinteColocar todos os ingredientes na tigela da Batedeira e ligar no maximo com batedor para massas leves mais tem que bater todos os ingredientes até a massa ficar homogenea e despejar numa forma no 3 untada e povilhada.agora o preparo do recheio e o seguinte [v:despejar] os primeiros ingredientes [a:novamente] na Batedeirae bater com os batedores para massas leves e ligar na velocidade baixa até ficar homogeneadepois e [a:só] destribuir as passas e as ameixas por cimaassar em forno medio por 35 minutosobs: [v:servir] [a:frio] .
  • Bem pra começar na minha opinião um dos melhores metodos para mostrar o que aprendemos durante nossa infância e na adolecência e o vestibular.O vestibular prepara para a vida se alguem que ser algo na vida tem que batalhar muitoEsse metodo que existe no Brasil e [a:muito] interessanteporque você escolhe o que vai querer ai você se prepara para o vestibular fazendo um cursinho e terminando o 3o ano.Um dos cursos mais concorridos e os cursos de medicina e odontologia que esige muitos anos de estudo para poder exercer o cargo de medico.Como no mundo inteiro existe varias pessoas inteligentes já deveria ter inventado outro metodo para as pessoas poder mostrar seus conhecimentos mais como já estamos alcustumados com este metodo apesar que metade da população e desinteresada.por mais que aparecesse outro metodo o desinteresse continuaria.
Parte escrita
1993

  • E: Lúcia ... é:: às vezes a gente passa assim por experiências né ... alguma coisa que acontece ... na vida da gente ... e que a gente gosta de falar ... pode ser uma viagem ... ou uma festa que a gente foi né? e que gosta de contar ... você tem alguma viagem ... ou festa ... que você foi ... e gostou e poderia me contar?
    I: tenho ... a de Maceió que eu fui pra excursão ... aí eu gostei ... foi divertido ... mas até que assim eu num tava querendo ir sabe? aí quando foi ... minha mãe trouxe ... trouxe ... biquini e essas coisa ... maiô ... num sabe? ela trouxe maiô aí disse ... “ei ... você vai?” aí ... eu não disse a ela que tinha prova ... eu ia começar as prova ... aí eu disse ... “não ... num vou não” ... aí ... ela ficou assim ... eu vi que ela ficou assim com raiva ... sabe? mas quase que eu num ia ... aí eu disse ... “não ... eu vou” ... aí ela disse ... “qual é a primeira ... qual é a primeira assim ... qual é a primeira ... a primeira ... a primeira prova?” matemática ... e matemática minha filha ... aí eu num vou ... eu já num gosto de matemática ... eu nunca gostei ... quer dizer ... eu gostava ... aí agora ... que essa juventude agora minha filha ... como diz ... o jovem num tá tão se interessado a estudo ...aí fica ... aí [a:pronto] ... aí eu fui ... me diverti... saí ... conheci lugares bonito ... praia bonitas ... fui pra ...agora eu [a:só] num gostei de uma coisa ... que eu [a:só] ia pro ... pro ... assim ... pra um bar... o mesmo sabe? a mesma ... o mesmo bar ... mas mulher ...que era forró ... [a:só] forró... eu num gos/ quer dizer ...eu num gosto [a:só] de forró... a gente gosta de outras músicas num gosta?
    E: é ...
    I: assim ... gosta ... sei lá ... discoteca ... aquelas música assim bem agitada né? aí eu fui ... aí eu ... a gente queria escolher ... aí a gente almoçou num restaurante lá ... aí a comida foi por quilo num sabe? aí foi bem divertido ... aí eu fui ... aí o que ia dizer ... sim ... aí a gente ... aí a gente foi lá pra esse bar ... aí a gente chegava ... aí era até Maria Bonita sabe?[a:primeiro] a gente ia pra Lampião...mas Lampião era um lugar assim [a:muito] aberto num sabe?era aberto ... aí tava chovendo ó ... a chuva pegou a gente ... aí ... ai que droga ... num sei o quê ... aí quando foi o ... o taxista disse ... “ei ... tem o Maria Bonita ... vocês querem ir ... é fechado” ... aí a gente fomos ... aí a gente foi no Maria Bonita ... aí quando chegou lá a gente ficamo lá ... aí foi bom ... aí a gente ficou ... aí no outro dia eu ... o motorista disse ... “ei ... a gente vai pro ... Maria Bonita” ... ah cachorro desgraçado ... mulher ... ele num dançou comigo ... eu tive que chamar o condenado ... pra dançar ...
    E: quem era?
    I: era ... ele é de lá num sabe? é ... ele é o guia turístico ... é:: o nome dele é Luciano ... aí ...ele lá dançando ... aí dançava ó ... assim ... “vou dançar” ... aí todo mundo ... aí ia dançar ... aí dançou com minha prima ... ele já conhecia minha prima ... dançou com minha prima ... aí começou a dançar ... dançar ... quando ele ia embora eu disse ... “a ... espera aí ... você num me chama pra dançar ... mas eu vou te chamar pra dançar” .... aí chamei ele pra dançar ... quase que morria de dançar comigo ... aí tive que dançar com Mário ... que eu conhecí lá ... ele me chamou pra dançar ... aí eu fui dançar com ele ... aí ele ... menina ... eu fiquei tão aperriada ... ele assim ... aí nós dançamos né ... eu dançando assim ...ele disse ... “ei ... você dança bem” ... aí ( ) [NULL SUBJECT] [v:] [p:de] [a:novo] ... “você é daqui?”“não ... sou de Natal” ... ele disse ... é ... “bem-vindo a Maceió” ... eita danado ... aí quase que ... aí quase que ... ele queria ... num sabe? e eu ... não ... num quero não ... eu quero o turista ... o guia turístico ... aí lá foi divertido ... sim ...aí a gente foi pra praia ... praia do Francês ... é linda ... aí a gente fomos conhecer ... o museu ... aquele museu num sabe? conhecer:: Deodoro da Fonseca ... a mãe dele ... aí tinha ... tinha ... ainda as camas lá ... num sabe? tinha as cama ... tinha um armário ... tinha a mesa ... cadeira ... menina ... tinha até um pinico ... tinha um pinico ... mas num parecia um pinico não ... parecia um negócio bonito ... parece um jarro num sabe? eu disse ... “ah sabe o que que eu fazia com esse pinico? um jarro ... fazia um jarro ... assim bem bonitão” ... aí ... mulher ... era engraçado que era assim sabe? ela ... ela tinha parece ... num sei quantos filhos ... num sabe? mas ... ela não gostava de mulher ... gostava não ... ela num queria nem saber ...ela [a:só] gostava de homem ... só de homem... aí parece que era assim ... no dia que:: o filho dela ... algum dos filhos dela morriam ... aí ... nesse dia ela fazia uma festa num sabe? aí nessa festa ela brincava ... dançava ...aí no outro dia ela já começava a chorar ... é [a:todo] estranho... né não? aí ( ) aí ... aí quando foi ... aí começou assim sabe? aí a gente tirou lá foto ... quase todo canto tirava foto ... eu num gosto de tirar foto porque eu saio feia ... aí a gente tava lá no hotel ... sim minha filha ... eu conheci um rapaz bonito ... o nome dele é Ney ... aí a gente ficou conversando ... aí foi ... aí nessa conversa minha filha ... aí minha tia mandou eu descolar um ... quando eu ia descolar ela num gostou ( ) aí minha tia ... vai descolar ... aí quando eu ia descolar ...tava [a:só] conversando com o rapaz... ela vinha e acaba tudo ... a conversa tudo ... aí voltava pra mesma ... menina ... mas ô rapaz tímido ... tímido demais ... mais tímido do que eu ... mulher ó eu ... porque eu sou tímida ... que eu num vou ... num sou de chegar assim pro rapaz e falar as coisa ... menina ... quando eu cheguei perto desse menino ... porque eu pensava que ele sabia dançar num sabe? aí ... eu num sabia de nada ... aí eu cheguei ... menina ... eu cheguei TRUUU ((imitação de tremedeira)) ... porque dá logo uma tremedeira sabe? quando eu chego perto de homem minha filha ... eu começo logo a gelar ... ficar fria ... me tremendo toda ... aí eu cheguei perto dele e disse ... “ei ... ei ... vamos dançar?” ele disse ... “eu num sei dançar” ... aí eu disse ... “ai meu Deus do céu” ... eu digo ... “a então lá vai” ... e ficamo conversando lá ...
    E: foi onde ... em Maceió?
    I: foi ...
    E: e a volta?
    I: a volta ... a volta foi boa ... ah ... outra coisa ... sim ... teve uma brincadeira num sabe? quando fomos ... teve a brincadeira ... a brincadeira do piu-piu ... e:: a brin/ e outra brincadeira aquele também:: amigo secreto ... é bom ... né não? amigo secreto ... aí eu nunca pensava que eu ia tirar o guia ... porque ele disse que podia chamar de Luciano ou Sprite ... aquele refrigerante ... aí ... ele disse ... “olha ... ou vocês me chamam de Luciano ou Sprite né” ... eu sou mais Luciano ... nesse dia a gente brincou de piu-piu ... aí:: a gente tinha que dizer quantos piu-piu tinha ... aí os homens dizia ...bem eu [a:só] tenho um ... porque o piu-piu era a letra... a letra a num sabe? aí por exemplo ...meu nome é Lúcia ... aí eu [a:só] tenho um piu-piu... que é a letra a né? [a:só] tenho um a ... só um a... num tenho ...vamo dizer ... Cristiane ... Cristiane tem ... Cris-ti-a-ne [a:só] tem um né... também ...deixe eu ver quem mais ... [a:pronto] ... Valgênia ... Valgênia tem dois né?aí tem que dizer ... [a:pronto] ... dois piu- piu ... você tem... aí ele dizia ... “é pequeno ... médio ou grande?” aí eu disse que o meu era médio ... aí ele mandou eu dar uma desfilada ... eu fiquei morta de vergonha ... dentro do ônibus desfilando lá pra ele ver ... aí ele disse ... “é ... é ... médio” ... eu fiquei morta de vergonha ... aí depois ele começou ... aí ele ... aí eu não sabia ... olha minha tia sabia ... aí ficou ... eu e Cristiane sem saber ... quando foi Cristiane descobriu ... vamos descobrir o que era o piu-piu ... aí depois disse ... “olha ... é a letra a” ... aí eu ... “agora entendí” ... aí depois passou ... aí foi a brincadeira do amigo secreto ... aí eu tirei ... aí eu tirei ... e é porque eu tava lendo ... tava lendo não ... tava vendo aquele coquetel né ... aquele que faz caça-palavra ... eu gosto de caçar palavra ... aí eu tava só ...aí lá eu tirei um papel ... [a:claro] ... aí veio o papel... aí [a:pronto] menina ... peguei o guia... peguei o guia ... aí eu peguei ele ... aí quando foi Cristiane ... aí ficou eu e Cristiane ... “anda Lúcia ... diga aí o teu” ... eu digo ... “diga aí o seu” ... aí ela virou ... era uma senhora ... foi uma senhora ... aí eu disse ... “olha o meu ... eu tirei o guia” ... minha filha ( ) aí ela disse ... “eita ... num sei quê” ... aí eu achei ... quer dizer ... eu contei a minha prima né ...eu contei ... aí [a:pronto] ... aí a gente pro ... pro negócio de artesanato né... que é aquelas coisa bonita né? tem muita coisa bonita ... e a gente foi conhecer ...a gente foi conhecer ... assim ... a ... a ... [a:pronto] ... a casa ... parece que:: a de Teodoro sabe?de Teodoro da Fonseca ... aí a gente foi conhecer lá também ...aí a gente ficou ... aí [a:pronto] ... aí depois ... aí na volta ... teve assim ... menina o shopping lá... o shopping dá de dez daqui ... ave Maria .... que grande ... imenso ... imenso ... imenso ... aí a gente entrou nesse shopping ... a gente fomos lá ... mas menina ... ave Maria ... grande demais ... e bonito ... cheio de rapaz bonito ... rapaz bonito ... e a gente tava procurando os presentes pros amigos secreto né ... eu ia dá um chaveiro com o nome dele ... Luciano ... aí ela disse ... “não ... vamo” ... aí depois ela viu os cinto num sabe? aí naquele tempo ... era o dia dos namorados ... dia treze né? dia doze ... aí:: a gente ficou ... aí ficou ... “é você vai dá o cinto ... num sei quê ... é pra amarrar homem ... num sei o quê” ... aqueles negócios ... se der cinto é porque segura ... sei lá ... segura o homem ... se num tiver preso ... aí:: ela disse ... “olha três cinto” ... aí eu disse ... “é ... pode comprar” ... porque a primeira coisa ... comprar coisa pra homem ... num é difícil comprar? porque a gente não sabe o que ele ... o que ele não tem ... a gente num sabe o que que ele quer ... a gente pode comprar um cinto ... ele já tem ... já tem calça ... já tem camisa ... já tem tudo né? e pra mulher também eu acho que ele acha que pra mulher também é difícil ... como tanto pra ele como pra gente ... a gente acha um dos dois difícil né? aí eu disse ... “compre aí o que você quiser ... é com você” ... aí comprou os três cinto ... aí os três cinto ... a gente comprou ... aí viche ... de uma vez vai ganhar três cinto ... aí ficou naquele negócio ... aí no dia de entregar ... teve lá ... aí ... “ei gente ... vamo entregar os presente ... vamo entregar os presente ... ê” ...aí olha [a:só] o que que ele disse... “olha ... mas vocês têm que falar tudo ao contrário ... quer dizer ... por exemplo ... é ... você vai falar assim ... fulano de tal que eu tirei é alto ... ele é baixo né ... é moreno ... sendo branco” ... aí tudo ao contrário né ... aí que que eu ia falar dele? se eu num sei ... se num sabia falar ... o que que ele tinha ao contrário ... aí minha filha ... eu fiquei preocupada ... ai meu Deus do céu ... e num sei quê ... aperriada dentro do ônibus ... aí eu disse ... “o que que eu vou dizer? tudo ao contrário ... se eu num ... o que que tem ao contrário ... que ele é magro” ... num sei o quê ... aí minha tia disse ... “olha ... você fala assim ... diga ... que ele ... é gordo ... é casado ... tem cabelos grisalhos ... e que tem:: mais assim ... uma idade ... uma idade avançada” ... aí eu ... “pronto ... como é ... [v:repita] [p:de] [a:novo] ...aí do jeito queeu não tenho a memória [a:muito] boa... repita ... isso ... isso e isso” ... aí ficou ... “amiga ... quando chegar na hora é pra dizer isso ... isso e isso” ... aí foi até uma senhora que me tirou ... aí eu até gostei sabe? aí ela disse ... “olha ... eu num tive papel de presente pra dar” ... aí eu disse ... “não ... num tem nada não” ... aí foi a minha vez ... aí eu disse ... “é:: ele é gordo ... alto ... cabelo grisalho ... tem assim a ... a idade ... né a idade assim” ... aí as menina ... “ê ... Luciano ... Luciano” ... aí beijinho pra acolá ... beijinho pra acolá ... aí ela disse ... “ei ... num tirei ... aí Cristiane ... ei ... eu num tirei foto não ... eu num tirei foto não ... pode dá outro beijo” ... aí todo mundo ... “beija ... beija ... beija ... beija” ...pena que num foi na boca ... foi no rosto ... aí [a:pronto] ... aí foi a gente se divertiu... aí cantamo dentro do ônibus ... aí foi bem divertido ... foi divertido ... aí a gente dançando assim ... assim mulher .... dançando dentro do ônibus mulher ... dancei ... gritei ... berrei ... fiz tudo que podia ... aí foi bom ... foi bom ... aí tinha outro Luciano ... que era o guia de lá né ... guia de lá ... aí o guia de lá era tão feio mulher ... sim ... eu vi o gay ... aí esse era outro ... outro ... outro guia .... num sabe? a mas ele era assim ... era assim ... bicha toda ... aí ele convidou pra gente ir pro restaurante dele ... aí minha filha ... [a:só] sei que foi uma confusão danada do gay... ele disse que:: ele disse que tinha uma promoção ... num sabe? que a gente se fosse comer ... ia acontecer uma confusão lá menina ( ) saiu briga ... aí ele ... aí num ... saiu uma confusão danada ... batendo nele ... quer dizer ... a gente não né ...o pessoal de lá [a:mesmo] bateram nele... porque parece que ele não era guia ... ele tava mentindo ... ele tava ... ele parece que falsificou ... ele não era de nada ... aí ... ele ficou ...e eu [a:só] sei que aconteceu essa confusão... aí ele disse ... “olha ... deixe pra lá ... foi um mal entendido e tudo bem e vamo embora” ... aí quando a gente chegou lá ... aí a gente foi almoçar no ( )na ... na lanchonete ... aí [a:pronto] ... aí a gente encontrou esse guia Luciano... aí ele levou a gente pra ... pra conhecer ... conhecer onde era ... ele falou das macaxeira desde novinho ... sabe? aí eu comi macaxeira ... aí foi e falou ... aí a gente tava ... aí quando foi eu tava conversando com ele ... comecei a conversar ... porque ele disse que é bom pra a gente pegar assim ... uma turma divertida ... num sabe? dentro do ônibus ... e não aquele negócio ... aquele silêncio né mulher? aquele ... aí aquele negócio lerdo ... aquela turma divertida ... que ... que saia ... dance e se distraia né? aí foi ... aí eu sei que ele ... aí a gente ficou conversando ... ele disse que pegou assim ... uma turma assim ... aí ele disse que tinhauma senhora ... uma senhora bem idosa [a:mesmo] ... bem idosa... aí ela fez streap tease ... uma senhora idosa ... aí ele contando isso pra mim aí eu morri de rir ... ele me contando isso ... ele disse que a senhora fez o streap tease lá e ele ... “minha senhora ... num faça isso ... num sei quê” ... aí a gente vinha conversando a história ... ele subiu ... aí minha tia disse ... “o que que você tava conversando com ele?” aí eu disse ... “nada ... ele tava me contando uma história ... tava me contando uma história que aconteceu isso” ( )aí ela disse ... “a eu já sei” .... aí [a:pronto] ... foi bem divertido... foi legal ... aí tudo bem ... aí a gente passou por Recife ... aí olha ... cheio de viaduto ... cheio sabe? é embaixo ... em cima ... do lado ... do lado pro outro ... direito ... esquerdo ... tudo assim ... tudo viaduto ... e lá é cheio de favela ... porque assim quando a gente passa ... a gente viajou de noite ... mas ( ) num é como o Rio de Janeiro ... num é aquele dali ( ) aí ( ) de manhã ... aí de manhã a gente tava no ônibus ... a gente ia andando né ... aí os rapazes passava aí a gente ... “ei ... bicho aquele ... ei bicho aquilo ... num sei quê” ... aí a gente soltando beijo ... aí foi divertido ...

  • E: Lúcia ... hoje nós vamos fazer ... uma narrativa recontada ... você vai me contar uma história ... ou um filme ... ou alguma coisa que alguém contou pra você ... você não pode ter visto o filme ... não pode ter lido o livro e num ter vivido a história ...mas alguém que contou pra você ... [a:certo] ? aí você vai recontar pra mim... você vai me dizer como é que foi ... já vai ser re/ alguém te contou ...e você vai me contar ... [a:certo] ? qual é ... qual é a história?qual é o filme?
    I: o filme que a menina me contou ... foi uma colega minha ... ela contou o filme de ... o lobisomem em Londres ... eu ainda num tinha assistido não ... aí ela ficou me contando que o filme era bom ... que era bom ... que era assim sabe? filme de terror ... aí ela começou a contar o filme ... que tinha assim ... um menino chegava num sabe? numa rua ... numa rua assim na estrada bem longa ... aí eles vinham dentro do carro ... aí um monte de carneiro ... aí deixaram ( ) no meio num sabe? aí eles vieram andando ... andando ... aí chegaram numa tapera sabe? aí eles entrava ... aí todo mundo ficava calado ... aí todo mundo ficava assim calado... num conversava nada ... parece que ele/ eles queriam comer alguma coisa ... beber ... que tava morrendo de fome ... aí quando foi ele disse ... “ei ... você tem ... tem ... é ... tem cerveja” ... aí ele disse ... “é ... tem” ...[a:só] num tinha comida... aí ele viu uma estrela num sabe? uma estrela lá ... aí minha amiga ... disse que era de seis pontas ... mas num era não ... era de cinco sabe? aí eles viram aquela estrela ... aí pa ... aí quando foi um disse ... “pra que ... pra que é aquela estrela?”[a:só] que todo mundo ... ficou caladonum sabe? todo mundo ficou calado ... aí ... aí ficaram assim sabe? aí ele disse ... “num era pra gente ter perguntado isso não” ... aí ele disse ... “olha ... [s:vocês] tenham cuidado ... não [v:andem] [a:sozinho] e não vá pela floresta... [a:só] vá pela ... na estrada né?” aí parece que eles saíram da estrada ... foram pra floresta ... aí eles disse ... “é a gente não tá mais na estrada ... a gente tá na floresta” ... aí começaram a correr ... aí tinha um lobo lá ruivando ... fazendo lá as coisa né? aí eles morrendo de medo ... aí começaram a correr ... a correr ... quando foi o amigo dele foi atacado ... aí arranhou ele todinho ... aí ele queria/ aí quando foi ... quando ele ia se salvar ... aí parece que o outro se arranhou todinho num sabe? aí ... aí matou o amigo ... e ficou um né? aí todo mundo lá querendo matar o lobo ... aí o lobo foi embora ... aí já apareceu ele no ... no hospital ... internado ... aí quando foi ele disse ... “onde é que eu estou? e o meu amigo?” “o seu amigo morreu” ... aí ninguém falava de nada desse lobisomem ... o que tinha acontecido com esse amigo dele ... nada ...[a:só] sei que ele ficou assim [a:meio] ... né? ficou assim meio( ) aí ele já tava sentindo umas coisa ... já tava sonhando umas coisa velha ruim ... sonhando que ele comia animal vivo ... sonhando um monte de coisa ... sonhando coisas estranhas ... aí quando foi ... apareceu o amigo dele ... na frente dele ... apareceu o amigo dele ... aí ele disse ... “é você tem que morrer ... pois você foi atacado pelo lobisomem” ... aí começou a falar ... aí disse ... “ei .. sai daqui ... você morreu ... num sei o quê” ... aí ele foi dizer pra enfermeira ... a enfermeira disse que ele tava louco num sabe? ele disse ... “não ... mas eu vi o meu amigo ... eu vi ... aí começou nessa besteira ... ele foi morar ... ele foi morar ... ele saiu ... do hospital ... e foi morar com a enfermeira ... aí ficou gostando lá da enfermeira ... ficou com ela ... morou na casa dela ... e um dia assim de noite ... ele se transformou assim no lobisomem ... a transformação foi assim ... bem feita sabe? a transformação ... aí ele gritando ... aí começou a matar todo mundo num sabe? aí cada ... cada pessoa que ele matava aparecia pra ele ... cada pessoa que aparecia ... assim ... cada pessoa que ele matava né? aparecia pra ele ... aí parece que ele foi ... aí começou a matar num sabe? matar ... porque ele tava morrendo de fome ... aí começou a matar ... aí parece de manhã quando ele acordou ...minha filha ... tava ... tava num zoológico ... pelado ... pelado ... pelado [a:mesmo] ... tava no zoológico lá com um monte de lobo...[a:só] sei que:: ele se levantou... aí pediu a menina uma bola ... as bolas sabe? pra cobrir ... pra ninguém perceber ... aí quando foi ele disse ... “ei ... rapazinho me dê aí uma bola” ... aí quando foi ... aí ele deu sabe? aí cobriu aqui ...aí bom que ele [v:passou] [a:ligeiro] por dois casal num hotel que tava sentado num:: num:: bancode praça ... aí pegou o casaco da mulher ... vestiu ... aí foi pegar o metrô ... ele disse ... aí tava na fila ... aí todo mundo olhando pra ele ... ele disse ... “é a nova moda” ... ele com o casaco da mulher ... aí quando foi ele chegou em casa e vestiu a roupa aí saiu com a:: com a:: menina ... a namorada dele ... foi com a namorada dele ... aí ele viu ... aí quando foi ele pegou no táxi ... aí ia levar ele pro hospital ... porque todo mundo tava sabendo que foi um lobisomem que atacou ... aí quando foi ele disse ... “é ... matou um monte de gente ... parece que foi um mostro ... num sei quê ... um lobisomem” ... aí ele saiu do ... do taxi ... quando saiu ... ela disse ... “ei fulano ... me espere ... num sei o quê ... deixe eu pegar você” ... ele disse ... “não ... não sou ... fui eu que matei ... fui eu que matei”... aí saiu correndo igual um doido ... aí foi ...aí quando foi [s:ele] [v:reencontrou] o amigo dele [p:de] [a:novo] ... mas cada vez que ele reencontrava ...o amigo já tava [a:todo] caído num sabe?já tava sumindo ... desaparecendo ...
    E: entrando em decomposição ...
    I: é ... aí ele entrou no ... no cinema ... aí quando foi ...o amigo dele [a:só] tava a caveira... assim já mostrando os dente num sabe? e os olhos ... e mais assim ( )mas já tava [a:só] o esqueleto já... aí começou a conversar ... aí ele ... “olha ... isso aqui ... você matou aqui seus amigos ... olha ... eles estão todinhos aqui” ... aí apareceu todinhos ... na frente dele apareceu todinhos ... aí quando foi ele ... “você tem que morrer ... você tem que se matar” ...porque ele tinha que morrer [a:mesmo] ... que ele era o último... aí quando foi ... ele tinha que morrer ... tudo bem ... parece que ele foi embora ... aí os amigos foi todinho embora ...ficou [a:só] ele...aí começou a se [v:transformar] [p:de] [a:novo] dentro do cinema... aí tinha um velho sabe? num sabe aqueles velho que vem com a lanterna pra ver que ... aí quando foi o velho assim parado ... ele sabe? aí o velho não saía ... ele dizia ... “sai daqui ... que vai acontecer alguma coisa ... sai daqui ... que pode acontecer alguma coisa com você ... eu vou matar você” ... aí o velho nada ... num saiu ... parecia um leso ... aí depois que ele se transformou ele matou o ... o velho ... aí minha filha ... ele queria sair ...aí o policial viu ... [a:só] sei que o policial viu né... e ele queria sair ... aí o policial fechou a ... a porta sabe? aí eu sei que fechou ... fechou a porta num sabe? aí ele querendo sair ... bateu ... bateu ... amassou tudo ... aí saiu no meio da rua ... querendo matar todo mundo ... aí eu sei que tava todo mundo gritando ... todo mundo nervoso ... aí ele ficou no ... no beco num sabe? ele ficou no beco ...[a:só] sei que no beco... ele ficou no beco né ... ficou já lá e os policiais querendo matar ele ...mas [a:só] que pra matar lobisomem precisa de uma bala de prata né?aí os policiais todinho lá com revólver ... querendo matar ele ...aí foi ... [a:só] sei que a namorada chegou... aí começou a falar com ele num sabe? ela disse ... “olha ... eu sou ... sou sua amiga” ... falando com ele mesmo ... e ele em ar de atacar ela ... e ela disse ... “ó ... sou sua amiga ... vamo pra casa ... num sei o quê” ... quando ele ia atacar ... aí deu um tiro ... nele ... aí ele morreu ... aí eu sei que ele ficou esticado lá pelado ...eu [a:só] num gostei porque acabou assim num sabe?as menina ...disseram que [a:só] num gostaram porque ... acabou assim... de um ... de um jeito muito ... quer dizer ... matou ... aí quando foi acabou o filme ... foi uma besteira ...
    E: e a ... a namorada dele sabia ... todo tempo ... e queria ficar com ele ?
    I: sabia não ... ela veio saber já no último né ... bem dizer ... nas últimas conseqüência ... que foi que ... foi o médico que ligou pra ela ... e disse que é ele que era o lobisomem ... aí que era o lobisomem né? aí quando foi ela ficou correndo ... aí ele também correu ... disse que num queria mais ela ... que ela num podia casar com ele ... que num queria saber mais dela ... que sumisse da vida dele ... aí foi nessa hora que ele foi pro cinema sabe? encontrar com o amigo ... aí aconteceu tudo isso ... aí foi lá que morreu ...

  • E: Lúcia ... hoje você vai me descrever um lugar ...você vai escolher um lugar que você gosta ... ou que você não gosta ... pode ser a sua casa ... a casa ... de alguém ... a escola ...mas [s:você] vai me [v:descrever] esse local bem:: [a:direitinho] ... com todos os detalhes... pra eu fazer assim um quadro ... na minha cabeça ... mais ou menos como é ...
    I: tá certo ... a casa da minha avó ... ela é grande sabe? bem espaçosa ... aí tem ... tem a área ... a área é pequena ... tem a área ... tem:: a sala de visita ... aí tem a sala da ... de janta né? de jantar ... aí nessa sala de visita ... tem o quarto ... o quarto da minha tia ... aí:: tem a sala ... de janta ... aí tem a cozinha ... a cozinha também pequena ... aí tem o corredor ... aí tem ... um quarto ... outro ... na frente assim ... do corredor sabe? aí do outro lado ... e o banheiro ... aí tem a garagem ... aí na garagem ... aí tem a garagem ... a garagem é bem espaçosa ... porque lá a gente assiste televisão sabe? aí:: tem:: tem um ... como um muro num sabe? vamo dizer ... uma área né? aí tem um quarto ... outro quarto ... aí tem um beco que minha avó colocava o cachorro ... aí:: tem uma lavanderia ...e o que mais? deixe eu ver ... [a:só] tem ... tem isso... é porque ... é eu acho espaçosa porque ... tem essa garagem né? essa área ... é espaçosa porqueeu acho [a:muito] grande pra ... pra cuidar ... pra uma pessoa cuidar dessa casa todaeu acho ... eu acho grande ...[a:pronto] tem a garagem ... aí do outro... aí do ... assim ... do:: aí tem um muro num sabe? aí do outro lado já é um ... vamo dizer um:: um descampado que tem planta ... é plantas num sabe? vó bota planta lá ... planta mangueira ... goiabeira ... é como ela diz ... o sítio dela ... como o sítio ...num sabe? e o que mais? [a:pronto] ... aí a fren/ a frente ... a frente é simplesinha... tem a calçada ... o portão grande ... e o portão pequeno sabe? o portão pequeno ... é de frente a área pequena ... aí o portão grande é de frente a ... a garagem ... aí tem gente que entra mais por lá ... e outras pelo portão ... mas como ... quando é visita ... entra por lá de frente ... assim da família ... por trás ... que mais ...
    E: o que que tem ... o que que tem dentro de cada ... lugar?
    I: espera ... no quarto ... no quarto ... lá detrás ... tem outro ... tem outro banheiro ...tem outro banheiro ... no quarto lá detrás ... [a:pronto] ... outro banheiro ... o que que tem dentro?
    E: é ... de todo ... de cada parte ... o que é que tem?
    I: na área ... tem duas cadeiras e um jarro ... na sala de visita ... tem o:: sofá né? sofá de três lugares e um de dois lugar ... aí tem um centro ... tem um abajur ... aí tem o telefone ... sabe? aquela mesinha de telefone ... aí o quarto da minha tia tem a cama ... o guarda -roupa ... um armário ... aqueles negócio que o nome ...é uma cômoda né? aí ... [a:pronto] ... aí tem um sapateiro detrás... aí já na sala ... aí já na sala de:: janta ... tem a mesa ... com as cadeiras ... aquelas mesa bem redonda né? oval né? aí ... na cozinha ... tem aqueles armários ... a geladeira e o fogão ... aí tem um:: uma coisa de colocar panela num sabe? as vasilhas ... essa ... as panelas grandes de:: de ir pra lá né? panela ... bacia ... tampa ... que coloca tudo numa paredinha como ... como armário num sabe? também ... aí já no quarto ... no quarto ... no quarto do ... que tem o corredor né? tem ...a cama ... o guarda-roupa ... um som ...tem um som também ... [a:pronto] ... aí já no quarto de vó tem ... guarda-roupa... cama ... um abajur ... aqueles negócio de colocar bíblia ... como é que chama? eu nem sei ... aí o negócio pra colocar bíblia ... tem::tem a penteadeira ... [a:pronto] ... e a sapateira... e já no quarto da minha ... da minha tia ... tem cama ... guarda-roupa ...um negócio pra colocar livro ... é:: tem uma banquinha ... com umas coisas que tem dela ... tem um:: um reló/ um rádio relógio num sabe? aí tem uma penteadeira também ... aí tem:: um cabide de colocar bolsa ... num sabe? cinto ... e outras coisas ... aí já na garagem ... a televisão ... a estante ... e umas cadeiras ... e umas cadeira ... sim ... no banheiro tem pia ... tem chuveiro ... tem:: como é que chama? chega ...
    E: sanitário ...
    I:sanitário ... [a:pronto] ... o outro eu já me esqueci ... aí [a:pronto] ...aí na garagem [a:só] tem isso... né?televisão ... [a:pronto] ... aí já no outro... aí já naqueles negócio tinha ... tinha uma árvore sabe?tinha uma mangueira ... mas [a:só] que essa mangueira tava prejudicando... as raízes dela tava prejudicando sabe? porque tava prejudicando lá o ... o chão num sabe? tava subindo ... tava rachando já ...
    E: onde isso?
    I: aí ... lá na ... num tem ... tem a garagem ... a área ... fora da ... da garagem num sabe? a árvore ... aí tinha uma mangueira ... aí tava a raiz tava prejudicando ... aí minha ... minha vó mandou arrancar ... aí já no .. no quarto ... tem um:: uma cama ... que é onde a menina que trabalha lá dorme né? e:: tem umas coisas lá do meu tio num sabe? coisa dele ... de casa/ casamento que ele foi noivo e deixou lá ... aí já no quarto dele tem som ... tem som ... tem cama ... tem aqueles armariozinho de colocar coisa né? sapato ... essas coisa ... tem um guarda-roupa ... aí no banheiro tem espelho ... tem ... tudo do mesmo jeito ... sim ... e no quarto da minha tia também tem um som ... a outra ... a outra tia tem um som também ...mas [a:só] que vendeu ... aí ficou um urso lá...um urso como enfeite ... aí [a:pronto] ... o que mais ... sim ... aí no quarto do meu tio tem isso... sempre eu pego ... tem vez que eu vou no quarto do meu tio sempre eu pego revistinha pra ler ... sim aí tem ... sim aí tem um ... uma areazinha que tem lá ... bem pequenininha sabe? tem:: tem a lav/ a como é? a máquina de lavar ... e a máquina de costurar ... aí tem ... umas paredezinha feita num sabe? já feitinha de ... de cimento ...aí bota lá a feira ... [a:pronto] ... faz a feira do mês... aí coloca tudo lá ...
    E: despensa ...
    I: é ... assim ... na despensa ... é ... despensa ... é despensa ... aí sim ... aí na garagem ... tem também um portão ... que é pra área grande num sabe? tem a garagem ... aí o portão ... aí a área ... aí fora ... aí fora é ... é assim ... na ... um fora ... fora dentro de casa assim ... são dois coqueiros ... grama ...e [a:só] ... grama ... coqueiro e [a:só] ... aí na ... é ... na área eu já disse... [a:pronto] ... tá descrito ...

  • E: Lúcia ... hoje nós vamos fazer um relato de procedimento né? você escolheu hoje fazer um relato de procedimento ... tem alguma coisa que você saiba fazer e que você goste de fazer ... ne/ em casa ou pintura ou alguma receita ... que você poderia me ensinar ... como é que faz ... isso?
    I: tá ... bem ... macarrão ... aqui em casa num sabe? eu pego ...coloco água ... na panela ... [a:claro] ... [a:só] pode ser em panela... boto ... deixo ferver ... boto o sal num sabe? eu não coloco óleo ... não coloco ... não coloco ... aí eu deixo ferver num sabe? aí já tá no sal a água ... deixo ferver lá ... aí fico arrumando a casa fazendo coisa ... aí quando tá ... quando começa a ferver ... aí eu boto ... macarrão ... claro que antes ... antes eu tenho que quebrar ... pra coisar né? aí eu ... boto ... fica lá ...aí eu dou uma mexidinha ... aí [a:pronto] ... já deixo lá ... aí eu vou... enquanto eu tô varrendo a casa ... se ... eu me lembrar que tem alguma coisa no fogo ... porque eu sou assim ... aí eu vou olhar ... aí eu ... fica lá num sabe? mas num ... porque o macarrão que ... por exemplo ... tem muitas pessoas ... que faz ... mas que gruda né? que pega ... aí tem que colocar óleo ... pois aqui em casa eu nunca coloquei óleo ...aqui em casa nunca ... aqui sempre foi sem óleo [a:mesmo] ... [a:só] óleo assim em outras coisas... mas macarrão não ... macarrão eu faço sem óleo ... boto sal ... água e pronto ... ali ele fica lá ...aí quando tá um pouco mole né ... assim não [a:muito] ... igual a ... a ... a papa ... aí eu boto lá ... aí é tá ali ... eu boto ela e pego a escorredeira ... aí pego o pano ... enrolo na minha mão ... pra num queimar ... aí eu pego e jogo ... aí dou ... aí eu lavo com água ... porque se não ... mãe disse que se num lavar com água acontece alguma coisa lá ... parece que fica num ...ou que pega ... aí [a:pronto] ...
    E: não ... e o molho do macarrão?
    I: molho ... o meu molho ... o que eu faço ... o molho do macarrão é assim ... eu pego ... eu boto ... eu boto cebola ... pico a cebola ... pico o tomate ... boto ... manteiga ... manteiga ... margarina ... qualquer uma ... aí boto no fogo ... deixo derreter ... um pouquinho ... aí boto o macarrão ... aí misturo ... tem vez que eu coloco:: é:: queijo ralado ...mas é [a:muito] difícil...[a:pronto] assim ... mas eu num sei fazer com catchup não... quer dizer né ... que faça ...tem gente que coloca com catchup ... com aquele molho [a:mesmo] de tomate né?esse aí eu nunca fiz ...eu [a:só] faço desse ... tomate ... cebola ...tem vez que eu num faço com tomate ...boto [a:só] cebola ... com manteiga ... e com queijo ralado... tem vez que eu num faço ... tem vez que eu não faço que me dá preguiça sabe? de botar ... de fazer molho ... de preparar ... aí eu num faço não ...aí eu deixo do jeito que tá ... aí [a:pronto] ...

  • E: Lúcia ... hoje nós vamos fazer ... um relato de opinião ... você vai me dar sua o/ você vai dar sua opinião sobre um assunto ... e esse assunto eu acho que você vai gostar ... pelo que eu sei de você ... você vai gostar ... é o que que você acha sobre o namoro? você acha que uma menina assim da sua idade deve namorar ... ou não?você acha que é [a:muito] cedo... ou que isso num tem importância ... pode namorar sim?
    I: pode ... na minha idade ... dezesseis anos pode ... [a:só] num pode de dez ... treze ... quatorze ... doze... mas ... chegando nos quinze ... dezessete aí pode ...agora [a:só] num pode dessa idade de pequenininho... mas o resto pode ... aí ... sim ... aí tem esses namoro assim ... num tem criança ... num tem assim ... como eu vejo ... como eu vejo aqui ... tem meninos de dez ... doze ... treze ... tudo namorando ... chega eu fico besta ... passa ... eu vou andando ... ando ... vejo ... aí tudo pequeno de mãozinhas dadas ... aí ... num sei quê ... tudo inocente ... inocente é uma pinóia ... é tudo ... é tudo assim andando ... conversando ... falando ... hoje tá ... meu Deus ... tá olha ... da/ desse ano agora ... tá tudo diferente ... tá tudo ... os pequeno tão namorando ... os grande ... eu num sei o quê que tá acontecendo com os grande ... os grande pior ainda ... que os homens de hoje num presta mais ... tá difícil de encontrar um homem que presta ... a gente quando vai procurar o homem ...o homem [a:só] quer saber de pegar num sei aonde... pegar num sei aquilo ... num sei o quê ... não minha filha ... tem que respeitar ... ora ... não ... eu num sou assim não ... num tem esse negócio de ... pequeno ... negócio pequeno não ... [a:só] dezesseis ... dezessete ... por aí... aí não ... os pequenininhos ... já tão tudo namorando ... aí os bicho velho agora que a gente vai procurar pra namorar num serve ... porque quer pegar em tudo ... não minha filha ... num quero isso não ... quero respeito ... agora como assim fiel ... fidelidade ... tá difícil também ... de arranjar ... porque é tudo infiel ... tem um que tá ... por exemplo ... como o professor ... de geografia ... tá noivo e paquerando lá com uma menina ... podendo paquerar comigo ... foi paquerando com outra ... me dá raiva ... aí ele fica lá e eu vim saber hoje que ele era noivo ... noivo ... e nem usa aliança ... safado todo ... aí ... vim saber hoje ... aí eu disse ... “a seu cabra safado ... você me paga” ... aí:: já quando eu fui pra::sempre eu [a:só] arranjo paquera...ninguém me quer [a:mesmo] ....sempre eu arran/eu [a:só] arranjo paquera...quando vai ... [a:só] vem prejuza ... vem manicaca... e num presta nenhum ...
    E: mani/ o quê?
    I: manicaca ... manicaca é gente feio ... gente feio ... horroroso ... eu não ... quero um bonitão ... fortão ... assim ... ai ... aí:: sim ... tem esse ... aí os pequeno é tudo pivetinho assim ... sim ... agora os homem de hoje olhe ... não tá prestando nenhum ... ó ... nem pra casar ... ninguém quer casar mais ... quer fazer ... quer se juntar ... juntou ... juntou os trapos ... se num deu mais ... se separa ... aí vai assim por diante ... sim ... e as mulheres de hoje é mais sem vergonha ainda que deixa pegar ... podendo num deixar ... ter respeito ... se valorizar ... não ... se desvalorizam ... podendo ela chegar ... quando tiver ... pegando ... dá uma tapa na cara ... uma bofetada assim ... “ei ... me respeite seu cabra” ... aí não ... num fazem isso não ... “ai num pegue não ... num pegue nisso aqui ... num sei aonde” ... a meu Deus do céu ... nã ... sou não ... num sou dessas não ...
    E: sim ... e o namoro ...
    I: o namoro ... namoro tem que ser ... tem que ser assim ... carinhoso ... sensível ... sensível ... assim ... é:: muito diálogo ... conversar muito ... num é? porque assim sem conversa ... sem essa coisa assim ... mas é que seja assim ... e um que se dê bem ... assim os dois que se dêem bem né? que são unidos ... eu acho casal bonito assim ... eu acho um casal lindo ... quando eles tão unido ... que se dão bem ... que um é fiel a outro ... não com desconfiança ... que num confia ... tá certo que:: tem um ... tá certo que eles falam assim ... confie em mim ... mas é difícil a pessoa confiar ... é como ... tá certo que eles não gostam de ser traído ...como a gente também não gosta de ser traída ... mas [a:mesmo] assim trai... aí se a gente fizer ... eles num gostam que a gente faça ... porque a gente tem que pagar na mesma moeda ... se ele faz né? eu não ... namoro tem que ser assim ... os dois unidos ... que se dê bem ...que tá certo que ... [a:só] um pouquinho de ciúme ... vai... não aquele ciúme doentio ... que é ... assim né? “pra onde você vai? você tá olhando pra onde? você tava olhando pra aquela menina?” num sei quê ... “você tava com sua amiga num sei aonde” ... esse aqui já é um ciúme né? aí acaba ... sempre o ciúme ... tá certo ... olha ...o ciúme ... [a:só] um pouquinho ... mas [a:muito] demais ... o homem não gosta... eu acho que o ... os rapaz nenhum gosta ... porque já fica chato ... aí ele num gostam não ... assim ... o namoro que ser assim ... que se dê bem ... que seja ... romântico ... se dedique ... e que um confie no outro ... não que ... teja toda hora brigando ... é:: discutindo ... aí se separa ... junta ... separa ...aí num [v:dá] [a:certo] não... mas os de hoje ... num tem nenhum que:: ainda que preste ...porque sempre tem que:: sempre a:: [a:principalmente] ... as mulheres de hoje ... tá com nada não... porque ... elas sei lá ... ele ... eles fazem o que quiser ... como eu vi ... eu fui pra:: pra festa ali ... de são Francisco ... ali tinha muitas pessoas que fica sempre ... quando eu fui pra lá ... tinha uns namoro assim muito ... esse namoro de agarro ... de:: vamo dizer de amasso ...porque [a:só] fica amassando... aí fica lá no carro ... é ... eu tem ... tem uma nega ... uma rapariga velha lá da rua ... eu digo logo assim ... aquelas galinha que estuda à noite lá no Djalma ... aí parece uma mulher velha ... aí aparece lá o homem ... menina ... ô bicho feio danado ... o homem ... de brinquinho ... cabelo grande ... isso é que eu num aceito ... o homem pra mim ... cabelo curto ... sem tatuagem ... eu não gosto ... nem cabelo grande ... nem brinco ... isso é isso aí já ... já acaba num rapaz ... e que num tenha nenhum vício ... é sem vício ... que nem beba ... nem fume ... tá certo que ... que beba ... mas que saiba beber ... não que fique bêbado ... bem assim caído ... falando besteira ... isso aí eu num gosto não ... aí tinha uma casal velho ... menina ... uma amiga minha disse ... “ó ali Lúcia ... tá pegou nos peito dela” ... eu ... “o quê menina ... pegou ...” eu ... “eita danado” ... ó ... ó ... como é que tá ... tá safado minha filha ... namoro hoje num tá pra prestar não ... se fosse pelo menos unido ... que num ... assim ... se fosse pelo meno um pouquinho inocente ... mas não ... é tudo ... já querendo pegar ... ô não ... isso aí eu num gosto não ... aí a gente ficou olhando ... aí tinha um amigo da gente também ... tava com a menina ... aí:: sempre ... sempre aí como esse negócio de ficar ... aí eu num entendo ... tem ve/ minha mãe ... não gosta ... quando uma pessoa diz ... eu fiquei ... eu fiquei com fulano ... fiquei com sicrano ... sei o que ... mãe num gosta ... minha mãe tem ódio desse nome ficar ... aí é como que a pessoa vai dizer ... eu num ... eu num sei ... eu acho por exemplo ... aí eu num sabia nem o que dizer ... eu tinha que dizer “eu fiquei com fulano ... a na festa” ... mas não ... mãe não gosta disso ... aí eu ... tem gente como ... tá certo que tem ... tem muitas pessoa como ... uma amiga minha ali que ela disse que não gosta de ficar ... ela disse que nunca vai ficar ... mas ... eu ... eu di/ eu também dizia isso ... que eu nunca ia ficar ... aí sempre quando eu vou numa festinha ... tem vez que eu fico ...mas é [a:muito] difícil... [a:só] quando aparece um ... que eu queira ficar... aí eu quando num quero ... não ... eu digo não meu filho ... eu num quero não ... como uma festa também ... aquela festa ... de Pirangi num foi? aquela festa ali do Pirangi ... a festa de Pirangi ... um chamou pra dançar ... fui dançar com ele duas música ... ele queria ficar comigo eu disse ... não ... eu não quis ficar com ele ...aí já na festa aqui eu fiquei com um ... aí [a:pronto] ...[a:só] fiquei com ele... [a:pronto] ... aí no outro dia ele ficou com outra( ) fica ... fica ... fica ...fica namorando sempre com ... outro trocando ... trocando ... aí ... [a:pronto] ... aí tem ...aí nessa festa eu fui ... aí paquerei um ... paquerei um ... aí tá bom ... paquerei ... aí paquerei com ... bem ... eu tava que:: ta/ no momen::to ...eu tava [a:muito] queti::nha... mas eu tava dançan::do ... tava me divertindo ... aí eu tinha uns bicho bom lá ... ô bicho danado ... rapaz bonitão ... da comi cana ...eu [a:só] conheço ... quer dizer eu num conheço ... [a:só] vejo de longe... achei bem bonitão ... parece que é:: eu num sei o nome deles ... é da desses rapaz da comi cana que dançam ... eu nem conheço não ... tem uns que chama galego ... um de galego ... o outro ... o outro e num sei não ... o outro ... eu num sei não ... eu sei que tem um bem bonitinho ... que é parecido com:: com um paquera que eu tenho ... aí tá ... aí eu tava sempre olhando ... aí chegou e chegou meu paquera ... ô bicho bom danado ... bonitão ... forte ... aí eu sempre paquero com ele ... eu num sei o nome dele não ... aí eu chamo ele assim ... quer que eu diga o nome? quer que eu diga o nome que eu chamo? não ... num vou dizer não ... aí ... eu sempre paquero com ele ... aí se eu quiser ... menina ... mas ele tava olhando tanto pra mim ... eu tava olhando pra ele demais ... aí eu olhava ... olhava ... olhava ... e ele também olhava ...[a:só] fica ... a gente [a:só] fica nos olhares ... [a:somente] ...podendo ele vim ... “oi tudo bom ... vamo conversar” ... eu digo ... “vamo conversar” ... mas não ... aí não ...a gente [a:só] ficou nos olhares... aí ... tinha um rapaz ... o ... o nome dele é Francisco ... tinha um rapaz ... que a gente ... que eu e minha amiga a gente tava brincando ... aí a gente ... “e ... eita ... ó ali ... ó ali Mércia ... ó ali Mércia ... ó ali ... eles pegando” ... aí cada vez que minha ... tinha uma amiga minha ... tem uma amiga minha que ele nunca teve um namorado na vida dela ... nunca ... nunca teve ... aí ela assim ... sentada ... ele sent/ ela sentada ... e ele bem juntinho dela ...aí ele [a:só] ... ela fastava ... aí ele fastava também... aí ela fastava e ele fastava ... aí ficava todos dois com a perna juntinha ... aí a gente ... “ê tá fazendo isso e aquilo outro” ... aí a gente tava tudo brincando ... aí quando foi ... ele ... aí quando foi eu ... eu disse ... “ah ... podendo passar por lá” ... o que o ... porque a festa de São Francisco não ... assim ...num presta [a:só] mais um pouquinho... é por causa ... é por causa de leilão ... que tem muito leilão num sabe? aí mais tem que ter a música ... aí a música ... e disse ... “a num vai passar a música não” ... ele disse ... ele disse ... “ó quando passar a música eu danço com você” ... eu disse ... “tá certo” ...aí eu [a:só] sei que eu tava dançando... quando foi ele me chamou pra dançar ... aí eu fui dançar com ele ... aí quando foi ... ele disse ... “é ... você ...” ele disse ... “você quer conversar comigo?” aí eu disse ... “não ... num quero não” ... aí ele disse ... “não ... você depois conversa” ... eu digo ... “não ... num quero não” ... aí ele disse ... “pois ... você acha melhor dançar ... ou conversar?” eu disse ... “dançar”... aí ele disse ... “pois então ... fique aí que depois eu chamo você” ... aí depois desse negócio minha filha ... ele não me chamou mais pra dançar ... aí eu também nem liguei ... aí eu falei ... “olha ... Isa ... Isa ... olha ... fale pra ele olha ...Isa olha ... [v:fale] bem [a:alto] ... que eu tô paquerando com o de camisa branca e calça preta” ... aí Isa ... “Lúcia ... olha ali aquele rapaz de camisa branca ... olha ali que bicho bonito” ... eu digo ... “é [a:mesmo] minha filha ...é bom demais ... aquele bicho é bom demais” ... aí eu fiquei paquerando com ele ... aí ele parece que ele disse pro irmão dele ... todos dois olharam pra mim ... eu fiquei morta de vergonha ... aí eu virei assim ... aí disse ... “eita Lúcia ... ele tá olhando ... tá olhando ... tá olhando” ... aí eu disse ... “não” ... aí ela disse ... “não mulher” ... ela disse ... “eita ... vem pra cá”... aí eles vinham bem pertinho aí disse ... “eita ... ele vai já falar alguma coisa” ... aí num falava nada ... aí quando foi ... eu tava assim de costa ... aí quando ele passou ... aí eu olhei ... menina ... todos dois se olharam juntinhos ... eu e ele ... aí eu ... eu e ele ... aí ... aí a gente ...aí eu [a:só] sei que a gente... aí ele olhou assim ... menina ... que olhar ... aí passou ... eu comecei a rir ...[a:pronto] a gente foi embora ... aí acabou... foi tão bom ... acabou ...aí já no outro dia eu [v:fui] ... [p:de] [a:novo] ... esse dia foi uma confusão ...num era nem pra mim ter ido ... aí [a:pronto] ... aí eu cheguei lá...aí eu fui ... [a:pronto] ... foi nesse dia que eu conheci:: não ... quer dizer ... eu conheci...
    E: não ... porque você tá falando assim ...mas é:: a sua opinião [a:realmente] sobre ...
    I:é [a:mesmo] né? [a:bom] ... a minha opinião [a:realmente] ... é que ... o casal se dê bem... sabe ... que o casal se dê bem num sabe? o casal se dê bem ... que entre eles ... não como os de hoje ... não como assim que ... fica como ... assim ... porque o ...os rapazes de hoje num tá com nada [a:mesmo] não... porque é difícil encontrar um rapaz que seja fiel ... seja dedicado ...a pessoa ... é difícil agora ... tá [a:muito] difícil... é agora tá tudo ... tudo um casal desmantelado ... tudo rapaz assim que num presta ... que sai ... agora é tudo de cabelo grande ... é tudo de brinco ... tatuagem ... essas coisa ... e rapaz velho que ... que num valoriza ... e nem as moças de hoje também num se valorizam ... se desvalorizam ... por isso que ...a hoje o namoro num tá [a:muito] bom não... tá ... tá ... os anos que passou que era assim um pouquinho tímido ... mas ... hoje tá demais né? já passou dos limites ... quer dizer ... já passou não ... tá passando dos ... dos limites ... porque tem que controlar ... e não ficar pensando ... em:: vamo dizer ... pensando em transar ... transar ... toda hora ... porque eu acho que eles ...eles [a:só] têm isso na cabeça...os rapazes de hoje parece que [a:só] têm isso ... transar... se num tiver ...por exemplo ... [a:pronto] ... outra coisa ... esse negócio de virgindade ... né?sempre ... eles ... eles é difícil querer mulher virgem ... num sei ... moça virgem ... porque diz que já é isso é do tempo do ... do ronca ... aí já quer que:: que já faça né? já quer ...já quer saber disso ... [a:só] quer saber de ... de transar... aí virgindade ... eles deixa pra lá ... diz ... a isso é coisa de ... de ... de leso ... num sei quê ... isso aqui num tem mais ... num sei ... isso aqui é sem graça num sei o quê ... aí num ... num dá ... aí por isso que ele ... quando vai procurar ... eu num se eles é ... se eles perguntam ... se é ou num é ... aí é difícil ... como esse negócio ...como esse negócio também da ... da AIDS né? que tá [a:meio] perigoso... eles também num tão nem aí ... tem um ... tem:: namo/ que é assim ... namoro que sai ... vai ... fica dentro do carro ... faz isso ... faz aquilo ... esquece ... de colocar preservativo ... e:: assim ... aí acontece as coisa ... acontece muito casos assim ... aí ... o vírus ... passa pra:: pra acompanhante né ... aí fica aquele negócio ... por isso que o namoro ... eu sei que ...o namoro hoje num:: num tá [a:muito] valorizado não... tá ... se desvalorizando ... cada vez mais ...é [a:muito] difícil uma pessoa encontrar assim um casal que:: que:: seja feliz... porque sempre tem um casal assim desleixado ... sei lá que:: nenhum gosta do outro ... que diz assim ... “a eu gosto de você” ... mas depois ... por exemplo ele ... ele pode tá na casa da namorada ... a namorada como em festa ... por exemplo ... os dois vai pra festa ... os dois casais vai pra festa ... esses dois casais quando vai pra festa ... ela disse que tava com sono ... aí ele vai deixar ela em casa ... aí:: já ... fica ... com outra ... aí quando chega aí pergunta se ele foi pra festa ... aí ele diz que num foi ... aí vai descobrindo que ele ficou com outra lá ...aí começa a briga ... [v:começa] [s:a briga] [a:direto] ... aí ... por isso que num dá ... sempre o ...os namoro de hoje num [v:dá] [a:certo] ... porque diz ... “a eu vou deixar você em casa ... você tá cansada ... num sei quê ... você tem que dormir cedo” ... aí já no outro dia começa as fofoca ... “ei ... eu vi seu namorado ali em tal canto ... com outras ... num sei o quê” ... aí começa toda a ...aí começa a infi/ a infidelidade ... aí [a:pronto] ... por isso que num tem nem ... num tem nem um casal assim... que se dê bem ...é [a:muito] difícil a gente encontrar um casal que se dê bem... aí por isso que ... o namoro ... tá assim ... já tá ... tá se desvalorizando né? assim ...porque tem mo::ça ... que é:: [a:muito] avançada... passa também do sinal ... tem vez que num é nem o rapaz ... tem vez que o rapaz num quer nada ... tem vez que o rapaz nem pensa ... aí ela já vai ... dá o sinal ... aí por isso que ... aí também ... faz do mesmo jeito ... já que a moça quer ... ele vai fazer né? já que num é a mulher ... é o homem ... aí por isso que acontece essas coisa ... os casais de hoje num:: num tá se valorizando não ...tá se desvalorizando ... [a:principalmente] as moça ... vamo dizer ... eu nem sei se ainda existe moça... por aqui ... assim ... aqui no Brasil todo ... eu num sei se ainda existe moças não ...é [a:muito] difícil ... porque ... assim pra encontrar uma moça... a num sei ... eu dizer que é moça ... num sei quê ...isso é [a:muito] difícil... agora as moça é bem dizer ... tudo aí dentro ... aí dentro ... é tudo já quer dizer ... já ... já é mulher de vida ... como também ... assim de ... de treze ... quatorze ... doze ... assim sendo também sai à noite ... aí acontece alguma coisa ... um estrupo né? essa coisa ... aí já também ... já num dá mais né? aí sempre acontece essas coisa ... aí o namorado ... começa a brigar ... num sei o quê ...aí começa ... aí tá grávida ... [a:pronto] ... começa também essas coisa de acontecer... os dois ... transar ... e depois acontece uma gravidez ... aí ... ele diz que num vai assumir ... num é ruim? aí vai ter que casar à força ... aí quando os pais descobrirem ... “vai ter que se casar ... ah num sei o quê ... você vai ter que casar ... porque você engravidou minha filha ... e num sei o quê ... e aconteceu essas coisas” ... assim já fica ruim ... aí casa à força ... aí um num gosta do outro ... por exemplo ... pode ela gostar dele ... mas ele num gosta dela ... num é? aí fica ... é ... “eu casei com você por causa que eu te engravidei ... porque se num fosse por causa disso ... e também foi por causa do seu pai ... porque o seu pai quis isso e aquilo outro ... e fez eu casar com você ... mas se num fosse por isso eu num fazia”... aí fica essas coisa também ... aí engravida e dá isso ... aí ele diz que num quer assumir ... aí acontece essa coisa do pai dizer que tem que casar ... como tem uma lá no colégio que tá grávida ... aí eu ... num sei de quem é ... aí acontece isso ... de muitos de ... de ...de muitos casais num usar ... num usar né? aí [a:pronto] ...
    E: é essa a sua opinião?
    I: é essa a minha opinião ... que não ... os namoros de hoje ... tá ... tá ói ... lá embaixo ... tá 100 por cento lá embaixo 90 assim ... por cento em cima assim ... que dá ainda pra quebrar o galho ... que ... dá ainda pra ... resolver assim algum problema ... mas 100 por cento ainda num dá porque ... tá tudo ... trocando embaralhado ... tá briga ... é infidelidade ... é discussão ... é isso e aquilo outro ...aí já num [v:dá] [a:certo] ... eu ... a minha opinião é essa ...
Parte oral
1993
  • Nessa narrativa Experiencial falei sobre a excursão a Maceió que quase não foi porque falei para mãe que ia começa as provas.Depois pensei e decidi ir, pensei que eu não ia gostar mas me diverti muito.Quando agente chegamos lá trocamos de de roupa e fomos conhecer as praias.Ai o guia mandou para o ônibus para ver que ia tira fotos na praia que tem uma Sereia ai todo mundo disse não.Depois voltamos para o HOTEL.Antes de tudo isso quando a gente ia para Maceió dentro do ônibus teve duas brincadeiras a do piu-piu e amigo(a) secreto(a).A do piu-piu tinha que dizer quantos piu-piu tinha que era a letra "A" no meu nome tem um piu-piu, ai ele peguntou se era pequeno, médio e grande.ai eu disse que era pequeno, ele mandou eu desfilar fiquei morta de vergonha.Eu gostei do amigo(a) secreto(a) que tirei o guia turistico ai falei com minha prima que eu tirei o guia porqueela tinha me perguntado [a:primeiro] quem eu tirei.Depois a noite fomos para o Bar MARIA BONITA dança forró[a:só] passa forró.Eu não gosto muito de forró gosto de músicas variáveis.Mas o guengo do guia não me chamava prá dança, chamava todo mundo menos eu.ai já que ele não me chama prá dança eu vou chama ele.chamei e dançei.Eu queria ficar com ele mas ele não queria nada comigo.De manhã fomos conhecer a casa que nasceu Marechal Deodoro da Fonseca, e lá vimos as camas o penico o Armário, mesa e as cadeiras.Mas o penico não parecia penico parecia um jarro porque era tão bonito porque se fosse eu faria um jarro.Depois fomos conhecer o SHOPPING CENTER é enorme dá de dez no SHOPPING de Natal.Eu fiquei besta quando entrei vi tanto broto.Ai dentro do ônibus para volta prá Natal foi a hora de entrega os presentes aos amigos secretos.Antes disso para comprar o presente do guia foi complicado porqueé [a:muito] dificil comprar coisa prá Homem.Eu ia compra um chaveiro que tinha o nome dele Luciano, mais agento foi no SHOPPING encontramos os cintos ai minha tia falou.Por que não dar esses três cintos para Ele ai eu tá bom eu dou ai ela comprou.E nesse dia era o dia dos namorados porque dizem que quem com- um cinto e dar para pessoa que gosta prende essa pessoa.Ai dentro do ônibus o guia falou que agente tinha que dizer tudo ao contrario como era o seu amigo secreto.Eu fiquei sem saber o que dizia dele ao contrario, ai minha tia disse assim você fale que ele é alto, gordo, tem cabelos grisalhos, tem uns 43 anos.Ai fiquei repetindo até chega a minha vez de falar.Uma mulher que me tirou e me deu um perfume não dispensei.Ai comecei a fala dele e uma menina acertou é Luciano.Ai todo mundo Beija Bis.Ai minha tia tirou uma foto.
  • Bem foi minhas amigas que contaram esse filme O Lobisomem em Londreseu nunca assisti [a:só] sei que eram dois rapazesque pegaram um carro cheio de ovelhas deixaram eles no meio da estrada foram andando chegaram em uma tapera sentaram e pedia alguma coisa para comer todos ficaram calados,quem falava com eles [a:só] era a mulhermais não tinha nada prá eles comerem ai eles perguntaram o que aquela estrela na parede ninguém respondeu.Eles foram embora.Antes a mulher disse que eles não saisem da estrada. [a:Só] sei que minhas amigas falou que eles sairam e um deles morreu e outro viveu.E quando ele acordou já estava no Hospital e perguntou pelo amigo e o medico disse que morreu.A enfermeira ficou cuidado dele quando ele dormia sempre sonhava com coisas estranhas ele comendo carne de bicho.Ele acordou assustado e viu o amigo, e o amigo disse que ele era o último Lobisomem e tinha que morre.Ai minha amiga falou que ele ficou morando com a enfermeira, no outro dia ela foi trabalhar deixou ele sozinho ele não conseguiu comer de noite ele se transformou em um Lobo e começou a matar as pessoas.No outro dia ele estava no zoológico nú e depois ele viu o menino e pediu as bolas e saiu correndo pegou um casaco e quando chegou na fila do ônibus todo mundo que estava na fila ficou olhando ai ele disse que era a moda.Ai quando ele chegou a moça chamou ele para ir no hospital.Ele foi pegar um táxi ai o homem do táxi falou quemorreu muita gente de noite, [a:só] que as meninas que estava contando esse filme disse que ele saiu correndoe que não queria que a namorada fosse atrás dele.Ele mandava o policial prender ele mas o policial não prendeu.Ai ele estava parado quando o amigo chamou ele para entra no cinema.Quando ele entrou as pessoas que ele matou estava tudos sentados com o amigo dele, dizendo a ele que o tempo dele estava acabando que ele tinha que se mata ou morrer.Ele começou a transformar, mais na frente dele tinha um velho com uma lanterna na mão.Ele mandava o velho sair e o velho não saia ai ele matou o velho.Ai chegou os policiais ele correu ficou preso no beco ai chegou a namorada começou a fala com ele dizendo que gostava, amava ele mais não tava nem ai, quando ele ia ataca ela os policiais atiraram nele morreu.
  • Bem vou descrever a casa da minha avó tem na frente da casa tem uma aréa dentro tem a sala de visita a sala de jantar e na sala de visita tem um quarto e na sala de jantar tem a cozinha de lado e enfrente tem o corredor que tem três quartos e um banheiro.E do lado esquerdo tem a garagem tem um portão e no portão tem uma aréa que tinha uma mangueira mais estava prejudicando, porque estava rachando o chãoDe trás tem dois quartos um do lado e outro do outro lado e tem areazinha pequena.Agora é o que tem dentro de casa, bem na aréa tem duas cadeiras e o jarro.Na sala de visita tem um sofa grande e dois pequeno, a banquinha do telefone, a banquinha do abajour.No quarto da minha tia tem uma cama, guarda roupa, estante de canto, outra estante e um ursinho e o espelho.Na sala de jantar tem uma mesa oval e as cadeiras e a arca e o barzinho.Na cozinha tem a geladeira, o fogão, o armário de parede e armário de pia e a pia.Já os quartos do corredor.No primeiro quarto tem a cama, guarda-roupa e uma banquinha.No segundo quarto tem a cama, guarda-roupa, penteadeira uma ban porta-bolsas e o porta-cintos e a sapateira, e o Som.No terceiro quarto tem a cama, guarda-roupa, pentiadeira, banquinha do ventilador e a banquinha da Biblia e o abajour.Na garagem tem a estante, televisão, as cadeiras e as almofadas.Antes o banheiro do corredor tem o bider, o sanitario, a pia, o box e o chuveiro e o armario que tem o espelho.No quarto lá de traz tem a cama, o guarda-roupa, o Som, o banheiro, as banquinhas, sapateira.No outro quarto tem a cama e o guarda-roupa e umas coisas do meu tio.
  • A minha receita de Macarrão é assim: Bem o meu Macarrão que eu faço é assim pego uma panela boto a água e sal depois boto a tampa e deixo enquanto estou varrendo a casa.Depois de algum tempo vou ver está fervendo pego o Macarrão pico e coloco dentro.E o meu molho do macarrão é assim pego a cebola e pico e boto manteiga e passo o macarrão.Tem vez que eu coloco queijo raladomais é [a:muito] difícilTem vez que eu não faço o molho porque me dá preguiça ai não faço.Tem gente que bota oleo no macarrão para não pega no fundo da panela.Mais eu não coloco porque não pega debaixo da panela.Como seu macarrão que ficou feito uma papa.Eu ainda não aprendi fazer com aquele estrato de tomate [a:só] sei com cebola, manteiga e queijo ralado.
  • Bem a minha opinião sobre o namoro é que está [a:muito] avançado, porque esses rapazes de hoje não pensa no amanhã que vai ser. [a:Só] pensam em [v:transar] [a:direto] quando estão namorandofica querendo pega nos seios na bunda e se deixa pega em outros cantos eles pegam e eu acho engracado que elas deixam pegar.Como na Festa de São Francisco que eu fui minha amiga me chamou para dar uma volta com ele fui quando foi ela me mostrou um casal no maior sarro ele pegando nos seios dela e a safada deixava.Olha essas moças era para se valorizar não se desvalorizar deixa pega em todos os lugares ou quase todos.Como no caso dos dois transar e um dia ela chega prá ele dizer estou gravida ele já falava que não ia assumir a gravidez.Ai ficou pior porque os país vão descobri que ela está gravida e vai querer que ela se case ai os dois vão se casar a força sem ele gostar dela casou porque a engravidou.Eu acho isso queo namoro de hoje esta muito avando demais [a:principalmente] esses rapazes que usa brinco, cabelo comprido e tatuagemporque eu não gosto desse de rapazes.Na minha opiniãoo namoro não presta tá [a:muito] taradoos rapazes de hoje [a:só] quer fica pegando nos seios na bunda.Se fosse por mim [a:só] existia rapazes que respeitaseporque respeito é bom e eu gosto.
Parte escrita
1993

  • E: Vladimir ... hoje nós vamos ... sua primeira gravação né ... nós vamos fazer uma narrativa de experiência pessoal ... então como a gente já conversou ... você vai me con/ vai me contar alguma coisa que aconteceu com você ... na sua vida ... que você lembre ... que marcou ... e que serviu de experiência ...
    I: uma coisa que ... acho que foi a ... sei lá ... a melhor coisa que poderia ter acontecido ... foi eu ter me mudado do ambiente que eu tava lá ... num passado pra cá ... que era um ambiente ... num era muito propício pra ... pra qual ... pra uma pessoa passar uma infância não ... ele tinha ... sei lá as ruaslá era [a:meio] ... marginalizada por aí... levavam sempre pra esse lado ...de vez em quando [s:eu] [v:escutava] uns tirinho [p:de] [a:leve] ... aí ...eu [a:só] tinha um amigo ... no ... na rua inteira ... [a:só] tinha um amigo... tinha um vizinho que era gente ... considerava gente [a:só] tinha um amigo... e ele ... fez alguma coisa que num devia comigo aí eu ... deixei de falar com ele ... ou seja eu fiquei ...eu fiquei restrito [a:só] ao colégio... eu o ... eu só tinha um ... o meu mundo seria o que ... dois amigos que eu tinha no colégio ... então eu era um cara super fechado assim ... um ... num falava com ninguém ... num abria os ... num abria os olhos pra ver o mundo ... foi aí que eu fui ao ... a um alergista ... aí ele disse ... “a você tem que se mudar do ambiente que você tá ... que passa muito ônibus ...é [a:muito] ... poluído... mude pra um ambiente mais limpo ...porque sua renite num tá [a:muito] boa não” ... aí mainha procurou ... passou ... seis meses ... sei lá quanto tempo ... procurando nos classificados algum lugar que ... fosse mais propício pra ... pra tratar da minha ... alergia ... foi aí que ... uma tia minha ... Nubiacira ... proprietária desse apartamento aqui ... ela ... ela ofereceu o apartamento pra gente ... que tava sem morador ... é ... o morador tinha saído ... aí ela ofereceu o apartamento ... aí mãe ... “a tudo bem eu ... fico com o apartamento ... fico pagando o aluguel pra você” ... aí quando a gente mudou pra cá ... todo o meu mundo sei lá parece que ... expandiu os horizontes assim ... mudei pra cá ... tenho vários amigos no colégio que mora aqui perto ... qualquer coisinha eu vou ali ... conheço ... conheço alguém ... sei lá fiz muitos amigos aqui nesse bloco ... tem muita gente da minha idade ... tem ...quando eu mudei pra cá ... [a:realmente] achei pessoas que ... sei lá ... verdadeiros amigos... quer dizer ...meu mundo num ficou mais restrito [a:só] a duas pessoas ... [a:só] a dois amigos lá no colégio...posso [a:tranqüilamente] [v:viver] sem os amigos lá do colégio... claro que vai fazer uma falta ... são amigos ... cativaram ... num sei quê ...mas eu posso [a:tranqüilamente] viver sem os amigos do colégio... posso ... sei lá posso ... fazer amigos assim ... quer dizer ... foi aqui que me ensinaram a como fazer amigos ... como ... como cativar alguém assim ... eu vim aqui o que ... eu arranjei uma namorada aqui ... duas já ... ((riso)) do ano passado pra cá ... foi uma ... a melhor coisa que poderia ter acontecido comigo ... e no ... no fator de saúde ... minha é:: o meu nariz num tá mais com aquelas ...com inchações aqui do lado ... num tô [v:espirrando] [a:direto] ... tô tomando ... antes eu vivia lá ... é ... entopido de remédio ... tomando remédio aqui ... num sei quê ... e mês em mês tinha que tá lá no ... no ... no alergista ...aí agora não ... [a:só] tô ... sei lá com tratamento que é... já tá acabando ... que é uma vacina lá ... e no final do ano ... fazer o que ... sei lá ... fazer até uma ... uma operação pra tirar o desvio ( ) nasal ... então essa foi a me/ a melhor coisa que poderia ter acontecido comigo ... que eu acho ... que eu saiba ... que eu acho ...
    E: e onde é esse lugar ... que você falou que não ...
    I: no Alecrim ... nas Quintas ... tá na divisa assim na ... no limite do Alecrim com as Quin/ no Alecrim com as Quintas ... tem lá ... é um ... sei lá periferia ... é gente bêbada assim sabe? sentada na calçada ... tinha uma feira perto ... aí vinha um caminhão e descarregava lá ... na calçada ... aí mainha ... “ei ... tire esse negócio daqui ... tire esse carro daqui” ... tinha um bêbado lá né ... mainha jogava balde d’água nele ... pra ele sair ... esse seria ... sei lá e foi o lugar ... e foi o lugar onde eu passei a minha infância ...morei seis anos lá ... [a:só] ... [a:só] o ... o espaço físico da casa que era bom... que era grande num sei quê ... mas ... o:: a vizinhança num era lá grandes coisa não ...
    E: é ... mas você disse que foi a melhor coisa que aconteceu pra você ... e ... você hoje tem muitos amigos né? é ... que ... que te ajudaram ... e ... o que você então ... você começou a conhecer também diversão ... no caso assim ... se diverte mais ... então qual é o tipo de diversão que você começou a fazer aqui quando você não fazia lá?
    I: a ... quando eu cheguei aqui eu comecei a ir a festas com amigos ... sabe? se eu ... se eu morasse lá ... talvez eu nem ... nunca tivesse vindo nesse shopping aqui ... aqui quando me der na telha eu vou ... chamo os amigos ... “vamo embora pro shopping?” “bora ... gastar dinheiro” ... vou ao Circo da Folia ... agora na Vila Folia ficou mais difícil ... mas eu ia ao Circo da Folia ... porque mui/ muitos amigos fazem aniversário ...faz a festinha ... convida ... a ... o cara é legal ... num sei quê ... [a:bom] me convidam ... pego e vou... uma reca assim ... um bando ... arrastão pra festa ... por isso que eu digo que essa foi a melhor coisa que aconteceu assim ... pra mim ...

  • E: Vladimir ... é ... agora nós vamos fazer um relato ... uma narrativa recontada ... você vai contar pra gente ... alguma coisa ... uma história ...alguma coisa que alguém contou pra você ... [a:certo] ? aí você vai contar pra gente também... narrativa recontada ...
    I: foi no ... no dia em que ... a minha namorada chegou né ... aí subiu e desceu e num VAPT-VUPT tão grande ... ai que raiva ... num tenho mais paciência com essa ... com essa ... eu tenho até um amigo que gosta de deixar o povo no chão ... aí acabou né ... tudo bem ... pode acabar a amizade com ela ... pra mim tudo bem ... também eu num gosto muito da menina não ... ( ) “calma” ele ... “tenha paciência de Jó” ... aí eu ... “pronto ... quem diabo é Jó?” “a ... Jó é um ... um ... um homem da bíblia num sei quê” ... aí começou a contar a história todinha ... contou que ... que ... é o ... o Deus ... o Deus com ... uma coisa a mais ou menos assim ... Deus fez um ... fez um cara que ... foi surgiu duma aposta ... como se fosse uma aposta assim ... entre Deus e o diabo né ... que ... Deus botava um cara no mundo ... aí o diabo ia botar um bocado de castigo assim ... ia tirar os filhos dele num sei quê ... a riqueza ... a mulher ... e ele ainda ... e Deus disse que ele ainda ia ...que ele ia ser clemente a Deus né ... aí [a:pronto] ... foi essa aposta aí... botaram o cara no mundo ... o cara nasceu ... aí quando ta/ quando ele fez vinte e ... sei lá quantos anos ... vinte e cinco anos ... sei lá ... vinte e seis ... é vinte e seis anos ... uma coisa assim ... ele tava com a mulher ... três filhos ... um filho ... esses três filhos brilhantes assim ... gênios ... coisa assim ... é ... uma mulher ... três filhos ... tava com ... já tinha muito dinheiro ... aí foi ... a aposta dizia que quando ele fizesse vinte e seis anos ... aí começava o sofrimento ... e o Deus ainda disse que ele seria temente é ... clemente a Deus ... aí ... o diabo tirou o primeiro filho dele ... morreu ... morreu afogado uma coisa assim ... foi ...morreu afogado ... um é ... morreu afogado ... [a:pronto] ... ficou ... num sei se era assim... agora é ... morreu afogado ... tirou o segundo filho dele ... não isso depois de um ano ele tirou o segundo filho dele ... porque o primeiro filho dele era o filho que ele mais gostava ... que era mais inteligente ... o/ obedecia mais ... já era ... era o primogênito ... primogênito? é primogênito ... era primogênito era o filho que ele dava mais valor né ... na época ... se bem que continua igual a essa ...o mais importante [a:mesmo] é o primogênito ... aí tiraram o primo/ o diabo tirou o primogênito... aí tiraram o primo/ o diabo tirou o primogênito dele ... morreu afogado parece ... agora é ... morreu afogado ...aí um ano ele ... ficou [a:muito] triste num sei quê... aí um ano depois ... tirou o segundo ... o mais velho que ficou ... parece que morreu num assalto ... uma coisa assim ... os assaltantes mataram ele ... e o terceiro ... o terceiro filho suicidou-se ... aí depois ... isso em ... em três anos seguido ... seguidos ... aí depois de um mês depois disso aí ... a mulher ... a mulher se matou também ... aí ele vinha andando numa caravana ... não ... numa ... é uma caravana ... aí os la/ os ... os larápios os ladrões ... prenderam ele e roubaram todo o dinheiro dele ... obrigaram a ir pra casa dele e tiraram todo o dinheiro dele ... ou seja ...ele ficou [a:só] com a roupa do corpo e na miséria... ficou pedindo esmolas por ... mendigando por ... sei lá acho que uns cinco anos ... uma coisa assim ... aí depois ... depois de cinco anos ... [s:o diabo e Deus] se [v:encontraram] [p:de] [a:novo] ... aí Deus ... “ó tá vendo?” e o diabo ... “ó pron/ eu já botei ... eu desisto ... eu já botei todos os castigos que ... que poderia botar nele ... eu já botei até uma doença” ... uma coisa assim ... tava doente também ... tava mendigando ... de ver ele que era rico virou mendigo ... ele já tava com que ... três anos ... três ... trinta e seis anos ... cinco ... quarenta e ... opa ... vinte e seis ... cinco ... trinta e um ... aí ele tava com trinta e um anos já né ... ele com trinta e um anos tava ... ta/ tava mendigando ... tava doente ... tava sem os três filhos e a esposa ...o diabo ... “ [a:bom] eu desisto ... eu já ... já apliquei tudo que era castigo... que eu devia ... consegui aplicar nele ... fora ... eu já sei que ... que as pessoas que nascem leais a você ... morrem leais a você ou ao menos crêem é:: acima de tudo ... é ... te põem como ... como Deus mesmo ... o salvador ... a única coisa que pode ... que pode ... que toma jeito na vida dele ... a única coisa que ... que comanda a vida dele ... se ... se você quiser você pode tirar ... se não ... você deixa ele na terra ... agora se você quiser você faz o que quiser ... você faz o que você quiser com ele” ... aí quando ... quando o diabo e Deus se despediram um ano depois ele se casou ... não ... ele ficou bom da doença ... porque era uma doença incurável na época ... sei lá o que diabo era ... uma peste ... ele ... ele curou-se da doença ... recuperou todo o dinheiro dele através de um ... parece que ele serviu a um rei ... aí o rei num tinha a quem deixar a herança dele ... aí deixou a ele ... deixou a herança dele ... herança pra ele como agradecimento a todos os serviços que ele prestou ... ou seja ... ele além de recuperar o ... o dinheiro dele ... se tornou ... tornou-se rei ... é ... casou-se com ... com uma mulher ... filha de um ... de outro rei ... de outra ... outra terra lá ... como é o nome da terra ... Bel não ... sei lá como era o nome da terra ... e:: teve quatro filhos ... ou seja ... quatro ... quatro herdeiros pra quem ele podia deixar toda ... toda herança ... e os quatro filhos eram mais brilhantes ainda do que outros ... a moral da história é ...quando o povo diz ... “a ... tenha paciência de Jó” ... é porque ... Jó era o nome do cara aí [a:pronto] ... ficou ... ao menos é o que tem na bíblia lá ... ficou na história como Jó... a paciência de Jó foi que ... surpreendeu o mundo inteiro assim ... ou ao menos o mundo que o cercava né ... que conhecia ou que soube da história ... aí a paciência de Jó é ... sei lá ... renomada até hoje ... pelo menos foi o que me contaram ...ao menos é o que tem na bíblia lá ... [a:pronto] ... the end ...
  • E1: Vladimir ... agora nós vamos fazer uma descrição ... você vai descrever um lugar ... com todos os detalhes né? que é pra gente ... eu e a Ana fazermos assim uma imagem ... a gente ó ... pra gente fazer a ...a imagem como se fosse um quadro ... desse lugar ... [a:certo] ? então vamo lá...
    I:só ... [a:só] uma praia ... paradisíaca ... eu acho... a casa onde eu fiquei ... num é minha ... é da minha tia ... Nubineuma ... é até irmã de Nubiacira ... aí é essa ... essa casa minha tia ... de vez em quando vai veranear lá ... quando ...num tá [a:muito] cheio... a gente vai numa ...a ida é muito ... a ida e a volta num é [a:muito] boa nãoporque a estrada é de barro ... empoeirada ... esburacada ... mas indo em família tá em casa sabe? tá salvo ... indo em família ... a casa em si ... é o que ... tem lá o ... é entre ... fica entre um terreno baldio e uma casa ... bem pequeninha ... a casa de praia ... num é lá ... num é lá grandes coisa não ... mas comporta um bo/ comporta muita gente ... ela tem ... mais ou menos ... uns ... vinte e cinco metros ... por ... uns trinta por vinte e cinco ... trinta por vinte ... uma coisa assim ... um terreno bem grande lá ... é que tem os degraus ... na porta ...a porta é [a:meio] ... meio enferrujada mas tem os degraus... tem a ... quando a gente abre a ... a casa a pri/ a primeira coisa que a gente pode ver ... é um aparelho de som ... em cima do ... do balcão lá ... a primeira coisa que a gente faz quando chega lá ... é ligar aquele sonzinho ... sei lá a gente fica ... senta lá na ...tem a sala ... a cozinha ... [a:primeiro] ... em primeiro plano tem a sala ... depois vem a cozinha... e três quartos e um banheiro ...a casa é [a:relativamente] pequena assim ... mas ... por fora ... por dentro é mais aconchegante... a gente chega lá ... a gente senta na sala ... ou então bota as cadeiras na areia ... é fica ... a casa ... fica um pouquinho distante do mar ... fica distante do mar ... aí ... a gente bota lá na areia ... noite de lua cheia ... quando a rua ... quando a lua reflete na ... na ... na areia parece até um ... um cenário iluminado assim ... um show do Michael Jackson ... bem ... bem ... lunar ... é bota a cadeira lá na areia ... fica lá curtindo o frio ... conversando ... sim ... a casa é ... tem arquitetura branca lá ... é branca ... num é ... num é lajeada ... é uma casa ... acima de tudo simples ... mas comporta ... trinta pessoas naquela casa ...não tem quintal tem [a:só] a ... o quintal é na frente... o que seria o quintal atrás ... é na frente ... tem um poço antes ... tem ... um poço onde a gente toma banho ... quando chega da praia ... essa é a casa de praia ... a praia é:: um pouquinho mais na frente ... a gente che/ a gente andando mais um pouquinho na frente a gente vai ... encontrar a praia ...ela fica entre pedras e barrancos e ... mas [a:mesmo] assim num deixa de ser bonita... porque tudo que é natural eu acho bonito ... é ... não tando ... não tando ... depravado pelo homem ... tudo que é natural ... tudo que tá preservado pela natureza ... eu acho bonito ... tem as pedras ... que a gente pula pra água ... tem bar ...tem bares sim porque ... [a:geralmente] em praia tem bares...aí lá tem uns três assim ... porque num é [a:muito] ... povoado... [a:infelizmente] tá se tornando um point ... o povo já tá ... já tá descobrindo...já tá ficando [a:meio] ... cheio demais... aí no início do veraneio dá ... dá muita gente ... foi eu acho que ... e de vizin/ vizinho a essa praia que a gente toma banho ... tem outra praia lá que chama tartaruga ... a gente chama ela de tartaruga porque é la onde a tartaruga desovam ... no verão ... quando a gente vai lá ... a gente ... à noite sai com a ... com as ... com as lanterna lá ... fogo ... tochas ... [a:só] pra ver as tartarugas desovando... e enterrar os ovos ( ) no mar ... o que ( ) nessa praia ... um negócio a ... um dos problemas é que ...a correnteza é [a:muito] ... muito forte aí é [a:meio] perigoso lá... mas sabendo nadar ... num morre não ... sim a casa ela é coberta com ... com ... cada coluna da casa é o tapete de ... de couro de vaca de ... que minha tia ( ) aí bota tapete de couro de vaca ... nas paredes têm ... têm as varas de pescar ... toda ... todo veraneio que a gente vai pra lá ... a gente vai pescar lá com ... com ... com ( ) ele num deixa a gente pegar nas varas ... ele morre de medo da gente fazer uma besteira ... enlinhar lá um negócio ... perder a vara ... coisa assim ... aí nas parede lá tem a vara ... do quarto dele ... as parede do quarto dele tem a vara ... as vara ...nas parede do quarto da nossa prima que é onde a gente [a:geralmente] fica... tem o balcão ... o espelho ... e uns ursinho lá ... quarto bem feminino ... umas barbie ... eticétera e tal ... e duas camas ... um centro ... e vários armadores onde a gente bota as redes que dormem lá ... na sala a gente bota os colchões ... que a sala é bem ampla ... maior que essa aqui ... a sala é bem ampla ... e no quarto de hóspede seria ... tem duas camas ... um armário ... lá tudo de alvernaria ... duas camas ... o armário ... assim grudado na parede ... mais ou menos uns sessenta e cinco centímetros no chão tem ... o armário de alvenaria ... tem também vários armadores onde a gente arma as redes pra dormir ... tem até as dunas atrás da casa ... que a gente num deixa de ir ...toda tarde a gente vai lá ... [a:só] pra ... [a:só] pra ver o sol se pôr ... [a:só] pra pegar a ( ) de ver o sol se pôr... aí tem ... nessa ... nessas dunas ... o povo já tá ... já tá comprando terreno ...já tá cercando ... mas [a:mesmo] assim a gente num deixa de irpor causa do ... sei lá ... pra ver o sol se pôr ... e ainda atrás dessas dunas tem um ... sei lá ... um terreno assim ... é ... que a gente num ... num tem acesso de jeito nenhum mas é ...é [a:muito] bonito assim ...tem uma lagoa ... tem uma lagoa bem grande ... tem a ... e ao ... e ao redor da ga/ da lagoa é tudo verde a grama lá ... de lon/ de longe a gente vê os coelhos correndo ... isso é numa praia ... quer dizer ... perto da praia ... tem coelhos lá ... tem ... tem uns animais lá ... essa ... essa é a única ... há uma das partes da ... da praia ... uma barreta ... que a gente ... que a gente gostaria de ... de ter acesso ... mas num ... num há vias de acesso pra essa parte ... ela fica ... como se fosse ... a terra que o tempo esqueceu ... que o homem esqueceu ... ainda ( ) e ... a uns quinze minutos de carro ... a da ... da casa ... tem a lagoa de ... Arituba ... essa lagoa de Arituba é aonde a gente vai ... uma lagoa bem grande ... num é tão grande quanto a lagoa do Bonfim ... mas é uma lagoa bem grande que ... a gente num deixa de ir no veraneio ... lá ... ela fica entre dunas ... tem as dunas ... a lagoa e ... cercado de dunas ...como se fosse uma ilha ... [a:só] que é ao contrário... é ... é ... como eu disse antes ... eu ... que essa praia é muito ... é ótima ... é paradisíaca ... o negócio é que já tão descobrindo ...e já fizeram um clube lá ... ma/ [a:realmente] isso é um ... fator que ... é normal ter em lugares desse ... desse tipo... porque ao menos é uma diversão pra o ... pra o povo local ... aí esse clube vai ...de vez em quando tem umas festinhas lá ... [a:raramente] a gente vai... mas quando a gente vai é ... vai a família inteira ... é um ba/ uma bagunça grande ... clube ... o clube é ... mais ou menos um clube de esporte ... num tem esse negócio todo de comprar bebida ... mas ... a gente conhece a dona lá ...o clube é ... é [a:meio] caído... tem ... as paredes tão todas ... arrebentadas ... tão cheia de buraco ... tem os postes lá com ... os fios quebrados ... remendados ... de vez em quando ... quando a gente tá lá falta energia ... é a maior bagunça ...tem um bar lá que é [a:meio] ... pede ... “ei ... coca-cola” ... “entra aqui e pega”... “vou pegar não sei o que ... [a:pronto] ... tá bom” ... todo mundo ... a gente num pode botar o ... o braço no bal/ o braço no balcão ... sem que ... sem que o braço saia melado de alguma coisa ... ninguém sabe o que é ... alguma coisa ... o banheiro é ... sei lá ... condições subumanas ...ali o povo vai ter que ... se ... se precisar [a:realmente] ... vai ter que sair ... ir em casa... fazer e voltar ...se quiser ainda ... é [a:realmente] o ... mas num deixa ... apesar dos pesares... num deixa de ser uma ... uma boa praia pra veranear ... pra passar o veraneio todo ... vá ... branco volta preto ... tem ... num tem como não ... você pode passar ... protetor solar mil ... mas num ... passando o veraneio lá ... num tem como você num ir à praia ...E2: é ... é Vladimir você poderia me descrever ... a casa você descreveu quase toda é ... a cozinha ...
    I: a cozinha ... tem ... tem o balcão ... onde fica ... o som ... que a gente abre lá ... vê o som ali ... do tamanho desse teclado ((o informante aponta para um teclado que está no local)) o som ... tem um metro ...um metro o som assim ... [a:meio] animal ... [a:meio] cavalar... aí tem o ... ao lado do som tem o filtro ... e esse balcão é furado embaixo onde guarda as panelas ... sala ... sala ... eticétera .... num sei quê ... esses temperos ... é onde ... é onde a nossa ... é onde minha mãe e todas as minhas tias passam a maior parte do dia ... porque é uma prole pra alimentar ... (é sabe) um batalhão ... tem ... um fogão na parede de fundo ... a mesa na parede da esquerda ... a pia na parede da direita ... aí em cima da pia tem o filtro e embaixo assim ... que é o ... o balcão furado ... lá tem as panelas e embaixo da pia tem o fi/ os ... o lixo lá onde a gente bota né ...a sala ... [a:só] tem o tapete de couro de ... de vaca lá ... as cadeiras ... o centro e como sempre ... o joguinho... o ... caixa de ... a caixa de baralho em cima ... que num pode faltar ... é a diversão noturna ali ... ou então palavras cruzadas ... que a gente vai ... a gente leva palavras cruzadas ... e sempre fica em cima do ... do centro ... porque num tem mais nenhum ... nenhum lugar tão óbvio quanto esse ...

  • E: Vladimir ... hoje nós vamos fazer um ... vamos fazer a ... o relato de procedimento ... você vai contar ... pra mim ... pra gente né? como é que faz alguma coisa ... você disse que ... gosta de música ... sabe tocar teclado ... então você pode me explicar como é que faz ... isso né ... você vai me ensinar ...
    I: ó ... [a:primeiro] pra ... pra poder tocar teclado tem que ter duas coisas...paciência ... que é [a:muito] difícil eu até admito que ontem... eu tava pegando umas musiquinha assim ... um pouco mais difícil ... mas ... e a segunda é ... como eu diria ... é ouvido ... porque sem ouvido num vai pra frente não ... se você ficar ... você pode ficar três anos numa ... numa escola de música ... pegando métodos clássico eticétera ... se você num tiver ouvido vai ficar no marcha soldado ... no atirei o pau no gato ... e num sai do lugar ... eu no caso ... ainda bem que eu tenho alguma coisa de ouvido ... num é lá grandes coisas não mas ... ao menos dá pra ... dá pra enganar o povo ... é ... quando eu entrei lá na ... na ... na escola ...eu peguei logo o clássico que é muito me/ é muito mais ... é [a:muito] melhor você pegar o clássicodo que ... e depois pegar pelo ouvido ... aí eu aprendi ... no clássico o que eu aprendi ... é como ... como posicionar os dedo ... porque os dedos não podem ser quadrados ... os dedos têm que ficar ... arrendodados ... bom pra isso eu tive que ... passar uma hora com a ... com ... com a ... com as duas mãos segurando aquelas bolinhas de frescobol ... envolvidas numas meias lá ... eu fiquei uma aula inteira ... com as mãos assim na bola de frescobol até ... os dedos ficarem redondos ... pra depois ... quando acostumou ... eu aprendi a como se posicionar os dedos num ... pra fazer um acorde ... a primeira nota tem que ser ...a primeira nota do dó até o ... não ... dó ... mi ... dó ... ré ... mi ... e ... [a:pronto] [a:só] dó ... ré e mi... a primeira nota tem que ser tocada com o dedo mínimo ... é ... no caso ... isso é no acorde de dó ... no caso do acorde de sol ... o ré tem que ser o dedo ... anelar ... e os outros ... as outras duas notas com o dedo indicador e o polegar ... são contados no ... na mão esquerda ... são contados o dedo mínimo um ... é anelar dois ... médio três ... indicador quatro ... polegar cinco ... na mão direita polegar um ... indicador dois ... médio três ... anelar quatro ... mínimo cinco ... é:: pra poder fazer solo você tem que ... se/ seguir a seguinte regra ... dó com o primeiro ... com o polegar ... o dedo um ... no caso né ... da mão direita ... dó polegar ... é ... ré segundo dedo ... indicador ... mi terceiro dedo é ... médio ... é:: fá quarto dedo anelar ... cinco ... e sol quinto dedo ... o mínimo ... se você se ... se você se des/ desligar dessa regra ... você vai passar dedos por cima de dedo ... vai ficar uma coisa ... vai ficar ... vai deitar a mão ... o que não pode ... a sua mão tem que ficar o tempo todo ereta assim ... você vai ... se você passar esse dedo por esse ... você vai ter que deitar a mão ... vai deitar pra cá ... por exemplo o ... o:: o homem que tocava pra ... pra família da gente ... porque agora quem tá tocando é ... quem tá ... quebrando o galho agora sou eu ... porque ... [s:o cabra] [v:tocava] [a:ruim] que só ... sei lá o que ... ele num ... num fez num sei se foi escola de música ...ele [a:só] usava três dedos ... esses três dedo((mostra os dedos)) ... ou seja ... o polegar ... indicador e médio ... pra fazer o solo ... ele deitava a mão ... e ia pra cá assim ... botava a mão pra um lado ... pro outro ... passava por cima de notas ...engolia ... e num [v:fazia] [a:direito] isso aí ... por falta de ... de técnica... de experiência ... né ... de ... de ... falta de instrução ... aí eu sei lá ...eu acho que ele leu no manual ... assim [a:meio] ... meio vago... fez olhar assim ... porque inglês né ... ele num entende então ... pra ... isso é a técnica pra fazer solo ... você tem que ... tem que ter essa seguinte regra ... é:: os cinco dedos em ordem ... um ... dois ... três ... quatro ... cinco ... cinco ... quatro ... três ... dois ... um ... e se passar dos cinco ... um ... dois três ... quatro ... cinco ... aí você botar ... um ... dois ... três ... quatro ... cinco ... um dois ... três ...são [a:só] sete notas... então um ... dois ... três ... quatro ... cinco ... um dois ... no caso ... então continuando pra ... essa é ...essa é a:: regra ... pra fazer solo ... e isso é pra [v:fazer] solo [a:direito] ...se quiser [v:fazer] ... bem feito ... [a:bonito] ... dá gosto assim de olhar... é pra ser com es/ com essa seguinte técnica ... que eu acabei de dizer ... e pra fazer o mínimo ... o médio e o polegar ... ou então ... o anelar ... o indicador e o polegar ... de acordo com o acorde ... você pode mudar ... isso aí é facultativo ... é ... pra leitura de partitura você tem que ... tem que ... tem que ter paciência porque ... o negócio ... você ... quando ... quando a pessoa tem ouvido pra ... quer pegar logo todas as músicas de ouvido ... “a num sei quê ... essa música eu quero aprender” ... aí você acaba esquecendo da partitura como eu no caso ... passei o que ... uns nove meses sem pegar numa partitura ... aí quando é agora né ... a professora me deu uma partitura de uma música aí ... é:: eu demorei o que ... uns ... umas cinco ... cinco aula ... ou seja ... um mês ... e uma aula ... são quatro ... são quatro aulas por mês ... uma na semana ... aí deixe eu ver ... eu demorei cinco aulas ... pra poder aprender a partitura todinha ... pra poder decorar ... porque eu num sei tocar olhando assim ... eu me atrapalho todinho ...por causa dos dedos ... porque [s:eu] num ... eu num [v:consigo] [a:direito] ainda...eu sou [a:meio] ... eu sou meio ... fora da lei ... nesse assunto pelo menos... e ... pra poder aprender a partitura tem que comprar um módulo ... que ensina ... como ler partitura ...mas eu num comprei não ... queria [v:aprender] [a:direto] ... tem que comprar outro módulo que ensina como tocar por partitura ... minha mãe ... esse negócio gasta dinheiro demais ... aprenda por lá mesmo ... aí meu primo comprou um ... um ... um guia ... que tem ... que tem muitas músicas de partitura ... ensina como tocar ... e como ler ao mesmo tempo ... aí eu vou tirar algumas xerox ( ) pra ... o certo de tocar o teclado é você tocar ...lendo a partitura e não olhar pro ... pras teclas ... olhar [a:só] assim ... de vez em quando ... [a:só] pra ... num ficar ... com torcicolo... sei lá ... uma doença no pescoço ... uma coisa assim ... [s:eu] no caso [v:fico] assim [a:direto] ... porque eu ... e leio a partitura ... aí toco tanto ... toco tanto que decoro ... aí num preciso mais de partitura não ... é o caso de ... samba ... um bocado de música aí que eu sei tocar ... por partitura que ... é eu já decorei e num preciso mais da partitura ... tá por aí jogado em algum lugar ... eu ia tocar ... eu tentei tocar Garota de Ipanema um dia desse ... mas acontece que a música começa num acorde na mão direita e na mão esquerda ... e a mão esquerda você faz acorde pra o ritmo ... e a mão direita você faz o solo ... acontece que o solo era feito em acordes também ... aí eu me atrapalhava ... queria fazer um acorde aqui ... e tinha que ser o mesmo na mão direita ... falta de coordenação né ... aí nesse ... aí eu tô treinando ... bastante pra poder ... pra poder tocar essa música num recital ...mas pra tocar teclado num tem muita manha não ... é [a:só] ... num é difí/ num é trabalhoso...mas [a:só] porque é difícil mas num é trabalhoso... é:: se você tiver muita paciência e ouvido como eu disse antes ...
    E: habilidade né ... com as mãos ...
    I: não ... isso aí você aprende ... porque eu num tinha de jeito nenhum ... eu pensava que num ia fa/ eu pensava que num ia ... num ia ... num ia conseguir nunca fazer ... um acorde com a mão esquerda e ... solar com a mão direita ... hoje é a coisa mais natural do mundo ... como dois e dois ... agora ... deixe eu ver se eu esqueci alguma coisa ... importante ... sim ... tem que aprender os compassos ... tem compasso quatro por quatro ((o informante marca o ritmo do compasso batendo com uma mão na outra)) é como se fosse valsa ... ah ... vê se você entende esse negócio aí ... compasso quatro por quatro ... três por quatro ... que é pra ... pra ... pra Bossa Nova sei lá ... esse compasso eu num ... tô muito por dentro não ... que eu num estudo ...eu vou mais pelo ouvido assim ... música [a:mesmo] eu [a:só] sei ler partitura... e os ... as sifras ... ou seja ... os acordes que eu sei e mais nada ... eu num vou mentir ... esse negócio de compasso ... compa/ compasso é terciário ... quaternário ... binário ... semi-colcheia ... colcheia ... eu conhecen/ eu conhecendo a música ... [s:eu] [v:faço] tudo [a:direitinho] [a:só] que eu [a:só] preciso do acorde... mas aí eu ... a ... isso eu tando na frente da minha professora ... eu posso conhecer a música e posso querer tocar de ouvido ... ela ... “você tá olhando pra partitura?” aí eu ... “tô” ... mentira ... tava tocando pelo ouvido porque ...ela lê a partitura [a:junto] comigo né... aí a partitura tem uns ... bemóis ... sustenidos ali que eu num ... eu engulo ... quer dizer ... passo por cima né ... aí ela diz ... “você tá tocando ... você tá tocando pelo ouvido” ...por isso que ela [a:só] passa as músicas assim que eu num conheço... porque eu chegar lá ... pedindo a partitura de uma música ...“você tem essa?” “não” ... mas tem ... [a:só] de ruim ela num ... que ela diz que num tem... que ela sabe que eu vou tocar pelo ouvido ... aí a ... num seja por isso ...eu pego aqui em casa uma fita ... uma coisa assim ... [a:pronto] ... pego de qualquer forma... agora já ... esse não ... o arpejo que são ... são três notas ... ou quatro ... quantas notas tiver num acorde ... o arpejo é como se fosse a preparação para o acorde ... ou por exemplo ... se fosse o acorde de dó ... o acorde de dó ... é composto por três notas ... dó ... mi e sol ... aí o arpejo seria você ... dedilhar cada uma dessas notas ... é ... uma ... uma de cada vez ... dó ... mi ... sol ... sol ... mi ... dó ... dó ... mi ... sol ... mi ... dó ... sol ... aí depois ... bate as três de uma vez que sai um acorde ... esse arpejo ... é:: mais usado pra acompanhar a pessoa cantado ...você fica [a:só] ... [a:só] arpejando... tá no acorde ... acorde de ... de dó ... na mão direita ...aí fica [a:só] lá a mão direita no acorde ... [a:só] pra acompanhar... ou então você dá o mesmo acorde e fica lá ... passando por cima das notas ... isso aí é ... como é o nome? sei não ... é ... eu num tenho o módulo ... num sei ... e ... deixe eu ver ... não ... eu acho que ... teclado ... num tem esse negócio não ... agora violão é que é bicho ... violão não é difícil ...porém e trabalhoso ... é [a:muito] trabalhoso você tem que fazer calo... nos dedos ... sofre ... pena ... tem que aprender a ... a apertar as cordas ... é ... até chegar no braço ... tocar ... tem que aprender a dedilhar ... que é a única coisa que eu num sei fazer num violão é dedilhar ... até que num sou um mestre em ritmo não ... mas o violão foi porque eu num ... eu num entrei em escola ... num sei quê ... eu entrei em escola e o professor ... a professora aqui é ruim ... ela num entende o ritmo dos acordes ... aí inventa um ritmo qualquer assim ... parecido com alguma coisa ... aí faz os acordes ... porque a base que eu já tenho no teclado na mão esquerda ajuda a fazer os acordes ... tem cada acorde na mão esquerda ... que tem ... que tem que abrir os dedos ... no teclado tem que abrir os dedos ... num sei quê ... aí no ... no violão é quase a mesma coisa ... se fizer uma pestana tem que usar o primeiro dedo todinho ... aí ele vai ... aí eu ... eu pensava que num ia fazer isso nunca ...hoje ... [v:sai] quase [a:naturalmente] assim... você ...você treina tanto que ... [a:só] precisa pá ... pá ... [v:sai] bem [a:rápido] ... [a:só] precisa tocar assim [a:só] pra ... pra tá fazendo música... aí ... pra fazer os acordes do violão eu num sei as ... eu num conheço as ... as regras ... eu sei que as ... as pestanas são ... você tem que usar todos os dedos ... não pra fazer to/ pra fazer ... é as pestanas você tem que usar todos os dedos ... é:: excluindo ... o polegar ... o polegar parece que é pra poder ... envolver o braço ... do violão ... deixe eu ver aqui ... as notas diminutas são ... tem por exemplo ... se tem dó ... dó maior ... são dó ... mi ... sol ... a terceira dó ... e a terceira sol ...uma coisa assim ... aí pra fazer a diminuta de dó ... tem que diminuir três tons da sétima ... ou seja ... você dá dó ... quando você dá ... você dá a sétima de dó ... com o dedinho ... o dedo mindinho ... você dá a sétima de dó e diminui três tons dessa sétima ... e a sétima do sol ... você faz com ... com o anelar ... e diminuindo três tons ... você esta/ você estará dando uma nota diminuta ...isso é só uma forma é ... uma forma de .... é [a:só] uma forma auxiliar... num é ...num é obrigado você fazer não ... só quando ... [a:só] quando ... na letra da música tiver explícito sabe?se num tiver você num ... você num faz não ... e ...se tiver tocando um violão e um teclado [a:junto] ... um violão faz as relativas de um acorde ... que o teclado tá fazendo ... por exemplo se o teclado tiver fazendo sol maior ... o violão tá em ré ou em dó ... porque ré ... é relativa de sol ... de dó ... de sol ... e dó também ... se ... se tiver em sol aí pode botar lá menor ... mi menor ... si menor ... que são todas relativas ... do ... do mesmo acorde ...é pra violão eu num sou muito ... [a:muito] expert não... é mais acorde assim ... que você pode ler as partituras e passar por cima das notas ... e num preci/num precisa tá ... pra lá e pra cá no braço ... teclado é [a:só] para o ... pro dó cincoe pro dó um ... ou fica no dó três ... porque o dó um e o dó dois é ... é pra fazer os acordes ... no dedilhado do violão ...são usado os quatros dedos ... [a:só] que quatro dedos ... [a:só] que dessa vez você vai ... excluir o mindinho... que ... num é ... num é ... o mindinho num é itilizado pra fazer acordes maiores não ...o mindinho ... [a:só] é utilizado pra fazer acordes bemol e sustenidos...isso na mão direita no dedilhado ... [a:só] são usados o ... nessa ordem... o ... polegar ... polegar ... indicador ... médio e anelar ... não ... num é obrigado ser nessa ordem não ... pode ser o polegar e indicador ... anelar e médio ... ou polegar e médio ... anelar e indicador ... isso depende do acorde ... isso é o dedilhado é a única coisa que eu num sei fazer ... porque eu num sei dedilhar ... e mudar os acordes ao mesmo tempo ... eu sei fazer o ritmo ... tá ... ficar batendo nas cordas é ... de acordo com o ritmo ... e ficar mudando os acordes fica mais fácil ... mas é ... como uma família toda ...o violão a família toda só sabe ... assim [a:só] sabem ... como dizem ... arremedar ... imitar...porque teclado [a:mesmo] é ... ou ... um instrumento diferenteassim quem toca sou eu ...meu primo ... que toca teclado também ... tá começando ... tá indo [a:muito] bem... tá ... tá indo melhor do que eu ... e a minha vó que to/ tocava acordeon ... mas aí era de ouvido ...mas ela tocava bem ... mas de artista assim por ... por ... por música ... artista o povo me chama lá ... por música [a:mesmo] ... por partitura num sei quê... todo nos ...todos nos trinquizinho ... [a:só] tem eu e eu sou o mais renegado ... e meu primo que tá ... tá começando agora... ele tem mais paciência aí ... eu tô com medo de ele tomar meu lugar ... mas ... num tem problema não ... isso é (da vida) ... e ... é ... e em violão num tem ... num tem muita coisa pra dizer não ... o que eu tinha pra dizer de teclado já ... o que eu sei ...acho que foi o que eu acabei de dizer aí ... [a:pronto] ...

  • E: Hoje nós vamos falar sobre relato de opinião ... Vladimir ... você escolheu falar sobre pena de morte ... né? então você pode começar a falar ... o que você acha da pena de morte ... como você vê a pena de morte no Brasil ... no mundo ou no Brasil ...
    I: [a:bom] ... pelo que eu entendo de pena de morte... é a medida usada pra ... criminosos que ... sei lá ...o delito deles é [a:muito] grave assim... daí é tão ... tão desumano que ... pra não ficar ... é ... digamos pra os presos num ficarem com raiva dele por causa deles ... aí adota a pena de morte pronto ...na minha opinião a pena de morte pode ser [a:tranqüilamente] [v:adotada] no Brasil... e usou total/eu sou [a:totalmente] a favor... porque do jeito que a situação tá aqui no Brasil ... como é que são as ... as penitenciárias ... vivem estufadas ... e muitos deles são por crimes ... crimes bárbaros e até desumanos ...sou [a:totalmente] a favor... porque além de ó ... diminuir ... diminuir a lotação da ... das penitenciárias ... sei lá ... serve de inibição pro ... pra outros ... outros assaltantes num come/ num fazerem a mesma coisa né ... e num ficarem impunes por causa disso ... que de repente ... que de repente sei lá um ... por um ato de corrupção ... aí são soltos ... poucos anos depois ... num cumpre a pena inteira ...aí voltam a fazer a mesma coisa [a:pronto] vai ... aí mais ... mais alguns anos... uns anos a mais ... uns anos a menos ...eu sou [a:totalmente] a favor... pra mim esse negó/ esse ... essa pena de morte poderia ser ... poderia ser ... adotada aqui no Brasil ... mas é ...já foi uma questão [a:muito] polêmica né... já correu aqui o ... o país inteiro ... e acabaram não ... não adotando ... pelo menos é o que eu sei né ... nunca vi ... povo ... o povo aqui faz ... a pena de morte com as próprias mãos ... por exemplo ... saiu no jornal ... um cara que ... que ... além de violentar uma criança ... aí a saiu ... esquartejando ela ... ela ... a criança viva ainda ... saiu esquartejando a criança todinha ... daí depois de muito tempo que ... a criança já sofrendo ...devia ter uns dez anos eu acho ... sofrendo ... aí [a:pronto] ... matou a criança ... daí foi preso ... trinta anos de prisão... pra mim isso ...na minha opinião devia ser ... sei lá ... caso de pena de morte [a:mesmo] ... porque isso é uma coisa além de ser desumana ... vai mais um pra ... pra penitenciária ... daí vai superlotar e se for ... se ficar é:: sem ... sem ... sem adotar a pena de morte ... já pensou o número de penitenciários que vai ter daqui a alguns anos ... na ... nas prisões ... num vai dar ... vai ter que ... sei lá ... o Brasil vai ter que exportar penitenciários assim pro ... que num tem lugar aqui no Brasil pra ... pra tanto preso ... é ao menos aqui em Natal tá tudo lotado ... a delegacia de Candelária tá su/ hiper lotada ... fui lá pra fazer a carteira aí eu ... chi ... dei uma ... dei uma olhada lá ... uma coisa incrível num tem ... são ... são dez presos por cela e as celas são ... sei lá ... hiper minúsculas ... isso além de ficarem em condições subumanas ... dá ainda ... há o ... o perigo de um deles a ... endoidar de vez e matar o resto ... sei lá e de repente pode ter uma ... um daqueles ali que é inocente ...daí vai ser uma morte [p:em] [a:vão] ... eu acho que a pena de morte além de servir pra ... diminuir a super lotação da penitenciárias ... é um ( ) como eu disse antes ... uma forma de inibição pra outros que num ... num venha a fazer isso ...é essa ... é só ... é [a:só] essa a minha opinião assim por cimaporque ... se for pra englobar tudo o sistema de ...o sistema de polícia aqui do Brasil que é super falho ... [a:só] funciona quando ... [a:só] faz ... [a:só] faz entrar em greve... por melhores salários ... num sei quê ... daí quando conseguem melhores salários não sabem como ... como gastar ... ou então quando conseguem verbas ... os vereadores ... passam a mão ... entre aspa ... passam a mão entre aspas ... daí a polícia é super mal equipada ... a polícia é super mal equipada ... e quando entram em greve pro ... pra conseguir verbas pra essas coisas ... CHIU ... passam a mão no ... passam a mão no dinheiro do ... do ... do pobre do ... do ... do ... passam a mão no dinheiro dos pobres dos policiais ... ficam lá em con/ eles trabalham em condições subumanas ... e sei lá ...se for pra de repente ... pra encarar um bandido ... [a:provavelmente] ele vai perderporque num tem ... vamos supor que eles num ganhem um salário justo ... um salário justo como sei que num ganha ... tenho certeza absoluta ... daí ele num se alimenta bem ... sei lá ... num deve consumir o ... a quantidade mínima de calorias ... daí deve ser uma coisa fraca assim né ...aí vai encarar um bandido [a:todo] raquítico velho...[a:pronto] ... o bandido ganha o policial na maior... eu vi uma reportagem ... que o ... o armamento dos bandidos dava assim ... deixava o ... o da polícia a desejar ... eles pegaram “ó isso aqui importaram ... se isso aqui tivesse ... se essa arma tivesse na ... na polícia do ... do Rio de Janeiro uma coisa dessa num teria acontecido” ... aí fizeram assim uma chacina ... uma coisa assim ... eles quando conseguiram prender os bandidos né ... daí eles quan/ eles num podem ficar com as armas ... num podem ficar com eles ... daí eles botam a leilão pra vender ... quem sabe aí vem outros ... daí vem ... pode vir outros ... outros bandidos e comprarem as armas pronto ... mesma coisa ... num serviu de nada ... esse é outro ... outra coisa que engloba o ... a pena de morte ... o sistema falho de ... de ... de ... de polícia ... a corrupção que tem dentro da ... das ... da polícia é ... por exemplo tem o ... um cara que tá ... sei lá ... fazendo um serviço pra um ... um barão ... um marajá aí ... sei lá ... daí o cara mata ...aí “ó cê” ... o ... o marajá “ó ... você mata ... daí quando você for pra cadeia eu ... eu ... eu faço alguma coisa lá ... pra tirar você de lá” ... isso é um exemplo de corrupção ... aí o cara mata ... vai ... pra cadeia ... passa o que ... uns dois dias ... aí “ei esse aqui num sei quê” ... aí com o cara ... conversa ...molha a mão do delegado ... daí [s:o cara] sai ... aí [v:mata] [p:de] [a:novo] ... eu acho isso super errado ... se dependesse de mim ... numa ... numa ... numa redação do O.S.P.B. que eu fiz ... tinha lá ... como é ... se eu governasse o Brasil né ... o primeiro tópico que eu botei foi isso aí ... adotar a pena de morte ... daí depois o professor veio discutindo de aluno em aluno chegou em mim eu ... chegou lá a minha vez ... eu discuti lá com ele ... ele disse é num sei quê ... eu acabei convencendo a classe inteira sem ... sem ... sem querer ... eu acho que eu era o único lá eeu acabei convencendo a classe inteira sem querer ... [a:só] que nesse dia eu tava inspirado demais... falei até ... pelos cotovelos ...essa é minha opinião ... eu sou [a:totalmente] a favor... a ... uma con/ é uma condição de que além de ... de diminuir a super lotação das penitenciárias ... pode ... pode servir como ... um chega pra lá nos bandidos ... “num faça mais isso não senão você vai morrer” ... né por essa de matou tem que morrer não ...tudo bem se o cara matou assim de um modo ... de um modo rápido e indolor ... tá bom ... [a:só] uma ... digamos que uma ... uma ... perpétua...dá uma prisão perpétua pra ele [a:pronto] ... aí o cara vai esquartejando aos poucos... “a ela vai sem os dedos” ... pá ... e tira as unhas ... num sei quê ... pra mim tem que ser ... mate/ matou desse jeito ... a ... tem que morrer ...por isso que eu sou [a:totalmente] a favor...
    E: é ... Vladimir ...você é a favor da pena de morte em ... [a:só] nesses casos de ... de assassinato com tortura... no caso de crimes hediondos? ou quais os outros crimes?
    I:não ... não ... não ... [p:em] [a:geral] não ... em geral ...que bom o cara vai né ... deputado por exemplo rouba o ... o ... dinheiro de alguém ...a [a:só] por causa disso o cara num vai morrer... podia sei lá ... trabalhar forçado ou coisa assim ... ficar exilado do mundo ... não é morrer ... morrer por causa disso não ...só se for por causa desses crimes bárbaros [a:mesmo] assim ... coisa que ...sei lá ... ninguém faria ... ou ninguém pensa que possa fazer isso ...
    E: é ...você num é:: você ... [a:só] mais uma pergunta ... você num acha que por exemplo... esses casos que estão tendo agora aqui no Brasil ... esse do orçamento ... o cara ... eles que tão roubando ... você num concorda que eles tão sendo assassinos de uma outra forma? tirando dinheiro da ... da sobrevivência de muitas pessoas?
    I:é ... [a:realmente] ...mas ... não ... num acho que esse seja ... seja o caso de ... de ... de pena de morte não ... isso é um crime mas num é ... num é um crime como seria um ... a morte de ... depois de fazer uma tortura ... num sei quê ... acho que por causa disso num ... deveria ... deveria sim ter uma ... uma multa ... uma coisa assim sei lá ... vai pagar salário ... vai pagar o aumento de salário de um bocado de gente ... deveria ter uma pena certa pra esse tipo de crime ... mas como o povo o ... a justiça aqui no Brasil é cega ... surda e muda ... aí ...eu acho que só ... [a:só] pra esse tipo de crime hediondo...essas coisa bárbara ... bárbara [a:mesmo] ... que deveria ser adotada a pena de morte ...
Parte oral
1993
  • A melhor coisa que poderia ter acontecido na minha vida foi ter me mudado do Alecrim para Candelária.A casa onde eu morava no Alecrim, apesar de possuir um bom espaço físico, não localizava-se em um bom espaço social, pois a vizinhança não era de bom convívio.Dos lados e na frente haviam oficinas barulhentas e seus donos e empregados trabalhavam até a meia-noite nas segundas e quintas e nas quartas-feiras havia uma feira durante o dia inteiro perto da minha casa.Caminhões descarregavam frutas na calçada da minha casa, bêbados brigavam de frente à minha casa com facas ...À noite, haviam tiros e gritos, [a:provavelmente] um resultado de briga entre "gangs".Um dia, minha mãe me levou ao alergista, para saber o porquê das noites que eu passava com falta de ar, e ele (o alergista) disse que a solução seria uma mudança, pois a casa estava com infiltração, o que provocava "mofo".Sem demora, minha tia ofereceu seu apartamento, que acabara de ser desocupado.Minha mãe, apesar das proibições de meu pai, aceitou sem pensar duas vezes.Hoje eu tenho vários amigos, coisa que eu não tinha antes de mudar e estou curado da alergia.
  • De acordo com um amigo, Jó foi uma pessoa de muita fé, que viveu em Jerusalém.Diz a estória que Jó acreditava em Deus acima de tudo e que para ele, tudo o que acontecia, tinha a "mão de Deus" presente.Então, um dia Jó teve um sonho, no qual o Diabo lhe falava que ele iria perder sua fé em Deus, pois ele havia feito uma espécie de "aposta" com Deus que consistia no seguinte: durante cinco anos,o Diabo faria o que quisesse com Jó e [a:mesmo] assim, Jó não perderia sua fé.Quando Jó fez trinta anos, casou pela primeira vez e teve três filhos.O diabo fez com que a mulher de Jó adoecesse e morresse.Jó ficou [a:muito] triste com o que aconteceu, mas não deixou de crer em Deus, pois ainda tinha seus filhos;mas o diabo jogou uma praga em cada um deles, fazendo morrer o primogênito e depois os mais novos.Jó, porém, ainda acreditava em Deus.Passaram-se dois anos e [s:Jó] [v:casou-se] [a:novamente] e teve um filho.O diabo fez com que a mulher de Jó contraisse lepra e Jó, mais uma vez viu sua mulher morrer aos poucos.Logo após isso, seu filho ficou cego, mudo e aleijado, mas Jó ainda acreditava em Deus.Passaram-se mais dois anos e Jó contraíra várias doenças, [a:inclusive] a surdez, porém, ainda acreditava em Deus.Ao término dos cinco anos, Jó teve outro sonho onde Deus perguntou-lhe se apesar dos cinco anos de sofrimento, ele ainda tinha a mesma fé.Jó respondeu que sim e quando ele acordou, estava curado da surdez e seu filho havia se curado das doenças que havia contraído.Jó teve uma vida longa e rica, pois provou que sua fé estava acima de qualquer coisa.
  • Todo ano eu passo o veraneio em uma casa em uma praia que se chama Barreta.A casa não é minha, mas da minha tia.Na época de veraneio,nós reunimos alguns primos e [v:vamos] [a:juntos] para Barreta.A casa, em si, não é grande , pois [a:só] tem três quartos, uma sala, e uma cozinha.A sala é o maior e mais ventilado cômodo da casa,pois é [a:diretamente] ligada com a portada frente, que vai dar em, mais ou menos, 10 metros de terreno que restam na frente da casa, antes de chegar na rua.Na sala há um sofá feito de alvenaria, que serve de cama;há também alguns armadores de rede, uma pequena mesa que serve para as pessoas jogarem baralho e serve como um "porta-revistas";há também um balcão feito de azulejos brancos que é a "divisão" entre a sala e a cozinha.Sobre esse balcão há um aparelho de som e uma garrafa térmica e, às vezes, uma TV.Podemos dizer que a sala é o centro da casa, pois se liga a todos os cômodos da mesma.Os quartos são [a:praticamente] iguais.O primeiro é o da minha prima que é o primeiro cômodo à esquerda.É provido de duas camas de alvenaria, dois armadores de rede, uma pequena estante de madeira e um espelho.O segundo é o quarto de hóspedes que é a primeira porta à direita.Tem duas camas de alvenaria, dois armadores e uma pequena estante de alvenaria.Por fim, o terceiro quarto é o dos donos da casa (meus tios) que fica, [a:praticamente] na frente do balcão antes mencionado.Esse dispõe de uma cama-casal de alvenaria, dois armadores de rede, um armário de um tipo de plástico e uma estante de alvenaria.A cozinha é composta de um fogão, uma pia, um sub-armário (armário que fica debaixo da pia), onde se guardam as panelas, um filtro, um freezer horizontal e um frigobar.É lá que as mulheres gastam um bom tempo, fazendo comida para o "batalhão".Há também um lavabo e um banheiro que [a:só] ficam ocupados de verdade à noite.A casa fica um pouco distante da praia, mas [a:mesmo] assim, todo dia nós vamos à praia,não [a:só] para aproveitar o sol, jogar frescoboll ou nadar um pouco,mas nós vamos à praia, [a:principalmente] para observar todas aquelas "bundinhas" de fora.A praia, em si, é um lugar paradisíaco.Há uma grande fachada de pedras que cobrem a praia de um lado ao outro, separando a parte rasa da parte funda.O local onde nós ficamos para tomar banho, jogar frescoboll e "pegar um solzinho" é sobre as pedras que na maré baixa ficam emersas e recobertas de areia.As pedras são planas e no limite entre as pedras e as águas ficam os pescadores e mergulhadores que também aproveitam a maré baixa para pescar.É este o lugar que eu e minha família passamos o veraneio.
  • Um teclado, como o nome diz, é um instrumento musical composto de teclas.Essas teclas podem ser brancas (naturais) ou pretas (sustenidos ou bemóis).As teclas brancas são os tons naturais, ou seja, dó, ré, mi, fá, sol, lá,si e as teclas pretas podem ser bemóis, que são quando contamos as teclas da direita prá esquerda e quando contamos (as teclas) da esquerda prá direita, são chamadas de sustenidos.A diferença entre bemol e sustenido é que o bemol diminui meio tom e o sustenido aumenta meio tom.Para ajudar a tocar, existem as partituras que são compostas de cinco linhas horizontais que são divididas por linhas verticais que delimitam os compassos, que são espaços de tempo no qual as notas devem ou não ser tocadas.No teclado, as pessoas que tocam devem "pensar com os dedos",pois é [a:muito] importante ter um bom dedilhado, caso contrário seria impossível tocar.Os dedos são numerados da esquerda prá direita, ou seja, na mão esquerda o dedo de número um é o dedo mínimo e o dedo de número cinco é o polegar.Já na mão direita, é o contrário, o dedo-um é o polegar e o dedo-cinco é o dedo mínimo.Para facilitar o estudo, os teclados são divididos em oitavas que são espaços contados de oito em oito notas, excluindo as teclas pretas.Essa é [a:só] uma pequena base para iniciantes,pois é [a:muito] importante que qualquer tipo de músico tenha um bom "ouvido musical".
  • A pena de morte é um tema que engloba vários fatores,e por isso deve ser [a:muito] bem discutida, para o bem da humanidade.No Brasil a pena de morte jamais seria bem aplicada, pois se nos outros países a justiça é cega, no Brasil ela é surda e muda.A pena de morte é um castigo que deve ser aplicado [a:só] em casos especiais.Nos EUA, por exemplo, a pena de morte é a única maneira que a justiça tem para livrar a nação de bandidos de alta periculosidade e, ao mesmo tempo, impedir que outras pessoas repitam o mesmo crime.Houve um caso em que um homem chamado Steve McNicholson seqüestrava crianças e pedia o resgate, [a:só] que quando ele recebia o resgate as crianças já estavam mortase esquartejadas dentro de sua geladeira.Esse homem foi preso em flagrante ao comer um braço de uma das crianças.O único castigo que ele merecia era a morte.Ele morreu na cadeira elétrica em 1979.Em países desenvolvidos que têm uma justiça que [a:realmente] funciona,a pena de morte é bem aplicada não [a:só] para livrar a população de bandidos perigosos, mas também para inibir outros bandidos a não cometer um crime bárbaro.No Brasil a pena de morte seria nada mais, nada menos do que mais uma forma de matar pessoas inocentes elivrar quem [a:realmente] merece ser morto da morte.
Parte escrita
1993

  • E: Julyana ... hoje nós vamos fazer uma narrativa experiencial ... você vai me contar .. o ... é ... alguma coisa que aconteceu na sua vida ... um passeio ... qualquer coisa ... que você gostou e ... se/ ... e ... e ... você poderia me contar agora ... foi alguma coisa que serviu pra sua experiência ... né ... então ...
    I: foi:: o aniversário de meu primo Breno ... foi em Extremoz ... no dia vinte e seis de ... agosto de mil novecentos e noventa e um ... a gente tava indo pra Extremoz ... a gente foi lá:: cantando ... quando chegou lá ... num tinha mais reserva ... tava tudo cheio ... aí a gente ... a gente ...a gente foi pra outro hotel ... que lá:: só ... [a:só] tinha uns seis quartos... aí teve que dividir assim ... um ... é num quarto ficava os casais ... no outro menino ... no outro meninas ... e assim foi né ... naquela noite ... teve o aniversário ... teve a festa ... lá no hotel ... no hotel ... assim ... a gente foi descendo a ladeira ... que embaixo tinha uma lagoa ... uma lagoazinha pequenininha ... que descendo aquela ladeira ... ia pra um restaurante ... aí a gente foi lá ... foi lá a festa ...aí a gente [a:só] conheceu isso naquela noite... aí no outro dia de manhã ... a gente foi conhecer o hotel todo ... e lá naquele hotel tinha um rio ... bem bonito ... perto desse rio tinha um parque ...esse parque ... não ... num estava [a:muito] bom não... tava velho já ... então a gente desistiu e foi pra:: pra piscina ... na piscina a gente brincou ... lá:: a minha prima ... a Lídia ... se machucou ... e lá foi legal ... a gente passou também ... a gente jogou sinuca ... jogou totó ... ping-pong também ... a gente foi:: a gente jogou:: aposta ... a gente passeou pelo hotel ...e foi legal esse dia pra mim:: pro meus primos ... [a:principalmente] pro meu primo que tava fazendo quinze anos...

  • E: Julyana ... ago/ ... agora nós vamos fazer uma narrativa recontada ... você vai contar pra mim uma história que alguém contou pra você ... né ... você já deve ter escutado muitas histórias ...então agora [s:você] [v:vai contar] ... alguma história que você saiba e que al/ que alguém contou pra você ... tá certo? bem [a:alto] ...
    I: é a do sapo e a princesa ... uma princesinha ... ela tava:: brincando com sua bola ... e essa bola caiu num laguinho ... que tinha lá perto da ... da ... do castelo ... aí o sapo apareceu e perguntou ... “princesinha ... você quer que eu pegue sua bola?” aí ela falou ... “quero sim” ... ela ... aí ele falou ... “só se você deixar ... [a:só] se você for minha amiga ... deixar eu dormir na sua cama ... e jantar com você” ... aí ela falou ... “tá certo” ... aí ele devolveu a bola ... aí:: ela tava jantando ... aí o sapo bateu na porta ... aí ela falou ... aí ela foi lá ver quem é ... aí era o sapo ... aí ele falou ... “lembra da sua promessa? ... agora eu quero jantar com você” ... aí ela falou ... “não ... num vou deixar não” ... e fechou a porta ... aí foi jantar ... [s:ele] [v:bateu] [p:de] [a:novo] ... aí ele falou ... “lembra da promessa? [s:eu] num vou [v:pegar] sua bola [p:de] [a:novo] ” ... aí ela falou ... “não ... não vem não” ... aí ... ela ... [s:ela] [v:fechou] a porta [p:de] [a:novo] ... aí a terceira vez que ele abriu ... que ela abriu ... que ele tocou na/ ... que ele bateu na porta ... aí o rei perguntou ... “princesinha ... quem é essa pessoa que tanto bate?” aí ela falou ... “é um sapo” ... aí ela contou a história todinha pra ... pra o rei ... né ... aí ele falou ... “você prometeu ... agora vai ter que cumprir” ... aí ela foi lá:: chamou o sapo ... e o sapo jantou com ela ... aí na hora de dormir ... ele falou ... “princesinha ... você falou que eu podia dormir es/ se/ ... é ... em sua cama” ... aí pulou pra cama dela e dormiu com ela ... aí ... ela queria mandar o:: o sapo embora da cama dela ... aí ... ela teve pena ... como ela teve pena ... aí o sapo se transformou num príncipe ... aí:: naquele mesmo momento ... ele pediu a mão dela em casamento ...aí eles se casaram e [v:viveram] [a:felizes] ...

  • E: Julyana você escolheu fazer agora uma descrição ... num foi? então você vai me descrever um lugar que você gosta muito:: de ficar ...agora você vai ter que descrever pra mim ... [v:dizer] como ele é ... bem [a:detalhado] ... [a:certo] ? que lugar é esse?
    I: é o clube ARELA ... é:: ele fica no Capim Macio ... na Rua dos Professores ... é ... Olavo Montenegro ... lá é bom:: é:: o significado ARELA é arte ... estudo e lazer ...porque lá tem uma arte [a:muito] boa... eu gosto de lá ... a gente começa:: assim ... quando alguém vai lá ... começa a mostrar ... assim ... pelo portão ... a gente entra aí vê a quadra ... logo que chega ... tem um canteiro lá naquela quadra ... tem um canteiro ... lá tem ... uma sala que tem ... ping-pong ... totó ... e:: sinuca ...lá tem uma sala [a:só] pra:: inglês ... [a:só] pra computação...tem um local [a:só] pra natação ... tem uma sala [a:só] pra judô ... outra [a:só] balé ... outra [a:só] pra jazz... outra pra teatro e outra pra ... arte ... na arte ...a gente faz coisas com botões ... massinhas ... com tinta [a:mesmo] ... no teatro a gente faz peças ... é:: ((ruído de buzina de carro)) ... sobre ... sobre cada mês ... por exemplo ... janeiro ... mês de ano novo ... a gente faz uma peça ... agora que tá em dezembro ... faz out/ faz uma peça de natal ... a gente tava fazendo:: ia grav/ vai gravar na quinta ... que vem ... sem ser amanhã ... na computação a gente aprende a mexer com computadores ... no inglês a gente aprende a falar ... na natação a gente aprende a nadar ... no judô a gente aprende a lutar ... no jazz e no balé a gente aprende a dançar ... como ... se dança assim ... os artistas ...que é [a:muito] legal... as seis salas lá ... tem ... um professor pra cada coisa ... tem uma quadra ... tem também dois parques ... divididos ... um pra alfabetização ... e outro pro jardim ... lá as salas são divididas de primeira à sexta ... e lá:: tem ...tem um local [a:só] para diretoria que é separada... tem uma biblioteca lá também ... tem lá:: uma ... na biblioteca tem vários lugares ...tem coisas [a:muito] interessantes pra gente ler... eu gosto de ir lá ...
    E: e a piscina?
    I: a piscina lá é::é uma só ... [a:só] que é separada... pra:: adulto e pra criança ... a gente ... a professora de natação bota logo os pequenininhos no raso ... depois eles vão indo pro fundo e ficam lá no fundo ... fazem natação deles lá no fundo ... tudo ... segurando na bóia ... é legal lá ... lá na ... na piscina ... antes de entrar na piscina ... não pode entrar sem se molhar no chuveiro que tem lá ... senão suja a piscina e ... ninguém gosta da piscina su/suja ...

  • E: Julyana ... agora nós vamos fazer um:: um relato de procedimento ... você vai ... como é ... me explicar ... me ensinar ... a fazer alguma coisa que você saiba ... que que é que você vai me ensinar hoje?
    I: eu vou ensinar a ... fazer um palhacinho de papel ... a gente pega um papel quadrado ... aí dobra as pontas ... aí fica como se fosse um chapeuzinho ... aí fica uma pontazinha ... você dobra ela ... aí você tem que pegar papel ... é:: laminado ...fazer as bolinhas bem redondinhas ... que isso é [a:meio] complicado de fazer... aí depois ... a boca tem que ser igual a de um palhaço ... o nariz também e o olho ... o cabelo ... a gente faz de:: daqueles:: papéis de beijinho ... e::a gravatinha ... é:: [a:meio] dificilzinho de fazerporque tem que botar a bolinha ... e:: não pode ficar no palhaço ... tem que:: tem que botar ... tem que pendurar no palhaço ... assim por um ... por um papel ... é:: a gente tem que ter muita paciência pra fazer aquelas dobraduras ... e pra fazer as bolinhas ... do chapéu ... a gente brinca ... faz peça com aqueles palhacinhos ... faz:: coisa ... e também é bom porque:: meus irmãos brincam com eles ... eu gosto ...
    E: mas ... como é:: que ... que vai formando o ... o palhaço?
    I: é como se a gente tivesse um quadrado aqui na nossa mão ... aí a gente tivesse fazendo assim ...um chapeuzinho ... um negócio assim ... ele é [a:meio] complicado de fazer essas dobraduras... de fazer um quadrado bem retinho ... mas:: tem que se fazer ... né ... pra fazer esse palhacinho ...
    E: repete aí ... dobra ...
    I: dobra as pontas do quadrado ... como se tivesse:: fazendo um chapeuzinho ... aí ... ficou uma pontazinha embaixo ... aí a gente dobra ela ... porque ela fica assim ... a gente dobra ela ... pra ficar como se fosse um rostozinho ... o ... o palhaço ... com o chapéu e um rosto ... aí dá pra brincar com ele ... fazer um monte de coisa com ele ...
    E: só?
    I: [a:só] ...

  • E: você ... é ... já que você gosta de ... você tava falando aí que é bom arte ... tudo ...então você também escolheu falar hoje sobre a opinião ... [a:certo] ... e você disse que gostavade falar sobre a escola ... então qual é a sua opinião sobre a sua escola ... sobre o ... sobre o estudo ... por que que é bom estudar? então você vai me dar sua opinião sobre a sua escola ... e sobre:: o que é estudar ... a importância de estudar ...
    I: [a:certo] ... a importância de estudar pra mim:: é:: pra gente quando crescer:: quando ficar maior ... ser alguém na vida::estudar pra mim é [a:muito] bom ... ler e escrever também... eu gosto muito da escola porque lá tem amigos ... tem primos na minha escola ... tem irmãos ... tem professores super legais ... eu gosto de uma escola assim ... pequena ... não tão pequena e não tão grande ... porque:: pequena:: é ruim de se brincar e grande demais eu num gosto ... eu sinto agonia ... então eu gosto de uma escola pequena ... pequena ... média ... mais ou menos assim ... é legal ... é:: quando chega assim final do ano ... a gente faz fes/ faz festas ... faz várias coisas ... nas provas ... a professora ... a professora fica olhando ... se um cola ... a professora fala ... e ... e isso ... que isso não se repita ... e isso não se repete ... e lá::os únicos ... que não estudam lá na minha sala ... na minha escola [a:mesmo] ... são dois ... são quietos ... mas eles não ... não aprendem assim... num sei se é por dificuldade ... mas eles não aprendem ... que isso aí já ... não é meu problema ... eu tenho facilidade demais de aprender ...se pra mim for:: for [a:só] aprender ... tá ... tá bom demais...
    E: então a sua opinião sobre estudar ... é que é ...
    I: bom ... né ...
Parte oral
1993
  • Esse aniversário foi no dia 27/08/91.Nós fomos de Natal à Estremos à noite.No Hotel tinha um laguinho pequeno onde [a:só] tinha uns peixinhos;é com se fosse um aquario.Tinha um restaurante bem grande, uma piscína enorme e uma sala cheia de jogos Esse dia foi um dos dias mais legais que eu já tive
  • Era uma vez uma linda princesinha.Ela estava brincando com sua bola de ouro.Mas essa bola caiu no laguinho.Um sapo apareceu e falou: - Princesinha, se você quiser que eu pegue sua bola você vai ter que deixar que eu jante na mesma mesa que você, e durma na mesma cama que você.- Tá certo.Quando a princesinha estava jantando chegou o sapo e bateu na porta: - Toc, toc, toc.A princesinha foi atender.Que surpresa era o sapo;então ele disse: - Lembra o que você me prometeu?- Lembro sim porque?- Eu quero jantar agora -Tá certo - Eu quero dormir.A princesinha ficou com pena de expulsar o sapo.E o sapo se tranformou num lindo principe
  • O Clube Arela fica Na Rua dos Professores Olavo Montenegro no 2066 No Clube Arela há quadras, piscínas, salas, etc ...Lá no arela tem um professor para casa matéria.As matérias são: Reforço, Jazz, Ballet, Futebol, Computação, Judô, Artes, Teatro, Inglês, Natação No Arela o reforço é assim: Nós chegamos e fazemos as tarefas escolares, e depois nós pegamos um caderninho que eles dão lá, e os professores passam as tarefas.Voces devem saber como são as outras materias, ou não.
  • Nós pegamos um papel quadrado dobramos duas pontas para frente aí fica como se fosse um homem com chapéu aí agente pinta faz o cabelo e fica um palhaço
  • Eu gosto da escola porque nós fazemos amizade com garotos e garotas que nós não conhecemos.Os estudos são importantes porque quem não estuda não é nada na vida.Eu estudo para ser advogada ou professora mas eu me dou bem [a:mesmo] é em medicína.Tem dia que eu passo horas e horas conversando sobre os estudos.Hoje [a:mesmo] eu passei a manhã inteira conversando sobre os estudos.Agora você vê porque eu gosto tanto de conversar sobre a escola.
Parte escrita
1993

  • E: Olavo ... hoje a gente vai fazer ... é ... narrativa ex/ é ... experiencial ... então você vai contar pra mim alguma coisa que tenha acontecido na sua vida que você ... algum fato na sua vida que você tenha gostado ... que você lembre ... que goste de contar pra alguém ... entendeu ... você já tem idéia do que você vai falar?
    I: já ...
    E: vai falar sobre o quê?
    I: sobre um:: acantonamento que eu tive nos escoteiros ...
    E: quando foi?
    I: foi:: no mês ... retrasado ...
    E: então pode contar ... que que é acantonamento?
    I: é ... quando os esco/ os lobinhos vão ... porque os escoteiros acampam ... a gente acantona que nós somos lobi/ ((telefone toca)) que eu sou lobinho ... aí nós vamos pra uma casa ... já ... já tem uma casa ((telefone toca)) esperando a gente ... é diferente de escoteiro ... que escoteiro arma a barraca e dorme na barraca ...
    E: dorme no campo ... né ...
    I: a gente não ... ((informante interrompe a gravação para ir ao banheiro))
    E: você tava falando que já tem uma casa esperando você ... né ... se é lobinho e a/ acantona ... não é isso? aí já tem uma casa ... e aí? como é que foi? pode contar como é que foi o acantonamento ...
    I: foi:: é:: nós saímos de noite ... né ... nós saímos da casa que nós estávamos cortando as:: as dunas de:: de Redinha ... de noite para ir para uma lamparada ...aí de noite [a:só] tinha um lampiãoe nós ... de noite ... com um lampião ... andando pelas dunas ... chegou lá ... aí quando chegou num determinado lugar nós fizemos duas pe/ nós aparecemo/ nós fizemos duas peças pra:: é:: os pais dos ... dos lobinhos que eles esta/ que estavam lá assistindo ...
    E: quais foram as peças?
    I: uma da vaquejada ...uma da seca e uma é:: do forró de [a:antigamente] ... como se chama ...
    E: é? você participou de alguma ... participou de todas?
    I:não ... [a:só] das duas primeiras...
    E: então é:: você disse que vocês saíram de uma casa ... não foi?
    I: foi ...
    E: aí ... é:: aí andaram até esse lugar ... era pelo meio do ma/ era pelas dunas ... né?
    I: pelas dunas ... não tinha mato ...
    E: aí chegou num determinado ponto da duna ... aí vocês pararam pra fazer a ... a peça ...
    I: lamparada ...
    E:que é lamparada ... né ... aí tá bom ... [a:só] com um lampião...
    I: [a:só] com um lampião...
    E: e depois disso ... o que que aconteceu ?
    I: depois disso nós voltamos e é:: como eu disse nós voltamos e fomos dormir ...
    E: essa casa onde vocês estavam ... como é que era? dava pra você ...
    I: num era grande ... tinha uma piscina ... é:: tinha ... quatro ... três quartos ... duas salas ... uma cozinha e uma área grande ...
    E: Olavo ... vocês chegaram e foram dormir logo ... não fizeram nada depois? foi ... quantas pessoas foram para esse acantonamento?
    I: peraí ... peraí pra eu contar ...
    E: não ... pode ... pode contar ...
    I:Paula ... eu ... Herbert ... Levi ... Rita Lídia ... Rislano ... Gleison ... Gian ... Clarissa ... Graziela ... é:: Wellington ... e [a:só] ...
    E: e ... e ... e os pais né?
    I: é ...
    E: todos os pais?
    I: nem todos ... tiveram uns que não foram ...
    E: agora você podia me contar as peças ... como é que foi ... é ... que você participou ... (( o informante faz sinal positivo com a cabeça))
    E: então fala como é que foi a ...
    I: a da vaquejada foi:: eu era o vaqueiro ... aí tinha um colega meu ... ele era o cavalo e outro colega meu era o boi ... aí nós fizemos o campo né ... aí saímo/ aí o boi saiu corre/ o menino saiu correndo e eu saí em cima do menino sentado ... aí quando chegou num determinado ponto eu puxei uma corda que tava atrás dele ... aí quando eu puxei ele caiu ... aí terminou ...
    E: isso foi a vaquejada ...
    I: foi ...
    E: e a outra peça?
    I: a outra foi uma menina ... a mãe dela mandou ela ir pegar água no poço ... aí a mãe dela ... aí não tinha água no poço ... quando ela chegou aí a mãe dela começou a brigar com ela ... aí a menina ... “mãe eu quero água ... mãe eu quero água” ... aí a mãe dela ... “mas num tem minha fia ... mas num tem” ... aí ... aí chegava o pai começava a bater nela ... aí continua né ... mas aí eu num me lembro ...
    E: mas aí você ... você participou dessa também? você era o quê?
    I: era o pai ...
    E: era o pai ... aí você que batia então ...
    I: era ...
    E: e como é que:: assim ... essa peça ... fizeram um círculo ...
    I: foi ...
    E: vocês ficaram no meio ... foi ... os pais se sentaram em volta ... e ... ô ... Olavo ...esse acantonamento como é que vocês fazem assim a comida ... foi [a:só] um dia?
    I: são eles que fazem as comida ...
    E:vocês não ... não fazem ... [a:só] comem... e como é que foi assim a viagem daqui pra chegar onde ... onde que foi ... na Redinha né ... como é que foi a viagem daqui pra Redinha?
    I: foi boa ...
    E: mas você podia contar pra mim ... saiu daqui que horas ...saiu todo mundo [a:junto] ...
    I: saímos daqui de duas horas e meia e:: e foram divididos ... eu fui com ... com dois amigos meus ... em cada ... em cada carro iam três pessoas ... três lobinhos e na frente o pai e a mãe ... se tivesse né ... no caso ... aí nós saímos daqui de duas e meia ...
    E: aí duas e meia da tarde ...
    I: chegamos lá de ... quatro horas ... por aí ...
    E: e no caminho o que vocês iam fazendo dentro do carro?
    I: conversando ...
    E: é? tá bom ... e:: e é lobinho é o que assim dentro dos escoteiros?
    I: depois do lobinho já vai ser escoteiro ... escoteiro aí depois vem senior ... depois senior ou guia ... depois vem pioneiro ... depois vem chefe ...

  • E: Olavo ... você vai contar uma narrativa recontada pra gente ... né ... então ... é uma história que alguém contou pra você ... que você tenha gostado ou não ... você vai contar história sobre ... sobre o que e quem te contou?
    I: é:: é:: era uma vez um homem ... um prefeito de uma cidade que ia ter uma data comemorativa ... mas a cidade não tinha dinheiro ... pra fazer essa festa ... então ... o prefeito disse ... “cada pessoa vai trazer um copo de vinho branco e de/ derramar no barril que vai ficar no centro da cidade” ...aí o cara [a:muito] :: sabido né... pensando que o resto tudinho ia botar vinho branco ... pegou e disse ... “eu vou botar ... é ... eu vou botar é água porque ... é parecido com o vinho branco ... ninguém vai notar” ... aí foi ... botou água ... aí ... isso todo mundo botou ... né ... aí no dia da festa ... quando todo ... quando eles foram tirar ... o vinho branco que:: que ... que:: eles tinham derramado ...num tinha vinho branco ... [a:só] tinha água... porque todos ficaram se confiando que o outro ia botar vinho branco ... que todos botaram água ...
    E: aí ... isso ... aí ... é::
    I: isso ...eles beberam [a:só] água na festa ... só teve água... porque eles num botaram vinho branco ...
    E: e ... Olavo quem foi que contou esta história pra você?
    I: foi Washington ...
    E: essa história aí ... foi verdade ou ele contou::
    I: não ... é uma men/ era um ... uma lenda ...
    E: é ... pra tirar a moral da história ... né?
    I: é ...
    E: aí qual seria a moral da ... dessa história?
    I: que:: a pessoa nunca:: é:: se confiasse na outra pensando que ela ia ... que ela iria fazer o certo ... e se ... e você mesmo fizesse o certo ...

  • E: Olavo ... hoje a gente vai fazer a descrição ... é você descrever um lugar que goste de ficar ou que você queira descrever ... você vai descrever o quê?
    I: a minha casa ...
    E: pode começar ...
    I: tem três quartos ... duas salas ... uma cozinha ... uma cozinha ... um banheiro ... dois banheiros ... é:: um jardim ... uma garagem e o quintal ...
    E: e eu gostaria que você falasse a cor da sua casa ...
    I: branca ...
    E: e ... o seu quar/ você poderia descrever o seu quarto ... ou o lugar que você mais gosta de ficar na sua casa ... se é o seu quarto ...
    I: o meu quarto:: tem uma cama ... uma estante ... é:: uma banquinha pra eu estudar ... é:: a estante é preta ... minha cama é:: cor de verniz e a estante ... ou ... e a banca é:: branca e preta e a cadeira também é preta ...
    E: e o que mais ... você não tem mais nada pra descrever?
    I:tem a porta que é marron ... tem:: livros ... bastante livro ... [a:só] ...

  • E: Olavo ... hoje a gente vai ... gravar sobre relato de procedimento ... então ... o que que você gosta de ... alguma coisa que você goste de fazer ou saiba fazer?
    I: jogar botão ...
    E: você:: e como é que se faz para jogar botão?
    I:você [a:primeiro] ... pega os jogadores e posiciona no campo... depois você co/você [a:só] pode fazer gol depois do meio de campo e [a:só] pode dar dois toques ou três... e quando pra você fazer a ... pra você fazer a gol ... pra fazer gol ... você precisa ...você precisa pedir a gol [a:primeiro] ...aí o goleiro tem que dizer ... “já estou” ... pra você fazer o gol ... aí depois que ele falar isso ... você ( ) você ... aí você vai poder chutar a bola ...
    E: e:: quais são as ... as regras assim desse jogo assim ... é como futebol?
    I:só se pode ... [a:só] se pode fazer ... gol do meio de campo... [a:só] pode dar três toques ... pra fazer gol [a:só] ...tem que pedir a gol [a:primeiro] ... o goleiro tem que dizer que já está pronto ... essas regras assim ...
    E: e:: quando é que ... é falta no jogo de botão?
    I: quando o joga/quando o botão bate no outro sem ter batido na bola [a:primeiro] ...
    E: hum hum ... e:: quantos jogadores podem ... quantas pessoas podem ... é ... jogar?
    I: duas ...
    E:duas ... sempre [a:só] duas... quantos botões são? o número de jogadores ... onde é que ... qual é o material ... como é que é esse jogo?
    I: é ... o número de jogadores é variado ... pode se jogar com dez ... com oito ... com seis ... com quantos quiser ...
    E: e como é ... é ... como é que é esse jogo de botão? você tem jogo de botão?
    I: eu tenho um ... ((ruído de veículo))
    E: como é que ele é? é são ... é de madeira?
    I: não ... são de plástico ...porque tenho [a:inclusive] até um campo de futebol de botãoe mais seis times ...
    E: e no gol num tem goleiro aí por isso tem que pedir o ... pra fazer ...
    I: não ...no gol tem goleiro ... mas [a:só] que o goleiro ... quando se chuta o goleiro não pode ficar se mexendo... então o jogador pede a gol ... o goleiro posiciona o jogador ... tira a mão e deixa ele chutar ... se for gol é gol ...

  • E: Olavo ... agora a gente vai fazer relato de opinião ... você gostaria de dar a opinião sobre um ... sobre algum tema ... algum tema que você gosta de debater?
    I: sobre o futebol ...
    E: então pode fa/ o que você acha do futebol no Brasil ... é isso?
    I: é ...
    E: então pode falar ...
    I: eu acho que não está ... que ele não está indo bem por causa que o técnico da seleção brasileira é ruim ... deviam botar Têle Santana ... tem:: a escala do time deveria ser outra ... porque tem várias pessoas que sabem jogar e estão no banco ... de reservas ... é:: se:: o técnico ... se Parreira tivesse botado pelo menos Romário na seleção desde o começo ... eu garanto que ela estaria bem melhor ...
    E: e ... como você ... pra você ... é:: qual seria a seleção ideal?
    I: Müller ... Cafu ... Palhinha ... Raí ... Raí ... peraí tem ... tem peraí ... Romário ... Branco ... Bebeto ... Bebeto ... aí Taffarel no gol ... é:: outro ... deixa eu pensar ... para aí pra ... pra eu pensar ...
    E: não ... pode pensar ... não tem problema não ... ((longa pausa))
    I: é:: outro ... sim ... Ricardo Rocha ... Ricardo Gomes ... é:: e mais outros ...
    E: e o que você acha Olavo ... da violência no futebol ... essa violência das torcidas?
    I: hã?
    E: você gosta do futebol e tá dando sua opinião ... né ... você deu do time ... agora o que você acha da violência no ... lá dentro ... a violência dos jogadores e a violência lá na ... arquibancada?
    I: eu acho errado ...
    E: por quê?
    I: porque se a pessoa vai pra lá ... pra assistir o jogo ... num é pra brigar ...
    E: e o que você acha que deveria acontecer então para parar isso?
    I: é::botarem mais policiais ... e [s:um juiz] que [v:marcasse] [a:direito] por causa que ... é... eles chutam ... dão murro ... fazem o que querem e o juiz num ta/ num marca nada ...
    E: agora você também disse que queria falar sobre a pena de morte ... né ... que você acha errada ...
    I: é ...
    E: então por que ... fala pra mim por que você acha errada a pena de morte?
    I: porque::
    E: você é contra ... né?
    I: sou contra por causa que se alguém acusar uma pessoa errada e matar uma pessoa inocente ...
    E: você acha que a justiça pode errar?
    I: pode ...
    E: então o que que você acha que deveria ser ... que você é contra a pena de morte ... aí o que que você acha que deve fazer com os ... as ... com os criminosos que são bem perigosos assim?
    I:pelo menos darem prisão perpétua de cem anos ... mas não a pena de morte ... [a:só] ...
Parte oral
1993
  • Nos saimos de noite para a lamparada, havia apenas um lampião para mais ou menos 30 pessoas, nos paramos em um local das dunas de redinha, foi la que nos fizemos nossa lampara, teve Trez peças, e brincadeiras.
  • Era uma vez o prefeito de uma cidade eria fazer uma data comemorativa mas a cidade não tinha dinheiro para fazer a festa.Então o prefeito dissi: - Todas as pessoas erá colocar um copo de vinho brancoe no dia da festa é [a:só] ila e pegar u seu copode vinho branca.E o rapaz pensou água não é igual vinho branco, irei agora [a:mesmo] colocar água no lugar de vinho branco.NO DIA SEGINTE ...Quando todos foram tirar o copo de vinho [a:só] tinha água.
  • Minha casa tem trez quartos, 2 salas, 2 banheiros uma cosinha, um pergolado, uma area, uma area de serviso, agora o lugar que eu mas gosto da minha casa é o meu quarto, nele tem, uma estante com bastante livros e uma televisão pequena e preto e Branco.
  • [a:Primeiro] você pega os botoes e posiciona no campo,depois você [a:só] pode fazer gol apartir do meio de campo, toques quantos quizer, para você fazer gol você precsa pedir a a gol e quando o goleiro estiver pronto ele dis to, é falta quando o botão bate no outro botam sem bater na bola, em um campo se pode jogar com quantos bolões quiser, existe varios tipos de formatos curto, fino, grosso grande pequeno.
  • Eu acho que a escalação do time está errada, pois varias pessoas que sabem jogar e estão no banco como cafú, palhinha, e também rivaldo que nem joga na seleção.Eu acho que os tecnicos deverião ser ou, tele ou Vanderlei Luxemburgo, a escalação deveria ser gilmar, Rivaldo palinha, Cafu, müller, Ricardo Rocha, viola, Romario, bebeto, zinho e edmundo.
Parte escrita
1993
  • E1: É ... a gente faz muito assim passeio né:: às vezes acontece muita coisa assim pra gente ... que a gente gosta ... ou até que num gosta ... aí isso fica assim na vida da gente como uma experiência ... né ... eu às vezes vou assim num lugar que eu gosto muito aí sempre eu lembro de:: alguma coisa ... sempre lembro do que aconteceu e sempre eu conto pra alguém ... né ... ou então alguma coisa que me chateou ... também a gente guarda e conta assim pra ... você ... tem assim ... algu/ alguma coisa ... que vo/ que já aconteceu com você ... que você gostou?
    I: já ...E1: você não gostaria de contar não pra gente?
    I: eu fui num passeio ... que tem uma praia na casa da minha tia ... o nome da praia é Enxu/Exu Queimado ...E1: como é o nome da praia?
    I: Enxu/Exu Queimado ... e então eu cheguei lá no sábado de manhã ... com minha tia ... meu avô ... e meu primo ... depois quando foi de tarde minhas primas chegaram e tudo ... e eu tomei banho de praia ... subi nas dunas ... andei ...E1: [s:sua mãe] [v:foi] [a:junto] ?
    I: foi ... foi a família toda ... então a gente ... nós se divertimos muito ... nós fomos pros clubes ... dançamos ... então fomos pra lagoa ... pra praia ... pra outra praia que tem lá vizinha ...E1: qual o nome dela?
    I:Praia do Mar ... aquela praia é [a:muito] boa mas fica pertinho... a gente foi de carro ... também pode ir pela beira da praia ... lá tem ... várias dunas ... perto das lagoas ... lá:: nas dunas ... no meio das dunas tem uma lagoa com um monte de coqueiros em volta das du/ da ... da lagoa ...E1: aí você ficou quantos dias lá?
    I: fiquei:: quatro ... quatro dias lá ...E2:e [a:só] passeava de dia Sueli?
    I: não ... de noite ia pro clube ... ficava até:: lá pras três e meia da madrugada ...E2: e lá no clube como era?
    I: ótimo ...E2: ótimo como?
    I: ah ... o pessoal tudo dançando ...E2: paquerando também?
    I: também ... E1: você foi com quem ... pra o clube?
    I: eu ia ... com minha prima ... com a minha mãe ...E2: você paquerou alguém?
    I: paquerei ...E2: quem foi? conta pra gente ...
    I: um menino ... chamado Ne/ ... o nome dele é Onaldo mas o apelido dele é Netinho ... ele ... o pai dele é dono da casa vizinha da minha tia ... eu até tirei uma foto ... eu ... ele e minha prima ... tá aqui em casa ...E2: mas aí como é que você fez pra paquerar o menino?
    I: ah:: num sei explicar não ...E1: fala como é que foi que aconteceu ...E2: como é que você o conheceu?
    I: foi assim ...no sábado quando eu cheguei ... [a:logicamente] eu vi ele [a:primeiro] ... daí:: como eu fiquei olhando pra ele ... ele deu tchau ... daí eu dei ... depois eu entrei ... quando foi lá pra de tardezinha mi/ ... de noite ... minha prima chegou ... eu chamei ela e disse ... daí minha tia na terça- feira chamou ele ... a gente ficou conversando ... tiramos a foto ...E1: conta assim ... desde que você chegou até o dia que você foi embora ... tudo o que você fez ...
    I: quando eu cheguei ... quando eu cheguei fiquei um pouco na área ... guardei as ... as malas e depois fui tomar banho ... almocei ... depois fui passear um pouco na praia e fiquei esperando minha prima chegar ... quando ela chegou nós ficamos conversando até:: lá pras onze horas ... fomos dormir ... quando foi na ... no domingo de manhã ... acordamos ... tomamos café ...E2: que horas vocês acordaram?
    I: lá pras oito e meia ...E2: cedo né ...
    I: daí ... tomamos café e fomos pra praia ...E1: e esse menino foi?
    I: foi ... porque lá na frente ... onde a gente costuma tomar banho ... ele tava jogando bola e a gente ficou lá no canto ... daí passa minha mãe e todo mundo lá da casa chamando a gente pra tomar banho em outro lugar ... melhor ... a gente não foi ... a gente ficou lá ... depois ele foi tomar banho também e a gente tava com a irmã dele ... que a gente conheceu a irmã dele ... as primas deles ... depois a gente ficou conversando mas ele não chegou perto ... ele ainda não conhecia a gente ... daí a gente voltou ... tomamos banho ... e daí almoçamos ... e quando foi lá pras três e meia ... quatro horas ... a gente foi pras dunas ... subimos nas dunas descemos de uma vez só ...E2: pararam ...
    I: não é ... andamos ... tomamos ainda banho de praia ...E2:Sueli e qual a divi/ a divisão de tarefas ... lá na casa de praia ... tinha ou num tinha ... ou [a:só] ficou ...
    I: pra gente não ...E2: pra gente quem?
    I: eu ... minha prima ...E2: quem é que fazia o trabalho?
    I: ah:: era minha mãe ... minhas tias ... as mulheres que estavam lá ...E2:vocês [a:só] faziam o quê?
    I: tomar banho ... comia ... brincava ... ficava lá na área ... passeava ...E2: e conversar com o Netinho ... quantos anos você tem Sueli?
    I: quatorze ...E2: e ... num tinha ... vocês foram na época do carnaval né ... não tinha blocos de carnaval?
    I: tinha ... eu era de um ...E2: qual era o nome?
    I: os come-quietos ... daí na blusa tinha os come-quietos a primeira comilânça ...E2: e como é que era a blusa?
    I: a blusa laranja ... com negocinho preto ... aqui na frente tem Exu Queimado noventa e três ... atrás tem uma figura e o nome ... os come-quietos ... a primeira comilânça ...E2: e os outros ... e os outros blocos ... tinham outros?
    I: tinha ... mas eu num me lembro o nome ... [a:só] tinha os come-quietos e outro que eu num me lembro...E2: e você os quatro dias conversou com o Netinho?
    I: conversei ...E2: como é que foi então ... fala mais aí que a gente tá curiosa ... do Netinho né ... curiosa com o Netinho ...
    I: a gente conversou sobre várias coisas ... onde ele morava ... quando ele ia embora ... como é ... onde é que ele estudava ... tudo ... quantos anos ele tinha ... eu e minha prima quase que fazemos uma entrevista pra ele ...E2: e qual ... e qual ... qual o nome da sua prima?
    I: Valéria ...E2:ela foi lá [a:junto] com você... é ... fala aí ... vocês foram fazer tudo isso ... aí é que vocês ficaram sabendo do Netinho ...
    I: ficamos sabendo a idade dele ... quantos anos ele tinha ... onde ele morava ... o número do telefone dele ... o endereço ... várias coisas ...E2: a família ... quantas irmãs tinha ... aí conta ... onde é que ele estuda?
    I: ele estuda ... num me lembro o nome do colégio não ... ele tem uma irmã ... um irmão ... a irmã chama Tarsiana ... o irmão parece que é Júnior ...E2: e que mais vocês gostavam de fazer ... vocês acordavam cedo ... iam caminhar ... iam pras dunas ... vocês gostavam de ficar de manhã ou à tardinha lá na praia assim ... tomando banho ...
    I: de manhã ...E2: de manhã ...
    I:porque de tarde a praia tava [a:muito] cheia...E2: por causa dos blocos ... né ...
    I: não ... a praia enchia ... a água ...E2: a água né ... você não sabe nadar?
    I: não ...E2: ô ... Sueli e a Socorro ... sua mãe fazia o quê ... porque você ficava muito com a sua prima né ... aí sua mãe ficava fazendo o quê?
    I: ficava em casa ... ia também pra praia ... pras dunas ... passeava ...E2: e as músicas que tocaram no carnaval ... quais foram ... qual a que você gostou mais?
    I: a canção que eu gostei mais foi aquela da Banda Beijo ... “amor quero sentir o teu perfume” ...((cantando))E2: foi a que tocou mais?
    I: foi ...E2: e fora essa num teve nenhuma outra que você tenha gostado?
    I: não ...E2: e ... e alguma coisa de curioso que você tenha visto lá no carnaval ... num viu nada não ... nenhuma fantasia ... nenhuma coisa engraçada ...
    I: a minha tia e a ... uma amiga da gente se fantasiaram ... colocaram uma máscara lá ... umas roupas de homem ... tudo doido e aí a gente saiu do carro ... a gente foi lá pra rua ... andamos lá ... daí ficou um monte de gente olhando ... daí a ... a minha tia e a nossa amiga saía do ... e os meninos corriam com medo pensando que era de verdade ... uma bagunça total ...E2: e:: essas fantasias ... isso daí foi sua tia e sua amiga ... você não se fantasiou?
    I: não ...E2: e num tiveram outras fantasias de pessoas desconhecidas ... de outro lugar ... mais nada de engraçado ...E1: pelo que você disse tudo isso foi no carnaval né ... embora você num tenha falado no começo ... né ... foi no carnaval desse ano?
    I: foi ...E1: você gostaria de voltar lá outra vez?
    I: gostaria ... talvez eu vou voltar na semana santa ...E2: com as mesmas pessoas? o Netinho vai tá lá?
    I: vai ...E2: como é que você sabe?
    I: porque quando minha tia foi pra praia ... já depois do carnaval ... ele tava lá ... foi passar um final de semana lá ... e minha tia perguntou se ele ia pra semana santa e ele disse que ia ...E2: aí sua tia contou pra você ... né ... sua tia mora onde?
    I: na cidade ...E2: qual o nome dela?
    I: Margarida ...E2: aí você vai pra lá na semana santa ...
    I: é ... E2:tá doida pra chegar a semana santa pra [v:encontrar] com o Netinho [p:de] [a:novo] ... mas fora ... fora essas datas assim ... semana santa ... carnaval ... você num entra em contato com ele não?
    I: só:: ainda num entrei não ...E2: ele mora onde?
    I: em João Câmara ...E2: você ... você ... esqueci o que eu ia perguntar ...E1: não ... conta mais aí do resto do passeio até ...
    I: quando foi na ... no domingo ... [s:eu e minha prima] [v:íamos] [a:sozinhas] ... todo mundo já tinha ido ... pro clube ... [v:ia] [s:a gente] [a:sozinha] ...E2: o clube é longe?
    I: não ... é bem pertinho ... daí ia nós duas e uma prima lá na frente ...E2: à noite?
    I: sim ... daí ... o poste se apagou ... daí eu morrendo de medo corri pra perto do meu primo ... minha prima ficou lá atrás sozinha ... daí quando nós chegamos lá ... dançamos e tudo ... ele tava lá ... nós fomos pra beira da praia ... tudo ... quando foi na terça de manhã ... nós não tomamos banho de mar mais lá na frente ... né ...e nós fomos lá pra longe que um padre ... o padre de lá [a:mesmo] fica longe... fica lá na praia numa bóia bem grande preta com um bando de criança ao redor dele brincando ...E2: é ... interessante viu ... você conseguiu notar ... o que que você notou lá da brincadeira das crianças com o padre?E1: antes ... continua ... vocês foram pra lá ...
    I: nós fomos daí tomamos banho demais ... quando a gente foi na volta ...nós passamos pelo clube ... pela rua do clube ... né ... e fomos pra casa ...E1: e o padre?
    I: o padre ... ficou lá ...E2: eu sei ... mas você num observou assim a brincadeira do padre com as crianças ... crianças de quantos anos mais ou menos?
    I: seis ... sete ... cinco ...E2: muitas?
    I: muitas ...E2: aí ... é ... também numa lagoa que eles tavam?
    I:não na praia [a:mesmo] ... mas num lugar que não tinha muita onda...E2: essa casa de praia é de algum amigo ou é da sua tia?
    I: da minha tia ...E2: ah ... tenho uma curiosidade ... que que vocês comeram lá nesse carnaval?
    I:muita coisa ... peixe ... de lá [a:mesmo] ...E2: algum prato típico de lá ...
    I: não ...E2: era peixe todo dia?
    I: não ... todo dia não ... foram dois dias ...E2: e fruta?
    I: fruta eu comi demais ...E2: quais?
    I: maçã ... laranja ... banana ... pêra ... goiaba ... bastante fruta ...E2: tinha tempo pra ... pra comer?
    I: tinha ...E2:ou [a:só] ia dançar?
    I: não ... tinha demais ... [a:só] ia de noite ...E1: resumindo o que que você mais gostou do passeio ... resume aí tudo o que você gostou ...E2: as coisas que você mais gostou do passeio ... no carnaval ...
    I: lá no clube ...E2: qual o nome do clube?
    I: Recanto do Deodoro e o outro ... esqueci o nome do outro ... ( que nós subi/ descemos e subimos ...E2: [a:só] isso?
    I: [a:só] ... foi o que eu mais gostei ...
  • E2: Sueli você vai falar a narrativa recontada ... né ... você vai contar o quê?
    I: um filme ...E2: pode contar ...
    I: o nome do filme é roupa suja ... eu assisti na minha casa ... com minha mãe ... tinha um ... o filme era sobre um homem que colocaram ... trocaram as bolsas ... daí o homem levou uma bolsa cheia de dinheiro sem ele saber que na mala dele ... pensando que era dele mas era errada ... quando ele chegou onde ele ia trabalhar ... tinha uma moça tentando abrir a porta pra fazer entrevista com uns cantores lá que tinham ... daí ele perguntou ... “você tá tentando abrir a porta?”... daí ele ... “não ... não” ... daí ele disse ... “ah ... tá ... sim” ... daí ela ... “é ... e quero fazer uma entrevista” ... daí ele disse ... “você quer entrar ... então pode entrar” ... daí entraram ... daí ficaram lá ... quando ela entrou e queria fazer a entrevista um homem num deixou ... daí a mulher pegou ... subiu onde o homem tava trabalhando ... rapaz né ... onde ele tava trabalhando e ficou lá e dando o show ... depois chegou os homens que tava atrás do rapaz porque eles sabiam que o rapaz tinha pego o dinheiro daí os homens que tavam atrás dele ... chegaram sabendo que ele estava com o dinheiro ... pra matar ele e pegar o dinheiro ... daí eles viram o homem lá em cima ... deram um tiro ... ele fugiu com a moça ... daí fugiram ... começaram a correr e o homem atrás deles ... correram ... correram ... correram ... enquanto isso ... o homem correndo ... correndo atrás deles ... daí perdeu eles dois ... daí o outro homem que tava atrás dele também foi na casa dele ... e:: bateu com um ... com um jarro na cabeça do amigo dele ... o amigo dele ficou lá desmaiado ...daí chegou outro amigo dele que morava na casa vizinha ... [a:todo] maluco com um monte de luzé:: na:: na blusa e:: parece que era um gravador ... sei lá o que tinha na mão ... daí ... “parado aí ... o pisca-pisca ... é perigoso” ... não sei quê ... daí o homem disse assim ... “parado aí senão eu lhe mato” ... daí o homem ... o menino ... “peraí ... peraí ... peraí” ... daí ele pegou ... quando ele chegou com a moça na casa ... daí viu o homem ... ameaçando o amigo dele ... ameaçando matar ele ... daí ele disse ... “ah ... eu sabia ... o que que você veio fazer aqui?” daí quando o homem virou as costas o amigo dele deu um murro no homem ... o homem caiu e a moça pegou o revólver ... daí ... daí a mulher pegou o revólver e entregou pro rapaz ... daí depois eles começaram a fugir e ainda o rapaz não sabia que tinha ) não ... também lá nas dunas dinheiro na mala ... começaram a fugir ... fugir ... os homens atrás deles ... depois que ele foi sair da casa dele ... tinha um homem lá escondido ... daí ele ia abrir a mala pra ver lá ... pra limpar ... daí ... o homem disse assim ... “parado aí” ... daí disse ... “abra a mala” ... ele disse ... “não tem nada aqui na minha mala” ... daí abriu ... a bolsa cheia de dólar ... daí ele disse ... “coloque todos os dólar na bolsa ... sem deixar um e entre no meu carro e dirija até onde eu quiser a ... e quando eu mandar você parar ... você pare e eu ... e você desce e estouro seus miolos” ... daí ele disse assim ... “calma ... calma ... nós pode ... nós podia negociar” ... ele disse ... “não” ... daí a mulher ... “ah meu Deus ... que confusão” ... daí ele pegou ... um amigo dele chegou ... daí ele ainda num tinha tirado o dinheiro do porta-mala ... daí o amigo dele chegou com um monte de saco cheio d'água ... começou a jogar no homem ... o homem dando tiro ... ele subiu no carro com a moça e fugiu e o amigo dele é ... jogando saco cheio d'água nele ... daí depois o homem pegou ... apontou com o revólver pro amigo do rapaz e:: disse ... “quieto aí ... não ... não se mexa” ... daí pegou ... colocou ele dentro do carro e foi embora atrás do rapaz ... daí eles fugindo ... fugindo ... daí eles pararam num lugar ... bateram num ... numa banca do homem ... fizeram a maior confusão ... daí deu um pouco de dinheiro pro homem e disse ... “fique com o carro” ... daí começaram a correr ... a correr ... a correr e o homem atrás dele ... daí depois ...ele pegou uma moça lá [a:toda] doida... tava lá do lado de um carro ... daí ele disse ... “quanto você quer por esse carro?” daí ele disse ... “três milhões” ... daí o homem ... “tome ... agora me dê o carro” ... daí a mulher ... “peraí que eu tenho que tirar meus filhinhos” ... daí os peito da mullher era bem grandão ... daí o homem olhou assim ... daí ela disse assim ... “não ... é esses que tá aqui dentro do carro” ... uns dez cachorros ... ia tirando de um em um ... uma demora ... e o homem chegando perto ... daí ele disse ... “anda logo” ... daí foi-se embora ...daí [s:a mulher] ficou [v:falando] [a:sozinha] com os cachorros... “nós estamos ricos ... estamos ricos” ... daí ... eles começaram a fugir e os homens ... e o homem atrás dele ... quando ele chegou ... num achou ... voltou pro carro e começou a seguir ... daí depois esse carro que eles compraram ... pifou ... num queria mais pegar ... daí eles começaram a correr ... correr ... correr ... e encontraram uns homens lá dançando no meio da rua ... daí ele disse assim ... “o que que você tem pra me vender aí de três milhões de dólares?” daí ele disse ... “nada” ... daí ele disse ... “me arranja um carro” ...ele arranjou um carro [a:todo] doido de picolée fugiu com o carro ... com a mulher ... daí ele tava chupando picolé ... daí o homem chegou perto dele ... do lado do carro ... daí ele pegou o picolé ... jogou na cabeça do homem ... jogou na cabeça do homem ... o homem era careca ... bem gordo ... daí foi embora com o carro ... depois quando eles ... eles chegaram perto da linha do trem ... eles iam passar antes do trem e fugir ... daí num deu ... o trem passou ... daí eles pararam ... daí o homem disse ... “parados ... me dê o dinheiro” ... daí ele ... “não dou” ... daí ele disse ... “é ... você me dá o dinheiro e eu lhe dou seu amigo de troca” ... ele disse ... “ah meu Deus” ... daí deu o dinheiro e o homem fugiu com o amigo dele e o ... o dinheiro ... daí eles correram atrás do homem ... no carro ... depois ... quando o homem estava chegando no esconderijo dele ... eles ... ele disse assim ... “se a gente for ... a gente morre ... se a gente ficar ...” daí vinham os homens de lá ... dentro ... daí levaram ele lá pra dentro ... trancaram eles num quarto onde tava o amigo deles ... daí o ... o menininho inventou ... “eu tô apertado ... eu quero ir no banheiro ... abra aqui a porta” ... daí ele disse ... o homem disse ... “aí no quarto tem um banheiro” ... ele disse ... “é mas a moça entrou e num quer mais sair” ... daí quando ele abriu ... o rapaz deu uma cassetada ... na cabeça do ... do homem ... eles fugiram ... pegaram o dinheiro ... daí a mulher ... ele ... o rapaz pegou o revólver do homem ... a mulher ... “peraí um pouquinho” ... entrou dentro do carro ... tinha uma moça e um rapaz se beijando lá ... daí disse ... “peraí ... eu não quero atrapalhar nada” ... aí o carro ... aí ele ... “vamos embora” ... daí eles fugiram com o dinheiro quando chegaram lá fora ... pro homem do helicóptero dirigir ... daí ele disse assim ... “hum ... não vou” ... aí ele disse ... “nem por esse ... por esse dinheiro?” ... daí ele disse ... “meu chefe é [a:muito] perigoso” ... daí o chefe dele apareceu ... daí ele ... “é ... e eu aqui com esse brinquedinho estouro seus miolos se você num dirigir” ... daí ele entrou dentro do hele/ ... do helicóptero ... quando ele ligou ... o chefe dele atirou nele ... ele caiu ... daí o menino que tava seqüestrado foi pra frente ... começou a dirigir o helicóptero ... daí foram ... foram ... quando ele ... quando ele ... estavam lá em cima ... daí começaram a jogar o dinheiro ... todos homens pegaram ... o povo tudinho pegando os dinheiro ... ele disse assim ... ( ) disse assim pra mulher ... “esse daqui é pra gente ... a gente merece né” ... daí ele deu um beijo nela ... daí jogando dinheiro ... dinheiro ... dinheiro ... essa mulher ... ela era jornalista ... ela tinha sido despedida ... daí jogando dinheiro ... dinheiro ... quando o patrão dela ... que tinha despedido ela ... viu no jornal ... ela a maior jornalista do mundo ... que fez a entrevista sobre esse ladrão ... daí o ... o ... patrão dela num queria ... queria sobre outras coisas ...daí quando ele leu no jornal ... quase que [v:caiu] [a:duro] ... daí eles continuaram ... o helicóptero jogando dinheiro ... dinheiro ... aí acabou o filme ...E2: e ... Sueli ... o homem ... o amigo deles ... tava junto no helicóptero?
    I: tava ...E2: e ... e esse dinheiro veio de onde?
    I:esse dinheiro ... não passou ... [a:só] que ... os ladrões tinham roubado... mas não sei da onde ... que num passou no filme ... e ... tinham duas velhas que tavam com a bolsa ... que tavam com o dinheiro ... eu acho que eles tinham roubado das velhas ... e a bolsa do rapaz ... eles pegaram ... trocaram na hora e o rapaz ... e o rapaz ... {ficou com o dinheiro}...E2: eles se enganaram né?
    I: é ...
  • E2: Sueli ... você hoje vai fazer a descrição de um lugar ... né ... a respeito da sua ... do seu colégio ... você poderia começar a falar onde é que fica ... como ele é ... sobre as salas ... ((interferência da mãe e de uma amiga da informante))
    I: é no bairro da Cidade Satélite ... aqui na segunda etapa ... é:: o nome de colégio é ... é Antônio Pinto ... tem o portão ... o colégio é branco ... tem o portão ... a gente entra ... quando a gente entra ... é:: tem em frente o pátio ((desconcentração da informante por causa da presença da amiga)) ... tem em frente o pátio ... do lado ... do lado tem umas salas de aula ... a sala de aula ... do outro lado tem ... é:: a direção ... é:: a ... sala da diretora ... tudo ... daí na:: na sala de aula tem o quadro ... que é verde e ao redor de madeira ... tem a:: a:: a carteira da professora ... a cadeira da professora ... depois ... depois vem as nossas ... as nossas carteiras ... é verde com a cadeira de madeira ... também a carteira é verde mas ... é de madeira ... mas é pintada de verde ... no colégio tem o banheiro de um lado das meninas ... do outro lado dos meninos ... tem um bebedor ... tem ... um ... bebedor ... daí depois ... entre os banheiros ... porque fica um banheiro de um lado ... daí vem onde as merendeiras ficam ... daí passa um pouco ... é o banheiro das meninas ... em frente ao banheiro tem o bebedor ... daí depois vem o pátio ... o pátio ...o pátio num é [a:muito] grande não ... mas serve...E2: você poderia falar assim a cor ... que é pintado o colégio ... por fora ...
    I: por fora é branco ... por dentro tem umas partes amarelas com branco também ...E2: descre/ ... quantas salas tem?
    I: quantas salas ...E2: tem algum auditório ... no colégio?
    I: não ...E2: quadra de esporte tem?
    I:tem ... mas [a:só] que não é dentro do colégio...E2: então você poderia falar da quadra de esportes? descrever como é ...
    I: tem:: é:: como é que é o nome ... tem cesta ... tem a cesta de basquete ... tem:: a rede de vôlei ... um quadrado ... mas fica fora do colégio ...E2: fica do lado de fora do muro do colégio ... é isso?
    I: é ...E2: você poderia falar como é que é em volta do colégio ...descrever o lugar?
    I: quase ... em frente do colégio tem uma cigarreira ...tem uma parada ... em volta [a:só] ... em volta do colégio...E2: e o terreno em volta do colégio ... num tem mais nada? é:: casa ... não ... ou ele é isolado?
    I: é::mas [a:só] que em frente do colégio ... atravessa a rua... daí tem umas casas ...E2: que mais ... num tem mais nada?
    I: não ... mais nada ...E2: então você podia descrever outro lugar pra mim ... que você ... ou que você não gostou ... que chamou sua atenção ... algum lugar que você acha bonitoou que você ache [a:totalmente] feioe que você não gosta de ficar nele ... ((ruído de avião e interferência da amiga sugerindo um assunto para a informante falar))E2: não ... tem que ser descrição ...
    I: hum ... num sei não ...E2: tá bom Sueli ... obrigado ...
  • E1: Sueli ... você:: escolheu que queria faze/ que queria:: relatar um procedimento né? você vai querer contar alguma contar alguma coisa que já te contaram ou ... ou melhor ... você vai me contar como é que se faz uma coisa ... não é isso que você falou?
    I: é ...E1: então pode começar ...
    I: como se faz um bolo ... pega três ou quatro ovos ... três xícaras de açucar ... três de farinha de trigo ... um copo de leite grande ... é:: uma xícara de chocolate pequena ... ((informante demonstra através de gestos que quer desligar o gravador))mexe ... [a:primeiro] os ovos com a margarina e a manteiga... depois coloca o resto dos ingredientes ... é:: bate na batedeira ... depois co/ passa manteiga na forma ... passa ma/ coloca pó Royal e coloca os ingredientes na forma ... depois coloca no forno pra assar e está pronto ...E1: e esse ... essa medida aí é pra que tamanho de bolo? mais ou menos ...
    I: não sei ...E1: você costu/ você costuma fazer?
    I: minha mãe ...E1: sua mãe costuma fazer ... você já fez alguma vez?
    I: já ... ((interferência da mãe da informante))E1:e [v:deu] [a:certo] o bolo?
    I: deu ...E2: qual o sabor que você gosta de fazer?
    I: chocolate ...E1: ela já disse ...E2: e a cobertura?
    I: também ... de chocolate ...E2: e ... como é que se faz a cobertura de chocolate?
    I:o que eu fiz [a:só] foi o bolo de chocolate mas a cobertura eu não fiz...
  • E2: vamos fazer um relato de opinião com Sueli ... Sueli ... você acha importante estudar?
    I: acho ...E2: por que você acha importante estudar?
    I: porque a pessoa amplia mais seus conhecimentos ... é ... porque quando a pessoa crescer pode ter um bom emprego ... ajudar os pais ... muitas coisas ... por isso é que é importante ...E2: mas o que mais assim ... você acha que valoriza a pessoa?
    I: valoriza ...E2: como que valoriza?
    I: como ... a pessoa tiver estudando ... é:: surgir uma oportunidade ... daí a pessoa ... vai e:: a outra pessoa pergunta se ela tem algum curso daí ... daí então ... daí ... perde a oportunidade que a pessoa teve ...E2: você poderia dar um exemplo disso ... você conhece alguém que porque estudou teve uma oportunidade boa ... o que você gosta mais de estudar?
    I: português ...E2: e você acha que português vai influenciar como pra te ajudar ... a melhorar sua vida?
    I: no momento eu num sei não ...E2: quais as matérias que você estuda ... que você acha que vão te ajudar a arranjar um ... vão te ajudar e te ajudar como? queria que você me falasse ... assim emprego ... entendeu? arranjar um emprego ...
    I: todas ...E2: quais são as matérias que você acha ... assim ... que você acha mais importante pra arranjar um emprego?
    I: matemática ...E2: por que matemática?
    I: porque a pessoa tem ... tem um emprego ... computação ... se a pessoa ... é ... num souber fazer conta nem nada ... perde o emprego ...E2: você acha que ... num concurso o que que é importante ... num concurso público ...
    I: a pessoa saber ler bem ... escrever ... muitas coisas ...E2: e como é que você acha ... você acha que vai melhorar de vida ... estudando ... né ... então como é que você acha que vai ser sua vida assim ... o estudo é importante pra você ... você pretende estudar até quando ... estudar o quê ... quer fazer o quê?
    I: ainda num sei não ...E2: você pretende estudar até aonde? fazer segundo grau ... fazer faculdade?
    I: fazer tudo ... estudar tudo ...E2: e fora do colégio ... você gostaria de fazer algum curso?
    I: depende ...E2: depende de quê?
    I: se eu tiver boa vontade ...E2: e na faculdade ... você acha importante ter um curso universitário?
    I: acho ...E2: por quê?
    I: por causa daquilo que eu falei ... pra ter um emprego ... tem que ter um curso ...E2: e o que você acha das pessoas que não estudaram e tão bem de vida ... por exemploa Xuxa é uma pessoa que estudou ... mas [a:só] fez até o segundo graue tá bem de vida ... o que você acha das pessoas que não estudaram tanto mas descobriram o talento e tão bem de vida ... como você poderia explicar isso?
    I: não sei ...E2: você poderia falar também da:: das coisas que você gosta de fazer ... que você acha que pode fazer um curso ... ( )
    I: as pessoas pagando ... os professores têm mais interesse de ensinar e tudo mais ... mas os colégios públicos o governo num liga nem nada ... aí os professores desinteressam ... quase num pagam salário ... daí “vamos fazer greve” ... daí fazem ... mas no colégio particular já não pode fazer greve senão atrasa o aluno ...E2: o que você acha que o governo deveria fazer para melhorar a educação?
    I: aumentar o salário dos professores para eles num fazer greve ... é:: ampliar mais os conhecimentos dos alunos ... colocarem mais matérias nos colégios pros ... professores darem ... eles darem mais aulas na semana porque eles tão dando poucas aulas ...E2: e você já viu aquela propaganda sobre a educação?
    I: já ...E2: do homem se afogando ... o que você acha daquela frase ... educação é tão importante quanto o ar que você respira?
    I: porque a pessoa ... sem respirar a pessoa morre ... e sem educação a pessoa num é nada ... a pessoa é quase nada ... que a educação influi muito na pessoa ...E2: influi como?
    I: como eu já falei ... arranjar um emprego ... a pessoa ser educada ...porque também não é [a:só] em casa ... também no colégio...E2: você acha que a pessoa é mais respeitada quando estuda?
    I: às vezes ...E2: por quê?
    I: porque a pessoa sem educação ... a pessoa fala as:: coisas sem educação ... a outra pessoa num vai dar educação ... sem a outra dar ...E2: é:: você acha que o povo deveria estudar? que todo mundo tem direito ao estudo ...ou que [a:só] alguns que devem estudar e outros não?
    I: todos ...E2: todos ... por quê?
    I: porque ... no futuro eles vão ter uma ... um:: porque o estudo a pessoa vai ter um futuro melhor e tem muitas crianças aí pelas ruas que não têm ... que não estudam nem nada ... então o governo podia fazer mais colégios ... colocarem todas as crianças de ruas ... tudo ... para eles terem um futuro melhor ...E2: você acha que isso vai ajudar no desenvolvimento do país?
    I: vai ...E2: como?
    I:como uma pessoa ... com ... com estudo [s:a pessoa] pode [v:chegar] [a:muito] [a:alto] ... fazer muitas coisas ... fábricas ... daí ajuda ...
Parte oral
1993
  • Eu passei na praia de Exú queimadolá é [a:muito] gostosoeu cheguei no sabado de manhãm com a minha tia, o meu primo e o meu avô e nós ficamos 4 dias com a minhas primas, minhas tias, meus tios amigos etc ...lá nós formos para as dunas no domingo nós acordamos tomamos café e fomos para praia e tomamos muito banho conhecemos muitas meninas e meninos na segunda, na terça e na quarta foi mais divertido nós fomos embora na quarta feira de manhãm de 6 horas eu dormir o caminho todo mais antes na terça feira de manhãm nós tomando banho de praia tinha um padre tomando banho numa boia preta com um monte de criança ao redor dele foi um carnaval maravilhoso.
  • O filme conta a história deum rapaz que tinha uma maleta cheia de dinheiro, [a:só] que o rapas perdeu a maletae ela foi para nas mãos de um bandido, ai o rapaz percegiu o bandido para pegar a sua maleta de volta, quando o rapaz conseguiu pegar a sua maleta o bandido ficou atraz dele e ele teve que fuguir de elecoptero e começou a jogar o dinheiro para fora do elecoptero e as pessoas que estavam nas ruas pegaram todo o dinheiro, e o rapaz estava acompanhado com uma jornalista e ela tinha perdido o emprego depois de toda essa confusão toda ela saiu em um jornal e o chefe dela viu o jornal e devolveu o emprego para ela, e essa jornalista ficou com o rapaz e o filme terminou assim.
  • Numa escola tem muitas classes, tem a direção, a secretaria, a sala dos professores, os Banheiros, o patio, outras coisas.Numa classe tem cadeiras mesas quadro, armario e em algumas ventiladores na direcão tem os armarios, mesa, cadeira, etc ...na secretaria quaze o mesmo nos Banheiros tem espelhos, pia, chuveiro, privada etc ...Tem o portam o patio é grande o colégio é pintado de Branco e de Beje no meu colégio deve ter 13 salas de aula.
  • ingredientes: 1 copo de leite grande 4 ovos 5 chícaras de açúcar 5 chícaras de farinha de trigo 1 colher de chá de porroial 1 chícara pequena de chocolate 1 ou meio tablete de margarina modo de fazer: Em primeiro lugar bater na batedeira o açucar e a margarina depois coloca o resto dos ingredientes.Passar margarina na forma e coloca os ingredientes na forma e coloca para assar no forno e estar pronto para todos comerem.
  • O estudo é [a:muito] importante na vida de uma pessoaporquecom o estudo fica mais facil da pessoa fazer tudo [a:principalmente] ter um bom emprego.O que é um bom empre é um emprego que a pessoa ganhe bem e que a pessoa goste muito e que a pessoa se sinta bem.Eu também acho que todas as crianças deveriam estudar para pelo omenos garantir um futuro melhor porque sem um futuro melhor o Brasil não vai ter jeito não vai melhorar e o governo deveria ajudar as pessoas para elas terem um futuro melhor.O estudo influi muito na pessoa influi na educação no trabalho etc ...O estudo é uma das coisas mais importantes na vida de uma pessoa.
Parte escrita
1993

  • E: Wagner ... hoje nós vamos fazer uma narrativa de experiência pessoal ... você vai me contar alguma coisa ... legal que aconteceu na sua vida né ... você disse que joga ... então ... você vai me dizer o que que você joga e o que que você vai me contar sobre isso ...
    I: eu jogo bola ...o primeiro campeonato que eu fui foi aqui [a:mesmo] na rua... quem tava jogando era eu e Loamir ... contra Klibson e Welton ...então foi expulso Loamir aí ficou [a:só] Klibson e Welton... [s:eu] [v:joguei] [a:sozinho] ... e nós ganhamos de um a zero... então fomos pras semi-finais e ganhamos de dois a zero ... e foi pra final e ganhamos nos pênaltis ...
    E: e esse campeonato foi quando?
    I: foi:: no ano passado ...
    E: por que que vocês resolveram fazer esse campeonato?
    I: porque num tinha ninguém pra jogar ... quando a gente ia jogar ... chamava os cara pra jogar mas num ia ...
    E: é? sim ... e você disse ... tem alguma ... você já viajou? tem algum lugar que você viajou e gostou? alguma praia ... num precisa ser outro lugar ... fora de Natal não ... ((longo silêncio)) acha que não?
    I: acho que não ((risos))
    E: então tá ... então o que aconteceu de mais legal foi esse campeonato ... tá bom ...

  • E: Wagner ... hoje nós vamos fazer uma narrativa recontada ... você vai me contar ... uma história ... alguma ... ou um filme ...qualquer coisa que alguém ... contou pra você ... [a:certo] ? não pode ser que você tenha lidoou que você tenha assistido ao filme ... tem que ser que alguém contou pra você ... e tem alguma coisa que você possa ... me contar ... agora?
    I: tem ... é o filme ... o filme do E.T. ... foi no ano passado ... ano passado ... quem me disse ... quem me contou esse filme foi Welton ...
    E: quem é Welton?
    I: meu irmão ... começou assim ... ele viu uma espaçonave ... desceu ... aí o:: o menino tava jantando com a mãe dele ... e:: ele olhou pro céu e viu uma estrela ... era o E.T. caindo ... na garagem dele ... então ele foi olhar ... e era o E.T. e eles tinha medo dele ... mas ... quando ele ... viu o menino ... tinha medo dele ... aí mas depois quando ele foi dormir ... aí o E.T. apareceu na cama dele e começou a ...num sabe falar né ... [a:só] fazia pegar ... nas coisas... então ele começou a gostar do E.T. ... muito ... pegou um ... deixa eu ver ... mostrou tudo o que tinha aqui na terra ... a televisão ... aí o menino começou a se acostumar ... ( ) gostou muito do E.T. ... então ... quando os meninos viram ... e foram dizer à polícia né ... então queria separar ele ... tirar ele dele ... então ... conseguiu tirar e queria matar ... aí mas:: o menino num deixou ... aí ... no úl/ no último:: dia que ele ... tinha que ir pra:: o planeta dele ... o pai dele ... ( ) deveria buscar ... então o menino conseguiu tirar ... tirou ele de lá e:: deu tchau a ele ... beijou ele ... e terminou ...
    E: ele voltou pra terra dele?
    I: voltou ...
    E: e o menino?
    I: o menino ... ficou chorando mas depois se acostumou ...

  • E: Wagner ... agora nós vamos fazer uma descrição ... você vai me descrever ... um lugar que você foi ... que você gostou ...e vai contar pra mim como é que é esse lugar ... [a:certo] ? todos os detalhes... onde é? tem algum lugar assim que você foi?
    I: fui pra praia de Búzios ... então fiquei na casa da minha tia ... e lá tinha ... três quarto ... cozinha ... na cozinha tinha ... mesa é:: geladeira ... e no/ na sala tinha televisão ... uma mesa ... um sofá ... cadeiras ... e no/ e nos quarto tinha ... uma cama ... um espelho ... um espelho ... no banheiro tinha ... um sanitário ... um box ... e... um espelho ... então nós fomos para a praia ...e a praia é [a:muito] bonita... tem muitas pedras ... lá ...umas ondas [a:muito] alta... tem morro ... a gente foi lá pro morro com minha prima ... descemos o morro com uma tauba de morro ...foi [a:muito] bom lá...
    E: e tem natureza assim:: árvore?
    I: tem ... muitas árvores ... tem ... tem pé de laranja ... um bocado de pé ... pé de manga ... siriguela ... perto do morro ...
    E: tem mais alguma coisa lá ... que você possa falar?
    I:não ... [a:só] tem isso [a:mesmo] ...
    E: tá bom ...

  • E: Wagner ... hoje você vai:: relatar um procedimento ... você vai me contar ... vai me ensinar ... a fazer alguma coisa ... que você sabe fazer ... você tava falando que sabe fazer um suco ... que parece uma/ que parece fanta né? fanta laranja? então você vai me ensinar como é que faz ...
    I: é assim ... faz ... pega um ... uma laranja e um limão e espreme ... bota na máquina ... na máquina ... deixa até escorrer ... e depois bota no liquidificador e fica igualzinho a fanta ... o gosto de fanta ...
    E: peraí ... fala devagar aí porque eu num entendi bem ... pega a laranja ...
    I: é ... o limão e descasca o limão e a laranja ... espreme ele e fica igualzinho a suco de ... e bota açucar ...
    E: e água?
    I: e água .... e água ...
    E: você já fez?
    I: já ...

  • E: Wagner ... agora nós vamos fazer ... um relato de opinião ... você vai me dar a sua opinião ... sobre alguma coisa ... no caso você disse que queria falar sobre a televisão né? então ... o que que você acha da televisão de hoje em dia? você acha que ela passa ... que ela tem bons programas ... se ela é educativa ou ... que que você acha ... das programações da televisão?
    I: é ... tem uns filmes que são bons ... mas tem outros que são ruim ... que são de guerra ... quase todos ... a maioria são de guerra ... de violência ... todos ... a maioria de todos os filmes é pornografia ... ( ) quase em todas as televisões são assim ... e nos desenhos eu acho que ... mais ou menos ... porque tem uns que num são educativos não ... falam mais uma vez de guerra ... de violência ...eu acho que devia mudar ... porque [a:antigamente] num era assim...
    E: e qual ... você tem algum programa preferido assim ...?
    I: tem ... super cine ... é:: tela quente ... que passa de noite ...
    E: porque têm filmes mais ...
    I: é ... mais legais ...
    E: essa é a sua opinião então?
    I: é ...
Parte oral
1994
  • O primeiro campionato foi aqui na rua, os componentes foram: Loamir e Wagner, Welton e Klibison.Fomos jogar no campo e ganhei de 1x0 no primeiro jogo e fomos para a semifinal e ganhamos de 2x0 e depois para final contra, Welton e Klibison nos penaltes de 2x0.
  • O filme do E.T o filme do E.T começou assim era uma casa de Familha, e todos estavam, jantando e então o menino, começou a olha pro céu e viu uma estrela caindo do céu e era o E.T mais ele não sabia quem era e onde ele caiu e então ele escotou uma zoada na garage e era o E.T ele ficou comedo e foi dormi e E.T apareceu na cama dele ele não sabia fala, so sabia tocar e o menino começou a gosta dele.até que o dia outros meninos viram o E.T e [v:foram] [a:deretamente] a Policia.E então pegaram o E.T e o menino começou a chorra.Porque era o ultimo dia do E.T na terra, e os policias queriam matar mas o menino não deixou e tirou o E.T dos policias e então o pai do E.T veio tira ele da Terra e tirou o menino chourou muito mas depois começou a se acustomar.
  • A praia de Búzios e [a:muito] bonitae eu fiquei na casa da minha tia lá tem uma sala, uma cozinha, um banheiro, e três quartos.Bem na sala, teiam um sofá, umas cadeiras e uma televisão.Na cozinha teiam, uma mesa, umas cadeiras, uma geladeira e um fogão.E no banheiro teiam um espelho, um sanitario, um boxer e um choveiro.E nos quartos teiam camas, espelhos e janelas.E na prai tinham pedras, morros, plantas, pé de manga, pé de laranja eas ondas [a:muito] altas.
  • O suco começa assim pega a laranja e descasca e o limão tambem descasca e espreme e bota no liquidificador e fica igualzinho a Fanta. (me esquecie de botar o açucar)
  • A televisão tem uns filmes bones e uns filmes ruins porque os filmes hoje em dia todos falam de guerra, violencia e pornografia.E o que eu gosto são tela quente e super cine que são bons.
Parte escrita
1994

  • E: Daniele ... tem assim alguma coisa que aconteceu bem legal ... de bem legal na sua escola ... e que você:: podia me contar?
    I: tem ...
    E: [v:fala] [a:alto] pra [v:sair] bem [a:bonito] ...
    I: eu tinha i/ eu tinha ido pro colégio ... aí ti/ aí eu disse assim ... tia ... minha irmã vai bem cedinho pra casa ... aí tia ficou rindo ... rindo ... aí eu disse ... tia por que tu tá rindo? aí tia disse ... porque você me disse com bem muita graça ... aí eu comecei a rir também ... tia/ aí tia foi soltou todo mundo pra ir pro pátio ... foi ... aí ... eu fiquei esperando Lúcia no pátio ... aí ... aí passou um ...um homem que só ficou ... que [a:só] ficou rindo... aí a amiga de Lúcia ... aí passou um velhinho ... aí a ... aí a amiga de Lúcia teve pena do velhi/ do velhinho ... aí ela ficou chorando ... eu fiquei foi rindo porque ela tava chorando ... gente grande chorando ... ((riso)) ... aí eu fui/ aí eu fui lá na direção dizer que tia foi ... que tia tinha ido embora ... deixou a gente sozinho lá no pátio ... era pra tia ficar ... aí quando todo mundo fosse embora ela ia ... ela deixou todo mundo no pátio ... sozinho ... aí ag/ aí eu fui dizer à diretora que tia tinha ido embora ... aí quando eu cheguei em casa ... jantei ... fui dormir ... fui dormir não ... jantei ... fui brincar lá na casa da minha amiga aí você chegou ...
    E: [a:só] isso?

  • E: Daniele ... uma vez você me con::tou uma história ... [a:só] que [s:eu] não [v:entendi] [a:direito] ... a história... aí eu queria que você contasse ... a história assim ... devagar:: a ... a ... a história que alguém contou pra você ... que história é essa? que eu já esqueci?
    I: da formiguinha ...
    E:então [v:conta] ... [a:direito] ...
    I: era uma formiguinha ... aí a formiguinha ... se perdeu do pai ... e a mãe ... aí ela ficou com a vovozinha ... tudo o que a vovozinha mandava ... aí a formiguinha ... [s:a formiguinha] ficou em casa ... ficou [v:brincando] ... bem [a:direitinho] ... aí a pretinha chegou ... ficou batendo ... “formigui::nha ... vamo pra lagoa” ... aí a vovozinha disse ... “não vá porque hoje vai ter um casamen::to ... vai ter bolo ... brigadeiro ... todas as coisa doces” ... aí ela foi teimar com a vovozinha ... ela foi ... pra lagoa ... aí ela ... aí pretinha ... e a outra foi lá pra dentro do mato ... aí ... aí a pequenininha se afogou no ... rio ... e a pretinha foi-se embora ... ela é safada ... e foi-se embora ... deixou a pequenininha ... bem:: lá no fundo do mar ... aí passou uma formiga grande ... que é um senhor ... aí pegou a formiguinha ... aí disse ... “vó da formigui::nha ... sua netinha tava ... tava na lago::a ... boiando” ... aí ... aí ... a vovozinha foi ... aí botou ela ... aí levou ela pro médico ... e ela num comeu bolo ... brigadeiro ... nem essas coisas doces ... nem nada ...
    E: ela num foi pro casamento?
    I: não ... por causa que ela foi teimar com a vovó ...
    E: ela foi o quê?
    I: foi teimar ...
    E: aí acabou como ... a história?
    I: aí acabou ela morrendo ...

  • E: Daniele ... você disse que gosta muito da sua escola né?
    I: é ...
    E: então você podia me contar assim ... como é a sua escola? porque eu queria ir lá ... mas eu num sei ... eu não sei como é que você faz pra entrar lá ... e eu queria saber como é a sua escola ...
    I: assim ... entra ... o portão ... fica esperando ... o portão abrir ... aí toca ... o portão abre ... aí a gente vai ... aí do lado tem:: a dire/ uma sala ... aí tem a direção ... tem o banheiro de homem e mulher ... aí tem:: aí tem:: a biblioteca ... aí o resto é tudo sala ... cinco sa/ é ... dez sala de um lado ... aí no outro lado ... no outro lado ... onze sala ... aí vai ... na ... na ... dez sala ... que passa ... aí tem a minha sala ... aí do outro lado tem onze sala ... aí ... no meio ... do colégio tem um pátio ...aí tem ... a cozinha ... que tem ... quatro pia ... [a:pronto] ... aí tem os banheiro... peraí ... deixa eu ver quantos banheiro tem ... três ... das criança ... das mulheres e o dos homens ... quatro banheiro ... ó ... o das menina pequena ... que é um ... aí dos menino pequeno que é dois ... aí das menina ... aí ... aí das menina grande ... que é três ... dos menino grande que é quatro ...
    E: que que tem nas salas?
    I: das professoras ... cinco ... aí ... diretora e diretor ... é:: seis ... sete ...
    E: o quê?
    I: banheiros ...
    E: que que tem na sala?
    I: um bocado de cadeira ... um bocado de mesa ... quadro ... na biblioteca tem tanto do li::vro ... meu Deus do céu ... tem nem onde a gente pisar ...
    E: e que cor é o colégio?
    I: hum?
    E: que cor?
    I: do colégio? branco com as porta ... com porta e portão ... amarelo ...
    E: [a:só] isso?
    I: o colégio tem pouca coisa ...

  • E: Daniele ... você disse que o que você sabe fazer ((riso)) é brincar ... né? você num sabe cozinhar ... você num sabe:: fazer ... outra coisa ((riso)) senão brincar né? então você podia me explicar ...
    I: posso varrer a casa ...
    E: mas você disse que num gosta ... então po/ po/ poderia me explicar ... uma brincadeira ou duas ... que você saiba ... fazer né? com as suas colegas ... com/ como ... você tem essas brincadeiras? você sabe? então explica pra mim como é que faz ...
    I: você sabe como é que:: brinca de estrelinha?
    E: não ...
    I: assim ... a gente ... eu tô ... assim ... eu viro ... aí ... aí fica a estrelinha aí outra brincadeira ... é de tica ... uma pessoa corre atrás ... tica a outra ... se ticou a outra é porque ticou aí corre ... corre ... corre ... corre ... TIM ... ticou o outro ... aí ... corre ... corre ... corre ... corre ... é tica-trepa ... aí corre ... corre ... corre ... corre ... aí tem que se trepar num canto ... ( ) relogi::nho ... aí quando fechar o reloginho ... aí pode ticar a pessoa no:: onde se trepou ... porque já acabou o tempo ... aí ... aí tica- trepa ... antes do relógio fechar ...a gente tem que correr ... que se não ... tica ... né? aí [a:pronto] ... aí tica-fica ... tica-fica é assim... eu tiquei ... eu tiquei ... faz de conta que isso é uma pessoa ((afasta uma boneca)) ... eu tiquei ... ele pode me ticar de volta ... aí tica-cola ... eu tico ... fico cola:: da ... lá no can::to a pessoa me descola ... eu fujo ...
    E: e o do ...
    I: doninho da calçada ...
    E: é ... você tava falando ... doninho da calçada ... como é?
    I: doninho da calçada ... a gente fica na calçada ... o outro fica ... aí o outro não ... pode ficar na calçada ... aí diz ... “doninho da calçada me dê um copo d'água” ... ((a informante canta)) aí tenho que correr ... correr ... ticar a pessoa ... aí se eu ticar a pessoa ... a pessoa fica na prisão ... aí a outra vem:: num pode deixar ticar ... aí PUM ... abre a prisão ... e o outro tem que ... guardar ... se ticar os dois ... os dois que fica na minha cola ... aí ... até três ... se eu ticar três pessoa ... é os três que ficou ... sai duas ... sai eu ... e duas pessoa ...fica [a:só] uma pessoa doninho da calçada...
    E: pronto?

  • E: Daniele ... agora a gen/ eu quero a sua opinião ... sobre uma coisa ... você tava falando que gosta de ser crian::ça ... porque brin::ca ... tal ... então ... você já tava dando a sua opinião ... né?
    I: era ...
    E: então ... qual ... o ... por que que você gosta de ser criança ... qual:: a sua opinião ... sobre as crianças?
    I: ah ... porque as crianças vem aqui em casa ... a gente fica brincan::do ... é bom ser criança ... que ajuda os ou::tros ... fica brincan::do ... aí a mãe ... aí a mãe ... aí quando eu passo ... mainha compra Pippos ... mainha compra ... mainha compra danone ... mainha compra ... mainha compra biscoito ... mainha compra ... agora adulto ... num compra ... aí ... é ruim de ser/ é ruim de ser adulto ...é melhor ser criança [a:mesmo] ...
    E: mas por que é ruim ser adulto?
    I: ah ... porque adulto ... porque adulto ... é:: adulto faz é:: tanta coisa ... varre casa ... lava louça ... cozinha coisa ... de cuidar de criança ... ((riso)) como Lúcia ... como Lúcia ... meu primo que é nenê ... Lúcia cuida tanto que os braço dela tudo doído ... de tanto colocar no braço ... é ruim ... ser criança ... ô ... ser adulto ...
    E: [a:só] isso? você gosta de ser criança [a:só] por isso?
    I: só ...
    E: então tá ...
    I: ah ... porque o lençol é bonitinho ... da cama ... adulto é tudo feio ...
    E: tem brinquedo né?
    I: aí ... quando é ... criança ... tem um bocado de brinquedo ... quando é adulto joga tudo fora ... ((riso)) como a minha mamadeira ...eu [a:só] tomei mamadeira até cinco ano... quando foi no meu aniversário ... tia colocou no lixo ... eu chorei tanto ... e eu fiquei segurando meu primo ...
    E: [a:só] isso?
    I: [a:só] ...
Parte oral
1993
  • um dia Eu Fui para iscola Eu vie um ommi Eu chegei na claci é eu dissi assim a minia professora tia eu nao Fis o deve ai eu nao fui para u Recreio.
  • Era umma ves umma furmiga Ela Timnia mae E pai Ela vivia Com a vo chego umma furmigimnia chamo a furmigimnia foi para a lagoa a furmigimnia foi para casa decho a fumigimnia Na lagoa ai passo um omi O omi Pego a furmigimnia levo a furmigimnia Bateu Na porta a vo dela nao foi para o casameto.
  • na mimnia iscola Tem patio trese sala Banneiro BliBlioteca direçao cosinia jannelao portao.na mimnia claci Tem vimte mesa.
  • tica cola a pesoa corre e cola a otra pessoa a otra pessoa discola a otra pessoa ela foge.doninio da causada umma pesoa fica nacausada ota na Rua.ai a pessoua cola a otra pessoua da causada.
  • Eu gosto di se criamsa poqe Eu gamno caiXa de chocolate brico nao arumo casa i gamno briqedo.aduto e rui poqe nao gamna briqedo.
Parte escrita
1993

  • E: Pablo ... agora nós vamos fazer uma narrativa de experiência pessoal ... que que é isso? ... você disse que é::você disse que teve umas férias [a:muito] boas né?... então seu quero me/ eu quero que você diga onde foi essas férias e que que você fez lá ... de bom assim?
    I: andei de bicicleta ... brinquei com os menino ... aí fiz uma lombada pra gente brincar de bicicleta ... da pista ... aí a gente brincou:: ((pigarro) brincou até de noite ... quando foi de manhã ...a gente acordou pra [v:brincar] [p:de] [a:novo] ... de tampinha ... aí a gente brincou ... muito ... aí os outro dia que eu coisei aí a gente ... brincava ... aí o dia que eu ia-se embora eu vim pra casa ((Pigarro)) depois voltei ... num sei mais não ...
    E: e onde foi as férias? onde foi que/ onde foi que você passou as férias?
    I: na Redinha ...
    E: que que é a Redinha?
    I: o quê?
    E: o que que é a Redinha?
    I: é praia ... tem praia na Redinha ... tem peixe ... tem pedra ... tem tudo ...
    E: aí foi bom passar as férias lá?
    I: foi ...
    E: você ficou quanto tempo lá?
    I: um monte ( ) num tem mais não ... num tem mais não ...

  • E: Pablo ... você disse que gosta muito do Pica-Pau né? e que tem alguma/ algumas histórias ... né? alguns desenhos dele que você gosta ... você podia me contar ... um:: alguma coisa né? é ... dele ... seria a narrativa recontada ... alguém tinha que ter te contado essa história .. mas você disse que nunca ninguém contou uma história pra você ...
    I: não ...
    E: você num sabe a/ ... nenhuma história ... nem da Branca de Neve ... nem dos três porquinhos ... nada? ... fique sentado pra você falar melhor ...
    I: a ... num sei não ...
    E:então [v:conta] a do Pica-Pau ... bem/ bem [a:direitinho] ... porque se for bom eu vou querer assistir ...
    I: assistir o quê?
    E: vou querer assistir ao fil/ ao desenho ...
    I: aqui?
    E: em casa ... fala ...
    I: assim ... foi é:: o Pica-Pau furou a cabeça do homem ... ele pegou um:: ((pigarro)) pau ... botou assim com a pedra ... aí ele botou um pedra aqui aí ... pulou em cima ... aí caiu em cima da ... ((pigarro)) da coisa ... da cabeça do homem ... aí o homem ... aí depois ele pisou na coisa do Pica- Pau aí o Pica-Pau danou uma furada no pé dele ... ((pigarro)) aí depois ... foi a vez que ele ... que ele tava coisando ...
    E: [v:fala] [a:alto] ...
    I: tava coisando ... aí ele ... aí ele foi inventar de coisar ... de botar uma pedra no pé aí furou o pé dele ... aí o homem ficou rindo ... aí ele furou ... a coisa dele ... aí ... aí eu num sei mais não ...
    E: como foi que terminou?
    I: terminou ... foi o Pica-Pau é ... dando uma furada no pé do homem aí o homem coisou aí terminou ...
    E: é?
    I: é ...
    E: tá bom ...

  • E: Pablo ... você disse que:: agora tá estudando numa escola nova né? ... e que queria falar algumas coisas que têm nela ... e que que tem nessa escola?
    I: tem é:: ca/ na minha/ dentro? na minha escola? tem é:: cade/ cadeira dentro da sala ( ) tem cadeira ... tem é:: quadro ... tem mesa ... tem livro ... tem coleção ... é tem:: lápis ((pigarro)) ... ( ) bolsa ... e tem um negócio pintado de branco ... os boneco ... quinho ... tem parque ... tem negócio de lavar mão ... as mão ... e tem banheiro ...dentro do banheiro tem pintado uns negócio ... [a:só] sei disso( ) ...
    E: qual é a cor dele?
    I: branco ...
    E: branco ... tá ...

  • E: olha ... você disse também que gostava de ... de fazer carro né? de desenhar carro ... então ... você podia me dizer assim bem explicado ...como é que desenha um carro? [a:certo] ? é:: [s:você] tem que me [v:explicar] ele bem [a:direitinho] porque quando eu ouvir aqui eu vou tentar fazer... em casa ...
    I: tá certo ...
    E:então [s:você] tem que me [v:explicar] [a:direito] ...isso a gente chama ... relato de procedimento ... [a:certo] ? pode contar ... como é que desenha um carro...
    I: [a:primeiro] ... faz um quadrado ... do ônibus... faz a jane:: la ... e faz a coisa ... do negócio do cano ...
    E: [a:alto] ...
    I:aí faz os pneu aqui e [a:pronto] ...
    E: tem outro carro não ... mais complicado?
    I: o carro ... num é ... um carro assim ...
    E: hum?
    I: assim ... ((o informante faz um gesto))
    E: fala ...
    I: aí coisa ... aí faz o pneu ... faz o cano e coisa ...
    E: faz o quê?
    I: o cano ...
    E:então [v:repete][a:direito] ... bem [a:alto] ...
    I:o carro eu num sei não ... [a:só] sei o ônibus...
    E: o ônibus ...
    I: o ônibus? faz um quadrado:: faz os pneu ... faz o cano ... e faz as luz ... e faz a janela ...
    E: [a:pronto] ... agora sim ...

  • E: Pablo ... você/ a gente tava conversando aqui ... e eu per/ eu ... te pedi a sua opinião:: né? é o relato de opinião ... por que ... você disse que gostava de ser criança né? então ... o que que você acha de ser criança ... por que é bom ser criança?
    I: porque eu ganho presente ... painho me dá dinhe:: ro ... ele dá ... brinquedo pra mim ... quando eu crescer ele vai dar coisa pra mim ... aí gosto de ser criança ainda assim pra mim ... aí ele vai dando ... vai dando ... ((cachorro latindo)) num tem mais não ...
    E: e se você num fosse criança ... ele num ia ser bom não?
    I: ia:: ia
    E: ma/ então/ po/ é:: se você acha que é bom ser criança ... então você num quer crescer ... quer?
    I: quero ...
    E: por quê?
    I: porque eu quero ... é bom crescer ...
    E: então é bom ser criança e também é bom crescer?
    I: é bom ser criança ...
Parte oral
1994
  • eu pacei asi feira na ridia eu briqei de bicicleta fisi lobada briqei co minino ate di noite
  • opica tau deo ua paulada nu omei tegou a teda e deo no omei/ tego a teda PicaPao deo ua furada no omei
  • namia escola tei cadeira cado livo parqe meza/ a co ebaca tei buneqio/
  • faiz u qadado pineo cano janela aluiz/
  • eu goito de cer ciaca paqe eo gaio deiro prezete/
Parte escrita
1994

  • E: Talita ... você já foi assim a algum passe::io nós vamos fazer agora uma experiência pessoal ... mas você já foi assim a algum passe::io ... que você gostou:: que foi legal:: e você podia me contar? [v:fala] bem [a:alto] pra eu poder ... ouvir...
    I: foi na:: no:: é:: no parque ... cheio de coisa ... foi segunda-feira ... lá tinha brincadeiras demais ... tinha brincadeira de esconde ... de:: é:: de roda ... de:: é:: comprar coisas ... de jogar aquele ... é:: pegar as tinta e ficar brincan::do ... um bocado de coisa ... agora o que mais?
    E: que que você faz lá? quem foi?
    I: foi eu ... minha prima ... e o meu primo ... foi nós três ... e minha mãe ... e ... as ... as mãe deles ... aí lá ... minha tia chegou ... e chamou a gente pra brincar ... aí ... mi/ minha mãe chamou meu tio ... pra eu ... ir brincar com minhas prima ... pra ... é:: eles ficar conversando da minha formatura ... a gente comprou pirulito ... bombom ... chiclete ... chocolate ... um bocado de coisa ... pode dizer outra coisa?
    E: pode ...
    I: vou continuar ... aí ... lá ... a gente ... a gente ... foi passear ... na floresta ... aí quando terminou as ... mais prima ... ( ) a gente disse aonde que a ma/ a ma/ a nossa mãe tava ... pra ir conversar ... aí tava lá:: é:: aonde que vendia pirulito ... aí ... pode dizer é:: é:: número é::? foi segunda-feira ... dez de outubro ... deixe eu pensar mais ... é foi um bocado de coisa ... quando minha prima chegou ... aí juntou as coisa pra ficar mais ... porque a gente ia passar:: um bocado de tem:: po ... um bocado de tempo ... aí como passou um bocado de tempo ... aí a gente voltou pra casa ... minhas prima ficaram em casa ... e eu fui pa/ eu fui passear com minha mãe ... como a gente voltaram ... a gente brica/ a gente brincou de esconde-esconde ... aí minha irmã chamou eu ... as colega da rua ... pra gente brincar ... é:: dentro de casa ... aí a gente brincou ... brincou ... brincou ... até que foi dormir ... quando dormiu ... amanheceu o dia ... aí a gente ... foi é:: escovar os dente ... fazer um bocado de coisa ... aí como foi depois ... a gente foi brincar ... aí a gente tinha que ir pro colégio ... fazer ... essas coisa ... ir pro colégio ... é:: fazer tarefa ... é:: lanchar ... ir pro parque ... como a gente voltou ... a gente começou:: a brincar:: começou a brincar ... como brincou ... as menina veio chamar a gente pra brincar pra gente ficar ... ir ... é ... é:: na rua brincando ... como a gente brincou a gente pegou a bicicleta pra ... ir brincar na rua ... como a gente terminou de brincar ... veio é:: veio assistir televisão ... aí a nossa mãe chamou a gente pra dormir ... aí a gente dormiu ...
    E: acabou?
    I: sim ...

  • E: já vi que você gosta de contar muita coisa ... você tem assim ... uma histó::ria ... que vo/ que alguém contou pra você e que você poderia me contar?
    I: historinha ... historinha de revista ... dessas coisa?
    E: é ... qualquer história que você queira ... que alg/ ((informante interrompe))
    I: do Chapeuzinho Vermelho ...
    E: é:: isso ... é:: isso a gente chama ... é:: a narrativa recontada ... e você vai me contar a história que alguém te contou ... tem?
    I: tem ...
    E: então conta ...
    I: era uma vez Maria e João ... eles vivia numa casinha simples ... aí ... eles pediram ... pra a ... pra a ... pra ... como é? a padrasta ...
    E: madrasta?
    I: ham ham ... a madrasta deles pra ... é:: é ... aí a madrasta dele deu milho e um pão ... pra comer no caminho ... aí jogaram ... jogaram ...milho ... aí ...chegaram numa casa que ele tava [a:muito] cansado... chegaram numa casa ... aí é:: pegaram um bocado de ... de:: coisinha e chocolatinho e comeram ... aí ... o:: o:: como é? a bruxa parou e pegou todos os milhinhos que eles viram ... aí viram que ... é:: eles tavam na casa comendo e entrou bem devagarinho ... por trás dele ... como eles tava comendo ... aí ... como ela entrou na casa ... tinha duas porta ... uma ... uma pra entrar ... e outra lá:: atrás ... aí ... ela entrou e disse pra eles entra::rem ... mas ela tava com uma ... ela virou ... é:: uma velhinha ... aí mandou eles entrarem ... entrar ... aí ... é:: eles foi preso ... aí ele foi dormir ... Maria e João ... como eles dormiram ... aí foi né ... aí como foi depois ... chegaram e trancaram numa jaula ... João tr/ é:: trancou numa jaula ... e Maria ficou lá fazendo as coisa ... aí ela disse à bruxa ... é:: “ei ... venha botar aqui o:: o:: o fogão pra botar porque eu num sei não” ... aí ... ela disse ... “tá bom” ... como ela foi fazer as coisa ... aí Maria pegou o pau e empurrou ela dentro do:: é:: da:: do fogão ... como empurrou ela no fogão ... o fogão era bem grande ... empurrou ela no fogão né? aí ele disse ... “me ajuda” ... aí ela trancou o fogão ... soltou ... João ... mas ela num sabia onde que tava a chave ... foi no quarto dela ... foi no quarto é:: da bruxa ... como chegou no quarto da bruxa ... tava na tauba ... aí pegou e abriu ... aí ... salvou os ... os animal ... é:: os a/ amiguinhos dela ... porque ela num podia brincar com ninguém ... porque ela num tinha né? porque a bruxa pegou todo ... tudinho ... aí ... é:: salvou todo mundo ... porque eles era fortão ( ) aí tinha um bocado de portão ... aí ... pegaram eles ... bateu assim no portão ... aí saíram eles ... aí os pai dele encon/ encontraram todo mundo vivo ... aí foi pra casa ... aí foi felizes para sempre ...
    E: hum ... que lindo né?

  • E: Talita hoje nós vamos fazer uma descrição ... você vai contar pra mim como é a sua escola ... tudo que tem lá na sua escola ... se ela tem mesa ... se ela tem cadeira ...qual é a cor dela ... [a:certo] ? você sabe como é sua escola?
    I: sei ...
    E: então pode:: falar ...
    I: é:: minha esco/ a cor que ela é ... é:: a/ az/ amarela ... sei lá ... azul ... amarela ... é:: é colorida ... aí lá tem mesa ... tem armário ... tem ... é:: um bocado de sala ... tem a/ a sala da minha outra professora ... tem a sala da minha é:: professora ... tem um bocado de sala ... tem:: ( ) tem uma tia ... tem um bocado de tia ... tem ... pode falar o nome da tia?
    E: pode falar tudo que você quiser ...
    I: tem Eliana ... tem ... é:: Francisca ... tem:: Gasparina ... sei lá ... Gasparina ... tem:: Maria José ... tem:: professora Helena ...
    E: conta que que tem nas salas ...
    I: na sala ... tem cadeira ... tem mesa ... tem armário ... tem árvore de natal ... tem:: os piano ... os pianinho que ela bota pra tocar ... tem um bocado de coisa ... na outra sala tem ... árvore ... tem:: é:: armário ... tem:: cadeira ... tem:: um armário bem grande desses daqui ((aponta uma estante)) tem um bocado de coisa ... tem é:: colchão pra dormir ... tem:: berços ... tem uma sala pra gente ... a gente cantar ... uma sala é:: sozinho ... uma sala sem ... sem ninguém pra aperriar ... tem ... uma sala pra gente cantar ... tem:: uma sala pra brincar ... que é a sala de cantar ... tem um bocado de coisa ... tem meninos ... tem:: tias ... isso eu já contei num foi? tem um bocado de coisa ... tem parque ... no parque tem ... loja pra gente comprar ... tem árvore ... no parque ... tem:: um arco-íris ... no parque ... tem ... tem uma quadra pra ... os menino jogar bola ... tem uma ... umas ... uma ... parecido com:: é:: escada ... tem lá pra ... as professora ... sentar ... ((criança gritando)) tem um que tem uma mesinha ... ((criança gritando)) tem mesa que:: é:: uma caixinha pra gente se esconder ... uma caixa deste tamanho ((mostra o tamanho com as mãos)) tem ... é:: um bocado de coisa ... ( )lá os menino [a:só] traz pasta ... [a:só] eu que num trago porque eu ... eu num preciso... porque lá na minha escola já tem pasta ... aí esses menino que ... é:: vivi trazendo pasta ... porque os menino vai ... tem que levar tarefa ... aí eles ... leva pasta pra levar pro colégio ... lá tem:: um bocado de coisa ... tem:: é:: microfone pra gente falar o que ... qualquer coisa como a gente ir pra formatura ... tem um bocado de coisa ... mesinha pra gente ... a gente botar ... mesinha de ... montar ... mesinha de botar ... botar ... roupinha pra engomar ... tem um bocado de coisa ... e lá na lojinha vende ... confeito ... chiclete ... chocolate ... um bocado de coisa ... e também lá na lojinha vende umas caixa des/ tamanho ((mostra o tamanho com as mãos)) cheia de é:: de bombom ... aí ... o ... os homem dá a gente pra gente ficar ... de graça ... lá na minha escola tem meninos que dá nas pessoas ... que é:: briga com a gente ... tem meninos que ... é:: horrível de ruim ... tem meninos que é mais ... é:: menor do que os outro ... tem menino que é um bocado de coisa ...tem menino que [a:só] gosta de brincar no parque...menino só gosta de ... menino [a:só] gosta de brincar é de:: bola...agora menina [a:só] gosta de brincar de:: de:: de balanço ... de escorrego ... de casinha ... de boneca ... de qualquer coisa... terminei ...

  • E: é ... você disse aí que gosta de brincar:: é ... você tem uma brincadeira ... que você saiba fazer ... e que você po/ podia me ensinar? é:: esse é o relato de procedimento ... você vai me con/ você vai me ex/ vai me ensinar ... a fazer alguma coisa nesse ... ((a informante interrompe))
    I: mas eu posso ... eu posso contar de esconde-esconde ... de qualquer coisa ...
    E: é ... pode ... qualquer coisa ...mas eu quero que você me ensine ... porque eu não sei ... [a:certo] ?
    I: faz de conta que você não sabe né?
    E: faz de conta não ((riso))eu num sei ... ((riso)) [a:certo] ? você vai me ensinar... porque eu num sei ...
    I: tá ... vou começar ... já ligou?
    E: já ... pode ir ...
    I: é:: tem uma brincadeira que é assim ... você pega a ... a:: como é? uma caixinha de:: de chocolate fica ... bota ... bota:: um bocado de brinquedo ... aí como você faz assim ... assim ... assim né? balança ... aí tira ... aí ... como vê num tá mais ... as coisa que botou ... aí ... você pega a caixa ... rasga ... rasga ... aí tem uma caixa né? a gente rasga ... rasga ... aí bota num saco ... como bota num saco ... bota mais coisa ... o ... os papel é:: desaparece ... que a gente faz assim ... assim ... aí faz assim ... aí como a gente faz assim ... os papel desaparece ... aí como a gente tira as coisa que a gente bota ... aí vê que os papel num tá mais ... aí tem uma brincadeira que é assim ... você pega a caixa ... bota aqui e brinca de esconde-esconde ... como brinca de esconde-esconde aí tem que ticar a caixa ... não pode ticar mais nenhum outro lugar ... tem de ticar ... de ticar manja ... se você ... você ... por exemplo ... se a ... a gente pegasse é:: uma mesa ... é botasse aqui ...aí só ... [a:só] tinha o lugar ... o lugar que a gente... é:: ticava ... era ... era solto ... tem ... tinha ... tem figa ... tem mancha ... mancha é você ... pegando e a pessoa não pega ... aí ... mancha ... um bocado de coisa ... aí tem uma brincadeira ... que você pega as criança ... bota ... bota:: criancinha des/ tamanho ... ((mostra o tamanho)) bota numa bacia né? é uma ... uma bacia ... des/ tamanho da minha irmã ... bota na bacia ... aí fica brincando ... aí faz assim né? a pessoa fecha os olho ... que tá dentro da bacia ... fecha os olho ... e fica ... e fica comemorando ... aí bota ... bota é:: qualquer coisa ... na bacia ... aí como ... como ... é:: tira o pano ... num tá mais a ... o menino ... o menino tá atrás da pessoa que botou o pano ... tem uma brincadeira que:: você pega ... a:: lavanderia ... pega as roupa né? e bota ... aí depois ... como a gente vem ... num tá mais ... a roupa ... aí tá lá na lavanderia com ... é:: a torneira aberta ... aí tem ...uma que é:: bem [a:muito] boa... você pega uma caixa des/ tamanho ((mostra o tamanho)) pode ser uma caixa des/ tamanho ... aí então ... uma caixa des/ tamanho ... bota ... bota na bacia ... e ... depois enrola ... enrola ... enrola ... aí ( ) um bocado de coisa dentro ... enrola ... enrola ... enrola ... aí depois joga a bacia na ... na água ... aí demora um pouquinho ... como você vê ... a bacia tá lá dentro ... e o que a gente botou dentro ... tá ... tá enfeitado ... terminei ...

  • E: Talita ... você disse que gosta muito de conversar assim ... sobre as crian:: ças que batem nas outras né? essas crianças que ... não sabem brincar direi:: to ... e batem nas outras ... então ... isso você já tá dando a sua opinião ... né? então ... você pode falar mais ... do que você tava falando ... então qual é a sua opinião sobre as crian:: ças ... que batem nas outras ... que não sabem ... brincar né?
    I:eu acho que é [a:muito] mau... porque a pessoa que bate na outra ... que fica brigando ... que bate na outra ... num sabe brincar ... aí ... é mesmo que é mau ... a/ aí as pessoas que é do bem ... que é:: como tá brincando de esconde-esconde num ... num bota o pé pra pessoa cair ... é do bem ... agora ... as pessoa que fica batendo ... como a gente brinca ... fica batendo nas pessoa ... chutando a pessoa ... fica botando o pé pra pessoa cair ... isso é do mal ... agora as pessoa que é:: é do bem ... é:: faz qualquer coisa ... brinca com a pessoa ... se a pessoa pedir ... brinca com a pessoa ... agora ... é:: se por exemplo ... se eu pedir a pessoa pra nu/ pra brincar e a pessoa num quiser ... brincar ... aí é mesmo que ... é do mal ... porque ... a pessoa que é do mal ... e ... é ... a ... é a pessoa ... é:: chamar a gente pra brincar ... aí é claro que a gente num vai ... porque a gente ... a gente tem o maior medo dela porque senão ela bate na gente ... se a gente ... se a gente brincar com ela ... ela é claro que ela bate ... bate é:: na gente ... porque se a gente brincar com a pessoa que é mau ... que bate nos outro ... isso que a gente num vai brincar ... porque a pessoa ... se a gente ver a pessoa que chamou a gente pra brincar ... dando na outra pessoa ... a gente não pode brincar com a pessoa ... se a pessoa pedir ... porque vai fazer do mesmo jeito que fez com a outra ... aí se a gente pegar brincar com os menino ... os menino vai fazer ... as mesma coisa que fez com as outra ...porque a pessoa que ... [a:pronto] ... se tivesse ... eu ... minhas amiga ... aqui e uma menina lá... aí o menino tava batendo nela ... que chamou a gente pra brincar ... aí é claro que não ia brincar com outro ... a ... o outro que tava batendo nela ... é claro que a gente não ia é:: brincar com menino que tava batendo nela ... agora se for uma menina que tava quieta ... que ta/ ele tava chutando ela ... e ela tava quietinha no lugar dela ... num tava empurrando ele ... pode empurrar ele assim pra não ficar brigando com ela ... mas a gente quer brincar com ela porque ela ... num tava chutando ele ... se ela começasse a chutar ... é claro ... claro que ele ia bater em ... é:: num ia bater nela ... porque ela ... ela ... chutou e:: ele ... mas não tá é:: não ... ele não bateu nela ... então ele foi chu/ ela foi chutar ele ... ele ficou quieto no lugar dela ... no lugar ... no lugar dele ... e ele foi bater em ... ele foi bater nela ... isso não é justo ... é justo a pessoa que fica quieta ... no seu lugar ... e ele vim pra bater ... aí isso que é do mal ... a pessoa que ... fica lá ... no lugar dele ... e vim correndo pra bater na pessoa ... que tá fazendo a outra ... é:: é:: mandando a pessoa sair do balanço ... pra ir pro balanço ... aí isso num é justo ... aí ... se num for ... se num for das coisas que eles num faz ... aí é claro que a gente vai brincar com ele ... a pessoa que num tá dando na outra pessoa ... é claro que a gente brinca ... porque se a gente ver a pessoa que chamou a gente pra brincar ... dando na outra pessoa ... aí a gente é claro que num brinca ... porque ele tava batendo nela ... então vai fazer a mesma coisa com a gente ... se a gente brincar com ele ... aí vai fazer a mesma coisa com a gente ... aí se a gente ... por exemplo ... é:: a menina vim assim né ... e pedir confeito a mim ... aí eu vou dar ... porque se eu num dasse ... aí Deus num ... é ... num gostaria de mim ... porque é:: se eu ... se eu ... brincasse com ela ... aí Deus gostava de mim ... dava confeito a ela ... aí Deus gostava de mim ... pro/ por exemplo ... se ela brincasse comigo ... eu dava confeito a ela ... se ela num brincasse ... eu também dou confeito a ela ... porque eu num sou do mal ... eu sou do bem ... se é:: se ela fosse do mal ... dando na outra pessoa também não ia gostar dele ... não ia dar confeito a ela ... se ela dasse em mim ... eu num ia dar confeito a ela ...porque ela deu em mim ... aí ... [a:pronto] ... terminei ...
    E: você num quer falar mais não?
    I: hum hum ...quero falar mais ... mas [a:só] que ... eu não quero falar mais nisso...
    E: quer falar sobre o quê?
Parte oral
1993
  • um dia eu fui no parqe- tevi bincadera tevi bolo saqadinhnhu ninina- As ninina ficou nu balaçio ninino bola.
  • era gorao i naria ele fico na gala naria ipurrou a buxa no fogo. gorao pego a xave abriu a pota é fogiu- todo foi felives para sempi-
  • na minha iscola tem binqedo tem meva tia cadera catais avire di natau a co e vedi rosa azu laraga é preto.
  • eu vo cota a bicadera iscomdi a pessoa iscomde o rosto e cota de um 200 i axa a pessoa
  • ten criasa qe gota de bate na pessoa ai ela e do mau.a pesoa qi e do ben nau birga.
Parte escrita
1993

  • E: Wesley ... a gente vai fazer hoje uma experiência pessoal ... que que é isso? ((tosse)) você vai me contar ... alguma coisa que já aconteceu com você ... que você gostou ... pode ser um passeio ... qualquer coisa que já aconteceu e que você gostou ... você pode contar pra mim?
    I: posso ... lá porque eu fui na casa da minha mãe né? ... aí ... aí a minha mãe mandou eu ir pro parque ... aí ... aí como é? ... aí depois chegou meu irmão ... aí começou a brigar comigo ... [s:a gente] [v:foi] pro parque [p:de] [a:novo] aí ... brincamo ... brincamo ... brincamo ... aí a minha vó já ia saindo ... aí a gente foi embora ... aí quando chegamo em casa [s:a gente] [v:saímo] [p:de] [a:novo] ... aí a gente brincamos ... fomo ... fomo lá no parque ... aí ((riso)) aí ... peraí ... no parque ... aí brinquei no avião:: na roda gigante ... no:: como é? é:: no/ nos carros ... nos pássaros ... nos patos ... todos canto ... fui no ... fui no ... Piauí visitar a mim/ a casa da minha mãe ... a casa dela lá é bem lá perto do:: depois ... depois ... lá do:: é lá no Parque dos Coqueiros ... aí eu fui lá ... aí eu e meu irmão ficamo brincando ... aí quando chegamo no quarto brincamo ... brincamo ... brincamo ... aí minha mãe já foi ... aí a gente fomo pra casa ... tem mais é?
    E: se você quiser falar mais ...
    I: tem mais nada ... tem que falar mais é?
    E: num tem mais não?
    I: não ...

  • E: Wesley ... hoje nós vamos fazer uma narrativa recontada ... o que é? você vai me contar ... uma história que alguém te contou ... você disse que alguém te contou uma história do He Man ... quem foi?
    I: foi Nomário ...
    E: [a:pronto] ... seu colega ele?
    I: é ...
    E: como é o nome dele?
    I: Nomário ...
    E: Nomário ... então o Nomário te contou a história do He Man ... então agora você vai contar pra mim ... tá? como é que foi?
    I: começou ... é:: eles numa ... numa briga no ... com:: o:: rei He Man aí eles foram ... eles foram parar na:: na:: no rio ... no rio lá ... aí ... aí ... aí tinha uma vaca ... aí tinha ... um ... um ... um monstro ... aí chegou He Man ... brigou ... brigou ... aí foi na outra ... quando foi na outra ... aí começou outra a brigar ... aí ... aí:: é:: aí:: como é? aí tinha um menino ... aí tinha um:: um negócio assim ... assim ... aí apertava um botão e fazia ZUMM ((o informante imita o som)) aí ... aí ... chegou os monte de ... de soldado ... aí brigaram com ele ... ((galo cantando)) aí ele saiu ... e tinha um monte de soldado no avião ... aí ele saiu no outro avião ... matou um ... matou outro ... aí chegou ... chegou o:: o chefe dos ... do soldado ... aí ele ... saiu ferido ... aí chegou num ... num negócio dela ... aí ... aí eles ... aí eles ... ficou com os braços aberto ... com um negócio assim ... aí ficou dando nele com o chicote assim ((o informante imita o som do chicote)) aí nele ... aí ... aí o chefe mandou ele soltar e pegou a espada dele e ficou brigando com ele aí ele caiu dentro de um poço ... aí terminou a aqueles ne/ tinha um monstro e um ... e um ... e um soldado ... aí ... quem morreu foi o monstro e o soldado ... aí ... aí ele ... o rei foi parar numa loja de ... de tinta sabe? ... de roupa ... aí eles ... aí chegaram lá ... aí viu um monte de soldado aí ficaram ... chegaram e ficaram lá atirando ... aí chegou uma mulher ... aí tinha uma menina e um homem ... aí ... ((telefone toca)) aí a menina ... aí tinha uma mulher e um homem e um ... e uma menina ... aí ... aí quando foi no ... foi numa mãe aí a menina tava em um negócio que fazia ... que fazia ela levar pra ir pra outro canto ... aí ... como é? aí ele foi ... aí ... aí a mulher desapareceu e pegou o negócio e foi embora ... aí na próxima vez ... aí He Man tava brigando ... quem morreu foi o soldado e o monstro ... ((interrupção))
    E: fala ... aonde ... você ... a gente parou na loja ...
    I: parou na loja ... eles ... eles morrendo ... o soldado morreu ... aí os monstro ficou brigando com ele aí ... aí chegou a mulher ... apareceu igual uma mulher ... a mãe dela ... aí ela num era a mãe dela ... era uma mulher ... era uma mulher ... era dos mal ... aí ela chegou se transformou pela mãe dela ... aí ela tava um negócio assim na mão ... aí ... ( ) aí ela chegou e deu ... aí ela desapareceu ... aí ter/ terminou sabe aonde? terminou ele/ eles comendo uma pizza ...
    E: onde?
    I: nu/ nu:: é:: na pizza/ nu:: na pizzaria ...
    E: [a:pronto] ...

  • E: Wesley ... agora nós vamos fazer uma descrição ...você vai contar pra mim ... como é um lugar ... [a:certo] ? você vai me dizer tudoqueque esse lugar tem ... tudo ... tudo ... tudo ... [a:certo] ? e você tava dizendo que queria me dizercomo era o parque que você foi né?
    I: era ... tem ... carro ... tem avião ... tem é:: é:: como é? patos ... é:: roda gigante ... tem é:: aviões ... é:: cavalos ... cavalinho ... e:: como é? e:: como é mais? é:: é avião ... é:: roda gigante ...um monte de coisa ... [a:só] que o nome é:: é árvore... avião ... é:: relo/ reloginho de ... de cortar assim ó ((faz o gesto)) ... tem uma roda gigante ... tem ... tem ... cavalinho ... tem:: é:: aviões ... tem um monte de coisa ... é:: aí tem ... é:: aviões ... ca/ cavalos ... é/ é roda gigante ... é:: que mais? é:: é:: é:: trenzinho ... carros de andar ... roda ... roda de pneu ... é:: barcos ...
    E: tem árvore ... flor ... tem?
    I:é ... [a:só] num tem flor... aí tem uma ... tem uma loja que vende um monte de carro ... aí ... aí tem um ... o ... o dono do ... tem ... tem um monte de é ... pipoca ... posso falar coisa de pipoca?
    E: pode ...
    I: tem pipoca ... tem pizza ... tem:: é:: como é? é:: é:: guaraná ... é:: como é mais? é::
    E: pode pensar ...
    I: é:: é:: peraí ... é:: café ... tem aquelas xícara de brincar por dentro ... tem:: o patinho ... tem um monte de coisa ... ( ) é:: patos ... aviões ... roda gigante e ... e ... colheres e::e:: roda gigante e:: aviões ... cavalinho ... [a:pronto] ...

  • E: Wesley ... hoje nós vamos fazer ... um relato de procedimento ... você vai me explicar ... como é que se faz alguma coisa ... você disse que sabe fazer carrinhos com caixas de fósforo né? então você vai me ensinar como é que faz isso aí ...
    I: faz ... pega um monte de ... pega uma caixa né ... aí pega os pneu ... pega um:: peraí:: um:: ferro ... aí colo/ aí fura ... fura ... todinho ... pega uns prego tudinho ... fura atrás ... fura na frente ... coloca uma antena assim pra cima e outra assim ... aí coloca um pneu de lata ... aí coloca ... aí fic/ aí ... aí já tá pronto ...
    E: que pneu de lata é esse?
    I: é um pneu de ... daquelas de ... lata ... de ... de como é?é:: [a:só] que é daquelas fichinhas assim... fichinha e coloca uma lata lá atrás pra ficar assim alto ... e coloca as fichinhas pequena assim ... aquelas fichas de ... de ... guaraná ...
    E: tampa de refrigerante?
    I: hum hum ...
    E: sabe fazer outra coisa?
    I:eu [a:só] tenho figurinha de ... de ... negócio que eu tô com elas...
    E: figurinha de quê?
    I: figurinha de campeonato ... quer ver?
    E: depois eu vejo ((riso)) ... tá bom ... então você sabe fazer isso né?
    I: é ... ((a entrevistadora desliga o gravador))
    E: ah ... Wesley ... eu desliguei o gravador né? e depois você me falou ... que sabe fazer também ... é:: fute/ jogo de futebol ... né com fósforo ... com caixinhas de fósforo também ... então você vai me ensinar também isso ...
    I: é assim ó ... pega um papel ... aí pega a:: um:: um negócio que ... prega ... aí pega ... é:: a caixinha de fósforo ... pega esse negócio ((o informante mostra algumas figurinhas que ele tem na mão)) pega um cola ... é ... aí pega a:: como é? o:: o durex ... prega ... aí pega um papel ... coloca assim ... corta ... aí pega o durex ... prega ... prega ... prega ... aí já tá pronto ... aí depois pega/ pega o outro ...
    E: es/ esse outro como é o nome? figurinha né?
    I: é ... figurinha ... figurinhas de campeonato ...
    E: fala ...
    I: aí pega ... pega ... tem esse aí ... pega assim ó ... aí tem uma caixa de fósforo?pode ser cheia ... [a:só] pra eu mostrar aqui ... eu num vou pregar não...
    E: mas eu num posso sair daqui pra pegar agora não ... vai explicando ...
    I: aí prega assim ... coloca assim ... ((gestos)) ... aí prega ... um já tá pregado né? aí pega um papel e encapa assim ó (( imita o som como se estivesse enrolando a caixinha)) ... aí como/ como pega o:: o:: como é? o:: é:: peraí ... o:: o:: como é? o negócio que prega assim ... aí coloca a:: aí pega o papel ... e prega tudo ... aí pega uma tesoura ... corta assim ... pega o grampeador ... e corta assim ... se tiver grande assim ... [a:só] cortar assim ... corta aqui e aqui...
    E: terminou?
    I: é ...

  • E: Wesley ... você disse que gosta ... de assistir televisão ... né? que:: tem alguns programas que você gosta ... que você gosta de assistir filme:: e:: que num gosta de assistir jornal:: ((riso))né? [a:claro] né ...criança ... então qual é a sua opinião sobre a TV? que que você acha que tem de legal ... que que você gosta de assistir? qual é a sua opinião?
    I: é:: eu gosto de:: assitir filme ... ô ... a novela ... depois do jornal ... pode falar de de noite?
    E: pode ...
    I: gosto da ... da:: como é? do:: peraí::eu [a:só] gosto da novela sabe de quem? de ... de:: fera ferida... aí ... aí ... a mulher ... o homem ... três homem ... tinha um homem ... um outro/ um outro homem ... aí ... aí ... o homem falou ... “se ... se for uma bomba?” aí eles se esconderam tudinho ... um no poste ... um dentro da casa e um dentro do/ é um:: atrás do carro ... de um fusca ... aí era um:: um negócio assim ... numa caixa assim ... grande ... o ferro ... aí eles colocaram pra dentro ... aí foi lá na farmácia ... comprar um negócio pra fazer ... colocar no ouvido e ( ) aí ... num ... num tinha bomba nenhuma ... aí colocou pra dentro ... pegou um monte de coisa pra abrir ... aí pegou um:: negócio aí ficou:: aí abriu assim ... fez assim ...aí abriu ... tinha ... tinha um ouro assim ... aí abriu assim ... o:: o negócio ... aí tinha um monte de ouro em pó ...
    E: sim ... mas você tá me contando uma história e isso você já fez né? ...eu [a:só] quero saber da sua opinião... que que você acha ... das coisas que passam na televisão? se são boas ...
    I: são ... [a:só] que eu gosto de ... do ( ) que eu falei ontem...
    E: que que você tava falando aí da TV Colosso pra mim ... antes?
    I: antes eu tava falando que era/ que era besteira ...
    E: ué ... mas não é pra criança? você num gosta não? é besteira por quê? ... fala ...
    I: porque passa ( )eu [a:só] gosto de ... de ... sabe de que desenho? daquele desenho de volta pro futuro...
    E: o resto é besteira?
    I: é ... o resto é besteira ... o ...tinha um que era legal de/ que [a:só] ... era de tartarugae:: tinha:: era:: o:: (dinei ol) ... [a:só] que o (dinei ol) tá [a:muito] chato agoranum ... tá passando ... [a:só] tá passando as ... ó ... a TV Colosso tá ruim demais... viu?
    E: vi ... ((riso)) pode falar porquê ...
    I: porque eu num gosto ... às vezes passa uma:: passa ( )eu [a:só] num gosto de assistir a televisão cedo... porque ... quando começa ... o jornal ... aí eu ... aí eu fico:: com raiva ... aí vou do/ aí ... aí minha vó manda eu ... tomar banho ((bocejo)) aí vou ... pego no sono ... lá no:: na minha cama ... aí eu num fui tomar banho ... aí termino/ aí termina/ [a:só] começa ... termi/ termina assim... “tá na hora ... tá na hora pessoais” ((o informante imita o cachorro da TV Colosso)) ... esse é o pequeno é ... e aquele é o grande? ((o informante pergunta à entrevistadora sobre o tamanho de dois gavadores))... [a:pronto] ... terminou ...
Parte oral
1994
  • eu Fui na paque co mi ia vo eu biquei na carro eu bigei co me imau-
  • eles estava na foreta i suniu- ai apareceu na lachoneti-
  • tia carro aviau pato rroda jigate- so nau tia aqela avre-
  • pega a caxa i fais u furro ai coloqa tapa di garana pa ce a rroda-
  • eu so goilo de fiumi- a tv coloco e muto beta-
Parte escrita
1994

  • E: estou começando a entrevista com Alcione da::/ do último ano do curso de direito da:: Universidade Federal de Juiz de Fora... Alcione... a primeira coisa que eu queria saber... me conte uma história que tenha sido::... eh:: interessante... que você acha importante ou porque foi engraçado:: ou:: triste ou:: alegre ou constrangedora enfim... que você acha que... mereça ser contada...
    I: quando você me perguntou isso me veio na cabeça a história... eh:: da morte do meu namorado... há:: quatro anos atrás... em que a gente estava... no clube... era um domingo à tarde... estava um sol lindo... era um dia lin::do... estava assim... né? parecia que estava tudo bem... parecia que ia ser tudo ótimo pra mim naquele dia... e de repente ele estava jogando futebol... e quando eu... eu me virei pra conversar com (amiga) quando eu voltei a olhar ele estava caído no chão... eu pensei que ele tivesse tido uma::... eh:: convulsão por causa do calor... achei que podia ser uma insolação... depois eu fui ver que ele tinha tido uma parada cardíaca... que as pessoas estavam tentando... eh:: reavivá-lo... né? mas...ele já estava [a:realmente] assim... eh:: quase morto... ele chegou a ir pro hospital... mas... teve várias paradas cardíacas no hospital... apesar de ter levado alguns choques... e o coração dele ter voltado a bater...e no quinto choque ele [a:realmente] não agüentou e morreu...isso pra mim foi uma experiência [a:muito] marcanteporque:: eu acho que a minha vida... hoje... eh::... se limita a... a até a morte dele e depois da morte dele... porque foi/ me... modificou muito... eu sinto que... a minha personalidade... eh...minha cabeça... teve/ sofreu transformações [a:muito] grandes... a partir desse acontecimento... e isso foi... importante (pra mim)apesar de ter sido triste... foi [a:muito] importante pra mim...

  • E: eh:: agora... eu queria que você me contasse uma história... um fato que alguém contou pra você que você acha que merece ser recontado...
    I: [a:bom] ... eu acho que a história da vida do meu pai é uma história interessante... é uma história que ele sempre contou pra gente...uma história que eu tenho/ eu [a:pessoalmente] tenho muito orgulho... meu pai sempre foi uma pessoa que teve muitas dificuldade financeira...uma pessoa que começou a trabalhar [a:muito] novo... e:: ele era caminhoneiro... entendeu? na época que ele se... casou com a minha mãe... então... ele chegou a passar assim... muitas situações constran... constrangedoras... e eu me lembro dele contando uma vez... que hoje em dia ele tem muitos problemas assim... muitos distúrbios digestivos... isso tudo é conseqüência de... de má alimentação que ele tinha na época... porque... ele viajava muito... e a comida que ele levava ficava muito tempo no sol...então isso acabava eh::... azedando [a:mesmo] um pouco a comida... e ele não tinha como comer outra coisa também... então... ele acabava comendo... e isso pra mim me marcou muito porque (hoje)meu pai é uma pessoa que tem uma posição [a:muito] diferente... da que ele começou... é um empresário super bem sucedido... e::... e eu sinto que ele tem muito respeito por isso tudo que ele viveu... por todas as dificuldades que ele viveu... ele é uma pessoa que se preocupa muito com as pessoas... que eh... que são mais humildes... que não têm... uma condição... igual a dele... e esse fato específico me marcou muito... ele me contar que... eh::...ele comia [a:mesmo] essa comida... ele... ele se lembra do gosto dela... entendeu?isso foi [a:muito] marcante pra ele... essa história...eu me lembro [a:muito] bem sempre...

  • E: agora queria que você me falasse... você lembrasse do lugar que você costuma ficar mais em/ aqui em Juiz de Fora... que você gosta mais... e:: ou que você tenha ido... tenha te chamado atenção e me descrevesse com o máximo de detalhes possível...
    I: [a:bom] ... eu... eu estou numa fase assim de muito trabalho [a:ultimamente] ...então eu [a:só] estou conseguindo pensar... eh:: no lug... lugar que eu trabalho... que eu gosto muito por acaso... que é a minha sala de estética... a minha sala de estética é::...é uma sala pequena... não é [a:especificamente] uma sala... a gente fechou um... um local... que era um stand de exposição de móveis... que meu pai (tinha) uma loja de móveis... e fez uma pequena sala... ela tem/ ela é fechada por uma divisória de madeira... o chão dela é ( ) tábua corrida... marron escuro... tem um birô... onde eu... eu me sento pra:: conversar com a cliente... e tem uma cadeira que a cliente fica sentada na minha frente... tem a minha cadeira também... atrás eu tenho dois quadros... eh:: espelhados? é... é de espelho... é pintado com jato de areia... do jeito que... forma a figura de duas mulheres no espelho... na parede tem muitos diplomas... meus... quer dizer... muitos que eu acho... né? tem doze diplomas mais ou menos de curso de estética... que eu já fiz... do meu lado no birô tem um::... um aparelho de::... ultravioleta para ( ) do meu material... uma maca onde o cliente se deita... na fren/ em frente à maca também tem outros diplomas na parede... tem uma luminária que fica em cima da maca pra iluminar a pessoa... onde eu trabalho eu fico em pé atrás da maca... tem um... um/ como se fosse uma estantezinha onde ficam os meus produtos... atrás de mim do meu lado também tem... alguns diplomas... tem um quadro lin::do... na parede de uma mulher... feito a lápis... de uma mulher de costas assim... ela está virada... de perfil... e ela está de costas e você vê o perfil do rosto dela e tem uma borboleta... no ombro...uma coisa super delicada... [a:muito] bonito... no outro canto tem uma cristaleira onde ficam alguns produtos em exposição... e:: tem um vasinho de flor... eh:: desidratada em cima dacristaleira que eu acho [a:muito] bonita... as... as flores são... em tom de rosa chá e... amarronzado e é lindo... e eu gosto muito de lá...
    E: está ótimo...

  • E: [a:bom] ... agora eu queria que você me... me falasse uma coisa que você sabe fazer... e... e que gosta de fazer... e me explicasse como se faz essa coisa... como se você estivesse me ensinando...
    I: [a:bom] ... uma coisa que eu gosto de fazer e sei fazer bem é limpeza de pele...eu sou esteticista... [a:bom] ... pra você fazer uma boa limpeza de pele [a:primeiro] você tem que... fazer uma... uma ficha de (anaminésio) com a cliente... a ficha de (anaminésio) é onde você vai buscar os dados da cliente... é o histórico da cliente... né? depois da ficha de (anaminésio) você vai pedir para a cliente deitar na maca... aí você já vai ter condição de analisar todas as características da pele dela...na limpeza de pele você tem vários passos... mas... [a:basicamente] eu vou... traçar linhas gerais pra você/ vamos supor... se você tivesse que fazer uma limpeza de pele sem ter conhecimento técnico... [a:primeiro] você vai usar um leite de limpeza... vai fazer movimentos de rotação no rosto da cliente... depois você vai retirar com algodão molhado... em seguida você vai passar uma loção tônica adequada ao tipo de pele que ela tem... oleosa... seca ou mista... né? depois você vai usar um sabonete cremoso pra remover ainda mais as ( ) que ela vai trazer... né? na sua pele...e também com uma escovinha molhada você vai... esfregar no rosto dela todo... depois vai retirar com algodão... em seguida você vai passar um creme de sílica... um creme esfoliante pra fazer uma esfoliação e afinar a capa ( ) que é essa... camada de pele que você tem contato... com o meio ambiente... depois você vai retirar tudo ((pigarro)) e vai pedir... pra ela fechar os olhos pra colocar ela ex... exposta ao vapor de ozônio... que é aquele... aparelhinho de vapor que tem na::/ que eu não descrevi na hora da descrição... e ela vai ficar ali cinco minutos... acabou de fazer o vapor... você vai desencrustar essa pele... que você está com... com uma aparelhagem elétrica... então você... põe a chavinha no desencrustador... enrola um algodão no... no (jacarezinho) que tem... dá um bastonete (de) metálico para a cliente segurar e passa no rosto dela... essa desencrustação vai facilitar a extração dos cravos depois... feito isso você vai começar a extrair... você vai envolver os seus dedos indicadores... eh:: ne... nesse papel... absorvente... e vai fazer a extração dos cravos... acabou de extrair... você passa um algodão com água oxigenada... passa uma substância a base de sódio... no/ naquele mesmo aparelho...naquele mesmo processo... [a:só] que tem que puxar a chavinhapara o ionizador... depois de ionizar essa substância... essa substância vai cicatrizar... e vai ajudar a não dar mais cravo nenhum... feito isso você vai secar... se houver algum... eh... resíduo de líquido... e vai usar um aparelho que chama alta-freqüência... um aparelho a base de descarga elétrica e com alta freqüência... então ele é bactericida... (bacteriostático)... germicida... ele vai desinfectar essa pele... depois que você fez isso vai passar para a fase de relaxamento...você vai usar um creme a base de vitaminas... eh:: [a:geralmente] com base oleosa... pra sua mão deslizar bem... você vai fazer uma massagem relaxante na cliente... acabou de fazer a massagem... você vai botar algodão no olho dela... pra ela relaxar com uma substância... calmante... né? e vai passar uma máscara... nutritiva... ou... secativa... conforme o que você estiver objetivando... e vai deixar a cliente em repouso por vinte minutos... depois de vinte minutos você vem e retira a máscara... passa um hidratante e ela está pronta pra ir pra casa...
    E: e::ta... fantástico...

  • E: eh::... a última coisa que eu queria... é um relato de opinião... eu tinha te explicado antes... eh:: o tipo de assunto que você podia abordar... se você já escolheu... quero que você me dê a sua opinião sobre ele...
    I: queria dar a minha opinião sobre::/ você tinha citado a situação... a situação geral do país... né? o que eu acho é::... que... o Brasil enfrenta uma crise... psicossocial... vamos dizer assim... uma depressão geral assim... um descrédito geral de todo mundo... isso tudo...em confronto com uma... uma falta [a:mesmo] assim... eu acho que... uma crise de vergonha... geral... da população... eu acho que... eh... falta pro brasileiro... ter mais... eh... senso de responsabilidade... ter mais senso de justiça... ter mais senso de ética... então a gente enfrenta uma crise geral... eh... em todos os setores... da sociedade... eh... você vê... o setor médico está... terrível... está caótico... a política é uma coisa que a gente nem comenta mais... eh... os advogados... que é a minha classe... são/ é uma classe super desacreditada... entendeu? porque tem sempre uma... uma falcatrua... tem sempre uma coisa... eh:: por debaixo do pano... então eu acho que... queo país vive uma crise de... de honestidade [a:mesmo] ... que não é de agora... que é uma coisa que vem desde que a gente foi criado... né? já vem com as pessoas que colonizaram o Brasil...e eu acho que é uma coisa [a:muito] difícil de se resolver... queacho que é quase genética [a:mesmo] ... mas eu acho que essa... essa transformação toda também/ eu acho que tudo tem o seu ponto de mutação... as coisas vão de uma certa maneira até um ponto... pra depois... atingirem o seu máximo... quando ela atinge o máximo ela tem que mudar... ela não vai continuar mais assim... e eu/ a mim me parece... sob um ponto de vista até otimista... que a gente está sofrendo esse ponto de mutação... porque hoje a gente já... já fala em corrupção... a gente já pune... as pessoas que estão no comando... muito mais... com muito mais... eh::... como é que eu vou dizer? mui... muito mais à vontade do que antes...a gente tem [a:muito] mais vontade de falar... o que está errado... o que tem que ser punido... o que tem que ser preso...e isso pra mim é/ está sendo [a:muito] gratificante ver que... o país está conseguindo se... se coordenar... entendeu? se estruturar... dentro de ética... eu acho que tem um movimento... um lado desse movimento é modismo... entendeu? tem muito jovem pintando a cara que eu não acredito que é assim... que seja por idealismo... que seja por patriotismo... eu acho que eles vão um pouco na onda... mas acho que isso até faz parte do... do crescimento... do amadu... do... do amadurecimento da nossa... geração... né? que é um pouco de... de ser... ser menos apática... ir mais à luta... entendeu? eu acho que a situação do país é uma situação caótica sim... uma situação crítica... mas é uma situação que tende a entrar no seu ponto de mutação... ou seja... daqui não dá mais... entendeu? tem que mudar... e eu espero que essa mudança seja pra melhor...
    E:eh... [a:muito] obrigada pela entrevista... agora eu vou dar pra Alcione... eh:: os papéis pra ela produzir os textos escritos...
Parte oral
1994
  • [s:Tudo] [v:aconteceu] [a:muito] [a:rápido] .Era um domingo e eu e meu namorado fomos pro clube.Lá estava acontecendo o campeonato de Futebol e [s:ele] [v:participava] [a:ativamente] .Durante um dos jogos, enquanto eu conversava com uma amiga, ele teve uma parada cardio-respiratória.Encaminhado para o hospital, acabou morrendo depois de ser reavivado várias vezes com choques.Sem dúvida este trágico acontecimento acabou por [v:modificar] [a:extremamente] minha vida e também minha visão da morte.
  • Uma das histórias de vida que mais me marcaram foi a do meu pai.Ele nos conta, quando em reuniões de família, dos seus tempos de caminhoneiro.Tempos em que, tendo que viajar por muitas horas, em um caminhão velho, acabava por ter que comer o seu almoço azedado pelo calor, o que acabou por lhe trazer problemas digestivos.Hoje, sendo um empresário bem sucedido, guarda com carinho estas lembranças, pois elas lhe ensinaram a dar valor a cada conquista e não esquecer as pessoas mais humildes.
  • Meu local de trabalho é uma pequena sala, localizada na loja de móveis do meu pai.O chão, sempre limpo é de tábua corrida.As paredes são pintadas de branco e vários diplomas e três quadros compõem a sua decoração.Do lado esquerdo, existe uma mesa onde eu e minhas clientes nos sentamos para fazermos a ficha inicial.Em frente a mesa, está a maca onde a cliente se deita, o pequeno armário de produtos e os aparelhos que me auxiliam durante a limpeza de pele.Não posso deixar de mencionar a pequena cristaleira no canto da sala, e o delicado vazinho de flores desidratadas que eu adoro.
  • Como fazer uma Limpeza de Pele: Comece usando um creme de limpeza em todo o rosto, retire-o com algodão úmido.Em seguida, use uma loção adequada ao tipo de pele que está sendo tratada.Complete a limpeza com um sabonete cremoso e um creme esfoliante.Leve a cliente ao vapor de ozônio, durante 5 minutos.Desencruste a pele, para que as gorduras sejam saponificadas e a estração seja menos traumática.Enrole os dedos indicadores em papel absorvente e retire os pontos pretos.Ionize uma substância cicatrizante e anticomedogênica (enxofre).Chegamos a fase de relaxamento: faça uma massagem relaxante com um creme calmante. [a:Finalmente] , aplique uma máscara nutritiva, em todo rosto e pescoço, e deixe agir por 20 minutos.Retire tudo e aplique um hidratante para a cliente ir para casa.
  • O momento atual não me permite fugir de um assunto já tão comentado: a situação econômica, política e social de nosso país.A meu ver, o Brasil vive, agora, o seu ponto de mutação, ou seja, o momento onde todas as forças convergiram ao mesmo ponto, o limite entre a estagnação e a mutação.O ponto de mutação ocorre quando determinada situação chega ao seu ápice e, sendo insustentável, acaba por mudar-se. [a:Otimisticamente] , acredito que este "boom" será para melhor e tenho por premissa a "Revolução Ética" que nos [v:surge] , [a:brilhantemente] , sob os nossos olhos.Este país ainda tem jeito.
Parte escrita
1994

  • E: [a:bom] ... estamos começando agora uma entrevista com Enéas...do quinto ano ((riso)) de direito da/ de universidade particular... Enéas... a primeira coisa que você vai me contar é uma estória que tenha acontecido com você... que tenha te marcado... tenha sido triste ou alegre ou engraçado... algum/ alguma estória assim que tenha acontecido com você... que tenha te marcado...I: [a:bom] ... eu vou contar uma coisa alegre...
    E: então conta...
    I: a primeira vez que eu andei de metrô... ((riso)) foi ((riso))
    E: pode... pode...
    I: [foi em São Paulo...] ((riso))
    E: [pode rir... pode rir...]
    I: eh... eu fui passar uns dias em São Paulo... isso tem::... uns oito anos atrás... E:( )
    I: aí... fomos eu e a minha tia... mamãe... (uma) outra prima ((riso)) aí::... tá... nós fomos... ficamos lá três dias em São Paulo... descemos naquela rodoviária doida... na... na hora de vir embora... nós pegamos um... um bairro lá... onde a minha tia mora... ((tosse de E)) aí meu primo falou assim oh... “vocês... vão no metrô... quando chegar no Terminal Tietê... vocês descem...” ninguém nunca tinha andado de metrô... a primeira vez que nós fomos andar... aí ((riso)) eu estava cheio de ma::la... com bolsa... tinha até travesseiro... até planta minha tia estava trazendo lá de uns mato que ela... pegou... ele falou assim “oh... quando o:: metrô apitar... é porque a porta vai fechar... aí vocês correm... ((riso)) então... não pára não porque a porta é automática... ela fecha mas leva vocês embora...” aí quando ele estava passando no terminal todos/ as estações... tinha um lado de entrar e outro de sair...quando chegou no Terminal do Tietê... a:: a mesma porta de entrada era a de saída... aí ((riso)) foi aquela confusão ( ) a gente com bolsa... mala e tudo... ((riso)) aí... quando a gente está passando na porta... o:: apito que vai fechar ((riso)) minha tia pegou (o travesseiro)... a bolsa... jogou em cima de todo mundo... saiu gritando correndo... “ah... sai da frente que vai fechar...” ((riso e imitação)) essa foi a coisa mais engraçada... aquele dia ( ) até no chão da rodoviária eu sentei e fiquei rindo lá... porque... foi uma palhaçada... todo mundo viu que::/
    E: [vocês eram uma cambada da roça]
    I: [que era mineiro::...] da roça...aí... a primeira vez [a:mesmo] ...

  • E: agora você vai me contar uma estória que tenha acontecido com algum conhecido seu... uma história recontada... alguém que tenha te contado uma história... que tenha acontecido com essa pessoa...
    I: [a:bom] ... essa foi((pausa na gravação)) do meu irmão... quando ele trabalhava numa/ contou que quando ele trabalhava numa fábrica... trabalhava numa fábrica de calçados... [s:ele] sempre:: [v:almoçava] [a:junto] / [s:ele] [v:almoçava] [a:sozinho] ... eh...ele não gostava muito de almoçar [a:junto] com o pessoal nãoporqueele era [a:muito] tímido... aí... a minha mãe... ela:: pra fazer angu ((tosse de E)) tinha que ((riso)) despejar num... num prato... né? deixava no prato... tampava e colocava na mesa... todo mundo gostava de comer... angu com feijão... aquelas coisas... verduras... né? aí ela... ela mandava comida pra ele também no prato... né? não mandava em marmita não... colocava um prato sobre o outro... amarrava... e mandava pra ele na fábrica... num dia... ele falou que... o pessoal chamou ele pra almoçar lá... “ pô cara... vamos almoçar com a gente aqui embaixo...” não sei o quê... “que você fica fazendo aí sozinho...” eesse meu irmão é [a:meio] gordinho... aí ele veio... ( ) com cento e dez hoje...
    E: nossa...
    I: ((riso)) aí ele falou “então tá...” aí ele pegou o prato dele... né? estava fechadinho lá... tudo... ((riso)) aí sentou na mesa... abriu... quando ele abre... era o prato de angu ((riso de E))a mãe [a:só] tinha mandado angu pra ele((riso)) aí todo mundo começou a falar “pô:: é... é por isso que você é gordo...você [a:só] come angu... [a única coisa que tem na sua casa...”]
    E: [confundiu o prato?]
    I: confundiu o prato... aí foi a maior vergonha que ele passou... ele até... chorou... aí nisso...o meu outro irmão já estava chegando lá com o prato de comida [a:mesmo] ... né?porque quando nós fomos almoçar... a mãe viu que... o angu não estava lá ((riso)) “troquei o prato... mandei o prato de angu pro Beto... e o prato da comida dele está aqui...”
    E: foi isso?
    I: foi...
    E: então tá jóia...

  • E: então agora você vai me descrever um lugar que você goste de ficar... vai me descrever de maneira que eu possa imaginar como que é esse lugar...
    I: [a:bom] ... o lugar que eu gosto de ficar? é o lugar que eu fico mais... né?assim... eu gosto de muito lugar... mas o lugar que... que eu fico mais... é o que eu mais gosto de ficar... é a sala da minha casa...
    E: então me fala como é que é a sala...
    I: [a:bom] ... a sala... a sala é [a:meia] doida...que a casa é antiga tem porta pra tudo quanto é lado ((riso))
    E: ahn...
    I: [a:só] de porta... a sala tem quatro portas... dois/ duas janelas... aí tem... tem meu/ minha estantezinha lá... com o som... vídeo... televisão... onde fica ( ) tem meus discos... onde eu coloco as revistas lá também... que mais? é... tem uns enfeitezinhos lá... umas pirâmides... uns livros... coleção de... romance... sei lá que a vizinha ( ) ((riso))
    E: e aonde estão as/ essas coisas?
    I: eh... está tudo na estante... fica tudo na estante... os livros que eu te falei... a televisão fica na estante... o som também... o vídeo... os livros... revistas... tem as caixas de som... do lado... tem planta... porque eu gosto muito de planta também... tem bastante planta... tem violeta... tem... tem samambaia... tem... umas plantinhas lá que eu cuido... aí tem... sofá dois e três lugares... né? eu gosto mais de dois lugares... que aí eu fico deitado ali... é a posição melhor pra... assistir televisão... tem um quadro/ dois quadros do Charlie Chaplin... que eu ganhei das namoradas... ((riso)) tem o que mais? essa semana chegou mais três quadros lá... de Cachoeiro... umas fotos lá de Macaé... que eu ganhei da minha irmã ( ) mandou (de presente)... três quadros... mais o quê? ah... o teto ( ) o teto da sala tem bem um:: mapa assim... sabe?
    E: tem um o quê?
    I: acho que / parece um mapa do Brasil... está descascando ((riso))
    E: [a:legal] ((riso))
    I: é... legal ((riso)) o que mais? aí o tapete da mesinha de centro... em cima da mesinha ( uma pirâmide... é isso aí... a sala... o lugar que eu mais gosto de ficar...
    E: tá jóia... tá ótimo...

  • E: agora você vai me ensinar... você vai me falar uma coisa que você sabe fazer... e você vai me ensinar... se você/ vai me falar como faz... como se você estivesse me ensinando... como que faz essa coisa/ esse negócio... uma coisa que você saiba fazer... qualquer coisa... [bom pode pensar] I:[( )]
    E: em qualquer coisa que você saiba fazer... I não pode ser qualquer coisa... né?
    E: é... não... qualquer coisa assim... que você saiba ((riso)) uma coisa interessante... que você saiba fazer... algum tipo de comida... alguma/ ou:: algum tipo de esporte... alguma coisa que você saiba fazer... você vai me ensinar como faz...
    I: [a:bom] ... eu gosto de fazer pizza...
    E: ahn...
    I: adoro fazer pizza...
    E: então me ensina como é que faz...
    I: [a:bom] ... eu fa/ ah... tem que falar a massa... [tudo... descrever a massa?]
    E: [tem::...]
    I:a massa... como que é a massa... gente? [a:bom] ... é fermento... né?aquele fermento... fleishman... fermento fleishman... leite... farinha... pouquinho de sal... aí mistura tudo ali... vai batendo... deixa depois... deu... né? deu aquela liga... a farinha está legal... deixa descansar um pouco... deixa ela descansar uma meia-hora... aí nisso... enquanto ela está descansando.... eu vou... começo a/ gosto de colocar um lingüici::nha... milho verde... ((riso)) ovo cozido... azeitona... aí ( ) faço o molho... né? com tomate... tomate... cebola... deixo o molho lá... esquentando... gosto de colo/ deixo ( ) orégano separado também... queijo... o presunto ((riso)) ela... ((distúrbio de gravação))um dia você vai comer ainda... é [a:muito] gostosa((riso))
    E: aí mais o quê?
    I: aí::... tá... a massa está legal... unto o tabuleiro... né? com óleo... abro a:: a massa... aí... coloco no forno um pouquinho pra esquentar... venho... com o queijo... presunto... jogo o molho... a lingüicinha... ovo cozido... milho verde... orégano... mas ((riso)) ela fica indecente de gostosa...
    E: ah... mas... quanto tempo que leva no for::no?
    I: ah:: eu ( ) eu coloco... né?assim [a:primeiro] pra deixar ela ficar um pouco já cozida pra depois... jogar... deixo ela cozinhar um pouquinho... aí tiro... aí coloco o queijo... o presunto... jogo o molho... né? por cima... aí vou enfeitando ali com ovo cozido... lingüiça... milho verde...[v:volta] [p:de] [a:novo] pro forno... e em dez minutinhos está pronta pra ser devorada...
    E: vamos fazer? ((riso))é [a:só] isso?
    I: só...
    E: então tá ótimo...

  • E: agora a última coisa... você vai falar um relato de opinião... seu/ sua... por exemplo... então já que você faz direito... né? o que que você acha do curso de direito... da advocacia... por exemplo... se você quiser falar de outra coisa pode... agora um exemplo é isso... o que que você acha da advocacia... da importância da advocacia... do curso/ ou do curso de direito... a importância que ele tem...
    I: [a:bom] ... o curso é [a:muito] importante e interessante... né? porque você se... sente quevocê pode ser útil... ajudando muitas pessoas... [a:principalmente] pessoas carentes... né?que hoje tão sofridas aí com... a situação do país...você pode ajudá-las [a:igual] no estágio que eu fiz... eu ajudei muitas pessoas... carentes... com problemas assim... porque... esperar do governo ( )elas estão [a:totalmente] desamparadas...eles fazem de tudo pra complicar... [a:principalmente] os miseráveis... né?eles sofrem muito quando precisam de alguma coisa... algum (atendimento)... e:: a gente com esse curso...a gente pode... ser [a:muito] útil pra eles... prestar muito serviço pra comunidade... né? procurar fazer um pouco mais de justiça nesse país...porque... esperar [a:só] do governo está [a:muito] difícil... e::... está::/ aí também é um curso... que tem muito assim... campo... né? muita área... você pode fazer muito concurso... hoje está bem aberto a... essa/ o governo tudo que ele faz é inconstitucional... tem muito serviço aí pra outros advogados... né? pro IPMF é útil... né? é útil a batalha aí que nós (estamos tentando) direito constitucional... outras áreas que tem... hoje... direito ecológico... né?direito tributarista... que está... muito em debate hoje... sendo [a:muito] usado... um curso [a:muito] bom...
    E: tá ótimo...
    I: tá bem?
    E: tá jóia... tá ótimo...
Parte oral
1994
  • Foi em São Paulo, ha alguns anos atrás que andamos pela primeira vez de metrô (eu, mamãe, uma tia e uma prima).Fomos para casa de uma tia na periferia da cidade, onde passamos três dias.Na volta um primo nos instruiu para pegarmos o metrô e saltarmos no terminal Tietê, prestando atenção às portas, que são automáticas e se fecham logo após o sinal.Lá chegando [a:só] havia uma passagem para entrada e saída, por isso quando tocou o sinal foi uma tremenda confusão;entrávamos esbarrando em todo mundo com a bagagem, malas e mais malas, até plantas, que minha tia carregava enquanto gritava sem parar que as portas iriam se fechar.Foi [a:muito] divertido!
  • Meu irmão trabalhava em uma fábrica de calçados e, na hora do almoço ficava só, na parte de cima, porque, [a:muito] tímido, ficava com vergonha de se sentar e almoçar com os colegasna parte de baixo do prédio, onde todos se reuniam.Um dia por insistência dos colegas foi almoçar com eles.Ao despampar seu prato ( a mãe não mandava marmita, mas um prato coberto) ele estava cheio de angú.Tal foi sua surpresa e vergonha (todos começaram a rir e a dizerem que era por isso que ele era gordo, que ele chegou a chorar, até que outro irmão chegou trazendo o prato certo e explicou que mamãe trocou o prato dele pelo de angú, que fica, como de costume, em cima da mesa para que todos se sirvam.
  • Em casa gosto muito de ficar na sala que me agrada muito.Tanto na decoração como na arquitetura, (é uma casa antiga, com muitas portas e janelas).E onde estão minhas coisas, as estantes com meus livros, aparelho de somo, discos, alguns enfeites que eu gosto, pirâmides, vídeo, muitas plantas como samambaias e violetas, quadros de chaplim que ganhei de algumas garotas.Tem também uma mancha no teto que lembra o mapa do Brasil, que fico olhando quando estou deitado no meu sofá favorito, onde fico assistindo TV.Acho [a:muito] agradável!
  • Preparo a massa com farinha, leite, sal,misturando tudo [a:muito] bem, depois deixando descançar por meia-hora.Enquanto isso vou picando tudo em rodelas;linguiça, cebola, ovos, tomates, queijo, presunto.Vai-se enfeitando e preparando o molho.Muito orégano.Levo ao forno pré-aquecido,Fica [a:realmente] [a:muito] boa!Gosto muito de fazer (e comer) pizza!
  • Acho muitíssimo importante, [a:principalmente] na situação em que se encontra o país, onde milhares passam por necessidades e nós com o curso de direito podemos fazer alguma coisa por eles, como eu tive a oportunidade de faze-lo em meu estágio.Procuro ser útil à comunidade da melhor forma possível, aproveitando a diversidade de cursos, ampla área com muito campo de trabalho; Direito Ecológico, Direito Tributarista etc.Por estas e outraseu acho [a:muito] importante, por podermos ajudar às pessoasajudando com isso a [v:melhorar] as condições do pais, o mais [a:rápido] e da melhor maneira possível.
Parte escrita
1994

  • E: Ronaldo é do último ano:: da:: graduação do curso de letras aqui da UFJF... Ronaldo... a primeira coisa que eu queria... é que você me contasse uma... uma... uma história interessante que tenha acontecido com você... um fato emocionan::te... uma coisa que você se lembre... que possa/ que você ache interessante ser contado...
    I: eu vou contar... a última fuga...
    E: pois é... você tinha me falado falado que você fugiu de casa uma vez... né?
    I: em oitenta e oito... eu tranquei matrícula pra fazer informática em Viçosa... eh... tranquei matrícula mas fiquei em casa morcegando o tempo inteiro... eh... em abril mais ou menos... que eu tranquei... e fui fazer cursinho... fiquei parado... e...os meus pais... ficaram [a:muito] revoltados com esse trancamentoporque... o curso de informática é um curso que oferece... muita perspectiva sócio-financeira... né? [a:principalmente] porque eu falava que ia fazer alguma coisa na área de huma::nas...que não estava mais a fim de continuar na área tecnoló::gica... essas coisas... aí eu sei que começou/ entrou o segundo semestre... e a pressão aumentou ainda mais... porque... eu comecei a entrar/ comecei a fazer cursinho... pré... mas::... sei lá... não gostei... não dava pra aquilo... nunca fiz cursinho... aí fiquei um mês... depois parei... de ir às aulas... mas não comuniquei a minha mãe... aí ela descobriu ((riso)) (o que acontecia...)
    E: que ano foi isso?
    I: oitenta e oito...
    E: quantos anos você tinha?
    I: tinha dezoito... aí ela descobriu que... eu não estava mais freqüentando... aí armou... né? o maior circo lá em casa... aí eu (aproveitei... teve) uma vez que ela e meu pai foram viajar... aí resolvi fugir de casa... ( ) fugi de casa... eh:: deixei uma cartinha... né? tradicional carta de despedida... aí eu fui... fui pro Rio... eu estava assim... na época... eu estava lendo muito Jorge Ama::do... eu estava afim de::... sei lá...eu andava com umas idéias [a:meio] ripongas na cabeça... eu queria ir pra Ilhéus... né? ficava encantado... ( ) ficava encantado com aquelas expressões do... do Jorge Amado sobre Ilhéus...aquele universo [a:muito] ... (lascivo) né? da::/ dos livros dele... aí... fui pro Rio... porque não tinha Juiz de Fora... (porque não estava/) não conseguia ônibus daqui pra Juiz de Fora... pra Juiz de Fora não tem ônibus direto... aí fui pro Rio... aí no Rio fiquei/ eh:: parei uma noite na rodoviária... porqueeu cheguei lá [a:muito] tar::de... não tinha mais ônibus por lá... aí fiquei rodando lá... aí no dia seguinte eu peguei o ônibus... fui pra Ilhéus.... aí cheguei em Ilhéus... uns dois dias depois... né?a viagem é... é longa... [a:só] que quando eu cheguei em Ilhéus... eu já estava mais... frio... né? quer dizer... a raiva já tinha passa::do... e... eu estava começando a ficar/ já estava começando a medir as minhas conseqüências... do que eu estava fazendo...
    E: e dinheiro?
    I: dinheiro eu tinha muito dinheiro... né? e interessante... porque a minha mãe sempre me dava cheques em branco... pra eu ((riso)) pra eu pagar as contas... né? pra fazer Alian::ça... fazia inlgês::... né? uma série de coisas... e como eu nunca sabia o preço... ela já me dava o cheque em branco... pra eu preencher... na hora... de pagar... né? e então eu preenchi... peguei um...um desses cheques em branco... desses que ela tinha dado pra mim [a:recentemente] ...preenchi num valor... mais alto/ mas eu tinha dinheiro também... tinha dinheiro no banco e tal... aí tirei tudo... pra comprar passagem... né? mas... não era mui::ta coisa não... aí eu cheguei em Ilhéus... aí eu vi que não dava pé... queIlhéus é uma cidade... que não tem nada... é [a:muito] pequena... e::... sei lá ( ) já estava começando a ficar... mais::... preocupado... né? com essa (atitude) que eu tinha tomado... aí eu vim pra Salvador... aí em Salvador eu fui de carona... em Ilhéus eu conheci um pessoal... fiquei uns cin... cinco dias em Ilhéus mais ou menos... eles iam para Salvador... e eu acabei indo... pra Salvador também... aí chegou em Salvador... fiquei em Salvador uns quatro... cinco dias também... mas também não gostei... sei lá... Salvador... eu não gostei de Salvador... depois eu voltei a Salvador e adorei Salvador... mas na época eu não sei...eu acho que [s:eu] não [v:andava] [a:muito] [a:legal] ...sei que não gostei de Salvador... queria continuar viajando... aí eu arrumei uma carona... e fui cruzando... o nordeste até Fortaleza... depois de Salvador... aí cheguei em Fortaleza... depois de quase/ mais de uma semana de estrada... pegando carona de um lugar pra outro... né? conheci lugares... inúmeros... né? mas não fiquei em nenhum deles... não dava... né? o sertão...o sertão nordestino... [a:particularmente] aquele sertão... da:: da Paraíba... de Pernambuco... que a gente passa pra ir pra Fortaleza... vindo de Salvador...é [a:muito] pobre... aí cheguei em Fortaleza... aí já tinha quase um mês... que eu tinha fugido de casa mais ou menos ( ) aí eu fiquei em Fortaleza mais uns quatro... cinco dias... aí eu resolvi ligar... eu... estava morando com um cara... tinha conhecido o cara numa república... era uma república... os outros dois estavam na época de férias... e já era quase dezembro e tal... não sei se era férias... acho que era greve... uma greve... não sei ( ) sei que as duas pessoas eram de fora... e tinha um cara que eu fiquei conhecendo... um cara que fazia economia na... Federal do Ceará... e estava martelando demais comigo... que não era assim “você não pode construir sua felicidade em cima da infelicidade dos seus pais... seus pais já devem estar desespera::dos...” esse tipo de coisa... aí eu resolvi ligar... né? mas aí liguei... aí começou a chantagem emocional... quer dizer/ e fora isso... quer dizer... fora essa pressão que havia pra... pra eu fazer alguma coisa... né? pra não ficar à toa... se bem que eu não estava à toa... né? eu fazia francês... fazia inglês... fazia mil e uma coisas... eu não estava na universidade... não estava... né? com uma carreira encaminha::da como eles gostariam... né? aí a chantagem emocional... continuou... liguei mais umas duas... três vezes... minha mãe... estava querendo ir pra Fortaleza... pra conversar comigo... aí uma hora (eu vi que também) que eu não conseguia nada... né? arrumar nada pra fazer em Fortaleza...não sabia fazer [a:absolutamente] nada...aí resolvi voltar... aí eu voltei... voltei de carona ( ) na estrada... pra chegar aqui...
    E: nossa...[nunca] ia imaginar esse seu lado aventureiro ((riso))
    I: [é...]
    E: [ousado...]
    I: [mas é bom] que depois nunca mais não houve pressão pra nada ( fiz [vestibular pra comunicação...] passei...
    E: [( )] depois você transferiu?
    I: depois eu mudei de curso...
    E: [a:só] que eu racho a pedra cada vez((riso))

  • E: eh::... ah... a outra coisa... você lembrar uma história que alguém tenha te contado... uma história interessante... que você acha que mereça ser recontada... alguma coisa que você lembre...
    I: vou contar uma a recente aqui... que é da:: faxineira... ela chegou lá em casa (assim) umas dez... onze horas mais ou menos... falando que o irmão dela... tinha sido::.../ tinha:: perdido grana num... num golpe... sofrido um golpe... né? ontem... na... na rua... ela estava falando que ele estava saindo do banco... com o dinheiro... que ele trabalha... não sei onde... e foi abordado por uma::/ por dois caras... né? um deles falando que tinha um bilhete premiado... da:: loteria... não sei... da sena... uma coisa assim... e... e falando que::/ pedindo... que estava sem documento... e pedindo pro... pro irmão dessa... dessa faxineira... pra tirar/ retirar o dinheiro... que estava na Caixa... que ele estava saindo da Caixa... pra retirar o dinheiro... pra ele... né? do::.../
    E: do prêmio...
    I:do prêmio... que ele tinha recebido... [a:só] que ele pediu uma garantia... né? pra::/ pro irmão dela não fugir com o dinheiro ( ) não me lembro não da quantia... ( ) muitos detalhes... eu lembro que ele pediu uma garantia e::... aí pediu algum dinheiro pra::/ aí ele perguntou quanto de dinheiro... quanto de dinheiro tinha... quanto de dinheiro esse irmão da faxineira tinha... ele falou o que tinha...falou a verdade... foi [a:muito] ingênuo... aí deixou aquele dinheiro com ele... que era mui::to menos do que o cara deveria receber como garantia de que::... ele voltaria com o dinheiro... aí o::/ esse irmão da faxineira foi... entrou... no banco pra retirar... chegou lá no caixa... viu que não tinha nada... aí quando voltou... já não tinha mais ninguém...
    E: ai... que horror... que sacanagem...
    I: perdeu... mas acho que não perdeu mui::to dinheiro não... quer dizer... [s:ele] ... [v:foi engrupido] [a:direitinho] ... né?
    E: é... tem isso também...

  • E: Ronaldo... a terceira coisa que eu tinha te falado antes... que eu acho que é:: é uma coisa... mais tranqüila pra gente... você me descreve um lugar que você goste de ficar... que você fica bastante... que você conheça bem... com o máximo de detalhes possível...
    I: meu quarto...
    E: e::... ((riso))
    I: ( ) meu quarto... que que tem meu quarto? meu quarto tem::... tem minha cama... tem um criado... tem duas estantes... carregadas de livros... né? não cabe mais nem um livro ali... tem meu armário... tem minha escrivaninha... minha mesa... tem meu teclado... minha banqueta do meu teclado... a banqueta da minha escrivaninha... é o que tem... em termos de mobília... né? fora tapete... cortina... quadro... essas coisas todas... tem livro pra tudo quanto é lado... livro (quase) no chão... (de vez em quando) você vai tropeçando em livro... volta e meia a gente tem que colocar ( ) inseticida... por causa de traça... dá muita traça no meu quarto...
    E: estante... como é que é? é essa de ferro?
    I: é essa de ferro ( ) tudo cheio de livro... lá em casa... o único que (lê) livro sou eu...
    E: ((riso)) aqui era eu... quer dizer... (tinha esses livros) de colégio... mas... a casa sofreu um baque quando eu saí ((riso)) ( ) as coisas do lado de fora... tudo era cheio de livro...
    I: pois é... ele é grande... meu quarto é bem grande... é o maior da casa... maior até que a sala... que a minha casa tem dois andares... no andar de cima... quando construiu o andar de cima... previu/ o meu pai previa queele e a mãe dormiriam no quarto... [a:só] que depois de construído... o andar... ele:: decidiu/ ela decidiu... a mãe decidiu que não moraria em cima de jeito nenhum... que ela não queria subir escada... descer escada toda hora...então eles ficaram embaixo onde estavam [a:mesmo] ... e eu subi... eu e minha irmã subimos... pro andar de cima... e então eu acabei ficando com o quarto maior... e ela ficou com:: ( ) ah tem uma aparelhagem de som também... no quarto... ((riso))
    E: que irmã que é essa? é mais nova que você?
    I: é... faz comunicação... tem dois anos mais ou menos... tenho vinte e três... ela tem vinte e um... ele dá::/ a vista dele dá pro quintal... ( ) é o último quintal arborizado do bairro...
    E: uau...
    I: e::... acho que é isso... não sei... fora... a bagunça do quarto...
    E: eu estou tentando organizar o escritório um dia... por isso que eu perguntei ( )
    I: um dia se eu organizo uma coisa eu perco...
    E: mas eu estou querendo também... não perder/ jogar algumas [coisas fora...]
    I: [(ah... eu jogo tudo fora)]
    E: não suporto tantas tralhas ((riso)) na minha vida...
    I: eu jogo tudo fora... eu jogo papel... folha... por exemplo... agora... né? mandaram os papéis pra Campinas... pro mestrado... tenho que sair correndo atrás das pessoas com quem fiz algum trabalho de literatura... pra poder mandar... porque::... jogo tudo fora...
    E: mas tem que mandar trabalhos de...
    I: tem que mandar trabalhos adicionais ( ) além do meu trabalho no projeto de pesquisa... da PROEP... que eu mandasse também um trabalho de literatura... uma prova... uma monografia... um ensaio...uma coisa assim... [a:só] que eu (vou) jogar tudo fora... é que fiz algumas... [em grupo]
    E: [é... eu jogo] quase tudo... por isso que eu apavorei agora ((riso))
    I: alguns em grupo... né? ( ) pessoas ( ) se tiver feito alguma coisa... pra ver se elas guardaram... né?( )

  • E: a gente podia falar agora... o seguinte... eh:: a gente conversou antes... e eu pensei em sugerir um assunto... que eu acho que você estaria familiarizado com ele... porque também é um assunto eh... com o qual eu estaria familiarizada...como a gente está numa posição... [a:meio] parecida... eh:: gostaria de pedir pra você falar sobre... eh:: os trabalhos que o curso de letras abre pra você... o campo de trabalho que o curso de letras abre... o que que você acha atraente nas carreiras... a que você pode ter acesso através do curso de letras... quais são as principais dificuldades que você vê em... optar... por exemplo... pelo magistério... pela carreira acadêmica...
    I: ah...eu só tenho uma/ na verdade... eu [a:só] tenho uma opção... magistério... quer dizer... quem faz letras... eu acho que já está desde o iní/ desde o início/ ou faz letras por hobby... como várias/ no caso de várias pessoas...
    E: ilustração ((riso))
    I: é... pra ilustração...
    E: aquelas que esperam marido... né? que... vai [ficar uma dona de casa culta...]
    I: [ou pessoas que já se formaram...]
    E: [é... isso também...]
    I: [( ) que fala isso...] ela recomenda hoje todo mundo fazer letras ...
    E: quem que fala?
    I: ( ) ela fala que acha lin::do fazer letras... mas aquele [lin::do/]
    E: [todo mundo] acha lindo... né?
    I: é... esse lindo que já traz essa/ toda essa conotação de::... quer dizer...é lindo... mas inútil... [a:só] serve pra [educação... né?]
    E: [é um hobby... né?]
    I: é...pra educação [a:mesmo] ... doméstica... quer dizer... que não tem muita utilidade na... na vida... prática... né? de todo dia... eu acho que quem faz letras...se encaminha eu acho que... [a:invariavelmente] pro magistério... a menos as pessoas que fazem bacharelado em tradução... né? que aí você cria uma opção... aqui tem... né? já está tendo aliás curso de bacharelado... tanto em inglês quanto em francês...
    E: você não está fazendo isso não?
    I: não... não dá... né? estou fazendo só:: ( ) as matérias do estágio... pra poder me formar... mais não dá... até gostaria de fazer... mas eu acho que o campo de tradução... pelo menos o campo de tradução do inglês e do francês...ele é [a:muito] restrito... quer dizer... há muita coisa pra ser traduzida...mas aqui em Juiz de Fora [a:particularmente] ... quer dizer... você vai ficar traduzindo o quê? capítulos de livro pra professor... esse tipo de coisa... quer dizer... eu acho que tem... que tem se montar uma firma de tradução... uma coisa assim... né? pra dar dinheiro... mas inglês e francês o que não falta... é tradutor... né? se ainda fosse uma língua mais exótica... ou russo... ou alemão... entendeu? eu acho que a tradução poderia até ser um:: caminho viável... mas... o magistério... quer dizer... é a opção da imensa maioria do curso... eu acho que o curso de letras ele acabou se...subtraindo a uma série de áreas que ele poderia atuar e [a:muito] bem...que foram encampadas [a:inclusive] pela comunicação... área de roteiro por exemplo...
    E: é verdade...
    I: quer dizer... a gente não tem nenhuma disciplina de roteiro...a gente não produz nada... [a:literariamente] a gente não produz nada no curso...
    E: é:: eu sou impressionada com isso também...
    I:a gente [a:só] produz em termos críticos... em termos acadêmicos... né? eu acho que é um grande defeito do curso esse/ essa falta de direcionamento pra... pra outras possibilidades que não o magistério... eu acho que todo o curso já se volta... pro magistério como se essa fosse a única alternativa possível... pra quem faz letras... né? tem a área de roteiro... por exemplo... eu acho que é uma área... fantástica... que a gente poderia criar muito...a gente tem um acesso a uma produção... literária... também imensa... e [a:criticamente] ... quer dizer... (sem) o::( ) percebi no curso de comunicação... então tem sempre essa::...
    E: é... eles tem bem o clima de oba-oba...
    I: é... é...é [a:muito] tecnicista o curso de comunicação... né? ( ) o curso de comunicação porque eu acreditava na época ( ) formação humanística... [porque eu acreditava no curso de comunicação...]
    E: [ah... mas ( )]
    I: pelo ecletismo que ele envolve... quer dizer... (necessitaria) um pouco de tudo... (eu pensava) que o curso de comunicação me daria essa formação... eu sabia (essas coisas)... se eu fosse pra letras tudo bem... eu teria formação na área de literatura... mas na de filosofia... de história... tudo mais? quer dizer... você/ o curso de letras ... ele não... cobriria essas duas áreas... comunicação... como é uma coisa mais abrangente...eu acreditei [a:ingenuamente] que sim... né? que o curso de comunicação daria cabo... de todas essas áreas de conhecimento... mas... ledo engano... porque cheguei lá... [a:realmente] o primeiro ano é um ano que você tem uma espécie de enriquecimento... né? de universidade... mas... a partir do terceiro período é... técnica... é técnica de redação... é técnica de roteiro... é técnica disso... é técnica daquilo... o curso acaba... né? se resvalando pra técnica... e apenas a técnica... e você... não tem conteúdo mais nenhum... ou seja o conteúdo eles pressupõem que você já tenha... que você já traga... de fora... tanto que a maior parte dos jornais de hoje já não aceitam que o jornalista tenha apenas o curso de jornalismo... né? eles exigem uma... especialização em alguma outra área... em política... em... literatura por exemplo... né? pra você escrever... crítica literária no jornal::... esse tipo de coisa... então/ quer dizer... essa... essa a minha grande decepção no curso de... de comunicação... e por isso... eu saí da comunicação... por causa disso... mas letras eh... desde o início::/o que me a... me assustava em letras era [a:justamente] essa falta de alternativa... né? ou você fazia/ ou você dava aula ou você dava aula... quer dizer... você fazia letras... (faz o que) muita gente faz... você faz letras e vai trabalhar no Banco do Brasil...
    E: é verdade...
    I: entendeu? quer dizer... você faz mas já abrindo mão... da:: daquela/ daquele curso como carreira... né? daquele curso como/
    E: acaba fazendo pra enriquecimento e arruma uma carreira pra valer ((riso)) assim... que dê dinhei::ro...
    I: é:: quer dizer... se der... ( ) todo profissionalismo possível... né? pra poder fazer o curso... porque você não está ali pra aquilo... mas... quer dizer... as possibilidades eu acho que são essas... de poder explorar mais a área de produção literária... a área de roteiro... a área de tra... área de tradução... uma área por exemplo... que dá... muita grana... é a de/ era/ seria a de tradução... ( ) aquela de tradução [simultânea...]
    E: [simultânea...]
    I: que você ( ) em congre::sso... ( ) é uma barbaridade...
    E:é... eu sei... paga-se [a:muito] bem...
    I: pra... pra fazer isso... né? e investe... o Centro de Minas investe nisso... mas ele não investe nem em tradução... ele investe assim... volta e meia...e [a:muito] :: [a:raramente] ... como agora... nós temos três ou quatro anos... no máximo... bacharelado em tradução... (nós temos que retomar)... o mercado estava afastado... e estamos tentando... em inglês e francês... nós já temos quatro anos mais ou menos... que tem bacharelado em tradução... ( ) já se encaminha... né? quando faz letras... pra... pra área de magistério... o magistério... nada que eu tenha nada contra/ não tenho nada contra o magistério não... né? mas ( ) o magistério no Brasil é suicídio financeiro... né? quer dizer...você ser professor no Brasil... [a:infelizmente] ... é você ter que dar sessenta horas aula por semana... pra poder ter um padrão de vida razoável... né? trabalhar pra burro...não ser reconhecido... [a:muito] pelo contrário...
    E: engraçado... que... as suas consideração sobre o curso de letras e os problemas são bem parecidas com as coisas ((riso)) que eu acho também...
    I: acho que... mais ou menos parecida com o que todo mundo acha... né?
    E: é... não:: é... tem... tem até um público que...
    I: tem muita gente que caiu no curso de letras de pára-quedas... né?
    E: é... que sem querer ( ) bom... eu acho já acabamos... né? o relato de opinião... então agora eu vou desligar pra uma conversinha particular ((riso))

  • E: eh:: eu estou continuando a entrevista com o Ronaldo... porque a gente não fez essa parte na última vez... é o relato de procedimento... eu tinha conversado com ele já antes e explicado como é que era... ô Ronaldo... então vamos ver se agora a gente resolve essa parada ((riso)) eh:: eu queria que você me falasse uma coisa que você sabe fazer... e a gente tinha pensado antes... quem sabe uma coisa que você aprendeu na aula de educação artística... alguma coisa assim... eh:: e explicasse (como) se faz essa coisa assim... eh... os passos... eh... eh... desse procedimento... né?
    I:vou falar o exemplo... de aula de educação artística... [a:mesmo] porque... é o que me ocorre... né?é um procedimento eu acho que... [a:razoavelmente] conhecido... você pega uma folha de papel branco... qualquer... qualquer papel...você colore com:: um lápis de cera... você [v:colore] muito [a:forte] ... né?e preenche toda a folha...você pode preencher com uma [a:só] corou pode preencher com várias cores diferentes... depois você passa nanquim por cima... nanquim de preferência preto ou uma tonalidade mais escura do que as cores... que você::... que você desenhou... que você desenhou o papel... e depois você pega um estilete... um:: palito... ou alguma coisa assim... e sai desenhando em cima do nanquim... aí você tem um contraste interessante entre... o desenho do nanquim no fundo... e fica (diferente) da cor... que você trabalhou... é isso...
    E: ( ) [a:legal] ...eu me lembro... disso também... também aprendi...
    I: é... um pouco mais ((riso))
    E: ((riso)) então... eu estou terminando... de vez a entrevista com o Ronaldo... a gente vai partir agora para a coleta dos textos escritos...
Parte oral
1994
  • Das minhas inúmeras fugas, a mais longa e significativa ocorreu em outubro de 1988.o trancamento de matrícula na Universidade, a desistência de cursar qualquer curso pré- universitário, a indefinição sobre o futuro - enfim, a minha "vagabundagem", para usar a terminologia paterna - tornaram insuportável a convivência familiar.De todos os lados, todos os tipos de pressões.Veladas e não.Aproveitei-me, então, de uma viagem dos meus pais - o feriado do dia 12 - para fugir de casa.Fascinava-me não apenas a possibilidade de liberdade, liberdade itinerante,à maneira da "beat generation", [a:principalmente] Jack Kerouak, ams iludiam-me um romantismo ainda adolescente e a perspectiva de aventura.Tudo era possível.Uma das coisas que mais me encantava na época era o que Sérgio Buarque de Hollanda chamou "visão do paraíso".A possibilidade de "dionização" da minha realidade - tão apolínea, então;a possibilidade de retorno a um estágio de vida natural, espontâneo, [a:mesmo] primal;a possibilidade de mudança radical conduziu-me, sob os auspícios de Jorge Amado e todos os regionalistas,para o Nordeste, [a:particularmente] essa cidadefetiche que chamam Ilhéus.Não havia, porém, na época, ônibus direto Juiz de Fora-Ilhéus.Parti, assim, para o Rio, pra desembarcar na Bahia apenas 3 ou 4 dias depois.Conheci algumas pessoas interessantes em Ilhéus, mas conheci também a realidade de uam cidade pequena e pacata, tão limitada quanto Juiz de Fora.Ilusões perdidas e refeitas, parti para Salvador.Salvador também não me encantou, pelo menos não naquela época.Não sei se pelo meu vezo "beatnik" ou se pela própria cidade, resolvi migrar mais uma vez.É [a:extremamente] difícil replantar as raízes arrancadas;e eu começava a perceber que a minha peregrinação tinha seu preço: a angústia, a solidão "a vertigem intelectual do infinito", para citar Pascal.Parti então para Fortaleza, cruzando o Sertão.Foi o meu primeiro contato genuíno com a miséria deste País.Miséria que me espantou e que, pela primeira vez, me acenou com a possibilidade de eu,pequeno burguês [a:completamente] inepto, ingênuo e tolo, morrer de fome.E [a:só] não morri de fome em Fortaleza porque fiz amigos.Que me convenceram a ligar pra casa.Não resisti, então, à chantagem emocional: minha mãe doente, a família enlutada, muita dor.Assim, voltei.Cem anos mais velho.Mas não ainda o suficiente pra não jamais me arrependido.
  • Rita, a faxineira que trabalha na minha casa, apareceu, semana passada, com a notícia de que seu irmão havia sido vítima de um golpe.O rapaz estava saindo do banco quando foi abordado por um homem que se dizia vencedor do prêmio de uma loteria qualquer.O homem, contudo, não trazia os documentos e não poderia, portanto, retirar o dinheiro.Uma segunda personagem, outro homem, apareceu então, convencendo o irmão de de Rita a retirar o prêmio em lugar do sorteado, em troca de uma boa porcentagem;exigia, porém, como forma de garantia, que o rapaz lhe deixasse a carteira e todo o seu dinheiro.O irmão de Rita, [a:muito] [a:ingenuamente] , [v:aceitou] a proposta, voltou ao caixa e, não conseguindo retirar o prêmio, que não existia, saiu à procura dos homens, que, como se esperava, haviam desaparecido, levando seu dinheiro e documentos.
  • Meu quarto contém, além dos óbvios cama e armário, uma escrivaninha, uma aparelhagem de som, um teclado, um cesto de papéis velhos e duas estantes carregadas de livros.Muitos livros, por toda a parte: nas estantes, no armário, sobre o armário, na escrivaninha, no chão.Há ainda dois tapetes, um criado-mudo e uma janela, que dá para o quintal.É, [a:definitivamente] , o lugar mais entulhado da casa, mas também o de que eu mais gosto.
  • As aulas de educação artística são uma boa fonte - e talvez a mais óbvia - para relatos - muito pouco inteligentes, aliás - de procedimento.Uma das técnicas consiste em se pegar uma folha de papel, de preferência branco, e preenchê-la toda com lápis de cera;aplica-se sobre essa folha, em seguida, tinta nanquim, desenha-se, com um estilete, sobre a superfície (negra) da folha, revelando então a cor do fundo, intocada e secretada pela tinta que se lhe foi superposta.O efeito é interessante.
  • Os cursos de Letras não nos oferecem muitas alternativas;o magistério [a:invariavelmente] revela-se opção obrigatória.Muitas, porém, são as alternativas possíveis, ou muitas deveriam ser.Por exemplo, a tradução, uma área ainda [a:insatisfatoriamente] explorada.Mas a grande veia intocada refere-se, sem sombra de dúvida, à inexistente produção literária acadêmica.Os currículos de Letras [a:praticamente] excluiram a criação poética,centrando-se num [a:freqüentemente] ávido discurso crítico.Roteiros, textos literários, poemas, atividades multimídia que envolvam a liguagem, enfim,toda uma vertente da criatividade verbal foi [a:sumariamente] esquecida pela Universidade, esse cemitério da língua.
Parte escrita
1994

  • E:estou começando a entrevista com a Silvany... do último ano da Faculdade Vianna Júnior... [a:bom] ... Silvany... a primeira coisa que eu queria de... de você... é que você me contasse uma história... que tenha acontecido com você... e que tenha sido marcante... pode ser triste... engraçado... o que você preferir...
    I: tá bom... eu tenho um amigo meu que:: é da minha/ que estuda comigo... na minha faculdade... aí marcou um churrasco... na casa dele... aí quando eu cheguei lá... tinha muita gente... vários rapazes... fui eu.. esse meu amigo e um outro amigo também... aí quando eu cheguei lá... eu vi logo um rapaz que eu conhecia do fórum onde que eu trabalho... achava ele uma gracinha... e::ele tem um irmão gêmeo... que [a:inclusive] os dois ficavam me paquerando... aí... eu fiquei conversando com um::...conversava com outro [a:amigavelmente] ... aí no final do churrasco todo mundo bebendo... eu vi que tinha até um clima ten::so entre os dois... eu vi que eles estavam discutindo... aí daí um pouquinho sumiram da festa... desceram... né? que a casa do meu colega tem a parte de cima... o terraço... tem a parte de baixo... eles desceram porqueestava dando confusão... [a:inclusive] nós até viemos embora... de... depois eu soube que eles briga::ram... eles são gêmeos... né? eles briga::ram... mas não sabia porque... aí nos viemos embora... aí no outro dia... meu amigo me li... me ligou... e falou que/ perguntou se/ porque que/ se eu sabia por que que eles tinham brigado... aí eu falei que não... que... que eu tinha saído... ele falou que eles brigaram por minha causa... aí...foi [a:muito] engraçado... né?aí passou... uns dois dias depois... estava lá:: no fórum... esse/ o Márcio chegou... que hoje em dia é o meu namorado... aí com o olho roxo... uma cicatriz enorme na testa... aí bateu um papo e tal... tal... mas não falou que brigaram por causa de mim não... eu nem fiquei orgulhosa disso não... eu achei até que foi invenção do meu amigo... aí passou um certo tempo... umas duas semanas... ele ligou para mim... querendo sair comigo...aí nós apelidamos eles de Ruth e de Raquel... esse meu namorado é Ruth... não... esse meu namorado é Raquel... porque a Raquel é mais bonita que a Ruth... e outro ficou de Ruth... e hoje a gente está namorando até hoje... ((riso de E))
    E: tá ótimo...

  • E: agora eu queria que você me contasse... uma história que tenha acontecido com uma outra pessoa que você conheça... tá? que alguém tenha te contado... e que você me falasse agora essa história...uma história que você ache interessante... ou até [a:mesmo] triste... tá?
    I: eu tenho amigo chamado Enéas... ele é da minha sala também... faz faculdade comigo... é uma pessoa... que batalha pra caramba... traba::lha... paga faculda::de... ele não é de família rica e tem que lutar à beça...teve um dia que ele foi na faculdade... [s:nós] [v:viemos] embora [a:juntos] ... eu subi... pra vir pra minha casa... ele foi pra dele... quando ele chegou perto da casa dele... dois caras acompanharam ele... acompanharam e... e...ele sentiu que ia ser assaltado... ele correu um pouco... o cara... acelerou também... aí ele correu pra casa dele... o outro já tinha combinado com ele... resumindo... né? eles pegaram... jogaram ele na parede... e assaltou... (com) uma... uma faca... feita em casa... cheia de ponta... pôs no pescoço dele... e::... e outro com o revólver... colocou na barriga dele...e ele [a:inclusive] ele falou assim “que isso? que brincadeira é essa?”aí o cara apertou... na barriga... falou assim “você quer ver/ quer/ não/ isso é de brincadeira?” aí o cara falou assim “você quer saber [a:mesmo] se é de brincadeira?” e apertou na barriga dele... e levou dele um relógio... e::... trezentos cruzeiros... mas eu acho interessante que... naquele dia ele tinha/ estava com quase oito milhões... que ele ia pagar a faculdade... aí quando ele estava na faculdade ele pensou... antes... né? do assalto... “eu acho que eu vou deixar/ não vou pagar a faculdade não...” era uma quarta-feira... “vou pagar [a:só] na sexta... quea minha irmã está [a:meio] passando mal...posso precisar do dinheiro...” mas parece que alguma coisa avisou na::/ “vou pagar isso de uma vez...” e pagou a faculdade... se não... os assaltantes tinham levado mais de oito milhões dele... ele ia passar o maior aperto pra... pra pagar a faculdade... parece que até Deus que guiou... né?
    E: tá jóia...

  • E: agora... eu quero que você me faça... uma descrição de um lugar que você goste de ficar... que você fique muito tempo... que você conheça bem... eh:: e com o máximo de detalhes possíveis... porque... eu quero idealizar... esse lugar que você vai me falar na minha cabeça... você vai me falando o lugar... e eu quero ter... a figura dele na minha cabeça... tá?
    I: tem um lugar que eu gosto muito de ir aqui em Juiz de Fora... é porque na casa do Gerson... um amigo meu...tem um terraço... uma delícia lá em cima...é [a:todo] aberto...e você vê a cidade de Juiz de Fora todinha... você so/ tem a escada... tem a casa... e você sobe a escada... casa simples... aí tem uma mesa... tem/ é de telhado... tem umas luzes assim... lá de cima você vê... mas vê Juiz de Fora... vê Juiz de Fora todinha... vê sol... vê estrela... vê tudo... é a coisa mais linda do mundo... embaixo fica cheio de casa... é no bairro::... da Glória...é [a:muito] bonito lá...
    E: e o que que tem mais? como é que são as pare::des? tem mesa... tem geladeira?
    I: não...as paredes são [a:tudo] baixa... você pode até sentar assim... não dá pra você sentar porque é tudo:: cheio de relevo assim... dá pra você encostar::... tem uma mesa... tem/ pra você subir... você tem que levantar bastante a perna... porque tem uma parte mais alta... e tem do outro/ tem uma churrasqueira... aí tem do outro lado assim... tem um banheiro que eles estão fazendo... mas não acabaram de fazer ainda...deixa eu ver... [a:inclusive] dá pra ver a casa do meu namorado embaixo... por isso é que eu gosto muito de lá...
    E: tá ótimo... Silvany...

  • E: agora... eu quero que você me fale... alguma coisa que você saiba fazer... que você goste de fazer... e como se faz isso... você vai me explicar... como se faz...como se você estivesse... [a:realmente] me [v:ensinando] ... me dando a receitadaquilo que você sabe e gosta de fazer...
    I: eu gosto de fazer lasanha... lasanha se faz assim... põe o macarrão pra cozinhar... depois dele cozido você retira e deixa escorrer... aí daí... você vai fazer molho branco... e molho vermelho... o molho branco você coloca a panela no fogo... coloca manteiga... coloca::... cebolinha picada... deixa engrossar um pouquinho... depois come... começa a colocar leite...aí vai engrossando... engrossando... coloca sal... fica delicioso... e ao mesmo tempo você vai fazer... na outra trempe do fogão... o molho de tomate... o molho/ tomate já está picadinho... você coloca a gordu::ra... o tempe::ro... coloca o tomate... fica aquele caldo grosso de tomate... e o molho branco não pode tirar do fogo se não ele engrossa... aí você coloca... num pirex... coloca no pirex... aí você vai colocando... o molho bran::co... coloca a lasanha... aí vai recheando... presunto... molho branco... coloca o macarrão... depois coloca... molho verme::lho... presunto... e assim vai alternando... uma camada de::... de presunto... uma camada de queijo... aí quando acabar... você leva ao forno... dentro de dez minutos mais ou menos... que o queijo tiver derretendo... já está pronto pra servir... fica delicioso...
    E: tá dando água na boca ((riso))

  • E: olha... a última coisa agora que eu quero de você... é que você me fale sobre um assunto... que você ache... interessante... e que te diga respeito... pode ser um assunto em que você trabalhe... alguma coisa que seja para você... séria... tá?
    I: tudo bem...
    E: e::... você pode falar o que você quiser... tá? dê a sua opinião... sobre esse assunto que você quer falar...
    I: eu trabalho no Juizado de Menores... né? então... eu mexo muito com processo de menor... eu acho que... que os menores estão/ ficam muito na impunidade... que a maiori/ a maiori/ a maiori/ maioridade pra mim deveria... ser acima de dezesseis anos... como eu vejo lá... menor de dezesseis... dezessete... homens formados já... porque:: dezesseis... dezessete homens/ anos hoje... já sabe o que quer... já sabe o que que é certo... o que que não é... matando... roubando... tem que colocá-los na rua porque não tem instituição que os receba... Sete Lagoas em Belo Horizonte não recebe... eh:: delinqüentes menores de outra cidade... e acabam ficando impune... e eles roubam hoje e amanhã estão na rua... roubam... estão na rua... porque::... no Estatuto da Criança e do Adolescente não pode/ não deixa o... o menor ficar preso... em delegacia... em qualquer sa/ cela... que não seja instituição adequada pra aquilo... mais de cinco dias...e a delegacia [a:só] fica com ele cinco dias... depois tem que colocar na rua... então eles já sabem disso... eles sabem/ entendem mais de lei de que... qualquer advogado... eles sabem que não acontece nada com eles... continuam rouban::do... continuam matan::do... e... nada... nada segura... eu acho se... se abaixasse a maioridade penal para dezesseis anos... eu acho que... se o menor pode votar... eleger o presidente da república... por que que... que não pode a maioria penal passar para dezesseis anos?
    E:tá bom... Silvany... [a:muito] obrigada... [a:bom] ... eu estou terminando a entrevista com a Silvany... e agora vou entregar os papéis para ela produzir os textos escritos...
Parte oral
1994
  • Eu tenho um amigo chamado Gerson e um dia me chamou para um churrasco na sua casa.Chegando lá encontrei umas sete oito pessoas, [a:inclusive] um cara que eu conhecia do Fórum onde eu trabalho.No churrasco, fui eu, Enéas e Eliane e acabamos ficando nos três pois não conhecíamos o restante da turma.Passado um tempo, este cara que conhecia veio conversar lembrando-se de mim.Ele é polícia civil e se chama Márcio.Ficamos batendo papo e colocando “pilha” um no outro.((rasurado))Existia também na festa, um outro rapaz chamado Marcelo sendo este irmão gêmeo do Márcio, se parecendo muito, mas não tão iguais.E claro que conversei com Marcelo também, pois sou pessoa de fácil convívio e tenho facilidade de fazer amizades.Passado algum tempo, comecei observar um clima tenso entre os dois irmãos, onde ambos acabaram desceram no andar abaixo.Resolvemos ir embora e quando observamos dentro da casa havia uma confusao e era os irmãos brigando.Viemos embora.No outro dia fiquei sabendo que tinham brigado por minha causa.Fiquei um pouco confusa pois não dei chance para que isso acontecesse e nem fiquei vangloriada por isso.Mais tarde o Márcio me chamou p/ sair e acabando que nós nos conhecemos melhor e hoje somos namorados.Apelidamos os gêmeos de Ruth e Raquel por causa da novela.
  • Tenho um amigo chamado Enéas e ele contou-me que estava vindo da faculdade em direção a sua casa e quando chegou perto de uma ponte, começou a observar que estava sendo seguido, logo que percebeu isso, ele começou a apertar suas passadas.Quando mais andava depressa, o indivíduo se apressava e desesperando começou a correr, logo que chegou do outro lado da rua ele percebeu q/ o sujeito também correu e acabou se deparando com um outro indivíduo e sendo cercado pelos dois.Um deles colocou um revolver na sua barriga e o outro colocou uma faca no seu pescoço, e dizendo que era um assalto e q/ passasse a carteira e o relógio.Ele ficou tao assustado q/ pensou q/ fosse uma brincadeira e logo um dos marginais apertando o revolver na sua barriga lhe disse:”-Você quer ver se e brincadeira”.E levaram dele um relógio e uns trocados.A sorte dele foi que antes de ir p/ faculdade ele tinha uma grana alta e quase que não pagou a faculdade.Ele disse que foi Deus que fez com que ele pagasse pois estaria entregando aos bandidos toda sua grana, que custa tanto a ganhar.
  • Existe uma casa de um amigo meu que curto muito, não [a:necessariamente] a casa, mas sim o terraco.Do terraco dá pra ver toda a cidade de Juiz de Fora.existe uma churrasqueira, uma mesa no centro, um aparelho de som, um banheiro a o qual não está pronto.O terraço c/ todo acerto, dá pra ver casas em baixo, quadras de futebol, e também uma floresta.De cima também dá pra ver a casa do meu namorado.O piso do terraço é de cimento e o telhado é de telha de amiauto com uma luminária.Vê-se o céu todo e como as estrelas.Otimo p/ namorar.
  • Gosto de fazer lazanha.A lazanha é deliciosa.Cozinha o macarrão em agua com óleo e sal, depois de cozido escorre-se numa, digo, escorre-se a água.Em outra panela faz-se o molho branco, esquentando a panela, coloca manteiga, cebola picadinha e sal e deixa corar um pouco e depois acrescenta maizena ou farinha de trigo até virar uma papa e depois acrescenta leite e deixa cozinhar sempre mexendo.noutra panela, faz-se o molho de tomate colocando oleo, têmpero e jogando tomates picadinhos dentro, até formar uma grossa polpa de tomate.Em um pirex, arruma uma camada de lazanha e uma de tomate cobrindo com prezunto;e também vai colocando uma camada de molho branco e o molho de tomate, assim como o presunto e a mussarela.Vai ao forno até o queijo derreter.Sirva-se.
  • Acho que a deliqüência de menores a cada dia vai aumentando.Convivo com isso, pois trabalho na secretaria da infância e Juventude.A maioria penal deveria ser l6 anos e não l8 anos como manda o código Penal.Vejo menores de ll, l6 e l7 anos fazendo o que quer.Eles assaltam, matam e agridem, sem que nada os faça parar.O estatuto do menor os protegem muito e eles sabem disso.Furtam em um dia, estão solto no outro.Não podem ficar acautelados por mais de 05 dias numa delegacia e tem que ter p/ eles instituicoes especializadas para recolhê-los.E sabemos que instituicoes como a FEBEM não amadurecem e sim criam marginais que saem dali sabendo mais do que quando entraram.é uma escola de bandidos, pois se unem e passam um para o outro suas liçoes de vida e não são boas.Sabemos que um jovem de l6 anos pode eleger um presidente da república e por que não ser responsáveis por seus atos?A cada dia se coloca nas ruas infratores perigosos por não ter instituicoes p/ acolhê-los.e ficamos a mercê desses menores, que são tão perigosos e sabem a força que eles tem tendo uma lei que beneficiam o tempo todo.Que sejam criadas leis mais duras, que abaixem para l6 anos a maioridade penal, para que eles sintam a responsabilidade de ser homem e não de ser pivetes apoiado pela lei.
Parte escrita
1994

  • E: eu vou começar uma entrevista com o Aleandro... eh:: da Escola Estadual Fernando Lobo... ele está no terceiro ano do segundo grau... eh... Aleandro... a primeira coisa que eu quero de você... eu quero que você me conte uma história... ou um fato que tenha acontecido com você... eh:: que tenha sido marcante... ou porque foi constrangedor... ou triste... ou/ ah... que tenha marcado você...
    I: um fato ((falha de gravação)) eu conheci uma garota no meu::... local de trabalho... aí eu comecei a conversar com ela... aí eu... com o tempo... né? fui me apaixonando por ela... fiquei apaixonado por e::la... conversava com e::la... né? e ela... e ela dava uma idéia pra mim... assim... de longe... né? aí eu não sei quais eram os... os/ o sentido dela... né? que ela queria... que ela queria transmitir... aí eu estava entendendo isso... que ela... que ela estava dando::... liberdade pra mim conversar com ela... aí aconteceu isso... aí eu peguei... fiquei::/ mandei uma carta pra ela... e nesse dia que eu mandei essa carta pra ela... a gente saiu... eu saí do trabalho... encontrei com ela... né? ela ia... fazer compras... aí eu/ saiu eu e ela sozinhos... né? a gente fomos... rodamos... um monte de lugar::... fomos em lo::ja... loja de sapa::tos... aí depois a gente/ ela foi pra casa dela... aí no ponto... eh... no ponto de ônibus... eu entreguei essa carta pra ela... ela pegou...aí depois foi [a:só] na segunda-feira que eu fui ver com e/ fui conversar com ela... né? ela chegou assim:: de cara amarrada... não falava nada... ela brincava muito comigo e eu também brincava com ela... aí (pegava) não falava nada comigo... fechou a cara... aí foi um dia... ela estava na cozi/ ela estava::/ lá na::... na sala tem uma cozinha... ela estava lanchando... aí eu cheguei... e:: pergun/ comecei a falar sobre o assunto... né? que eu era a fim de::la... que ela não dava resposta pra mim::... que ela não ligava pra mim::... que o meu sentimento não valia na::da... aí ela pegou e não falava nada... né? ficou quieta... ficou quieta... não falava nada... aí chegou/ nisso chegou uma colega dela... aí eu peguei e tive de sair da:: da cozinha... aí quando eu saí... ela ficou lá conversando com a colega dela... aí na hora eu parei... e olhei pra trás... né? ela pegou e falou com a colega dela assim “ainda bem que você chegou...”aí isso foi [a:muito] :: tocante pra mim... significou muita coisa... porque ela:: quis dizer... que eu estava sendo indesejado ali... que eu estava demais... que eu estava atrapalhando ela... que ela não queria...que ela não queria nada comigo... mas [a:só] que:: que eu acho que ela:: usou... a forma errada de me falar isso... ela tinha que falar assim... eh... conversar... né? falar “não... eu não estou a fim de você... eu gosto de outra pessoa...” assim nesse sentido... né?eu acho que ela fez isso de forma [a:muito] errada... por isso que eu acho que marcou muito...
    E: tá... tá certo...

  • E: eh:: agora eu queria que você contasse uma história que alguém contou pra você... você tenha fixado... ache interessante e mereça ser recontada...
    I:isso aconteceu foi com um colega meu aqui [a:mesmo] na escola... ele tinha uma professora nossa que dava aula aqui... e no Dom Orione... aí nesse dia/ que esse meu colega mora lá perto do Dom Orione... né? aí ele pegou a... minha colega aqui... colega dele... mandou ele entregar uma receita pra ela... pra essa professora... aí ele foi... né? aí chegando lá... ele:: entregou a:: receita... pediu uma garota... aí ele ficou... doido com a menina... né? aí na hora ele ficou o recreio todo olhando a menina::... aí depois no outro dia ele foi... tentou descobrir tudo que ele/ todo o nome da menina... o endereço... descobriu tudo... né? foi no::/ na secretaria do colégio e pegou a ficha dela... olhou tudo... endereço... descobriu tudo da menina... né? aí no:: no outro/ no sábado... ele pegou... foi lá na casa dela... perto da casa dela... desceu de bicicleta... foi lá e ficou lá perto da casa dela.. aí depois ele procurou descobrir/ aí depois ele... ele procurou mais informações sobre ela... descobriu quem é as colega de::la... conversou com o pai de::la... mandou doze carta pra menina... aí essa menina/cada carta não... né? era testamento [a:mesmo] /
    E: o que que ele falava com ela?
    I: ah... ele falava:: um monte de coisa... que era a fim dela... que ela achava ela bonita... que ela::/ que ele queria sair com ela... conversar com ela... aí ela ficava sempre naquela... né? não falava nem sim... nem não... aí foi... ele... ele mandou doze cartas pra ela... eh::... aí nesse dia/ ele mandou essas doze cartas pra ela... aí um dia ele pegou e chegou perto e dela conversou... né?ele:: chegava perto dela pra conversar e ficava [a:todo] trêmulo...ele [a:mesmo] me contava que ele ficava [a:todo] trêmulo...não conseguia [v:falar] [a:direito] ... começava a tremer... ficava super nervoso... aí com o tempo ele foi descobriu que... queessa menina não queria nada com ele::... que ele não tinha jeito [a:mesmo] ... que ele fez de tudo pra tentar conquistar ela... ela não deu idéia pra ele... ela não conversava com ele... né?aí hoje eles são [a:muitos] amigos um do outro... conversa e tal... mas... eu acho que até hoje ainda resta um... restinho de sentimento... de quem gosta dela ainda... e até hoje eu falo com ele... porque ele já tem/ já:: teve mais namorada...e nenhuma [v:dá] [a:certo] namorada com ele... eles se namoram... namoram... briga... namoram... namoram... briga... eu falei... “essa sua namorada ( )” eu sei que... deixou pra lá... não... não foi até o fim...ela não falou nem sim nem não... e ele saiu fora... [a:simplesmente] ...

  • E: agora... Aleandro... eu queria que você me descrevesse um lugar que você goste de ficar... ou que já tenha ido... ou que fique muito... mas com o máximo de detalhe possível pra eu imaginar assim... um quadro na minha cabeça...
    I:o local que eu mais gosto de ficar [a:realmente] é lá na... na varanda da minha casa [a:mesmo] ...que eu...eu gosto de ficar ouvindo mú::sica... aos sábados à noite... né? prefe... [a:preferencialmente] ...lá tem::... tem cer::ca... tem...tem um visual [a:muito] ... amplo... tem um morro assim... em frente... tem árvores... tem uma estrada larga ((falha de gravação)) tem um... um posto médico na fren::te... tem uma escada do lado... tem bastante gato lá... que fica andando de noite lá... pro um lado pro outro... brigando um com outro... eu fico lá assim... né? ouvindo música... de noite... até:: meia- noite mais ou menos...
    E: mas a... a varanda... como é que é lá ?
    I: a varanda é::/ ela é branca... tem... eh:: tem piso... tem um bocado de flor pendurado na pare::de... tem... tem dois cano que meu pai/ foi o meu pai fez... aí colocou::/ (pegou) dois desses canos de... de água... né? [a:só] que ele encheu com... com cimento... com concreto e virou/ ficou feito pilastra... segurando o arame... tem... tem porta... tem jardinei::ra... do lado... tem horta que meu pai faz... meu pai faz/ ele gosta muito de horta... ele faz/ fez uma horta assim... do lado... do lado lá de onde eu fico... eu fico lá sozinho... a noite inteira... gosto muito de ficar sozinho...

  • E: eh:: agora eu queria que você me falasse... alguma coisa que você sabe fazer e gosta de fazer... e me falasse como que/ e me falasse como se faz isso...
    I: é uma coisa que eu gosto de fazer e que eu sei fazer... e gostei de aprender a fazer foi montar uma luminária... né?
    E: isso... como... como se faz?
    I: [a:primeiramente] você pega a calha... pega a calha e::/ tem um:: lugar de colocar o:: porta start... aí você tem que furar... os dois buraquinhos do lado... se for lâmpada de duas... porque tem lâmpada/ tem luminária de uma lâmpada... de duas... tem lâmpada de vinte... e tem lâmpada de quarenta também... que é maior... né? e tem... tem lâmpada de três e quaren::ta... três... três eh::/ três lâmpada de/ não... a luminária é::... três lâmpada de quarenta... né? tem quatro e quarenta também... e pra montar elas... você fura o::/ como eu falei... o:: o buraco (pra pôr) o start... aí depois você pega e coloca o soquete... o soquete é diferente... tem um simples... e tem um que tem o porta start pra você colocar... aí você coloca dois com o porta start duplo desse lado que furou... e do outro lado não:: não precisa de furar não... aí você coloca os dois simples... aí você pega e liga um fio... esse::... soquete com porta start tem três... três eh::... parafuso nele... e tem um na frente e os dois atrás... você pega nesse da frente... e liga um fio... aí você vai e liga no::/ e esses simples tem dois... aí você num dos dois... aí o outro você liga na frente também... liga num dos dois... aí depois... você/ é preciso do reator... você pega um reator... o reator pode ser convencional ou pode ser partida rápida também... se for convencional... gasta o start... né? que eu falei que tem que colocar... e se for partida rápida não... eh:: ele é direto... [s:a eletricidade] [v:vai] [a:direto] na lâmpada... aí você pega e liga o fio... você pega o... o reator... e liga num desses dois pinos que fica atrás... que eu falei... liga um no reator... se for duas lâmpadas... liga dois... que são dois reatores... liga dois reator... esse reator tem dois fios... aí sobra dois... esses dois você liga um com o outro... aí fica assim... o porta start com rabicho tem... um fio que sai da frente que vai (pôr) a chave simples... e um fio do reator que liga num... num fio e o outro não... o outro é do start... o outro não precisa ligar fio não... aí você pega e::... e... se for dois reator... sobra dois fios... dois do reator você liga... e os outros dois você... enrola... eh:: enrola um no outro... e deixa sobrando... e do lado simples sobram dois parafusos... aí você pega um... um pedaço de fio e coloca... eh:: faz uma ponte... né? pegando nesses dois que sobram... e puxa... aí depois você coloca a lâmpada... e roda a lâmpada e coloca/ não... [a:primeiro] você coloca o start... aí depois você coloca as lâmpadas...aí você roda... e [v:liga] ... na força elétrica... [a:direto] ...
    E:ah:: [a:legal] ... enrolado((riso))
    I:é [a:meio] enrolado((riso))
    E: [a:legal] ((riso))difícil aprender a fazer isso... né?
    I: ah:: foi fácil... o pior é montar eh::... convencional... de::/ quer ver? quatro e quarenta/ não... partida rápida de quatro e quarenta...
    E: aí é difícil ?
    I: tem... tem seis fios o reator...tem chance de você [v:ligar] [a:errado] ... se você ligar na eletricidade dá um curto e queima tudo...

  • E: aqui Aleandro... eh... a última coisa que eu ia... te pedir pra falar... a gente tinha conversado antes... era... que você me desse uma opi... uma opinião sobre um assunto que te tocasse... você tinha falado que queria falar sobre... eh... relacionamento afetivo dos jovens de hoje... não é?
    I: é...
    E: então me dá sua opinião sobre isso...
    I: o jovem/ ah... eu quero falar sobre a ação dos jovens de hoje... né?que eles são [a:muito] diferentes dos jovens de [a:antigamente] ... os jovens de antigamente... eh::...princi/ eh:: no relacionamento... né? entre os jovens... eh:: era diferente...a moça era mais presa em ca::sa... não podia sair::... [a:só] podia ir em festa com o pai... irmão... tia...o rapaz pra namorar com uma garota dessas ele tinha que ir na casa de::la... ele tinha que conversar com o pai de::la... pedir permissão::... namorar em ca::sa... não podia ficar até tar::de... eh... esse monte de coisa... né? agora jáo jovem de hoje é [a:totalmente] diferente... eles saem... eles/ chega o fim de semana... eles saem... vão pros bailes... encontra uma garota... fica com ela... aí já no outro/ quando ele sai outra vez... ele encontra outra garota... fica com ela... aí não tem uma... uma paixão... um sentimento sobre... sobre uma pessoa só... eles vão ficando... um dia eles ficam com um... outro dia ficam com outra... aí vai... aí eu acho que chega num certo momento... na vida (dele) futura... que ele não... não consegue ficar com uma pessoa... ele já está acostumado... ele fica com uma... ele fica com outra... ele nunca... nunca... eh::... pega um sentimento por uma só... ele sempre fica com uma... fica com outra... aí chega na::/ mais tarde na vida dele... ele não consegue ficar com uma pessoa só... aí eu acho que por isso que dá muito:: divór::cio... eu acho que um pouco de parte/ na parte do divórcio... eu acho que isso aí influi um pouco...e tem as vantagens e as desvantagens também do jovem de [a:antigamente] ...as vantagem de [a:antigamente] é que::... [p:de] [a:primeiro] era um/ era mais libe/ era... era diferente... né?era/ tinha amor::... era mais/ era difícil separar::... o cara quando (ele) namorava com uma moça ele/ era difícil ele sair::... [s:ele] [v:namorava] pra casar... [a:sério] ... agora já hoje não... hoje é diferente... as meninas fica na rua...e não é [a:só] a menina... o rapaz também... fica ali na rua... um namora o outro... não tem sentimento... não tem nada... fica... sempre fica... fica um com outro sim... agora se perguntar se ele gosta dela... ele fala que não gosta... ele fala “eu fiquei com ela... [a:simplesmente] ... fiquei com ela e larguei pra lá... não quero mais nada...” aí o que acontece muito é isso... eh:: de garo::tas... ficam grá::vidas... não... não têm como chegar em casa e conversar com o pai... e o pai/ os pais aconselham... né? eh... pra elas/ dar uma noção... né? o que que é a realidade... agora tem umas que:: deixa/ deixam se levar... junta com cole::ga... arruma um namora::do... porque quando sai pros bailes já vai sempre pra arrumar namorado... qualquer um... que arrume... tanto rapaz... moça...vai arrumar namorado [a:mesmo] ... aí chega lá... arruma um namorado... fica...aí muitas vezes acontece isso... [a:mesmo] que a menina não quer ficar... as colegas dela fica “vai... fica... fica com ele... fica com ele...” aí ela pega e fica com ele... aí acontece muito isso...
    E: tá...
    I: que a garota/ tem vez que a garota... fica... chega em casa tarde... e... briga... o pai dela xinga... agora...tem muitos pais também que é [a:muito] conservador... agora... mas hoje não adianta...os pais são conservador mas a cabeça da::/ dos jovens [p:em] [a:geral] é diferente... eles quer sair...eles gostam de festa... agora os pais tentam reprimir isso... [a:principalmente] menina...o pai sempre... tenta segurar::... não deixa ela ir em fes::ta...não gosta que ela (fica) [a:muito] tarde... mas não adianta... eu acho que se reprimir/ eu acho que tem... que tem que ter diálogo... se não tiver diálogo/ tem que ter uma noção... explicar sobre isso...“(olha) isso é errado... isso é certo...” aí... [a:futuramente] ... se ela errar... [s:ela] vai [v:errar] [a:consciente] ... que ela já vai saber... que ela já tem noção daquilo... né? e tem (muita) diferença também... hoje é mais liberal... né? (em) alguns pais... né? mas...na realidade hoje é [a:muito] liberal... a pessoa procura sempre... sair::... gosta de sair... passear... esses negócio...
    E: tá... tá ótimo... Aleandro... eh:: eu vou dar... o material... pro Ale... Aleandro produzir os textos escritos agora... é o fim da entrevista dele...
Parte oral
1994
  • Aconteceu quando eu comecei a trabalhar em uma loja, foi quando conheci uma garota com quem me simpatizei muito, e por trabalhar no mesmo local, nós conversávamos muito, e mais tarde eu me apaixonei por ela, e para declar-me para ela mandei uma carta numa sexta feira,depois de um longo passeio que [v:fizemos] [a:juntos] .Já na segunda feira ela estava de cara amarrada comigo, e quando tentei, conversar sobre o assunto,num instante em que [v:estávamos] [p:a] [a:sós] , na cozinha,ela [a:simplesmente] não me respondiae quando chegou uma colega dela;eu saí e foi quando ouví as palavras mais duras vindas dela: "Ainda bem que você chegou!,que me [v:tocaram] [a:profundamente] ,me deixando [a:muito] triste.
  • Meu colega que tinha uma professora que dava aula no Fernando Lobo e Dom Orione, e que por morar perto do Dom Orione se ofereceu a levar uma receita p/ essa professora, foi quandose apaixonou por uma garota [a:só] ao vê-la, e por quem batalhou mandando doze cartas e conseguindo as diversas informações sobre a garota no próprio Dom Orione.Mas não deu em nada, hoje são ótimos amigos, mas ainda acho que ela é a garota certa p/ ele, por não conseguir gostar outras.
  • O meu local favorito, em que me sinto [a:muito] bem, é a varanda de minha casa, onde eu fico até altas horas da noite ouvindo músicas.E sobre o ambiente, tem um morro em frente, um posto médico, cerca, uma horta, flores, gatos que brigam e brincam a noite inteira, e sem me esquecer da jardineira ao lado.
  • [a:Primeiramente] pega-se a calha, fura os dois lugares onde ficarão os starters, depois coloca- se os soquetes com porta starter do lado em que você furou, e os soquetes simples do outro lado,o soquete com porta starter tem 3 parafusos, onde 1 é na frente e dois atrás, enquanto que o simples [a:só] tem 2.Ligue um fio no parafuso da frente do soquete c/ porta starter e em 1/ parafuso do soquete simples, faça o mesmo com o outro soquete;depois coloque 2 reatores e ligue 1 fio de 1 reator em um parafuso do soquete com porta starter, faça o mesmo com o outro reator, depois ligue os 2 fios que sobraram dos 2 reatores, em seguida faça uma ponte com o fio pegando nos 2 parafusos do soquete simples, coloque os starters, as lâmpadas e ligue na eletricidade, podem ser lum. 1x20, 2x20, 3x2O e 4x20 ou 1x40, 2x40, 3x40 e 4x40, convencional ou part. rápida.
  • É sobre a diferençca que existe entre os jovens de hoje e de [a:antigamente] , em se tratando de relacionamento.Os jovens de [a:antigamente] não tinham tanta liberdade como os de hoje, [a:principalmente] as garotas que [a:só] podiam sair com a mãe, tia, pai em que tinham hora marcada pra chegar,e [a:só] podiam namorar em casa, pra casamento e rapazes que os pais queriam e tinha que haver amor entre o casal pra poder namorar e casar.Já os jovens de hoje vão aonde querem, onde encontram namoradas (os) com quem ficam, e a cada semana que passa ficam com uma pessoa diferente, onde não há nenhum sentimento entre essas pessoas,e [a:posteriormente] quando quizerem [v:ficar] com alguém [a:fixo] não conseguempois não consegue gostar de um (a) só, onde há muitos divórcios nos dias atuais, onde isso contribui para o fim do relacionamento,
Parte escrita
1994

  • E: vou começar uma entrevista com a Andréa... do terceiro ano... do segundo grau do Opção Vestibulares aqui de Juiz de Fora... Andréa... a primeira coisa... eh:: eu queria que você me contasse uma história... um fato... um episódio que tenha acontecido com você... e que tenha sido interessante... ou... ou te/ que tenha te marcado por ser... eh:: ou constrangedor... ou triste... ou... feliz... enfim...
    I: eh:: deixa eu ver ((riso)) em:: março desse ano... eu ainda estava namorando... um cara... tem que falar o nome? tem? André ((riso))aí tudo bem... [a:só] que acontece queeu sempre fui muito... [a:muito] limitada a ele... né?passei três anos da minha vida assim... apaixona::da... aquela coisa bem boba [a:mesmo] ((riso)) aí::... eh... nesse dia... foi aniversário de uma amiga minha... e ela ia fazer uma festa à noite... aí ela me ligou... tinha me ligado de dia... pra me convidar falando que::/ na época ela estava namorando um cara... e que tinha um amigo desse cara... que tinha um sítio... na represa... e ia comemorar de tarde... o aniversário dela lá e ela me chamou pra ir... que eles iam pegar a gente na saída da/ do colégio... aí eu topei... né? tudo bem... aí:: eu peguei... e liguei... pro meu namorado... antes de ir... falando que ia e tal... ele ficou iradíssimo com a situação... mas tudo bem...e a gente já estava [a:meio] assim...eu já estava [a:meia] de saco cheio... né?e tal... aí tá... aí eles passaram lá no colégio... aí... já rolou aquele clima... com o tal amigo do namorado dela ((riso)) que até/ que a/ então... é o meu namorado... atual ((riso)) aí tá... fomos todos... aí chegou lá... aquele clima total... né? sol ((riso)) represa... e eu desesperada porque... eu... eu:: eu senti que aquele vín::culo que rolava com o meu namorado estava indo embora... entendeu? e até então isso nunca tinha acontecido... isso pra mim era uma barreira... né? aí eu fiquei encantada com o cara... entendeu? a gente conversando e tal... aquela estória... aí... quando chegou mais tarde... aí nós fomos embora e ele foi me deixar em casa... aí a gente tinha combinado de se encontrar no aniversário e tal... aí chegou aqui em casa... aí foi aquela dúvida... eu não sabia se eu ligava pro meu namorado pra chamá-lo pra ir comigo no aniversário... ou então se eu... deixava rolar... pagava pra ver e via se acontecia alguma coisa entre mim... e o cara... aí eu fiquei assim... uns/ uma meia hora pra lá e pra cá... fumando meio maço de cigarro ((riso)) me descabelando... né? apavora::da... porque... eu tinha sentido uma atração... uma coisa... mas não tinha nada certo... entendeu? eu tinha/era como se eu tivesse que [v:fazer] uma escolha [p:no] [article:] [a:escuro] ... entendeu?ou seja... assim... abandonar o meu namorado de um tempão... que... sabe? que eu sentia que estava acabando... o negócio já tinha dado o que tinha que dar... e eu/ mas eu tinha um medo de perder aquela situação e tal... e investir numa coisa nova que eu nem conhecia mas que tinha me fascinado... me encantado... aí eu fiquei naquela... né? ligo ou não ligo? que que eu faço? ((riso)) aí... eu resolvi não ligar... não sei que luz me iluminou... eu falei “não vou ligar...” e fui pro aniversário... aí chegou no aniversário... um tempo depois... ele... apareceu por lá... né? aí:: eu falei... “meu Deus...” né? aí começamos a conversar... aí de repente... na hora que eu vi... eu tinha ficado com ele... entendeu? aí foi aquela coisa... e eu desesperada com medo do meu namorado aparecer por lá... mas ele não apareceu ((riso)) aí... eu::/ no outro dia... a gente combinou de encontrar e tal... aí começamos assim... uma coisa assim... como num toque de mágica... entendeu? um olhou pro outro... “é ele...” “é ela...” entendeu? aí começamos a namorar... aí isso foi na sexta... aí no sábado a gente saiu... tal...e eu [a:simplesmente] não liguei pro meu namorado... né? aí quando foi domingo ((pigarro)) eh:: a gente continuou junto e tal... e ele estava/ ele mora no Rio... mas ele estava ainda de férias...e continuou aqui... [a:só] que as férias dele já estavam acabando e ele voltou pro Rio... aí na segunda-feira eu fui na ginástica... e encontrei com um amigo meu... e ele tinha me perguntado... se eu ainda estava/ se eu já/ se eu tinha namorado... o André... não sei o quê... aí eu falei que era... eu era namorada dele e tal... e ele já tinha me visto com outro cara e tal... aquela/foi aquele clima [a:meio] esquisito... aí ele falou... que:: domingo tinha saído com ele... com o meu namorado... e com mais uma... uma galera... e que aí... um...um amigo deles [p:em] [a:comum] tinha perguntado... pra ele... que estava lá no sítio “eh::... estava legal?” não o sei quê... “estava todo mundo lá com namorado... né?” jogando o maior verde... aí ele falou “ah... estava... estava o Bruno com a Isabela... a Andréa com o Lamir...” e na hora que ele falou isso ((riso)) ele disse que ficou apavorado... porque o André estava sentado... tomando uma cerveja... ele engasgou com a cerveja... ele ficou de uma tal forma... que ele tascou a cerveja longe... saiu puto do bar... não sei o quê e tal... e aquilo pra mim foi a glória... né? porque:: tipo assim... não é que eu queria ver esse tipo de situação ((riso)) mas pra mim foi uma vitória... entendeu? ter me desvinculado dele dessa forma... entendeu?ter conseguido [v:acertar] uma escolha [p:no] [article:] [a:escuro] desse jeito... porque... né? eu nun... nunca consegui fazer isso... eu sempre fui... paca::ta... entendeu? aquela namoradi::nha e tal... aí de repente... poxa... ele tinha me... me sacaneado tanto... feito já tanta coisa comigo... e eu nunca tinha tido força... pra ver nada em ninguém... encontrar nada em ninguém... e investir nada em ninguém... de repente isso aconteceu... entendeu? e isso pra mim foi ótimo ((riso))
    E: tá ótimo... ( )

  • E: eh::... agora... eu queria que você me contasse uma história interessante que alguém tenha te contado... que você acha que mereça ser recontada...
    I: tem uma história... de uma amiga minha... há uns dias atrás ela foi.../ o namorado dela morava no Rio.../ mora no Rio... aí eles tinham brigado... e ela mora aqui... né? aí ela ficou louca com a situação ((riso)) aí ela virou e falou que... eh::/ com a mãe dela... que ia dormir na casa de uma amiga minha... ia... almoçar na casa da amiga dela e tal... no dia/ depois do almoço... e que ia dormir lá... ou seja... [a:só] ia voltar no outro dia... e a mãe dela não checa... né? então ((riso)) estava tudo limpeza... aí tá... aí ela pegou o carro... efoi parar no Rio... [a:simplesmente] pediu um cara... no meio:: de Bicas... sei lá onde que ela foi parar... pra fazer um mapinha pra ela... pra como que ela chegava no Rio... que ela não sabia ((riso)) aí ela foi... ela falando que ficou desesperada na estrada... que ela quase que batia... na hora que ela chegou na Avenida Brasil... ela ficou louca... né? com aquela quantidade de carro “ pra onde que eu vou?” e o cara morava em Ipanema... ela não sabia chegar lá... ela deu voltas e voltas ali naquele Porcão... não sabia sair da Baixada ((riso)) rolou o fio para o lado dela... ela suando... né? desesperada ((riso))e ela é louca... [a:completamente] ... né?aí... ela falou que quando chegou... ali perto do::/ eh:: perto da rodoviária... ela... não sabia pra onde que ela ia... se ela subia o viaduto... se ela descia... o que que ela fazia... aí tinha um cara andando... um velhinho andando... ela parou... cercou o... o velhinho e falou “ pelo amor de Deus... me leva pra Ipanema...” ((riso)) aí ele “vamos embora...” “entra aí...” aí... entrou... o velho entrou no carro dela... aí ensinou a ela... o cara ia ficar não sei aonde...ela deixou... o cara [a:primeiro] ... em não sei aonde...em vez do cara ir [a:primeiro] com ela em Ipanema... né?resultado... [s:ela] se [v:perdeu] [p:de] [a:novo] ((riso)) aí ficou mais meia hora rodando... tentando achar... e não::/ aí até que ela achou... aí foi e tal... aí na volta... ela dormiu lá... aí no outro dia de manhã ela tinha que voltar... aí o namorado dela fez um mapinha mais explicado pra ela voltar...e ela [a:muito] [a:burramente] não entendeu o negócio... né? ((riso)) aí ela foi... eh:: foi embora e tal... aí na hora que ela chegou... aí ela sabia que tinha que passar no Porcão:: não sei quê... ele deu as coordenadas... ela não sabia... ela parou um caminhoneiro no meio da estrada ((riso)) pedindo informação... não sei o quê... e acabou que ela catou mais um cara pra ir com ela... ( ) (olha só) de dez em dez metros ia catando alguém... pra ir... ensinando o caminho... entendeu? pra ela... aí acabou tudo bem... ela chegou em casa ((riso)) depois de séculos... né? ([a viag/] )
    E: ([viva])
    I: é:: viagem assim de vinte horas ((riso)) mas chegou...
    E: tá ótimo...

  • E: eh::... Andréa... agora eu queria que você me falasse... eh... me descrevesse... um lugar que você goste de ficar... ou que fique muito... ou que você já tenha ido e tenha... te chamado muito a atenção... me conte com o máximo de detalhe possível como é que é esse lugar... como se você tivesse (fazendo) a imagem pra mim... o retrato dele...pra eu [v:imaginar] [a:direitinho] como é...
    I: deixa eu ver... pode se assim uma cidade? [ou] um lugar?
    E: [pode]
    E: eh::uma cidade fica [a:muito] geral... talvez seja melhor você restringir a um lugar...
    I: a um lugar? um lugar... que me marcou muito... foi Ibitipoca... porque:: quando eu fui... eh:: foi eu... eh:: mais um casal... meu namorado e mais um casal... aí... eh::/ lá é assim... né? fabuloso... você... você chega assim... você vê aquela imensidão... dá uma/ dá a maior paz ((riso)) você fica louca ((riso)) aí a gente... assim/ pô... pior... como que eu vou descrever Ibitipoca? não tem jeito ((riso))
    E: então pensa um... um... um lugar... às vezes u... uma:: casa que você tenha ido... ou um lugar que você tenha ficado... às vezes um...um aposento que... você goste muito de ficar...
    I: ah... teve uma casa... que eu fiquei em Búzios... que era assim... maravilhosa... ficava num condomínio assim no alto... dava pra você ver assim... a praia de Jeribá toda... entendeu? e a pra/e a casa... era assim... [a:toda] de vidro... eh:: com... madeirinha... sabe? [a:toda] enverniza::da e tal...aí tinha um deque... na casa... aí que você chegava que dava pra ver o maior visual... né? o mar:: e tal::... aí você ficava vendo aquele pôr do sol::... estrelinhas ((riso)) e mais alguma coisa... né? e a casa... ela era/ tinham dois andares... era super aconchegante com aquelas poltroninhas fofinhas ((riso)) e:: a geladeira... acho que era a que que eu mais gostava ((riso)) porque... a gente comia o dia inteiro... né? comia e bebia o dia inteiro... e... estava/ nesses dias estava cho/ nos primeiros dias choveu bastante...então a gente ficou... quase o tempo todo dentro de casa [a:mesmo] ... e:: eh::/
    E: qual o lugar na casa que você gostava mais ?
    I: o quarto ((riso))
    E: o quarto? como era o quarto?
    I: o quarto era enorme... sabe aquelas coisas assim de filme... com as cortininhas se abrem assim... aí o ventinho vem e as cortininhas ficam assim esvoaçantes ((riso)) assim? aí tinha um tapete... assim de::/ parece aqueles tapetes assim de corda... sabe? (de praia) com... aquele piso de tábua corrida... o chão e tal...a cama... era enorme a cama... [a:muito] grande [a:mesmo] ((riso))
    E: (muito alta)
    I: e... tinha uma coisa até engraçada... porque tinha uma goteira ((riso)) em cima da cama... entendeu? ((risos))que direcionava [a:exatamente] no meu pé((risos))e nesses dias estava [a:meio] friozinho... então era terrível... né? mas::... assim... a... a arquitetura da casa assim era moderna... né? mas ao mesmo tempo... eh:: ela/ o teto dela era/ parecia com aquelas construções de casas mais antigas... porque era bem alto... sabe? e:: e a goteirinha conseguia chegar no meu pé ((risos))
    E: mas no quarto... o que que tinha mais no quarto?
    I: tinha estantes... eh:: tinha um armário... eh:: com cabides lá... mas não tinha nada dentro do armário ((riso)) porque eu não tinha paciência de guardar nada... né? e::... o::/ deixa eu ver... tinha a sacadinha... né? dentro do quarto... tal... tinha uns quadros bonitos dentro do quar... eh:: dentro do quarto assim... eh:: a maioria eram... eh:: mar/ de mar::... né? e tal... paisa::gens... e::... tinha uma cadeira... uma cadeirinha de balanço... dentro do quarto... eh:: ((riso)) mais o quê ?
    E: tá bom... tá bom...
    I: tá bom?

  • E: agora... eh::... eu queria que você me falasse uma coisa que você sabe fazer... que você gosta de fazer... e me explicasse como que se faz isso... assim como se tivesse me ensinando...
    I: eh... me maquiar ((riso))
    E: ê::...
    I: eu já... eu já tinha feito um curso e tal... mas não::/ [a:primeiro] ... você... eh:: [a:bom] ... dizem... né? que quando você/ que as pessoas maquiadas ficam mais bonitas... que a maquiagem tem o poder de... deixar as pessoas mais bonitas... né? aparentar uma beleza às vezes que elas não têm até ((riso)) mas... a primeira coisa quando você vai maquiar... é você chegar no espelho... entendeu? ((riso)) entender que você é o ser mais lindo do planeta ((riso)) e começar pela base... aí você espalha a base na sua face e tal... e::... antes disso até... você faz uma limpeza com... com... com gel tônico... alguma coisa pra tirar as impurezas da pele... aí você vai... e coloca uma base... ((pigarro)) de preferência... uma base assim... do tom da sua pele... se você for mais clara... uma base mais clara... se você for mais morena... uma base mais escura... aí você espalha a base... né? em... em vez de você... borrocar a sua cara de base... você pega um algodãozinho e molha assim... dá umas três... três pinça/ eh:: pinceladas de base assim no... no/ na bochecha... uma na testa... no queixo... nariz... na/ eh:: embaixo da/ dos olhos e tal... e espalha... aí depois disso...você vai para os olhos... aí você passa uma sombra... [a:normalmente] mais fosca [a:primeiro] ... aí depois você... eh... arruma os cílios... né? eh... eh/ ou melhor... a sobrancelha... você penteia as suas sobrancelhas... aí tem um/ uma coisa pra elas ficarem... certinhas assim... quese você não tiver um rímel [a:mesmo] ... você coloca/ pega uma escova de dente... coloca um gel... na sobrancelha... pra firmar ela... e:: depois você:: vai e coloca a sombra... né? que você quiser... con/ de preferência contrastando com o batom... aí... você depois disso coloca/ você vai colocar o lápis.. né? o lápis... eh:: você ri... risca ele assim... aqui no::/ como é que chama isso aqui? pálpebra?
    E: pálpebra ((riso))
    I: na pálpebra... aqui... né? rente nos/ na/ nos cílios aqui... e:: se você tiver um olho claro... pra realçar... você tem um cajalzinho branco... que você coloca aqui nos olhos... pra ficar mais branco... né? pra realçar mais seus olhos... e:: depois você coloca um pó translúcido... né?pra dar um brilho maior... pra evitar [a:inclusive] colocar... eh... blush... né? essas coisas que já não... não usam mais tanto... aí depois você vai colocar ((pigarro)) passar o... o rímel nos... nos cílios... né? e tal... e::aí depois você vai... para o batom... né? o batom [a:primeiro] ... você passa uma camada assim de lápis... contornando teu batom... pra ficar mais certinho ((riso)) aí depois você vai... e preenche com batom ((riso))
    E: ê:: ((riso)) então o batom é o último?
    I: o batom é o último ((riso))
    E: [a:legal] ...

  • E: ah... Andréa... agora... eh::... o último::/ a última coisa que eu vou te pedir... é que você me dê a opi/ a sua opinião sobre um assunto que te chame atenção... a gente tinha conversado antes... e:: você já deve ter pensado... mais ou menos sobre o que você vai falar... você me dá a sua opinião sobre isso...
    I: deixa eu ver... ah... pode ser sobre:: virgindade...
    E:virgindade... [a:legal] ...
    I: bem ((riso)) pra começar... eu acho que isso é um tipo de::/ exi... existe... né? a/ eh:: muito... questionamento em cima desse... desse tema ainda e tal... embora os tempos tenham mudado... né? eh... [a:normalmente] a gente dessa/ mudou pra nós... né? dessa geração... porque... a maioria dos nossos pais/ lógico que tem aqueles que já... se acomodaram mais... né? já se situaram mais no mundo que a gente vive...mas a maioria deles... [a:inclusive] os meus...((riso de E)) né? tem uma... uma tendência... a achar certas coisas absurdas... né? e no entanto... não... não são bem assim... eh:: como a virgindade por exemplo... que é encarada por eles como um tabu... né?não [a:só] por eles... mas pela sociedade [p:em] [a:geral] ...a igreja que condena... acha que se [a:só] deve... dar... né?((risos)) [a:geralmente] ... quando você casar e tal... e a gente/ quando a gente é pequena... tal... a gente até acha isso bonitinho... né? até vai pela onda... mas aí...você começa a crescer e ver que as coisas não são bem assim... [a:principalmente] por... experiência de amigos e tal... você começa a abrir a tua cabeça... né? coisa que eles também deveriam fazer... embora pra eles seja uma situação mais difícil... porque na época deles as coisas eram mais reprimidas... como esse tipo de coisa... né? que a maioria das nossas mães... casavam virgem...mas hoje eu acho isso desnecessário... entendeu? [a:principalmente] o preconceito que existe... porque eu acho que não vai ser... uma... película genital que vai julgar o caráter de uma pessoa... né? eu acho que isso é errado... de uma pessoa pensar assim...eu acho que a nossa geração é muito sa... muito sadia... [a:muito] saudável... né?de ter... se libertado desse tipo de coisa... imagina que horrível se... né? ainda fosse... né? entre a gente rolasse esse tipo de preconceito...então eu acho que... eh... eh... a pessoa deve... eh... [a:primeiro] ter responsabilidade pra fazer as coisas e tal... e tem muito aquele lance... né? que te falam de hora certa... né? mas...hora certa é uma coisa [a:muito] relativa... né?hora certa é a hora que você quer... né? porque como que você vai saber a hora certa... pra fazer alguma coisa? você tem mais é que fazer... se você tiver vontade... no sentido de que você::/ a partir do momento que você esteja preparada... faça a coisa com responsabilidade... né? não tenha uma gravidez indesejada... essas coisas todas... mas eu acho que então é:: um::... é um tipo de coisa que tem que ser suprida... entendeu? tem que ser banida das mentalidades... assim... dessa geração de... quarenta... cinqüenta anos... entendeu? [a:principalmente] porque:: não... não rola mais isso... acho que... eh...as pessoas hoje [a:só] ficam grávidas quando querem... entendeu?pode até acontecer alguns acidentes ((riso)) de percurso... mas... isso aí eu acho que é assim... eh... dez em cem por cento... entendeu? a partir do momento em que você se previna... entendeu?eu acho que isso é [s:uma coisa] que... que [v:rola] [a:naturalmente] ... né?você não vai aí querer chegar com quarenta anos... então você não casa... solteirona... entendeu? com uma pele a mais no teu corpo... que não vai te fazer falta nenhuma ((riso)) então eu acho que... as pessoas tem que mudar a mentalidade em relação a este tipo de coisa...não [a:só] a virgindade mas tudo... eh... relativo a::/ ao sexo... né? [a:sexualmente] falando... que ainda rola um preconceito [a:muito] grande...
    E: [a:legal] (Belé) eh... eu estou acabando... tá... a entrevista com a Andréa... e eu vou dar os papéis agora pra ela... pra ela... eh:: fazer os textos escritos... finit.
Parte oral
1994
  • Era mês de março, [a:precisamente] dia 27 deste ano.Eu estava namorando há três anos.O relacionamento não era mais como antes: estava falido.Neste dia, foi aniversário de uma amiga minha.Esta me telefonou convidando-me para acompanhá-la ...um sítio de um amigo de seu namorado.Chegando lá, um clima entre mim e ele se instalou, fiquei fascinada e confusa, pois eu estava namorando.À noite, seria a comemoração do aniversário de minha amiga.Não sabia se ligava para o meu namorado ou se arriscava alguma coisa com o outro:resolvi arriscar e [v:deu] tudo [a:certo] .Perdi um namorado, mas ganhei outro.Foi difícil fazer uma escolha tão incerta, mas consegui.Senti-me orgulhosa de mim mesma.
  • Um dia desses, Mônica, uma amiga minha havia brigado com seu namorado.Este, morava no Rio e ela resolveu ir atrás.Não foi nada fácil, pois Mônica acabara de tirar carteira de motorista e nunca havia encarado uma estrada, ainda mais sozinha.Esta, inventou uma desculpa qualquer para sua mãe e foi.O desespero começou na Avenida Brasil, seu namorado morava em Ipanema e ela não tinha idéia de como chegaria lá.Ela ficou apavorada, pois parecia que não saía do mesmo lugar.Foi aí então, que resolveu colocar um indivíduo que ela nunca tinha visto na vida, dentro do carro para guiá-la até Ipanema.Conseguiu chegar lá, mas na volta foi a maior confusão e ela mais uma vez teve que colocar um desconhecido em seu carro para ajudá-la a sair da cidade.No final, tudo [v:deu] [a:certo] .
  • Certa vez fui com meu namorado para Búzios.Ficamos numa casa maravilhosa, com uma arquitetura moderna e ao mesmo tempo rústica, O lugar que mais me chamou atenção foi o quarto.Ele era [a:bastante] espaçoso e aconchegante.Havia uma cama grande com lençóis brancos.Perto do armário havia uma cadeira de balanço de palha sob um tapete de cordas.Havia uma varanda que dava de vista para o mar.O vento era constante, as cortinas pareciam dançar...
  • (como maquiar-se) Para maquiar-se de forma eficaz, a primeira coisa a ser feita ‚ a limpeza da face com uma loção tônica qualquer.Depois, espalha-se uma base por toda a face, devendo ser, esta, da tonalidade da pele.Em seguida, passa-se uma sombra nos olhos da tonalidade do batom que for ser colocado,a sombra deve, [a:normalmente] , ser uma cor leve, neutra.O lápis deve ser colocado rente aos cílios superiores na parte externa, de preferência preto.As sombrancelhas devem ser penteadas com um gel ou c/ o rímel que foi usado nos cílios. [p:Por] [a:último] , a boca.Esta, [a:principalmente] , deve ser contornada por um lápis e depois, preenchida com o batom.
  • A virgindade ainda continua sendo um tema [a:bastante] polêmico [a:atualmente] .Por mais que os tempos tenham mudado, engana-se aquele que acha que o preconceito já acabou.Seja por parte da sociedade, da igreja ou da família, o tabu existe.Embora sejam todos os membros mencionados, [a:anteriormente] , de uma outra geração‚ preciso que estes se atualizem.não vai ser o fato de que aconteça relacionamentos sexuais antes do casamento que via definir ou justificar o caráter de uma pessoa.Os jovens de hoje, embora sejam taxados de irresponsáveis e consumistas, ao contrário têm responsabilidade e lutam pelos seus anseios, não têm medo.
Parte escrita
1994

  • E: estou fazendo um teste pra ver se é possível gravar em cima do que já foi feito... porque a gente teve que trocar de sala... estou começando a entrevista com a::... Cíntia da/ terceiro ano do... Magistério Fernando Lobo... Cíntia... a primeira coisa que eu queria saber... eh... queria que você me contasse uma história... ou um fato que tenha acontecido com você... e que tenha te marcado... eh::... ou porque foi constrangedor... ou porque foi... triste ou... feliz... enfim...
    I: [a:bom] ... então eu vou te contar o dia em que eu cheguei aqui nessa escola... eu tive um problema no colégio que eu estudava... no Euclides da Cunha... com os alunos lá... então eu parei de estudar... então... quis voltar a estudar... então fiquei louca... procurando escola... e vai aqui... e vai ali... e eu não tinha mais dinheiro pra estudar em escola particular... né? então eu pergunta::va... e anda::va... aí me informaram que aqui no Fernando Lobo... tinha vaga.... porque era colégio estadual... aí eu vim... aí vim a pé... procurando essa escola... vinha do (Parque Halfeld) a pé até aqui... meu Deus... quando eu lembro disso... aí... eu cheguei aqui... a diretora não estava... me mandaram eu procurar a Creuza... meu Deus... pra achar a Creuza também foi uma luta... os professores não sabiam informar quem era a Creuza... e meu dilema (dentro de mim) era outro também... o que que eu vou fazer? magistério ou contabilidade? porque aqui na escola não tinha o científico... e eu estava fazendo o científico... aí cheguei na Creuza lá embaixo... e o que mais... o que mais me pegou na Creuza... foi que ela não chegou lá/ que eu cheguei lá... e ela não me perguntou... o que/ “que curso que você vai fazer? magistério... ou contabilidade?” não... ela foi conversando comigo... me perguntando... que curso que eu... que eu estava fazendo... e eu me apeguei a ela nesse papo... comecei a contar... um pouco da minha vida... e nesse/ nessa conversa toda... ela virou pra mim e ele falou assim... “olha... eu tenho certeza que você vai dar uma ótima professora... eu aposto com você...” então eu entrei no curso... e::... eu perguntei pra ela... o que/ quais seriam as matérias que eu teria que fazer... pra poder entrar no curso do magistério... então ela olhou no meu currículo... a... a minha papelada toda... ( ) fazer as matérias pedagógicas do primeiro ano... de manhã cedo... e todo o... o curso à... à noite... do segundo magistério...pra mim fazer o primeiro e o segundo ano... [a:juntos] ... porque eu tinha... a matéria de segundo grau... de primeiro... e segundo ano... né?então eu vim... vim batalhando... e::... foi nessa época... que meu casamento ((riso)) entrou em crise... estava na tábua da beirada... porque... foi o lance de diferença de idade... (que eu falei até com você)os:: amigos dele... os meus familiares... os familiares dele [a:principalmente] ... aí começavam a fazer aquelas perguntas...só pra deixar a pessoa chateada... sabe? “o::lha... que lin::da... a sua filha... meu Deus... como é que ela é bonita...” “oh... essa aí que é a sua filha? eu não conhecia não... me apresenta...” a mãe dele ficava falando que eu queria dar golpe... sabe? “ah... é golpe... meu filho... pelo amor de Deus... é golpe...” ((imitação das falas)) todo mundo falando... e eu estudando à noite... e de manhã cedo... então... quase que eu não tinha tempo pra ele... aí começou... a gente brigar::... se desentender... então eu chegava aqui na escola... e encontrava na Creuza assim... mais... do que uma supervisora... ela era minha amiga... minha conselheira... então a gente conversava mui::to... sabe? chorei muito com ela... ela me ouviu muito... então... eu tenho que agradecer a todo momento a ela... sabe? que graças a ela que hoje eu sou... graças a Deus uma ótima professora... [a:realmente] ... graças a ela o meu casamento voltou até a estabilidade que precisava... sabe? que ela colocou na minha cabeça... pra eu ir conversando com o meu marido... pra ir ignorando os problemas... sabe? e::... eu morava perto da casa da minha sogra... então eu tive que sair de lá... porque ela começou a levar mulher pra dentro da minha ca::sa... a fazer ciúme pra o meu mari::do... a falar que eu estava andando com homem na ru::a... sabe? que eu não estava estudando nada... então nessa época... fomos morar com a minha mãe... e aí... nós começamos a construir a minha casa... e a minha casa nada de sair... e eu estou aqui... tá entendendo? então isso pra mim... todo/ toda vez que eu preciso... eu vou na Creuza... então pra mim... a Creuza e essa escola aqui vai ficar na minha vida para o resto/ enquanto eu estiver viva... essa escola e a Creuza vai viver na minha lembrança... sabe? não tem como eu esquecer não... ( ) eu estou sempre pensando no ( ) poxa... graças ao Fernando Lobo que eu estou me formando... e mais ainda à Creuza... meu Deus... aquela pessoa maravilhosa... o tempo todo assim...
    E: tá ótimo...

  • E: eh::... Cíntia... agora eu queria que você me contasse uma história que alguém contou pra você... eh::... uma história que você/ tenha te chamado atenção... que você tenha gostado de alguma maneira... aí... aí... pois é... eu quero que você me conte uma...
    I: [a:bom] ... eu sou espírita... sou kardecista... e meu/ lá em casa todos nós somos kardecistas... menos o meu pai... meu pai é católico... mas... no espiritismo tem aquelas pessoas que são médiuns... né? meu pai é médium... então/ e ele tem um amigo... que ele::... também é kardecista... então a gente encontrava muito (ele)... então um dia ele parou de ir... ele estava tendo problemas... estava/ era alucinação atrás de alucinação... então nós chegamos em casa e um dia perguntamos ao meu pai... e meu pai veio me contar o que é que tinha acontecido... eu não sei se vocês recordam... um acidente na Ponte das Almas... com um ônibus da Útil ou da Unida... acho que é Unida... né? que todos morreram?não sei se você se recorda... [a:bom] ...o meu pai... re/ lembra [a:muito] bem...eesse amigo dele mais ainda... nessa época... era [a:muito] difícil... eh::... polícia rodoviária... né? quando acontecia um acidente... era... demorado... aparecer alguém no local ou alguém parar pra dar alguma ajuda... e esse acidente aconteceu de madrugada... e esse... esse amigo do meu pai... que até freqüentou com a gente no... no culto... al... algumas vezes... pra ver se ele melhorava... ele estava... passando na hora... em cima desse viaduto... e ele viu uma mulher... em cima do viaduto... e ela entrou na frente do carro... e daí ele foi obrigado a parar...
    E:aqui... [a:só] um pouco... eh::... essa história... quem te contou?
    I: meu pai...
    E: ah... tá...
    I: meu pai me contou essa história... então... ele te/ ele foi obrigado a parar... em cima do viaduto... então... ele desceu e perguntou... pra aquela moça... o que é que ela queria... e ela pegou... apontando pra ele... pra dentro do viaduto... pegou e falou assim... pra ele descer lá embaixo... pra tirar a filhinha dela... do meio da ferragem do ônibus... porque ela já tinha tentado e ela não conseguia... então (ele rápido)/ela estava com a roupa [a:realmente] rasgada... [a:muito] ... machucada... então ele desceu... desceu depressa... pra ver se tirava a criança de lá... e quando ele chegou lá embaixo... a menininha estava acabando de morrer... quem estava abraçada com a menininha era aquela moça que estava lá em cima... então desde esse dia... que esse amigo do meu pai nunca mais foi uma pessoa normal... sabe? assim... você sentar com ele e conversar... então meu pai conta isso pra gente... porque... desde quando nós entramos pro espiritismo...meu irmão não era [a:muito] crente não... sabe?
    E: sei...
    I: no espí::rito... ( ) a maté... tem matéria e tem o espírito também... então... meu pai mostrou pra ele... sabe? pro meu irmão e pra esse amigo dele... e ele...e ele... [a:realmente] ... ele/ você... você senta pra conversar com ele...ele [a:só] conta essa história...então isso pra ele foi um trauma [a:muito] grande... então meu pai sempre conta isso pra gente... sabe? é um alerta...eu acho que isso é um alerta... tanto de que... [a:realmente] ... existe espírito como a gente deve [a:realmente] ajudar as pessoas... meu pai sempre lembra essa história quando ele quer/ quando ele está querendo puxar conversa para o lado sério... ele começa... “vocês lem::bram daquela história que eu sempre conto pra vocês?”
    E: ahn... ahn... tá jóia...

  • E: Cíntia... agora... eu queria que você me fizesse a descrição... do lugar que você::/ do lugar que você goste de ficar... ou que você já tenha ido e tenha gostado muito... mas eu queria que você me desse o máximo de detalhe... pra eu imaginar na minha cabeça como é... esse lugar...
    I: então vamos ( ) a minha casa nova...
    E: isso...
    I: [a:bom] ... a minha casa... é no bairro de São Bernardo... tá? novo... prolongamento do Cesário Alvim... o nome dele... é bem no alto... tá? a entrada da minha casa...um muro [a:muito] alto... com um portão do lado direito... um portão de grade ( ) da minha casa... ela tem dez de frente... uma janela... do meu quarto e a porta... a janela fica no lado esquerdo... e a porta da sala no lado direito... dentro da minha sala...eu tenho uma escada... no centro dela... que vai [v:dar] [a:direto] na minha cozinha... a parede... que dá ao lado dessa escada... é a minha varanda... essa minha varanda tem um sacada enorme... com a porta que corre... ao lado... é o meu banheiro... meu banheiro tem dois vitrôs... tem uma banheira de hidromassagem... tem um... um vaso sanitário lindo... cor de vinho... quadrado... e ainda sobrou um espaço do boxe... quer dizer... ele é bem grande... (beirando) porta com porta... tá?tem um corredorzinho... [a:muito] pequenininho...quevai ficar um espelho [a:muito] grande... que dá entrada para o meu quarto... o meu quarto... é do lado esquerdo... tá? que dá de frente pra janela...vai ter um armário embutido [a:muito] grande que nós já imaginamos... né? que vai ficar certinho ali... e de frente quase pra porta... minha cama... uma porta lin::da... que nós já colocamos o lugar na porta... agora vem/ vamos voltar pra sala... você vai passar no corredorzinho e vai chegar na sala... então... as três portas... encontram esse corredorzinho pequenininho... nós vamos descer a escada... ela tem vinte e três degraus... que vão chegar na minha cozinha... essa escada deixa na minha copa...minha copa é [a:muito] grande... com uma báscula enorme... nos fundos...
    E: uma o quê?
    I: uma báscula...
    E: ah...
    I: enorme... que dá nos fundos... do lado direito da escada... tem uma portinha... que é a minha dispensa... etem uma báscula também... [a:só] que é uma báscula pequenininha... saindo por essa portinha e passando num arco... no centro da copa... eu vou chegar na minha cozinha... minha cozinha ela não é tão grande... mas eu imagino colocar dentro dela milhares de coisas... e vai caber... e... na parede... que dá de frente... pra esse... arco... que eu te falei... dá a minha porta da cozinha... saindo por essa porta... sobe a escada... que dá outra vez na rua... que é onde tem esse portão do lado direito...
    E: nossa... enorme...
    I: minha casa é maravilhosa...
    E: vocês vão mudar quando?
    I: se Deus quiser... agora no final do ano... já está em acabamento... já está pintando... graças a Deus... o meu banheiro já está pronto... agora já está pintando/ já pintou a sala...e já está dando o acabamento na escada... e (já deixou) o quarto... pra pintar [p:por] [a:último] ...

  • E: agora eu queria que você me falasse... eh... uma coisa que você sabe fazer... eh::... gosta de fazer... e como que se faz isso... me explicasse como se estivesse me ensinando...
    I: como se estivesse te ensinando... então vou te ensinar a dar aula...
    E: ah...
    I: a como você monta um plano de aula... como se aplica esse plano de aula...
    E: isso...
    I: [a:bom] ... estou numa sala de aula de primeiro ano... então eu vou te ensinar a montar um plano de aula... numa aula lúdica...
    E: isso... me fala como... como se faz isso...
    I:pra se montar um plano de aula... [a:primeiro] você tem que sentar... e pensar o assunto...que você quer trabalhar com a criança... [a:bom] ... eu vou te dar um exemplo meu... pra você... fazer o seu... tá? começamos com o cabeçalho... você ( ) o plano de aula... a disciplina... o conteúdo... a série... mais ou menos... a quantidade de alunos...o nome da escola... e o nome da professora... [a:bom] ... você sendo estagiária... você vai colocar o nome da professora que você estagia na sala dela... você sendo a professora regente... você coloca o seu nome... bom... na incentivação... na incentivação você pode trabalhar na aula lúdica... um texto... que você entrando... dentro do texto... você vai trabalhar com fanto::che... você vai trabalhar com mú::sica... você vai trabalhar::... expressão corporal::... então... eu trabalhei o texto “O sapo e a onça”... que era uma disputa... entre o sapo e a onça...a onça deu um urro [a:muito] forteechegou a hora do sapo urrar... [a:só] que o sapo não urra... ele coaxa...então [s:ele] começou a [v:coaxar] rápido e mais rápido e mais [a:rápido] ...então deu um eco na floresta... e todos os amigos sapos ( ) e rãs... começaram a coaxar também...então deu um eco [a:muito] grande... e a onça com medo... saiu correndo... então... nós fizemos/ aí depois a gente... na incentivação... a gente passa (já para o) desenvolvimento... na incentivação... você trabalharia um texto... não que você daria o texto... você daria o texto já mimeografado pra eles... pra eles não ter que copiar...se não não é uma aula lúdica... então você já vai para o desenvolvimento... no desenvolvimento... você trabalha a dramatização do texto... você trabalha a expressão corporal nessa dramatização... você trabalha a mímica... você trabalha dobraduras... como eu trabalhei... você trabalha a música... como fixação... nesse/ nessa aula lúdica... você pode dar uma atividade extraclasse... na quadra... por exemplo... você pode fazer::/ pedir para as crianças urra::rem como uma onça... eh::... pularem como um sapo... eh::... correr como uma onça... então você trabalharia em cima... fazendo um trabalho de educação física com a criança... não uma educação física pesada... mas a... a escolar... tá? depois entraria a avaliação... como é que você ava/ a::/ faria a avaliação... dessa aula lúdica que você fez... se foi útil para a criança... se a criança gostou... o que que ela tirou de bom dessa aula... então você poderia fazer perguntas orais para a criança... se ela gostou... o que que ela aprendeu... o que que o texto contou... quem poderia imitar outra vez o sapo... então ali você faria a verificação... de qual criança que guardou... qual a que não guardou... por que que ela não guardou... tá? você colocaria o nome nesse plano de aula... os recursos metodológicos que você usou... qual a metodologia que você usou... quais foram... eh::... recursos didáticos que você usou... seriam... por exemplo... fantoche... dobradura... música... expressão corporal... atividade extraclasse... o quadro e o giz que você poderia até usar... os/ as próprias crianças que você colocou elas pra trabalhar...e a biblliografia... [a:bom] ... se você usou um texto... se o texto... não foi você que criou... você coloca a bibliografia do livro que você tirou... aplicando isso dentro de sala de aula... você trabalharia isso... no máximo... em três horas...pra não ficar uma coisa cansativa... que o horário é da uma às três antes do recreio... depois do recreio... você trabalharia matemática... então... eu acho uma das aulas mais agradáveis que tem é uma atividadde lúdica na sala... pelo menos uma vez por semana... e a criança não esquece nunca mais... se ela for bem trabalhada... a criança não esquece nunca mais...
    E: tá ótimo...

  • E: eh::... a última coisa... você... ô Cíntia...eu queria que você desse a sua opinião sobre um assunto que te [v:toque] assim... [a:especialmente] ... ou que você fizesse uma crítica... ou tomasse uma posição... você me falou que tinha escolhido já... um... um tema...
    I:vou falar sobre o curso de magistério... [a:bom] ...estou saindo com a preparação do curso de magistério [a:muito] boa...eh::...os cursos de [a:antigamente] eram até mais fáceis... mas eu estou saindo com um conteúdo [a:muito] bom... tá?eu estou pronta pra assumir qualquer turma...mas eu acho que ele tem falhas... [a:bom] ... por exemplo... no conteúdo... que as professoras recebem... que eu já recebi o meu... consta de educação religiosa... isso não consta... no currículo de segundo grau no curso de magistério... como ensinar... religião para as crianças... por que se a gente não souber... a gente vai... entrar em detalhes na religião de cada um... e isso a escola não pode... ela não pode criticar a religião de cada um... nós temos o direito de cada um escolher a sua própria religião... isso é uma falha... outra falha... por exemplo... nas escolas estaduais... trabalham com crianças com deficiência visual... deficiência mental... deficiência física... deficiência de comportamento... como eu te contei daquela sala... entendeu? falta isso no curso também... uma especialização... você no curso... você poderia escolher... entrefazer... eh::... uma aplicação... né? [a:junto] com aquilo...um curso sobre deficiência visual... uma sobre/ de comportamento [a:mesmo] ... que o maior problema das crianças hoje é o comportamento... elas têm um comportamento terrível... têm um comportamento difícil de dominar... com as crianças... outra... outra coisa que eu acho muito falho... eh::... você ter que depois que você faz os três anos do curso de magistério... você ainda ter que fazer esse bendito desse curso adicional... queeu acho que agora foi abolido... mas não temos muita certeza... [a:bom] ... eu fiz um mês... e meio de estágio na pré- escola... fui regente de turma... três semanas... quase que um mês nessa sala... eu acho que eu consegui atingir todos os meus objetivos... de todos os meus planos lá... e... nós vamos sair... sem habilitação pra pré-escola... tendo que constar... que nós fizemos o... o estágio lá... então eu acho que isso aí também é um ponto negativo do curso de magistério... tá? então... outro ( ) incluir esse... quarto ano sendo obrigatório...eu achei... [a:muito] importante... mas... voltaram outra vez essa regra... eu acho isso um horror... tá? outra coisa que eu acho falho no curso de magistério também... psicologia e didática...dentro de sala é [a:muito] lindo... mas na hora da prática...não tem como se abrir um caderno de psicologia e [v:levar] aquilo [p:a] [a:fundo] não... você tem que saber um pouquinho de cada criança... pra aplicar um pedacinho da psi... da psicologia com essa aqui... um bocadinho da didática com aquela ali... aí já sai da didática... da psicologia... você vai ter que dar o carinho materno pra aquela ali... então eu acho o curso de magistério ainda muito falho...e não [a:só] o curso... isso porque a comunidade não puxa isso... quantas professoras formadas que estão desempregadas? tá? agora o curso de magistério tem outras vantagens... vantagens do curso de magistério... minha opinião... eu acho um dos cursos mais maravilhosos... porque a gente se descobre como pessoa ali... a gente cresce... a gente aprende a ouvir... aprende a dar valor ao ser humano... então eu acho que todo mundo tinha pelo menos... fazer um cur... um cursinho de magistério... pelo menos o segundo ano de magistério... para aprender a conviver com as pessoas... que o mundo está tão assim... desse jeito aí... essa violência...só... cada um [a:só] pensa em si... porque eles não sabem conviver... eles ainda não... se encontraram... para aprender a respeitar os outros... então... eu aprendi isso com o curso de magistério... a me respeitar... a me descobrir... pra descobrir o que que as pessoas precisam de mim pra mim poder doar...
    E:tá ótimo... Cíntia... olha... [a:muito] obrigada... e eu agora vou dar... os papéis pra Cíntia produzir os textos escritos...
Parte oral
1994
  • O dia em que eu cheguei aqui na escola estadual Fernando Lobo, foi o dia mais atribulado que já tive.Estava procurando escola, pois colégio particular, não dava mais para pagar, quando me informaram sobre esta escola.Eu vim a pé do parque Halfeld até no Bairro São Mateus e chegando aqui me mandaram falar com a Creuza, supervisora.Nossa conversa foi de duas pessoas que já se conheciam ela apostou que eu seria uma ótima professora.Somos [a:muito] amigas e hoje estou aqui, professora atuante e formando no curso dia 12 de Dezembro de 1992.
  • Meu sempre me conta uma história de um grande amigo seu.No famoso viaduto das almas um ônibus da viação Útil caiu dentro dele e neste acidente morreram todos.Neste momento este amigo do meu pai vinha passando e em cima do viaduto ele viu uma mulher que lhe pediu para que retirasse seu filho do meio das ferragens.O rapaz desceu.Quando chegou lá embaixo levou um grande susto, a criança estava nos braços daquela moça que lhe pediu ajuda e as duas estavam mortas.Desde este dia este rapaz nunca mais foi o mesmo.
  • A minha casa tem como faixada um grande muro com um portão do lado direito.Na frente ela tem 2 janelas no lado esquerdo e 1 porta no lado esquerdo.A sala tem no centro uma escada que chega na copa e cozinha.Ao lado desta escada temos uma porta nossa dispensa.Subindo a escada tem um pequeno corredor que para a direita nos leva para o banheiro e a esquerda para o quarto.Vindo um pouco mais para a direita você chega na minha varanda que tem um grande jamelão.
  • Como se faz um plano de aula. [a:Primeiro] passo escolher a disciplina e o conteúdo à ser dado.Após fazer o cabeçalho, que contém: disciplina, conteúdo, série, número de Alunos, nome do professor e data.A escolha do conteúdo deve ser bem feita, pois assim sua aula será excelente.O objetivo é o seu segundo passo, o que você quer alcançar no conteúdo.A Incentivação é o passo mais importante para que sua aula sege atrativa.No Desenvolvimento você vai desmembrando o seu conteúdo, também de maneira agradável.Como último passo você tem a fixação e avaliação do conteúdo.Os recursos de ensino usados e a bibliografia.
  • Vantagens e Desvantagens do Curso de Magistério.É um dos melhores cursos profissionalizantes, mas como tudo tem seus defeitos vamos à eles: 1°- O curso não nos prepara para enfrentar uma sala com crianças deficientes.2°- É uma profissão em extinção, mais no curso de magistério o abandono do curso é grande.3- Falta de professores competentes para o curso, etcO curso nos traz uma bagagem enorme sobre convivência humana, amor, aprender a ouvir, isto é o que esta faltando no mundo: o homem aprendendo à conviver com o seu semelhante.
Parte escrita
1994

  • E: estou começando a entrevista com o Gilson... do terceiro ano do segundo grau... ele está fazendo vestibular esse ano... eh... Gilson... a primeira coisa que eu queria de você ((riso)) queria que você me contasse uma história... um fato que tenha acontecido com você... e que tenha sido marcante por algum motivo... ou porque foi... triste... ou constrangedor... ou engraçado...
    I: minha namorada e eu... a gente estava legal... sabe? estava transando... numa boa... aí num sábado... tinha ido trabalhar com meu pai... caminhão (ia) fazer mudança... aí eu... acabei a mudança... rasguei ( ) tomei duas... aí... ela me deu uma garrafa de Chateau Duvaleir... peguei na casa dela... e fui pro motel... chegou lá... cara... foi... foi-se a outra garrafa ( ) tomei a garrafa... de Chateau ((riso)) aí depois... pedi mais uma ((riso)) aí estou lá... estava legal... aí de repente... aí não sei o que que aconteceu... eu apaguei ((riso)) acordei seis horas da manhã... com uma puta dor de cabeça... sem entender nada... o que que tinha acontecido comigo ((riso))sei que eu fiquei... [a:totalmente] cons... constran... uhn... constrangido com ela... não sabia nem o que ((riso)) o que falar com ela... sabe? foi... foi horrível ((riso)) foi triste...

  • E: eh... agora eu queria que você me contasse uma história que tenha acontecido com outra pessoa... que alguém tenha te contado... que você me recontasse... uma história que você ache interessante por algum motivo...
    I: é:: um... um primo meu... entendeu? que... deve ter uns três anos de namoro... ele é apaixonado pela namorada dele... sabe? sabia? os dois são... apaixonados... então... de vez em quando eles brigam... ele é o maior galinha ( ) galinha... a gente... sai de vez em quando... aí ela fica sabendo... aí eles brigam... e eu acho isso chato... fica um desespero pros dois... ele... não almo::ça ... não jan::ta... fica... um tempão... aí... ela liga pra ele ... fica “não... agora ela terminou comigo mesmo... não vai ter jeito... eu... eu já estou até sabendo... ela ma chama lá pra falar que não quer mais nada comigo” ((imitação)) aí fica aquele/ fica... aquela ansieda::de toda... né? aí chega lá... aí conver::sa com ela... cho::ra ((riso)) e depois eles voltam... e fala comigo que...fala pra ela que não vai fazer mais na::da... que vai [v:ficar] ... [a:direitinho] agora... que não vai... aprontar::... passa um final de semana e ele está lá [s:ele] [p:de] [a:novo] ... [v:aprontando] tudo que tem direito... [s:ela] fica [v:sabendo] [p:de] [a:novo] ... dá o rolo... não vai demorar muito esse namorinho deles não ((riso))

  • E: eu queria agora... que você me fizesse... eh:: uma descrição de um lugar que você goste de ficar... ou que você fique muito... que você conheça bem... e... com o máximo de detalhes que fosse possível... eh... sobre o... o lugar... pra eu imaginar... pra fazer um retrato dele na minha cabeça...
    I: eh... o que eu gosto de ficar é no meu quarto...
    E: ahn...
    I: no quarto (tem... tem lá...) tem uma cama de casal... bem espaçada... pode deitar... bem à vontade... tem uma cortina azul... escura... azul... com fundo escuro... tem a frente dela mais... clarinha... tem um sonzinho... três em um... uma estante... onde que fica um computador... um micro... computador... que não uso ((riso))uma televisão... que pega [a:muito] mal((riso)) ele é... espaçoso... bem espaçoso... e... guarda-roupa... e é... envernizado... novinho... ganhei tem pouco tempo... (tem) umas manchas de pernilongo... sabe? ((riso)) que de vez em quando... dou umas cacetadas neles... tem dois retratos meu... de quando eu era/ tinha um ano e no outro eu tinha... uns dois... um eu tinha dois anos... dois almofadões que tem... dois gatos... um gato em cada uma...
    E: tá ótimo...

  • E: eh:: agora eu queria um::/ que você me falasse alguma coisa que você sabe fazer... gosta de fazer... e como se faz isso assim...me [v:explica] [a:direitinho] como se você tivesse me ensinando... como se faz...
    I: uma coisa que eu adoro fazer é dirigir...
    E: como é que é?
    I: você... chega assim no carro... assim... você abre a porta dele...você senta... [v:regula] tudo [a:direitinho] ... o banco...se tiver [a:muito] pra trás... você chega ele pra frente((riso)) regula o retrovisor... que são três... na lateral do carro tem/ em cada lateral tem um... e tem um no interior... pra você olhar pra trás... ter uma visão maior atrás... e você... vira a chave... liga o carro... pisa na embreagem... não/ antes de pisar na embreagem... você... você vê as marchas... antes de ligar o carro você vê... quais são/ quantas marchas o carro tem... qual a posição de cada marcha... depois que já sabe isso... você... (tira) o carro... vira... liga o carro... pisa na embreagem... passa a primeira... vai soltando a embreagem devagarzinho... acelerando... eh::...vai [v:acelerando] [a:proporcionalmente] à... à medida em que você vai... tirando o pé da embreagem... olha pro lado... na hora em que você vê que o carro vai/ já está com... com ponto de arrancar... você olha... pro lado... pra ver se tem algum carro... se não tiver... você... você solta o pé da embreagem... vai andando devagarzinho... aí você vai/ à medida que o carro vai... tomando velocidade... você vai mudando as marchas... entendeu?
    E: tá ótimo...

  • E: a quarta coisa... não/ quer dizer... a última coisa que eu queria... é::...que você me falasse um assunto que te dissesse respeito... assim... mais [a:especialmente] ... que seja mais palpitante pra vocêagora... eh... e me desse sua opinião sobre ele... você... parece que falou que queria falar sobre... vestibular... ou sobre escolha profissional?
    I: escolha profissional... eu acho que... que... chega numa certa idade... que você/ igual eu estou... milhões de brasileiros que estão na minha idade... faixa de dezenove anos... vinte... que você tem que optar por um/ por uma profissão... e essa profissão às vezes você não tem a... noção... do campo que ela vai... te abrir... pra vo/ pro futuro... e às vezes a gente escolhe... a coisa errada... não é aquilo que você tem... vocação... que eu acho que todo mundo tem uma vocação pra... pra certa.../ pra uma coisa específica... se você não tiver a vocação... se você não/ se não foi isso que você... que você escolheu... que você gosta de fazer... aí você nunca vai ser um bom profissional... você vai... ser... mais um... formado... que/ mas... eh::/ que não::/ que formou e não produz nada... você está::/ virou mais um encargo social... que tem... mais um... problema social... e:: você tem/ você não tem/ eu acho que falta muito hoje... é você... ter alguém... entendeu? ter um tipo de::/ alguém... que você possa conversar a respeito de... a respeito do que você quer... entendeu? o que você pensa que isso pode... e o que você pensa... isso pode te... ajudar... na escolha profissional... você::/ se a gente tivesse alguém que... pudesse... se abrir mais... pra gente conversar... falar quais são... o... o lado bom e os ruins... de tudo isso... acho que melhoraria bastante... e... às vezes a gente escolhe... muita gente escolhe eh:: uma profissão... por exemplo... médico... você::/ a gente procura status/ a gente... entendeu? todo mundo fica procurando o status... que o médico pode te oferecer uma vida assim/ uma vida... financeira/ uma posição financeira boa... e:: às vezes não é isso... você... vai formar em médico... você vai/ em vez de você ajudar alguém... você pode... atrapalhar a vida dessa pessoa... se você... se você não está bem preparado... você não... não é... não é pra isso que você::/ não é isso que você sempre quis... entendeu? fazer aquilo que está fazendo... eu acho que é isso... você::
    E: tá ótimo... Gilson... eh:: eu estou terminando a entrevista com o Gilson... e vou entregar o papel pra ele... pra ele produzir os textos escritos agora...
Parte oral
1994

  • E: estou começando a entrevista com a Ana Amélia... da oitava série do colégio Cristo Redentor... aqui de Juiz de Fora... Ana Amélia... a primeira coisa que eu queria de você... queria que você me contasse um fato...uma história que tenha acontecido com você... e que tenha sido [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste... ou [a:muito] constrangedora....
    I: eu vou contar::/ não foi... um fato assim... que marcou nem nada não...mas é que aconteceu [a:recentemente] ... eh... e foi assim... foi interessante... foi engraçado... foi que eu/ eh::... teve a formatura do/ de uma outra classe de oitava série lá da academia... e eles me convidaram pra ir na:: confraternização lá da formatura... deles... ia ser lá... lá no (Fronte)... aí... eh... depois... de muito custo... eu consegui arrumar uma carona pra ir pra lá... que eu cheguei tarde lá... aí... tal... estava animada... aí encontrei com as minhas ami::gas... aí eu comecei a dançar lá... fiquei dançando um tempão... aí... aconteceu ((riso)) umas coisas lá... eh... vou contar o que aconteceu com minhas colegas... porque comigo não aconteceu nada não ((riso)) eh... bem... a Raquel é a bonitona... ser modelo... assim... morena... alta... assim... aí... apareceu... apareceu/ lógico que apareceu um menino pra... pra pedir pra ficar com ela... e ela não queria ficar com nenhum... ela deve ter dado uns três foras na festa... aí teve/ tem/ tem um menino ( ) que era da festa... que eles estavam fazendo a festa... e a Nayla... que é da minha sala... eh... tinha um menino que chamava Arides lá... que queria ficar com a Nayla... assim... eles já são amigos... aí eles estavam conversando lá... aí na hora que ele ia pedir pra ficar com ela... aí cham/ aí cheg/ ela tinha que ir embora... assim... acabou ele nem... ele nem falando com ela...ela [a:só] ficou sa... sabendo no dia seguinte... eu até ia com ela... ela... foi uma hora e nem vi ela indo embora... porque ela estava conversando lá... lá com ele... ele também cha... chamou/ che... chegou a Natália... que::/sempre atrapalha... que atrapalhava o namoro de todo mundo... quer:: entrar no meio... quer/ querer dar uma de cupido... [a:só] que nunca [v:dá] [a:certo] ... aí... ela foi embora... aí eu fiquei sem carona... que ela ia uma hora... aí a Tatiana também... que era uma colega/ que é uma colega minha... que o pai dela ia buscar uma hora... também não consegui carona com ela... que eu nem vi as duas indo embora... aí eu fiquei lá... aí... eh... eu fui uma hora... eu fui no banheiro... aí depois eu voltei... eu não... não achei as menina na/ meninas que estavam comigo... dançando na pista... não encon... encontrei elas... então eu fui sentar com::... com os meninos da minha sala... aí fiquei conversando com eles... aí... eh::... eh::... aí o:: Léo... é um colega meu... ele ficou falando assim pra... pra mim “Ana Amélia... tem... tem uma... tem uma amiga sua que está um broto na festa...” eu assim... “quem será?” assim... “começa com A...” aí ele foi me dando as dicas... aí era a Tatiana... que ele sempre foi doido com ela... assim... desde a... desde a sexta série... aí... eh... aí chegou lá... fiquei conversando... aí chegou a:: a Raquel... aí ela veio falar que a Lilian estava ficando com um menino... e ela nunca tinha ficado... nunca tinha beijado nem nada... aí ficou todo mundo curioso... todo mundo ouriçado... aí tem um lugar lá... lá no Fronte que é:: é assim mais escuro... lá... lá assim/ no::/ tipo uma sacada... pra cima assim da pista de dança... que é onde o pessoal namora... aí ela estava lá... aí todo mundo ficou debaixo da escada esperando ela descer ((riso)) coitada... aí ela desceu... com o menino... aí assim não aconteceu na/ quer dizer... eles ficaram... beijou... tudo... tal... mas assim... eh::ela ficou [a:meio] constrangi::da... eh... ele também não... não falou mais com ela... foi pra um canto... aí foi... foi esse o acontecimento da festa... aí... eh/
    E: ah... mas e a conversa sua com o menino do... do broto que começa com A?
    I: não... não...(termina com ela) a Tatiana... que é a... a minha colega... [a:só] que ele sempre foi (louco) com ela... aí... eh::... eh::... aí... onde eu estava? ((riso)) ele voltou... ela:: desceu... aí a gente ficou/ a festa estava terminando... aí eu fui... perguntei pra... pra uma menina que::ela [a:só] ia no final da festa... era quase duas e meia... aí ela... ela morava/ mora perto da minha casa... e::... eu pedi pra ela me levar pra casa... me deixar na porta da casa dela... que eu ia... que [s:eu] [v:ia] pra... pra casa [a:sozinha] ... aí tá... tudo bem... ela... ela... ela... aceitou... aí... a gente:: estava saindo... estava/ tinha acabado a festa... a gente saiu... aí foram todo mundo ligar pra ca::sa... eh... espe... esperar/ chamar táxi... essas coisas... aí... eu estou conversando com... com::... com o pessoal lá despedindo... aí... ela ligou pra mãe dela... essa menina que ia me dar carona... e::... e ficou/ ligou... a mãe dela... a mãe dela não... não atendeu... ela falou que estava vindo...então ela ficou esperando lá... bem... bem [a:próximo] da gente... que eu estava conversando com outro grupo... aí eles estavam combinando de ir de táxi... todo mundo... aí quando eu vi... o carro dela tinha ido embora... o pessoal falou assim... “ a Cristiana foi embora ( ) não te chamou...” aí... eu falei assim... “meu Deus do céu... não é possível... ela nem me chamou nem nada...” aí ela foi... o carro deu uma volta... os meninos ainda ficaram na frente do carro... acenando... assim... não parou... eh... o carro depois parou no sinal... eu fui correndo... me viram correndo... e não pararam... foram embora... quer dizer... eu fiquei a pé... aí eu não sabia mais o que eu fazia... que já era/ já estava tarde pra caramba... e:: eu... eu não tinha nem como voltar pra casa... que voltar de taxi ficava perigoso... e::... o pessoal também não ia lá comigo... no táxi... pra lá no...no... calçadão pra/ de táxi... eh... porque ia ficar [a:muito] caro... era... era... eh::... como é que chama? eh... dois...
    E: bandeira dois...
    I: bandeira dois... aí... eh... eu resolvi/ aí tive que dormir na casa da Lílian... que mora no Bom Pastor... aí... eh... eu dormi lá... a gente ficou conversando um tempão... ela falando lá... da ficada dela ((riso)) aí eu... eu dormi...aí não consegui dormir [a:muito] ... muito bem não... que::... você dormir na casa dos outros... já estava nervosa também...por causa... da meni::na... que [s:eu] não [v:entendi] [a:direito] o que que ela tinha feito... aí eu fui ce/saí cedo lá da casa dela... [NULL SUBJECT] não tinha nem [v:acordado] [a:direito] ((riso))ela [a:só] abriu a porta pra mim... depois voltou a dormir... aí eu voltei pra casa...
    E: tá jóia...

  • E: eh... agora eu quero que você me conte uma história que alguém tenha te contado... que você ache engraçada... que mereça ser contada por algum motivo...
    I: ah... eu vou contar a história que::... a Natália... essa mi/ uma das minhas colegas... e ela é assim... ela é...ela é [a:muito] sonhadora... [a:muito] apaixona::da... assim vive... vive... eh... ah... lendo esses livros assim de roman::ce... então ela contou assim uma his... história... uma história assim que é... assim... não... não dá pra acreditar... não dá pra acreditar na história dela... nem foi ela que disse...foi a Raquel... que é [a:muito] amiga dela... que me falou... que é assim... que ela tinha::... que ela tinha/
    E: acho que é uma narrativa re-recontada ((riso))
    I: é... re-recontada ((riso)) eh... que ela tinha:: ido num sítio... na casa da::... da tia dela... assim... um sítio assim... afastado da cidade... que ela ficou lá... teve um churrasco... eh... e ela ficou conhecendo um... um me... um... um menino lá chamado Guido... que esse Guido tinha... vinte e seis anos... assim... e ficou apaixonado nela... então na... na/ eles ficaram lá... na hora da volta... eles pegaram/ eles voltaram de noite... então ele/ voltou... ela... ele e a tia... e a tia dela... [a:só] que::... eles... eh... eles/ era estrada de terra... então eles tiveram que parar o carro... que estava cheio de lama... e::... aí eles... eles ficaram perdidos no mato... ficaram rodando... o tempo todo... ficaram assim que eles...só... [a:só] conseguiram voltar de madrugada... aí eles... eles falaram que voltou pro sítio... aí... que ela::... ficou com ele... não sei o quê ((riso)) que eles... que eles ficaram até tarde lá no quarto dela... não sei o quê... assim... com a tia dela (você sabe) a fa...a família dela assim... é [a:muito] liberal...assim... dei...deixaram... os dois ficaram juntos... isso é uma história assim... que... que não... não entra... porque ((riso)) a gente conhece ela...
    E: não combina?
    I:não tem... [a:só] papo dela((riso))

  • E: ah... agora eu quero... que você... eh:: pense... o lugar que você mais goste de ficar... ou você costuma ficar mais... e me descreva com o máximo de detalhes possível...
    I: ah... aqui de casa.... um... um cômodo que eu gosto de ficar é::... assim... de noite... no::... no quarto da:: da minha avó... assim... que tem... uma cama de casal... assim... bem grande... e... uma janela assim... é... é bem larga também... e assim... eh... a gente fica... fica no alto... então dá pra você fi/ ver assim... o céu todo... assim... de noite... e não tem cortina também... então a...a janela fica [a:toda] livre... assim... a/ o quarto é assim... tem uma::/ a cama de casal... encostada na parede... e do lado tem a janela... assim... em frente tem uma televisão... que fica pendurada assim na... na parede... assim... tipo de bar... e:: embaixo tem uma mesa... do outro lado da cama tem um armário embutido... eh... e tem uma máquina de costura... perto da televisão... ah... e tem um... um telefone também... (né?) na cabeceira da cama...
    E: tá jóia...

  • E: eh... ah... agora eu queria saber uma coisa... que que você gosta... ou sabe fazer... e como que se faz essa coisa... me fala como se tivesse me ensinando...
    I: ah ((riso)) é... é de arrumar...
    E: arrumar? como assim? ((riso))
    I: eh...se não tem nada pra fazer... nem é [a:necessariamente] ... arrumar pra sair...
    E: ahn... ahn...
    I: assim... eh... fim de semana... assim... eu lavo a cabeça... porque...meu cabelo você não pode ficar [v:lavando] [a:muito] [a:freqüentemente] que ele resseca muito... então... eu tenho todo um ritual... ((riso)) então la/eu lavo a cabeça assim [a:primeiro] com:: creme rinse... aí depois... eu enxáguo... aí passo um xampu... eh:: faço um pouco de espuma aí enxáguo... passo outro xampu... enxáguo... e daí/ e depois eu passo creme rinse... ((riso)) e não penteio... assim... só::/eu desembaraço [a:só] com o dedo...o meu cabelo também fica [a:muito] ... muito cheio... aí... eu enrolo o meu cabelo... assim... eh... não com creme assim... já... já saí do (box) aí... eu espero ele secar... aí eu faço... um monte de trancinha nele... não é:pra assim pra deixar frisado não... é:: pra ele [v:encolher] [a:mesmo] ... porque ele não fica frisado... é pra/ assim... ele... ele fica mais oleoso... quando eu faço trancinha... ele...ele diminui... ( ) às vezes quando eu não faço trancinha...ele fica [a:todo] espinafrado... [a:todo] cheio... elétrico... aí... aí quando as minha trancinha está pronta... eu aproveito e passo um::/ fim de semana sempre não tem nada pra fazer... aí eu passo um creme de lama... nele de Araxá que a minha mãe tem... assim... aí a minha cara ((riso)) aí eu passo na minha cara toda... aí eu fico de trancinha... e com a cara... a cara pretinha de (lama) fico parecendo... rastafari ((risos)) aí... aí eu fico assim... duas horas com creme... eu fico duas horas com o creme na cara... aí depois eu... eu tiro o creme... assim... passo um/ lavo a cara... assim... com água morna... também todo um ritual... para esquentar a água... põe na baciinha... vou lavando... aí... eu durmo de trancinha...[a:só] no dia seguinte que eu tiro...assim... assim pra começar ((riso)) a semana... aí a ca...a cara fica [a:toda] aveludada... assim... eh... eh...seca as espinhas... ah... é [a:só] ((riso))
    E: tá jóia... tá ótimo...

  • E: a gente foi interrompido um pouquinho pelo pai da Ana Amélia... ele apareceu aqui no quarto... eh:: agora... Ana Amélia... eu queria um relato de opinião... quer dizer... que você me desse sua opinião... me fala o que você acha sobre um assunto como... eh... relacionamentos afetivos... ou namoro... ou amizade... você escolhe um tema que te atraia mais nisso... e fala pra mim sobre ele...
    I: ah... vou falar sobre a amizade... é assim... que é::... falar sobre a amizade é:: ((riso)) eh... deixa eu pensar aqui... sobre amizade... bem... eu acho que... a... a amizade tem que ser::/ você tem que confiar... um no outro... ( ) você tem que/ acho que você tem que se relacionar com... o máximo de pessoas possíveis... para você conhecer a personalidade de cada um... mas você... você não deve se ter preconceito com cada pe/ com as pessoas... você tem que... tentar se aproximar delas... assim... tentar conhecer melhor essa pessoa... ah... você tem que::... conversar com ela... conhecer... bem ela... ver qual/ eh::... eh... coisas que mais lhe atraem nessa pessoa... quais... quais são/ ver as virtudes que ela tem... assim... eh... ver os defeitos também... mas... eh... falar com ela assim... se tem assim... um... um defeito assim... pra... deixa de ser... tentar ser... igual... eh::... às vezes/ eu tenho uma colega ali... que tem dia que ela está ótima... tem dia que ela está... um porre... está uma coisa horrorosa... aí eu falo com ela... assim... “não é possível... você acordou com o pé esquerdo...” todo mundo fala... assim... e no dia seguinte ela está melhor... eu acho que é assim... não deve ficar::... fazendo fofoquinha com os outros... (eu sei que) tem muita gente que faz...e é [a:muito] chato... depois a pessoa fica/ também fica sabendo... e dá um rolo danado... pode até falar sobre as fofoquinhas com os outros... aí depois interpreta mal... aí nunca mais vê a cara um do outro... ah... eu acho que tem que ser assim... que não pode ser:: você pisar na bola com... com amigo...
    E: tá jóia... Ana... eh...eu quero [a:só] registrar também que... o cachorro da Ana Amélia... o (Flufe) ficou aqui com a gente o tempo todo...então de vez em quando a gente agarra ele... e [a:bom] ... eu vou falar com a Ana Amélia agora pra produzir os textos escritos... é o fim da entrevista dela...
Parte oral
1994
  • O que eu vou narrar agora não foi nada extraordinário ou que me tocou muito.O que eu vou contar foram apenas fatos que [v:aconteceram] [a:recentemente] numa festa de formatura que eu fui.A formatura era de uma das oitavas séries da Academia.Bem, depois de muito custo, consegui carona para a festa.A festa estava lotada.Eu estava animada e dancei quase o tempo todo.A Nayla, a amiga que me tinha trazido, foi cedo.Aliás foi [a:justamente] na hora que o Arides ia pedir pra ficar com ela.A festa estava indo [a:muito] bematé que uma hora eu fui ao banheiro e quando voltei não encontrei mais o pessoal que estava comigo.Então eu sentei e fiquei conversando com um colega.Depois de um tempo, a Raquel apareceu e disse que a Lílian estava ficando com um garoto que estudava de manhã.Todo mundo ficou curioso porque ela nunca tinha ficado com ninguém.Bem, como eu ainda não tinha carona para voltar, pedi para a Cristiana e ela aceitou.Quando a festa acabou, a Cristiana e eu ficamos esperando a mãe dela, [a:só] que eu fiquei com um grupo de amigos conversando.De repente nós vimos o carro dela indo embora.A gente ainda chamou, fez sinal, mas ela fingiu que não nos via e foi embora me deixando à pé.Foi horrível.O único jeito foi dormir na casa da Lílian.
  • Essa é uma história que uma colega me contou que aconteceu com uma outra amiga.Essa amiga é [a:muito] sonhadorae vive sonhando com príncipe encantado, mas tem horas que ela exagera.Ela contou que foi a um churrasco no sítio da sua tia e lá conheceu um cara de quase trinta anos que se apaixonou por ela, que ele ficava até dando churrasco na boca dela.No fim do churrasco, ela, a tia e esse cara voltaram [a:juntos] .A estrada de terra estava [a:toda] esburacada e [a:completamente] escura.Então eles se perderam e ficaram rodando, até que voltaram … pé e de madrugada para o sítio.No sítio, ele no meio da noite tentou ir para o quarto dela subindo até a janela. [a:Só] que ela não deixou ele entrare no dia seguinte, quando ela acordou ele já tinha ido.Ela conta que nunca mais o viu.
  • Descrição do quarto da minha avó: é o melhor quarto da casa na minha opinião.Ele é ocupado por uma grande cama de casal.Ao lado da cama fica a janela que ocupa toda a parede do quarto.Do outro lado fica um armário embutido.Na frente da cama tem uma televisão que fica pendurada na parede.Perto da televisão fica uma máquina de costura e ao lado da cama também tem um rádio e um telefone.
  • Relato de procedimento: arrumar o cabelo.Bem, quando eu lavo o cabeloeu tenho que ter todo cuidado porque ele é‚ [a:muito] complicado- Se lavo de menos ele fica emplastrado, se lavo muito ele fica seco demais.Eu faço assim: [a:primeiro] eu antes de molhar, escovo bem os cabelos.Depois de molhados eu passo um pouco de creme rinse para não arrebentar os fios.Depois enxágua e passo um tipo de shampoo enxáguo e passo outro tipo, mas os dois tem que ser para cabelos secos e ressecados.Depois eu passo creme rinse para cabelos ressecados e enxáguo.Não passo nenhum pente.Deixo [v:secar] [a:naturalmente] e depois de secos eu faço trancinhasem todo cabelo para não ficarem elétricos e arrepiados.Aproveito e passo um creme de lama da minha mãe que deixa a pele ótima.Fico duas horas com o creme na cara e depois tiro com água morna.As trancinhas eu [a:só] desfaço no dia seguinte.
  • Amizade: entre outras coisas,eu posso dizer que com a amizade nós podemos [a:realmente] tentar conhecer novos tipos de pessoas, enxergar os defeitos e valorizar as virtudes.Uma coisa importante entre dois amigos é a sinceridade e quando se erra com um amigo, você acaba descobrindo mais sobre si mesmo.
Parte escrita
1994

  • E: eh:: eu estou começando a entrevista... com o Leonardo... que já tem a oitava série completa... e::... ele estuda no Colégio Estela Matutine... uma escola::... particular... Leonardo... a primeira coisa que eu queria de você... que você me contasse um... um... um fato... uma história que aconteceu com você... você... tinha::... falado sobre o dia que você recebeu... o comunicado que você ia assumir... aquelas funções na Catedral... mas me conta como que foi isso...
    I: eh... eu já... trabalhava na Catedral... desde... sete anos... comecei lá como coroinha... depois...( ) e eu há muito tempo esperava::... ser chamado... ser convidado pra:: participar da equipe de liturgia ( ) então eu... estava um pouco/ na época que eu fui convidado... eu estava um pouco afetado por causa da doença da minha avó... ela teve... até uma::/ um risco de vida... estava internada na Santa Casa... e aí eu... eu... recebi o convite... quando eu fui na Catedral... pedir pra... marcar uma missa em intenção dela... pra saúde dela... recebi um convite de um amigo meu chamado Roberto... que::... a reunião estava marcada... mas ele não me falou que eu ia ser convidado... falou só::/eu pressenti porque eu já... fazia parte assim... [a:passivamente] ... aí... através (de eu entrando) na... equipe de liturgia que eu ia ter uma participa... participação ativa na celebração... então o::/ à noite... a reunião estava marcada às sete e meia... eu fui convidado e tinha um... um rapaz... que... saiu devido a uns problemas lá... questão de disciplina... não sei que questão... eu ocupei o lugar dele... como::... naveteiro... naveteiro é o::... rapaz que segura... o objeto/ um objeto chamado naveta... onde se... coloca e se guarda o... incenso... pra missa... eu seria/ teria aquela função... então eu aceitei e tudo...foi pra mim uma emoção [a:muito] grande... porque há muito tempo eu já esperava esse convite... eu ocupei a/ o::... quinto lugar da hierarquia... que a equipe de liturgia tem uma hierarquia também... e eu ocupei o quinto lugar... o naveteiro... que::... há muitas funções... muitas até difíceis... tem que ter muita responsabilidade pra... cumpri-las... então eu... sendo o escolhido... eu/ teve pra mim uma prova que... eu tinha... uma grande responsabilidade e competência pra aquilo...
    E: como é que foi? vocês fizeram o que depois ( )?
    I: pra falar a verdade eu não fiquei até a reunião toda...porque eu fui [a:só] comunicado pelo... cerimoniário que... entre aspas... vamos dizer... é o coordenador da equipe... que::... eu deveria entrar no lugar daquele... outro menino... porque... ele não... estava... dando as discipli::nas... tendo a competência... correta... na celebração ( ) então eu já tinha uma prática... fui convidado... eles... perguntou se eu... teria::... condição de assumir o cargo... eu falei que... teria... mas...caso... eu errasse... seria só por/ as primeiras missas seria [a:só] por falta assim de... de entrosamento na função... não seria muita/ quer dizer... prática eu já tinha... mas não... uma/ um nervosismo... né? que eu teria na hora... ( ) que isso é normal... não teria problema... aí foi até... a primeira missa que eu ajudei... foi uma::.../ agora eu não me lembro não... mas eu acho que foi a de... de quinze de agosto... de Nossa Senhora... da Glória...
    E: olha aqui... é nesse dia que você teve a notícia? você saiu? comemorou? como é que foi?
    I: eh... eu não fiquei na reunião toda como eu já havia falado... porque eu... tinha uma.../ não foi bem uma comemoração de eu ter entrado na equipe... já tinha esse/ essa... essa pizzaria marcada... eu ia lá com a minha professora de português que é hoje a Deusiana... [a:junto] com a tia e com a sobrinha dela... então ela/ eu conhecia a sobrinha dela... então:: nós saímos pra descontrair... assim... né? nós saímos... eu não fiquei a reunião toda... eu pedi licença... e... fui pra casa dela... nós fomos na... pizzaria... só...
    E: tá jóia...

  • E: eh... a segunda coisa... eh::... uma história que alguém tenha contado pra você... e... tenha chamado tua atenção... seja interessante... você falou sobre um irmão seu... irmã sua contou... né?
    I: é... que ela tinha ido a:: Portugal lá na Europa... então o sobrinho dela/ a família... a família dela... é de::... família portuguesa... então o::...o cunhado dela... irmão do marido dela... havia/ tinha ido numa loja [a:junto] com dela... que ele queria comprar bala... eu acho que era até pros meus sobrinhos...
    E: uhn... uhn...
    I: então ele chegou na loja e perguntou... quanto custava a bala... né? e a... dona da loja ficou espantada... né? bala? não sei quê... começou a xingar ele... que lá nos/ que ele está acostumado com o Brasil... no Brasil/ eh... porque lá não é assim não... que::... lá não se vende:: essas coisas pra menores não... que ele teria que ter um pouco mais de responsabilidade...que o Brasil era um país [a:muito] ruim perto de Portugal... então... ( ) aí... depois ele veio saber pelo... pai dele... o sogro da minha irmã que é... português legítimo... que... ele teria um::/ que bala... doce... no caso... lá não se chama... eh::... bala... como aqui no Brasil... se chama rebuçado... então ficou aquele/ nós achamos engraçado e tudo porque...
    E: levou um pito à toa... né?
    I: é ((riso))

  • E: eh... a terceira coisa... que eu queria te perguntar... a descrição... você me descreve um lugar que você goste de ficar... que você ache bonito... assim... com o máximo de detalhe que você consiga pra eu poder fazer... uma fotografia mental do lugar...
    I: [a:bom] ... o que está me vindo em mente agora...como eu já havia falado com você... é da Catedral... que lá eu me sinto assim::/ não quero dizer que em casa não é assim... em casa qualquer um é assim... não precisa nem falar... né? mas... na Catedral eu me sinto assim com tipo de.../ com muito orgulho de trabalhar lá... porque... eu vejo que os.../eu... conheço [a:praticamente] todos.... padres da arquidiocese... então eu vejo que todos têm assim uma certa confiança... na minha responsabilidade e na minha competência...
    E:mas como é que é assim... [a:fisicamente] o lugar?
    I: eh... eu gosto de lá devido isso... mas...
    E: ahn... ahn...
    I: como você está falando assim? a área... da igreja ou a área administrativa?
    E: não... a área da igreja... assim... se eu entrasse na Catedral... o que que eu... veria? como é que é lá dentro? não é a parte administrativa... é a parte que as pessoas ficam pra missa...
    I: eh... você... no caso você entraria lá... você ia gostar muito... porque a Catedral é enorme... ela tem... seis altares na igreja... dois laterais... e dois laterais mais ao fundo... que são os mais importantes... Nossa Senhora do Carmo e do Coração de Jesus... e::...tem imagens [a:muito] antigas também... uma até veio de Portugal... Nossa Senhora de Fátima... é... é uma cópia da legítima...
    E: a legítima é essa que::...
    I: isso... que está rodando o Brasil...
    E: uhn... uhn...
    I: quer dizer... é uma cópia da legítima...as legítimas ficam guardadas lá [a:mesmo] ... porque lá não sai... então... lá tem o::.../ ah... as pinturas lá são da época de::.../ acho que... se não me engano é de mil novecentos e quarenta e seis... quer dizer... na reforma... que a Catedral já tem mais de cem anos...ela... era [a:só] uma capela... depois que foi fundada a diocese... depois passou a ser arquidiocese é que ela... teve os altares laterais::... os corredores laterais...e no altar tem três imagens também que::... são [a:muito] antigas... uma que é de Santo Antônio até... que foi... restaurado agora/ agora não... tem uns... se não me engano uns dez anos... ela estava toda comida de cupim... aí reformou... não ficou um trabalho bem feito... mas conseguiu assim... conservar o::... aspecto da imagem... quem olha de perto ( ) assim... um trabalho mal feito... mas conseguiu... conservar o aspecto... da imagem...
    E: é... naquele altar que tem... pra quem está assistindo missa...
    I: uhn...
    E: aquele... da frente... [que que tem lá dentro?]
    I: [a principal?]
    E: assim... não é lá dentro... mas... que móveis que tem... que... que objetos que tem?
    I: bem...o altar é um.../ é composto... [a:liturgicamente] ... é composto por um... altar... que... é::... vamos dizer... seria uma mesa de... sacrifício... é que o padre faz o sacrifício na missa que é... quando Jesus entregou o seu corpo e o seu sangue... para nós... né? tem a mesa da palavra... que é onde é feita... a::... leitura do evangelho... e das... das... lei/ as leituras da missa... os salmos... as/ comentários... mas... o evangelho também pode ser lido na mesa... do sacrifício também... né? tem as cadeiras que os... ministros... não os minis... os ministros da eucaristia... mas os ministros também... os apólitos... os::... os irmãos do Santíssimo... enfim... os que tem uma participação também... não passiva... mas/ aliás... também pa... eh... passiva... mas... ativa também... tem um tablado... que é pro coral... que é até um pouco errado... queo coral teria que ficar no... no coro da igreja [a:mesmo] ... onde tem... na Catedral... temos o privilégio de ter isso... pena não ser usado... e::... tem um tablado lá pro coral ficar... tem um::... um altar que se chama santuário... onde ficam as três imagens... os::... sacrário... onde fica o Santíssimo... tem o::/ a credência... que é onde se colo/ é uma mesa... é uma mesa comum... onde se coloca o cá::lice... as âm::bolas... tudo pra poder... na hora do ofertório... na... na liturgia... eh... eucarística... ser levado ao padre pro padre ( ) na... medida... como eu disse... na liturgia...
    E: [eh::...]
    I: [muito] engraçado até pra quem não conhece a Catedral... quem olha assim não sabe... mas embaixo do altar... daquele altar principal... tem um cemitério...
    E: gente... eh... mas como que vai lá?
    I: não sei...até... eu [a:mesmo] nunca tive acesso a isso não... né? ( )
    E: mas deve estar então.... eh... tapado... né? não deve usar mais não...
    I: é... porque... está tapado... porque o único que foi enterrado ali... foi o primeiro bispo da dio/ da arqui... da diocese... que foi o Dom::... Justino...
    E: [que coisa doida...]
    I: [que foi da diocese [a:mesmo] ...] da::/ que foi Dom Justino... ele foi enterrado... são doze.. gavetas que fala... né? são doze gavetas... seis de cada lado... aí tem assim os mármores... aí tira os mármores... vem uma porta... aí vem o ( ) aí a gente entra... está trancado... né? tira os tapetes... dá o maior trabalho... são seis... gavetas de cada lado... ele foi enterrado numa dessas... e há pouco tempo... tempo ele foi retirado... tiraram os ossos dele... até... tiraram a cruz peitoral... que é a cruz que o bispo usa... o anel... que é o símbolo de::... de::... vamos dizer... importância dele... de superioridade dele... superioridade assim... entre aspas... né? não quer dizer que ele é superior a nós... né? mas um símbolo assim... de::...
    E: da hierarquia...
    I: da hierarquia da igreja... então o::... Dom Justino foi o primeiro bispo... tirou ele e colocou no altar da Nossa Senhora do Carmo... aí limpou... até hoje não... não abriram mais...
    E: está certo... eh::...
    I: e tem uma coisa também... pra quem não sabe também... ninguém tem acesso não... mas a Catedral também é:: composta por um museu... que é onde se guarda as vestes do... Dom Justino... não na parte da igreja... mas já ficou um pouco na ala administrativa...
    E: ahn... ahn...
    I: onde fica o/ as roupas que ele usava... fica tudo guardado lá... também o... quadro da/ quadro dos párocos e das/ da capela... ( ) está tudo no museu...

  • E: ah... outra coisa que eu queria... te perguntar... eu acho que até vai... vai ter um pouco a ver com essa descrição... eh::... queria que você me falasse uma coisa que você gosta de fazer e como se faz isso... eu imagino que... você podia me contar... eh::... como que se desempenha essa função... que você exerce lá na... na Catedral...
    I: na função litúrgica da... equipe de liturgia... você quer dizer?
    E: ahn... ahn... qual é o trabalho? como se faz esse [negócio?]
    I: [bem]... como eu tinha falado... eu entrei como naveteiro na... equipe de liturgia... mas depois um... um membro saiu também por... por problemas... eu não sei qual foi o problema... aliás... devia ter saído na reunião que eu havia entrado... eu não... não fiquei sabendo que eu tinha ido embora mais cedo... pra ir na pizzaria... aí eu... subi um posto a mais... eu fiquei na/ quarto lugar da hierarquia... passei a ser turiferário... (qual) a função que eu fico até hoje... faço até hoje...
    E: se você tivesse que me ensinar como... como se faz o trabalho... como é que você falaria?
    I: bem... o turiferário... vou começar falando que::...teoria não adianta nada... tem que ter prática e prática [a:mesmo] ... pra falar a verdade... em ( ) no meu aspecto... eu acho que são os mais difíceis da:: liturgia... da equipe litúrgica... o turiferário... carrega o:: turíbulo... que é um objeto de::... metal... aço... não sei... onde se coloca carvão... eh::... ardente... né? aceso... e nele se coloca o incenso... eh... não ( ) não sempre... fica... sem incenso também... mas você coloca o incenso pra::.../ (acho que isso) é um tipo de um oferecimento a Deus... né? então... a primeira... primeira função do turiferário na missa... são várias funções porque:: várias missas tem seu... eh... tem... trabalhos diferentes... com o turiferário mas... horas diferentes de::... trabalhar... bênção do Santíssimo... tem hora diferente... porque tem a bênção do Santíssimo... por isso o turiferário tem que fazer a função... tem a::.../ na quinta-feira santa quando faz a transladação do Santíssimo... enfim... as várias missas são diferentes... mas... as comuns... que se eu for falar todas vai... demorar... as comuns é:: que::... antes da procissão de entrada... quando nós se encaminhamos para o altar pra começar a missa... nós temos que nos ape/ eu e o naveteiro... o turiferário e o naveteiro... tem que se apresentar... ao... arcebispo... no caso aqui da nossa arquidiocese... que é um arcebispo... então nós (se) nos apresentamos ao arcebispo... fazendo uma vênia... vênia é um/ uma inclinação... da cabeça e do pescoço... pra ele... né? fazendo uma inclinação... com a cabeça... chama vênia... aí ele... deita o::... o incenso no turíbulo... [s:nós] [v:fazemos] a vênia [p:de] [a:novo] ... ele coloca três colheres...o número três pra igreja tem um significado [a:muito] grande... que são as três pessoas da Santíssima Trindade... né? coloca o incenso na::/ no... turíbulo... [s:nós] ... [v:fazemos] a vênia [a:novamente] ... que é quando nós apresentamos... quando nós saímos... nós temos que fazer a vênia... aí nós saímos... vamos pra porta onde vai ser saída a procissão de entrada... o turiferário é o que abre a procissão de entrada... e:: leva/ vem ele... o naveteiro atrás... o naveteiro sempre fica... sempre fica do lado esquerdo do turiferário... a posição do arcebispo é melhor pra colocar o incenso... depois vem a cruz... isso tem uma ordem... uma ordem litúrgica certa pra isso aí... então... nós nos... encaminhamos ao altar... quando chegamos lá...não é obrigatório mas... eu... [a:junto] com o naveteiro... nós gostamos disso...fazemos uma vênia... para o... o altar [p:em] [a:geral] ...que é lugar onde vai ser... feito o sacrifício da missa... aí nós se retiramos para um lugar que nós já sabemos... que é perto... da mesa principal... onde fica o::... o bispo... o bispo chega... ele faz o::/ bei/ ele faz a genuflexão... que é o::/ que ele... coloca o joelho direito no chão...e dobra [a:só] o esquerdo... não ajoelha com os dois joelhos... pro Santíssimo... sempre é pro Santíssimo... depois... volta pro altar... beija o al... o altar... em sinal de reverência... e... [s:nós] nos [v:apresentamos] [a:novamente] ... fazemos a vênia... ele coloca o:: incenso no turíbulo... três vezes... eu... passo... o:: turíbulo pra ele... tem uma posição certa pra passar também... tem que trocar de mão... eu passo pra ele... aí ele incensa o altar... incensa se tiver alguma imagem... tipo de Nossa Senhora da Glória... no dia quinze de agosto... ele incensa também... Dia das Mães... ontem não teve ( ) por algum motivo... mas Dia das Mães ele incensa uma imagem de Nossa Senhora enfim... ele incensa::.../ cruz ele incensa... ele volta pro altar... e... me... entrega o turíbulo... nisso ele passa pra frente do altar... e se/ e::... se coloca ( ) no lugar da cátedra... cátedra é tipo um trono de um rei... é... é o trono dele... se chama cátedra...é um sinal de... hierarquia dele também... [a:só] o arcebispo pode usar... cada um tem a sua cátedra... são essas cadeiras... é uma cadeira... né? [a:só] podem existir nas catedrais... nenhuma outra igreja tem...aí vai se [v:decorrendo] [a:normalmente] até na hora do evangelho... eu vou para um lugar à parte... fico lá...e [v:decorre] [a:normalmente] ... aí na hora do evangelho... eu começo a aclamação evangélica... eu saio para um lugar à parte... eu e o naveteiro se separamos... nós damos a volta pra frente do altar... onde ele está... se ele permanecer sentado na cátedra... nós nos ajoelhamos... caso ele não permaneça... nós levantamos/ eh:: nós ficamos de pé... ele levanta... aí nós ficamos de pé... [s:ele] [v:deita] [a:novamente] o incenso no turíbulo... eu fecho o turíbulo... e vou pra::... pra mesa da palavra... lá um sacerdote... pela liturgia o certo é um diácono... mas caso falte... fica o... o sacerdote... ele pede a bênção ao bispo... e vai... falar... o::.../ aliás... vai proclamar o evangelho... então... ele faz a saudação... aí ele...ele:: pega o:: turíbulo da minha mão... e [v:incensa] ... [a:novamente] ... o evangelho... esqueci de falar que são com três ( ) são três movimentos de... de incensar... né? jogando o turíbulo pra frente... depois... eu... tenho que permanecer durante o evangelho ali perto... como sinal assim de::... de evangelho assim...é uma coisa assim [a:muito] importante... eu tenho que ficar ali em sinal de... reverência ao evangelho... palavra de Deus... aí eu sa/ acaba o evangelho... eu saio... se precisar de renovar o estoque de turí/ de carvão no turíbulo... eu saio... coloco mais carvão... se não precisar eu tenho que permanecer...depois tem a::... na/ aí [v:decorre] [a:normalmente] com a homili::a... o credo... e com a oração da comunidade... aí vem o ofertório...e nisso eu tenho que... [a:junto] com o naveteiro... ir ao encontro do arcebispo... na mesa... e ele vai... pegar... e colocar o incenso no turíbulo... [s:eu] [v:passo] [a:novamente] o turíbulo pra ele... e ele incensa o altar... as oferendas... aquilo tudo... com o decorrer normal... depois ele passa o incenso/ o turíbulo não pra mim... mas... pro cerimoniário... que é um::/ o cerimoniário é um chefe de cerimônia... da missa... ele passa pro cerimoniário... o cerimoniário... incensa o bispo... né? incensa o bispo... e::... ele passa pra mim... e eu... como turiferário... incenso o povo... e os... ministros presentes no altar... com três ( ) fazendo vênia também... depois disso...aí eu [a:só] vou/ aí o naveteiro deixa de ter função... [a:só] eu vou ter... porque na hora da consagração... que:: eu/ o naveteiro coloca o:: incenso no turíbulo... não é o bispo... e quando o... o arcebispo santifica as oferendas que:: vai se tornar... o corpo e o sangue do Nosso Senhor Jesus Cristo... eu vou pra frente do altar... me ajoelho... e... incenso na hora da consagração... da elevação da hóstia e do cálice... isso ( ) é normal ter durante a missa... não tem mais função nenhuma...
    E: ahn... ahn... tá ótimo...

  • E: eh... eu acho que até pra... dar prosseguimento a... a... ao seu pensamento... a sua experiência... a última coisa que a gente podia conversar é o seguinte... você podia me falar qual a sua opinião...o que que você acha... sobre a importância da religião na vida de uma pessoa... e... na vida de um jovem... [a:principalmente] ... o que que ela tem a oferecer... ou::... qual o problema que você vê da pessoa ficar sem religião... por exemplo...
    I: eu acho é o seguinte... que a religião... ainda mais hoje no::... no problema que o Brasil está enfrentando hoje... é um problema... sócio-político e econômico...acho que a pessoa tem que ter um... um espírito [a:muito] grande... pra tomar certas decisões... e não é... qualquer coisa que faz ele tomar esse espírito... eh... faz ter esse espírito pra na hora enfrentar...acho que ele tem que ter uma presença [a:muito] grande... de Deus...uma paz [a:muito] ... interior... pra poder ter esse espírito... e isso acon/ eh::...isso ocorre através da religião... [a:lógico] ...pra mim... é religião católica... mas muitos têm outras religiões... não vou discriminar... o importante é que se tenha uma religião... que todo mundo fala que não tem religião... isso é... no... aspecto que nós estamos vivendo... na vida de hoje... não::/acho [a:muito] difícil uma pessoa viver sem religião... queé uma pessoa... infeliz::... ou até [a:mesmo] solitária... consigo... e com os outros... não tem aquela... paz e aquela confiança em si mesmo... eu acho que é isso... que não/ os jovens hoje... a religião pra eles... muitos... não têm assim aquela/ fala que são católicos... mas não são católicos praticantes...aqui [a:mesmo] no colégio... muita gente... fala... que::... é católicomas não gosta de ir à missa... quer dizer... e... [a:praticamente] não é um católico... que uma das obrigações do católico é ir à missa...então/ eu... até [a:mesmo] assim... não discriminação... tipo de deboche assim...por alguns... minoria eu tenho aqui... mas... por muitos... ainda mais sendo um colégio católico... muitos não me... me fazem deboche não... o trabalho com religião até todo mundo briga pra fazer comigo... pra eu ajudar porque... são/ vou até usar uma palavra... que são ignorantes pra religião... então... eu acho isso...que os jovens teriam que procurar assim... um lugar pra... se fazer [a:espiritualmente] ...ter um espírito [a:muito] grande com... grupos jovens...eh... esses... grupos que existem nas igrejas de auxílio aos jovens... porque hoje/ no... mundo... de hoje... com as drogas... com a violência... a pessoa... como eu disse...tem que ter uma presença de espírito [a:muito] grande...
    E:tá ótimo... Leonardo... foi [a:muito] bom... ficou... ficou [a:muito] bem...essa sua opinião foi/ [s:você] [v:desenvolveu] ... [a:legal] ...eh... então... eu estou terminando a entrevista com... o Leonardo... que terminou a oitava série do colégio Estela Matutine...
Parte oral
1994
  • Um dia [a:muito] importante, foi quando eu entrei na Equipe de Liturgia da Catedral;já ajudava na Catedral há +- 8 anos, entrei no lugar de uma outra pessoa, que por falta de disciplina e responssabilidade teve que sair.Foi marcada uma reunião, pela qual fui convidado por membro da Equipe chamado Roberto e ocupei a função do naveteiro (que é a pessoa que carrega a naveta (naveta) objeto que fica reservado o incenso), nesta reunião fui obrigado a sair mais cedo, devido eu ter que sair com uma amiga minha e que este ano é minha professora de Português chamada Deuziana.
  • Um fato [a:muito] engraçado aconteceu com a minha irmã,ela viajou para Portugal [a:junto] com a família do marido dela,e nesta viagem ela foi [a:junto] com o cunhado dela em uma loja, ao qual o cunhado dela queria saber o preço de uma bala (doce), a dona da loja ficou escandalisada e começou a sentar o pau no Brasil:" -Que absurdo, onde já se viu um menino desta idade, você está pensando que isto aqui é o Brasil, pois está enganado isto aqui é Europa, Portugal."O rapaz foi embora embaraçado e depois ficou sabendo que em Portugal, bala é bala de revólver e bala (doce) se chama rebuçado.
  • Nesta descrição, vou descrever um lugar onde eu me sinto [a:muito] bem, onde todos tem confiança em mim e na minha responssabilidade, este lugar é a Catedral.A Catedral é uma igreja belíssima e [a:muito] grande, ela tem seis altares laterais e um altar principal, onde tem o altar, que é uma mesa, chamada mesa do sacrifício onde irá acontecer o sacrifício da missa;a mesa da palavra de onde são feitas as leituras da missa;a credência, onde são colocados os objetos litúrgicos: cálice, âmbula, galhetas, etc, o santuário, é um altar enorme de mármore, onde fica três imagens e o Santíssimo Sacramento no sacrário.Na Catedral há uma cripta a baixo do altar principal, com seis gavetas, uma onde foi enterrado o 1o Bispo de Juiz de Fora D.Justino José de Santana, ao qual os seus restos mortais não estão mais lá, foram transfiridos para um altar lateral.
  • A minha função na Equipe de Liturgia é uma das mais difíceis e complicadas, pois além de ter muita teoria, tem que ter muita prática, a minha função na celebrações solenes começa já dentro da sacristia,quando eu (turiferário: pessoa que carrega o turíbulo) tem que [a:junto] do naveteiro(como já disse atrás) se apresentar ao celebrante, o celebrante deita três colheres de incenso no turíbulo fumegante e nós nos colocamos no primeiro lugar da fila para a procissão de entrada, ao chegarmos no altarnós nos colocamos em um lugar apropriado para [a:novamente] nos [v:apresentarmos] ao celebrante, [s:ele] [a:novamente] [v:deita] incenso no turíbuloe incensa o altar, acabado isto, o celebrante me devolve o turíbulo e ele vai para a frente do altar para saudar os fiéis e eu vou para um devido lugar,a missa [v:ocorre] [a:normalmente] até a hora de aclamação ao Evangelho, em que nós nos apresentamos de joelho caso o celebrante permanecer sentado, e de pé se o celebrante se levantar, eu vou para a mesa da palavra esperar o diácono (de preferência) ou um presbítero que irão proclamar o Evangelho, após a saudação ele pega o turíbulo e incensa o Evangelho, eu permaneço perto da mesa da palavra até o final do Evangelho em sinal de respeito a Palavra de Deus.Depois, na hora do ofertório [s:eu] [a:novamente] me [v:apresento] ao celebrante, ele deita o o incenso no turíbulo e começa a incensar o altar e as oferendas, acabado isto, o celebrante passa o turíbulo para as mãos do cerimoniário que incensa o celebrande, depois, o ceremoniário passa o turíbulo para as minhas mãos e eu vou incensar o povo e os ministros.Na hora da consagração o naveteiro deita o incenso no turíbulo e eu vou me ajoelhar a frente do altar para incensar a elevação da hóstia e do cálice, acabado a consagração, eu volto para o meu lugar, e permaneço lá até o final da missa.
  • O meu relato de opinião será um relato sobre religião, para que a religião é importante para os jovens?No Mundo e no Brasil que estamos vivendo, com a grande dificuldade e a crise social, econômica e política e preciso que todos tenham uma religião, não importa que religião seja, o importante é que tenham uma religião,para que possam obter um espírito [a:muito] aberto e claro através de Deus,para que possam suportar e até [a:mesmo] superar as dificuldades, para os jovens o que eu tenho a dizer e que eles procurem grupos em suas comunidades e paróquias como grupos jovens, que ajudam os jovens a suportar os problemas dos jovens, como: drogas, vícios, bebida, etc...
Parte escrita
1994

  • E: Bem agora nós vamos entrevistar o:: José Renato da 8 série do Colégio Normal... é:: José Renato a primeira coisa que eu queria que você me contasse é uma est.../ é:: alguma coisa que aconteceu com você... que tenha te marcado ou alguma coisa constrangedora alguma coisa que aconteceu com você...
    I: Quando eu fui na:: fazenda com os meus primos é e lá teve uma festa lá no povoado dos Moinhos... é:: uma festa de forró essas coisas lá de fazendeiro de roceiro sabe? então o... aí quando nós chegamos lá os caras lá estava dançando um monte de forró:: é::... um monte de bêbado assim... aí:: nós ficamos lá na mesa sentado... é:: nós ficamos vendo o forró né? aí o meu primo e a minha prima... eles beberam muito... aí eles fizeram eu beber também... aí:: no final da festa assim... quando a gente já estava bêbado... o meu primo estava com o cabelo preso embaixo do boné? aí:: minha/ umas meninas ficou olhando pra ele pensando desconfiadas assim... que ele estava com aquele bucho em cima da cabeça... aí eles de repente eles tiraram o::/ ele tirou o boné? aí o cabelo caiu até:: quase na cintura... elas ficaram olhando pra ele e começou a rir mas riram tanto né? aí né?.
    E: não mas... aí me conta... o que mais aconteceu na festa... por que esse essa festa te marcou?
    I: me marcou porque::... eu não estou acostumado:: com essa dança... esse forró...eu fiquei olhando:: foi [a:muito] engraçadoestou acostumado assim::... houve essas danças assim da:: daqui de Juiz de Fora não assim roça... eu não estou::... eu não sei dançar:: eeu acho engraçado do jeito que [s:eles] [v:dançam] ... [a:rápido] essas coisas assim... nós estávamos indo embora... aí nós viemos cantando...
    E: depois da:: festa?
    I: da festa...
    E: ahn...
    I: aí nós chegamos em casa... o meu primo falou com a minha tia que nós bebemos mas nem ligou não ... bemeu acho que esse dia foi [a:muito] legal pra mim... essa dança tudo::...
    E: te marcou né?
    I: me marcou muito...
    E: ahn...
    I: nós danç/ eu não :: tive coragem de dançar que eu não sabia né? nem o meu primo e a minha prima não tiveram coragem de dançar né? porque:: ia ser chato a gente dançar e fazer feio lá na frente...
    E: uhn... todo mundo sabia dançar né?
    I: todo mundo...

  • E: ahn... está bom José Renato... agora eu queria que você... me contasse alguma história que alguém te contou e:: e que você:: guardou pra você...
    I: o meu pai me contou uma história de de um caminhoneiro... ele::... ele era:: assim/ começou tipo ele... novato assim:: dirigindo ele montou uma empresa de caminhões assim de de transportar é::... óleo diesel essas... gasolina esses caminhão sabe?
    E: uhn...
    I: de carregar coisa... aí ele tev::/ ele estava com:: um parente dele lá casado com a::/ irmão da mulher dele... pegou o caminhão... aí:: pôs o motorista particular... estava viajando daqui de Juiz de Fora até:: o Rio de Janeiro... aí ele deu três viagem com o motorista falou que já sabia dirigir... aí tudo bem foi legal... mas voltando... ele estava voltando... aí estava chovendo:: com neblina muito na pista sabe ele:: errou o caminho... entrou numa rua/ que numa estrada que não era para entrar... estava voltando pra São Paulo... aí perdeu os freio na ladeira com muita neblina... bateu na ponte... mas não morreu... mas acabou com o caminhão dele... aí ele pegou... mandou o::/ pôs o caminhão no ferro velho que já não tinha mais nada pra consertar mas o cara sobreviveu... ele pegou outro caminhão... ele estava com mais ou menos uns quatro caminhões... pegou outro caminhão... estava::/ deu pro:: pro um conhecido da família dele também... o cara:: bebe assim no caminhão bebe muito... essas pinga, cachaça... aí ele estava vindo de perto ali de Ewbanck da Câmara... deu a carona a tr/ a duas mulheres... assim elas também bebe... são de fogo assim sabe... pegou bebeu quando ele estava dirigindo perdeu a noção do caminhão... perdeu tudo, que ele bebeu... dormiu na direção... caiu dentro da cidade de Ewbank da Câmara... aquela cidade que fica lá no fundo sabe? passa por cima dela... caiu lá matou os três... os três morreram... acabou com o caminhão também... ele pegou é::... aí deu outro caminhão pro outro cara da família também dele... ele está matando tudo da família dele modo de dizer né? e eu::( conheço ele) da família também... o cara estava vindo entrou numa valeta o caminhão tombou... acabou com o caminhão também... aí ele consertou todo o camin/ o caminhão todo... aí ele estava parado no posto já vazio... o caminhão devia está naq/ lá dentro com uma:: com uma quantidade de ar grande... querendo soltar né? dentro da do do baú lá do coisa do caminhão dele... aí ele pegou e:: estava soldando embaixo do caminhão... aí encostou o letreiro né? que chama letreiro... no caminhão de repente... aí o filho dele estava lavando em cima... explodiu e mandou o menino mais de cem metros mais ou menos... aí a chapa do caminhão voou cortou o braço dele... do menino... ele morreu o menino... mas ele estava embaixo do caminhão não morreu...
    E: isso foi aqui em Juiz de Fora?
    I: Foi aqui em Juiz de Fora...
    E: ahn... foi aquele acidente que teve há pouco tempo?
    I: foi... ele me disse que foi assim...
    E: ahn...
    I: que os caras os caminhoneiros lá estavam dizendo tudo pra ele aí ele me disse...eu fiquei [a:muito] chocado com esta história...

  • E: agora José Renato eu queria que você me descrevesse... um lugar::... que você fica muito... um lugar:: que você gosta... ou um luga:: que:: que você já viajou e gostou muito... mas eu queria que você me cont/ me descrevesse ele nos mínimos detalhes...pra que eu pudesse imaginar esse lugar [a:mesmo] sem conhecê-lo...
    I: o meu quarto por exemplo... é::... eu entro nele... no lado da porta::... no lado esquerdo tem::... uma:: máquina de costura que a minha mãe deixa lá... aí tem um uns bagulhinhos em cima... no lado tem um::... tipo um banco grande... um banco... e tem uma televisão ... no lado dele tem um guarda-roupa grande de duas portas escuro o guarda-roupa...meu quarto é [a:todo] escuro... aí:: já no lado dele.. tem uma janela... assim já de frente sabe? de frente de frente... tem uma janela grande com uma grade que dá pra olhar uma varandinha... do lado... aí já está nos lados... no lado direito... tem::.. uma cômoda grande... e:: as paredes do meu quarto não são pintadas porque está reformando... e não são pintadas... que é:: o outro lado da casa...são assim num tip/ um branco [a:meio] escuro [a:meio] ( ) sujo... não tem sinteco nessa / nesse/ no meu quarto... porque não deu pra passar... mais não falta luz porque ((rindo)) (todo dia aqui falta) ( )
    E: uhn...mas [a:só] dorme você nesse quarto?
    I: [a:só] eu no meu quarto... aí minha cama...
    E: ah...
    I: no lado da cômoda...
    E: ahn...
    I: nessa cômoda grande...
    E: em cima dessa cômoda tem o quê?
    I: nessa cômoda?
    E: é::
    I: tem::... tem::... um::... um rádio walk-man meu... e tem uns brinquedos assim a toa coisa... é:: agenda... tem:: porta-retrato... fica o meu relógio lá... [a:só] eu não deixo muita coisa... eu ponho o resto tudo dentro do guarda-roupa...
    E: ahn... seu quarto é grande ou pequeno?
    I:ah tamanho normal assim... médio pequen/ mei/ [a:meio] pequeno... meio pequeno mais ou menos...não é [a:muito] grande nãoquem tem grande é o da minha irmã né?

  • E: agora... eu queria te pedir pra que você me me contasse... alguma coisa que você saiba fazer... que você goste de fazer... e me explicasse como que faz essa coisa... pra mim aprender...
    I: lavar carro... eu pego::... eu não pego sabão porque:: lavando o carro com sabão... dá um sol forte e mancha ele todo... eu ponho xampu dentro da lata... jogo água pra dá muita espuma... [a:primeiro] eu molho o carro todo... aí pego ponho:: um pano dentro da/ passo no sabão né? no xampu...começo a esfregar [a:primeiro] a parte de cima do carro... aí eu vou esfregando o::/ a:: parte dos lados do carro... depois o capu é:: quer dizer o porta-mala e a frente do carro... aí eu jogo água... depois eu pego e lavo todos os pneus... com sabão de coco... entendeu? eu esfrego bem, jogo... aí tem nas rodas lá tem de de qualquer:: de qualquer carro umas rodas tem umas manchas... que fica na roda no no meio... eu pego... pego uma pasta do meu pai lá... uma branca é:: passo estopa nela... na pasta... e passo na roda e jogo água depois que sai tudo... depois eu abro as portas do carro começo a passar um pano dentro do carro... no carro assim no painel né? na porta... eu tiro os tapetes dentro do carro... passo na escovinha pra sair tudo e:: pego jornal e:: esfrego nos vidros pra tirar as manchas do vidro... mas depois que eu acabo disso o carro ainda está molhado eu pego pego um pano seco e:: seco o carro...
    E: você passa alguma coisa na roda?
    I: é:: também... eu passo uma graxa preta na roda pra ela ficar pretinha nas roda nas quatro rodas e:: no painel eu passo outra pasta branca pra dá:: pra dá brilho no:: no painel...
    E: uhn...
    I: mas também pode passar no teto é::...não eu não tenho muita confiança não que [a:só] é teto de vinil...
    E: que dá pra passar essa?
    I: só...

  • E: agora a última pergunta que eu vou te fazer... eu queria que você me relatasse algum/ a:: a opinião que você tem sobre algum assunto é::... algum assunto que te impressiona... então antes a gente estava conversando sobre:: que você:: ficou impressionado com a chacina que aconteceu lá no Rio de Janeiro no:: na favela do Vigário né? aí eu/ então eu queria que você me desse essa/ a/ essa sua opinião... qual é sua opinião sobre esse assunto?
    I: eu acho que é::... esse esses policiais que assassinaram esses trabalhadores... eles próprio trabalhando para o bem da sociedade alguns... tão acabando com o Brasil cada vez mais... porque é::... de vez acabar com os traficante não.... eles foram atr/ eles foram acabar logo com os trabalhadores... os trabalhadores tão tão ajudando o Brasil... tão melhorando cada vez mais o Brasil... e os policiais foram lá e acabaram com eles...
    E: mas e da violência em si?
    I: da violência?
    E: é...
    I: é:...: eu acho que:: os:: policiais te tentando melhorar o Brasil no:: melhorando o Brasil pensando que esse pessoal era traficante... é maconheiro porque pra poder.../ não eles foram lá acabando com todo mundo que via pela frente...é uma violência [a:muito] grande... pois isso é:: gera violência... violência gera violência... eles tão dando:: um:: conselho aos outros trafri/ traficantes pra assim... pra acabar com todo mundo entendeu? pra matar é:: e:: eu ouvi dizer num jornal também... que alguns policiais já foram traficantes daquela favela... já foram... já são então de:: de má:: de má:: por exemplo má:: má colega por exemplo entendeu? má má amigo entendeu? má amigo... então foi isso que ocorreu eu acho que:: dar apoio ao a sociedade para evitar a violência evitar essas morte que ocorreu... porque pra eles matar vinte e uma pessoa foi muita violência que ocorreu naquele lugar... matar criança... adulto... velhos...já... [a:muito] triste é aquele::... de ver aquela cena... está bom?
    E:é [a:mesmo] ... é mesmo...eu queria agradecer ao José Renato... agora vou passar pra ele é::... pra produzir os textos escritos...
Parte oral
1994
  • A festa.Fui para a fazenda com meus primos, lá perto tem um povoado e nesse dia estava ocorrendo uma festa.Demos um pulo lá, sentamos numa mesa e ficamos vendo os homens dançando com as mulheres, forró, não fomos dançar porque não sabiamos.Meu primo e minha prima bebeu bastante e fizeram minha cabeça, bebi bastante também.Meu primo tem um cabelo tão grande que chega quase na cintura, mas para ir para lá ele enrolou o cabelo encima da cabeça e pois um boné com medo de que um homem chegasse atrás dele e passace a mão nele pensando que é mulher.Tinha umas meninas olhando para ele, de repente ele tira o boné e cai aquele cabelo, as meninas começaram a rir.Viemos embora, chegando na fazenda meu primo falou com a minha tia que tinhamos bebido, mas nem ligaram.
  • o motorista de caminhão.Meu pai andou me contando uma história que me empresionou bastante.Foi um homem que montou uma pequena empresa, com uns 4 caminhões.Chamou o irmão de sua esposa para dirigir caminhão, transportando gasolina.Ele pois no caminhão um motorista particular, deu mais ou menos três viajens de Juiz de Fora a São Paulo, disse que já sabia tudo.Ele foi para São Paulo, tudo bem, más na volta o pior aconteceu, entrou na pista errada, estava voltando para São Paulo, com muita neblina perdeu os freios e bateu na ponte.O caminhão acabou indo para o ferro velho, o homem quase morreu.O cara chamou outro motorista, de sua familha, estava voltando de São Paulo, quando duas mulheres o parou e pediu carona,ele deu, [a:só] que as mulheres bebem muitoe ele também.então ele bebeu bastante na viajem, perdeu a noção e acabou caindo da ponte em cima da cidade de Eubank da Câmara, [s:os três] [a:infelizente] [v:morreram] .Ele chamou outro motorista de sua família.O cara estava indo para São Paulo, quando entrou numa valeta e tombou com o caminhão.O dono da empresa consertou todo o caminhão.Ele estava com o caminhão no posto, soldando-o embaixo, e seu filho de 12 anos estava lavando encima, quando o homem encostou o letrelo no caminhão sem querer e mandou seu filho numa altura de cem metros o matando.
  • o meu quarto.Entrando pela porta no lado esquerdo tem uma máquina de costura, que minha mãe pois para costurar, encima dela tem uns bagulhos, no lado tem uma banqueta, encima dela tem uma televisão, no lado tem um armario preto, grande, de duas portas, já de frente prá porta tem a janela que dá de frente prá varandinha, no lado tem uma cômoda, encima eu ponho um radinho, porta retrato, meu relógio e outras coisas, ao lado tem minha cama.As paredes não são pintadas,mas tem um branco escuro encardido, [a:meio] velho, o chão, tem um taco, que falta cintecar.
  • Como lavar um carro.Eu ponho dentro do balde champu, pois se por sabão dá um sol forte e mancha o carro.Pego uma franela, molho no champu e lavo [a:primeiro] a parte de cima do carro, depois os lados, a traseira e a frente e jogo água tirando todo o champu.Pego uma escovinha passo nela sabão de coco e esfrego nas rodas.Abro a porta do carro e passo um pano no painel, nas portas, etc… passo um jornal nos vidros.Pego uma estopa passo numa pasta branca e esfrego no painel, tirando todas as manchas, deixando-o brilhando.Pego outro pedaço de estopa passo numa pasta preta, esfrego nos peneus, deixando-o pretinho.
  • A violência na favela Vigário Geral.Vendo jornal eu vi uma cena [a:muito] violenta.O que os policiais fizeram foi uma coisa [a:muito] grave, que é tirar a vida de vários trabalhadores, pensando que era maconheros.Descobri também que alguns policiais dessa chassina, já foram traficante da favela do Vigário Geral.Eu penso, os próprios policiais estão levando o Brasil para o buraco.Tirar a vida de 21 pessoas inocentes, trabalhadoras, é uma grave consequência.Vamos ver se depois disso tudo o Brasil melhora.
Parte escrita
1994

  • E: bem... então agora... a gente vai começar a entrevista... com a:: com a Renata... da oitava série... do Colégio Normal... Renata... eu queria que você começasse... a falar pra mim... alguma coisa que tenha acontecido com você... e que tenha te:: te causado uma sensação boa... ou então uma sensação triste... alguma coisa assim que te marcou...
    I: tá... eh... eu estava/ tinha / foi uma vez que eu estava jogando vôlei no colégio... né? aí a menina mandou a bola... e a outra pegou... aí a outra foi/ na hora que ela pegou... ela jogou pra fora... aí eu fui tentar buscar... eu tropecei no meu próprio pé ((riso)) e caí... aí tinha uma::/ um murinho... acho que da altura de uma cadeira assim... e eu caí... mas eu caí tão abaixada que eu entrei debaixo daquele murinho ((riso)) [entendeu?]
    E: [tá... e machucou?]
    I:não... eu só dei um/ [a:só] ralei assim... a... a mão... né?
    E: ahn... ahn...
    I:só... [a:só] foi isso... e foi... foi engraçado... né?agora... eu fiquei sem graça depois... né? porque todo mundo rindo... né? você não sabe o que que você faz... né? se você ri... ou se você fala que você machucou também...
    E: ahn... ahn... e esse/ essa bola... era importante pra acabar o jogo ou não?
    I: era o último ponto...
    E: ah::... tá...
    I: do... do nosso time... pra gente... ganhar...
    E: uhn... uhn... tá...

  • E: agora... eu queria que você me contasse... alguma coisa que você ouviu... que alguém te contou... alguma história...
    I: ah... eu ouvi/ a minha colega me contou... né? que uma vez o:: namorado dela estava descendo a rua de moto... ele:: foi olhar pra trás... pra:: uma menina que estava... andando... aí ele caiu com a moto... aí quebrou per::na... quebrou bra::ço...
    E: a sua amiga também estava com ele?
    I: não... a minha amiga ficou sabendo disso...
    E: ah... ele contou pra ela?
    I: ele contou pra ela...
    E: ah ((riso)) aí ele foi olhar pra outra pessoa...
    I: pessoa... caiu... ele estava descendo o morro...
    E: ahn... ahn... e machucou?
    I: não... ele quebrou o braço... quebrou a perna... né?
    E: nossa mãe...

  • E: agora... eu queria saber... de algum/ de que você faça uma descrição pra mim... que você me conte um lugar... que você foi... que você gostou... e descrever ele pra mim...
    I: tá... vou contar o meu quarto... né?
    E: é...
    I: ó... o meu quarto tem parede branca... né? tem uma cama... um armário... de... assim... de duas... duas portas... né? tem uma... uma estante... tem um tapete branco...
    E: uhn... nessa estante tem alguma coisa assim?
    I: na estante tem... tem/ na estante tem o meu teclado em cima... né?
    E: ah...
    I: e embaixo tem livro... e algumas assim... porta-jóia... né? e algumas bonequinhas assim... pequenininhas... pra enfeitar...
    E: ah... tá... e... e na parede?
    I: na parede tem alguns quadros... que eu pintei...
    E: ah... você pintou?
    I: pintei...
    E:ah... que [a:legal] ...e... e no teto?
    I: no teto tem o... o lustre...
    E: ah...lustre... ahn... ahn.. e tudo é branco no quarto? a cama também é branca?
    I: não... a ca/ é de madeira crua...
    E: ah:: tá... o armário é branco?
    I: de madeira crua [também... ]
    E: [também... ] combinando... né?
    I: tudo comb/ de madeira crua...
    E: ahn... ahn... tá...

  • E: eh... e alguma coisa que você sabe fazer... você sabe fazer alguma coisa? me conta...
    I: ah... eu sei jogar vôlei...
    E: ah... e como que é? [me explica... ]
    I: [jogar vôlei] tem que ter seis... seis pessoas em cada... campo...
    E: uhn...
    I: tem que ter uma rede... e uma bola... de vôlei... né? aí a pessoa joga a bola pra cima... que vai sacar... e dá um tapa na bola com força... aí ela vai e passa... pela rede... assim que ela passou... uma das seis pessoas tem que vir e dar um toque nela...
    E: do outro time?
    I: do outro time... fazendo com que ela sempre passe para o lado oposto... então ela tem que ficar indo e voltando...
    E: uhn... tá... [ahn... ahn...]
    I: [entendeu?] aí quando ela::/ por exemplo... ela/ um time/ um do time vai... tampa... ela vai pra fora... aí é ponto do outro time...
    E: [tá... tá...]
    I: [entendeu? é sempre assim... ]
    E: e quanto que vale cada queda? tem uma ( )
    I: quinze...
    E: quinze... né?
    I: é... mas tem gente que faz assim de cin::co... e reveza quando tem gente pra revezar...
    E: mas a maioria é quinze... não é?
    I: é...
    E: ahn... ahn... e precisa usar alguma roupa diferente pra jogar ou pode jogar...
    I:não... só... [a:só] não pode jogar muito de calça jeans... né?porque prende...
    E: ahn... ahn...
    I: você faz o movimento... não dá pra você... ficar muito/ mexendo... então é preferível jogar com uma calça de moletom... ou senão uma bermuda...
    E: uhn... uhn... tá...

  • E: e agora... então... eu queria te perguntar... qual que é a sua opinião... o que que você acha... sobre a importância do esporte na vida do adolescente?
    I: ah... eu acho que é importante porque...a pessoa também não pode ficar só... [a:só] presa aos estudos assimporque... faz mal... né? cansa demais... e o esporte... você... praticando aquele esporte... você está::... como que eu vou te dizer? você... depois você pode competir... em outros lugares... entendeu? eh... aumentar... a::... a importância do:: do esporte no Brasil... por exemplo...
    E: uhn... uhn... eh... tem a oportunidade de competir em outros lugares... de conhecer...
    I: outros lugares também...
    E: ahn... ahn...
    I: e conhecer as novas... novas técnicas... né?
    E: uhn... uhn... eh... tá bom... Renata... queria te agradecer... agora a gente vai fazer a parte... escrita...
    I: tudo bom...
Parte oral
1994
  • o tombo no jogo de vôlei.Um dia, eu estava jogando vôlei na aula de educação física e uma menina do outro time mandou uma bola super desajeitada, uma outra do meu time tentou pegar e jogou para fora.Eu fui tentar busca-la e topessei no meu pé, nisso saí cambaleando pelo campo.Tinha um murinho da altura de uma cadeira.Eu cai tão bem que fui parar dentro do buraco.Quando levantei de lá, fiquei super sem graça, o pessoal todo rindo e eu sem saber o que fazer.
  • o namorado da colega que caiu de moto.Uma vez a minha colega me contou que o namorado dela vinha descendo um morro super em pé de moto.Estava descendo uma garota também.O namorado da minha colega foi olhar para esta bendita moça quando desequilibrou e levou um tombo.Sai rolando pelo morro abaixo.Ficou [a:todo] machucado, ralado, quebrou braço, quebrou perna.E depois teve a cara de pau de contar tudinho para a sua namorada.
  • o meu quarto.Meu quarto é da seguinte forma.É grande, tem parede branca com alguns quadros que eu pintei.Tem cortina rosa mesclada de branco.Tem uma cama como todo quarto deve ter, tem um armário de 2 portas.Tem um criado mudo e uma estante.Na estante tem um teclado, bonequinhas de enfeite, porta joias e outros enfeites.O chão é de taco e tem um tapete branco pegando da minha cama a um tapete pequeno.
  • Jogar vôlei.Jogar volei é [a:muito] simples.Tem que ter 6 pessoas em cada time, precisa de uma rede e de uma bola.A pessoa que começar a sacar, tem que levantar a bola e dar um tapaou se não pode [v:sacar] [p:por] [a:baixo] que é so dar um toque para cima, fazendo com que a bola passe para o outro lado.E assim vai, até que uma pessoa jogue a bola para fora.A contagem dos pontos é sempre de 15 pontos, [a:só] em colégio que é 5.
  • o esporte na adolescência.A pessoa não pode ficar [a:só] ligado aos estudos, porque faz mau.E o esporte é um meio que as pessoas tem para relaxar.Através do esporte as pessoas podem levar o Brasil para conhecer novas técnicas no esteirar.É um meio de competição.Eu apóio o esporte na adolescência porque faz [a:muito] bem à saúdee além disso o esporte faz parte da vida de cada um.
Parte escrita
1994

  • E: estou começando a entrevista com Alexandra... do Colégio Dom Orione... da quarta série... eh... a primeira coisa que eu queria saber de você Alexandra... eh...que você contasse uma história... que aconteceu com você.. e que tenha sido ou [a:muito] engraçada... ou [a:muito] triste... ou [a:muito] ... contrangedora...
    I: bem...foi aqui/ foi na escola [a:mesmo] ... quando eu era da/ do... do prezinho... a gente estava no ônibus... e tinha umas máquina passando na estrada... e a estrada estava cheia... cheia de barro... e o ônibus não conseguia passar... então a gente... a gente desceu pra caminhar a pé até o colégio... mas os professores continuaram no ônibus... e a gente/ então a gente andou... a gente achou uma pedra... a gente subiu pela pedra... pela pedra... depois a gente desceu... tinha um... um...tipo uma água assim... [a:só] que... com barro... né?então a gente... a gente pisou ali dentro... teve um colega meu que... que afundou... e ficou de barro até:: em cima na cabeça... aí... também teve uma colega minha que... perdeu a:: sandália no meio do barro... e passava um/ passou umas... umas pessoas... a gente pediu ajuda para... nos ajudar a subir... e ninguém quis ajudar a gente subir... então a gente tentou e se esforçou pra gente poder subir... então a gente conseguiu... então a gente foi/ chegamos no colégio... chegou a gente no colégio... tinha umas colegas da gente... ajudou a gente a lavar os pés...as roupas... que estavam [a:muito] sujas... e::... e tam... e também... as... as... sandálias... né? e também... depois a gente... foi pra sala... depois a gente foi pra sala... as professoras chegaram... e na hora da... da merenda a gente (ficou) na sala... [a:só] as pessoas... de lá de cima... que não se su... sujaram... que foi pra cantina... e a cantineira... trouxe pra gente que estava dentro da sala... e::... e também meus colegas/tinha uma coleguinha minha... que ela ficou [a:muito] com medo... de apanhar... porque ela... porque ela... porque ela perdeu a sandália... ela... ela lembrou uma vez que quando ela perdeu a sandália... a mãe dela bateu muito nela... deixou ela de castigo...
    E: eh.... e se lembra se você sujou também? como é que foi?
    I: eu sujei também muito... eu estava de calça... de calça não...eu estava assim... de:: ( ) com uniforme [a:mesmo] ... então eu sujei todo/ toda a minha roupa... mas a roupa/ eu cheguei no colégio... a minha colega... lavou a barra da saia... e no/ e como ali no banheiro das meninas tem um tanque bem grande... eu... eu entrei ali pra lavar os pés... enquanto elas lava/ enquanto as minhas colegas lavavam o meu/ a minha sandália...
    E: e quando você chegou em casa... como é que você fez?
    I: ( ) aí (na escola)... quando a gente foi chegar em casa... a profe/ a... diretora... diretora aqui do colégio levou a gente... né? ela passou por cima porque na estrada não tinha condição... que ainda não era asfaltada... era cheia/ era de barro... né? de areia... de terrra... então ela passou por cima e foi pedindo instruções pra poder chegar em casa... então minha mãe ia vir me buscar... me buscar na escola... mas aí ela... ela viu um carro descendo... e perguntou pra uma pessoa que estava perto que conhecia ela... ela disse que eu tinha descido de carro com a... diretora... então ela...ela desceu... [s:ela] [v:desceu] [p:de] [a:novo] ... e quando ela chegou eu estava em casa... e quando eu cheguei em casa... minha irmã estava chorando com medo de... de eu ter desaparecido... mas aí quando eu cheguei em casa... ela me abraçou... aí eu/ a minha mãe chegou... tirou minha roupa pra lavar e eu fui botar (roupa)... aí minha mãe... minha mãe fez uma... uma sopa bem quentinha... pra mim... pra mim não pegar muita friagem... e fez um chá... que eu estava com muita tosse... aí depois... eu fui...eu fui dormir pra mim [v:ir] pra escola [p:de] [a:novo] ...
    E: tá certo...

  • E: vou gravar agora uma narrativa recontada... que a... Alexandra que está me contando agora... e que o avô dela que contou pra ela... pode começar... Alexandra...
    I: foi que quando ele trabalhava numa fazenda... né? ele estava trabalhando de noite... era em tempo de quaresma... era de noite/ era pra lá de meia-noite... então ele estava trabalhando... ele saiu da escola... com::/ ele saiu na esco/ da escola na segunda série... porque ele precisava trabalhar... e tinha muita coisa que fazer... que/ pro/ pra ajudar a mãe dele... então... que ele estava trabalhando na fazenda... que ele viu... um cavalo correndo... e muito barulho... e muito barulho... quando ele foi ver era um cavalo correndo... e ele olhou assim... era um... um cavalo soltando fogo pela cabeça... como ele se chama de mula-sem-cabeça... e aí/ e também teve uma outra história que ele me contou... ele e minha avó... que... quando eles foram... no enterro de uma pessoa... conhecida... que eles olharam assim pra cima...havia uma coisa [a:muito] esquisita... um/ com olhos vermelhos... unhas grandes... com assim um focinho igual que fosse de porco... maior que/ do que um poste... que eles... que eles dizem que cha/ que é lobisomem... e aí eles foram embora pra/ aí... eles foram embora pra missa... que eles estavam voltando da missa... né? eles estavam voltando da missa... então eles foram depressa para... para casa... foram depressa pra casa sem olhar pra trás... eles dizem que quando a gente vê uma coisa assim... pra gente parar... pra gente não correr... e começar a rezar pra aquilo desaparecer...

  • E: eh... agora... aquela/ é uma descrição... eu quero que você fale sobre o local... o lugar... que você mais gosta de ficar...
    I: bem... o lugar que eu mais gosto de ficar é o meu quarto... porque eu tenho sossego... meus irmãos fazem muita bagunça na sala... né? e quando eu quero estudar... por exemplo... pro teste... ou pra uma prova... ou que eu tenho que fazer alguma coisa... queeu tenho que fazer alguma coisa [a:muito] importante pra escola... eu vou pro meu quarto... tranco a porta e fico quietinha dentro do meu quarto... e lá eu me divirto... porque tem muitos bichinhos na parede... eu gosto sempre de ficar olhando e me distraindo... e quando eu tenho que... fazer uma composição pra casa... eu olho pros bichinhos e vou pensando... alguma coisa pra escrever na folha...
    E: eh:: bichinho em quê? em cartaz?
    I: é::... assim... tem uma casinha de tábua com... com uns bichinhos de::/ feito de bolinhas... de pano... de::/ bonequinhas... e tem também... um::/ umas malinhas... eh... de enfeite... e tem mais... bonecas de pano penduradas na parede... etambém tem o quadro... da minha irmã... que ela fez aqui no colégio [a:mesmo] ... o trabalho na ofi... na oficina... no trabalho da escola... ela fez um quadro e colocou... e colocou no quarto... e também tem outro quadro... que a minha mãe bordou... e a/e ficou [a:muito] bonitinho... foi duma::... duma cidade...ficou [a:muito] bonito o meu quarto... aí eu gosto muito de me distrair... aí também quando não tenho nada pra fazer... que eu... fico sozinha... eu... eu pego uma revistinha... que eu tenho um balaio de... de palha... cheio de revistinha...
    E: no seu quarto [que tem esse balaio?]
    I: [no meu quarto...]
    E: e o que que tem mais lá dentro? assim... de mó::veis... por exemplo?
    I: tem eu/ tenho duas camas... que... na minha/ no meu quarto... dorme eu... e a minha irmã... e também tem o telefone na sala e outro no meu quarto...
    E:ah... tá... então tem os balaios... e:: as camas... e... as figuras também... né? na parede... [a:legal] ...

  • E: eh... agora... eu queria que você me contasse... uma coisa que você... sabe ou que gosta de fazer... e como que faz essa coisa... me explica assim como se você estivesse me ensinando...
    I: bem... eu... eu gosto de fazer muitos joguinhos... como a gente faz aqui na escola... porque eu...eu sei fazer [a:muita] pouca coisa... porque minha mãe ainda está me ensinando... eu sei... fritar assim... o::vo... deixa eu ver... mais o quê... eu sei... ferver o leite... fazer o café... minha/ e tem vez que eu/
    E: como é que faz café... por exemplo?
    I: bem... a gente... põe... água pra ferver no fogo... com açúcar... aí depois a gente... a gente pega::/ a gente coloca naqueles negocinhos do coador... põe o pó... o pó da nossa preferência... o pó que a minha mãe... que a minha mãe... bem/ mais gostava é Moeda... mas agora eu não sei qual que ela está gostando mais... que ela compra variado... e também a gente/ depois a gente fa/ coloca água... passa água no coador... aí desce pela... pela... leiteira... a gente pega o café pra colocar na garrafa... e também é outras... é outras coisas que eu faço... eu fiz um joguinho aqui na escola... há pouco tempo... que a dona (Elza) ensinou... com triângulos... a gente pega os triângulos pra formar pássaros... brincadeiras... né? igrejas... deixa eu ver... navios...um montão de coisas... a gente [a:mesmo] inventou... os triân/ a dona (Elza) inventou os triângulos... e a gente fez... a gente... a gente fez envelope... descreveu como é o joguinho... e coloco/ e:: colocou... e colocou... os triângulos dentro... aí/ em casa... a gente/ quando a gente não tem nada pra fazer... a gente pega o joguinho que nós fizemos e a gente brinca com ele...
    E: tá certo...

  • E: eh.. agora... aquela última coisa... quero que você me... me fale sobre um assunto... que você acha... de... por exemplo... eh... a... a relação de amiza::de... ou então de... namo::ro... ou a relação com a famí::lia... com seus pais... escolhe um assunto desses e fale sobre ele... o que que você acha... qual sua opinião...
    I: eu escolho... da relação entre família... entre os pais e os filhos... bem... a minha mãe eu gosto muito dela... e o meu pai também... [a:só] que eles vivem/ que [s:eles dois] [v:vivem] [a:separados] ... porque o meu pai... quando a minha mãe estava esperando... meu irmão... ele disse que tinha outra... e foi embora... e a minha mãe... ficou cuidando de nós tudo...e nós éramos [a:muito] pequenininhos... eu... eu... eu penso que devia ser diferente... que os pais tinham que ficar com as mães... ter um pouco de carinho para as mães... não como está hoje... a... a... mu/ o homem bate na...na mulher... [a:só] quer ela ((falha de gravação)) bate nela... nos filhos... deixa os filhos pra ela criar...e tem muitas crianças de rua na rua... que é uma coisa [a:muito] triste... porque os pais não soube... eh... cuidar dos filhos... e eu graças a Deus eu tenho minha casa... a minha mãe... moro com meu av/ que a minha... a minha avó mora do lado... com meu avô... com meu avô e com meus irmãos... e eu... e eu gostaria de ter/ que fosse diferente a relação entre... a família... entre os pais... os filhos... e a mãe... né? eu gostaria que fosse diferente...
    E: [a:muito] bem... Alexandra... ficou ótima a sua entrevista... eh... então eu estou terminando a entrevista com a Alexandra... e vou recolher os textos escritos dela agora...
Parte oral
1994
  • Quando eu era do pré teve uma vez que agente estava vindo para a escola de ônibus e tinha muitas maquinas asfaltando a estrada e então o ônibus não podia passar porque tinha muito barro porque estava chovendo estão agente deseu do ônibus eu e os meus colegas vomos andando até que encontramos uma pedra bem grande e então nós tentamos passar pela pedra mas não deu embaixo da pedra tinha um buraco enorme agente deseu até o buraco que estava dentro do barro então passou algumas crianças e agente pediu ajuda para ajudar a sobir mas eles não ajudaram agente então quando agente chegou no colégio os meus colegas nos limparam do barro e na hora da merenda as cantineiras levou a merenda para agente dentro da sala
  • Uma vez o meu avô contou que trabalhava numa fazenda ele dize que tinha visto uma mula sem cabeça pela fazenda.Teve uma vez também que ele e minha avó estava vindo da missa guando ele viu um lobisomem enorme
  • O lugar que eu mas gosto de vicar e o meu quarto guando eu presiço estudar os meus irmãos fazem muita bagunça e eu vou para o meu quarto estudar e meu quarto tem muita coisa muita boneca e muita revistinha para eu ler quando eu não tenha nada para fazer em casa.
  • (como se faz café) O que eu sei fazer e coar o café, fritar ovo e feave o leite eu ainda não sei vazer muita coisa mas estou (apendendo) o cafe se faz assim agente ferve a água com açuca Depois agente poem pó de café no guador Depois agente esquenta o café e poem na garrafa
  • Eu queria gue a relacão entre os país e os filhos vossem deferente eu queria que o pai desse mais carinho para a mulher e para os filhos porque tem muita criança na rua e os meus pais são separados eu queria que os pais não se separasem
Parte escrita
1994

  • E: ( ) alguma coisa que tenha acontecido com você... e que tenha te deixado ou triste... ou alegre... alguma coisa que tenha te marcado... qualquer coisa que tenha acontecido com você... e que tenha te marcado... alegre ou triste... constrangedor... qualquer coisa... pode falar...
    I: porque eu estava na casa da minha prima...
    E: uhn...
    I: aí eu e ela estava brincando embaixo na::... varanda... aí de repente chegou uma mulher... e um homem com uma faca... perguntando se a:: minha mãe estava lá... aí eu falei que não... aí... aí ele perguntou pra minha prima... aí... aí ela também sa/ ela saiu correndo... eh... porque a casa dela tinha::/ era de dois andares... aí ela saiu correndo pra lá e eu fiquei lá embaixo... aí... não dava pra mim correr porque eu estava morrendo de medo... aí... eh... me deu um negócio... porque... não dava pra eu correr... aí eles saíram... aí eh:: eu saí correndo pro:: segundo andar da casa... eh... subi a escada correndo... aí eles estavam lá embaixo... eh... fazendo um monte de barulho lá... quebrando um monte de coisa... aí eles subiram lá em cima... a gente fechou a porta do banheiro e começou a cuspir a::/ começou a cuspir catarro... nas paredes... fizeram um monte de bagunça lá::... um monte de coisa... e também... eh::/ aí eles desceram... tinha um carro na garagem... eles:: eh::...
    E: o que acontece com o carro?
    I: aí... eh... arranharam o carro to::do... fizeram um monte de coisa lá... furaram o pneu::... eh... e também... eh... desligaram o telefone... pra gente não telefonar...
    E: que isso... acabou? então tá...

  • E: a segunda coisa que você vai me falar... é alguma coisa que tenha acontecido com você/ com algum conhecido seu... e::... por exemplo... alguém que algum/ alguma coisa que alguém tenha te chegado pra você e te contado... “e... Eduardo... você não sabe o que aconteceu comigo...” você vai me contar uma história que tenha acontecido com algum conhecido seu... quevocê ficou sabendo... te contaram... até [a:mesmo] se a pessoa te contou... tá?pode falar...
    I: a amiga da minha irmã... eh... ligou pra minha casa... que o::... marido... eh... da minha irmã... eh... o::.../
    E: contando que é o sobrinho... né? [você falou...] I:[o sobrinho da::/]
    E: do marido...
    I: do marido da minha irmã...
    E: ahn...
    I: ele tinha morrido... porque ele/ a mãe dele morreu há um mês atrás... aí... ele começou a beber cerveja... né? o pai dele não deixava ele entrar com cerveja dentro da casa dele... aí ele foi pra:: Angra dos Reis... eh... aí ele ficou na casa que tem lá... né? aí ele bebeu cerveja... com os amigos dele... um monte de coisa... aí ele saiu de carro... aí... eh... o carro capotou numa linha de trem... aí a::... eh... a porta do:: carro estava::... eh:: sem o trinco... aí a porta abriu... aí o::/ esmagou ele... fez um monte de coisa... aí os amigos dele estavam dentro do carro também não aconteceu nada... porque a porta estava fechada... e estava com cinto de segurança...
    E: [a:só] ele morreu?
    I: aí... [ficou [a:todo] esmagado...]
    E: [que morte terrível...]
    I: dentro do::/ que eu fui no cemitério...aí ele estava [a:todo] coberto... cheio de faixa... na cara... não podia nem::... ver a cara dele...
    E:tadinho... né? [a:só] isso?
    I: é...
    E: então tá...

  • E: [a:bom] ... Eduardo...a terceira coisa que você vai me falar... vai me descrever um lugar que você gosta de ficar... e:: que você goste de ficar naquele lugar... e me descrever como é que é aquele lugar... pra mim ter uma idéia de como é aquele lugar...
    I: eh... aí eu entro dentro da área...
    E: é a área? o lugar que você mais [gosta de ficar?] a área da sua casa...
    I: [é...] é... aí dentro da área... eh... tem um banheiro... que:: fica:: o:: passarinho... dentro da gaiola e o/ e dentro da área fica um:: porquinho da índia... aí eu fico brincando com e::le... tem também... eh... uma... uma:: máquina de lavar roupa... tem tanque... um varal... e:: tem um quartinho também... pra guardar um monte de coisa lá...
    E: uhn...
    I: eh... tem um armário dentro do... dentro do... quarto/ dentro do::/
    E: [do quartinho?]
    I: [dentro da área...] que... tem uma estante que guarda um monte de coisa... guarda... eh... tê::nis... um monte de coisa... eh... chine::lo... também... eh... guarda li::vro... um monte de coisa...
    E: uhn... uhn... então tá jóia...

  • E: então... a... a... a tercei/ a quarta coisa que você vai me falar... eh... você vai me dar... você vai me ensinar... me falar uma coisa que você sabe fazer... uma coisa que você goste de fazer... e você vai me falar como se faz... com se estivesse me ensinado... qualquer coisa que você goste e que você saiba fazer... [s:você] vai me [v:ensinar] [a:direitinho] ...me [v:falar] [a:direitinho] como se faz... como se você... se você tivesse me ensinando agora a fazer...
    I: eu sei fazer hambúrguer...
    E: ah:: que delícia... então me conta... como é que faz... [quero aprender...]
    I: [assim...] pega o pão...
    E: uhn...
    I: eu faço assim... pego o pão... pego os dois pães... deixa dentro do prato... aí pego o:: tomate... e o::/ a maionese e o ketchup... e a mostarda... e o:: alface... aí eu deixo tudo dentro do prato... aí eu pego o bife... eh... boto dentro da panela... acendo o fogo e fico lá mexendo... aí depois eu pego o pão... boto:: a carne... depois o tomate... depois o alface... depois eu jogo a maionese... e:: ( ) depois... aí... se... se quiser pôr ketchup e mostarda pode pôr...
    E: uhn:: que delícia... é bom aprender como é que faz...

  • E: [a:bom] ... a última coisa que você vai me falar... eh... você vai me dar um relato de opinião... uma opinião so/ sua... sobre qualquer coisa que você quiser... pode ser sobre a família... sobre a escola... sobre a amizade... sobre... futebol... qualquer coisa que você quiser... me dá a sua opinião sobre aquilo... que que você acha disso ou daquilo... pode me falar... qualquer coisa que você quiser...
    I: vou... eh... vou falar da:: copa do mundo...
    E: ahn...
    I: eh... eu vou falar da copa do mundo porque o Brasil entrou...
    E: uhn...
    I: e pode até ficar o... tetra... aí ele/ quero ver... porque a Argentina está bom... aí pode até perder... da Argentina... porque a primeira vez que a Argentina jogou... ficou quatro a zero... aí pode até ganhar do Brasil...
    E: e o que que você acha assim... da copa do mundo assim... que aconte::ce... de todo mundo jogar::?
    I: uhn... acho bom... mas eu não:: gostei porque a:: ( )e... o time/ como é que chama [a:mesmo] ?
    E: não tem importância não... o que aconteceu com esse tal time?
    I: quê? [não] E:[( )]
    I: porque ele não foi... eh::... não entrou na copa...
    E: ahn::...
    I: e é... e é o que eu gosto (que entrou...)
    E: algum país?
    I: é... é dá::.../ ah... esqueci o nome...
    E: mas você gosta da copa do mundo?
    I: gosto... eu... eu quero que o Brasil ganha...
    E: ahn... você gosta porque você quer que o Brasil ganhe?
    I: é...
    E:então tá bom... [a:só] isso?
    I: é...
    E:então tá jóia... [a:bom] ... Eduardo... a gente está terminando agora... e::/ o:: re/ o::/ a entrevista oral...
Parte oral
1994
  • Eu e minha prima estava brincando na varanda quando chegou um homem e uma mulher, a mulher estava com uma faca e o homem com uma luva eu e minha prima saimos correndo para o banheiro e ovimos uns barulhos e o ladrões quebraram tudo que tinha sala.
  • O marido da minha irmã estava na minha casa quando telefonou para lá dizendo que subrinho dele tinha morrido na linha de trem dentro ele um carro.
  • A área da minha casa tem um passarinho com maquina de lavar e uma pinha.
  • Eu passo hamburger com pão alface carne tomate e também manhonese, boto a carne na frigideira e depois no pão.
  • A copa do mundo é [a:muito] interesantepara quem não conhece, meu time que eu gosto é Chile que não chogou na copa de 94 mais o Brasil tem xanse de ganhar a copa.
Parte escrita
1994

  • E: eh... eu estou começando a entrevista com a Elisa... ela está na quarta série do colégio Magister... a primeira coisa que eu queria saber de você... Elisa... eu queria que você me contasse... um:: fato... uma história que tenha acontecido com você... e que tenha sido interessante... ou constrangedora... ou triste... ou engraçada... imagina/ lembra uma história aí e me conta...
    I: ah... um dia... né? eh... eu estava/ sexta-feira eu estava no colégio... aí um/ eh... no meio da aula... um garoto começou... eh... a puxar meu cabe::lo... a ficar copiando... o que a gente estava fazendo lá de mim... ficava/ rasgou minha folha... (e) rasgava a minha folha... chegou... né? aí... né? ele...ele me fez passar maior vergonha na sala... ficou [v:falando] de mim... [a:alto] ... pra todo mundo... todo/ é mentira... falando que meu cabelo era... era o mais horroroso do mun::do... e tal... aí... né? aí eu comecei a chorar... porque... passei maior vergonha... né? aí... a professora pôs ele pro quadro... e ficou até o final da aula...mas depois aí [s:ela] [v:pôs] ... pôs ele no lugar [p:de] [a:novo] ... aí depois... da aula... ele começou a... ficar me gozan::do... a ficar... falando que::/imitando eu chorar::... mas não [v:imitava] [a:certo] não... eh... ficava falando que eu estava chorando... e tal... aí ele ficou enchendo o saco... e depois eu fui embora pra casa...
    E: e que que a professora fez com o menino?
    I: eh... deixou ele... virado pro quadro...
    E: ah... tá...

  • E: eh... agora eu queria que você me contasse uma história que alguém contou pra você... você lembra? ah... você tinha me falado uma história que... eh... seus pais contaram do dia que você nasceu...
    I: ah... é...
    E: conta ( )...
    I: a minha mãe ainda estava grávida... de mim... né? e ela já estava no:: no nono mês... né? de gravidez... aí chegou/ e ela estava comprando umas roupas pra mim... né? aí começou a passar mal... né? aí... no carro/ aí meu pai foi bu/ foi levar ela pro hospital... e ela quase... eh... me teve... me teve no carro... mas aí chegou no hospital a tempo... né? aí... depois... me le/ aí... ah... me teve... né? eu nasci... aí eu... eu fui levada pra maternidade... mas minha mãe não deixou não... aí eu fui levada... né? aí depois ela... ela me pegou na universidade... saiu pelo hospital... falando que eu não era:: cabrita não ((riso)) que... ela tinha que ficar... não tinha que/ eh... tinha que fi... tinha que ficar com ela... eh... mamando nela... e tal... aí depois... ela falou/ ela disse... que se ele/ eles não deixava ela... ela com/ se eles não dei/ me deixavam... eu com ela... eles iam/ ela ia... embora... né? mas aí depois me deixaram com ela...
    E:ah ((riso)) [a:legal] ...

  • E: eh... agora eu quero que você me... descreva um lugar que você... tenha ido... ou que você goste de ficar... e... assim... com o máximo de detalhes pra dar pra eu imaginar bem na minha cabeça com é esse lugar...
    I: eu fui numa granja... né? poucos dias atrás.... foi no::/ na semana passada... na semana passada... né? lá... tem piscina... tem sauna... bicicleta... mesa de totó... mesa de pingue-pongue... mesa de sinuca... um monte de coisas lá... né? e quando a gente foi... o pai/ eh... o dono da granja... veio me buscar... porque é amigo do meu pai... que aí/ o meu pai e minha... minha irmã não quiseram ir... aí me levou... né? aí a gente passou na casa dele... aí ele cismou de... de (até) tomar café lá... né? aí... né? ele fez um pão pra mim com queijo... estava uma delícia... né?
    E: mas e/ eh... a granja... como é que era assim... a casa lá dentro?
    I: ah... ela tinha... tinha dois quartos... tinha uma mesa... uma:: uma::/ como é que chama? um sofá... de três lugares... [a:primeiro] lá estava uma bagunça... mas depois a gente chegou lá... já tinha arrumado...
    E: ahn... ahn...
    I: né? era assim a casa... né?
    E: tem um... um lugar lá dentro a casa que você achou mais bonito? assim... a sa::la... um quar::to que você ficou... [lembra qual o lugar que você achou mais bonito]...
    I: [havia um quarto que os meninos estavam lá...]
    E: como é que era o quarto? tenta lembra bem e me falar como era... esse quarto que você ficou lá na granja...
    I: ah não... gostei mais do banheiro...
    E: gostou/ é me conta então como é que era o banheiro...
    I: ele era grande... tinha privada ((riso)) eh... tinha privada... bidê... né? eh... tinha chuveiro... né? eh... o papel higiênico estava na pia... não estava no lugar onde... eh... onde fica... né? eh... deixa eu ver...
    E: mas por que que [você gostou?] I:[( )]
    E: eh... eh tinha alguma coisa bonita no banheiro... diferente?
    I: ah... não... achei legal...
    E: achou legal à toa? ((rindo))
    I: à toa...
    E: por que era grande? o quê?
    I: ah:: achei legal...
    E: então tá... eh... agora eu quero que você me fale uma coisa que você sabe fazer... ou gosta de fazer... [e como que é...]
    I: [ah... e] na piscina... tinha dois gambás também...
    E: dois gambás?
    I: filhotes de gambá... depois veio o cara... passou cloro... tirou o gambá... depois de duas horas a gente nadou...
    E: ah... tá... legal ((riso)) nossa...
    I: e também... né? tinha um monte de menina lá... tinha uma amiga da/ eh... de uma amiga minha... amiga de uma amiga minha... que mora aqui... perto da minha casa... né? ficou me enchendo o saco... eh... ficou:: me cha/ eh... ficou... ah... ficou me enchendo o saco...

  • E: agora... eh... lembra uma coisa que você sabe fazer... que você goste de fazer...e me [v:conta] [a:direitinho] como que faz... como se você tivesse me ensinando a fazer isso...
    I: eh... o jogo... chamado talento...
    E:talento? [a:legal] ... como que é que joga?
    I: eh... tem um mon... tem um monte de:: frases... né? nuns papelzinhos... eh... está escrita a frase... aí tem setenta... setenta fotos... e cento e tantas... frases... né? aí... né? cada um recebe cinco frases... e apanha uma foto... aí... a gente colo/ eh... por exemplo... se jogar seis pessoas... cada um coloca a frase que tem mais a ver... né? aí a gente escolhe... quem::... quem ganhar... ganha... de todo mundo... ganha trinta e cinco pontos... quem... quem/ e quem acertar... de quem/ qual que ganhou... ganha cinco pontos... né? e se dar empate... ganha dez pra cada...
    E: ah... tá...mas o que que faz [a:primeiro] assim... pra começar a jogar?
    I: ué... a gente apanha a foto... uma das cartas... e a gente vai... vendo qual que... tem a ver com a gente...
    E: ah... tá...

  • E: eh... ah... agora... aquela última que... que eu tinha te explicado... eh... quero que você me dê opinião sobre um... um assunto assim que seja interessante pra você... qual que era o assunto que você escolheu?
    I: briga e irmã...
    E:briga com irmã... [a:certo] ? a sua opinião sobre isso... então me fala...
    I: ah...eu tenho uma irmã... né? que ela é [a:muito] chata... chama Letícia... [a:só] porque ela é dois anos mais velha do que eu... porque eu tenho dez e ela tem doze... ela fica me baten::do... fica... me enchendo o saco... quer dizer... fica me mandando em mim... fica mentindo pra mim... dizendo que meu pai falou isso... e não falou nada... ah... fica me:: tirando dos luga::res... [das minhas colegas...]
    E: [e o que que você acha] disso assim... eh... como é que você acha que devia ser?
    I: eu acho que irmã/ porque idade não é documento...
    E:ah... [a:legal] ((riso))
    I: porque irmã... né? tinha que ser... amiga uma da outra... mas a gente é diferente... eu e minha irmã...
    E: ahn... ahn...
    I:ela é [a:muito] chata...
    E: você acha que irmã tinha que ser amiga... uma da outra? e como você acha que devia ser a relação assim de todo dia? que que você acha que a irmã devia fazer... a irmã mais velha... e tal?
    I: ah... devia de ser amiga uma da outra... devia... contar... os problemas... né? mas... não tan/ todos os problemas... que tem alguns problemas que são íntimos... né?
    E: ahn ((riso))
    I: eh... também::... ah... uma gostar/ gostar uma da ou::tra... não bater::...
    E: isso...
    I: eh... se conformar com o que a outra pensa... eh... se conformar com a verdade que a outra acha... essas coisas...
    E: ah... está ótimo... eh... então... olha... estou terminando a entrevista com a Elisa... e... vou dar os papéis pra ela produzir os textos escritos agora...
Parte oral
1994
  • Um dia,um garoto da minha sala começou a copiar do que eu estava fazendo, puxou meu cabelo, mas [a:infelizmente] [s:eu] comecei a [v:chorar] .A minha professora, colocou ele para frente do quadro, mas depois ele voltou no final da aula.Na saída ele implicou comigo e eu fui embora ignorando.
  • meu nascimento.Um dia em II de março de 1982 eu nasci mas vou contar deiz do princípio:A minha mãe começou a passar [a:muito] mal, mas o meu pai demorou a chegar casa.Ela foi levada para o hospital e eu quase nasci no carro, mas chegaram a tempo.Eu nasci de parto normal e quando eu virei uma menininha me levaram para o berçário, mas minha mãe não deixava eu ir de jeito nenhum e dizia que eu não era bizerra.Não me levaram e depoi de muitas horaseu fui embora e fui [a:muito] recebeceba em casa.
  • Num domingo, eu fui para uma granja e lá, quando eu cheguei, havia dois gambás na piscina.Chamaram um homem para tirá-lo,ele passou o cloro e ficou tudo [a:muito] bem.A granja tem sauna, piscina, bicicleta, mesa de sinuca e uma chachorra chamada Snupp.Na granja,havia uma menina chamada Paula que é um barato, [a:muito] legal.Tinha outras meninas lá que eram um saco.Depois eu voltei para casa bem de noite.
  • Talento é um jogo [a:muito] legalque é o seguinte: No jogo há 75 fotos e 400 frases.Nós pegamos uma foto e distribuimos 5 frases para cada.Uma frase entre cinco temos que escolher uma, se a sua melhor você ganha no jogo.
  • Eu tenho uma irmã chamada Letícia que eu brigo muito com ela.Eu acho que ninguém devia brigar, porque idade não é documento.A minha irmã se chama Letícia e me bate muito, ela é uma chata.
Parte escrita
1994

  • E: eh... eu vou começar uma entrevista com... o Gustavo... do colégio Estela Matutina... que já terminou a quarta série... ele está na quinta agora...eu [a:só] estou testando o gravador pra ver se [NULL SUBJECT] vai [v:gravar] [a:direitinho] ... [a:bom] ... estava [v:saindo] [a:direitinho] no gravador... agora... Gustavo... a primeira coisa que eu ia pedir pra você que eu te falei... é pra você me contar uma história que aconteceu com você... você disse que ia contar o negócio lá da pesca... né? como é que foi isso?
    I: uai... eu fui pescar com o meu pai... eh... sábado agora... aí a gente foi pescar numa represa... né? e aí quando a gente estava descendo... lá embaixo pra ir lá nas pedras pra tentar pescar... eu escorreguei e quase que caí... caí... quase que eu fui embora... sabe?
    E: no::ssa...
    I: se meu pai não tivesse segurando na minha mão... eu acho que eu ia embora...
    E: mas não... machucou não... né?
    I:não... [a:só] caí... eh... no chão...e quase que eu escorreguei para as pedras lá embaixo...
    E: então tá...

  • E: eh... a segunda coisa... você falou que a sua avó conta um monte de histórias pra você... né ?
    I: é... ela já contou de quando ela era pequena... da minha idade assim... né? uma vez ela disse que estava andando/ estava com a... irmã dela... aí ela estava andando... no... no cavalo... né? a irmã dela também... aí de repente quando a irmã dela... andou... deixou ela (aí ) o cavalo disparou... perdeu o freio... ela caiu... ela foi até ( ) ela correu ( ) quase a fazenda inteira... [e caiu...] do cavalo...
    E: [no::ssa] coitada... machucou?
    I: ela falou que não... que caiu na grama... [todo] mundo chegou lá...
    E: [entendi...]

  • E: eh... a terceira coisa... era/ ah... vai me descrever o lugar que você... gosta bem de ficar... que você conhece bem... assim... com o máximo de detalhes possível...
    I: uhn... meu quarto...
    E: seu quarto... né? então me fala como é que é seu quarto... tenta lembrar bem... e fazer assim um desenho dele...
    I: tá... tem uma cama... assim... tem um ( ) a altura dele é de dois e oitenta... eh... pra cima... três... três de largura e três e meio de comprimento... eh... tem uma... uma cama... que fica ali do lado assim... em frente à cama tem uma televisão... embaixo tem um vídeo-game... eh... embaixo da minha cama... que... não teve tempo de mudar pra outro quarto... que é no (outro) andar... eh... fica a cama do meu irmão... cama pequena... não sabe?
    E: ahn... ahn...
    I: aí... eh... meu quarto tem uma cortina azul que fica... na janela... que é em frente a minha cama... do lado de lá... eh... tem um armário do outro lado... e tem a porta pra gente entrar ( lado da::/ do armário...
    E: eh... tá jóia...como é que você [v:sabe] esse negócio das medidas [a:certinho] ?
    I: ah... porque eu gravei de ( ) fazer as medidas da... da matéria de geografia e ciências...
    E: olha que legal... eu fiquei curiosa... falei “gente... como ele sabe calcular assim... bem?”

  • E: eh... a outra coisa que eu vou querer de você... é que você me conte um negócio que você sabe fazer... assim... um jogo talvez... eh... me fala como ((falha da gravação)) mas como é que joga futebol... me explica?
    I: precisa de dez jogadores... eh... aí separa cinco pra cada lado... fica um goleiro... um pivô... ala direita... ala esquerda e outro parado... aí bate par ou ímpar pra começar o jogo... ( ) a maioria das vezes... fica o pivô e o parado... tocam a bola... os dois alas abrem... pela lateral... e:: pra ter mais possibilidade de tocar e fazer o gol...
    E: olha só... danado ele ((riso))

  • E: eh... ah... última coisa... que assunto que a gente tinha pensado que você podia falar?
    I: leitura...
    E: ah... é... isso... então o que que você acha desse negócio de leitura?
    I: ah... acho bom...
    E: ahn... ahn...
    I: acho que a gente... ah... desenvolve... ah... desenvolve... a capacidade da gente de... de ler... de ler... estudar... da gente estudar... [a:só] estudo/ eu estudo lendo
    E: ahn... ahn... e... que horas que você costuma ler? que horas você acha que a gente deve começar a ler?
    I: ah... eu lei... leio na aula... e de tarde... quando tem algum livro...
    E: e com que idade você acha que a gente deve começar a ler?
    I: eu comecei no terceiro período... comecei a ler... agora quem quiser começar antes... pode ou depois...
    E: você acha que::...
    I: é bom...
    E: que é bom também... né? então tá... Gustavo...
Parte oral
1994
  • Fui pescar com meu pai, na represa.Fomos eu, ele e seu amigo.Foi difícil descer até lá em baixo, estava escorregadio e cheio do lodo.Tomei um tombo no lodo e se meu pai não estivesse me segurando eu ia escorregar e cair nas pedras, acho que era o fim.Depois, quando o susto passou, meu pai pegou dois peixes, eu peguei um peixe e seu amigo também pegou um.
  • Minha vó meu contou uma história.Vou contá-la: Me disse que sua irmã estava andando de cavalo, o Pavão Ela disparou, mas sabia galopar bem.Depois entregou o cavalo para a minha vó.O cavalo disparou com ela pela fazenda toda, estava sem freio.Ela caiu.Depois todos a ajudaram
  • Meu quarto tem um tamanho rasuável, 2, 8 metros de altura, 3,0 metros largura e 3,5 metros de comprimento.Lá no quarto tem a minha cama, a cama do meu irmão debaixo da minha, a televisão em frente a cama, a janela atrás da cama, o armário do lado e a porta numa posição em diagonal, vou mudar para um quarto sozinho e bem maior, mas este quarto que estou, apenas de ser pequeno, eu adoro.
  • Para jogar futebol, precisa de 10 jogadores.Vão cinco para cada lado.Em cada time ficam I goleiro, um ala-esquerda, um ala-direita, um parado e um pivô.Na maioria dos times, o pivô e o parado tocam a bola, enquanto os alas abrem pela esquerda e direita para receber a bola e tentar fazer o gol.Para sair a bola, batesse par ou ímpar e quem ganhar sai com a bola e tenta fazer o gol.
  • Eu gosto muito de ler, escrever e estudar,sou também [a:muito] preguiçoso, mas de ler, escrever e estudar, prefiro a leitura.Começei a ler no início do terceiro periodo.Adoro ler, porque acho que les desenvolve nossa capacidade etambém é [a:muito] feio, quando uma professora pede para um aluno ler e ele lê gaguejando.É horrível isto.Por isso recomendo as pessoas a aprender a [v:ler] [a:direito] o mais depressa possível.
Parte escrita
1994

  • E: estou começando agora a entrevista com a Ana Paula... da primeira série...do primeiro grau... eh... de escola particular... [a:bom] ... Ana Paula... eu quero que você me conte uma historinhaque tenha acontecido com você... que tenha... que tenha sido triste... ou alegre... ou engraçada...alguma historinha que tenha acontecido com você que te marcou...
    I: tá... é de quando eu mudei de Ipatinga pra cá... eu conhecia quase todo mundo do prédio... aí quando eu mudei pra cá...eu fiquei [a:muito] triste... que... que eu per... perdi muitas amigas... e... e... eu não conheço quase ninguém aqui... e... eu aí fiquei triste...por causa disso... [a:só] que agora eu vou mudar... vou voltar pra lá... aí agora eu estou alegre...
    E: é::.. é isso? então tá jóia...
    I: isso... não é nem triste... nem alegre...

  • E: [a:bom] ... agora você vai me contar uma historinha que tenha acontecidocom al/ que alguém tenha te contado... que é uma história que tenha acontecido com algum conhecido seu... e que essa pessoa tenha te contado...
    I: a minha avó estava andando de carrinho... minha avó... aí... ela... foi no banheiro... ela aí ela foi andar... ela caiu... e quebrou as costelas...
    E: uhn...
    I: aí... agora ela está triste porque não pode mais andar... tem que ficar ali na ca::ma...
    E: é::... tadinha... e ela está triste?
    I: está... ela queria ficar andando... queria passear... que ela joga... baralho... aí não tem mais jeito dela jogar baralho... porque está na cama...
    E: triste... né?
    I: é...
    E: então tá... então tá jóia...

  • E: [a:bom] ... Ana Paula... então agora você vai me contar... eh... você vai me descrever... você vai me falar como que é o lugar que você mais gosta de ficar...você vai me falar como é que é pra mim [v:saber] [a:direitinho] na minha cabeça... como é que é esse lugar...
    I: o lugar que eu mais gosto... é o meu quarto...
    E: uhn... então como é que fa/ como é que é o seu quarto?
    I: do lado esquerdo... é a minha cama...
    E: uhn...
    I: do lado... da cama tem um... um/ ah... esqueci (com que chama aquilo...)
    E: mesinha?
    I: é... uma mesinha com um abajur... do lado da mesinha... tem uma penteadeira... do lado da penteia/ na frente da penteadeira... tem um banquinho... do lado da penteadeira tem uma... uma... cadeirinha... uma mesinha pra boneca... aí... vira... aí do ou/ do lado assim... do lado direito da cadeirinha... tem um sofá... que é perto da janela... do lado do sofá... tem um/ uma montanha de brinquedos...
    E: uhn::
    I: do lado do/ da montanha de brinquedo... tem meu armário... e do lado do meu armário tem/ como é que chama aquele negócio de colocar chapéu? ((sussurro))
    E: cabide...
    I: não... é ( ) eh... do lado do meu armário tem um cabideiro...
    E: uhn...
    I: e do lado do cabideiro tem a porta...
    E:no::ssa... que [a:legal] ... que quartão... hein?é [a:só] o que tem lá dentro... isso tudo?
    I: é.. e também do lado/ do outro lado da cama... tem um... tapete...
    E: uhn... que lin::do...
    I: e... e... assim... em qualquer lugar tem uma cadeira de balanço... assim qualquer lugar do meu quarto... que eu passo...
    E: uhn...
    I: em cima... em cima do guarda-roupa tem ma::la...
    E: acabou? I:( )
    E: tem mais?
    I: tá bom...
    E: acabou?
    I: acabou...
    E: então tá jóia...

  • E: agora você vai me contar... eh... alguma coisa que você saiba fazer... aí você vai me falar como é que faz... como se estivesse me ensinando a fazer... me fala alguma coisa que você saiba fazer... como se... se você estivesse me ensinando como que se faz essa coisa...
    I: pode começar?
    E: pode...
    I: eu sei fazer o arroz...
    E: uhn... então como é que faz?
    I: o arroz... você pega... cata os sujinhos... as pedrinhas...
    E: uhn...
    I: aí depois... você coloca no escorredor de arroz... coloca água... espera escorrer... quando o arroz estiver limpinho... você coloca água na panela... coloca o arroz... deixa esquentar... depois que esquentar... você dá uma misturadinha... a água está seca... tira ela... coloca o tempero... quando o arroz estiver bem molinho... aí quando o arroz estiver bem molinho... você tira ele que ele está pronto...
    E: no::ssa senhora... mas você... é danadinha hein... Ana Paula... sabe fazer arroz... olha só... nem eu sei... ((riso))
    I: não sabe... não?
    E: eu não...

  • E: [a:bom] ... Ana Paula... então agora você vai me falar a última coisa... você vai me falar:: que que você acha de alguma coisa... por exemplo... a esco::la... eh... dos professo::res... ou da famí::lia... o que é que você acha da sua família... que que é importante na família... o que que... que que você acha da sua família assim... o que que você acha importante?
    I: e... eu vou falar da família...
    E: então tá...
    I: meu pai e minha mãe... deu educação pra gente... ensina a gente a ser uma boa pessoa... ensina boas coisas pra gente... quando a gente fala algum palavrão... ela... ela... briga com a gente... pra gente aprender que não pode... quando.../ ela dá carinho pra gente... ela dá amor... pra gente... ela é uma boa pessoa... eh... ensina a gente ser educa::da...
    E: a sua família?
    I: é... ensina... muitas coisa boa... que eu... não sei explicar...
    E:então você acha [a:muito] importante você ter/ a gente ter família...
    I: é... tem muita pessoa que não tem família... é mal educada... fala muito palavrão... mas tem muito/ também tem muita pessoa que não tem família... que é educada...
    E: uhn::...
    I: menino da rua... tem uns que têm... tem uns que não têm...
    E: é::... que peninha... né?
    I: é...
    E: tá bom? tá jóia?
    I: tá...
    E: então tá bom... Ana Paula... eh... estamos terminando agora a entrevista com a Ana Paula...
Parte oral
1994
  • O dia em que de mudou de Ipatinga.Eu me mudei de impatinga e figei [a:muito] tristeporque conhesia todos e agora eu vou outras.eu tinha mutas amiga eu vou voutar para bricar com elas.
  • A avó e o seu tombo.A minha vó estava paseano de carinho de roda ela leventou e caiu e quebrou a custela e agora ela está triste porque não pode antra.
  • O quarto.Eu entro nele do lado esquerdo tem a cama do lado dela tem uma mesinha do lado dela tem uma pintiadeira do lado dela tem uma cadeirinha e mezinha do lado dela tem uma montanha de briquedo do lado deles tem um armario do lado do armário tem um cabideiro do lado dele tem a porta.
  • Como se faz arroz.cato o sujo bodo de o molho bodo para cozinhar com água tiro a água quando dive seca bodo o tempero e está porto.
  • O que acha da família.A familhia da educasao, respeito, ensina a ser uma boa pesoa da amor, carinho, tem pesoa que é educada tem outras que não são educada.
Parte escrita
1994

  • E: estou começando a gravar a entrevista com o Giovane... da primeira série... eh... eh... classe de alfabetização... do colégio Dom Orione... eh... a primeira coisa que eu quero saber de você... Giovane... eh... quero que você me conte... um fato ou uma história que tenha acontecido com você... e que você acha ((falha de gravação)) engraçada... ou constrangedora ou triste...
    I: um dia... né? eu fui na escola...
    E: [v:fala] mais [a:alto] ...
    I: um dia fui na escola... aí... todo mundo deu biscoito pro menino e eu dei um pedaço de pão...
    E: ahn... ahn... e aí o que que ele fez?
    I: aí ele não pegou não... ele não queria...
    E: é? e aí você não deu mais pra ninguém?
    I: não...
    E: ahn... ahn... e::... e você achou isso engraçado?
    I: uhn... uhn...
    E: é? ((riso))

  • E: agora eu quero que você me conte... alguma coisa que alguém já te contou... você falou do::.. seu/ quem que contou uma história pra você?
    I: minha avó...
    E: isso... sua avó contou a história do Joãozinho e Maria... né?
    I: ahn... ahn...
    E: então pode contar...
    I: era uma vez um menino e uma menina... que deixou ele e a mãe dele... né? ela deixou o burro entrar dentro de casa... aí o burro comeu o leite dele tudo... aí ele mandou ela::/ ele::... Joãozinho e Maria... ir... pegar... tudo no mato... aí eles se perderam e achou a casa da bruxa e a bruxa prendeu eles...
    E: prendeu eles e aí?
    I: numa jaula... aí... ele::/ a velha... né? colocou ele debaixo de um caixote... e todo dia ele olhava o dedinho dele... pra ver se estava gordo... aí um dia... né? a menina tirou o óculos/ quebrou o óculos dela... aí o Joãozinho na::/ o Joãozinho deu um pedaço de osso pra ela eela ficava achando que estava [a:muito] magro...
    E: e aí?
    I: aí... agora não sei mais não... o resto eu não sei...
    E: esqueceu do resto?
    I: ahn... ahn...
    E: mas não tem problema não...

  • E: eh... fala sobre o lugar então que você mais gosta de ficar...
    I: uhn::...
    E: é:: no seu quarto... que você falou?
    I: no quintal...
    E: ahn...
    I: e no meu quarto... em cima da árvore...
    E: como é que é o quintal? o que que tem lá?
    I: tem flor::... ( ) piscina... eh... pé de abacate... de ( ) um montão de coisas...
    E: e... é grande? como é que é?
    I: é grande...

  • E: eh... ah... agora aquela história... quero que você me conte como é que/ eh:: o que que você sabe fazer... ou gosta de fazer... e como é que faz...
    I: joguinho de prego...
    E: joguinho de prego? ahn... ahn... então me explica como é que é que joga joguinho de [prego...]
    I: [tem] uma tábua... coloca duas latas pra tampar... faz um buraquinho pra ser o gol... aí (escolhe) um montão de prego no negócio... e pega uma pratinha e vai jogando... aí na hora que vai fazer o passe do... do gol... aí ( )
    E:ahn... [a:legal] ...

  • E: ah... agora... a última coisa... é o que que você acha sobre... eh... algo com relação assim ao seu pai ou/ você falou que queria falar sobre a relação com seu pai... né? então me fala o que que você acha que acontece de bom... que pode ser bom na relação de pai com filho... o que que você acha que o pai não deve fazer... por exemplo...
    I: ele não deve espancar... e de bom ele/é [a:só] fazer quando a gente fazer de malassim deixar a gente de castigo...
    E: ahn... ahn... e você acha que... é importan::te? como é que... você acha que é a relação de pai com filho? me dá sua opinião sobre [isso...]
    I: [é] importante...
    E: e você acha isso legal... é importante?
    I: uhn... uhn... pra algumas é... mas pra outras não...
    E: por quê?
    I: porque tem umas que cho::ra... né? assim... porque quer brincar e o pai não deixa...
    E: ahn... ahn ((riso)) aí você acha que os pais devem fazer o quê?
    I: ah:: aí::... aí deixa eles brincar... ué...
    E: [a:muito] bem...( ) eu acabei de gravar... a entrevista com... o Giovane... do Dom Orione... da primeira série... eu vou pedir a ele agora que... produza os textos... escritos... vou dar o papelzinho pra ele...
Parte oral
1994
  • Minha professoura mandou cada um dos alunos darem cada pedaços de sua merenda todos alunos (deram) biscoito e dei um pão
  • Miha vó contou a historia de João e maria (era) uma vez uma vez um menino e uma menina a mãe e o paí (sairão) para pasear deixaram João e maría em casa a (bruxa) (quebrou) a jara de leite a mão saiu e voutou da sidade mandou João e maria irem pegar amora no mato eles (foram) e acharam uma casa de doses uma bruxa morava (na) casa ela então capiturou eles e colocou debaixou de um (cachote) a menina quebrou o ocolos da bruxa o Joã deu um osso para bruxaemtão [s:os dos Jão e maria] [v:viveram] [a:felizes] para sempre.
  • Meu jardim ele tem pisina flor arvores frutiferas (mão) campo
  • 4 tauba comprida dos lados uma tauba quadrada no meio e prego pregado na tauba (dece) meio jogou a pratinha no gou o gou e feito de ferro
  • não espancar [a:só] ( )
Parte escrita
1994

  • E: olha... a gente vai começar a gravar agora... uma entrevista com uma menininha que chama Janaína... ela é do/ da primeira série... da alfabetização do colégio Dom Orione... Janaína... a primeira coisa... eu quero que você me conte... um caso... uma história que aconteceu com você...que seja ou [a:muito] triste ou [a:muito] engraçada ou constrangedora...
    I: quando o meu irmão fica... eh.. quando meu irmão fica aprontando... a minha mãe pensa... pensa que é eu... aí não sou eu... a minha mãe vai lá e me bate... aí ele começa a rir... [s:a minha mãe] vai lá e me [v:bate] [p:de] [a:novo] ...
    E: ah:: meu Deus do céu... e aquele caso que você falou do... do dia em que vocês estavam no colé::gio e veio um ladrão...
    I: ah... é que a gente... a gente chegamos aqui... a gente estava... a gente estava brincando... tudo legal... aí... de repente as crianças/ todo mundo daqui estava brincando lá fora... aí... aí eles ( ) eles viram uns moços sair... mas os moços não tinha falado nada não... aí... aí o padre começou a dar tiro... aí as crianças saíram correndo pra... pra cá pro Dom Orione... aí... os ladrões foram lá pra trás da cantina... depois/ aí os padres chamou a polícia... aí veio uma porção de polícia... aí minha irmãzinha ficou com medo...
    E: nossa...
    I: aí tinha muita gente chorando... mas aí... a menina da minha sala chama Marilaine... aí ela ficou com medo porque o sobrinho dela... foi lá pro SESI em Minas ((fala de gravação)) que não tinha acontecido nada...
    E: só? tá jóia...

  • E: e::... ah... agora... aquele caso... eh... que alguém contou pra você... eu quero que você reconte pra mim...
    I: lá na roça onde que a minha avó... onde que a minha avó morava... ela contou pra mim... que lá... eh::... quando assim era de noite... era lá pra meia-noite na quaresma... ficava batendo na por::ta... assim arranhando a... a janela... aí minha/ aí meu primo... ia lá ver quem era... aí não era nada não... aí ficava toda hora... aí eles não conseguiam dormir não... aí eles fic/ aí continuava... aí... eles dormiram... depois/ aí voltou de manhã... aí... aca/ tinha acabado... aí tinha acabado a noite... né? aí de manhã... né? meu... meu primo foi buscar leite... lá na roça... ele falou que tinha buscado leite... buscar leite... né? pegou... ai na hora que ele::... na hora que ele voltou... aí já estava... já estava começando a anoitecer... aí anoiteceu... aí... eh::... parecia que ia chover... aí choveu de noite... né? aí meia-noite... aí começaram a bater na porta de no::vo... aí meu primo foi lá ver... era uma moça de/ toda de branco... com olho azul... aí ele olhou assim... aí ela foi sumindo... aí depois... ele entrou/ ele fechou a porta e entrou pra dentro... aí ela começou a bater na porta... aí come... aí começou... eh::/ aí apagou/ tinha apagado a luz... começaram a chutar a porta... aí... aí ( ) aí... ele deixou pra ali... ele não foi atender quem era não... depois ele viu que:: não era/ ele ( ) ele viu que era uma pessoa...mas aí [a:só] que ele não queria ir lá ver na porta ver não... aí eles foram dormir... aí... pegou... chegou de manhã... ficou cheio de marca de um bicho no chão... mas aí... ficou cheio de... marca de bicho no chão... aí o meu primo estava vendo... ele estava vendo e foi perseguir... aí... ele::/ aí ele tentou tirar aquelas marcas... aí não queria sair do chão... ele tampou até com terra mas não queria sair do chão... aí chegou na noite... não choveu não...aí os cachorros estava começando a latir... latindo [a:mesmo] ... aí... ele/ aí eles foram lá no galinheiro e comeram bosta de galinha... né? o lobisomem... aí... pegou os cachorros começaram a latir... aí o meu pai foi lá ver o que que era... aíeles viram que era um monstro [a:muito] feio [a:mesmo] ...aí eles viram que era um monstro [a:muito] feioele entrou pra dentro e ele fechou a porta...
    E:no::ssa... [a:legal] ...

  • E: eh::... agora eu quero que você me fale sobre o lugar que você mais gosta de ficar... fala com o máximo de detalhes que você lembrar...pra eu... [v:imaginar] na minha cabeça [a:direitinho] como é que é...
    I: eu gosto de ficar eh:: lá no meu/ no quarto... da minha irmã... ficando lendo revista ou recortando e colando no papel... as coisas que eu mais gosto de fazer no meu quarto...
    E: uhn... uhn... e como é que é o quarto? como é que é lá dentro? assim... é enor::me? o que que tem? as coisas que tem na parede...
    I: tem a cama... tem retrato na parede... tem quadro... de san... de santo também... tem uma santa que minha mãe/ que fica lá numa mesinha que a minha mãe pôs... aí fica:: uma mesinha com a máquina... aí minha irmã forra o tapete no chão... aí também tem o guarda-roupa...
    E: tá jóia...

  • E: e:: agora eu quero que você me fale o que que você sabe fazer ou gosta de fazer...e me [v:explica] [a:direitinho] como é que faz... como se você estivesse me ensinando...
    I: é de de arrumar a casa...
    E: me conta como é que é...
    I: a gente tem que dobrar as cobertas... pôr no lugar... eh... estender/ eh... tirar o lençol... e a colcha da cama... e... eh:: sacudir pra ver se tem alguma coisa... eh::... pôr na/ estender a cama... depois a gente tira o tapete do chão... e varre... depois volta com o tapete e (volta) as coisas tudo pro lugar...
    E:ah... [a:legal] ... você é esperta... hein...

  • E: agora... eh... eu quero sua opinião sobre um assunto... o que que você acha de alguma coisa assim... como um relacionamento entre irmãos::... ou com os pais... me fala o que que você... acha de bom nisso... o que que você acha ruim... me dá sua opinião sobre esse assunto...
    I:eh... meu pai... ele é [a:muito] legal... ele... ele não bate nem em mim nem na minha irmã pequena... mas aí no meu ir... nos meus irmão grande ele... ele bate... mas aí os meus irmão grande fica... eh:: reclamando... queele só bate eh:: na... na::/ [a:só] bate nele... aí... o meu ir... meu irmão... o meu irmão/ eu tenho uma irmã de vinte anos... e tem o meu irmão... que vem depois da minha irmã... tem dezoito anos... aí... a minha mãe falou quando o meu irmão fazer:: vinte anos... que ele vai me bater... a mulher do meu pai não já bate na minha irmã que tem vinte anos... a minha irmã está noiva... aí ela vai casar...mas aí [a:só] que:: o meu pai não quer que ela casa não...aí mas [a:mesmo] assim ela vai casar...
    E: ah ((riso)) e que que você acha de... eh... casar cedo... por exemplo?
    I: casar cedo? ah... eu acho eh:: se for menina nova... eh... não fica... não fica (bom)... eh:: com eh:: menina nova casar não...
    E: não fica não? por quê? que que você acha?
    I: ah... porque... tem gente... eh... tem menina que/a minha irmã falou que não quer casar [a:muito] cedo não... ela...ela [a:só] vai casar com vinte e nove anos... mas aí ela já quer casar cedo...
    E: ((riso)) mas por que que você acha que é ruim?
    I: casar cedo?
    E: ahn... ahn...
    I: ah... depois eh... nosso ma/ eh... o marido da pessoa... vai brigando com a pessoa... aí fica chato...
    E: é verdade... e::... ah... tá bom... tá bom... ficou jóia... eh:: eu estou terminando a entrevista... com a Janaína... do Dom Orione... e:: agora eu vou dar um papel e uma caneta pra ela pra ela começar a produzir o texto... escrito...
Parte oral
1994
  • Na quadrilha da escola, as pessoas estavam se divertino.As crianças estavam se divertino lá fora, perto do Enternato.As crianças ouviram um tiro.Elas e Eles, saira correndo.Os padres chamaram a policia.As policia revistou a, escola e não, achara nada.
  • De noite estava batendo, na porta e meu primo,abriu a porta era uma, moça [a:toda] de branco.Aí ela foi sumino, sumino ela foi embora.No outro dia de noite estava batendo na po.E meu primo não atendeu De manhã meu primo viu a marca do monstro.
  • Eu gosto de ficar no, meu quarto, vendo revista do cascão.A cor do móveis é bege, tem tapete, tem guada roupa e a mesa com máquina
  • (como se arruma a casa) dobramos as coberta, põe no lugar tira o lensou da cama, sacodimos o lensou e a colcha e estendemos a colcha e o lensou na cama.
  • (o que acha das moças casarem cedo) Eu é bom as moças casar sedo.Depois ela se separa do marido, e fica chato.E [s:o casamento] não [v:dar] mais [a:serto] .E pede separação e não e bonito isso o meu irmão briga com a minha irmã.Aí vai e me bate.
Parte escrita
1994

  • E: eu vou começar a entrevista... com o... Leonardo... qual o seu nome todo?
    I: Leonardo P. M...
    E: com o Leonardo P. M... que já está alfabetizado... e estuda no colégio Stella Matutina... primeira coisa... Leonardo... eu queria que você me contasse... uma história que aconteceu com você... que você se lembre assim e me conte como foi... você tinha me falado que você mudou de casa... né? você lembra como foi? o que que aconteceu nesse dia? o que você fez?
    I: ah...eu ajudei muito meu pai...
    E: ahn... ahn...
    I: no começo... eh::... eu ajudei ele a pegar as roupas... os brinquedos... outras coisas lá que eu não lembro mais não... eu ajudei muito...
    E: ahn... ahn... e como é que foi no princípio... ele te falou que vocês iam mudar? como é que foi?
    I: ele me falou que eu ia mudar... aí eu fiquei assim... “mas... pra que casa?” aí ele começou a procurar... procurar... até que achou uma... bem perto... sabe?
    E: ahn... ahn... e aí no dia como é que foi? foi algum caminhão na sua casa?
    I: foi... um caminhão... que tinha uma carroceria azul... pôs muita coisa lá... pôs gela... geladeira... pôs... o fogão... pôs... estante... pôs ((murmúrio)) as camas... os pedaços das camas... puseram os colchões...
    E: aí como você foi pra casa nova?
    I: eu fui de carro...
    E: ahn... ahn... então tá...

  • E: eh::... outra coisa que eu queria que você dissesse... me conta uma história que alguém te contou... que você lembra assim... e que é legal... você falou que... eh... a sua mãe contou uma história?
    I: é... que a mãe dela morreu... ela morreu por causa/ sabe aquelas bolhinhas de sangue?
    E: ahn::...
    I: então... ela morreu por causa disso... estourou... a cabeça dela... aí... ela foi dormir... aí quando estourou ela estava dormindo... quando amanheceu... ela::/ ninguém conseguia acordar ela... aí... quando eles desco... desco/ levaram ela pro médico... descobriram que ela estava morta...
    E: ah... foi sua mãe que te contou isso? tem muito tempo?
    I: tem... muito... nem eu não era nascido não...
    E: ahn...
    I: minha mãe tinha quatro anos...
    E: nossa...

  • E: eh... agora eu queria que você me contasse... eh... como que é o seu quartinho... assim... você... eh... você... tem... mais irmãos... não é?
    I: tenho...
    E: e você falou que vocês dormem no mesmo quarto?
    I: ahn... ahn...
    E: pois é... então me conta com é que é esse quartinho que os três dormem... quero que você se lembre o máximo assim... como é que são os móveis... eh... o que que tem no quarto...
    I: ó... a cama... tem uma cama aqui ((possível gesto)) tem uma cama aqui ((possível gesto)) eu fico embaixo dessa cama aqui ó::...((possível gesto)) (essa daqui) quando puxa... tem um armário que fica... mais ou menos... eu acho que é aqui::... tem a porta... tem o chão... tem o teto... uma lâmpada que é::... aquelas assim... sabe?
    E: redondinha?
    I: é... é assim...
    E: sei...
    I: tem uma lâmpada daquelas... a janela que dá pra ver a casa do vizinho... não lembro muito mais não... mais não...
    E: tem algum enfeitinho... um brinquedo... assim?
    I: brinquedo... no armário...
    E: uhn... então tá...

  • E: eh... outra coisa... ah... você falou que você sabe jogar um joguinho...
    I: dama...
    E: não... não era dama não...
    I: transitando...
    E: transitando... me fala como é que joga o joguinho... me explica assim... com se você tivesse me ensinando... como que joga...
    I: tá... aqui está o jogo... tá? aqui está as trê/ quatro bolas... a vermelha... uma verde... amarela e uma azul... aí vem assim::... assim::... assim::.. ((possível gesto)) (aí vira) aí vai... aí... aí a gente joga no dado... aí... finge que tirou seis...
    E: ahn... ah...
    I: (agora tirou) um cinco... e o outro tirou dois...aí quem tirou o seis joga [a:primeiro] ... sai [a:primeiro] ... cinco e o dois não sai... aí outro tirou um... saiu... outro tirar... seis saiu também... o mesmo número... um dois três quatro cinco seis ( ) aí vai andando... aí chega numa parte que tem::... um triângulo assim vermelho... com um quadradinho... aí você tem que voltar uma casa...e se [s:você] [v:tirar] um [p:de] [a:novo] você vai por aqui... [s:você] vai ter que [v:voltar] uma casa [p:de] [a:novo] ... aí você vai andando... onde/ se você chegar na bicicleta... está lá perto da bicicleta ( ) aí você tirou um... você vai ter que voltar um dois três quatro cinco seis sete oito nove dez...
    E: no::ssa...
    I: aí você vai andando... você chegou num sinal... você tem que... avançar quatro casas... se você chegar num... num homem que está riscado assim... [s:você] pode [v:jogar] [p:de] [a:novo] ... se você tirar um... se você tirar um homem... que está sem o risco... você fica/ você perde uma vez... aí um joga... o outro joga... um outro joga... um outro joga... aí você... entendeu?
    E: uhn... uhn... ah... tá... e como é que se ganha?
    I: eh... está lá no final... um está aqui... outro está aqui... outro está aqui no final... esse daqui ganha um... aí ele ganhou... tem outro aqui também... aí esse aqui ganha o outro... aí segundo lugar... esse aqui anda... esse aqui anda... esse aqui anda... esse aqui anda... esse aqui anda... esse aqui anda... aí esse daqui tira seis... um dois três quatro... cinco seis... ganhou... esse daqui perdeu...
    E: ahn... tá...

  • E: eh... ah... a última coisa...
    I: uhn...
    E: queria que você me fala/ me desse sua opinião sobre/ vamos pensar... qual que era o assunto que a gente podia falar? se lembra que eu te perguntei? [a:inclusive] te falei que ia te perguntar sobre um assunto?
    I: lembro...
    E: que assunto que é que você tinha pensado então?
    I: não sei mais... não sei não...
    E: ((longa pausa))eh... [p:de] [a:primeiro] a gente tinha pensado... em... em... eu te perguntar sobre... sobre negócio dos pais baterem em criança... né?
    I: é...
    E: depois o que que foi que a gente pensou?
    I: lembro não...
    E: ((longa pausa)) a gente podia fazer assim... ó... eh::... você tem um monte de coleguinha no colégio... não é?
    I: tenho...
    E: me fala... o que que você acha... que um amigo deve fazer... pra ser amigo assim de outra pessoa... e que que um amigo não deve fazer... qual que é a importância que tem da amizade...
    I: ahn... eh... pra ter um amigo... os dois vão ter que... ficarem chamando um o outro pra brincar...
    E: ahn... ahn...
    I: se quiser separar... vai ter que brigar... então acho melhor... não brigar...
    E: ahn... ahn...
    I: porque aí você vai ter... vai ter sempre esse amigo... aí você vai ter muitos amigos pra você brincar... se você estiver sozinho você vai ter um amigo...
    E: ahn... ahn... e o que que o amigo não deve fazer?
    I: não deve... eh... ó... ele não deve bater no outro amigo... não deve... nunca... nunca.../ ah... finge que... o meu amigo luta caratê... e eu não...
    E: ahn... ahn...
    I: ele me dá um chute e isso está certo?
    E: não... né ?
    I: uhn... uhn...
    E: não está certo... então amigo não deve fazer isso...
    I: não...
    E:então tá bom... [a:só] isso... Leonardo... eu vou pedir agora pra você... eh... escrever agora as coisas que você lembrar que você falou... e eu vou te ajudar um pouquinho... tá?
    I: tá...
Parte oral
1994
  • primeira coisa que ele me contou foi que a gente ia mudar para uma casa.eu ajudei ele a carregar as roupas.eu ajudei a carregar os brinquedos.
  • A minha avó morreu com uma bolinha de sangue, minha mãe me contou.
  • (o próprio quarto) tem três camas, tem um armário, tem uma cortina e tem uma lâmpada.
  • (como se joga transitando) a saída é dada quando os jogadores tirarem o número 6 ou o número I.
  • (sobre a amizade) ele não deve bater, ele não deve brincar de coisas ruins, viver em paz, ajudar um ao outro.
Parte escrita
1994
  • Esta entrevista foi uma das mais fáceis e agradáveis de fazer, dado o grau de amizade entre a moça entrevistada e eu.Somos amigas desde o curso primário, e, como [a:atualmente] não nos encontramos com tanta freqüência, aproveitamos a entrevista como uma oportunidade real de conversarmos um pouco.O lugar combinado para gravarmos a entrevista foi a minha casa, que fica bem perto da sala de trabalho da entrevistada, e onde ambas podíamos ficar à vontade, num quarto reservado, amplo e bem arejado.Como o apartamento fica nos fundos, não houve problema de ruídos de carros, nem de outro tipo.Antes da entrevista, sempre [a:muito] [a:informalmente] , expliquei a ela a finalidade acadêmica daquele trabalho, e que tipos de textos eu procurava elicitar com os “comandos” da entrevista.Como a conheço bem, sugeri, por exemplo, o lugar que ela poderia descrever (a sala de estética onde trabalha) e o relato de procedimento (“como se faz uma limpeza de pele”).A entrevista e a coleta dos textos escritos (feita no mesmo lugar, em duas etapas, e em dias diferentes) foram, portanto, fáceis,e não [a:só] pela nossa proximidade,mas pelo temperamento mesmo da entrevistada, uma moça [a:muito] bonita, que é uma das pessoas mais alegres e bem-dispostas que eu já conheci.
Relato de interação
1994
  • Por ser minha primeira experiência pensei em ficar nervosa, mas tal fato não aconteceu.Uma amiga em comum, minha e do informante, o indicou por estar enquadrado no que precisávamos, perguntou-o se aceitaria e ele concordou, marcando para o dia seguinte, na casa dessa amiga.Chegada a hora notei que ele estava um pouco tenso, porém fomos para a cozinha fazer um lanche ( nós e nossa amiga ) e batemos um bom papo, expliquei a finalidade do trabalho, dei-lhe um tempo para pensar no que falaria, nos descontraímos e o resultado foi ótimo!A medida em que ele ia se lembrando das coisas que lhe aconteceram e me contando, ríamos muito, o que nos relaxou bastante.Ficamos na cozinha [a:mesmo] , na mesa, e quando iniciei a entrevista nossa amiga foi para a sala assistir TV.Todas as respostas [s:ele] [v:decidiu] [a:sozinho] sobre o que falaria, exceto o Relato de Opinião, pois, como estava sem idéia, sugeri que falasse sobre o curso de Direito e a Advocacia.Quanto aos textos escritos, retornamos à casa de nossa amiga três dias depois, e fechamos no dia seguinte.
Relato de interação
1994
  • Esta foi a última entrevista que realizei.O informante, Ronaldo, foi procurado por mim, com o apoio das indicações de alguns professores e colegas,por ser tido como um aluno [a:excepcionalmente] bem sucedido no curso,apesar de [a:meio] esquivo e fleumático.Foi, portanto, com grande satisfação que o vi aceitar o convite, ocasião em que acertamos o local do primeiro encontro, quando realizaríamos a gravação: o apartamento de minha mãe, que fica em frente ao ponto do ônibus ônibus que ele pega pra casa.Ele chegou um pouquinho atrasado,mas foi [a:bastante] simpático, e não se incomodou nem um pouco com a presença do cachorro da casa no quarto que escolhemos para ficar.O aposento é grande, bem arejado, e, como o apartamento ‚ de fundos, resguardado contra ruídos [p:em] [a:geral] .Não havia mais ninguém em casa;não fomos, portanto, interrompidos por pessoa alguma.Conversamos, um pouco antes, sobre os textos que eu pretendia elicitar, e começamos a gravação.O relato de opinião, interessantíssimo, foi sobre – surpresa! - a mais longa fuga de casa que Ronaldo já tinha empreendido.Ele teve um pouco mais de dificuldade de se lembrar de uma narrativa de outra pessoa que valesse a pena ser recontada.A descrição saiu sem dificuldade, mas, na hora do relato de procedimento,ele prosseguiu [a:aparentemente] [a:meio] a contragosto antes, na conversinha preparatória, ele havia tido enorme dificuldade em localizar um tema para esse relato, tanto que foi preciso recuar no tempo e apelar para as aulas de educação artística dos tempos de infância.Levando em conta o fato de sermos ambos estudantes de Letras, e à beira do fim do curso ele mais do que eu tomei a liberdade de sugerir o tema do relato de opinião, que ficou excelente:Ronaldo falou sobre as qualidades e [a:principalmente] as deficiências que enxergava no curso de Letras, tomando como referência, o tempo todo, as perspectivas de atuação profissional de quem nele se forma.A coleta dos textos escritos, feita em três encontros mais, deu-se em salas vazias e tranqüilas da universidade [a:mesmo] , sendo que tive o cuidado de garantir, sempre, a tranqüilidade do informante, evitando qualquer interferência de terceiros.
Relato de interação
1994
  • Não foi difícil encontrar uma pessoa que correspondesse ao comando que tinham me dado: sexo feminino, estudante de faculdade particular e ser formanda.Então pensei em Silvany a menina que mora na minha república.Apesar de [a:muito] falante senti uma certa fuga da informantequando esta soube que a entrevista ia ser gravada.Ficou o tempo todo perguntando se teria problema errar ou gaguejar.Então disse a ela que não haveria erros pois ela falaria o que desejasse de acordo com os comandos dados.Marcamos a entrevista para a noite e nos certificamos que estaríamos apenas nós e a outra menina que mora com a gente.Passei o resto do dia um pouco anciosa e quando chegou a horanotei que não [a:só] eu, mas a Silvany também estava preocupada.Resolvemos fazer a entrevista na cozinha, pois é o lugar mais calmo da nossa casa.No começo rimos um pouco devido ao nosso nervosismo.Tentei demonstrar segurança para que minha amiga se sentisse mais a vontade.Depois que ela respondeu o primeiro comando nós ficamos tranqüilas e ficou parecendo um bate papo.A informante falou muito do seu namorado (ver narrativa experencial e descrição).Penso que isso ocorreu por ela estar entusiasmada em ter “arrumado” o seu namorado a pouco tempo.Ocorreram duas interferências que não nos atrapalharam: o latido do cachorro da vizinha e o telefone que foi atendido pela nossa amiga.Quando terminamos, a primeira pergunta que ela me fez foi se tinha ficado bom.Sorri e disse: na minha opinião ficou.Informei a ela que uma semana depois ela teria que escrever o ocorrido na fala.Silvany fez o relato escrito menos estimulada e para uma formanda de Direito notei que suas frases, por muitas vezes, são mal formuladas.Dois dos seus relatos escritos (narrativa experencial e narrativa recontada) me foram entregues oito dias após a entrevista.Os outros três (descrição, relato de procedimento e relato de opinião) no nono dia.Percebi que a informante fez os relatos escritos com muita pressa (devido a letra) e, talvez, por isso tenha ficado mal feito, com muitos erros de concordância.Silvany utilizou de muitos recursos coesivos ficando assim, a primeira vista, um texto mal formulado.
Relato de interação
1994
  • Cheguei ao colégio de Aleandro através da diretora deoutro colégio público, que [a:só] oferecia o 1o. grau.Indagando em que colégio os alunos daquela escola poderiam estudar, se tivessem possibilidade, obtive a indicação da escola estadual em que o informante estuda.Chegando lá, conversei [a:primeiro] com a diretora, e expliquei meu trabalho, e em quê eu precisava do colégio.Ela me disse para ir ao encontro da supervisora dos cursos de 2o grau, à noite, o que fiz.Tanto Aleandro quanto a informante do sexo feminino foram, então, sugeridos pela supervisora, que, tendo por base a minha descrição do perfil de aluno desejado, me pôs em contato com os dois.Fomos, então, Aleandro e eu, paraum pequena sala de reuniões, quase sem móveis, mas [a:bastante] reservada.Não fomos interrompidos naquela ocasião nem quando dos dois outros encontros que tivemos.Conversamos um pouco antes da entrevista, ocasião em que pude fazer uma sondagem primeira sobre a personalidade dele, e pensar sobre a melhor forma de conduzir a entrevista.Expliquei, ainda, a finalidade acadêmica daquele trabalho.Ele foi sempre [a:muito] delicado, e parecia um rapaz tímido, embora, até para minha surpresa, tivesse tido coragem de tocar em assuntos delicados, tanto nas narrativas (experiencial e recontada) quanto no relato de opinião.Foi em torno do mesmo assunto que giraram esses textos: relacionamentos afetivos, incluindo-se aí o desejo e o medo da rejeição, avaliação de comportamentos observados, e a busca de um norte por onde se pautar.Pela natureza do tema, epor estar o informante, adolescente e sensível, tão [a:claramente] mobilizado pelas questões aí envolvidas,esta entrevista foi [a:provavelmente] mais emocionada e tensa que a média, embora houvesse entre nós uma outra coisa: acho que um clima de confiança, e o espaço aberto para que entrasse o ar.
  • Esta entrevista foi [a:muito] agradável de ser realizada.Andréa, a entrevistada, é a minha prima mais querida, e foi criada [a:praticamente] na minha casa.Somos bem próximas ainda hoje, e ela, adolescente, tem sempre uma grande disposição para fazer confidências a mim.E, de qualquer modo,uma moça extrovertida e [a:mesmo] divertida,além de [a:muito] vistosa, de cabelos longos e louros e olhos azuis,que trabalha [a:freqüentemente] como modelo.Ela combinou comigo que poderia fazer a entrevista depois da aula de redação, à tarde, assim como a coleta dos textos escritos.O lugar acertado foi a minha casa, que fica no ponto mais central da cidade, e é caminho pra ela, que pega o ônibus bem em frente à minha calçada.Ficamos sempre no meu quarto, que é bem amplo e tranqüilo.Ela foi o tempo todo bem-disposta e parece que gostou de ser entrevistada, tanto que não se incomodou por ter que produzir os textos escritos.Tivemos, [a:claro] , uma conversa anterior à coleta de dados, quando expliquei a finalidade acadêmica do trabalho e deixei que ela pensasse um pouco sobre o assunto escolhido para cada um dos comandos.Como a conheço bem, sugeri os temas da narrativa de experiência pessoal (aproveitando que era bem o tipo de conversa que costumamos ter e precisávamos pôr os assuntos em dia), do relato de opinião (já que me lembrava dela ter comentado que havia feito um curso de auto-maquiagem) e do relato de opinião (sobre virgindade).
  • Cheguei ao colégio da entrevistada através de uma indicação da diretora de outra escola pública onde eu já havia feito entrevista, ecujo corpo discente era [a:nitidamente] pertencente às camadas mais pobres da população.Como nessa última escola não havia o segundo grau, eu quis saber para onde os alunos iriam, se quisessem continuar os estudos, e pudessem.Ela me respondeu que o colégio da entrevistada em questão‚ que recebia, [p:em] [a:geral] , esses alunos.O turno era à noite.Conversei com a orientadora escolar, que me indicou Cíntia, por ela estar terminando o segundo grau (curso Magistério) e por se uma moça desinibida, além de boa aluna. [v:Conversei] [a:rapidamente] com ela, então, e marcamos um novo encontro à tarde, como de resto foram marcados os outros dois que tivemos para coleta do material escrito, sendo que eram sempre ou antes ou depois do estágio.Ela entendeu bem a finalidade acadêmica do trabalho, e sentiu-se - ao que me parece - até valorizada por ter sido a escolhida.Numa conversinha anterior à entrevista, notei seu entusiasmo pelo curso, o que me deu a idéia de sugerir os temas dos relatos de procedimento (“como preparar uma aula”) e de opinião (“as vantagens e os problemas do curso de Magistério”).Os textos foram produzidos de acordo com as expectativas. [a:Anteriormente] , sugeri também que Cíntia me descrevesse sua casa nova, poisela tinha comentado que estava [a:meio] atribulada por causa da mudança, e, aceita também essa sugestão,a descrição saiu [a:bastante] boa.
  • O entrevistado em questão foi indicado por um amigo íntimo, que é o irmão mais velho dele por parte de mãe.Como Gilson preenchia os requisitos necessários e estava disposto a colaborar, marcamos, de comum acordo, um encontro na minha casa, que ficava bem perto do colégio que ele estava freqüentando.Ficamos no meu quarto, que é bem amplo e confortável, e a única interferência foi a do cachorrinho da casa, que sempre brinca com o entrevistado quando ele nos visita.A coleta dos textos escritos foi feita no mesmo local, e sob as mesmas condições.Em primeiro lugar, expliquei a ele a finalidade acadêmica do trabalho e expliquei, em linhas gerais, como seria a entrevista.Depois, numa conversa mais relaxada, dei um tempinho para ele pensar nos “comandos” e decidir sobre que temas iria falar.Sugeri mais [a:especificamente] o tema do relato de procedimento(“como dirigir”), pois sabia que o entrevistado trabalhava dirigindo o taxi do pai dele nas horas vagas, e, ainda, fazendo carretas no caminhão deles, a serviço da prefeitura.Ele gostou, e o texto ficou ótimo.Como todas as vezes que nos encontramos ele estava indo ou voltando do cursinho pré-vestibular,achei natural tentar elicitar o relato de opinião perguntado [a:especificamente] sobre os dilemas da escolha profissional. [v:Deu] [a:certo] .
  • Esta foi uma delícia de entrevista, de tão fácil e relaxada, Também, pudera:a informante é minha irmã [a:muito] querida, a mais velha do segundo casamento da nossa mãe.A gravação foi feita [a:mesmo] em casa, no quarto da Ana Amélia - esse ‚ o nome dela.A qualidade da entrevista, é claro, não foi em nenhum aspecto prejudicada por nossa intimidade, que ambas fizemos o trabalho com toda a seriedade. [s:Ela] [v:acompanhava] , [p:por] [a:alto] , as minhas atividades no projeto, mas, ainda assim, fiz questão de explicar-lhe com mais cuidado a finalidade acadêmica do mesmo, e as questões relativas aos comandos que eu faria.Gravamos, então, no quarto dela, que [a:obviamente] , é um ambiente onde a Ana se sente muito à vontade.O aposento é bem reservado, bem nos fundos da casa.Tivemos ao nosso lado, o tempo todo, um cachorrinho de estimação, mas ele fivou enrodilhado nas pernas da minha irmã e se comportou bem, em nada nos atrapalhando.A única e brevíssima interrupção que tivemos foi a do pai dela,o segundo ex-marido da minha mãe, que estava na casa e, [a:inadvertidamente] , abriu a porta do quarto.Vendo que realizávamos uma gravação, deu um risinho e mandou um beijo pra ela, se retirando logo em seguida.A nossa proximidade, além de não ter nos prejudicado, ao contrário, me ajudou.A sugerir com mais chance de acerto, por exemplo, o tema do relato de procedimento e do relato de opinião.A marcar os encontros para coletas dos textos escritos com flexibilidade e nenhuma perda de tempo em deslocamentos pela cidade.Acima de tudo. o fato de sermos irmães e nos darmos tão bem foi um grande responsável, acredito, pelo clima de prazer delicado que a conversa teve, e pela boa vontade absoluta por parte da informante.
  • A instituição em que o entrevistado estuda é um tradicional colégio de freiras, o melhor instalado e o mais bonito da cidade, amplo e iluminado, cheio de jardins bem cuidados.É freqüentado, na sua absoluta maioria, por jovens vindos das camadas mais abastadas da cidade.O entrevistado, nesse sentido, até nem era um aluno “típico”,mas estava [a:muito] ligado ao colégiopor ser irmão da secretária eestar [a:consideravelmente] envolvido com a Igreja Católica, como se pode notar pela sua entrevista.No mais, tinha uma redação melhor que a média da turma, era desenvolto e responsável - razões pelas quais, suponho, foi ele o indicado pela professora da sua turma.Leonardo compareceu [a:pontualmente] a todos os três encontros que tivemos, marcados sempre para horários fora do período de aula.Esses foram realizados todas as vezes numa sala de reuniões vazia, conforme sugestão da diretora do colégio, onde, por sinal, não sofremos interferência de tipo algum.Como, numa conversinha informal que tive com ele antes, com a finalidade de captar o “perfil” do entrevistado, ficou patente sua dedicação e interesse pelos assuntos da Igreja,tomei a liberdade de sugerir mais [a:especificamente] dois temas: para a descrição (a Catedral, onde ele trabalha como turiferário) e para o relato de opinião (“a importância da religião na vida dos jovens”).A narrativa de experiência pessoal e o relato de procedimento também se relacionaram a Igreja e as funções que ele desempenhava na Catedral,mas foram temas escolhidos [a:inteiramente] por conta dele.Embora eu [a:pessoalmente] não seja adepta de nenhuma religião institucionalizada, isto não nos atrapalhou, pois procurei mostrar-me a ele sempre interessada e, ainda, ouvi-lo com simpatia, o que, para o propósito do projeto, sanou as possíveis dificuldades que a distância entre nossos pontos de vista poderia apresentar.
Relato de interação
1994
  • Em uma conversa informal com uma amiga, comentando sobre o Projeto “Iconicidade na fala e na escrita” que estava fazendo parte como bolsista, perguntei a ela se não tinha algum aluno que se encaixasse no que estava procurando: sexo masculino, cursando 8a série do 1o grau e matriculado em Escola Pública.Cristiane, depois de algum silêncio, indicou-me alguns nomes,entre eles o do José Renato, que, segundo ela, [a:possivelmente] , estariam a disposição para serem entrevistados.Assim sendo, a coleta do material foi marcada pela mesma amiga, na sala de aula, e conforme a vontade do próprio José Renato, o local escolhido foi a casa dele.A escolha ocorreu, pelo fato, daquela ser uma semana de festejos no colégio em que estuda.O possível informante recebeu-me com um sorriso tímido e logo de início fui-me apresentando e explicando-lhe qual era o objetivo de estar ali.Com calma discorri sobre o Projeto, ressaltando que precisava de uma entrevista oral e que esta giraria em torno de cinco comandos diferentes, os quais expliquei.Se caso essa entrevista fosse validada, pelo grupo no qual trabalho, eu precisaria de um novo encontro para que ele realizasse a produção escrita.Feito isso, já que José Renato concordou de cumprir os comandos, pediu-me que falasse sobre os mesmos, demonstrando curiosidade pelos assuntos que já tinham sido abordados em outras coletas,o que eu fiz [a:prontamente] .Acredito que isso não tenha influenciado na escolha de seus temas, salvo a descrição, em que optou descrever o seu quarto, como vários outros informantes já o fizeram.Quanto aos outros temas, verifiquei que o informante centrou-se em fatos recentes e polêmicos, como o acidente que ocorreu em Juiz de Fora, em que um caminhão explodiu, matando o filho de um caminhoneiro (v. narrativa recontada).Já no relato de opinião, o informante optou em dar seu depoimento sobre a chacina na favela do Vigário Geral (RJ), que ocorreu a poucos dias e que chocou toda a população.Notei haver bastante originalidade nas suas idéias, [a:mesmo] soando um pouco tímidas, subjetivas e incompletas, como no relato experencial.Original também é o seu relato de procedimento, brilhante na minha opinião, quando ensina como lavar um carro, transformando um ato, talvez, corriqueiro, em singela atividade.Realizou-se a produção oral e escrita num clima tranqüilo, sem ruídos, com isolamento quase perfeito (a sala dava para a cozinha) e sem interferência de terceiros.O informante mostrou-se satisfação em ver a coleta do material finalizada e validada.
  • A entrevista com a informante Renata foi marcada pelo telefone com antecedência, e como foi a minha primeira coleta de dados, talvez , por isso, tenha causado alguma ansiedade.O compromisso de fazê-la processar-se com naturalidade e fazer cumprir os comandos estipulados pelo Projeto, inquietava-me.Conforme a escolha da informante, nos encontramos na casa de sua tia, tanto para produzir o material oral quanto o escrito.Por sermos primas e termos um contato, nem tão íntimo como se pode pressupor nessas relações familiares, senti nela um certo cuidado quanto à coleta do material oral.Isso se pode verificar quando, às vezes, repete palavras e até frases, corrigindo a si mesma na maneira de como dizê-las (v. relato experencial e narrativa recontada).Quanto à produção dos textos escritos, verifiquei que, como foi realizada em dois dias distintos, a informante estava mais relaxada e envolvida.Ambas as coletas processaram-se sem nenhuma interrupção de terceiros e os temas foram escolhidos pela própria informante, salvo o relato de opinião que eu procurei durante a coleta, identificar algum assunto que ela poderia mostrar interesse em manifestar o seu ponto de vista.O vôlei foi tema tanto de sua narrativa experencial, quando fala sobre o seu tombo em um jogo em meio a risadas tímidas,quanto no seu relato de procedimento, onde [v:mostra] [a:objetivamente] e [p:com] [a:clareza] como pratica-se o esporte.Pedi-lhe então que manifesta-se a sua opinião sobre a importância do vôlei na adolescência, o que a informante fez associando a prática do esporte à maneira de viver melhor.Os resultados foram validados pela professora orientadora, Maria Lúcia Leitão de Almeida, e acredito que poderei realizar novas coletas com menos ansiedade e mais tranqüilidade e desembaraço.
Relato de interação
1994
  • O colégio da informante me foi indicado por uma professora da universidade, por ser freqüentado por crianças [a:tipicamente] das classes popularese, ainda, pela comodidade de, apesar de ser afastado do centro, ser perto da universidade.Chegando lá, conversei com a diretora, a fim de explicar-lhe a natureza e a finalidade do meu trabalho e, é claro, pedir a sua ajuda no que se refere às vias mais favoráveis para a localização do melhor informante possível.Alexandra foi indicada, assim, por sua professora, por ser, por um lado, [a:razoavelmente] desenvoltae, por outro, ter uma redação acima da média da turma, mas ainda bem representativa da mesma.Por sugestão da diretora, ficamos na sala de lanche dos professores, que é espaçosa, com uma grande mesa e bancos corridos.Nosso primeiro encontro foi no horário de aula normal, mas os outros dois foram planejados para ocuparem o horário das aulas de educação física, a pedido da orientadora escolar.Não houve, em nenhuma das ocasiões, presença e/ou atuação de terceiros - alguns professores passaram pela porta da sala, mas nenhum chegou a entrar.A entrevista foi tranqüila, e Alexandra respondeu aos comandos sem maiores dificuldades, encontrando por conta própria os temas que iria desenvolver.Devo observar, porém, que no relato de opinião, além das dificuldades naturais da sua idade em fazer generalizações e abstrações, ela enfrentou, ao meu ver, uma carga adicional: a emoção, ao falar da separação dos pais.
Relato de interação
1994
  • Foi uma experiência [a:bastante] agradável e tranqüila, como as anteriores.Tive de procurar um garoto do primário, para substituir uma entrevista invalidada, e, como no prédio onde moro existem muitas crianças, não foi difícil achar o que precisava.Uma tarde me encontrei com o informante na garagem do prédio, e perguntei-o se não aceitaria dar uma entrevista para mim.Na mesma hora concordou e subimos para minha casa.Chegando ao meu quarto, [v:expliquei] - o [a:exatamente] o que queriae ele adorou, foi respondendo [a:fluentemente] !Como estamos em plena Copa do Mundo [a:logicamente] optou em falar sobre, em seu relato de opinião.O restante foi tranqüilo, ocorrendo às vezes apenas o esquecimento de alguma palavra ou algum termo.O silêncio foi perfeito e ninguém nos incomodava.Quando terminamos ele pediu para ouvir a gravação e riu bastante de sua voz!Pedi que voltasse [a:posteriormente] (uns três dias depois), para produzirmos os textos escritos eele voltou [a:exatamente] no dia marcado, com um sorriso no rosto!Ao término, disse que se [v:precisasse] dele [a:novamente] , era [a:só] chamar!Foi tudo [a:muito] agradável!
Relato de interação
1994
  • A informante em questão foi localizada na minha rede de relações pessoais, ao contrário do que aconteceu com as outras crianças que entrevistei no mesmo nível de escolaridade, que foram procuradas nos colégios.Elisa é a filha mais nova de um amigo de quem já fui bem próxima, e,embora ela e eu nos conhecêssemos [a:superficialmente] , tínhamos referências uma da outra por meu contato mais estreito com seu pai e sua irmã mais velha.O lugar escolhido para a coleta, tanto do material oral como do escrito, foi a casa da própria informante, já que era o lugar em que ela se sentia mais à vontade, e, afinal, não me era estranho.Essa escolha, porém, é preciso observar, foi favorecida pelo fato de sermos quase vizinhas, e, assim, não haver dificuldade, para mim, em visitá-la.Ficamos, mais [a:precisamente] [v:falando] , no quarto de Elisa, escolha essa que foi também feliz, pois o lugar em questão era amplo, alegre, com janelas que o tornavam bem arejado, mais não menos silencioso.Fizemos a entrevista sentadas na cama, e, quando dos encontros para coleta do material escrito, ela escreveu numa mesa da escrivaninha de estudo, dentro do próprio aposento.Os encontros se realizaram, todas as vezes, no período da manhã, quando a única pessoa que ficava em casa, além dela, era a empregada, que não nos interrompeu em momento algum.Alguns pequenos problemas apareceram, que me parecem, agora, típicos em entrevistados de sua idade, ou menores: um desvio para narrativa de experiência pessoal dentro da descrição e a dificuldade em elaborar um relato de opinião.O tema da narrativa de experiência pessoal, em relação a outros que elicitei, foi [a:bastante] trivial.No mais, chamo a atenção para o fato de Elisa, como , de resto, aconteceu com a maioria deles, ter se mostradomenos disposta na fase da coleta dos textos escritos, [a:especialmente] porque ela estava em período de provas finais, e, portanto,dispunha não [a:só] de menos tempo, mais de menos tranqüilidade.
  • Localizei Gustavo aproveitando um contato já estabelecido [a:anteriormente] com a diretora do colégioem que ele estuda,um dos mais tradicionais e [p:com] [a:certeza] o mais bem instalado da cidade.Fui levada a um contato com a professora da alfabetização o, que, tendo por base o perfil de aluno dado por mim, chamou o informante e nos apresentou, ajudando-me a explicar-lhe a natureza e a finalidade do trabalho.Ele aceitou colaborar, e, antes [a:mesmo] de nos instalarmos numa sala, fomos conversando sobre os “comandos” da entrevista, de modo que ele pudesse ter um tempinho para pensar nos temas que desenvolveria depois.Por indicação o da diretora, ficamos numa sala de reuniões bem espaçosa e arejada, ao lado da sala em que o informante tinha aula.O lugar era confortável, bem iluminado, e nos assegurou privacidade - não o fomos interrompidos em nenhum dos três encontros que tivemos.Gustavo parecia relaxado, e [a:levemente] curioso pelo desenrolar daquela conversa.Encontrou por conta própria todos os temas para os textos que os comandos dados tentavam elicitar.Quero observar um pequeno detalhe:o informante tem a voz [a:bastante] rouca,mas isso não o pareceu dificultar de um modo considerável nem [a:mesmo] a transcrição.No mais, a entrevista [v:correu] [a:tranqüilamente] .
Relato de interação
1994
  • Essa experiência foi [a:bastante] fácil e agradável, e o que pensei ser difícil, por entrevistar uma criança,mostrou-me [a:totalmente] o contrário.Tive que procurar uma menina da alfabetização, para substituir outra que havia sido invalidada, e, mais que depressa, resolvi procurar no prédio onde moro, pois mais parece uma creche!Por sorte,a minha vizinha de porta era [a:exatamente] o que eu procurava, cursando a primeira série do primeiro grau de escola particular, sendo também uma garotinha super descontraída, simpática e esperta.Perguntei-a se poderia vir à minha casa por alguns minutos e ela concordou.Sendo assim, fomos para o meu quarto, onde ficamos a vontade sem interrupção de terceiros,expliquei-a [a:pausadamente] sobre a "entrevista" que eu iria fazer, brincando sempre para descontraí-la.Por fim ela adorou a idéia, e disse que poderíamos fazer àquela hora [a:mesmo] .Por ser uma garota [a:muito] afetiva, ligada à família e amigos, optou dizer - me em suas narrativas ( experiencial e recontada ) coisas que para ela são tristes, tipo quando mudou da cidade onde fez seus primeiros amiguinhos, e sobre o fato da avó não poder mais andar.Quanto ao relato de procedimento [v:explicou] -me [a:direitinho] como se faz arroz, e sua descrição foi excelente,descreveu-me [a:detalhadamente] seu quarto, peça por peça, sem fugir do assunto uma só vez!Como mencionei, por seu do meu conhecimento quese tratava de uma menina [a:bastante] apegada aos familiares, sugeri em seu relato de Opinião que falasse sobre a importância da família,o que também foi [a:muito] bom.Foi uma ótima experiência, e no final nos divertimos mais ainda pois ela me pediu para ouvir a gravação e "morria"de rir de sua voz, que julgou ser "horrível"!Quanto aos textos escritos, dois dias depois fui à sua casa e ela os produziu no mesmo dia, tamanha a sua "empolgação"!
Relato de interação
1994
  • O colégio do informante me foi indicado por uma professora conhecida, que levou em conta o fato do [a:mesmo] ser uma escola pública, freqüentada por crianças pobres, num bairro popular e afastado do centro da cidade e, por outro lado, ser uma escola de fácil acesso, pois fica próxima a saída da universidade.Lá chegando, procurei a diretora e expliquei-lhe os meus propósitos.Ela sugeriu que eu procurasse a professora da alfabetização, que poderia me indicar com mais chance de acerto um menino que já estivesse alfabetizado e fosse capaz de redigir pequenos textos, e que, além disso, fosse desenvolto para falar.Foi assim que cheguei ao Giovanni, a quem expliquei minhas intenções e falei, em linhas gerais, sobre o que eu queria na entrevista.Perguntei se ele topava.e ele disse que sim.A diretora sugeriu que ficássemos na sala dos professores, que era pequena, tranqüila, e dava vista para o jardim.Foi lá que tivemos nossos três encontros.O entrevistado nunca tinha visto um gravador, e, apesar de eu ter feito uma pequena demonstração de seu funcionamento antes de começarmos, no princípio da entrevista ele ainda estava um pouco desconfortável, embora fosse relaxando enquanto falava.No relato de opinião ficou mais tenso outra vez, porque , ao meu ver,ainda que [a:aparentemente] estivesse falando contra o maltrato das crianças [p:em] [a:geral] ,na verdade se reportava ao seu caso bem particular, [a:provavelmente] espancamentos que sofria do próprio pai, e isto, é claro, o perturbava.
  • Cheguei ao colégio em que a informante estuda através da indicação de uma das professoras da universidade.O colégio é freqüentado por uma grande maioria de crianças [a:realmente] pobres, quemoram pelas redondezas do bairro, [a:bastante] afastado do centro, mas próximo a universidade.Lá chegando, procurei contactar a diretora, que sugeriu que eu pedisse que a professora da alfabetização que me indicasse um menina que já soubesse escrever e que fosse desenvolta para falar.Foi assim que a informante chegou até mim.Me apresentei, expliquei o que queria dela, falei em linhas gerais sobre os propósitos da pesquisa e perguntei se ela topava fazer a entrevista.Janaína me pareceu orgulhosa por ter sido indicada, e curiosa com a gravação (nunca antes vira um gravador).Fiz, antes da entrevista, uma pequena demonstração de como o gravador funcionava, tanto para satisfazer sua curiosidade quanto para desfazer qualquer temor ou constrangimento que ela pudesse ter.A diretora disse que o melhor lugar para ficarmos seria a sala no início do corredor, com um mesa grande para lanches e bancos compridos, além de jarras de café e uns biscoitos na prateleira.Era a sala dos professores.Ficamos, a princípio, ali, mas houve um período, num dos encontros, em que uma professora precisou usar o entêncil que ficava na sala e fomos, então, para um quartinho mais reservado, com uma pequena mesa e duas cadeiras, onde ficavam os escaninhos dos professores.Não me parece que tenha havido nenhum problema que afetasse a qualidade dos dados coletados por termos realizado a mudança.A menininha era doce, e se mostrou disposta sempre a colaborar.Os encontros foram feitos, todas as vezes, durante [a:mesmo] o horário da aula, já que não havia jeito dela ir ao colégio à tarde, porque ela era responsável pela arrumação da casa (o que, aliás, me fez sugerir o relato de procedimento).Sondando, também, sobre suas relações familiares, pude ajudá-la a pensar no tema da narrativa recontada, que foi uma história de assombração contada pela avó, e, ainda, sugeri o tema do relato de opinião.
  • Cheguei a este informante indo, [a:primeiramente] , ao colégio em que ele estuda.lá, contactei a diretora, que me levou a professora da alfabetização.após ter explicado a ela meu trabalho, e, [a:principalmente] , o perfil do aluno que eu queria, ela me indicou Leonardo.chamou-o de dentro da sala de aula, e assim fomos apresentados.levei-o para uma sala desocupada, que a diretora tinha indicado, e conversei sobre as minhas intenções.ele ficou curioso, e topou colaborar.Antes de começarmos a entrevista, expliquei a ele, em linhas bem gerais, a finalidade do trabalho.depois, com mais vagar, falei sobre o que eu iria pedir-lhe durante a entrevista, e dei um tempinho para ele tentar localizar os temas que escolheria.Marcamos os dias para a coleta dos textos escritos e o local: nos encontraríamos naquela mesma sala, sempre a tarde, já que ele estudava de manhã e, por outro lado, tinha fácil acesso ao colégio, que fica ao lado da casa dele.Quanto ao conteúdo da entrevista, devo dizer que ele escolheu todos os temas, com exceção do último, o relato de opinião.que é aquele que parece apresentar mais dificuldades para crianças da idade do informante, e precisou ser sugerido por mim.O tema da narrativa de experiência pessoal também se parece, em dois aspectos, com outros escolhidos por crianças da idade dele:é [a:aparentemente] banal, além de pouco recuado no tempo.
Relato de interação
1994